procura-se. desesperadamente

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32 + Monet + AGOSTO Procura-se. por Sarah Mund, de Los Angeles* Conversamos com os criadores e astros da nova série Missing e Ashley Judd contou como é viver uma ex-agente secreta. Sua personagem precisa relembrar suas habilidades de quando era da CIA para viajar pela Europa em busca do filho desaparecido SéRIES >>> ESTREIAS Desesperadamente

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Conversamos com os criadores e astros da nova série Missing e Ashley Judd contou como é viver uma ex-agente secreta. Sua personagem precisa relembrar suas habilidades de quando era da CIA para viajar pela Europa em busca do filho desaparecido

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Procura-se.por Sarah Mund, de Los Angeles*

Conversamoscom os criadorese astros da novasérie Missinge Ashley Juddcontou comoé viver umaex-agente secreta.Sua personagemprecisa relembrarsuas habilidadesde quando era daCIA para viajarpela Europa embusca do filhodesaparecido

séries >>> estreias

Desesperadamente

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Território europeu– Da esquerda para

a direita, o elencoprincipal conta com:

Sean Bean, AshleyJudd, Cliff Curtis,

Adriano Giannini,Laura Donnelly e

Nick Eversman;todos os episódios

foram gravados naEuropa, incluindo

Rússia, Itália, Turquia,França, Áustria,

Croácia, RepúblicaTcheca e Bulgária

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BRetratos de uma busca – À esquerda, Becca (Ashley Judd) sefrustra ao chegar a um beco sem saída na tentativa de resgatar ofilho; acima, o casamento de Becca e Paul (Sean Bean) durante umflashback; à direita, bastidores de uma cena de investigação de Dax(Cliff Curtis), que segue os rastros de Becca

por toda a Europa. a trama é característica de um filme desuspense, mas neste caso, estamos falando da série Missing.“a ideia era simples e boa, e como se isso não fosse atraente osuficiente, estávamos falando de dez episódios inteiramentefilmados na Europa. Então, a não ser comparando com tra-balhar em casa, no meio do tennessee, isso era perfeito”, ex-plicou ashley Judd sobre por que aceitou o convite de voltara atuar depois de quase três anos longe das telas. “E eu aindapude fazer outra coisa que adoro em filmagens, que é lutar eeu mesma fazer as cenas de ação”, completou.

aos 44 anos de idade, a atriz entra para o time de mulheresque está conquistando espaço em Hollywood. Julianna Margu-lies (The Good Wife), Edie Falco (Nurse Jackie), Dana Delany(Body of Proof) e Kyra sedgwick (The Closer) chegaram lá, e pro-varam que mulheres mais velhas podem, sim, ter papéis prin-cipais na televisão. “Como produtora, para mim é importantee me sinto pessoalmente responsável por achar maneiras dedar poder às mulheres e criar modelos positivos”, explica ginaMatthews, uma das criadoras da série. Mas a atriz vai além: “Eusou uma lutadora na vida real. Cresci lutando por diferentesmotivos e uma das coisas que mais me traz satisfação na vida éfazer meu trabalho internacional como feminista, em busca da

MISSING I dia 8,quarta, 21h, aXN,

34 e 534 (hd)

Os MAisPrOCUrADOsNão é de hoje que pequenos(outros nem tanto) rebentosdesaparecem por aí. Sejapor causa de tramasobscuras, alienígenas oucrimes, os filmes com paisdesesperados e dispostos atudo em busca da prole já setornaram um gênero

BECCa WinstonE (asHlEy JuDD) FiCouviúva depois que seu marido Paul (sean Bean)morreu em uma misteriosa explosão de carrodurante uma viagem com o filho Michael (nickEversman). Dez anos depois, ela se vê apreen-siva com a partida do filho, agora com 18 anos,para um curso de intercâmbio na itália. aoque tudo indica, sua intuição materna estavacerta, porque depois de um curto período ogaroto simplesmente deixa de dar notícias,atender ao telefone ou responder às mensa-gens desesperadas da mãe. Ela não pensa duasvezes e embarca em um avião com destino aRoma para esclarecer o que está acontecen-do, mas, ao chegar lá, seus piores temores semostram verdadeiros: tudo indica que seu filhofoi sequestrado. É aí que acontece a primeiragrande revelação, papai e mamãe Winstoneeram na verdade agentes da Cia e agora Becca

irá retomar sua antiga forma erelembrar suas habilidades parasair em uma busca implacável

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fazer meu trabalho internacional como feminista, em busca da Foto

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igualdade entre os gêneros”. E, como boa ativista que é, elaconseguiu colocar a pauta em discussão também na produ-ção. “se vamos ter locações e elenco internacionais, na minhaopinião devemos ter temas internacionais também. um dosmeus objetivos de vida é ajudar na erradicação da escravidãosexual, e logo no começo de Missing dá para notar que existeum esquema de tráfico sexual”, enfatiza.

“Falando como um cara que adora filmes de ação, mesmoquando você tem uma protagonista feminina, a fórmula geraldo gênero é que ela tem a justiça ao seu lado e simplesmenteinicia uma busca incansável. a nossa heroína luta contra osistema, e eu acho que esse é um diferencial. E você sabe, éa ashley”, defendeu Cliff Curtis, que na trama dá vida ao de-tetive Dax Miller que, apesar de investigar as ações de Becca,acaba por ajudá-la em sua procura.

OnDe está MiChAel?Depois de desaparecer de seu dormitório estudantil emRoma, na Itália, o filho de Becca rodou o Velho Continente,com sua mãe no encalço de seus sequestradores. Asfilmagens aconteceram em oito países europeus

Croácia

Mas vale lembrar que para grant scharbo, marido de ginaMatthews e responsável por criar a atração ao lado dela, a tra-ma não é só focada em ação. “na essência, trata-se de um dra-ma familiar e eu sempre encarei desta forma. a cada episódio,antes de planejar o que vamos explodir ou para onde vamos cor-rer, pensamos na questão emocional e realmente nos importa-mos com isso.” ok, o sofrimento de uma mãe é sempre tocante,mas o que move Missing é ver ashley Judd dando socos, chutes,arrombando portas, fazendo manobras de moto e, no tempolivre, procurando pelo filho. ninguém segura essa mulher.

* A jornalista viajou a convite do canal AXN

Turquia

Itália

França

Rússia

Croácia

Rep.Tcheca

Bulgária

Turquia

Áustria

Turquia

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* A jornalista viajou a convite do canal AXN* A jornalista viajou a convite do canal AXNacaba por ajudá-la em sua procura.acaba por ajudá-la em sua procura.

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séries >>> estreias

A TV, às Vezes,pode ser mAisAmbiciosA, porqueprecisA de umperíodo de Tempo eTem que consTruirumA AudiênciA”

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O diretor e ator britânico fala sobre a sua carreira,do desafio de estrelar uma série de televisão e comonada mudou desde que se tornou Sir

um cavaleirode verdade

o que podemos esperar de Wallander?Ele é um inspetor de polícia em umacidade pequena, na suécia, em umaparte que tem uma atmosfera muitopoética, onde as estações são muitomarcantes. É uma cidade pequena,mas tem todos os tipos de violência ecrueldade humana, todos os tipos decoisas que você pode esperar encontrarem uma espécie de filme noir. Mastambém acho que a poesia da paisagemé refletida no caráter do personagem.Ele sente a mudança emocional daspessoas que estão envolvidas com esses

E tUDo UMpouco. Esse é olema de Kenne­th Branagh, queadora pular deuma mídia paraoutra. o ator e di­

retor, conhecido pelas adaptações deshakespeare para os cinemas, fechouo ano de 2011 com chave de ouroao dirigir a produção sobre o heróithor e interpretar seu grande ídolo,sir Laurence olivier, em Sete Diascom Marilyn (o que lhe rendeu umaindicação ao oscar). Exemplo de quea vida imita a arte, já que agora ele étambém oficialmente um cavaleiro daRainha, o ator falou sobre a estreia da

segunda temporadade Wallander, naqual faz o papel dopolicial Kurt.

com tantas adaptações de outrasmídias para filmes, você acha quefaltam mais roteiros originais?Às vezes, a indústria do cinema é tãocara e tão arriscada que eles buscamalgo comprovado, como uma sériede televisão que deu certo antes ouquadrinhos ou livros que fizeramsucesso. Às vezes é, em parte, o medoda dificuldade em lidar com uma ideiaoriginal. Eu acho que é lamentável ecertamente gostaria de estar fazendomais projetos originais. Estou muitoanimado, porque Jack Ryan não é ne­cessariamente um personagem precon­cebido. Ele não é de um dos livros, étotalmente novo, estamos imaginandoo que aconteceu com esse personagemantes de qualquer um desses romancesserem escritos. Mas eu concordo comvocê que é um desafio. Mesmo assim,é claro, venho de um mundo clássico etenho gosto em adaptar livros.Você dirigiu um longa sobre Hamlet. Háplanos de levar esse projeto para a TV?Não. acho que é interessante, mas atelevisão teve um boom de shakespea­re acontecendo neste ano para nós[britânicos]. Eu acho que shakespeareé uma ótima maneira de explorar osmeios de comunicação. o que sei éque eu gosto de estar em todos essesmeios. Recentemente, voltei de umapeça, para a qual vou retornar no anoque vem. gosto de variar de mídiapara mídia e espero continuar fazendoisso em todos os tipos de projetos emque eu trabalho, originais e adaptações.como foi a experiência de sercondecorado pela rainha?Fui agraciado com o título de cavalei­ro. Na Inglaterra, isso significa queas pessoas podem me chamar de sir.Bem, eu não acho que alguém vai terque me chamar de sir, mas é muitobom que no Jubileu de Diamante daRainha – e ela está no trono minhavida inteira –, no seu aniversário, elareconhece milhares de pessoas quefazem todos os tipos de coisas, não sóem filmes ou televisão, mas todos os ti­pos de coisas pela comunidade. É umagrande honra ser reconhecido pelascoisas que fiz, e todas as pessoas quetrabalharam comigo. Do meu pontode vista, é uma grande honra, mas nãoespero que alguém me chame de sir.

crimes. E é um detetive bom, mas temuma vida pessoal muito complicada.a história é o tipo de equilíbrio entreas lutas que ele tem em sua própriavida e como elas são refletidas nos seusproblemas com esses crimes.depois de todo esse tempo fazendocinema, como é se dedicar para umprojeto de televisão?gosto do fato de que é mais longe[risos], nós fizemos muito rápido, aprogramação era rápida, o que é um de­safio também, porque você tem de tercerteza que a qualidade do trabalho estáalta. Eu gosto do fato de que você podealcançar um grande público em umano. Às vezes, você realiza um filme epassa três anos fazendo, e apenas algu­mas poucas pessoas o veem no cinema.tudo acaba muito rápido. Você temuma triagem, uma noite na televisãoBBC no Reino Unido e um monte depessoas está ligada na televisão. a tV,às vezes, pode ser mais ambiciosa, por­que precisa daquele período de tempo etem que construir uma audiência.Após dirigir Thor, você tem outrosprojetos da marvel?Não, não neste momento. Thor 2 seráfeito, mas não vou trabalhar nele. tenhoum relacionamento muito bom coma família Marvel, adorei assistir a OsVingadores, fiquei emocionado ao ver oquanto o universo thor foi transmitidopara o filme. Mas meu próximo projeto éum filme chamado Jack Ryan, que contacom o personagem dos livros de tomClancy e mostra o início de sua carreiracomo analista da CIa. É um suspensecom um ritmo muito contemporâneo.

por raquel Temistocles

WALLAnderi dia 24, sexta,22h, BBC hd, 531

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CartãoCartãoVermelhoVermelho

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por José Roberto Torero

Roteirista conta como foitransformar um juiz, a figura maisodiada de uma partida de futebol,em protagonista de (fdp), novaprodução nacional da HBO

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Sonho – Eucir deSouza vive Juarez

Gomes da Silva,um árbitro que tem

como objetivo apitaruma final da Copa

Libertadores e precisaenfrentar as pressões

da vida fora dogramado e de todos ostipos que transitam no

universo do futebol

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E(fdp) i dia 26,

domingo, 22h, hBo,71 e 571 (hd)

Como surgiu a ideia de fazer um seriado tendocomo protagonista um juiz de futebol?o argumento nasceu porque o meu personaltrainer era um juiz de futebol. ele começou ame contar as histórias dos bastidores e eupensei: puxa, isso é mais interessante doque as mesas-redondas da televisão.Como foi lidar com o tabu de que éimpossível retratar uma partida defutebol em uma ficção?o grande desafio da série era: se as cenas defutebol não passassem a sensação da realidadedo que acontece nos gramados, nunca ninguém iriaacreditar no personagem principal, o árbitro. Criamos umalinguagem visual, onde usamos as câmeras de transmissão, queimitam o posicionamento que as pessoas estão acostumadasa assistir semanalmente. Somamos isso com câmeras deteledramaturgia, com imagens de dentro do campo e com aimagem do árbitro, e precisamos somar tudo isso com as reações

Eis quE um bElo dia batEm na porta dE casa E pErguntam: “VocÊ quErfazer o roteiro de uma série sobre um juiz de futebol?” nem pestanejei e respondi: “não”.depois, expliquei: “ninguém gosta de árbitros. Eles não disputam jogos, não vencem nemperdem. quem quer saber da vida deles?” mas o pessoal da pródigo, a produtora da série, ar-

gumentou que essa era a graça, que não existia ainda uma série sobreos apitadores, que eles já tinham feito uma pesquisa sobre o assuntoe parecia ser promissor. acabei lhes dando razão. Era uma formarealmente inédita de abordar o futebol. Fala-se muito em atacantes,

um bom tanto sobre goleiros, bastante em meio-campistas e um pouco sobre zagueiros, masos árbitros, coitados, são sempre esquecidos. não sabemos se eles têm outro emprego, sequeriam ser jogadores de futebol, se suas esposas são neurologistas ou dançarinas de axé, oumesmo o que fazem no vestiário, no intervalo do jogo. para o público, o juiz é só um sujei-

to que existe apenas 90 minutos por semana. mas e nos outros9.990? Ele faz ginástica? Joga videogame? sai com jogadores paraas baladas? topei o trabalho e chamei marcus aurelius pimentapara escrever a série comigo. Já fizemos muitos livros e roteirosjuntos, e ele gosta de futebol tanto quanto eu. depois vieram

as reuniões para afinarmos o projeto. definimos, por exemplo, que a série não deveriaser apenas para “homens-que-gostam-de-futebol”, mas para um público mais amplo, poismostraria questões comuns a todos nós, como amor, filhos, brigas em família, guerras porpoder etc. neste começo, foi importante uma longa conversa que tivemos comum árbitro de verdade, o que nos ajudou a entender o universo desses misterio-sos sujeitos que usam uniformes pretos (hoje também amarelos, azuis e lilases).

“As cenAs de futebol precisAvAM pArecer reAis”Adriano Civita, criador de argumento e diretor-geral de (fdp), comenta as dificuldades de filmar uma partida de futebol na ficção

Como surgiu a ideia de fazer um seriado tendo

do que acontece nos gramados, nunca ninguém iria

dos torcedores, filmados em partidas reais. Por fim,ainda tivemos um grande trabalho na edição de

áudio, para modular todos os sons que surgemem um estádio. depois disso, tenho uma certeza:nunca o futebol foi filmado com a perfeiçãocom a qual conseguimos fazer.Houve algo do roteiro que não foi possívellevar para os episódios?

não. Pois quando iniciamos as filmagenstínhamos trabalhado o roteiro, depois de várias

reuniões e discussões. o que aconteceu é quehavia coisas que não estavam no roteiro e nós

sentimos falta. Como os apresentadores e narradoresde televisão – profissionais da TV Bandeirantes –, pois eles

ajudavam na credibilidade da transmissão de futebol.Os fãs de futebol vão identificar o personagem da sériecom algum árbitro real?não, de forma alguma. o juiz [da série] é um personagemcompletamente ficcional.

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pressão real – Na série, não poderiafaltar a tradicional cena do árbitro e seusauxiliares saindo do gramado com a ajudade um grande número de policiais

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o passo seguinte seria desenhar os per-sonagens. o primeiro, é claro, tinha queser Juarez, o protagonista de (fdp). que-ríamos um sujeito um tanto normal, paragerar empatia com o público. E era impor-tante que fosse pretensamente honesto.nada de juiz ladrão, pelo menos, não ex-plicitamente. achamos que também seriainteressante se ele estivesse passando poruma crise. assim ele começa separado daesposa, mas querendo voltar.

a figura do amigo seria importantepara ele ter com quem dividir angústiase aventuras. o bandeirinha carvalhosaseria um amigo fiel e mulherengo, umgrosseirão daqueles que falam o quevem à cabeça. seu lema:“quem mandaem mim é meu id”. se um dos assisten-tes é o amigo, o outro seria... a namo-rada. criamos Vitória para falarmosdeste recente fenômeno de mulheresarbitrando jogos. E teríamos uma dis-puta interessante com a esposa.

inimigos são fundamentais nas his-tórias, e inventamos dois: um para omundo do futebol e um para o mundoamoroso. no primeiro caso, um juiz ri-val, que também sonha em apitar a finalda copa libertadores. no segundo, opróprio advogado da esposa no divórcio(para enfrentar um juiz, nada melhor,ou pior, que um advogado).

uma mãe era imprescindível. afinal,elas é que são xingadas. mas nada develhinha fazendo crochê. optamos poruma sexagenária moderna, ativa, quegosta de sexo e até tem um namorado.

um chefe é sempre fundamental,ainda mais no mundo dos árbitros, emque a comissão de arbitragem decidequem sobe ou desce na carreira. ca-ponero é o nosso capo di tutti capi, umespertalhão de carteirinha.

XingAr foiprecisoErrar pode ser humano, mas paraos fanáticos algumas falhas doapito nunca serão esquecidas

ArMAndo MArques >> opolêmico árbitro, além de coleçãode erros em decisões, tinhaproblemas com a matemática.na final do Paulista de 1973, errou

na simples contagem dos pênaltis nadisputa entre Santos e Portuguesa.

JAvier cAstrilli >> oargentino ficou conhecido pormarcar dois pênaltis inexistentespara o Corinthians, um deles nofinal da partida, na semifinal

do Campeonato Paulista de 1998. avítima foi a Portuguesa.

edilson pereirA decArvAlho >> muitos dos seuserros no Brasileirão de 2005 foramexplicados quando se descobriuque o árbitro (foto) manipulava

resultados para beneficiar grupo quebancava um esquema de apostas.

guillerMo velásquez>> depois de expulsar Peléem uma partida amistosa naColômbia, o árbitro foi retiradode campo por pressão dos

torcedores, que foram lá para ver oRei e não o homem de preto.

José roberto Wright>> os torcedores do atlético-mgnão esquecem o ex-juiz. numapartida da libertadores de 1981,ele expulsou vários jogadores do

galo ainda no primeiro tempo, o queacabou beneficiando o Flamengo.

Márcio rezende defreitAs >> o mineiro “decidiu”duas vezes o Brasileirão. em 1995,anulou um gol do Santos na finale ajudou o Botafogo. dez anos

depois, não marcou um pênalti para ointer em um jogo contra o Corinthians.

É bom destacar que foi permitido quefalássemos sobre qualquer assunto. as-sim pudemos tocar em temas delicados,como a homossexualidade no futebol, odoping (você sabia que o juiz não precisafazer exame antidoping?) e o uso de equi-pamentos eletrônicos. satirizamos as me-sas-redondas e chegamos a assuntos maisuniversais, como vaidade e honestidade.

também fizemos uma sequência emque o nosso herói apita um daquelesjogos de modelos seminuas, só para agente visitar o set de gravações. mas de-mos azar e não pudemos ir no dia.

quanto à estrutura, tentamos fazeros episódios independentes, mas compontes. isso quer dizer que, ao mesmotempo em que é uma novela, com umcapítulo saindo do anterior e preparan-do o seguinte, os programas tambémpodem ser vistos isoladamente, poistêm histórias que começam e acabamno mesmo episódio.

outra coisa a se notar é que todos oscapítulos começam com um sonho ouum pensamento maluco de Juarez, in-troduzindo o tema do programa. assim,nestas cenas iniciais podemos vê-lo tan-to sendo crucificado nas traves de umcampo ou mamando no colo da mãe.

E em todos os episódios (menos emum) ele termina sendo chamado def.d.p. mas é sempre um f.d.p. diferente,em tons que podem ir da raiva à paixão,passando pela admiração e pelo tesão.

até agora só vi umas poucas cenasdo programa. imagino que deve terficado bom. se eu estiver enganado,podem me chamar de f.d.p.

É bom destacar que foi permitido que

como a homossexualidade no futebol, odoping (você sabia que o juiz não precisafazer exame antidoping?) e o uso de equi-pamentos eletrônicos. satirizamos as me-sas-redondas e chegamos a assuntos mais

capítulo saindo do anterior e preparan-do o seguinte, os programas tambémpodem ser vistos isoladamente, poistêm histórias que começam e acabam

um pensamento maluco de Juarez, in-troduzindo o tema do programa. assim,nestas cenas iniciais podemos vê-lo tan-to sendo crucificado nas traves de um

f.d.p. mas é sempre um f.d.p. diferente,em tons que podem ir da raiva à paixão,

até agora só vi umas poucas cenasdo programa. imagino que deve ter

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