processos de reestruturação do ensino médio: desafios e · • jovens de elite (25% mais ricos)...

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Processos de reestruturação do Ensino Médio: desafios e aprendizados

CLAUDIA COSTIN

PROCESSOS DE

REESTRUTURAÇÃO

DO ENSINO MÉDIO:

DESAFIOS E

APRENDIZADOSCLAUDIA COSTIN

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas

Educacionais da Fundação Getúlio Vargas-RJ (CEIPE-FGV)

NOVOS OBJETIVOS

GLOBAIS PARA 2030 –

ODS 4 – PARA A

EDUCAÇÃO

Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de

aprendizagem ao longo da vida para todos

ALGUMAS METASESPECÍFICAS

Até 2030, assegurar que todas as meninas e meninos

completem Educação Primária e Secundária livre, de

qualidade e equitativa, que conduza a resultados de

aprendizagem relevantes e efetivos.

Até 2030, assegurar que todas as meninas e meninos

tenham acesso a Programas de Primeira Infância de

qualidade, incluindo Educação pré-escolar, para que

estejam prontos para o Ensino Primário.

ALGUMAS METASESPECÍFICAS

ALGUMAS METASESPECÍFICAS

Até 2030, aumentar, de forma expressiva o número de

jovens e adultos que tenham habilidades relevantes,

inclusive competências técnicas, para empregabilidade

e empreendedorismo.

MUNDIALMENTE,

A DEMANDA POR

COMPETÊNCIAS ESTÁ

MIGRANDO PARA

COMPETÊNCIAS NÃO

ROTINEIRAS COGNITIVAS

E INTERPESSOAIS.

EMPLOYMENT COMPOSITION (SIMPLE CROSS COUNTRY AVERAGE BY TYPE OF OCCUPATION; 2000-2012)

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

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OECD countries

Non-routine cognitive or inter-personal Routine cognitive or manual

Non-routine manual

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Sh

are

in

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tal e

mp

loym

en

t (%

)

Developing countries

Non-routine cognitive or inter-personal

Routine cognitive or manual

Non-routine manual

Source: WDR 2016 team, based on ILO KILM data. Skills classification follows Autor (2014).

• Objetivos do Milênio em Educação para 2015 (acesso) foram atingidos na maior

parte dos países.

• Expansão massiva da escolarização em quase todos os países (anos de

escolaridade evoluíram de 2,0 -1950 para 7,2-2012, nos países em

desenvolvimento).

• Tanto “bons governos” quanto “maus governos” (corrupção, democracia,

liberdades civis e crescimento) registraram crescimento em escolarização.

• Problema: As crianças não estão aprendendo o Básico, num mundo que vem

extinguindo empregos e aumentando a desigualdade. “Learning Crisis”

SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO MUNDO OU

“ESCOLARIZAÇÃO NÃO É APRENDIZAGEM”

• Jovens de 15 anos- PISA: Brasil em 63º lugar em Ciências, 59º em leitura e 66º em Matemática, entre 70 economias.

• Jovens de elite (25% mais ricos) pior que os 25% mais pobres da OCDE.

• Desempenho inferior à media da OCDE. Depois de ter sido o país com maior

ganho em desempenho de 2003 a 2012, o desempenho estagnou.

• Taxa de matrículas para jovens de 15 anos cresceu de 65% em 2003 para 78%

em 2012.

• Grande defasagem idade-série.

COMO ESTAMOS HOJE NO BRASIL?

• Problema começa cedo: 57,07% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental têm rendimento inadequado em matemática, 34,34% em escrita e 22,07% em leitura (ANA);

• 60% dos alunos de 5º ano não aprenderam o adequado em Português e Matemática;

• No 9º ano, 73% dos alunos não aprenderam o adequado em Português e 83% em Matemática;

• A BNCC será uma grande oportunidade de construir um caminho para construir qualidade.

COMO ESTAMOS HOJE?

• Ensino Médio: somente 64% dos jovens acima de 25 a 29 anos já completaram a etapa. Na média da OCDE, esta proporção chega a 85%. Em Portugal são 97%;

• 1,7 milhão de jovens entre 15 a 17 anos – correspondente à faixa etária regular do Ensino Médio – estão fora da escola;

• Taxa de abandono do Ensino Médio é de 25%;

• Currículo enciclopédico e sem diferenciação de trajetórias;

COMO ESTAMOS HOJE?

ENSINO MÉDIO

• Se o jovem quiser cursar formação técnica de nível médio, ele precisa cursar 2400 horas do ensino médio regular e mais 1200 horas do técnico;

• 1/3 dos alunos estuda à noite (2,7 milhões de alunos). Arremedo de ensino: horas-aula achatadas e a evasão é bem maior. Apenas 3,5% dos ingressantes na Fuvest saíram do noturno;

• IDEB de Ensino Médio é de 3,7 (escala de 0 a 10).

COMO ESTAMOS HOJE?

ENSINO MÉDIO

NOVO

ENSINO

MÉDIO

• Começou mal, por Medida Provisória;

• O currículo será norteado pela Base Nacional Comum Curricular, obrigatória

e comum a todas as escolas (da educação infantil ao ensino médio)

• A BNCC estabelecera ́ as competências, os objetivos de aprendizagem e os

conhecimentos necessários para a formação geral do aluno (não mais de

1.800 horas)

• Itineráformativos nas áreas de conhecimento ou de atuação profissional:

• I – linguagens e suas tecnologiasrios;

• II – matemática e suas tecnologias;

• III – ciências da natureza e suas tecnologias;

• IV – ciências humanas e sociais aplicadas;

• V – formação técnica e profissional

• Ampliação da carga horária (5 horas) e ensino integral

• Países ou economias com melhores sistemas educacionais contam com mais anos de Ensino Médio, mais horas de aula e menor número de disciplinas ( Singapura, Xangai, Canadá, Finlândia, p.e.);

• O aluno escolhe disciplinas ou trajetórias educativas;

• Na Finlândia, reestruturação recente favorece integração de disciplinas naabordagem de problemas concretos;

• Em Xangai e na Coréia busca de novo modelo, centrado em maiorflexibilidade, fim dos “cursinhos”preparatórios e criatividade.

EXPERIENCIA INTERNACIONAL

• Foco em resolução de problemas e em

criatividade.

• Personalização do ensino.

• Flexibilização dos currículos.

• Pensamento associado a cada domínio

de conhecimento: pensamento

histórico e crítico, pensamento especial,

pensamento matemático… Ensinar a

pensar.

• Competências cognitivas associadas a

competências sócio-emocionais.

• Protagonismo do aluno (formar para a

autonomia e para a cidadania global).

TENDÊNCIAS

EM EDUCAÇÃO

QUE APARECEM NA

BASE, PARA O

ENSINO

FUNDAMENTAL

• A aprovação da BNCC oferece uma grande oportunidade para se rever a formação inicial do professor (revisão de currículos das licenciaturas ) e para a formação continuada em serviço;

• O trabalho do professor vem sofrendo, em países desenvolvidos, profunda transformação e a BNCC aponta nesta direção (de fornecedor de aulas para

mediador e assegurador de aprendizagem);

• BNCC oferece orientações muito mais claras e apoio para o trabalho dos

mestres, mas demanda maior participação deles no detalhamento dos currículos para que o processo de fato aconteça em cada sala de aula.

A BASE E O PAPEL DO PROFESSOR

Crise na

educação:

Novos desafios,

velhas

respostas.

“Enquanto o navio estava afudando, o

capitão falou: a primeira prioridade é salvar

a tripulação, em seguida evitar qualquer

inconveniente enquanto o navio continua a

afundar, a terceira prioridade é consertar o

navio e, finalmente, a quarta prioridade, se

o tempo permitir, é salvar os passageiros”

Arthur Levine, Columbia Teachers College

OBRIGADA!

[email protected]

Twitter @claudiacostin