processos industriais

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ANOTAÇÕES DE AULAS PROF. PEDRO NORBERTO

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  • ANOTAES DE AULAS

    PROF. PEDRO NORBERTO

  • Introduo

    Este estudo visa a boa compreenso na rea de processos de produo em industrias e no meio onde o homem esta inserido.

    Neste assunto colocaremos em pauta todos os aspectos do meio ambiente, sua formao, sua subsistncia, sua degradao devido a ao antrpica, ou seja, o que estamos fazendo para degradar e/ou recuperar este meio no qual vivemos.

    O processo industrial engloba todas as industrias que esto envolvidas de alguma forma, no atendimento do consumo e na demanda da populao, devido esta carncia as industrias trabalham a todo vapor para o atendimento destas necessidades e de alguma forma gera-se resduos que devero ser dispostos e gerenciados para minimizao de impactos ao meio ambiente.

    Veremos que esta tarefa no to simples como parece, h exigncias quanto disposio e tratamento de resduos, que muitas vezes as indstrias vem nesta a impossibilidade de se adequar.

    No processo produtivo h gerao de resduos liquido, gasoso e slido, o que fazer com estes resduos gerados? Existe uma preocupao quanto a esta gerao e a sua disposio? O que fazer?

    So perguntas que iremos responder a medida em que avanarmos com nossos estudos.

    Bem vindos ao Curso de Processos Industriais!!!

  • Introduo: Meio Ambiente e Poluio

    De maneira simples, define-se Meio Ambiente como tudo aquilo que nos cerca, englobando os elementos da natureza como a fauna, a flora, o ar, a gua, sem esquecer os seres humanos.

    O conceito de meio ambiente global e percebemos isso nas relaes de equilbrio entre os diversos elementos.

    Trata-se de uma rea de conhecimento que envolve diversas disciplinas e suas prticas exigem profissionais das reas de educao, tecnologia, administrao, engenharia, biologia, fsica, qumica, geologia, etc.

    Desde a Revoluo Industrial, o meio ambiente tem sido alterado intensamente pelas atividades humanas. Apesar da melhoria das condies de vida proporcionadas pela evoluo tecnolgica, observam-se diversos fatores negativos:

    exploso populacional concentrao crescente da ocupao urbana aumento do consumo com a utilizao em maior escala de matrias primas

    e insumos (gua, energia, materiais auxiliares de processos industriais) piora da qualidade de vida

    Em conseqncia do aumento das atividades urbanas e industriais, agravou-se a poluio, atingindo todos os elementos do meio ambiente.

    Assim, definimos poluio como: degradao da qualidade ambiental, resultante de atividades que direta ou indiretamente:

    prejudiquem a sade, a segurana e o bem estar da populao; criem condies adversas s atividades sociais e econmicas; afetem desfavoravelmente a Biota (Conjunto de seres vivos de um

    ecossistema); afetem as condies estticas ou sanitrias do meio ambiente; lancem matrias ou energia em desacordo com os padres

    ambientais estabelecidos.

    Esse conceito de poluio est presente na Lei 6938, de 31/08/81, que trata da Poltica Nacional de Meio Ambiente.

  • Quando a poluio de um recurso resulta em prejuzos sade do ser humano, dizemos que h contaminao.

    Isto ocorre como resultado de processos poluidores que lanam no ambiente substncias txicas que causam prejuzos aos organismos.

    1) Desequilbrios globais

    Muitos problemas ambientais do planeta foram provocados porque no foram consideradas as relaes que existem entre os elementos que compem o meio ambiente.

    Um distrbio no solo, num curso dgua ou no ar em um determinado local, pode afetar um outro local de maneira complexa e inesperada. Por exemplo:

    o desmatamento de florestas na ndia e no Nepal teve como conseqncia enchentes catastrficas em Bangladesh;

    a emisso de certas substncias qumicas na atmosfera por anos a fio destruiu parte da camada de oznio que protege a Terra;

    o uso de combustvel fssil prejudica florestas em todo o mundo e contribui para mudanas climticas em todo o globo terrestre.

    Alem disto, a degradao ambiental gera problemas polticos e econmicos num pas, influindo na qualidade de vida do seu povo.

    Entre os problemas ambientais globais que vm afligindo toda a humanidade podemos citar alguns exemplos:

    CHUVA CIDA

    A chuva cida provocada pelos xidos de nitrognio e enxofre, proveniente de processos industriais e da combusto nos motores, lanados na atmosfera. Esses xidos gasosos contaminam a gua da chuva. A acidez da atmosfera provoca problemas de sade, queima as plantas e deixa os lagos mais cidos, provocando a morte das plantas e dos animais aquticos. H hoje leis internacionais que obrigam as indstrias a usar filtros contra gases poluentes e os veculos atualmente so dotados de catalisadores. Manter o carro bem regulado ajuda a diminuir a poluio do ar.

    O mais grave da chuva cida, que tambm ataca prdios e monumentos, que ela no conhece fronteiras. Os poluentes produzidos em um local podem ser carregados pelos ventos centenas ou milhares de quilmetros de distncia.

  • Desta forma, passa a ser responsabilidade de todos adotar medidas que previnam ou reduzam as emisses destes poluentes na natureza. Alguns exemplos dessas medidas so:

    a substituio do petrleo por fontes de energia no poluentes (aquecimento solar, energia elica etc.);

    a reduo do teor de enxofre nos leos combustveis; medidas para diminuir o trfego em aglomeraes urbanas, tais como o

    incentivo ao uso do transporte pblico e a implantao de rodzio de veculos automotores.

    EFEITO ESTUFA

    A energia proveniente do Sol atravessa o espao e a atmosfera terrestre na forma de radiao. Em contato com a Terra, essa radiao transforma-se em calor, aquecendo a Terra e sua atmosfera fornecendo as condies necessrias manuteno da vida no planeta.

    A queima de petrleo e seus derivados e as queimadas das matas provocam uma grande concentrao de gs carbnico. Esse gs age na atmosfera de modo semelhante ao vidro em uma estufa de plantas: deixa passar a radiao solar e retm o calor, aumentando, gradativamente, a temperatura da Terra.

    A mudana de temperatura da Terra provoca alteraes climticas que afetam a agricultura e os ecossistemas. Nas reas costeiras, podem ocorrer inundaes. Pode tambm tornar ridas e desrticas terras hoje produtivas.

    Uma das maneiras de prevenir estes problemas promover reflorestamento de grandes reas, para aumentar a absoro do dixido de carbono(gs carbnico).

    Os efeitos dos gases poluentes so agravados quando ocorre o fenmeno da inverso trmica. sabido que o ar quente mais leve, menos denso, que o ar frio, e tende a subir, enquanto o ar frio tende a descer. Porm, condies climticas desfavorveis podem inverter esse movimento do ar. No inverno, principalmente, o ar no se aquece e no sobe, impedindo o movimento das correntes de ar verticais que ajudam a dissipar as fumaas e os gases poluentes.

    Assim, os gases poluentes ficam presos nas camadas mais baixas da atmosfera, causando muito desconforto para a populao, como irritao dos olhos, problemas respiratrios e intoxicao.

    DESTRUIO DA CAMADA DE OZNIO

  • O elemento oxignio, alm de fazer parte do oxignio(O2) no ar que respiramos, tambm se encontra na forma de O3, o oznio, que compe uma camada situada na alta atmosfera, entre 15 e 40 km de altitude.

    Essa camada tem a importante funo de proteger a Terra dos efeitos nocivos dos raios ultravioletas do Sol e que podem causar cncer de pele e outros danos s espcies vivas.

    Nos ltimos tempos, o mundo est alarmado por uma diminuio significativa das espessuras da camada de oznio. A esse efeito foi dado o nome de buraco na camada de oznio.

    Os cientistas atribuem o fato ao uso de CFCs, compostos de Cloro, Flor e Carbono, presentes em aerossis e sistemas de refrigerao. Estes, quando lanados no ar, reagem destruindo as molculas de oznio. A proibio do uso destes compostos tem sido adotada por diversos pases visando proteger a integridade dos sistemas ambientais globais.

    INVERSO TRMICA

    A inverso trmica, normalmente, um processo natural provocado pelo encontro de massas de ar com temperaturas, umidade e presso atmosfrica diferentes. Em situaes normais provoca a formao da neblina ou cerrao, podendo chegar at a formao de geada. Em lugares onde este fenmeno ocorre com maior freqncia, como a neblina em Londres, na Inglaterra, ns chamamos de fog; nos lugares onde o ser humano esteja poluindo muito o ar, ns denominamos de smog ( ). Esta situao ocorre com muito freqncia nos grandes centro urbanos, principalmente naqueles que so mais industrializados e com muito trfego de automveis. Inverso trmica, como o prprio nome indica, quando a temperatura do ar fica o contrrio da normal, isto , o avano de uma massa de ar fria expulsa o ar mais quente para altitudes elevadas, ficando na superfcie o ar mais frio dessa massa de ar. Uma das principais causas da inverso trmica em rea muito poluda, que o ar frio da superfcie impede que o material poludo se disperse para altitudes mais elevadas, afetando assim o ar que as pessoas vo respirar. Voc j notou que h sempre uma poca do ano em que os problemas de sade das crianas e das pessoas mais velhas se agravam, principalmente problemas de respirao? Voc, que mora numa cidade grande, observe da prxima vez em que isto acontecer, que vai coincidir com as mudanas de temperatura na regio em que est morando.

    INVERSO TRMICA

  • Troca de posicionamento da camada de ar quente - uma camada de ar frio impede que a camada de ar quente se eleve, formando um tampo na atmosfera.

    noite = ar frio na superfcie da terra (+ intenso no inverno) com esfriamento junto ao solo. Este esfriamento no afeta a zona mais alta, formando camada de ar quente.

    O excesso do material particulado impede a quebra da camada de ar quente, fazendo com que a energia que chega ao solo seja pequena, formando a inverso.

    Esta situao pode ser invertida pela qualidade do ar (+ umidade / menos emisso de partculas / menos poluentes).

    EPISDIOS AGUDOS PROVOCADOS PELA POLUIO DO AR

    Ano LOCAL N. DE MORTES

    HISTRICO

    1930 BLGICA VALE DO RIO MEUSA

    60

    REGIO DE NUMEROSAS INDSTRIAS ONDE OCORREU INVERSO DE TRMICA PROVOCANDO CONGESTO DAS VIAS RESPIRATRIAS ESPECIALMENTE EM CRIANAS E PESSOAS IDOSAS.

    1948 Usa DONNORA

    17 REGIO DE INDSTRIAS METALRGICAS ONDE OCORREU INVERSO TRMICA PROVOCANDO CONGESTO DAS VIAS RESPIRATRIAS.

    1950 MXICO

    POZA RICA

    32

    COMPOSTOS DE ENXOFRE EMITIDOS POR UMA INDSTRIA, PROVOCOU A INTERNAO DE 320 PESSOAS ACOMETIDAS DE PROBLEMAS RESPIRATRIOS E NERVOSOS DURANTE UMA INVERSO TRMICA.

    1952 BRASIL

    BAURU

    09 DOENAS RESPIRATRIAS AGUDAS EM 150 PESSOAS, PROVOCADAS POR ALERGIA AO P DE SEMENTE DE MAMONA, USADA NA FABRICAO DE LEO.

    1957 INGLATERRA 1000 SMOG

    AR FRIO

    AR QUENTE

    AR FRIO

    AR MAIS FRIO

    AR FRIO

    AR QUENTE

    INVERSO QUEBRA DE INVERSO

  • 1960 INGLATERRA 800 SMOG 1962 INGLATERRA 700 SMOG

    CONCENTRAES EMITIDAS POR VECULOS

    Veculo Poluente (g/km)

    CO MONXIDO DE

    CARBONO

    Hc HIDRO

    CARBONETOS

    NOX XIDO DE

    NITROGNIO ALDEDOS

    ANTERIOR A 80-GASOLINA 54,0 4,7 1,2 0,05 ANO 84 GASOLINA 37,0 3,3 1,4 0,05 ANO 84 LCOOL 18,5 0,9 1,2 0,18 ANO 86 GASOLINA 22,0 2,0 1,9 0,02 ANO 86 LCOOL 16,0 1,6 1,8 0,06

    NVEIS RELATIVOS DE POLUENTES EMITIDOS POR VECULOS A GASOLINA E A DIESEL

    USOS DO AR

    1. Metablico; 2. Transporte; 3. Comunicao; 4. Processos industriais; 5. Usos para combusto;

    = GASOLINA = DIESEL

    0

    50

    100

    150

    200

    CO HC Nox ODOR FUMAA

  • 6. Lanamento e transporte de efluentes

    PQA = padro de qualidade do ar A intensidade, a concentrao, a quantidade e as caractersticas dos

    poluentes de forma a consider-los normais

    PE = padro de emisso A intensidade, a concentrao, a quantidade mximas dos poluentes de forma a torn-los permitidos.

    PCP = padro de condicionamento e projeto Caractersticas e condies de lanamento dos poluentes, bem como as caractersticas e condies de localizao e utilizao de fontes poluidoras.

    CLASSIFICAO DOS POLUENTES DO AR

    1. Quanto ao estado fsico 2. Quanto a origem 3. Quanto a composio 4. Quanto aos efeitos fisiolgicos (materiais, vegetao)

    1. QUANTO AO ESTADO FSICO

    Pode se apresentar sob a forma de gases e vapores

    Slido: fumos = formados pela condensao de vapores. Provm de um slido Poeiras = ruptura mecnica de um slido

    Lquido: nvoas = rupturas mecnicas de um lquido Neblinas = condensao de vapor de um lquido

    Smoke (fumaa): combusto de matria orgnica

    Bruma seca: suspenso de material particulado em grandes concentraes

    Fuligem: parte slida da fumaa

    Smog: smoke + fog = Nox + Hidrocarbonetos sob a ao do sol (Nox = xido Nitroso)

    2. QUANTO A ORIGEM

  • POLUENTES PRIMRIOS:

    Sai da fonte de emisso e chega ao receptor sem transformaes qumicas. fcil se chegar ao culpado.

    Exemplos: xido de nitrognio / Dixido de enxofre / particulados / chumbo / mercrio / etc.

    Caractersticas ambientais:

    - So estveis - Integram nos ciclos biolgicos; - So facilmente detectveis em anlise qumica; - Sua concentrao depende da emisso e disperso na atmosfera; - Controle direto na fonte; e - Soluo: aperfeioamento e tecnologia.

    POLUENTES SECUNDRIOS:

    So emitidos, sofrem reaes, so transformados e ataca o receptor. No se descobre o culpado.

    - Formados na atmosfera a partir de poluentes primrios; - So pouco estveis (durao curta na atmosfera) e muito reativos; - No integram na atmosfera por serem muito reativos; - Sua concentrao depende dos percursores poluentes e da radiao que

    desencadeia reaes seguintes; e - De difcil controle devido a dificuldade de descobrir a sua fonte (qual a origem).

    Exemplos:

    Oznio: extremamente reativo oxidao - Na alta atmosfera retm raios ultra violetas - Na baixa atmosfera txico

    PAN: componentes que formam a neblina cida (raio UV e reao de Dixido de nitrognio) oxidante muito nocivo, causa mortalidade.

    NO BRASIL O PAN NO MONITORADO.

  • Zona interao qumica: surgem poluentes secundrios

    Barreiras fsicas: circulao atmosfrica, serras (serra do mar), inverso trmica

    Principais fontes de poluentes primrios do ar ( CETESB, 1988)

    Fontes Poluentes

    COMBUSTO MATERIAL PARTICULADO DIXIDO E TRIXIDO DE ENXOFRE MONXIDO DE CARBONO, HIDROCARBONETOS

    PROCESSO INDUSTRIAL

    MATERIAL PARTICULADO (FUMOS, POEIRA) GASES HIDROCARBONETOS

    QUEIMA DE RESDUO SLIDO

    MATERIAL PARTICULADO E GASES

    OUTRAS

    HIDROCARBONETOS, MATERIAL PARTICULADO

    FONTES MVEIS

    VECULOS - GASOLINA / DIESEL / LCOOL, AVIES, BARCOS, MOTOCICLETAS, LOCOMOTIVAS, ETC.

    MATERIAL PARTICULADO, MONXIDO DE CARBONO, XIDOS DE NITROGNIO, HIDROCARBONETOS, CIDOS ORGNICOS

    FONTES NATURAIS MATERIAL PARTICULADO (POEIRAS), HIDROCARBONETOS

    Principais fontes de poluentes secundrios do ar ( CETESB, 1988)

    Fontes Poluentes REAES QUMICAS NA ATMOSFERA EX.: HIDROCARBONETOS + XIDOS DE NITROGNIO (LUZ SOLAR)

    POLUENTES SECUNDRIOS O3 , ALDEDOS, CIDOS ORGNICOS, NITRATOS, ORGNICOS, AEROSSOL FOTOQUMICO, ETC.

    MONITORAMENTO

    SISTEMAS DE AMOSTRAGEM DE AR

    Passivos: por processo de adsoro. Substncias que adsorvem poluentes e por anlise qumica, analisa-se o teor, adquirindo a taxa mdia do poluente presente.

  • Ativos: recolhem amostra, analisa e diagnostica.

    A chuva faz com que alguns poluentes do ar sejam lavados e passam a ser poluentes do solo.

    Plantas indicadoras: mostram na folha as conseqncias da poluio absorvendo a mesma. So exemplo de monitoramento ativo.

    PADRES DE QUALIDADE DO AR

    Visa a questo da sade pblica, no significam padres de proteo de florestas ou outros seres vivos.

    PADRES NACIONAIS DE QUALIDADE DO AR (RESOLUO CONAMA N. 3. DE 28/06/90)

    POLUENTES TEMPO DE AMOSTRAGEM

    PADRO PRIMRIO

    g/ m3

    PADRO SECUNDRIO

    g/ m3

    MTODO DE MEDIO

    PARTCULAS TOTAIS EM SUSPENSO

    24 horas (1) MGA (2)

    240

    80

    150

    60 AMOSTRADOR DE

    GRANDES VOLUMES

    DIXIDO DE CARBONO

    24 HORAS (1) MAA (3)

    365 80

    100 40 PARAROSANLICA

    MONXIDO DE CARBONO

    01 HORA (1) 08 HORAS (1)

    40.000 (35 ppm)

    10.000 ( 9 ppm) 40.000 (35

    ppm) 10.000 ( 9 ppm)

    INFRAVERMELHO NO DISPERSIVO

    OZNIO 01 HORA (1)

    160 160 QUIMIOLUMINESCNCIA

    FUMAA 24 HORAS (1) MAA (3)

    150 60

    100 40 REFLETNCIA

    PARTCULAS INALVEIS

    24 HORAS (1) MAA (3)

    150 50

    150 50

    SEPARAO INERCIAL/FILTRAO

    DIXIDO DE NITROGNIO

    01 HORA (1) MAA (3)

    320 100

    190 100 QUIMIOLUMINESCNCIA

    (1) = NO DEVE SER EXCEDIDO MAIS QUE UMA VEZ AO ANO. (2) = MDIA GEOMTRICA ANUAL. (3) = MDIA ARITMTICA ANUAL.

    POLUENTES PARTICULADOS OU POEIRAS

    Metlicos:

  • Quando apresentado de forma particulada, tem o poder acumulativo e, portanto, causa problemas ao meio ambiente.

    Quando acumula no sistema, passa a ser um problema muito srio (toxidade).

    No metlicos: Quartzo (partculas de areia), rochas fragmentadas, cal, carbonatos, fertilizantes, amianto, etc.

    No apresenta nenhum problema ao meio ambiente devido ao seu baixo percentual.

    Gases:

    Normalmente se dividem em dois grupos:

    cidos: (pH baixo)

    Combina com a gua e gera cido CL- / F- / NOX / SO2 / H2S = GERA H+

    (Cloreto / Fluoreto / xido de Nitrognio / Dixido de Enxofre / Gs Sulfdrico = gera Hidrognio) Oxidantes: (pH alto)

    No se acumula e seu efeito maior a queima (oxidao) Ex.: Oznio Gera oxignio livre = reativo e oxida

    EFEITOS CAUSADOS PELOS POLUENTES

    Ex.: - cido fluordrico = ataca o vidro - limo = ataca o mrmore

    Chuva cida (pH baixo)

    O pH depende do equilbrio do gs carbnico dissolvido na gua, gerando cido carbnico e caindo o pH da gua da chuva.

    Nh+4 amnia = com a gua possui carter bsico.

    DANOS PROVOCADOS PELA POLUIO DO AR EM MATERIAIS

    TIPO DE MATERIAL MANIFESTAO TPICA DO POLUENTE DANIFICANTE FATOR AMBIENTAL

  • DANO VIDROS ALTERAO DA

    APARNCIA SUBSTNCIAS CIDAS UMIDADE

    METAIS DANO SUPERFCIE, PERDA DO METAL, EMBAAMENTO

    DIXIDO DE ENXOFRE; SUBSTNCIAS CIDAS

    UMIDADE; TEMPERATURA

    MATERIAIS DE CONSTRUO

    DESCOLORAO DIXIDO DE ENXOFRE; SUBSTNCIAS CIDAS; PARTCULAS

    UMIDADE

    PINTURA DESCOLORAO DIXIDO DE ENXOFRE; SUBSTNCIAS CIDAS; PARTCULAS

    UMIDADE; FUNGOS

    COURO DESINTEGRAO DA SUPERFCIE, ENFRAQUECIMENTO

    DIXIDO DE ENXOFRE; SUBSTNCIAS CIDAS

    PAPEL TORNA-SE QUEBRADIO DIXIDO DE ENXOFRE; SUBSTNCIAS CIDAS

    LUZ SOLAR

    TECIDOS REDUO DE RESISTNCIA TENSO; FORMAO DE MANCHAS

    DIXIDO DE ENXOFRE; SUBSTNCIAS CIDAS

    UMIDADE; LUZ SOLAR; FUNGOS

    CORANTES DESBOTAMENTO DIXIDO DE NITROGNIO E DE ENXOFRE; OXIDANTES

    UMIDADE; LUZ SOLAR

    BORRACHA REDUO DE RESISTNCIA; ENFRAQUECIMENTO

    OXIDANTES LUZ SOLAR

  • CONFERNCIAS DA ONU RELATIVAS AO MEIO AMBIENTE

    Histrico da conscincia ambiental

    a) Dcadas de 60 e 70

    Na dcada de 60, foi criada a Agncia de Proteo Ambiental (EPA), rgo regulador das questes ambientais nos Estados Unidos. Com a entrada em funcionamento da EPA, diversas leis importantes so promulgadas naquele pas, destacando-se as seguintes:

    Lei do ar puro Lei da gua pura Lei de controle de substncias txicas Lei federal sobre inseticidas e fungicidas

    Nessa poca, a preocupao ambiental apresenta-se fortemente reativa:

    trata-se de corrigir os danos causados ao meio ambiente, depois de sua ocorrncia. Poucos esforos so feitos para prevenir esses danos;

    d-se nfase ao tratamento fim-de-tubo - os poluentes gerados nos processos produtivos e de consumo so simplesmente tratados, sem se adotar medidas que reduzam sua quantidade ou eliminem a sua produo.

    A legislao ambiental preocupa-se basicamente em punir os culpados. o domnio do sistema comando e controle,com proibies e multas.

    Tratava-se, pois, de produzir a qualquer custo. A poluio era vista como decorrncia normal do processo industrial, smbolo do progresso e preo a ser pago por ele.

    Essa atitude ficou claramente demonstrada pelo Brasil, por ocasio da Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972 (Estocolmo), em que nosso pas defendeu o desenvolvimento a qualquer custo.

    A Conferncia de Estocolmo foi marcada por duas posies antagnicas:

    de um lado, os pases desenvolvidos propondo um programa internacional de conservao dos recursos naturais, alm de medidas preventivas imediatas, capazes de evitar um grande desastre;

  • do outro, os pases em desenvolvimento, dentro de um quadro de misria, com serssimos problemas de moradia, saneamento bsico e doenas infecciosas e que necessitavam desenvolver-se economicamente. Questionavam a legitimidade das recomendaes dos pases ricos que j haviam atingido o poderio industrial com o uso predatrio de recursos naturais e que queriam impor a eles complexas exigncias de controle ambiental... (exigncias) que poderiam encarecer e retardar a industrializao dos pases em desenvolvimento (So Paulo, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1997).

    Ainda na Conferncia de Estocolmo, a Assemblia Geral da ONU criou o Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente PNUMA. O PNUMA tem sede em Nairobi (Kenya) e seus objetivos so:

    facilitar a cooperao internacional no campo do meio ambiente; promover o desenvolvimento de conhecimento nessa rea; monitorar o estado do ambiente global; chamar a ateno dos governos para problemas ambientais emergentes

    de importncia internacional

    No final da dcada de 70, mais precisamente em 1978, surge na Alemanha o primeiro selo utilizado para a rotulagem de produtos considerados ambientalmente corretos. Trata-se do selo verde que recebeu o nome de Anjo Azul.

    b) Dcada de 80

    Em meados dos anos 80, algumas empresas comeam a abandonar a viso de meio ambiente apenas como problema e custo. Essas empresas tornam-se pioneiras na pesquisa de mtodos ambientais para poupar dinheiro e aumentar suas vendas. A indstria comea a se dar conta de que, para se manter competitiva, precisa definir o meio ambiente como uma oportunidade de lucro.

    Assim por exemplo, a DuPont conseguiu economizar US$ 50 milhes por ano, de 1985 a 1990, por ter gerado 450 mil toneladas a menos de resduos nesse perodo.

    A mudana de postura da indstria evidenci-se tambm, na multiplicao de selos verdes. Porm, os primeiros selos verdes ainda se apoiavam em critrios simples, como a reduo ou a eliminao de uma ou mais substncias poluentes mais significativas do produto.

    Os estudos elaborados pelos selos verdes procuram cobrir desde a produo at o descarte final do produto. Surge, assim, a idia de ciclo de vida.

    Os selos criados na dcada de 80 foram os seguintes:

  • 1988- Canad (Environmental Choice) 1988- Pases Nrdicos (White Swan) 1989- Japo (Eco Mark)

    Em 1988 o Anjo Azul , pioneiro entre os selos ecolgicos, j era aplicado em 3.500 produtos diferentes.

    O selo ecolgico, apesar de voluntrio, adquire fora pelas leis de mercado, atingindo simultaneamente a indstria e o consumidor. Os selos verdes incentivam a indstria a aplicar mtodos de produo com menor impacto ambiental. Eles tambm induzem o consumidor a adquirir produtos ambientalmente corretos.

    Paralelamente, os grupos ambientalistas comeam a ter sucesso em suas aes destinadas a influenciar a poltica das empresas, aps o boicote de ativistas cadeia de lanchonetes Burger King, em razo da destruio da floresta tropical brasileira para aumentar as reas ocupadas por gado de corte, o Fundo de Defesa Ambiental desenvolveu um trabalho com aquela empresa para ajudar a diminuir o uso de poliestireno e lanar grandes programas de reciclagem. (Callenbach et Alli, 1995).

    A indstria qumica reage s presses produzidas por uma imagem pblica em constante deteriorao e cria no Canad, em 1984, o programa Atuao Responsvel (RESPONSIBLE CARE). Esse programa atualmente adotado obrigatoriamente pelos membros da Associao das Indstrias Qumicas (Chemical Industries Association).

    A Atuao Responsvel baseia-se nos princpios da gesto da qualidade total e inclui:

    - a avaliao dos impactos atuais e potenciais, devidos s atividades e produtos qumicos , sobre a sade, segurana e meio ambiente;

    - a prestao de informaes a todos os interessados.

    Ainda na dcada de 80 lanado o conceito de desenvolvimento sustentvel, desenvolvimento que atende s necessidades presentes, sem comprometer os recursos disponveis para as geraes futuras. Esse conceito apresentado pela primeira vez, em 1987, no relatrio Nosso Futuro Comum, da Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comisso Brundtland), criada em 1983 pela Assemblia Geral da ONU, sob influncia da Conferncia de Estocolmo.

    Segundo a Comisso, as polticas a serem desenvolvidas, dentro do conceito de sustentabilidade, devem atender aos seguintes objetivos:

  • retomar o crescimento como condio necessria para erradicar a pobreza;

    mudar a qualidade do crescimento para torn-lo mais justo, eqitativo e menos consumidor de matrias-primas e energia;

    atender s necessidades humanas essenciais de emprego, alimentao, energia, gua e saneamento;

    manter um nvel populacional sustentvel; conservar e melhorar a base de recursos; reorientar a tecnologia e administrar os riscos; incluir o meio ambiente e a economia no processo decisrio

    (CMMAD; 1991, p.53)

    A preocupao com o futuro das pessoas, presente no conceito de desenvolvimento sustentvel, tambm algo novo no comportamento dos seres humanos.

    Esta preocupao exige um grande sentimento de solidariedade para com todos os seres vivos do planeta.

    Dcada de 90:

    Na dcada de 90 intensificou-se a criao dos selos verdes, atingindo tanto pases desenvolvidos, como em vias de desenvolvimento:

    1991- Frana (NF- Environment) 1991- ndia (Eco Mark) 1992- Coria (Eco Mark) 1992- Singapura (Green Label)

    Esse novo grupo de rtulos ecolgicos difere do primeiro, da dcada de 80, pois visam no apenas a eliminao de substncias poluentes nos produtos, mas o impacto causado durante todo o ciclo de vida do produto. Trata-se de um novo conceito de desempenho ambiental dos produtos.

    A Comunidade Europia, por sua vez, vem instituindo uma srie de medidas ambientais emitindo, por exemplo, regulamentos para rtulos ecolgicos, para eco-auditorias, para embalagens e outros regulamentos que discutem as aes relacionadas com o ambiente e o desenvolvimento sustentvel.

    - Conferncia Cpula da Terra (Rio-92)

  • No final da dcada de 80 a ONU havia decidido organizar a Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Esta Conferncia, que ficou conhecida como Cpula da Terra ou ECO 92, realizou-se no Rio de Janeiro em 1992 e contou com representantes de 172 pases, inclusive 116 chefes de Estado.

    Paralelamente Conferncia, 4000 entidades da sociedade civil do mundo todo organizaram o Frum Global das ONGs. Note-se que em Estocolmo-72 o nmero de ONGs havia sido bem menor, cerca de 500. O Frum Global elaborou quase quatro dezenas de documentos e planos de ao, demonstrando o grau de organizao e de mobilizao atingido pelas ONGs nesta dcada final do sculo XX.

    Os documentos que resultaram da Cpula da Terra foram os seguintes:

    I- Declarao do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Composta de 27 princpios orientando um novo tipo de atitude do ser humano na Terra, por meio da proteo dos recursos naturais, da busca do desenvolvimento sustentvel e de melhores condies de vida para todos os povos.

    II- Agenda 21

    um importante plano de ao a ser implementado pelos governos, agncias de desenvolvimento, organizaes das Naes Unidas e grupos setoriais independentes em cada rea onde a atividade humana afeta o meio ambiente. A execuo da Agenda 21 deve levar em conta as diferentes condies dos pases e regies e a plena observncia de todos os princpios contidos na Declarao do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

    Trata-se de uma pauta de aes a longo prazo, estabelecendo os temas, projetos, objetivos, metas, planos e mecanismos de execuo para diferentes temas da Conferncia. Esse programa contm 4 sees, 40 captulos, 115 programas, e aproximadamente 2.500 aes a serem implementadas.

    As quatro sees da Agenda 21 abrangem os seguintes temas:

    Dimenses Econmicas e Sociais: trata das relaes entre meio ambiente e pobreza, sade, comrcio, dvida externa, consumo e populao;

    Conservao e Administrao de Recursos: trata das maneiras de gerenciar recursos fsicos para garantir o desenvolvimento sustentvel;

  • Fortalecimento dos Grupos Sociais: trata das formas de apoio a grupos sociais organizados e minoritrios que colaboram para a sustentabilidade;

    Meio de Implementao: trata dos financiamentos e papel das atividades governamentais no governamentais.

    No Brasil, a Agenda 21 j est com verses propostas pelos Governos Federal e Estaduais, alm de planos elaborados pelas prefeituras das capitais de Estado e de outros municpios. A Agenda 21 representa, atualmente, o resultado de um grande nmero de iniciativas da ONU que vo desde a Conferncia Internacional sobre Populao - Mxico -84, passando pela Conferncia da Mulher (Nairobi-85), Protocolo de Montreal-87 sobre substncias que agridem a camada de oznio, at as conferncias sobre educao ambiental (Tbilisi- 77) e educao (Tailndia-90).

    No Estado de So Paulo, a implementao da Agenda 21 foi iniciada atravs da criao de 10 programas prioritrios contemplando o conjunto de captulos do referido documento e que so os seguintes:

    Programa Estadual de Apoio s ONGs, Programa Estadual de Consumidor e Meio Ambiente, Programa Estadual de Controle Ambiental; Programa Estadual de Educao Ambiental;

    Programa Estadual de Gesto Ambiental Descentralizada; Programa Estadual de Mudanas Climticas Globais; Programa Estadual de Preveno Reduo da Camada de Oznio; Programa Estadual de Proteo Biodiversidade; Programa Estadual de Recursos Hdricos; Programa Estadual de Resduos Slidos.

    III- Princpio para a Administrao Sustentvel das Florestas

    Consenso global sobre o manejo, conservao e desenvolvimento sustentvel de todos os tipos de florestas. Primeiro tratado da questo florestal a nvel mundial, seu objetivo a implantao da proteo ambiental de forma integral e integrada, sugerindo medidas para possibilitar a manuteno de todas as funes das florestas, que so apresentadas no documento.

    IV- Conveno da Biodiversidade

  • Foi assinada no Rio em 1992 por 156 Estados e tem como objetivos a conservao da biodiversidade, o uso sustentvel de seus componentes e a diviso eqitativa dos benefcios gerados com a utilizao de recursos genticos, atravs da transferncia apropriada das tecnologias relevantes, levando-se em considerao todos os direitos sobre tais recursos, e atravs da transferncia apropriada das tecnologias relevantes...(Artigo 1 da Conveno).

    Na prtica, assistimos ao registro de patentes, na Europa e Estados Unidos, de produtos retirados de espcimes vegetais, principalmente da Amaznia. Enquanto isso feito, os pases em desenvolvimento, que abrigam essa biodiversidade, continuam dependentes do know-how estrangeiro.

    V- Conveno sobre Mudana do Clima

    A Conveno sobre Mudana do Clima foi assinada em 1992, no Rio de Janeiro, por 154 Estados e reflete a preocupao com o aquecimento de nosso planeta e seus efeitos sobre a sobrevivncia do ser humano e as condies adversas sobre os ecossistemas.

    O aquecimento do planeta produzido pelo aumento de concentrao na atmosfera terrestre dos chamados gases estufa (principalmente gs carbnico emitido pela queima de combustveis fsseis). A polmica que tem se arrastado at a Conferncia da ONU em Kyoto(Japo) envolve a questo da reduo de tais emisses aos nveis de 1990 (ou a nveis ainda inferiores), por parte dos pases industrializados - principais responsveis pelo efeito estufa.

    Em Kyoto, os Estados Unidos mostraram-se relutantes em aceitar a proposta da Unio Europia: emisses em 2010 deveriam ser 15% menores que as de 1990. Os Estados Unidos, inclusive, procuram estender aos pases em vias de desenvolvimento o compromisso de reduzir suas emisses. Estes, reunidos no G-77, grupo que compreende cerca de 130 pases em Desenvolvimento (inclusive o Brasil), insistem que a conta deve ser paga pelos principais responsveis - o que pode ser perfeitamente observado na tabela seguinte.

    EMISSO DE CO2 - QUEIMA DE COMBUSTVEIS FSSEIS

    (bilhes de toneladas de C em 1996)

  • sia e Pacfico 2

    Amrica Latina 0,33

    Amrica do Norte 1,76

    Oriente Mdio 0,25

    Unio Europia 0,96

    frica 0,20

    China + Europa Oriental 0,90

    Fonte: World Energy Council Union of Concerned Scientists (Folha de So Paulo-02/12/97)

    PRESSES AMBIENTAIS SOBRE AS EMPRESAS

    O emprego de substncias e tecnologias perigosas ao meio ambiente, tanto nas guerras, como para fins pacficos, foi gerando ao longo do tempo um movimento de questionamento sobre sua legitimidade e convenincia.

    Abaixo apresentamos uma lista de alguns dos fatos principais que forjaram a conscincia ambiental da sociedade, dos governos e das empresas e instituies.

    1914-1918 Primeira Guerra Mundial - 1 300 000 mortos por envenenamento pelo gs mostarda

    1945 (agosto) Hiroshima (Japo) - 30 000 mortes instantneas no momento da exploso nuclear

    1968 (maio) - Europa e Mundo - Primeiros movimentos verdes 1976 (10 de julho) - Seveso (Itlia) : vazamento de dioxina 1984 (dezembro)- Bhopal (ndia): vazamento de gs txico em uma

    fbrica de pesticidas, matou mais de 2.500 pessoas

    1986 (26 de abril) - Rssia (Tchernobil): a exploso de um reator produziu interdio de uma grande rea atingida pela radiao, proibio da importao pelos pases da Comunidade Europia, de produtos agrcolas e pecurios, suspeitos de contaminao pela radioatividade e oficialmente, 31 mortes

    1989 (24 de maro) Alasca : o petroleiro Exxon Valdez derramou 40 milhes de litros de petrleo na costa do Alasca, contaminando 1.600 km de praias, matando mais de 33 mil pssaros e um nmero no conhecido de peixes e animais marinhos

    e a lista pode ser aumentada com outros acidentes...mas com uma diferena atualmente: grande repercusso na imprensa falada e escrita, mobilizao da populao atingida e seus representantes polticos ou de organizaes no governamentais.

  • Todos estes fatos catastrficos foram produzindo uma mudana gradativa de posturas da sociedade e de suas instituies, bem como das empresas, principalmente aquelas que empregam tecnologias de alto impacto ambiental.

    Mas, a mudana de atitude sempre uma coisa gradativa, lenta e incompleta. E, assim, em uma mesma empresa podemos encontrar, convivendo lado a lado, posturas conservadoras, indiferentes, ou renovadoras.

    Essas posturas podem ser resumidas da seguinte maneira:

    Ausncia da conscincia em relao s responsabilidades pela poluio: A poluio um mal necessrio, smbolo do progresso tecnolgico e elemento obrigatrio de suas atividades. Nosso negcio produzir e dar emprego. A poluio no nos diz respeito

    Conscincia sem comprometimento: a poluio existe, mas outros devem cuidar dela. Trata-se de uma atitude reativa: fazer apenas o necessrio, para evitar multas e punies; no destinar esforos e recursos para atacar as fontes de poluio.

    Comprometimento : a poluio um problema que deve ser resolvido por todos ns e atacado diretamente nas fontes geradoras (postura pr- ativa)

    Sustentabilidade: nosso compromisso tambm se estende s futuras geraes. Os recursos naturais no foram herdados por ns, de nossos antepassados, mas tomados emprestados de nossos descendentes.

    Entretanto, no possvel ignorar as marcas deixadas pelos acontecimentos que levaram s normas ambientais da srie ISO 14000:

    grandes acidentes ambientais divulgados amplamente pela mdia; direitos assegurados aos cidados- cdigo do consumidor; direitos assegurados pela Constituio e pela legislao ambiental; anlise da contabilidade ambiental das empresas, por parte de

    acionistas, credores e seguradoras; marketing verde (produtos cuja produo e/ou utilizao causam menor

    impacto sobre o meio ambiente); atividade crescente das ONGs, que adquiriram base cientfica e

    tecnolgica mais fundamentada e, por isso, deixaram de ser consideradas como simplesmente alarmistas;

  • presso dos consumidores, manifestada tanto pela escolha de produtos ambientalmente corretos, como pela utilizao de todos mecanismos disponveis para fazer valer seus direitos- quando se sentir prejudicado pelos produtos que adquiriram.

    As empresas que investiram numa imagem mais verde, utilizando processos menos poluidores, e que colaboraram para a preservao do meio ambiente so mais respeitadas, tem a simpatia do pblico e crescem mais do que as outras.

    POLUIO

    Definio: qualquer tipo de matria ou energia que ingressa no sistema, fora do padro determinado como normalidade (o que espera em condies no alteradas do dia dia).

    A poluio no se restringe matria, ou a um produto emitido pelo homem, na verdade, envolve mais que a matria e o comportamento humano.

    Definio Segunda a LEI N. 997 DE31/05/1976 DECRETO 8468 DE 08/09/1976, POLUIO : Matria ou energia em quantidades tais que possam causar danos ou incmodos populao e danos aos materiais, flora e fauna.

    POLUIO DO AR ATMOSFRICO

    De acordo com a Organizao Mundial da Sade, 1,25 bilhes de pessoas vive em cidades com nveis inaceitveis de matria particulada em suspenso na atmosfera.

    A poluio associa-se idia de modificao, tanto na estrutura quanto na composio dos ecossistemas, causando prejuzo aos seres vivos. Neste contexto est a atmosfera, que mais e mais sofre alteraes devido emisso de resduo slidos e gasosos em quantidade superior sua capacidade de absoro. Essa poluio deriva de vrias fontes:

  • Dos meios de transporte, que nas cidades so responsveis pela maior parte da poluio atmosfrica, pois emitem gases como o monxido e o dixido de carbono, xido de nitrognio, dixido de enxofre, derivados de hidrocarbonetos e chumbo;

    Das industrias que, alm do gs carbnico, tambm emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados e diversos resduos slidos;

    Das queimadas das matas que tambm geram altos ndices de gs carbnico;

    Da incinerao de resduos slidos;

    Da poluio natural provocada pelas erupes vulcnicas.

    PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE

    Inmeros so os problemas ambientais em todo mundo, atualmente. Desde uma simples embalagem plstica que se descarta at o vazamento de radioatividade das usinas nucleares e os resduos eliminados pelas espaonaves que investigam outros corpos celestes, h agresso natureza. Em maior ou menor escala esses problemas acontece longe e perto de todos ns. Citaremos apenas alguns mais significativos, por se tratarem de questes que se estendem a todo o mundo.

    Efeito estufa O que este efeito?

    Desmatamento;

    Camada de Oznio;

    Chuvas cidas e

    Inverso Trmica.

  • QUANTIFICAO DE EMISSO

    Destaca-se tambm a palavra quantidade e aqui tem-se uma abertura importantssima para a base do controle da poluio do ar, pois j no conceito temos embutido a definio de padres ou seja, das quantidades mnima de determinado poluente que se podem admitir nas chamins (padro de emisso) ou no meio ambiente (padro de qualidade), sem que as mesma possam causar algum tipo de efeito danoso e se constiturem em poluio propriamente dita. Isto muito importante, pois a poluio vai realmente existir a partir de determinada quantidade. Pode-se admitir a presena de quantidades residuais, que no causam efeito danosos e que tambm devem ser tecnicamente admitidas, pois no existem controle absolutos para os poluentes atmosfricos. No existem equipamentos de controle da poluio do ar com 100% de eficincia.

    A presena de poluentes no ar atmosfricos mais antiga do que a prpria presena do homem na face da Terra.

    Os problemas de poluio atmosfrica dos grandes centros urbanos esto, sem dvida, relacionados com a queima de combustvel, seja ela nas fontes de poluio denominada estacionria e mveis.

    O que so fonte estcionria e mvel?

    Fontes estacionria fornos, caldeiras, inceneradores e outros equipamentos fixos constantes dos arranjos fsicos dos nossos ambientes industriais, comerciais ou institucionais.

    Fontes mveis constituindo-se estas dos nossos veculos automotores, nibus, caminhes, trens, avies, etc...

    FUMAA

    Mas por que a queima to importante? Por que a queima gera poluio do ar? Para responder estas questes, temos que conhecer o processo de combusto, que nada mais do que uma reao de oxidao, ou seja, a reao de alguns composto presentes nos diversos combustveis com o denominado comburente, o oxignio presente no ar atmosfrico. Dos

  • composto presente nos combustveis, o mais importante e o carbono ( C ), que ao reagir, de modo completo, com o oxignio produz gs carbnico ( CO2) e liberando calor, que pode ser aproveitado para aquecimento de ambientes, cozimento de alimento, etc,. Porem muito difcil ser esta transformao realizada totalmente de forma completa. Por melhor que o combustvel se misture com o comburente, sempre haver uma parcela de carbono presente que no consegue se oxidar, dando origem fumaa,

    A Fumaa constituda por aquelas partculas preta muito pequena, que notamos nas sadas das diversas chamins como tambm nos tubos de descargas de gases dos veculos. Poder haver tambm uma oxidao apenas parcial, originando-se o monxido de carbono (CO), que pode, dependendo da concentrao que alcanar, apresentar-se como um poluente terrvel, causando efeitos muito graves ao organismo humano, pois tem a capacidade de ocupar o lugar do oxignio transportando, pela hemoglobina do sangue, para os diversos rgos do corpo humano, que necessitam de oxignio para o desempenho das suas funes e no da substncia indesejvel e txica que o monxido de carbono (intoxicao).

    Variveis consideradas para avaliao de qualidade do ar:

    Material particulado (MP) Dixido de enxofre SO2 Monxido de carbono Co Oxidantes fotoqumicos

    Sinergismo: a interferncia de uma substncia na ao de outra substncia como se esta ltima estivesse em uma concentrao maior ( a presena de uma substncia potencializa o risco que a outra apresenta)

    No caso de poluio do ar, o sinergismo ocorre na presena de material particulado e Dixido de enxofre.

  • 1. Planejamento territorial e zoneamento:

    Descentralizao industrial e urbana Autorizao para implantao de indstrias Distribuio adequada das indstrias reas de proteo sanitria (cintures verdes) Racionalizao de transportes (coletivos, eltricos, escalonamento de

    horrios, etc.)

    2. Eliminao ou minimizao na fonte

    Regulamentao restrita sobre matrias primas e operaes industriais Substituio de matria prima Modificaes de processos ou operaes Manuteno e operao adequada dos equipamentos Tratamento adequado e melhora do sistema de coleta de despejos, resduos,

    esgotos, etc. Disposio adequada dos resduos Lanamentos de acordo com condies meteorolgicas.

    3. Tratamento efetivo antes do lanamento:

    Ventilao local exaustora (VLE) utilizando equipamentos de controle de poluio (ECP)

    4. Diluio:

    Chamins

    5. Outras:

    Legislao, fiscalizao, educao, incentivos fiscais

  • 1. A queima de combustvel, por no ser completa, h formao de resduos;

    2. Grande problemtica referente aos poluentes emitidos em forma de material particulado;

    3. Poluentes emitidos em forma de gases e vapores

    Exemplo: FORNO

    Poluio de oxidao de constituintes do combustvel. Apresenta formas de poluio:

    Partculas - Poeira: ao mecnica (ex.: Vento na rua) - Fumaa: carbono que no oxida na queima - Fumos metlicos: sublimao de vapores de metais - nvoas: condensao de partculas

    Poluentes Originados pela Queima incompleta

    - C: o carbono que no oxida e se libera em forma de fumaa;

    - C + o = Co: carbono oxidado parcialmente (poluente); - Hc: Hidrocarbonato no oxidado - ADL: evaporao sem ser oxidada - CO2: no toxico e no possui odor, porm ocupa as

    camadas superiores da atmosfera e contribui para o ataque da camada de ozono (efeito estufa).

    - H2S: sulfeto de hidrognio um gs perigoso, de ao txica rpida.

    O conjunto de equipamentos tem o objetivo de coletar partculas e os gases e vapores. O equipamento que faz as duas funes ao mesmo tempo, no trabalha eficientemente.

    Eficincia: quanto maior a retirada da poluio, mais eficiente.

  • = massa retirada x 100 = massa que entra

    Massa retirada = a eficincia mais usada referente massa que o equipamento consegue retirar (existem nmeros de partculas, porm pouco usado).

    A caracterstica mais importante na estimativa da eficincia, o conhecimento da distribuio dos tamanhos das partculas poluentes (01 mcron 100 micra)

    = mcron : milsima parte de um milmetro

    As partculas menores so mais difceis de serem coletadas, variando a eficincia de acordo com o tamanho da partcula a ser coletada.

    Quanto menor a partcula pior para a sade pois, nem sempre o maior dano causado pela quantidade mas sim pelas partculas inaladas, portanto as menores, sem considerar a sua toxidade (ex.: Chumbo).

    CONTROLE EM FONTES FIXAS

    Fornos, caldeiras, peneiras, etc.

    1 MATERIAL PARTICULADO

    a) Coletores gravitacionais:

    Sistema de ventilao exaustora possui uma cmara de sedimentao gravitacional cujo mecanismo aproveita a ao da gravidade sobre a partcula (eficincia 10%).

    A cmara um alargamento de duto que diminui a velocidade do efluente gasoso, ajudando a ao da gravidade, sedimentando as partculas na superfcie de coleta do equipamento.

  • um equipamento de baixa eficincia, pois as partculas pequenas quase no so coletadas. Normalmente estes equipamentos so pr-coletores, retendo as partculas maiores e deixando as menores para equipamentos seqenciais mais eficientes.

    Para se aumentar eficincia se faz uma cmara com bandejas, onde se espalha o efluente dando maior oportunidade sedimentao das partculas, porm ocorre um aumento de perda de carga.

    b) Coletores centrfugos:

    A coleta das partculas feita pela ao da fora centrfuga sobre as mesmas. Ao entrar no equipamento o efluente gira em torno do mesmo e depois volta para o outro cilindro (um cilindro externo para a entrada e outro interno para a sada).

    As partculas so arrastadas para a parede do equipamento ficando presas, sendo que com uma agitao mecnica destas paredes as partculas so coletadas.

    Pode apresentar eficincia maior considerando partculas de mesmo tamanho. Sua eficincia aumenta quanto maior for a fora centrfuga.

    SADA DO GS LIMPO

    ENTRADA DO GS

    SADA DO P COLETADO

  • Apresenta maior eficincia que o gravitacional, portanto so considerados equipamentos de mdia eficincia.

    Vrios conjuntos de ciclones trabalhando juntos so os chamados multiciclones, dimensionado de forma que a vazo total seja distribuda igualmente em todos os ciclones.

    c) Filtro de mangas

    Possui melhor eficincia (acima de 90%). Consiste em um sistema de filtros de pano, onde o efluente inicialmente passa por um sistema de sedimentao das partculas maiores e em seguida, por um duto de pano (mangas) onde ficam retidas as partculas menores.

    O sistema funciona por suco e a coleta feita pela superfcie da manga. Quando o filtro fica sujo, o sistema perde a ao filtrante sendo necessrio sua limpeza.

    Ex: Aspirador de p.

    d) Precipitador eletrosttico

    Possui eficincia acima de 90%. Tem a finalidade de carregar eletrostaticamente as partculas do efluente gasoso. Trabalhando com carga/coleta, segura at mesmo as partculas pequenas.

    Funciona carregando o material particulado com eletrodos, estabelecendo uma diferena de potencial grande e gerando campos eletromagnticos e, desta forma, ionizando as partculas. Atravs do choque entre as partculas carrega as molculas para em seguida passar por uma placa coletora.

    2 GASES E VAPORES

    Principais poluentes emitidos na forma de gases:

    SO2 = oxidao do enxofre Oznio = poluentes secundrios

  • Primrios: SO2, Monxido de carbono, XIDOS de nitrognio, sendo que o principal poluente a nvel industrial o enxofre; Mercaptanas (compostos em concentraes baixas que causam incmodos); graxarias, etc.

    A eficincia do controle a mesma s que no se trabalha com tamanhos de partculas e sim em relao a massa do gs poluente retirada do efluente gasoso.

    A) Incinerao:

    Serve para destruir gases atravs da queima, aumentando a temperatura e destruindo os poluentes.

    O efluente gasoso entra no compartimento para pr aquecer e seguir para a cmara, onde um combustvel auxiliar eleva a temperatura produzindo a queima do poluente.

    Este aumento de temperatura ocorre por queima de combustvel no incio do processo (ex.: Gs natural) que no causa resduos para no gerar produto desta combusto, sendo que o resto do processo trabalho sozinho.

    B) torres de absoro

    Processo de absoro: analogia com transferncia de calor

    Absoro: ao de absorver - fenmeno de transporte de massa do poluente de fase gasosa que passa para a fase lquida.

    Nas torres de absoro os gases ou vapores poluentes so retirados do efluente gasoso atravs da difuso, correspondendo um processo de transporte de massa e estabelecendo um gradiente de concentrao.

    Para o transporte de massa necessrio o gradiente de concentrao, ou seja, a concentrao de poluente no gs alto e no lquido zero; com o contato ocorre uma difuso (transporte) de massa. Este processo ajudado pela solubilidade.

    A torre de absoro uma coluna de enchimento (com materiais especiais), onde o efluente gasoso sobe percorrendo os caminhos

  • preferenciais e o efluente lquido desce, favorecendo o contato entre as duas fases (gasosa e lquida).

    C) torre de adsoro

    Adsoro: transporte de massa de fase gasosa para a superfcie de um slido poroso.

    Na torre de adsoro tem-se um processo de difuso com o transporte do poluente para a superfcie de um material slido (adsorvente) retendo-se por aes fsicas.

    Na fuso (transporte de massa) de poluentes em fase gasosa para a superfcie de um slido, normalmente usado o carvo (carvo = altamente poroso).

    Normalmente se usa um leito de carvo onde o efluente gasoso se espalha. Tambm existe a adsoro qumica (com alteraes e reaes qumicas no leito).

    D) condensador

    Equipamento de baixa eficincia. Faz o vapor se condensar, resfriando o efluente gasoso ou aumentando a presso. Normalmente se usa a diminuio da temperatura fazendo o efluente gasoso passar por um trocador de calor (processo de refrigerao).

    O efluente no se mistura com o agente condensador (refrigerao).

    VENTILAO

    A ventilao de processos e operaes que emitem contaminantes e a ventilao de ambiente em geral constituem um dos mais importantes mtodos de controle, e sua apresentao representa o principal objetivo deste trabalho. Consiste na movimentao do ar por meios naturais ou mecnicos, quer introduzido-o num ambiente (insuflao ventilao entrada de ar para o ambiente), quer retirando-o desse ambiente (exauto lanamento do ar para fora do ambiente).

  • O ar entra e sai continuamente de todo recinto ou edifcio atravs das portas, janelas, fendas e outras aberturas. Se essa troca de ar causada por condies naturais, diz-se que a ventilao natural; se efetuada por ventiladores ou outros meios mecnicos, a ventilao chamada de mecnicas ou artificial. Dentro de recintos e edifcios, o ar mantido em circulao por diferena de presso, diferena de temperatura, pela movimentao dos ocupantes e equipamentos, e/ou por ventiladores.

    CONSIDERAES GERAIS SOBRE VENTILAO INDUSTRIAL

    Aspectos Gerais

    A importncia da presena do ar em todos os ambientes de trabalho est alm sua conhecida, mas esquecida, importncia como fonte de oxignio para o metabolismo do homem. Inicialmente o ar o elemento que , de maneira contnua e permanente, independente de meios artificiais, mantm o contato direto entre o ambiente ocupacional e o meio ambiente geral. Contendo vapor dgua e estabelecendo a temperatura natural do ambiente, responsvel pela sensao de conforto trmico; sendo o meio material de propagao das ondas sonoras, tem sua importncia no conforto acstico; um veculo que transporta as impurezas nele suspensas e dispersas at as vias de penetrao e absoro do organismo; transporta essas mesmas impurezas do ambiente externo ao ocupacional e vice-versa.

    Devido a esses fatos, sua movimentao no ambiente de trabalho, conhecida como ventilao, quer provocada por meios naturais, quer por meios artificiais, deve ser criteriosamente planejada, executada e alterada quando necessrio, a fim de que sejam prevenidos danos sade, segurana e bem-estar dos trabalhadores, e inclusive danos propriedade. Essa movimentao do ar entre dois pontos, por meios naturais ou mecnicos, processa-se pelo estabelecimento de uma diferena de presso entre os dois pontos.

    Evidentemente o ar pode ser condicionado artificialmente. Segundo definio da American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engeneers. ASHRAE. ar condicionadpo o processo de tratamento do ar de modo a controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a pureza e a distribuio, para tender as necessidades do recinto condicionado, ocupado ou no pelo homem. As aplicaes do ar condicionado so inmeras, podendo ser citadas, entre outras, as seguintes:

    a) processos de fabricao de certos produtos que devem ser feitos em recintos com umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricao de produtos farmacuticos, impresso de cores, salas de desenhos de preciso, etc.;

  • b) conforto do indivduo e produtividade;

    c) hospitais salas de operao e de recuperao, quarto para tratamento de doentes alrgicos.

    CLASSIFICAO DOS SISTEMAS DE VENTILAO

    O autor, Silas Fonseca classifica os sistemas de ventilao, segundo as principais finalidades a que se destinam, conforme segue.

    Ventilao geral (por insuflao, por exausto, ou por insuflao-exausto)

    VENTILAO PARA MANUTENO DO CONFORTO E EFICINCIA DO HOMEM

    conseguida atravs:

    a) do restabelecimento das condies atmosfricas alteradas pela presena do homem;

    b) da refrigerao do ar ou do homem; c) do aquecimento do ar no inverno.

    VENTILAO PARA MANUTENO DA SADE E SEGURANA DO HOMEM

    conseguida atravs:

    a) da reduo da concentrao de aerodispersides nocivos at que baixe a valores compatveis com a sade;

    b) da manuteno da concentrao de gases, vapores e poeiras, inflamveis ou explosivos, fora das faixas de inflamabilidade ou de exploso.

    VENTILAO PARA CONSERVAO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS POR IMPOSIO (POR IMPOSIO TECNOLGICA)

    Ventilao local (por exasto do ar, junto fonte de produo de um poluente nocivo sade, antes de sua disperso na atmosfera ambiente)

    A ventilao local visa, basicamente, manuteno da sade e da segurana do trabalhador, embora tenha influncia, at certo ponto, nas condies relacionadas a seu conforto e eficincia.

    NECESSIDADES HUMANAS DE VENTILAO

  • A ventilao de residncias, espaos comerciais e escritrios, necessria para controlar odores corporais, fumaa de cigarro, odores de cozinha e outras impurezas odorferas, e no para manter a quantidade necessria de oxignio ou remover o dixido de carbono produzido pela respirao. Isso verdadeiro, pois a construo-padro de edifcios para ocupao humana no pode prevenir a infiltrao ou a sada de substncia e de quantidades de ar, mesmo quando todas as janelas, portas e aberturas no forro estiverem fechadas. Dados publicados sobre as quantidades de ar normalmente disponveis pela ventilao natural ou infiltrao indicam que a sufocao por deficincia de oxignio ou excesso de gs carbnico, como resultantes da respirao humana, potencialmente impossvel em construes no subterrneas.

    Composio do ar

    A composio aproximada do ar sob trs diferentes condies dada na Tab. 1.1. simples clculos, demonstraro que o homem no requer mais do que algumas centenas de ps cbicos de ar por hora para satisfazer suas demandas de oxignio e diluir o dixido de carbono em concentraes no-nocivas.

    Um homem, mesmo em trabalhos pesados, respira cerca de 40 litros de ar por minuto, consome cerca de 2 litro de oxignio, e produz cerca de 1,7 litros de dixido de carbono.

    Mackey oferece uma interessante hiptese sobre as alteraes fsicas e qumicas que ocorrem com o ar interno num ambiente, como resultado da ocupao humana, como segue. Um adulto em repouso usa, em um minuto, cerca de 240 ml de oxignio e produz cerca de 200ml de dixido de carbono.

    A 70 oF, ele perde, em uma hora, cerca de 300 Btu de calor sensvel e 0,1 libra de vapor dgua. Admitindo, para simplificao, que essas taxas permaneam constantes ( o que no acontece na realidade), se um adulto estiver confinado a um ambiente completamente vedado e termicamente isolado, com 1.000 ps3 de volume, inicialmente a 70 oF (ignorando-se a umidade), a temperatura aumentar para 100 oF, em menos de duas horas, enquanto que sero necessrias 75 horas para reduzir o oxignio para 16% e aumentar o dixido de carbono para 5%. Nesse caso extremo, a alterao fsica mais perigosa do que a alterao qumica.

    TABELA 1.1 composio do ar (porcentagem em volume) Coponente Ar externo (seco)

    Ar interno (21o C, U.R. 50%)

    Ar expirado (36o C, U.R. 100%)

    Gases inertes 79,00 78,00 75,00 Oxignio 20,97 20,69 16,00 Vapor dgua 0,00 1,25 5,00 Dixido de carbono 0,03 0,06 4,00

  • O dixido de carbono como um ndice das necessidades de ventilao

    Experincia j h muito realizadas (1963) concluram que a concentrao de dixido de carbono no ar de ambientes ocupados no um ndice adequado das necessidades de ventilao, sob o ponto de vista de suprimento de ar exterior e intensidade de odor.

    TABELA 1.2 Quantidades recomendadas de ar por pessoa no ambiente

    Ar externo (pes3 / min. pessoa)

    Tipo de espao ou ocupao

    5 10 Bancos, auditrios, igrejas, teatros, grandes lojas, espaos onde no se fuma, etc..

    10 15 Apartamento, barbearias, institutos de beleza, quarto de hotel, espaos onde se fuma pouco 15 20 Lanchonetes, restaurantes, quartos de hospitais, espaos

    onde se fuma moderadamente 20 30 Bares, escritrios privados, espao onde se fuma bastante 30 60 Salas de reunies, boates, espao onde se fuma demasiadamente

    Efeito do tamanho do ambiente ocupado em funo das necessidades de ventilao

    Grandes salas tm uma vantagem sobre as pequenas, pois agem como reservatrios, permitindo que os odores do corpo desapaream com no mnimo suprimento de ar exterior e que haja mxima eficincia de ventilao. Uma pequena sala requerer um maior suprimento de ar por pessoa, para controle de odores. A tabela 1.3 apresenta as necessidades de ar para diluio de odores corporais, mostrando o que foi anteriormente mencionado.

  • TABELA 1.3 Necessidades de ar externo para diluio de odores corporais

    Volume do espao (ps3 / pessoa)

    Suprimento de ar exterior ( ps3/min. pessoa)

    Tipo de ocupantes

    100 29 Escolas de crianas 100 25 Adultos sedentrios 200 21 Escolas de crianas 200 16 Adultos sedentrios 300 17 Escolas de crianas 300 12 Adultos sedentrios 500 11 Escolas de crianas 500 7 Adultos sedentrios

    Ps3 = 0,0283 m3

    M3 = 3531ps3

    TOXICOLOGIA INDUSTRIAL

    GENERALIDADES SOBRES TOXICOLOGIA

    A toxicologia pode se definida como o estudo das aes nocivas de produtos qumicos sobre mecanismos biolgicos. Evidentemente o toxicologista, na procura de informaes relacionadas com essas aes nocivas, adquire tambm informaes relevantes, quanto ao graus de segurana no uso desses produtos.

    A toxicologia moderna um campo multidisciplinar, e depende do conhecimento e do desenvolvimento de uma srie de cincias bsicas como a fsica, a qumicas, a fsico-qumica, a biologia e, em particular, a bioqumica. Para adequada compreenso dos problemas toxicolgicos so necessrios conhecimentos da fisiologia, de estatstica, e de sade pblica. A patologia considerada parte da toxicologia, pois um efeito nocivo de um produto qumico sobre uma clula, tecido ou rgo, deve manifestar-se necessariamente sob a forma de anormalidades grosseiras, microscpicas e sub-microscpicas. O campo mais intimamente ligado com a toxicologia a farmacologia, pois o farmacologista deve compreender no somente os efeitos benficos das substncias qumicas, mas tambm os efeitos nocivos dessas substncias com fins teraputicos. A toxicologia tem se desenvolvido em trs aspectos principais, dependendo do interesse presente: toxicologia ambiental, toxicologia econmica (utilitria), e toxicologia forense, conforme a Fig. 3.1.

  • A toxicologia ambiental o ramo da toxicologia que trata da exposio casual do tecido biolgico e, mais especificamente, do homem a produtos qumicos basicamente poluentes de seu ambiente e de seus alimentos. o estudo das causa, condies, efeitos e limites de segurana para tais exposies.

    Figura - Desenvolvimento da Toxicologia

    A toxicologia econmica o ramo da toxicologia que trata dos efeitos nocivos de produtos qumicos intencionalmente administrados ao tecidos biolgicos, com o propsito de obter-se um efeito especifico.

    A toxicologia forense o ramo da toxicologia que trata dos aspectos mdico-legais de efeitos nocivos de substncias qumicas sobre os seres humanos. A toxicologia forense envolve as condies de exposio aos agentes txicos, quer acidentais, quer intencionais.

    AGENTES TXICOS

    INTRODUO

  • O homem, desde o incio da civilizao, em sua procura por alimentos, deve Ter tentado comer uma variedade de materiais de origem vegetal e animal.

    provvel que, atravs dessa experincia, ele tenha determinado que certas substncias, principalmente vegetais, quanto ingeridas, produziam doena ou causavam a morte, ou serviam como uma forma desejvel de alimento. Por isso, parece razovel conceber que o homem logo reconheceu que havia conseqncias danosa ou benfica associadas com a ingesto de materiais pelo seu organismo. Todos os materiais podiam ser colocados em duas classes: seguros ou nocivos. Assim, a palavra veneno seria o termo utilizado para os materiais que fossem benficos e necessrios para que o organismo funcionasse.

    Esse conceito, envolvendo a diviso dos produtos qumicos em duas categorias, tem persistido at hoje e, como tal, serve um propsito til na sociedade. Ele prontamente coloca certas substncias animais e vegetais, e todos os produtos qumicos distintamente nocivos, numa categoria, para a qual dado o devido respeito. Contudo, num sentido estritamente cientifico, tal classificao no segura. Reconhece-se, atualmente, que no possvel estabelecer uma rigorosa linha de separao entre materiais benficos e materiais nocivos. A experincia tem mostrado que mais razovel considerar a existncia de graus de segurana e de graus de risco, na utilizao de um determinado material. Mesmo a mais incua das substncias, quando absorvida pelo organismo humano em quantidades suficientemente elevadas pode ocasionar efeitos indesejveis, ou mesmo distintamente nocivos. Do mesmo modo, o mais nocivo de todos os produtos qumicos, pode ser absorvido, em quantidade suficientemente pequena, sem causar nenhum dano ao organismo.

    CONCEITO DE TOXICIDADE

    Toxidade uma propriedade inerente a todas matrias. Manifesta-se num ambiente fisiolgico vivo, produzindo uma alterao indesejvel do mesmo, que, se suficientemente intensa, chamada de dano. O dano produzido em resposta a alguma dose de uma substncia. A dose a quantidade da substncia experimentada nem dado intervalo de tempo. Algebricamente, a dose pode ser expressa pela regra de Haber, em sua forma mais simples,

    Ct = K = algum ponto final, usualmente morte, onde C a concentrao e t o tempo. A constante K usualmente LD50 ou LC50; LD50 a dose de um agente txico que matar 50% de um grupo de animais de teste; LC50 a concentrao de uma dada substncia que quando inala num determinado perodo de tempo, mata 50% dos animais sob o teste.

    A toxicidade pode tambm ser entendida como o efeito liquido de duas reaes opostas: (1) substncia txica agindo sobre o organismo, e (2) o organismo agindo sobre as substncias txicas. O efeito liquido uma reduo no potencial txico. Isso pode ser observado na figura abaixo. O reconhecimento dessa duas reaes

  • opostas permite diversos prognsticos com relao toxicidade: (a) a toxidade observada ser sempre menor que a verdadeira, ou toxicidade potencial;

    figura

    A figura acima mostra que diversas reaes ocorrem em combinao para reduzir a concentrao do agente txico atravs de uma srie de vias de excreo e eliminao. Os processos metablicos reduzem ainda mais a concentrao efetiva do agente txico no organismo; contudo, muitas vezes, os produtos resultantes da desintoxicao podem aumentar a toxicidade. Pelo fato de uma substncia poder ser txica para um determinado espcime biolgico e, ao mesmo tempo, incua para outro, ao serem usados os termos txico e toxicidade, necessrio identificar i mecanismo biolgico sobre o qual o efeito danoso produzido.

    SINERGISMO E ANTAGONISMO

    Sinergismo pode ser definido como o aumento da toxicidade acima daquela comumente expressada, quando o agente txico utilizado em combinao com outra substncias. Antagonismo a expresso oposta toxicidade, quando duas ou mais substncias esto presentes no organismo; o antagonismo pode resultar na completa eliminao dos efeitos txicos, ou a toxicidade pode ser parcialmente reduzida.

    RISCO E SEGURANA

    Pode-se conceituar risco como a probabilidade de ocorrncia de um dano quando se utiliza a substncia de um determinado modo e numa particular quantidade; e segurana como a certeza prtica de que um dano no ir ocorrer quando a substncia for utilizada de um determinado modo e numa particular quantidade. Observao. Toxicidade de uma substncia; risco ou segurana no uso da substncia.

  • Os elementos bsicos a serem considerados na avaliao de um risco no uso de uma substncia so:

    a) toxicidade da substncia usada; b) propriedades fsica da substncia; c) probabilidade de absoro da substncia pelo indivduo; d) a extenso e a intensidade de exposio a essa substncia; e) medidas de controle utilizadas.

    OCORRNCIA DOS AGENTES TXICOS

    Os agentes txicos, especificamente designados em sade ocupacional como agentes qumicos de doenas profissionais, podem ocorrer nos estado slido, liquido ou gasoso. Quando no estado slido ou liquido, podem apresentar-se finamente divididos e suspensos no ar como material particulado, com importante significado higinico.

    Os agentes que se apresentam no estado gasoso so constitudos pelos gases e vapores, sendo que estes ltimos representam o estado gasoso de materiais que so slidos ou lquidos nas condies normais de presso e temperatura. Uma das propriedades mais importante desses agentes sua capacidade de misturar-se intimamente com o ar, tornando-se parte do mesmo; inicialmente pode haver uma certa estratificao, devida as diferenas de densidade. Contudo, uma vez misturados, no h uma separao importante, apesar dessas diferenas. As partculas slidas e liquida suspensa no ar podem ser classificadas de acordo com sua formao em poeiras, fumos e nvoas.

    Poeiras

    So partculas slidas, em geral com dimetros maiores que 1 micro, resultantes da desintegrao mecnica de substncia orgnicas ou inorgnicas, seja pelo simples manuseio, seja em conseqncia de operaes de triturao moagem, peneiramento, broqueamento, polimento, detonao, etc. Como exemplo, podemos citar as poeiras de slica, asbestos e carvo.

    Fumos

    So particulas slidas, em geral com dimetros menores que 1 m, resultantes da condensao de vapores, geralmente aps volatilizao de metais fundidos, e quase sempre acompanhada de oxigenao. Ao contrrio das poeiras, os fumos

  • tendem a flocular. Os fumos podem forma-se tambm pela volatilizao de matrias orgnicas slidas ou pela reao de substncias qumicas, como na combinao de cidos clordricos e amonaco.

    VI- Nvoas

    So particulas liquidas (goticulas), comumente com dimetro entre 0,1 e 100 m, resultantes da condensao de vapores sobre certos ncleos, ou da disperso mecnicas de liquidos, conseqente a operaes ou ocorrncias como a nebulizao, borbulhamento, respingos, etc. como exemplo podemos citar nvoas de cidos crnicos, de cidos sulfrico e de tinta pulverizada.

    CLASSIFICAO FISIOLGICAS DOS AGENTES TXICOS

    Os tipos de ao fisiolgicas de um agente txico sobre o organismo depende da concentrao na qual est presente. Por exemplo, um vapor, numa determinada concentrao, pode exercer sua principal ao como anestsico, enquanto que uma menor concentrao do mesmo vapor pode, sem efeito anestsico, danificar o sistema nervoso, o sistema hematopotico, ou algum rgo visceral. Por esse motivo, impossvel, freqentemente, colocar-se um agente txico nu,a nica classe. Patty sugere a classificao que segue.

    VII- Irritantes

    So corrosivos e vesicantes em sua ao. Tem essencialmente o mesmo efeito sobre homens e animais, e o fator concentrao muito mais importante que o fator tempo de exposio. Algumas irritantes representativos so:

    a) irritante que afetam principalmente o trato respiratrio superior aldedos (aldedos actico, acrolena, aldedo frmico), poeiras e nvoas alcalinas, amnia, cidos crnico, xido de etileno, cido clordrico, fluoreto de hidrognio, dixido de enxofre;

    b) irritante que afetam principalmente o trato respiratrio superior e os pulmes bromo, cloro, xido clorados, fluor, iodo, ozona, cloretos de enxofre, tricloreto de fsforo;

    c) irritantes que afetam principalmente o trato respiratrio inferior dixido de nitrognio, fosgnio, tricloreto de arsnio.

    VIII- Asfixiantes

    Exercem sua ao interferindo com a oxidao dos tecidos. Podem ser divididos em asfixiantes simples e qumicos. Os asfxiantes simples so fisiologicamente gases inertes que agem principalmente por diluio do oxignio atmosfrico abaixo da presso parcial necessria para manter uma saturao de oxigenio do sangue suficiente para a respirao normal do tecido. Os asfixiantes qumicos, por outro lado, atravs de uma ao qumica, impedem o transporte do oxignio pelo

  • sangue ou impedem a oxigenao normal dos tecidos, mesmo que o sangue esteja bem oxigenado. Seguem-se exemplos de asfixiantes.

    a) Asfixiantes simples: dixido de carbono, etano, hlio, hidrognio, metano, nitrognio, xido nitroso.

    b) Asfixiantes qumicos: monxido de carbono, que combina com a hemoglobina; cianognio, cianeto de hidrognio e nitrilas, que inibem a oxidao do tecido pela combinao com catalisadores celulares; anilina, metilanilina, dimetilinalina e toluidina, que formam metaemoglobina; nitrobenzeno, que forma metaemoglobina, baixa a presso sanguinea, disturba e, finalmente, faz cessar a respirao; e sulfeto de hidrognio, que causa paralisia respiratria.

    Narcticos (anestsicos em seu estagio extremo de ao)

    Esse grupo exerce sua principal ao como simples anestesia, sem srios efeitos sistmicos, e seus membros tm uma ao depressiva sobre o sistema nervoso central, governada por suas presses parciais no sangue que abastece o clebro. Por exemplo, hidrocarbonetos acetilnicos, hidrocarbonetos olefincos, ter etilico, ter isoproplico, hidrocarbonetos parafincos, acetonas alifticas lcoois alifticos.

    Txicos sistmicos

    a) Materiais que causam danos a um ou mais rgo viscerais: a maioria dos hidrocarbonetos halogenados.

    b) Materiais que causam danos ao sistema hematopotico: benzeno, fenis e, num certo grau, tolueno, xilol e naftaleno.

    c) Materiais que causam danos ao sistema nervoso: dissulfeto de carbono, lcool metlico, tiofeno.

    d) Metis txico: chumbo, mercrio, cdmo, antimnio, mangans, berlio, etc. e) No-metais txico inorgnico: compostos de arsnio, fsforo, selnio e enxofre,

    fluoretos.

    Material particulado que no seja txico sistmico

    a) Poeira que produzem fibrose: silica, asbesto. b) Poeira inerte: carborundo, carvo. c) Poeira que causam reaes alrgicas: plem, madeira, resina e muitas outras

    poeiras orgnicas. d) Irritantes: cidos, lcalis, fluoretos cromatos. e) Bactrias e outros microrganismos.

    CLASSIFICAO DAS SUBSTNCIAS PELOS SEUS EFEITOS TXICOS

  • No-venenosos

    So substncias que no podem ser absorvidas pelos fluidos do organismo. Por exemplo, metilcelulose e alto polimeros. A maioria dos produtos comerciais contm baixos polimeros ou impurezas absorvveis.

    Veneno por concentrao

    So substncias que produzem um efeito proporcional quantidade presente no organismo, num dado instante. Podem ser:

    a) fisicamente txicos xido nitroso, ter etilico, narcticos em geral; b) Farmacologicamente (ou bioquimicamente) txicos compostos orgnicos

    fosforados, que atuam como inibidores irreversiveis da colinesterase, acetilcolina (Parathon, Pirazoxon, etc.)

    c) Fisiolgicamente txicos Butil Cellosove, que causa anemia hemofilitica (aumenta a fragilidade dos glbulos vermelhos).

    IX- Veneno crnicos

    So substncia que, sempre que a concentrao nos fluidos do organismo passa um limite, causa um dano que no reparado antes da prxima absoro. Por exemplo, o tetracloreto de carbono, que causa cirrose do figado.

    X- Veneno cumulativos

    So substncias que armazenam no organismo, quando acima do nivel de tolerncia no sangue (chumbo, flor, DDT). XI- Veneno aditivos

    So substncias tais que cada molcula das mesmas que entram no organismo produz um efeito permanente irreverssivel. Por exemplo, substncia que causam cncer (?).

    TOXICIDADE AGUDA, SUBAGUDA E CRNICA

  • XII- Toxicidade aguda

    Refere-se a efeito produzido por uma nica penetrao de um produto qumico nos fluido do organismo uma engolida, 8h de inalao, at 24 h de contato com a pele.

    (exemplo: Num poo de inspeo havia indicio de gs Sulfidrico provocou morte) XIII- Toxicidade subaguda

    Refere-se a efeitos produzidos por penetrao dirias ou freqentes no organismo, durante poucos dias ou at mesmo um ano.

    XIV- Toxicidade crnica

    Refere-se a efeito produzidos pela penetrao do agente txico durante pelo menos dois anos.

    TOXICIDADE SELETIVA E ASSOCIADA

    Toxicidade seletiva

    Os agente danificam certas clulas, rgo e espcies, e no outros, na mesma dosagem. Os compostos que constituem os pesticida so planejados para matar insetos, por exemplo, e no danificar o homem. Por exemplo, a seletividade do DDT est baseada no tamanho do animal e no no peso.

    Toxicidade associada

    Quando dois ou mais agentes esto presentes, pode haver:

    a) efeitos independentes, A efeito A; B efeito B;

    b) efeito aditivos quando as aes txicas so similares, efeito (A+B) = efeito A + efeito B;

    c) efeito sinrgico, quando as aes txicas so mais que aditivas efeito (A+B) > efeito A + efeito B;

    d) efeito antagnicos, quando as aes txicas so menos que aditivas,

  • efeito (A+B) < efeito A + efeito B;

    Exemplo. Qual a mais provvel LD50 para ratos de um fluido para freio cuja frmula :

    Etileno-glicol (LD50 : 8g/kg) 20% em peso, glicerina (LD50 : 30g/kg) 30% em peso, leo de rcino (LD50 : 100g/kg) 50% em peso;

    mdia harmnica,

    %A +

    %B +

    %C =

    1 LD50A LD50 B LD50 C LD50 X

    0,20 +

    0,30 +

    0,50 = 25 g/kg 8 30 100

    VIAS DE PENETRAO NO ORGANISMO

    Introduo

    Todas as vias naturais de penetrao dos agentes txicos no organismo retardam a entrada dos mesmos, e exercem determinada ao seletiva. A penetrao somente ser instantnea quando atingir diretamente a corrente sangunea, como mas leses da pele ou na aplicao de medicamentos atravs de injeo intravenenosa. As propriedades fsicas e qumicas de cada composto determinam grandemente a via pela qual ocorre a exposio.

    Atravs de uma exposio ocupacional, os agentes txicos penetram no organismo do trabalhador, principalmente atravs da pele e pelos aparelhos respiratrio e digestivo; h possibilidade de penetrao, porem com importncia bastante secundria, tambm atravs da mucosa (membrana que forra as cavidades do organismo e que segrega muco), de outras cavidades do organismo como plpebras dos olhos, lbios da vulva, vagina, prepcio, nus, lbios, ou atravs da crnea, dos tmpanos e do orifcio urinrios.

    AO DOS AGENTES TXICOS SOBRE A PELE

    A pele normalmente uma barreira efetiva para proteo dos tecidos que esto sob ela, e normalmente pouca substncia so absorvidas atravs dela, em quantidades perigosas. Contudo por ocorrer envenenamentos fatais, por exposies breves de reas da pele, que no necessitam ser muito grande. A pele, como via de contato, pode ser tambm importante quando penetrada por agentes extremamente txicos, projetados contra ela, ou que ingressam atravs

  • de feridas abertas. Resumindo, quando um agente qumico pe-se em contato com a pele, pode ocorrer o que segue.

    1. pele e a pelcula de suor e gordura que cobre podem atuar como uma barreira efetiva, que o agente no capaz de perturbar, danificar ou penetrar.

    2. o agente pode reagir com a superfcie da pele e causar uma irritao primria. O irritante primrio uma substncia que, se permanece em contato com a pele, em dose suficiente produzir um efeito visvel sobre a pele, no local do contato. Um irritante primrio afetar a pele de qualquer trabalhador de um modo quase idntico. A maioria dos irritante primrio tem uma ao clinica direta sobre a pele, atravs de um dos seguintes meios:

    a) solvente de queratina hidrxido de sdio, hidrxido de potssio e outros materiais alcalinos;

    b) desidratao cido inorgnicos e anidrfidos; como resultado, a pele torna-se seca, racha-se ficando to sujeita a um infeco secundria;

    c) solventes de leo e gorduras solventes orgnicos; podem causar uma inflamao severa da pele;

    d) precipitantes de proteinas arsnico, cromo e outros metais pesados alteram a estrutura qumica da pele e causam ulcerao;

    e) oxidante excessiva exposio a branqueadores, como os perxido e cloro, causa distrbio e alterao no balano fluido da camada de queratina;

    f) redutores cidos salicilico, xido oxlico; reduzem quimicamente a camada mais externa da pele, levando a uma irritao das camadas mais internas.

    g) Estimulante da queratina certos compostos do petrleo e produtos de disatilao do alcatro, certos hidrocarbonetos clorados, arsnico podem levar a formao de tumores na pele.

    3 O agente pode penetrar na pele, combinar-se com a protena dos tecidos e produzir sensibilizaes da pele. O sensibilizador uma substncia que no causa alterao visvel na pele, que, aps umperiodo de incubao (de cinco dias para mais), aps contatosobre a mesma, causar uma dermatite. A dermatite causada por irritantes primrios usualmente ocorre aps algumas horas ou em poucos dias. Exemplo de matrias que exercem uma potente ao sensitizante (relativo ao sentido) so: aminas alifticas, maleatos, resinas epxicas, nquel e platina.

    4 O agente pode penetrar na pele atravs da via peliculo-sebcea, ingressar na corrente sangnea, e atuar como um txico generalizado, afetando todo o organismo. Os agentes que penetram atravs da pele devem ser solveis em gua e gordura, para penetra bem. Os compostos inicos, por exemplo, no penetram atravs da pele.

  • PENETRAO ATRAVS DO TRATO DIGESTIVO

    A intoxicao ocupacional por essa via muito menos comum, j que a freqncia e o grau de contato com os agentes txicos depositados nas mos, alimentos e cigarros n muito menor do que na inalao. Por isso, somente substncias altamente txicas como o chumbo, mo arsnico e o mercrio podem causar preocupao nesse sentido.

    O trato gastrointestinal pode ser visto como um tubo atravs do corpo, comeando na boca e terminando no nus. Apesar de estarem dentro do organismo, seus contedos esto essencialmente externos aos fluidos do corpo (sangue e linfa). Por isso, os agentes txicos no trato gastrointetinal podem produzir umefeito na superfcie da mucosa que o reveste ou ser abosorvido atravs dessa mucosa. lcalis e cidos fortes ou fenis, em edequada concentrao, podem causar um efeito necrosante ( ) sobre a mucosa do trato.