processos de fabricação: estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Graduação em Engenharia Mecânica Ênfase em Mecatrônica TRABALHO DE TÓPICOS ESPECIAIS I Processo de Fabricação por Prototipagem Rápida César Gomes Martins Júnior Felipe Duarte Soares Jackson Júnio Pereira Tironi Rafael de Almeida Lial Belo Horizonte 2012

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Esse trabalho concentra-se no estudo do processo de fabricação mecânica por prototipagem rápida, com objetivo de aprofundar em sua história, princípios do processo, seus equipamentos, quais são seus parâmetros, qual a capacidade do processos, quais suas vantagens, quais suas desvantagens, alguns exemplos de aplicação e presenciar o processo em si, e a sua aplicabilidade, aprimorando o conhecimento das características e tipos de processos existentes e utilizados na indústria.

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Page 1: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Graduação em Engenharia Mecânica Ênfase em Mecatrônica

TRABALHO DE TÓPICOS ESPECIAIS I

Processo de Fabricação por Prototipagem Rápida

César Gomes Martins Júnior

Felipe Duarte Soares

Jackson Júnio Pereira Tironi

Rafael de Almeida Lial

Belo Horizonte

2012

Page 2: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

César Gomes Martins Júnior

Felipe Duarte Soares

Jackson Júnio Pereira Tironi

Rafael de Almeida Lial

TRABALHO DE TÓPICOS ESPECIAIS I

Processo de Fabricação por Prototipagem Rápida

Trabalho apresentado à disciplina

Tópicos Especiais I do programa de

Graduação em Engenharia Mecânica

ênfase Mecatrônica da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais,

como requisito parcial para obtenção do

título de engenheiro.

Belo Horizonte

2012

Page 3: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

César Gomes Martins Júnior

Felipe Duarte Soares

Jackson Júnio Pereira Tironi

Rafael de Almeida Lial

TRABALHO DE TÓPICOS ESPECIAIS I

Processo de Fabricação por Prototipagem Rápida

Trabalho apresentado a

Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais,

como parte das exigências

da disciplina de Tópicos

Especiais I da Graduação

em Engenharia Mecânica

(ênfase em Mecatrônica)

________________________________________________

Prof. Breno Ferreira Lizardo – Orientador - PUC Minas

Belo Horizonte, 06 de Junho de 2012

Page 4: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

A Deus, meus familiares, amigos e companheiros de

classe que muito nos ajudaram na realização deste projeto...

Page 5: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, fica expressa aqui

a minha gratidão, especialmente:

A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pela oportunidade de

cursar Engenharia Mecânica (ênfase em Mecatrônica).

Ao professor Breno Ferreira Lizardo, pela orientação, pelo aprendizado e

apoio em todos os momentos necessários nesta caminhada.

A todos que, de alguma forma, contribuíram para esta construção.

Page 6: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

“Nenhum caminho é longo demais quando um amigo

nos acompanha”. (Autor Desconhecido)

Page 7: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

RESUMO

Esse trabalho concentra-se no estudo do processo de fabricação mecânica

por prototipagem rápida, com objetivo de aprofundar em sua história, princípios do

processo, seus equipamentos, quais são seus parâmetros, qual a capacidade do

processos, quais suas vantagens, quais suas desvantagens, alguns exemplos de

aplicação e presenciar o processo em si, e a sua aplicabilidade, aprimorando o

conhecimento das características e tipos de processos existentes e utilizados na

indústria.

Palavras-chave: Prototipagem Rápida, Fabricação e Modelos.

Page 8: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

ABSTRACT

This work focuses on the study of the mechanical manufacturing by rapid

prototyping, in order to delve into its history, principles, process, equipment, what are

its parameters, the capability of the process, what their advantages, disadvantages

which, some examples of application and witness the process itself, and its

applicability to enhance the knowledge of the characteristics and types of existing

processes and used in industry.

Keywords: Rapid Prototyping, Manufacturing and Models.

Page 9: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 01

2. HISTÓRIA ..................................................................................................... 02

3. PRINCÍPIOS DO PROCESSO ...................................................................... 04

4. EQUIPAMENTO ........................................................................................... 06

5. PARÂMETROS ............................................................................................. 17

6. CAPACIDADES DOS PROCESSOS ........................................................... 19

7. VANTAGENS................................................................................................ 20

8. DESVANTAGENS ........................................................................................ 21

9. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ...................................................................... 22

9.1. Avaliação de Forma ...................................................................... 22

9.2. Avaliação de encaixe .................................................................... 20

9.3. Avaliação de Função .................................................................... 20

9.4. Avaliação de Ergonomia .............................................................. 21

9.5. Moldes para Injeção a Frio ........................................................... 21

9.6. Vacum Casting .............................................................................. 22

9.7. Aplicações para Saúde ................................................................. 22

9.7.1. Cirurgia Bucomaxilofacial ........................................ 23

9.7.2. Implantodontia ........................................................... 26

9.7.3. Ortodontia .................................................................. 27

9.7.4. Neurocirurgia ............................................................. 28

9.7.5. Ortopedia ................................................................... 28

9.7.6. Oncologia ................................................................... 29

9.8. Outras aplicações ......................................................................... 22

10. CONCLUSÃO ............................................................................................. 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 31

Page 10: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Máquina de Estereolitografia ..................................................... 07

FIGURA 2 - Manufatura de objetos em laminas............................................ 08

FIGURA 3 - Sinterização seletiva a laser ....................................................... 09

FIGURA 4 - Modelagem por deposição de material fundido ....................... 10

FIGURA 5 - Cura solida na base .................................................................... 11

FIGURA 6 - Impressão por jato de tinta ........................................................ 12

FIGURA 7 - Técnica de LENS ......................................................................... 13

FIGURA 8 - Vazamento a vácuo ..................................................................... 14

FIGURA 9 - Máquina moldagem por injeção ................................................ 15

FIGURA 10 - Processo de rapid tool .............................................................. 16

FIGURA 11 - Insertos fabricados pelo processo Direct AIM ....................... 17

FIGURA 12 - Avaliação de Forma .................................................................. 23

FIGURA 13 - Avaliação de encaixe ................................................................ 23

FIGURA 14 - Avaliação de função .................................................................. 24

FIGURA 15 - Avaliação de ergonomia ........................................................... 24

FIGURA 16 - Moldes para injeção a Frio ....................................................... 25

FIGURA 17 - Vacum Casting .......................................................................... 25

FIGURA 18 - Cirurgia Bucomaxilofacial ........................................................ 26

FIGURA 19 - Implantodontia .......................................................................... 27

FIGURA 20 - Ortodontia .................................................................................. 27

FIGURA 21 - Neurocirurgia ............................................................................. 28

FIGURA 22 - Ortopedia ................................................................................... 28

FIGURA 23 - Oncologia ................................................................................... 29

FIGURA 24 - Valores dos protótipos ............................................................. 29

Page 11: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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1. INTRODUÇÃO

A Prototipagem rápida é a construção automática de objetos físicos que usam

fabricação de forma livre sólida. As primeiras técnicas para prototipagem rápida

ficaram disponíveis nos anos oitenta e foram usadas para produzir modelos e partes

de protótipo. Hoje, eles são usados para uma gama muito mais ampla de aplicações

e são usados mesmo para fabricar produção de qualidade em números

relativamente pequenos. Alguns escultores usam a tecnologia para produzir formas

complexas para exibições de belas-artes.

Em resumo, prototipagem rápida emprega design virtuais design computador-

auxiliado (CAD) ou de software modelação de animação que os transforma em

seções de cortes transversais, ainda virtual, e então cria cada seção transversal no

espaço físico, um depois do próximo até que o modelo é acabado. É um processo

de WYSIWYG onde o modelo virtual e o modelo físico correspondem quase

identicamente.

Em fabricação aditiva, a máquina lê os dados de um desenho CAD, e coloca

camadas sucessivas de líquido ou material pulverizado e deste modo constrói o

modelo com uma série longa de seções transversais. São coladas juntadas estas

camadas que correspondem à seção transversal virtual do modelo de CAD, ou são

fundidas (usando freqüentemente um laser) automaticamente para criar a forma

final.

A vantagem primária para construção aditiva é sua habilidade para criar

quase qualquer geometria (incluindo volumes negativos fechados).

A interface standard entre software de CAD e máquinas de prototipagem de

rápida é o formato de arquivos STL.

Page 12: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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2. HISTÓRIA

Sistemas de Prototipagem rápida surgiram inicialmente em 1987 com o

processo de estereolitografia (StereoLithography - SL) da empresa americana 3D

Systems, processo que solidifica camadas (layers) de resina foto-sensível por meio

de laser. O sistema SLA-1, o primeiro sistema de prototipagem disponível

comercialmente foi um precursor da máquina SLA - 250, bastante popular nos dias

de hoje. Após a empresa 3D Systems iniciar a comercialização de máquinas SL nos

EUA, as empresas japonesas NTT Data e Sony/D-MEC passaram a comercializar

suas versões de máquinas de estereolitografia em 1988 e 1989, respectivamente.

Em seguida, em 1990, a empresa Eletro Optical Systems - EOS na Alemanha,

passou a comercializar o sistema conhecido como Stereos.

Logo após vieram as tecnologias conhecidas como Fused Deposition

Modeling (FDM) da empresa americana Stratasys, Solid Ground Curing (SGC) da

israelense Cubital e Laminated Object Manufacturing (LOM), todas em 1991. A

tecnologia FDM faz a extrusão de filamentos de materiais termoplásticos camada por

camada, semelhante à estereolitografia, só que utilizando um cabeçote de fusão do

material em vez de cabeçote laser. SGC , também trabalha com resina foto-sensível

a raios UV, só que solidifica cada camada numa única operação a partir da utilização

de máscaras criadas com tinta eletrostática numa placa de vidro. LOM solidifica e

corta folhas de papel (atualmente folhas de termoplásticos reforçado com fibras)

usando laser controlado por computador.

Sistemas de sinterização (Selective Laser Sintering - SLS) da empresa

americana DTM e o sistema Soliform de estereolitografia da japonesa Teijin Seiki

tornaram-se disponíveis em 1992. Usando calor gerado pelo laser, SLS funde pós

metálicos e pode ser utilizado para obtenção direta de matrizes de injeção.

Em 1993, a americana Soligen comercializou o produto conhecido por Direct

Shell Production Casting (DSPC), que utiliza um mecanismo de jato de tinta para

depositar líquido agregante em pós cerâmicos para produção de cascas que podem

por sua vez serem utilizados na produção de moldes e peças injetadas em Alumínio,

processo este desenvolvido e patenteado pelo MIT (Massachussets Institute of

Technology).

Page 13: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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Em 1994 muitas outras tecnologias e sistemas surgiram:

• ModelMaker da empresa americana Sanders Prototype, usando sistema de jato

de cera ( ink-jet wax);

• Solid Center da empresa japonesa Kira Corp., utilizando um sistema laser

guiado e um plotter XY para produção de moldes e protótipos por laminação de

papel;

• Sistema de estereolitografia da empresa Fockele & Schwarze (Alemanha);

• Sistema EOSINT, da empresa alemã EOS, baseado em sinterização;

• Sistema de estereolitografia da empresa japonesa Ushio

O sistema Personal Modeler 2100 da empresa BPM Technology (EUA) foi

vendido comercialmente a partir de 1996 (BPM significa Ballistic Particle

Manufacturing). A máquina produz peças a partir de um cabeçote a jato de cera. No

mesmo ano a empresa Aaroflex (EUA) passou a comercializar o sistema SOMOS

em estereolitografia da multinacional DuPont, e a empresas Stratasys (EUA) lançou

seu produto Genisys, baseado em extrusão , similar ao processo de FDM, mas

utilizando sistema de prototipagem desenvolvido no Centro de Desenvolvimento IBM

(IBM´s Watson Research Center). No mesmo ano, após oito anos comercializando

produtos em esterolitografia, a empresa 3D Systems (EUA) comercializou pela

primeira vez seu sistema Atual 2100, sistema baseado em impressão a jato de tinta

3D. O sistema deposita materiais em cera camada por camada através de 96 jatos.

No mesmo ano, Z Corp. (EUA) lançou o sistema Z402 3D para prototipagem

baseado na deposição de pós metálicos em 3D.

Page 14: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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3. PRINCÍPIOS DO PROCESSO

O termo prototipagem rápida designa um conjunto de tecnologias usadas para

se fabricar objetos físicos diretamente a partir de fontes de dados gerados por

sistemas de projeto auxiliado por computador (C.A.D). Tais métodos são bastante

peculiares, uma vez que eles agregam e ligam materiais, camada a camada, de

forma a constituir o objeto desejado. Eles oferecem diversas vantagens em muitas

aplicações quando comparados aos processos de fabricação clássicos baseados em

remoção de material, tais como fresamento ou torneamento.

A natureza aditiva deste processo permite a criação de objetos com

características internas complicadas que não podem ser obtidas através de outros

processos como, por exemplo, usinagem (fresamento, furação, torneamento, etc.),

que são processos "subtrativos", ou seja, removem material a partir de um bloco

sólido.

Mas, como tudo na vida, a prototipagem rápida não é perfeita. O volume do

protótipo é geralmente limitado a 0,125 m3 ou até menos, dependendo do

equipamento disponível. Ainda é difícil fazer protótipos de metal, embora se acredite

que isso deverá mudar num futuro próximo com o desenvolvimento da técnica. No

momento as técnicas convencionais de manufatura ainda são mais econômicas que

as de prototipagem rápida em se tratando de modelos de metal.

Todos os processos de prototipagem rápida atualmente existentes, são

constituídos por cinco etapas básicas:

1. Criação de um modelo CAD da peça que está sendo projetada;

2. Conversão do arquivo CAD em formato STL, próprio para estereolitografia;

3. Fatiamento do arquivo STL em finas camadas transversais;

4. Construção física do modelo, empilhando-se uma camada sobre a outra;

5. Limpeza e acabamento do protótipo.

Page 15: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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4. EQUIPAMENTO

Os principais sistemas de prototipagem rápida usados na fabricação de modelos

estão descritos a seguir:

Estereolitografia (SLA, Stereolithography):

Este processo pioneiro, patenteado em 1986, deflagrou a revolução da

prototipagem rápida. Ele constrói modelos tridimensionais a partir de polímeros

líquidos sensíveis à luz, que se solidificam quando expostos à radiação

ultravioleta. O modelo é construído sobre uma plataforma situada imediatamente

abaixo da superfície de um banho líquido de resina epóxi ou acrílica. Uma fonte

de raio laser ultravioleta, com alta precisão de foco, traça a primeira camada,

solidificando a seção transversal do modelo e deixando as demais áreas líquidas.

A seguir, um elevador mergulha levemente a plataforma no banho de

polímero líquido e o raio laser cria a segunda camada de polímero sólido acima

da primeira camada. O processo é repetido sucessivas vezes até o protótipo

estar completo. Uma vez pronto, o modelo sólido é removido do banho de

polímero líquido e lavado. Os suportes são retirados e o modelo é introduzido

num forno de radiação ultravioleta para ser submetido a uma cura completa.

Uma vez que a estereolitografia foi a primeira técnica bem sucedida de

prototipagem rápida ela se tornou um padrão de avaliação (benchmarking) para

as demais, que surgiram (e continuam surgindo) posteriormente.

Figura 1 - Máquina de Estereolitografia

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 16: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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Manufatura de Objetos em Lâminas (LOM, Laminated Object Manufacturing):

Nesta técnica camadas de material, na forma de tiras revestidas de adesivo,

são grudadas umas nas outras formando-se o protótipo. O material original

consiste de bobinas de papel laminado com cola ativada pelo calor. Um rolo

coletor avança a tira de papel sobre a plataforma de construção, onde há uma

base feita de papel e fita com espuma nas duas faces. A seguir, um rolo

aquecido aplica pressão para fixar o papel à base.

Uma fonte de raio laser com alta precisão de foco corta o contorno da

primeira camada sobre o papel e então quadricula a área em excesso, ou seja, o

espaço negativo do protótipo. Esse quadriculado rompe o material extra,

tornando fácil sua remoção durante o processamento posterior. Esse material em

excesso proporciona um excelente suporte para projeções, saliências e seções

com paredes finas durante o processo de construção. Após o corte da primeira

camada a plataforma é abaixada, liberando o caminho para que o rolo coletor

avance a tira de papel e exponha material novo.

Então a plataforma se eleva até um ponto ligeiramente inferior à altura

original, o rolo aquecido liga a segunda camada a primeira e a fonte de raio laser

corta a segunda camada. Este processo é repetido tantas vezes quantas forem

necessárias para construir a peça, a qual apresentará textura similar à de

madeira. Uma vez que os modelos são feitos de papel, eles devem ser selados e

revestidos com tinta ou verniz para se evitar eventuais danos provocados pela

umidade. Os mais recentes desenvolvimentos deste processo permitem o uso de

novos tipos de materiais, incluindo plástico, papel hidrófobo e pós cerâmicos e

metálicos.

Estes materiais pulverulentos geram no final do processo uma peça "verde"

que deve ser posteriormente sinterizada para que se alcance máxima resistência

mecânica.

Page 17: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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Figura 2 - Manufatura de objetos em laminas

Fonte: GÓIS, José Miguel – Prototipagem Rápida – Curso de Design na UA

Sinterização Seletiva a Laser (SLS, Selective Laser Sintering):

Esta técnica, patenteada em 1989, usa um raio de laser para fundir, de forma

seletiva, materiais pulverulentos, tais como náilon, elastômeros e metais, num

objeto sólido. As peças são construídas sobre uma plataforma a qual está

imediatamente abaixo da superfície de um recipiente preenchido com o pó fusível

por calor. O raio laser traça a primeira camada, sinterizando o material. A

plataforma é ligeiramente abaixada, reaplica-se o pó e o raio laser traça a

segunda camada. O processo continua até que a peça esteja terminada. O pó

em excesso ajuda a dar suporte ao componente durante sua construção.

Figura 3 - Sinterização seletiva a laser

Fonte: Fonte: GÓIS, José Miguel – Prototipagem Rápida – Curso de Design na UA

Page 18: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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Modelagem por Deposição de Material Fundido (FDM, Fused Deposition

Modeling):

Nesse processo filamentos de resina termoplástica aquecida são extrudadas

a partir de uma matriz em forma de ponta que se move num plano X-Y. Da

mesma maneira que um confeiteiro enfeita um bolo usando um saco de confeitar,

a matriz de extrusão controlada deposita filetes de material muito finos sobre a

plataforma de construção, formando a primeira camada do componente. A

plataforma é mantida sob uma temperatura inferior à do material, de forma que a

resina termoplástica endurece rapidamente.

Após esse endurecimento a plataforma se abaixa ligeiramente e a matriz de

extrusão deposita uma segunda camada sobre a primeira. O processo é repetido

até a construção total do protótipo. São construídos suportes durante a

fabricação para segurar o protótipo durante sua fabricação. Tais suportes são

fixados ao protótipo usando-se um segundo material, mais fraco, ou uma junção

perfurada.

As resinas termoplásticas adequadas a esse processo incluem poliéster,

polipropileno, ABS, elastômeros e cera usada no processo de fundição por cera

perdida.

Figura 4 - Modelagem por deposição de material fundido

Fonte: GÓIS, José Miguel – Prototipagem Rápida – Curso de Design na UA

Page 19: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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Cura Sólida na Base (SGC, Solid Ground Curing):

É um processo bastante similar a estereolitografia, pois ambos usam radiação

ultravioleta para endurecer, de forma seletiva, polímeros fotossensíveis. Contudo,

ao contrário da estereolitografia, este processo cura uma camada inteira de uma

vez. Em primeiro lugar, a resina foto-sensível é borrifada sobre a plataforma de

construção. A seguir, a máquina gera uma foto-máscara (como um estêncil)

correspondente à camada a ser gerada. Esta foto-máscara é impressa sobre

uma placa de vidro acima da plataforma de construção, usando-se um processo

similar ao das fotocopiadoras.

A seguir a máscara é exposta à radiação ultravioleta, a qual passa apenas

através das porções transparentes da máscara, endurecendo seletivamente as

porções desejadas de polímero correspondentes à camada atual. Após a cura da

camada, a máquina succiona por vácuo o excesso da resina líquida e borrifa cera

em seu lugar para dar suporte ao modelo durante sua construção. A superfície

superior é fresada de forma a ficar plana e o processo é repetido para se

construir a próxima camada.

Assim que a peça ficar pronta é necessário remover a cera nela presente,

através de sua imersão num banho de solvente. Essas máquinas são de grande

porte e podem produzir modelos de grande tamanho.

Figura 5 - Cura solida na base

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 20: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

10

Impressão por Jato de Tinta (MJT, Multi Jet Modeling; BPM, Ballistic Particle

Manufacturing):

Ao contrário das técnicas expostas anteriormente, esta aqui se refere a uma

classe inteira de equipamentos que usam a tecnologia de jato de tinta. Os

protótipos são construídos sobre uma plataforma situada num recipiente

preenchido com material pulverulento. Um cabeçote de impressão por jato de

tinta "imprime" seletivamente um agente ligante que funde e aglomera o pó nas

áreas desejadas. O pó que continua solto permanece na plataforma para dar

suporte ao protótipo que vai sendo formado.

A plataforma é ligeiramente abaixada, adiciona-se mais material pulverulento

e o processo é repetido. Ao se terminar o processo a peça "verde" é sinterizada,

removendo-se o pó que ficou solto. Podem ser usados pós de materiais

poliméricos, cerâmicos e metálicos.

Figura 6 - Impressão por jato de tinta

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 21: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

11

Conformação Próxima ao Formato Final via Laser (LENS, Laser Engineered Net

Shaping):

Processo relativamente novo, que apresenta a vantagem de produzir

protótipos de metal plenamente densos, com boas propriedades metalúrgicas e

sob velocidades razoáveis de construção. Aqui um gerador de raio laser de alta

potência é usado para fundir pó metálico fornecido coaxialmente ao foco do raio

laser, através de um cabeçote de deposição.

O raio laser passa através do centro do cabeçote e é focado para um

pequeno ponto através de uma lente ou conjunto e lentes. Uma mesa X-Y é

movida por varredura de forma a gerar cada camada do objeto. O cabeçote é

movido para cima à medida que cada camada é completada.

Mesmo nos casos onde não se necessitar de uma corrente de gás para se

transportar o pó metálico é necessário ter uma corrente de gás inerte para se

proteger a poça de metal líquido do oxigênio atmosférico, de forma a se garantir

as propriedades metalúrgicas e promover melhor adesão entre camadas através

de melhor molhamento superficial. Podem ser usados pós de diversas ligas

metálicas, tais como aço inoxidável, inconel, cobre, alumínio e titânio.

Os protótipos produzidos requerem usinagem para acabamento,

apresentando densidade plena, boa microestrutura e propriedades similares ou

melhores ao metal convencional.

Figura 7 - Técnica de LENS

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 22: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

12

Já as técnicas de prototipagem aplicadas para a ferramentaria rápida podem

ser divididas em duas classes principais. A primeira delas, por sinal a mais usada

atualmente, é a ferramentaria indireta: protótipos feitos usando-se as técnicas de

prototipagem rápida são usados como modelos para se produzir moldes e matriz.

Tais modelos podem ser usados em vários processos de manufatura:

Vazamento a vácuo:

Esta técnica, a mais simples e antiga dentro da ferramentaria rápida,

consiste em suspender um modelo positivo feito por prototipagem rápida num

tanque cheio de silicone líquido ou borracha vulcanizável a temperatura

ambiente (RTV rubber, room-temperature vulcanizing rubber).

Quando o elastômero endurece o ferramental é cortado em duas

metades, removendo-se o modelo feito por prototipagem rápida. O molde de

borracha resultante pode ser usado para se vazar até vinte réplicas de

poliuretano do modelo original feito por prototipagem rápida. Uma variante

deste processo, mais útil, usa moldes de borracha para se produzir

ferramental metálico. Ele envolve o preenchimento dos moldes de borracha

com aço ferramenta em pó mais um ligante a base de epóxi. Assim que o

ligante sofre cura a ferramenta "verde" de metal é removida do molde de

borracha, sendo posteriormente sinterizado.

Nesta etapa o metal apresenta apenas 70% de seu valor original de

densidade, requerendo uma infiltração com cobre para que a peça apresente

um valor de densidade mais próximo de um componente maciço. Essas

ferramentas apresentam precisão muito boa, mas seu tamanho é limitado a

um valor máximo de 25 cm.

Page 23: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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Figura 8 - Vazamento a vácuo

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Moldagem por Injeção:

Nesse processo pode-se produzir moldes para injeção feitos de um

compósito de metal e cerâmica. Neste processo, uma máquina de

estereolitografia é usada para produzir um modelo positivo da peça a ser

moldada. A seguir esse modelo é revestido com níquel, o qual é reforçado

com um material cerâmico rígido.

As duas metades do molde são separadas para se remover o modelo,

obtendo-se então um molde que pode produzir dezenas de milhares de peças

injetadas.

Figura 9 - Máquina moldagem por injeção

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 24: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

14

Já os processos de ferramentaria direta, que permitem produzir diretamente

ferramental com alta dureza diretamente de arquivos CAD, constituem o Santo Graal

das técnicas de ferramentaria rápida. Acredita-se que ainda serão necessários

vários anos para que essas técnicas se tornem plenamente comerciais, mas já há

alguns desenvolvimentos animadores:

Rapid Tool

É um processo que sinteriza seletivamente grânulos de aço revestidos

de polímero de forma a produzir um molde metálico. A seguir o molde é

colocado num forno onde se queima o ligante polimérico e a peça é infiltrada

com cobre. O molde resultante pode produzir até 50.000 peças injetadas. Em

1996 a Rubbermaid produziu 30.000 organizadores de mesa feitos de plástico

usando um molde construído por sinterização seletiva a laser.

Figura 10 - Processo de rapid tool

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 25: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

15

Direct AIM:

Nesta técnica machos produzidos por estereolitografia são usados com

moldes para injeção tradicionais de metal normalmente empregados na

produção de peças de PEAD, PEBD, PS, PP e ABS. Pode-se produzir até

200 peças com boa precisão. Contudo, são requeridos tempos de ciclo

relativamente longos (da ordem de cinco minutos) para se permitir que a peça

moldada resfrie o suficiente de forma a não colar no macho feito por

estereolitografia.

Figura 11 - Insertos fabricados pelo processo Direct AIM

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

5. PARÂMETROS

O protótipo pode permitir testes prévios como, por exemplo, ensaios em túnel

de vento para componentes aeronáuticos ou análise fotoelástica para se verificar

pontos de concentração de tensões na peça. Os processos de prototipagem rápida

permitem que eles sejam feitos mais depressa e de forma mais barata. De fato,

estima-se que a economias de tempo e de custos proporcionada pela aplicação das

técnicas de prototipagem rápida na construção de modelos sejam da ordem de 70 a

90%.

As mesmas técnicas de prototipagem rápida podem ser usadas para a

fabricação de ferramentais, um processo também conhecido como ferramentaria

Page 26: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

16

rápida, ou seja, a fabricação automática de ferramentas para uso na produção em

série. A produção de ferramentas é uma das etapas mais lentas e caras no processo

de manufatura, em função da qualidade extremamente alta que se exige delas.

Ferramentas geralmente apresentam geometrias complexas e precisam ser

dimensionalmente precisas, em torno de centésimos de milímetro. Além disso, elas

devem ser duras, resistentes ao desgaste e apresentar baixa rugosidade, em torno

de 0,5 mm RMS. Por isso matrizes e moldes são tradicionalmente são feitos por

usinagem CNC, eletroerosão ou mesmo manualmente. Todos esses processos são

caros e demorados, o que torna a implementação das técnicas de prototipagem

rápida muito bem vinda. Estima-se que essas técnicas permitam economizar 75% do

tempo e custos envolvidos na fabricação das ferramentas.

Elas também permitem a obtenção de peças com mesmo nível de qualidade

da produção em série, na chamada manufatura rápida. De fato, a prototipagem

rápida é o melhor processo de manufatura possível quando se precisa produzir

pequenos lotes de peças e ou no caso de componentes complicados.

A construção de alguns protótipos pode levar de 3 a 72 horas, dependendo

do tamanho e complexidade do objeto. Ainda assim esses processos são bem mais

rápidos que os métodos tradicionais, tais como usinagem, que podem requerer dias

ou mesmo meses para fabricar um único protótipo.

6. CAPACIDADE DOS PROCESSOS

O método de Prototipagem Rápida permite ao projetista criar rapidamente

protótipos concretos a partir de seus projetos, ao invés de figuras bidimensionais.

Esses modelos apresentam diversos usos. Eles constituem um auxílio visual

excelente durante a discussão prévia do projeto com colaboradores ou clientes.

Além disso, o protótipo pode permitir testes prévios como, por exemplo,

ensaios em túnel de vento para componentes aeronáuticos ou análise fotoelástica

para se verificar pontos de concentração de tensões na peça. A verdade é que os

projetistas sempre construíram protótipos; os processos de prototipagem rápida

permitem que eles sejam feitos mais depressa e de forma mais barata. De fato,

Page 27: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

17

estima-se que a economias de tempo e de custos proporcionada pela aplicação das

técnicas de prototipagem rápida na construção de modelos sejam da ordem de 70 a

90%.

As mesmas técnicas de prototipagem rápida podem ser usadas para a

fabricação de ferramentais, um processo também conhecido como ferramentaria

rápida, ou seja, a fabricação automática de ferramentas para uso na produção em

série. A produção de ferramentas é uma das etapas mais lentas e caras no processo

de manufatura, em função da qualidade extremamente alta que se exige delas.

Ferramentas geralmente apresentam geometrias complexas e precisam ser

dimensionalmente precisas, em torno de centésimos de milímetro.

Além disso, elas devem ser duras, resistentes ao desgaste e apresentar baixa

rugosidade, em torno de 0,5 mm RMS. Por isso matrizes e moldes são

tradicionalmente são feitos por usinagem CNC, eletroerosão ou mesmo

manualmente. Todos esses processos são caros e demorados, o que torna a

implementação das técnicas de prototipagem rápida muito bem vinda. Estima-se que

essas técnicas permitam economizar 75% do tempo e custos envolvidos na

fabricação das ferramentas.

Elas também permitem a obtenção de peças com mesmo nível de qualidade

da produção em série, na chamada manufatura rápida. De fato, a prototipagem

rápida é o melhor processo de manufatura possível quando se precisa produzir

pequenos lotes de peças e ou no caso de componentes complicados.

7. VANTAGENS DO PROCESSO

A seguir são listadas as principais vantagens do processo de Prototipagem

Rápida:

Alta velocidade na criação de um modelo da peça que se deseja criar;

Page 28: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

18

Permite a criação de um protótipo que pode ser utilizado em testes

fluidomecânicos, como por exemplo em um túnel de vento, ou fotoelástica,

para se avaliar a concentração de tensões;

É um processo de criação de protótipos mais barato que os processos de

retirada de material, como fresagem e usinagem;

Alta precisão, isto é, permite a criação de peças de geometria complexa, o

que é muito difícil se realizado em outros processos;

No critério custos a prototipagem rápida foi 65% mais barata que o método

tradicional

No critério qualidade foi atendido de forma tão significativa que as peças

confeccionadas em SLS serviram de modelo para os moldes de Vacuum

Casting.

Os prazos de entrega superaram em muito os processos tradicionais, como o

da injeção de plásticos em moldes provisórios, sendo a redução de prazo da

ordem de 83%

No critério flexibilidade, a prototipagem rápida possibilitou à empresa a montar

os seus protótipos, pelo menos, 5 meses antes do prazo previsto. Esta

vantagem permitiu a antecipação do lançamento do produto.

Quanto à inovação, a prototipagem rápida mostrou a facilidade em que as

empresas podem gerar novos protótipos ou modelos aumentando a gama de

opções na hora da escolha do novo produto.

8. DESVANTAGENS DO PROCESSO

O software ou pacotes utilizados para fabricar o protótipo podem por vezes

ser caros ou o sistema objeto por ele produzido pode revelar-se pouco eficiente e

terá então de ser reescrito para a versão final do produto. O cliente pode revelar-se

desapontado com as versões iniciais e corre-se o risco de ao ver tais versões, pura

Page 29: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

19

e simplesmente, este cancelar o produto. Os protótipos são de fato difíceis de gerir e

controlar. Há que ter em consideração múltiplos aspectos, como o bastante difícil o

prototificar de grandes sistemas de informação que necessitam de manusear

grandes quantidades de informação e muitos utilizadores.

a) Falha para completar o protótipo como uma aplicação apropriada.

b) Má interpretação, por parte do cliente, do sistema.

c) Desenvolvimento com compromissos de implementação.

d) Elevado custo da matéria prima utilizado na prototipagem.

Críticas ao modelo de prototipagem caiem geralmente nas seguintes

categorias:

a) Falsas expectativas: A prototipagem cria habitualmente uma situação onde o

cliente acredita que o sistema está “acabado” quando definitivamente não o

está. Mais especificamente, quando se usa este modelo as versões de pré-

implementação, o teste, e contrastes de eficiência. Assim o suporte básico

para o sistema não está feito.

b) Sistemas mal desenhados: Como o objetivo principal da prototipagem é o

desenvolvimento rápido, o desenho do sistema pode por vezes sofrer devido

a este ser constituído numa série de “camadas” sem consideração global da

integração dos restantes componentes. A tentativa de retroativamente

produzir um sólido desenho do sistema pode por vezes ser problemático.

9. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

9.1. Avaliação de Forma

A Prototipagem Rápida permite a materialização de qualquer tipo de forma

projetada em ambiente CAD por mais complexa que esta possa parecer, por isso

torna-se um instrumento de grande valia na avaliação física da forma da peça.

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20

Figura 12 – Avaliação de Forma

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.2. Avaliação de encaixe

Algumas tecnologias de prototipagem chegam a uma precisão de

aproximadamente 0,1mm. Isso faz com que esse tipo de tecnologia seja utilizada em

muitos casos para avaliação de encaixes e detecção de interferências no design de

novas peças.

Figura 13 – Avaliação de encaixe

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.3. Avaliação de Função

É possível avaliar funcionalmente um protótipo, eliminando com isso, dúvidas

sobre o projeto original e aprimorando o produto ao máximo para eliminar problemas

durante a fase de produção.

Page 31: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

21

Figura 14 – Avaliação de função

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.4. Avaliação de Ergonomia

Sendo utilizada para materializar com precisão os modelos tridimensionais

criados em ambientes CAD, a tecnologia de prototipagem rápida torna-se uma

grande aliada na avaliação ergonômica de novas peças. Construindo uma peça em

apenas algumas horas, o projeto virtual pode então ser finalmente testado

fisicamente.

Figura 15 – Avaliação de ergonomia

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

Page 32: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

22

9.5. Moldes para Injeção a Frio

Ao invés de prototiparmos uma peça diretamente, podemos também

prototipar um molde para injeção a frio, como por exemplo, pequenas peças de

silicone. Dessa maneira criamos de forma rápida e simples um ferramental para

injeção de uma quantidade reduzida de peças.

Figura 16 – Moldes para injeção a Frio

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.6. Vacum Casting

Podemos utilizar também a tecnologia de prototipagem rápida para criar uma

espécie de molde para vacum casting, o que nos permite criar de forma rápida e

precisa embalagens com os mais variados formatos.

Figura 17 – Vacum Casting

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

Page 33: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

23

9.7. Aplicações para Saúde

9.7.1. Cirurgia Bucomaxilofacial

Os modelos permitem a percepção tátil da anatomia da região e da patologia em

estudo, possibilitam a confirmação das informações obtidas através do diagnóstico

por imagem e oferecem as seguintes vantagens:

a) Comunicação entre a equipe cirúrgica

b) Simulação e planejamento cirúrgico

c) Implantes personalizados

d) Preservação

Figura 18 – Cirurgia Bucomaxilofacial

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.7.2. Implantodontia

O planejamento dos implantes dentários osteointegrados são fundamentais

para o sucesso da reabilitação oral, seja esta simples ou complexa. Em busca de

planejamentos cada vez mais precisos, novas técnicas e tecnologias estão sendo

introduzidas na Implantodontia. Com o avanço nas técnicas radiográficas podemos

avaliar as limitações anatômicas, qualidade e quantidade óssea e transferir estas

informações para o ato cirúrgico.

Page 34: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

24

Com a confecção de um protótipo da região que irá receber o implante

podemos confeccionar guias justa ósseos que irão auxiliar o cirurgião no momento

da cirurgia, minimizando os riscos.

Figura 19 – Implantodontia

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.7.3. Ortodontia

É possível separar os dentes do osso através do estudo tomográfico e criar

um protótipo apenas dos dentes, o que permite a avaliação da dentição do paciente,

inclusive o posicionamento exato de dentes inclusos, o que auxilia na elaboração do

diagnóstico e plano de tratamento do paciente.

Figura 20 – Ortodontia

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

Page 35: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

25

9.7.4. Neurocirurgia

A prototipagem pode ser utilizada para se confeccionar modelos anatômicos

precisos da anatomia óssea do paciente baseada nos dados da tomografia e a partir

deste protótipo gerado, pode-se determinar a extensão das lesões, utilizar o lado

oposto espelhado para restabelecer a simetria, planejar próteses personalizadas,

medir e moldar placas e parafusos.

Figura 21– Neurocirurgia

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.7.5. Ortopedia

Através da confecção de um protótipo da anatomia óssea do paciente, é

possível avaliar com precisão a extensão de lesões, fraturas e traumatismos, o que

leva um diagnóstico e tratamento mais precisos.

Figura 22– Ortopedia

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

Page 36: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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9.7.6. Oncologia

Sabemos que muitas vezes as cirurgias oncológicas são extremamente

multiladoras. Com a utilização da prototipagem rápida, pode-se gerar um modelo da

anatomia óssea do paciente e confeccionar próteses personalizadas antes mesmo

da cirurgia multiladora, melhorando com isso a qualidade de vida do paciente e

otimizando os resultados estéticos e funcionais da cirurgia.

Figura 23– Oncologia

Fonte: ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

9.1. Outras aplicações

Figura 24 – Valores dos protótipos

Fonte: LAFRATTA, Fernando. Prototipagem Rápida

Page 37: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

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10. Conclusão

Durante o decorrer desta pesquisa, foram inúmeras as novidades colhidas, o

que tornou a busca de informações muito motivadora. Os primeiros contatos, com a

Prototipagem Rápida, demonstraram a grande flexibilidade desta inovação

tecnológica, causadora de aumento na vantagem competitiva, esse processo de

fabricação é parte integrante do ciclo de desenvolvimento de novos produtos nas

grandes empresas, principalmente nas automobilísticas.

A prototipagem rápida proporciona, com a sua facilidade em produzir modelos

e protótipos, uma interação entre a Engenharia de Produto e a Engenharia de

Manufatura que não existia anteriormente.

Como tecnologia de ruptura, a RP, adiciona significativas vantagens

competitivas à cadeia produtiva conforme mostrado ao longo deste texto, e sua

relevância aumenta quanto mais os conhecimentos e o desenvolvimento de

materiais e processos, ainda em fase de pesquisa forem a ela agregados. Há

indicadores de que a RP venha ser largamente empregada no setor industrial e

inclusive fora dele.

Page 38: Processos de fabricação: Estudo avançados sobre a prototipagem rápida

28

Referências Bibliográficas

[1] CUNHA, HELENICE REGO. – Padrão PUC Minas de normalização: Normas

da ABNT para apresentação de teses, dissertações, monografias e trabalhos

acadêmicos. PUC-MINAS- Sistema de bibliotecas da PUC Minas – Belo Horizonte

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como fator de competividade. UNIP – Universidade Paulista

[3] DIGITAL LABORATORY LabGraph – RP – Prototipagem Rápida - Disponível

em: <http://www.factoryoffactories.com/fof_br/rapidprotot_br.htm#FOTOPOL> Acesso em

05 Junho.2012.

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[5] IPESI – A evolução dos equipamentos de prototipagem rápida. Site CIMM

Disponível em:<http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/2683-a-

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[6] NASCIMENTO, GUSTAVO; BARBOSA, MIGUEL – Modelo de Prototipagem –

Departamento de Informática Gestão – UALG – 02, Outubro de 2002.

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[7] ARTIS TECNOLOGIA - Prototipagem rápida na saúde e na engenharia.

Disponível em: < http://www.ar tis.com.br/prototipagem/index_prototipagem.php >

[8] CARVALHO, JONAS – Prototipagem Rápida - Disponível em:

<http://www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/pag_conhec/prototipagem.html

> Acesso em 05 Junho.2012.

[9] LAFRATTA, FERNANDO HUMEL – Protipagem rápida. Curso de Engenharia

Mecânica – UDESC -Joinville

[10] NETO, RUI J. ; LINO, F. JORGE. Artigo – A Protipagem rápida na indústria

cerâmica, comparação com outros sectores industriais. – FEUP – Faculdade de

Engenharia da Univerdade do Porto. Porto, Portugal. – INEGI – Instituto de

Engenharia Mecânica e Gestão Industrial. Porto, Portugal. (2003)