prociv # 45 (dezembro 2011)

8
PUBLICAÇÃO MENSAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL / N.º45 / DEZEMBRO 2011 / ISSN 1646–9542 45 Colaborar. Partilhar. Desenvolver A proteção civil é hoje uma área onde a cooperação internacional se tem revelado indispensável, quer no que concerne à prevenção de riscos e redução dos efeitos de desastres naturais, quer no socorro e resposta a catástrofes que, pela sua dimensão, ultrapassam as capacidades de intervenção dos países atingidos. Portugal, através da ANPC, desde há muito que desenvolve parcerias além-fronteiras, designadamente no quadro do Mecanismo Comunitário de Protecção Civil, tendo participado ativamente em diversos cenários de catástrofe. A cooperação internacional tem-se traduzido, também, na celebração de acordos bilaterais, envolvendo ações diversas como o intercâmbio de peritos, a formação conjunta, a realização de encontros de natureza técnico-científica ou a regulação de procedimentos de assistência mútua. No que se refere à colaboração com os PALOP salientam-se os laços especiais que decorrem de um passado comum. É neste contexto que se compreende a parceria portuguesa no desenvolvimento dos serviços de proteção civil daqueles países, parceria essa que recentemente conheceu um novo incremento com várias missões a decorrer em simultâneo. O sucesso desta cooperação tem sido uma constante, tanto no que respeita à melhoria e desenvolvimento das áreas visadas e competências adquiridas, como na diversidade e riqueza das experiências partilhadas. Porque esta edição do PROCIV chega no mês de dezembro, aproveito para endereçar a todos os Agentes de Proteção Civil o mais profundo apreço pelo trabalho desenvolvido e melhores votos de Boas Festas. Arnaldo Cruz ................................................................. EDITORIAL Distribuição gratuita Para receber o boletim PROCIV em formato digital inscreva-se em: Dezembro de 2011 www.prociv.pt ....................... ................................................................ Este Boletim é redigido ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. ANPC reforça laços de cooperação com países de expressão portuguesa DIVULGAÇÃO - PÁG. 2 | NOTÍCIAS - PÁG 3 | TEMA - PÁG. 4 - 7 | AGENDA - PÁG. 8

Upload: autoridade-nacional-de-proteccao-civil-nscp

Post on 16-Mar-2016

214 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Já está disponível para consulta o PROCIV # 45 (dezembro de 2011) que nesta edição destaca as várias missões de cooperação técnica da ANPC, realizadas entre setembro e dezembro de 2011 nos PALOP.

TRANSCRIPT

Page 1: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

P U BL IC AÇ ÃO M E N SA L DA AU T OR I DA DE N AC IO N A L DE P RO T E C Ç ÃO C I V I L / N .º45 / DE Z E M BRO 2 01 1 / I SS N 164 6 – 95 4 2

45 Colaborar. Partilhar. Desenvolver A proteção civil é hoje uma área onde a cooperação internacional se tem revelado indispensável, quer no que concerne à prevenção de riscos e redução dos efeitos de desastres naturais, quer no socorro e resposta a catástrofes que, pela sua dimensão, ultrapassam as capacidades de intervenção dos países atingidos. Portugal, através da ANPC, desde há muito que desenvolve parcerias além-fronteiras, designadamente no quadro do Mecanismo Comunitário de Protecção Civil, tendo participado ativamente em diversos cenários de catástrofe. A cooperação internacional tem-se traduzido, também, na celebração de acordos bilaterais, envolvendo ações diversas como o intercâmbio de peritos, a formação conjunta, a realização de encontros de natureza técnico-científica ou a regulação de procedimentos de assistência mútua. No que se refere à colaboração com os PALOP salientam-se os laços especiais que decorrem de um passado comum. É neste contexto que se compreende a parceria portuguesa no desenvolvimento dos serviços de proteção civil daqueles países, parceria essa que recentemente conheceu um novo incremento com várias missões a decorrer em simultâneo. O sucesso desta cooperação tem sido uma constante, tanto no que respeita à melhoria e desenvolvimento das áreas visadas e competências adquiridas, como na diversidade e riqueza das experiências partilhadas. Porque esta edição do PROCIV chega no mês de dezembro, aproveito para endereçar a todos os Agentes de Proteção Civil o mais profundo apreço pelo trabalho desenvolvido e melhores votos de Boas Festas. Arnaldo Cruz

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .E DI T OR I A L

Distribuição gratuitaPara receber o boletim

P RO C I V em formato digital inscreva-se em:

Dezembro de 2011

www.prociv.pt

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Este Boletim é redigido ao abrigo do Acordo

Ortográfico da Língua Portuguesa.

ANPC reforça laços de cooperação com países de expressão portuguesaDIVULGAÇÃO - PÁG. 2 | NOTÍCIAS - PÁG 3 | TEMA - PÁG. 4 - 7 | AGENDA - PÁG. 8

Page 2: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

D I V U L G A Ç Ã O

P. 2 . P R O C I V

Número 45, dezembro de 2011

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Metade da área ardida comparativamente a 2010. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Redução de meios humanos e materiais não comprometeu desempenho do Dispositivo

Realizou-se, no passado dia 15 de novembro, no Insti-tuto Superior Técnico, em Lisboa, a sessão pública

de avaliação do Dispositivo Especial de Combate a Incên-dios Florestais (DECIF'2011). O encontro foi presidido pelo Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e pela Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordena-mento do Território, Assunção Cristas, tendo contado com a presença dos representantes de todas as entidades que assumem um determinante papel na prossecução dos ob-jetivos daquele Dispositivo. As fases mais vulneráveis do DECIF'2011 foram, este ano, caracterizadas por uma grande instabilidade me-teorológica. O mês de julho foi marcado por vento forte e valores médios da temperatura inferiores aos normais, seguindo-se quase dois meses em que se registou uma grande variabilidade na temperatura e ocorrência de precipitação. A partir do final de setembro e durante praticamen-te todo o mês de outubro, uma situação persistente de valores de temperatura muito acima do normal (+5ºC em mé-dia), associada a valores muito baixos de humidade relativa do ar, contribuiu para a propagação e severidade dos incêndios. Ainda assim foi possível diminuir em 47% a área ardida em relação a 2010, e em 52% relativamente à média dos úl-timos 10 anos. Registou-se também uma redução no núme-ro de grandes incêndios (100 ou mais hectares): de 179 para 11 2. Esta diminuição, que este ano originou 53% da área ardida total, contrasta com os 76% de 2010. O DECIF 2011 apresentou uma resposta muito eficaz, em linha aliás com a tendência de excelência que já vinha de-

monstrando desde anos anteriores. Houve uma evidente melhoria em alguns indicadores essenciais, como o tempo médio de saída do primeiro meio após o alerta, que desceu de 3 minutos para 2'51' ', assim como do tempo médio de chegada do primeiro meio ao incêndio, que desceu de 1 4 m i nutos para 11'36' '. Algumas ações muito localizadas mostraram-se igual-mente eficazes, como o Plano de Operações Nacional para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, que preconizou a pre-sença de forças em permanência, contribuindo desta for-ma para uma diminuição significativa do número de ocor-rências e área ardida (de 27 ocorrências e 3905 hectares em 2010, para 4 ocorrências e 0,5 hectares em 2011). Outras medidas, como o treino operacional das Forças Armadas na proximidade de áreas de especial valor, contribuiram

de forma expressiva para a redução do número de ocorrências naquelas áreas. Ainda este ano, fruto da organização em agrupamentos de forças, agregando distritos adjacentes e com características semelhantes, foi possível atingir níveis de eficiência no reforço dos teatros de

operações, tendo sido mobilizados desde 15 de Maio (iní-cio da Fase Bravo do DECIF) até 31 de Outubro, 21 49 meios humanos. Apesar do problema dos incêndios florestais em Portugal continental não estar resolvido, os agentes que o integram permitiram, pelo seu empenho, a obtenção de resultados positivos. A defesa da floresta contra incêndios é um im-perativo colectivo, que a todos envolve, na protecção de um importante espaço na criação de valor e preservação do ambiente.

Sessão de avaliação

do DECIF ' 201 1

Continua a verificar-se uma forte pressão sobre o Dispositivo em função do

elevado número diário e consecutivo de ignições

Page 3: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

D I V U L G A Ç Ã O

P R O C I V . P.3Número 45, dezembro de 2011

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

© Cruz Vermelha

Preparação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Testada capacidade de resposta e articulação institucional em mais dois exercícios

A ANPC preparou e conduziu, no passado dia 17 de no-vembro, o exercício "PROCIV V/2011", que teve como

objetivo testar e exercitar os procedimentos de coordena-ção institucional e de funcionamento geral associados ao Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), no âmbito do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS). Esta ação visou sensibilizar as várias entidades que integram aquele Centro para os seus moldes de funcionamento, bem como praticar procedimentos de coordenação institucional de nível nacional face a uma si-tuação de emergência. Para este exercício foi simulada uma situação em que se verificaram condições meteorológicas muito desfavorá-veis que afetaram toda a zona Norte e Centro do país, em especial as regiões do interior, com queda de neve intensa acima da cota dos 500 metros e ventos fortes que levaram ao isolamento de vários núcleos habitacionais, inúmeros problemas rodoviários e rutura de serviços críticos como comunicações, eletricidade e água. As estruturas munici-pais e distritais atingiram o limite das suas capacidades de resposta, pelo que foi decidido acionar o nível nacional. O CCON foi, assim, acionado à ordem do Presidente da ANPC reunindo às 13h00 daquele dia. Este exercício contou com o envolvimento de 32 entida-des externas, para além da ANPC, que coordenou, "jogan-do" como se de uma situação real se tratasse e procedendo às ações necessárias para a sua resolução. Já no dia 30 de novembro teve lugar, nos distritos de Portalegre e Santarém, o exercício ‘PROCIV V I/2011’, com a finalidade de testar a resposta do SIOPS a uma situação de sismo na Área Metropolitana de Lisboa e concelhos limítrofes, designadamente o Esquema de Sus-tentação Operacional previsto no Plano Especial de Emer-gência para o Risco Sísmico desta região.

Contando com o envolvimento dos municípios de Bena-vente, Cartaxo, Salvaterra de Magos, Ponte de Sor, Gavião e Alter do Chão, e dos Agentes de Proteção Civil relevantes para o cenário previsto, este exercício permitiu testar os procedimentos de transferência das funções de Comando e Controlo para aqueles Distritos, a articulação operacional entre os escalões distrital e municipal, assim como a arqui-tetura dos sistemas de comunicações e apoio à decisão.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Page 4: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

T E M A

Número 45, dezembro de 2011

P. 4 . P R O C I V

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Os sistemas de protecção civil dos países africanos de língua portuguesa (PALOP) foram parcialmente ins-pirados no sistema português. Divergindo quanto ao grau de desenvolvimento, há algo que partilham: o re-conhecimento de que Portugal é um parceiro a ter em conta, em virtude da sua experiência, da partilha do mesmo idioma e de laços históricos e afetivos sólidos.

Desde setembro passado, diversos técnicos e elementos da ANPC e da Escola Nacional de Bombeiros (ENB)

têm vindo a integrar missões de assistência técnica nos pa-íses africanos de língua oficial portuguesa, quer ao abrigo de um projeto de cooperação protocolado entre os países beneficiários e o Estado português, através da Direcção-Geral da Administração Interna e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, quer através da União Eu-ropeia (UE). Sete ações de formação e uma intervenção para assessoria técnica foram deste modo concretizados junto dos serviços de proteção civil de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique.

Angola: desenvolvimento em alta velocidade

Em Angola, foram ministradas cinco ações de formação: Gestão da Emergência, Assessoria na Componente dos Riscos Associados ao Transporte de Matérias Perigosas, Sistemas de Informação Geográfica, Comunicação com o Público e com os Media em Situação de Emergência, Ges-tão Internacional de Catástrofes e Curso Geral de Prote-ção Civil. Estas ações foram realizadas na sede do Serviço Nacional Protecção Civil e Bombeiros, localizado no centro de Luanda, na Escola Nacional de Bombeiros e em quartéis de bombeiros distribuídos pela província de Luanda.

Todas estas ações procuraram transmitir conhecimentos através de métodos expositivos e práticos, tendo sido dado enfoque especial à experiência portuguesa e discutida eventuais adaptações destas experiências ao sistema ango-lano. Estas sessões contaram com a participação interessa-da e assídua de técnicos e elementos de comando de todas as provincias angolanas. Para além da formação em sala, foram também proporcio-nadas visitas a instalações várias do Ministério do Interior e participação no lançamento público de iniciativas como é disso exemplo o projeto "Praias Seguras de Angola". O balanço destas missões foi bastante positivo. De uma forma geral, os formandos corresponderam ao que lhes foi sendo solicitado, criando um bom ambiente formativo. Por outro lado, aos formadores nacionais foi dada a possibilida-de de adquirirem conhecimentos sobre outras realidades, através das experiências relatadas pelos seus colegas africa-nos, que os confrontaram com problemas diferentes dos ha- bituais.

© egeos

Cooperação internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

ANPC presente no desenvolvimento dos serviços de proteção civil dos PALOP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Sessão de encerramento

do curso "comunicação

em situações de

emergências", orientado

pela ANPC, em Luanda.

Page 5: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

T E M A

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P R O C I V . P.5

Número 45, dezembro de 2011

Coincidindo com estas ações, realizou-se igualmente em Luanda, o II Fórum de Ministros do Interior e da Adminis-tração Interna da Comunidade de Países de Língua Portu-guesa (CPLP). Este evento, que teve a sua primeira edição em 2008, em Lisboa, teve como mote "Reforçar o dinamis-mo e o prestígio da CPLP, aumentando os níveis de preven-ção e de combate às ameaças comuns à segurança e tran-quilidade públicas dos cidadãos no espaço lusófono”. O encontro, presidido pelo ministro angolano do Interior, Sebastião Martins, teve início com uma intervenção de en-quadramento do Ministro da Administração Interna de Portugal, Miguel Macedo, durante a qual foi efetuada uma análise detalhada da excelência dos trabalhos que, desde 2008 até à atualidade, têm sido desenvolvidos no plano multilateral entre os Estados desta Comunidade Lusófona. Do balanço das iniciativas que têm vindo a ser realizadas, mas também da apresentação das conclusões das reuniões setoriais que antecederam o II Fórum Ministerial e bem assim da reflexão levada a cabo pelos Ministros presentes, respeitante às principais ameaças e desafios que se colocam à segurança e tranquilidade pública dos Estados da CPLP, resultaram, entre outros, no compromisso assumido pelos

governantes presentes com vista à criação de uma Plata-forma dos Países de Expressão Portuguesa em matéria de Redução de Riscos e Desastres Naturais.

Cabo Verde: cooperação cumpre 12 anos

A ligação entre Portugal e Cabo-Verde no domínio da pro-ção civil está enquadrada através de Protocolo de Coope-ração outorgado em 1998. Desde então, diversas ações de assistência técnica têm vindo a ser concretizadas por ele-mentos da Proteção Civil portuguesa naquele país. Desta feita, realizou-se na Cidade da Praia, entre os dias 7 e 13 de novembro, uma missão de assessoria para o plane-amento e condução de um exercício de proteção civil, com o objetivo principal de apoiar as autoridades daquele país no desenvolvimento das várias etapas necessárias à con-cretização deste tipo de eventos. Esta ação culminou com a realização do exercício de tipoLIVEX denominado “VÁRZEA 11”, com um cenário de ocor-rência de um grave acidente rodoviário na Cidade da Praia, e o envolvimento de várias viaturas operacionais e mais de 70 elementos oriundos de diversas organizações cabo-verdianas, tais como o Serviço Nacional de Protecção Civil, a Polícia Nacional, a Cruz Vermelha, os Bombeiros Muni-cipais da Praia e a Direcção-Geral dos Transportes Rodo-viários. Participaram nas operações de desencarceramen-to, emergência pré-hospitalar e comando e controlo os 19 formandos do Curso de Formação de Formadores, oriundos das diferentes ilhas de Cabo Verde, supervisionados pelos

Formadores da ANPC

e da ENB, Nuno Mondril

Rui Natário e Flora

Ludovina, com o

Comandante Nacional

do SNPCB de Angola,

António Vicente Gimbe.

Esquerda:

Miguel Macedo na

apresentação do projeto

"Praias Seguras de

Angola".

Direita superior:

Missão de assistência

técnica ao SNPC de

Cabo-Verde, conduzida

por Patrícia Gaspar, da

ANPC.

Direita inferior:

Exercício "Várzea'11"

realizado na Cidade da

Praia, com o apoio

da ANPC.

Page 6: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

T E M A

P.6 . P R O C I VNúmero 45, dezembro de 2011

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

© Ana Livramento

dois formadores da Escola Nacional de Bombeiros que se encontravam no arquipélago a ministrar aquela ação de formação.

Guiné-Bissau: motivação para a aprendizagem

Na Guiné-Bissau, dois elementos da Força Especial de Bom-beiros "Canarinhos" da ANPC, prepararam e conduziram um curso de formação pedagógica de formadores bombei-ros. Este processo, que teve início no final do ano passado, deve-se à inexistência de formação neste domínio desde praticamente o final do período colonial. Assim, em 2010, os bombeiros da Guiné-Bissau tiveram a sua primeira for-mação, ministrada por dois formadores da ENB, que veio a revelar-se de extrema importância, sendo reconhecida-mente necessário dar-lhe seguimento. Esta segunda fase teve lugar nas instalações dos Bombei-ros Humanitários de Bissau, com a participação de 56 dos aproximadamente 100 elementos que compõe os quadros de pessoal daquele serviço. O objetivo principal da ação agora ministrada recaiu na formação inicial de bombeiros, à semelhança do modelo pedagógico definido para os bombeiros portugueses. A vontade de aprendizagem associada à motivação e inte-resse foram suficientes para ultrapassar algumas dificul-dades, designadamente a escassez generalizada de equipa-mentos operacionais. Das necessidades formativas reveladas, destacam-se os domínios da organização dos Bombeiros, técnicas de socor-rismo, combate a incêndios urbanos e industriais, e tam-

bém a organização dos recursos operacionais existentes, que, em virtude de terem sido doados por diferentes países, possuem especificações próprias e em grande parte incom-patíveis. No final da formação foi efetuado um simulacro de um acidente de viação. Este exercício teve como objetivo praticar as temáticas abordadas na componente teórica e dar a conhecer a vertente operacional dos bombeiros à popula- ção guineense e às várias entidades presentes.

São Tomé e Príncipe: potencial de desenvolvimento

A cooperação entre Portugal e São Tomé e Príncipe no do-mínio da proteção civil tem sido pontuada por apoios cir-cunstanciais, geralmente envolvendo iniciativas diretas entre corporações de bombeiros de ambos os países. Estes apoios têm envolvido a oferta de meios, nomeadamente ve-ículos operacionais, e o acolhimento de bombeiros daquele país em ações realizadas em Portugal. A ação de formação que agora se realizou em São Tomé e Príncipe foi orientado por dois elementos da ENB e teve lugar nas instalações do Quartel dos Bombeiros Principal. Com a duração de um mês, participaram 40 formandos, di-vididos em dois grupos de 20 elementos cada, de forma a capacitar os bombeiros com uma primeira formação para recrutas e uma segunda para bombeiros já formados. De uma maneira geral os objetivos foram cumpridos. Os formandos mostraram-se bastante motivados e interessa-dos, o que facilitou e atenuou a falta de equipamentos dis-poníveis naquele país.

Luis Tavares, da Força

Especial de Bombeiros,

em atividade formativa

em Bissau

Page 7: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

T E M A

P R O C I V . P.7Número 45, dezembro de 2011

Moçambique: Reestruturação em curso

Em julho de 2010 foi assinado um Acordo de Delegação en-tre a Comissão Europeia (CE) e o IPAD para implementação de um projeto de apoio ao desenvolvimento institucional do Ministério do Interior (MINT) de Moçambique. Este projeto, co-financiado pela CE, por Portugal e pelo governo moçambicano, inscreve-se no Programa Indicativo Nacio-nal da Comissão Europeia para aquele país e tem identifi-cadas como áreas prioritárias a reestruturação funcional e organizacional deste Ministério. Neste quadro, as forças e serviços do Ministério da Ad-ministração Interna de Portugal foram convidados a pres-tar assessorias técnicas e ministrar ações de formação nas suas áreas de competência. À ANPC coube assegurar duas assessorias técnicas ao Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) de Moçambique, um organismo criado em 2009 que sucede

ao extinto Serviço Nacional de Bombeiros, e cujas respon- sabilidades recaiem sobre a prevenção de riscos, o combate a incêndios, o socorro e salvamento de pessoas e bens em caso de acidente e calamidades, a realização de actividades inspetivas, fiscalizadoras, coordenadoras e reguladoras em matéria de salvação pública e, por último, o fomento do es-pírito de voluntariado com vista à participação das popu-lações na prevenção e segurança coletivas. Estas duas assessorias foram realizadas entre 12 de outu-bro e 11 de novembro e envolveram intervenções nos domí-nios dos recursos humanos, formação, gestão da informa-ção e de ocorrências, entre outras. Para a sua concretização, foi indispensável o apoio permanente de toda a equipa diri-gente do SENSAP e a disponibilidade da equipa técnica do IPAD, fundamental na integração dos elementos da ANPC. Esta foi a primeira de outras fases de um trabalho conjunto a desenvolver, que reforçará a cooperação entre ambos os países.

Esquerda:

Reunião de coordenação

na Embaixada de

Portugal em Maputo.

Luis Tavares e Luis

Pereira, da Força

Especial de Bombeiros,

em atividade formativa

em Bissau

© Paulo Santos

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Direita superior:

Reunião com o Diretor

dos R H do SENSAP,

Valdemiro Rafael.

Paulo Caldas, Andreia

Glória e José Franco,

da equipa técnica

do IPAD.

Page 8: PROCIV # 45 (dezembro 2011)

Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Arnaldo Cruz Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo Fotos: ANPC Design – Barbara Alves Impressão – Europress Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646– 9542

Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte.

Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva nº 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 [email protected] www.prociv.pt

A G E N D A

P. 8 . P R O C I V

P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L

Número 45, dezembro de 2011

Projecto co-financiado por:

1 de dezembroATIVAÇÃO DO PLANO DE

OPERAÇÕES NACIONAL DA

SERRA DA ESTRELA (PONSE)

A Serra da Estrela, pelas suas

características próprias, assume-

se como um dos pontos turísticos

de Portugal continental de maior

relevo, atraindo todos os anos,

principalmente durante o Inverno,

milhares de turistas. Este af luxo de

visitantes origina, com frequência,

situações problemáticas no âmbito

da protecção e socorro. O PONSE

assume-se como um instrumento

proativo de gestão operacional

conjunta e plurianual, que permite

planear, organizar e coordenar um

dispositivo composto por meios

humanos e equipamentos capazes

de responder com eficácia às

necessidades dos cidadãos.

13 de outubroDIA INTERNACIONAL PARA

A REDUÇÃO DE CATÁSTROFES

Esta efeméride, instituida pela

Assembleia Geral da ONU, visa

chamar a atenção da comunidade

internacional e das autoridades

locais para a necessidade de adoção

de políticas para a prevenção

e redução de danos, humanos e

materiais, diretamente causados

pela ocorrência de fenómenos

naturais. A ANPC, através dos

Comandos Distritais de Operações

de Socorro, promoverá a nível

nacional diversas atividades junto

das escolas.

1 4 de dezembroREUNIÃO DA COMISSÃO NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVILEsta primeira reunião ordinária da Comissão Nacional de Protecção Civil Ordinária no XIX Governo Constitucional terá como principais pontos de agenda a apreciação e aprovação de planos de emergência municipais e planos de emergência externos (SEVESO).Será ainda feito um ponto de situação sobre a revisão do Plano Nacional de Emergência e será dada nota aos participantes acerca da criação da Plataforma dos Países de Expressão Portuguesa em Matéria de Risco de Desastres.

7 de dezembroREUNIÃO DO CONSELHO NACIONAL DE BOMBEIROSEsta reunião visa apreciar e submeter a parecer os projectos de alteração ao Despacho n.º 21722/2008, de 20 de Agosto publicado no Diário da República, 2.º série — nº 160 de 20 de agosto de 2008 – “Regulamento dos Cursos de Formação, Ingresso e Promoção do Bombeiro, e ao Despacho n.º 9915/2008, de 4 de abril publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 67 de 4 de Abril de 2008 – “Regulamento das Carreiras de Oficial Bombeiro e de Bombeiro Voluntário”.