processo penal - lfg

212
Processo Penal – LFG 2013 Inquérito Policial – Procedimento Discricionário: Liberdade de atuação nos limites traçados pela Lei. Delegado pode ouvir o indiciado no início ou no final. Art. 14 - O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade (Discricionariedade ≠ Arbitrariedade). * Há diligências cuja realização não pode ser indeferida pelo Delegado: - Exame de Corpo de Delito O IP é um procedimento INDISPONÍVEL. A Autoridade Policial não pode determinar o arquivamento do Inquérito Policial. Art. 17 - A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. O IP é um procedimento TEMPORÁRIO. Se o Investigado está preso (10 dias) – maioria da doutrina entende que não pode ser prorrogado. Se está solto o prazo é de (30 dias) – pode ser prorrogado. STJ (HC 96 666) – Razoável duração do processo aplicado ao IP. O Estado não pode deixar uma investigação pairando sob a cabeça de alguém por 7 anos. VI - FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP VI.1 Ação Penal Privada ou de Ação Penal Pública Condicionada a) Requisição do Ministro da Justiça (Crimes contra a honra do Presidente) – Ronaldinho chamou o Lula de cachaceiro.

Upload: felipe-conrado

Post on 29-Nov-2015

331 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Processo Penal - LFG

Processo Penal – LFG 2013

Inquérito Policial – Procedimento Discricionário: Liberdade de atuação nos limites traçados pela Lei. Delegado pode ouvir o indiciado no início ou no final. Art. 14 - O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade (Discricionariedade ≠ Arbitrariedade).

* Há diligências cuja realização não pode ser indeferida pelo Delegado: - Exame de Corpo de Delito

O IP é um procedimento INDISPONÍVEL. A Autoridade Policial não pode determinar o arquivamento do Inquérito Policial.

Art. 17 - A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

O IP é um procedimento TEMPORÁRIO. Se o Investigado está preso (10 dias) – maioria da doutrina entende que não pode ser prorrogado. Se está solto o prazo é de (30 dias) – pode ser prorrogado.

STJ (HC 96 666) – Razoável duração do processo aplicado ao IP. O Estado não pode deixar uma investigação pairando sob a cabeça de alguém por 7 anos.

VI - FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP

VI.1 Ação Penal Privada ou de Ação Penal Pública Condicionada

a) Requisição do Ministro da Justiça (Crimes contra a honra do Presidente) – Ronaldinho chamou o Lula de cachaceiro.

IP depende da manifestação da vontade da vítima. Quanto a essa manifestação, não há necessidade de formalismo (Mulher que foi ao IML) – Cifra Negra.

VI.2 Ação Penal Pública Incondicionada

a) Ofício – Princípio da Obrigatoriedade: Reportagens feitas pela Imprensa. Peça Inaugural: Portaria do Delegado

b) Requisição Juiz / MP

Page 2: Processo Penal - LFG

- Art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

A maioria entende que a requisição do JUIZ viola o sistema acusatório e a garantia da imparcialidade. Não foi recepcionado pela CF.

A própria requisição do MP é a peça inaugural.

Ao invés do Juiz requisitar o IP, o ideal é que passe a bola para o MP. Dou vista ao MP para que tome ciência dos documentos em anexo.

Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.

c) Requerimento do Ofendido ou de seu Representante Legal

Deve o Delegado verificar a procedência das informações.

Indeferimento do Delegado: RECURSO INOMINADO para o chefe de polícia:

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

Recurso Inominado - Secretário de Segurança Pública / Delegado Geral da PC

Requerimento ao MP funciona bem melhor!

d) Notícia Oferecida por qualquer pessoa do povo (Delatio Criminis) –

Art. 5, § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-

Page 3: Processo Penal - LFG

la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

Delatio Criminis Inqualificada – Denúncia Anônima: Por si só, não serve para fundamentar a instauração de IP. Porém, a partir dela, pode a Polícia realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações e, então, instaurar o IP.

e) Auto de Prisão em Flagrante Delito – Peça Inaugural.

CPPM Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.

Ex. Tráfico de Drogas – Não há porque prolongar as investigações.

VII – NOTICIA CRIMINIS

1. Conceito.

- Conhecimento espontâneo ou provocado por parte da autoridade policial acerca de um fato delituoso.

2. Espécies

- De Cognição Imediata (Espontânea): Autoridade Policial toma conhecimento do fato por meio de suas atividades rotineiras. Ex. Imprensa / Investiga um crime e descobre outro delito.

- De Cognição Mediata (Provocada): Autoridade toma conhecimento do fato delituoso por meio de expediente escrito. Ex. Requisição do MP.

- De Cognição Coercitiva: Autoridade toma conhecimento do fato através da apresentação de um indivíduo preso em flagrante. Ex. Plantão Policial.

Page 4: Processo Penal - LFG

VIII – IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

IDENDIFICAÇÃO FOTOGRÁFICAIDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA (Impressões Digitais)

Antes da CF, obrigatória, mesmo que o agente se identificasse civilmente (Súmula 568).

STF Súmula nº 568 - A identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado civilmente.

O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em Lei.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

1. LEIS RELATIVAS À IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

Lei 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 109:

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

Lei 9.034/95 - Lei das Organização Criminosas:

Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificação civil.

Lei 10.054/00 – Antiga Lei da Identificação Criminal:

Art. 3º O civilmente identificado por documento original não será submetido à identificação criminal, exceto quando:

I – estiver indiciado ou acusado pela prática de homicídio doloso, crimes contra o patrimônio praticados mediante violência ou grave ameaça, crime de receptação qualificada, crimes contra a liberdade sexual ou crime de falsificação de documento público;

Page 5: Processo Penal - LFG

II – houver fundada suspeita de falsificação ou adulteração do documento de identidade;

III – o estado de conservação ou a distância temporal da expedição de documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais;

IV – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

V – houver registro de extravio do documento de identidade;

VI – o indiciado ou acusado não comprovar, em quarenta e oito horas, sua identificação civil.     

Lei 12.037/09 – Nova Lei de Identificação:

Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei.

A maioria dos doutrinadores entendem que os art. 109 do ECA e art. 5º da Lei Lei 9.034/95 foram revogados tacitamente, por se tratar de uma Lei que disciplina as hipóteses de identificação criminal no art. 3º.

Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:

I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;

II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; (Certidão de Nascimento)

III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;

IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;

V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

Page 6: Processo Penal - LFG

Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.

Ao contrário da Lei 10.054/00, a Lei 12.037 não trouxe um rol de delitos nos quais a identificação criminal seria obrigatória.

Arquivado o IP ou absolvido o acusado é possível que o interessado requeira a retirada de sua identificação fotográfica, desde que apresente sua identificação civil. Datiloscópica não.

IX – INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO

Art. 21 do CPP:

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)

Doutrina esmagadora diz que tal artigo não foi recepcionado pela CF/88. (Assistência da Família / Advogado) – Vedada a incomunicabilidade no Estado de Defesa

Art. 136, § 3º, IV da CF/88

§ 3º - Na vigência do estado de defesa:IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

Regime Disciplinar Diferenciado – RDD-

Page 7: Processo Penal - LFG

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

Não há incomunicabilidade no RDD, mas sim restrições mais severas quanto as visitas.

X – INDICIAMENTO

1. ConceitoIndiciar é atribuir a alguém a autoria ou participação em determinada infração penal.

Suspeito (Investigado) → Indiciado → Acusado/Denunciado (Processo) → Condenado (Sentença Penal)

Durante o processo se presume inocente, portanto a palavra Réu (Sentença Penal Condenatória) é tecnicamente errada.

2. Momento

STJ - O indiciamento só pode ser feito durante a fase investigatória

Se o processo criminal já começou não posso fazer o indiciamento.

Page 8: Processo Penal - LFG

3. Espécies

Direto – Feito na presença do indiciado

Indireto – Feito na hipótese de ausência do indiciado

4. Pressupostos

Elementos informativos quanto à autoria e materialidade do delito.

Despacho fundamentado da Autoridade Policial fazendo uma classificação do fato delituoso

5. Desindiciamento

Ocorre quando anterior indiciamento é desconstituído –

Tribunais Superiores – HABEAS CORPUS (HC 43.599)

6. Sujeitos do Indiciamento

ATIVO –

Atribuição privativa da autoridade policial

PASSIVO –

Em regra, toda pessoa pode ser indiciada

Lei 8.625, Art. 41, II – Lei Orgânica do MP

– Pessoas que não podem indiciadas: I – Magistratura; II – MP;

III – Acusados por foro de prerrogativa de função (STF IP 2.411) – é INDISPENSÁVEL prévia autorização do relator (Ministro/Desembargador) não só para o início das investigações, como também para o indiciamento.

XI CONCLUSÃO DO IP

1. Prazo para Conclusão

SOLTO PRESO

CPP 30 DIAS 10 DIAS

IP PF 30 DIAS 15 + 15 DIAS

CPPM 40 DIAS 20 DIAS

LEI DE DROGAS 90 + 90 DIAS 30 DIAS

Page 9: Processo Penal - LFG

E. POPULAR 10 DIAS 10 DIAS

P. TEMP (HEDION) NÃO SE APLICA 30 + 30

Em se tratando de investigado solto é possível a prorrogação de prazo (maioria).

Natureza do prazo: Em se tratando de investigado solto, este prazo é de natureza processual. Em se tratando de investigado preso, há certa controvérsia quanto a natureza do prazo: 1ª corrente PENAL (NUCCI) 2ª corrente PROCESSUAL (MIRABETTE)

2. Relatório

Peça de caráter descritivo, onde o Delegado deve descrever as principais diligências realizadas na fase investigatória;

Em regra, não deve o Delegado fazer um juízo de valor;

LEI DE DROGAS, art. 52, I – relatará sumariamente justificando as razões que levaram a classificação do delito.

Não é indispensável!

3. Destinatário do IP

CPP: Autoridade Judiciária → Vista ao MP (demora injustificável)

Resolução 63 do Conselho da Justiça Federal – estabelecem uma tramitação direta dos Autos do IP entre a polícia e o MP, SALVO se houver pedido de medida cautelar ou se for necessária a intervenção do poder judiciário.

4. Providências a serem adotadas pelo MP após a remessa dos autos do IP

Em se tratando de crimes de Ação Penal Privada, requerer a permanência dos Autos em cartório, aguardando-se a iniciativa do ofendido.

Em se tratando de crime de Ação Penal Pública, há varias possibilidades:

a. Oferecimento de Denúnciab. Promoção de arquivamentoc. Requisição de diligências, que sejam indispensáveis – diretamente a

Autoridade Policial, salvo se houver necessidade de intervenção do poder judiciário

d. Requerimento de declinação de competência

Page 10: Processo Penal - LFG

Caso o MP entenda que o juiz perante o qual atua não tem competência para julgar o crime, deve requerer a declinação da competência.

e. Suscitar um conflito de competência ou um conflito de atribuições

No pedido de declinação de competência, nenhum outro órgão jurisdicional havia se manifestado anteriormente quanto a incompetência. Quando o MP suscita um conflito de competência, significa dizer que já houve prévia manifestação de outro órgão jurisdicional acerca da competência.

CONFLITO DE COMPETENCIA

Um conflito entre duas ou mais autoridades judiciárias acerca da competência. A jurisdição é UNA. O que há é um conflito de competência.

Positivo. Os órgãos jurisdicionais se consideram competentes para o julgamento do feito

Negativo. Os órgãos jurisdicionais se consideram incompetentes para o julgamento do feito.

Art. 113 e 114 do CPP

Súmula 348. Compete ao superior tribunal de justiça entre juizado especial federal e juiz federal, ainda que da mesma seção judiciária.

Entendimento mais atual: TRF – Súmula 428 STJ. Compete ao TRF decidir conflito de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. (DENTRO DO MESMO TRIBUNAL) SP e MS

CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES

Aquele estabelecido entre órgãos do MP acerca da responsabilidade ativa para a persecução penal.

MP/SP x MP/SP PGJ/SP

Procurador da República MPF/RJ x Procurador de Justiça MPF/MG Comissão Coordenação e Revisão/MPF

MP/GO x Procurador da República MPF/DF - Estado x União – STF

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

Page 11: Processo Penal - LFG

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

MPM/SP x Procurador da República MPF/RJ - PGR

O MPM e o MPF estão dentro do MP da UNIÃO.

MP/CE x MP/RN – STF

2.ARQUIVAMENTO

Decisão Judicial – ato complexo

MP – Promoção de Arquivamento → Juiz (Decisão Judicial de Arquivamento)

2.1. Fundamentos

a. Ausência de pressupostos processuais ou das condições da ação. (CJF)

Ex. Mulher que se retratou antes do oferecimento da denúncia.

b. Falta de Justa Causa (Lastro Probatório) para o início do processo (CJF)

c. Atipicidade Formal / Material da conduta – Princípio da Insignificância (CJMAT)

d. Causa Excludente da Ilicitude – Legítima Defesa (CJF + CJMAT)

*STF HC 95211 Coisa Julgada Formal

HC 87.395 (PLENÁRIO DO STF) Ricardo Lewandowski: Arquivamento com base em excludente de ilicitude só faz coisa julgada formal. Mas 3 Ministros disseram que arquivamento com base em excludente de ilicitude faz coisa julgada formal e material.

e. Causa da Excludente da Culpabilidade – Salvo na hipótese de inimputabilidade do art. 26 caput do CP (Deve ser denunciado, porém com pedido de absolvição imprópria) CJMAT

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Page 12: Processo Penal - LFG

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

f. Causa Extintiva da Punibilidade – CJMAT

*** Certidão de Óbito falsa: Para os tribunais superiores, esta decisão não está protegida pelo manto da coisa julgada material, sendo plenemente possível o oferecimento de denúncia (STF HC 84.525).

2.2. Coisa Julgada na Decisão de Arquivamento

Coisa Julgada Formal – Imutabilidade da decisão judicial dentro do processo em que foi proferida (endoprocessual)

Coisa Julgada Material – Imutabilidade da decisão fora do processo em que foi proferida (extraprocessual) – Pressupõe a coisa julgada formal

2.3 Desarquivamento e Oferecimento de Denúncia

Nos casos em que a decisão de arquivamento só faz coisa julgada formal, é plenamente possível que ocorra o desarquivamento do IP (reabertura das investigações), mediante o surgimento da noticia de provas novas.

CPP. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Somente será possível o oferecimento de denúncia mediante o surgimento de provas novas, ou seja, provas capazes de alterar o contexto probatório dentro do qual foi proferida a decisão de arquivamento.

Sumula 524 do STF ARQUIVADO O INQUÉRITO POLICIAL, POR DESPACHO DO JUIZ, A REQUERIMENTO DO PROMOTOR DE JUSTIÇA, NÃO PODE A AÇÃO PENAL SER INICIADA, SEM NOVAS PROVAS.

Prova formalmente nova: já era conhecida, mas ganhou nova versão após o arquivamento.

Page 13: Processo Penal - LFG

Prova substancialmente nova: Prova inédita, ou seja, aquela que estava oculta à época da decisão de arquivamento.

2.4. Procedimento do Arquivamento

Justiça Estadual

Promoção de Arquivamento → Juiz Estadual concordou: Arquivamento

Juiz Estadual não concordou: PGJ

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. (Princípio da Devolução)

Se o juiz não concorda com a promoção de arquivamento do Promotor, devolve a decisão final ao chefe da Instituição. Ex. Recusa do aditamento pelo MP nos casos de mutatio libelli (elementar/circunstância nova)

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.

Recusa injustificada do MP em oferecer a proposta de transação penal ou de suspensão condicional do processo (Art. 28).

SÚMULA Nº 696 REUNIDOS OS PRESSUPOSTOS LEGAIS PERMISSIVOS DA SUSPENSÃO CONDICIONAL

Page 14: Processo Penal - LFG

DO PROCESSO, MAS SE RECUSANDO O PROMOTOR DE JUSTIÇA A PROPÔ-LA, O JUIZ, DISSENTINDO, REMETERÁ A QUESTÃO AO PROCURADOR-GERAL, APLICANDO-SE POR ANALOGIA O ART. 28 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.

O juiz ao aplicar o art. 28 o juiz exerce uma função anômala de fiscal do princípio da obrigatoriedade.

Remetidos os autos ao PGJ – possibilidades:

a. Oferecer denúncia

b. Requisitar diligências

c. Insistir no arquivamento, hipótese que vincula o juiz

d. Designar outro órgão do MP (OBRIGADO – MAJORITÁRIA – LONGA MANUS) para atuar no caso

Em virtude da independência funcional esta designação não pode recair sobre o promotor que requereu o arquivamento.

Promotor do 28 – Um promotor que trabalha diretamente com o PGJ para os casos do art. 28.

ARQUIVAMENTO NA JUSTIÇA FEDERAL

Promoção de Arquivamento > Juiz Federal concorda > Arquivamento

Promoção de Arquivamento > Juiz Federal não concorda > 2ª Camara de Coordenação e Revisão/MPF > PGR (Decisão Final), mas tal decisão pode ser delegada a CCR/MPF

2.3.3 Na Justiça Eleitoral

Promoção Arquivamento > Juiz Estadual (Eleitoral) não concordar > Código Eleitoral ao Procurador Regional Eleitoral.

Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a denúncia,

Page 15: Processo Penal - LFG

designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

O Código Eleitoral é de 1965, mas Lei Orgânica do MPU prevalece o entendimento de que este dispositivo não tem mais valor. À 2º CCR compete manifestar-se nas hipóteses em que o juiz eleitoral não concorda com a promoção de arquivamento (Enunciado 29 da 2ª CCR/MPF).

12.3.4 Procedimento de Arquivamento nas Hipóteses de Atribuição Originária do PGJ/PGR

Quando se tratar de atribuição originária do PGJ/PGR, prevalece o entendimento de que esta decisão administrativa de arquivamento, não precisa ser submetida à análise do Tribunal competente, já que este não teria como aplicar o princípio da devolução. Porém, nos casos em que a decisão de arquivamento for capaz de fazer coisa julgada formal e material, é indispensável análise do órgão jurisdicional competente. (IP 1443, 2431)

12.4 Arquivamento Implícito

Ocorre quando o promotor deixa de incluir na denúncia algum fato delituoso ou algum investigado, sem se manifestar expressamente quanto ao arquivamento. Como este arquivamento implícito não é admitido pela doutrina e pela jurisprudência, cabe ao juiz aplicar o art. 28 e remeter os autos ao PGJ.

12.5 Arquivamento Indireto

Ocorre quando o juiz, em virtude do não oferecimento pelo MP fundamentado em razões de incompetência, recebe tal manifestação como se tratasse de um pedido de arquivamento. Logo, se não concordar, deve aplicar o art. 28 e remeter os Autos ao PGJ.

12.6 Recorribilidade contra a decisão de arquivamento

Em regra, esta decisão de arquivamento é irrecorrível, não sendo cabível ação penal privada subsidiária da pública.

Exceções: Crimes contra a economia popular e contra a saúde pública

Lei 1.521, art. 7º - Recurso de Ofício (Reexame necessário):

Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando

Page 16: Processo Penal - LFG

determinarem o arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial.

*** Não se aplica ao caso do Tráfico de Drogas

Arquivamento nas contravenções do jogo do bicho e também nas hipóteses de corrida de cavalos fora do hipódromo. – CABIMENTO DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. Lei 1508/51, art. 6º, parágrafo único:

Art. 6º Quando qualquer do povo provocar a iniciativa do Ministério Público, nos têrmos do Art. 27 do Código do Processo Penal, para o processo tratado nesta lei, a representação, depois do registro pelo distribuidor do juízo, será por êste enviada, incontinenti, ao Promotor Público, para os fins legais. Parágrafo único. Se a representação fôr arquivada, poderá o seu autor interpôr recurso no sentido estrito.

Arquivamento do IP pelo juiz de ofício (não houve pedido do MP):

Erro in procedendo – Correição Parcial

Arquivamento nas hipóteses de atribuição originária do PGJ – Pedido e revisão ao colégio de procuradores (MP ESTADUAL):

Art. 12. O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos os Procuradores de Justiça, competindo-lhe:

XI - rever, mediante requerimento de legítimo interessado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento de inquérito policial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, nos casos de sua atribuição originária;

12.7 Arquivamento Determinado Por Juízo Absolutamente Incompetente

Para os tribunais, esta decisão é capaz de fazer coisa julgada formal e material, a depender do fundamento do arquivamento.

Pacelli – Não faz coisa julgada formal, tampouco material.

Ex. HC 94.982

13. Trancamento do IP

Pleiteado pelo Investigado.

Page 17: Processo Penal - LFG

É uma medida de natureza excepcional, sendo possível apenas nas seguintes hipóteses:

a. Manifesta Atipicidade Formal/Material

b. Extintiva da Punibilidade

c. Ausência de Manifestação Prévia da Vítima requerendo a instauração o IP nos crimes de Ação Penal Privada ou pública condicionada a representação.

Instrumento a ser utilizado: Habeas Corpus, desde que haja risco a liberdade de locomoção. Mandado de Segurança: Quando não houver risco a liberdade de locomoção.

14. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL PELO MP

Argumentos Contrários Argumentos A favor- Investigação pelo MP atenta contra o sistema acusatório, pois cria um desequilíbrio entre acusação e defesa; - O MP pode requisitar diligências e a instauração de IP, mas não pode presidir inquéritos policiais; - A Atividade Investigatória é exclusiva da polícia judiciária (CF 144, § 1º, IV); - Não há previsão legal de instrumento para as investigações do MP

- Não há violação ao sistema acusatório, porque os elementos colhidos pelo MP serão submetidos ao contraditório judicial, segundo, porque a defesa também pode realizar investigações, porém sem poderes coercitivos; - Teoria dos Poderes Implícitos (MC CULLOCA x MARILAND) – Ao conceder uma atividade fim a determinado órgão ou instituição, a CF também concede a ele os meios necessários para atingir tal objetivo; - Polícia Judiciária (quando cumpre determinações do poder judiciário) não se confunde com polícia investigativa (quando investiga infrações penais);- PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL – O instrumento de natureza administrativa e inquisitorial e presidido pelo MP, cuja finalidade é apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elementos para o oferecimento ou não e denúncia;- Os tribunais tem se posicionado favoravelmente a investigação pelo MP – Súmula 234 do STJ: A

Page 18: Processo Penal - LFG

participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeiçãopara o oferecimento da denúncia. - STF – 91.661, HC 89.837;

15. Controle Externo da Atividade Policial pelo MP

CF. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;

Conceito. É o conjunto de normas que regulam a fiscalização exercida pelo MP em relação a polícia na prevenção, apuração, investigação de fatos tidos como criminosos, na preservação de direitos e garantias constitucionais dos presos que estejam sob custódia da autoridade policial e na fiscalização do cumprimento das determinações judiciais.

Esse controle externo decorre do sistema de freios e contrapesos inerente ao regime democrático e não acarreta qualquer subordinação dos organismos policiais ao MP.

15.1 FORMAS DE CONTROLE

Controle Difuso Controle Concentrado- É aquele exercido por Promotores com atribuição criminal- Controle das ocorrências policiais- Verificação de Prazos de IP- Verificação da qualidade dos IP- Verificação de Bens Apreendidos- Propositura de medidas cautelares

- É aquele exercido pelo órgão do MP com atribuições especificas para o controle externo; - Medidas: Propositura de Ações de Improbidade Administrativa; - Ação Civil Pública na Defesa e Interesses Difusos; - Requisições, Recomendações, Termo de Ajustamento de Conduta, visitas as unidades prisionais, comunicações de prisão em flagrante.

Resolução 20 CNMP (concurso MP)

Page 19: Processo Penal - LFG

16. Investigação Criminal Defensiva

É o conjunto de atividades investigatórias desenvolvidas pelo Defensor em qualquer fase da persecução penal, inclusive antes do oferecimento da peça acusatória, o qual poderá ser realizado com ou sem a assistência de investigador particular, objetivando a colheita de elementos informativos que possam ser utilizados para beneficiar o investigado em contraponto a investigação policial.

Essa investigação pode ser realizada, porém o particular não é dotado de poderes coercitivos, nem tampouco lhe é permitido violar direitos e garantias fundamentais.

AÇÃO PENAL

Conceito. Ação Penal é o direito público subjetivo de pedir ao Estado Juiz a aplicação do direito objetivo a um caso concreto.

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

2. Condições da Ação Penal

Condições necessárias para o exercício regular do direito de ação

Consequência da ausência das condições da ação:

a. Por ocasião do juízo de admissibilidade da peça acusatória: REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Page 20: Processo Penal - LFG

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Parágrafo único. (Revogado)

b. Se a ausência for verificada no curso do processo: Nulidade Absoluta do Processo, com base no art. 564, II, do CPP:

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

II - por ilegitimidade de parte;

Pacelli – Extinção do Processo sem apreciação do mérito.

Há quem entenda que pode ser utilizado o CPC:

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

Condição da Ação é sinônimo de Condição de Procedibilidade (Específica – alguns doutrinadores):

a. Genéricas: Aquela que deve estar presente em toda e qualquer ação penal

b. Específicas: São aquelas necessárias apenas em algumas ações penais a depender do acusado, do procedimento, da natureza do delito.

Ex. Representação do Ofendido, Requisição do Ministro da Justiça, Autorização da Camara dos Deputados para instauração de processo contra o Presidente/Vice, Laudo Pericial nos crimes contra a propriedade imaterial.

CPP. Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.

Page 21: Processo Penal - LFG

3. Condições Genéricas da Ação Penal

a. Possibilidade Jurídica do Pedido

O pedido deve se referir a uma providência admitida pelo direito objetivo

O acusado se defende dos fatos, pouco importando a classificação. A causa de pedir é mais importante do que o pedido. No Processo Penal a peça acusatória deve imputar ao acusado a prática de fato aparentemente criminoso e punível.

Durante o curso do processo, apura-se que o acusado à época do delito era menor de 18 anos: Inimputável – Faltando Possibilidade Jurídica do Pedido. NULIDADE ABSOLUTA DO PROCESSO / EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM APRECIAÇÃO DO MÉRITO – Remessa dos Autos ao Juízo da Infância e Juventude.

3.2 Legitimidade para Agir (Legitimatio ad Causam)

Pertinência Subjetiva da Ação –

ATIVA PASSIVA - Ação Penal Pública – MP- Ação Penal Iniciativa Privada – Ofendido/Representante Legal

- O suposto autor do fato delituoso- Ilegitimidade (Homônimo) -

Tício e Mévio ambos candidatos trocam ofensas durante a propaganda eleitoral. Ticio ajuíza queixa crime em face de Mévio pela prática do crime de difamação (CP, art. 139). – Passa a ser um crime eleitoral:

Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Espécie de Ação Penal: AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

Solução: REJEIÇAO DA PEÇA ACUSATÓRIA

Page 22: Processo Penal - LFG

Tício foi vítima de injuria racial no dia 30 de agosto de 2009. No dia 30 de setembro de 2009 Tício procura um advogado. Qual é a peça acusatória?

CP. Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033 de 2009)

Quanto ao crime de injúria racial, antes da Lei 12.033/09 era um crime de Ação Penal Privada. Mas depois da referida Lei (30, set. 2009), Ação Penal Pública Condicionada a Representação – Repercussão no Direito Penal - LEX GRAVIOR

Se um crime era de Ação Penal Privada e uma Lei Nova o Transforma em Ação Penal Pública Condicionada a Representação (Lei 12.033/09) trata-se de norma processual material, pois repercute no direito de punir do Estado, já que quando o crime é de Ação Penal Privada são quatro as possíveis causas extintivas de punibilidade: DECADÊNCIA, RENUNCIA, PERDÃO e PEREMPÇÃO. Como se trata de norma mais gravosa não pode retroagir.

LEGITIMIDADE DA PESSOA JURÍDICA NO PROCESSO PENAL

Propondo Queixa Crime: Crime de Difamação – A pessoa jurídica é portadora de honra objetiva.

Legitimidade Passiva: Denúncia/queixa contra uma pessoa jurídica: Admite esta responsabilidade em se tratando de crimes ambientais

TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO: Os Tribunais têm admitido o oferecimento de denúncia em face da pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais, desde que a imputação seja feita contra a pessoa física que atua em seu nome ou benefício. No ano de 2011 o Supremo entendeu que a despeito da teoria da dupla imputação é possível a condenação tão somente da pessoa jurídica. – Apenas a pessoa jurídica fosse condenada pela prática do crime ambiental.

Legitimação Ordinária / Extraordinária no processo penal:

Page 23: Processo Penal - LFG

Ordinária – Alguém age em nome próprio na defesa do interesse próprio.

Ocorre nos casos de ação penal pública, porque o MP por força da CF, art. 129, I, é o titular da APP.

Extraordinária – Age em nome próprio na defesa de interesse alheio.

Ação Penal Privada –

Ação Civil Ex Delicto proposta pelo MP em favor de vítima pobre

CPP. Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.

Para o Supremo este dispositivo é dotado de inconstitucionalidade progressiva, ou seja, onde houver Defensoria Pública o MP não detém legitimidade para propor Ação Civil Ex Delicto em favor de vítima pobre.

Nomeação de Curador Especial: CPP. Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

O INTERESSE DE AGIR

Abrange a necessidade, adequação e a utilidade.

Necessidade: quase que presumida no PP, pois não há pena sem processo. Obs. Há que entenda que no juizado que pode haver pena de multa e restritiva de direito em procedimento preliminar.

Adequação: Processo Penal Condenatório a adequação não tem tamanha relevância, pois não há diferentes espécies de Ação Penal Condenatória.

Cuidado com as ações penais não condenatórias: Habeas Corpus – Súmula 693 do STF: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.

Utilidade: Eficácia da Atividade Jurisdicional para satisfazer o interesse do Autor.

Page 24: Processo Penal - LFG

Prescrição em Perspectiva (Virtual / Hipotética): Consiste no reconhecimento antecipado da prescrição, em virtude da constatação de que no caso de possível condenação dar-se-á a prescrição da pretensão punitiva retroativa.

No dia 12 de março de 2003 (fato – furto simples [pena de 1 a 4 anos] – cliente menor de 21) – 20 de junho de 2006 os autos do IP estão com vista ao MP –

Prescrição em Perspectiva:

Doutrina. Deve o MP requerer o arquivamento dos Autos com base na ausência de interesse de agir. Afinal, qual a utilidade de se levar adiante processo penal fadado a prescrição???

Jurisprudência. Os Tribunais Superiores não admitem o reconhecimento antecipado da prescrição:

Súmula 438: “É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal”.

Lei 12.234/ 06 de maio 2010 – Pôs fim a prescrição retroativa entre a data do fato delituoso e a data do recebimento da peça acusatória.

Quando a pena for inferior a 1 ano, a prescrição passa a ser em 3 anos (Lex Gravior).

JUSTA CAUSA

Lastro probatório mínimo (Em regra IP) para que se possa dar início a um processo penal.

Condição genérica sui generis da AP. Grandes doutrinadores apontam a justa causa como 4ª condição da Ação Penal.

CONDIÇÃO DE PROSSEGUIBILIDADE

Condição de procedibilidade – (condição da ação), necessária para o início do processo.

Condição de Prosseguibilidade – condição necessária para o prosseguimento do processo, ou seja, o processo já está em andamento e uma condição deve ser implementada para que o processo siga seu curso normal.

Ex. Crime de lesão de corporal leve/culposa

Page 25: Processo Penal - LFG

Antes da Lei 9.099/95 eram crimes de Ação Penal Pública Incondicionada.

Depois da Lei 9099/95 – Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Ação Penal Pública Condicionada a Representação.

Para os processos que estavam tramitando à época, a representação funcionou como condição de prosseguibilidade. No entanto, para os processos que ainda não tinham sido iniciados, a representação funcionou como condição de procedibilidade. ESTUPRO COMETIDO COM EMPREGO DE VIOLÊNCIA REAL:

CP. Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Súmula 608 STF NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL É PÚBLICA INCONDICIONADA.

Antes da Lei 12.015/09, a espécie de Ação Penal o delito era de Ação Penal Pública Incondicionada. Este crime de Ação Penal Pública é transformado em crime de APP condicionada a representação.

À época da entrada em vigor da Lei 12.015/09 estivesse tramitando processo referente a este delito.

1ª Corrente – Se o processo já estava em andamento, não haverá necessidade da representação.

2ª Corrente – Não oferecimento da representação (decadência) – lei mais benéfica. A representação deve ser implementada nos processos que estavam em andamento (Cond. De Prosseguibilidade) sob pena de decadência (causa extintiva da punibilidade). A maioria trabalha com o prazo de 30 dias (Lei 9099/95, art. 91)

Professor do LFG – 6 meses (CPP, ART. 38).

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS CONDENATÓRIAS

AÇÃO PENAL PÚBLICA. Titular o MP (CF. 129, I)

PEÇA ACUSATÓRIA: DENÚNCIA.

Page 26: Processo Penal - LFG

1. APP Incondicionada – A atuação do MP não depende do implemento de qualquer condição, tais como representação, requisição, etc... Funciona como regra. Ex. Furto:

CP. Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

2. APP Condicionada – Atuação do MP depende de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

3. Ação Penal Pública Subsidiária da Pública:

a. Dec. Lei 201/67, art. 2º, § 2º - Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos – Se o MP Estadual não tomar providencia – pode-se pedir providencia do PGR/MPU

§ 2º Se as previdências para a abertura do inquérito policial ou instauração da ação penal não forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, poderão ser requeridas ao Procurador-Geral da República.

A maioria entende que este § 2º do art. 2º do D. LEI 201 não foi recepcionado pela CF:

1. Atenta contra a autonomia dos MPs Estaduais

2. Atenta contra a competência da Justiça Federal

Ex. Código Eleitoral – Art. 357, §§ 3º e 4º

§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.

Page 27: Processo Penal - LFG

§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.

Ex. Incidente de Deslocamento de Competência

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA

Titular Ofendido/Rep. Legal

Peça Acusatória – Queixa Crime

1. Ação Penal Privada Personalíssima

O direito de queixa só pode ser exercido pelo ofendido. O representante legal não pode exercer este direito. Não haverá sucessão processual.

*** A morte da vítima se causa de extinção da punibilidade

CP. Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

Page 28: Processo Penal - LFG

AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA

Ofendido Incapaz – Representante Legal. É possível a sucessão processual.

AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA

Só é cabível diante da Inércia do MP

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA- Ne Procedat Index Ex Officio (Inércia): Ao juiz não dado iniciar de ofício um processo penal condenatório – imparcialidade. Processo Judicialiforme (art. 26 CP): processo criminal instaurado através de portaria do juiz. (cont. penais / homicídio e lesões corporais culposos); Não foi recepcionado (art. 129 CF); *** Ordem de Habeas Corpus pode ser concedido de ofício pelo magistrado (CPP, art. 654, § 2º);

- Ne Bis In Idem Processual: Ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação (Pacto São José da Costa Rica, Art. 8º, § 4º). Decisão absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, ainda que proferida por juízo absolutamente incompetente, é capaz de transitar em julgado e de produzir seus efeitos regulares, dentre eles o de impedir novo processo pela mesma imputação;

- Princípio da Intranscendência: Em face do suposto autor / partícipe do fato delituoso. Deriva do princípio da pessoalidade da pena. - Princípio da Obrigatoriedade (legalidade processual): Presentes as Condições da Ação Penal e havendo justa causa o MP é obrigado a oferecer a denúncia (CPP, art. 24). Exceções: 1) Transação Penal (Lei

- Princípio da Oportunidade/Conveniência: Mediante critérios próprios de oportunidade ou conveniência, cabe ao ofendido optar pelo oferecimento ou não da queixa crime. Aplicável antes do início do processo. Caso o ofendido não tenha interesse em exercer o direito de queixa, poderá ficar parado nos próximos 6 meses a contar do conhecimento da autoria (decadência). Renúncia ao direito de queixa.

- Princípio da disponibilidade: Durante o curso do processo. O querelante pode dispor do processo em andamento. Formas de disposição do processo: 1) Perempção: Negligência do querelante; 2) Perdão: depende de aceitação; 3) Reconciliação e desistência do processo no procedimento especial dos crimes contra a honra de competência do juiz singular, art. 522 CPP;

- Princípio da Indivisibilidade: O processo de um dos coautores ou partícipes obriga ao processo de todos. Consequências: a) Renúncia concedida a um dos agentes estende-se aos demais; b) O perdão concedido a um dos agentes estende-se aos demais (aceitação), mas desde que haja aceitação; Fiscal

Page 29: Processo Penal - LFG

9.099/95, art. 76 – Princípio da Discricionariedade regrada/obrigatoriedade mitigada); 2) Acordo de Leniência / Acordo de Brandura/doçura (Espécie de Delação Premiada nos Crimes Contra a Ordem Econômica). Estava previsto no art. 35C lei 8884. Atualmente conta do art. 87 da Lei 12.529/11; 3) Termo de Ajustamento de Conduta (Lei 7.347/85). Enquanto houver o cumprimento do termo não há necessidade de oferecimento de denúncia (HC 92.921); 4) Parcelamento do Débito Tributário (Formalizado antes do recebimento da denúncia). Art. 83, § 2º, da Lei 9.430/96, com redação dada pela Lei 12.382/2011.

- Princípio da Indisponibilidade/Indesistibilidade: O MP não pode dispor do processo em andamento. Art. 42, 576 CPP. Exceção: SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, ART. 89, 8099/95. Crime do art. 5º da Lei 8.137: A suspensão será cabível ainda que a pena mínima seja superior a 1 ano, se a multa for cominada alternativamente.

- Princípio da Divisibilidade (STF/STJ): O MP pode oferecer denúncia contra alguns investigados, sem prejuízo do prosseguimento das investigações em relação aos demais. * Parte da doutrina entende que também vigora o princípio da indivisibilidade (Tourinho, Marcelus Polastri);

do princípio da indivisibilidade é o MP. Como o MP não possui legitimidade ativa em crimes de ação penal privada, há 2 possibilidades: Verificando-se que a omissão do querelante foi voluntária, ou seja, o querelante ofereceu queixa contra apenas 1 dos coautores, apesar de ter consciência quanto ao envolvimento de outros, deve ser reconhecida a renúncia tácita em relação àqueles que não foram incluídos na peça acusatória, renuncia esta que se estende aos demais em virtude do princípio da indivisibilidade; 2) Verificando-se que a omissão do querelante não foi voluntária, deve o MP requerer a intimação do querelante para incluir os demais coautores ou partícipes. Se o querelante permanecer inerte, há de se reconhecer renúncia tácita, que se estende a todos os coautores do delito.

Page 30: Processo Penal - LFG

REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO

É a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal.

Não há necessidade de formalismo.

Natureza Jurídica: Se o processo já estive em andamento: condição de prosseguibilidade. Porém, se o processo ainda não teve início e a Lei exige a representação: condição específica de procedibilidade.

Quanto à representação, vigora o princípio da oportunidade/conveniência.

7.3 LEGITIMIDADE PARA O OFERECIMENTO DA REPRESENTAÇÃO

Ofendido com 18 anos completos ou mais pode oferecer representação (CC, art. 5º).

CPP. Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.

Súmula 594 do STF. Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal (DESATUALIZADA).

OFENDIDO MENOR DE 18 ANOS, MENTALMENTE ENFERMO OU RETARDADO MENTAL

Representante Legal – Qualquer pessoa responsável pelo incapaz.

INÉRCIA DO REPRESENTANTE LEGAL NO PRAZO DE 6 MESES: Corrente majoritária – Não há falar em decadência do Dir. de Queixa/Represent em relação a um direito que não pode ser exercido. Corrente Minoritária: Se o incapaz tem representante legal significa dizer que seu direito de queixa ou de representação pode ser exercido. Logo, se o representante legal permanece inerte, haverá decadência e extinção da punibilidade.

Incapaz sem Rep. Legal: Nomeação de Curador Especial pelo juiz

CPP. Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do

Page 31: Processo Penal - LFG

Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

*** O curador especial não é obrigado a oferecer queixa/representação;

OFENDIDO COM IDADE ENTRE 16 E 18 ANOS CASADO

A emancipação não confere a essa vítima capacidade para oferecer representação/queixa crime.

- Curador Especial / Aguarda-se que a vítima complete 18 anos

Morte do Ofendido: Sucessão Processual:

Cônjuge/companheiro

Ascendente

Descendente

Irmão

Obs. 1. A ordem do art. 31 do CPP é uma ordem preferencial, ou seja, se todos os sucessores tiverem interesse, prevalece primeiro o cônjuge e assim por diante.

2. Havendo divergência entre os sucessores, prevalece a vontade daquele que tem interesse na persecução penal.

3. O sucessor terá direito ao prazo decadencial restante, prazo este que só começará a fluir a partir do conhecimento da autoria.

7.4 PRAZO DECADENCIAL PARA O OFERECIMENTO DA REPRESENTAÇÃO (da queixa crime).

Decadência: perda do direito de ação penal privada ou de representação, em virtude do seu não exercício no prazo legal (extinção da punibilidade).

Prazo decadencial: 6 meses, contados em regra, a partir do conhecimento da autoria:

CPP. Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Page 32: Processo Penal - LFG

Exceção: Art. 236, § único do CP – Induzimento a erro essencial.

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

CONTAGEM: DIR. PENAL (CP, ART. 10): Dia do início é computado.

08 de abril/2012 (crime AP. PRIVADA) ------------------------ DECADÊNCIA 07/10/2012 23:59:59

PRAZO decadencial: Fatal e improrrogável. A instauração de IP em crimes de Ação Penal Privada não interrompe e nem suspende o curso do prazo decadencial.

O curso do prazo decadencial será obstado com o exercício do direito de queixa ou de representação, pouco importando se a queixa foi proposta perante o juízo incompetente (STJ HC 11.291).

7.5 RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO

Voltar atrás, arrepender-se de um direito que foi exercido.

CPP: É possível até o oferecimento ***RECEBIMENTO - pegadinha da denúncia. Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Lei 11.340/06: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia (atecnia) à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Art. 16 da Lei 11.340: 1) A Lei usa a palavra “renúncia” de maneira equivocada, pois se o direito de representação já foi exercido trata-se de retratação. Logo, na Lei Maria da Penha a retratação à representação pode ser feita até o recebimento da denúncia em audiência especialmente designada para esta finalidade (ex. estupro e ameaça). 2) Essa audiência só

Page 33: Processo Penal - LFG

deve ser realizada se porventura a vítima tiver manifestado prévia vontade de se retratar.

Retratação da retratação da representação: Nova representação. A maioria da doutrina entende possível desde que antes do prazo decadencial.

Eficácia Objetiva da Representação

REPRESENTAÇÃO INQUÉRITO

TÍCIO

ART. 213 12/04/2012

TICIO E MÉVIO

ART. 213 12/04/2012

05/04/2012

Feita a representação em relação a um delito, o MP é livre para oferecer denúncia contra todos os coautores e partícipes. Feita a representação em relação a um delito, o MP não pode oferecer denúncia em relação a outros crimes que não foram objeto de representação.

8.REQUISIÇÃO DO MIN. DA JUSTIÇA

Condição específica da ação penal.

Não é sinônimo de ordem, pois o MP continua sendo o titular da Ação Penal Pública (CF, ART. 129, I).

A requisição não está sujeita à decadência.

A maioria entende que é possível a retratação da requisição até o oferecimento da denúncia.

AÇÃO PENAL SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA

Cabível diante da inércia do MP.

Mecanismo de controle do princípio da obrigatoriedade.

Só se pode pensar em ação penal privada subsidiária da pública se o crime contar com uma vítima determinada.

Lei 8078/90. Arts. 80, 82 III e IV

Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e contravenções

Page 34: Processo Penal - LFG

que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:

III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;

IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.

Lei 11.101/05:

Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1o, sem que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.

Prazo decadencial da queixa subsidiária:

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Como a ação penal é de natureza pública, o decurso do prazo decadencial não irá acarretar a extinção da punibilidade (decadência imprópria).

Page 35: Processo Penal - LFG

Autos do IP de investigado solto com vista ao MP em data de 02 de maio de 2011.

03/05/2011 - Início do prazo do MP:

17/05/2011 (3ª Feira) último dia do prazo do MP

18/05/2011: Surge o direito de ação penal privada subsidiária da pública.

17/11/11: Decadência da queixa subsidiária.

PODERES DO MP NA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

1. Opinar pela rejeição da peça acusatória (art. 395)

2. Aditar a queixa crime, tanto para incluir elementos secundários, como também para incluir novos fatos delituosos, coautores e partícipes.

3. Intervir em todos os termos do processo.

4. Repudiar a queixa crime, hipótese em que o MP estaria obrigado a oferecer denúncia substitutiva.

5 No caso de negligência do querelante, deve o MP retomar a ação como parte principal (AÇÃO PENAL INDIRETA).

10. AÇÃO PENAL POPULAR

Qualquer pessoa do povo.

a. Habeas Corpus: Pode ser impetrado por qualquer pessoa, capaz ou incapaz, física ou jurídica. NÃO É UMA AÇÃO PENAL CONDENATÓRIA.

b. Faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia (notitia criminis) contra agentes políticos por crimes de responsabilidade (infração político-administrativa). NÃO É UMA AÇÃO PENAL CODENATÓRIA

11. AÇÃO PENAL ADESIVA

Page 36: Processo Penal - LFG

1ª CORRENTE. No Direito Alemão, é possível que o MP ofereça denúncia em crimes de ação penal privada, desde que visualize a presença de interesse público. Neste caso o ofendido pode se habilitar como acusador subsidiário, como se fosse uma espécie de ação penal adesiva.

2ª CORRENTE. É a possibilidade de litisconsórcio entre o MP, que oferece denúncia em crime de Ação Penal Pública, e o querelante, que oferece queixa em relação ao crime conexo de ação penal privada.

12. AÇÃO DE PREVENÇÃO PENAL

Aquela ajuizada com o objetivo de se aplicar medida de segurança ao inimputável do art. 26 caput:

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento

13. AÇÃO PENAL SECUNDÁRIA

Ocorre quando as circunstâncias do crime fazem variar a espécie de AP.

14. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA

Regra: Ação Penal Privada

***Exceção: 1) Injúria real: violência/vias de fato

Vias de fato: AP Privada

Lesão Corporal Leve: AP Pública Condicionada a Representação

Lesão Corporal Grave/Gravíssima: Púb. Incondicionada

b. Crimes contra a honra praticados durante a propaganda eleitoral: AP Pública Incondicionada

c. Crimes Militares contra a honra: AP Pública Incondicionada

d. Crime contra a honra do Presidente da República/Chefe de Governo Estrangeiro: Pública cond. a requisição do Min da Justiça.

e. Crime contra a honra do funcionário público em razão do exercício funcional (propter officium): Súmula 714 STF É CONCORRENTE A LEGITIMIDADE DO OFENDIDO, MEDIANTE QUEIXA, E DO MINISTÉRIO

Page 37: Processo Penal - LFG

PÚBLICO, CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, PARA A AÇÃO PENAL POR CRIME CONTRA A HONRA DE SERVIDOR PÚBLICO EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES.

No IP 19239 o STF entendeu que, uma vez oferecida a representação, não mais será possível o ajuizamento da queixa crime. Portanto, apesar da súmula 714 fazer menção a uma legitimação concorrente, trata-se na verdade de legitimação alternativa, pois o ofendido tem duas opções: Ou ele ajuíza a queixa crime ou ele oferece representação, autorizando a atuação do MP.

f. Injúria racial (Pessoa determinada): Antes da Lei 12.033/09 a Ação Penal neste crime era de PRIVADA

DEPOIS DA LEI 12.033/09: Ação Penal Pública Condicionada a Representação.

RACISMO 7.716/89 – OPOSIÇÃO INDISTINTA A TODA UMA RAÇA, COR, RELIGIÃO, ETNIA OU PROCEDÊNCIA NACIONAL. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

STJ, RHC 19.166

15. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE E CULPOSA PRATICADOS NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 11.340 MARIA DA PENHA

LESÃO CORPORAL LEVE/CULPOSA

Antes da Lei 9099/95: PÚBLICA INCONDI.

Depois da Lei 9099/95: PÚBLICA COND A REPRE

Lei 11.340/06. Art. 16 x Art. 41

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro

Page 38: Processo Penal - LFG

de 1995. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (ADI 4424/ADC 19) LESÃO LEVE/CULPOSA

***AMEAÇA E ESTUPRO, AINDA QUE PRATICADOS COM VIOL. DOM.FAM. CONTRA A MULHER: AÇÃO PENAL CONDICIONADA REPRESENT.

STF FIRMOU A CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 41 DA LEI 11.340. CRIME E CONTRAVENÇÃO

16. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (12.015/09)

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

ANTES DA LEI 12.015 DEPOIS DA LEI 12.015 10 de agosto 2009

REGRA: Ação Penal Privada

Exceções:

1. Vítima Pobre. APP Condicionada, mesmo houvesse defensoria pública na comarca;

2. Abuso do poder familiar: APP Incondicionada

3. Emprego de Violência Real (Soco, Gravata): Ação Penal Pública Incondicionada – STF 608 NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL É PÚBLICA

REGRA: Ação Penal Pública Condicionada

Exceções:

1. Vítima Menor de 18 anos: Ação Penal Pública Incondicionada;

2. Vítima Vulnerável: Ação Penal Pública Incondicionada;

3. Emprego de Violência Real: Ação Penal Pública Condicionada Representação;

Page 39: Processo Penal - LFG

INCONDICIONADA. Fundamento Legal: Art. 101 CP: Ação Penal Extensiva – Aplica-se aos crimes complexos. Se um dos crimes que compõe o crime complexo for de ação penal privada e o outro de ação penal pública, opera-se uma extensão da ação penal pública, a qual estará sujeito o crime complexo.

DOUTRINA: O ESTUPRO não é crime complexo – crítica sumula 608.

4. QUALIFICADO PELA LESÃO GRAVE/MORTE: Ação Penal Pública Incondicionada. (ADI 4.301 – STF) CONTINUE SENDO ASSIM! TRAMITANDO!

5. ESTUPRO VIOLÊNCIA PRESUMIDA: AÇÃO PENAL PRIVADA

17. RENÚNCIA E PERDÃO

RENÚNCIA PERDÃO

- Ato unilateral e voluntário por meio do qual o ofendido abre mão do seu direito de queixa.

- Causa extintiva da punibilidade: apenas nos casos de ação penal exclusivamente privada e privada personalíssima.

- Principio da

Ato bilateral e voluntário por meio do qual o querelante perdoa o acusado, acarretando a extinção do processo.

- Causa extintiva da punibilidade: Ação penal exclusivamente privada ou privada personalíssima.

- NÃO SE CONFUNDE COM O

Page 40: Processo Penal - LFG

Oportunidade/conveniência: antes do início do processo.

- Ato Unilateral: Não depende de aceitação

- Renúncia expressa / tácita

*** CPP: RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO NÃO IMPORTA EM RENÚNCIA TÁCITA (104).

JUIZADOS: A composição civil dos danos acarreta a renúncia ao direito de queixa ou de representação.

- Princípio da Indivisibilidade: Renúncia concedida a um dos coautores estende-se aos demais.

PERDÃO JUDICIAL

- PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE: durante o curso do processo até o trânsito em julgado de sentença condenatória.

- ATO BILATERAL: Depende de aceitação

- Perdão expresso/tácito

- ACEITAÇÃO expressa / tácita ***O silêncio é uma espécie de aceitação tácita (CPP art. 58);

- Princípio da Indivisibilidade: perdão concedido a um dos coautores estende-se aos demais, mas desde que haja aceitação;

18. PEREMPÇÃO

Conceito: É a perda do direito de prosseguir no exercício da AP Privada em virtude da negligência do querelante.

Não se confunde com a decadência: perda do direito de dar início ao processo em crimes de ação penal privada.

Causa extintiva da punibilidade: apenas na ação penal exclusivamente privada e privada personalíssima.

Causas de Perempção (art. 60):

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;

Page 41: Processo Penal - LFG

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

III - Ausência do querelante a algum ato que deva estar presente:

Audiência de conciliação (Crimes contra a honra): ausência do querelante – não é causa de perempção.

III – O querelante deixar de formular pedido de condenação nas alegações finais

19. PEÇA ACUSATÓRIA

Denúncia: Ação Penal Pública

Queixa crime: Ação Penal Privada

- EM REGRA: por escrito.

Juizados: Denúncia Oralmente (reduzida a termo).

19.1 REQUISITOS (art. 41 CPP)

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

a. Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias

O que aconteceu? Como? Quem? Contra quem? Quando? Onde? Por que?

* Crimes Culposos: O Promotor deve descrever em que consistiu a modalidade da culpa.

Page 42: Processo Penal - LFG

* No Processo Penal o acusado se defende dos fatos que lhe são imputados, independentemente da classificação formulada;

Elementos Essenciais Elementos Acidentais

Aqueles necessários para identificar uma conduta como fato típico;

Eventual vício: Causa de nulidade absoluta

São aqueles relacionados às circunstâncias de tempo, lugar do crime, modus operandi, etc.

- Se forem conhecidos, deverão constar da peça acusatória

- Eventual vício: nulidade relativa. Logo, deve ser comprovado o prejuízo.

AGRAVANTES E ATENUANTES

DOUTRINA: Devem constar na peça acusatória

TRIBUNAIS: Podem ser reconhecidas pelo juiz, mesmo que não tenham constado da peça acusatória (Art. 385 CPP).

CPP Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

*Deficiência da Narrativa do fato delituoso: (Cripto Imputação) – INEPCIA FORMAL DA PEÇA ACUSATÓRIA – CAUSA DE REJEIÇÃO (CPP. ART. 395, I) – DEVE SER ARGUIDA ATÉ A SENTENÇA, SOB PENA DE PRECLUSÃO.

Crimes Societários (Crime de Gabinete) e Denúncia Genérica

- Crimes praticados por pessoas físicas sob o manto protetor da pessoa jurídica.

- Denúncia Genérica é aquela que não aponta a conduta individualizada de cada um dos denunciados.

Denúncia Genérica em crimes societários: Para os tribunais superiores, o simples fato de ser sócio, gerente ou administrador não permite a instauração de processo penal pelos crimes praticados no âmbito da sociedade, se não se comprovar, ainda que minimamente a relação de causa

Page 43: Processo Penal - LFG

e efeito entre as imputações e a função do denunciado na sociedade, sob pena de se admitir verdadeira responsabilidade penal objetiva (STJ HC 24.239).

ACUSAÇÃO GENÉRICA ACUSAÇÃO GERAL

Vários fatos delituosos são imputados a diversos agentes sem que haja uma individualização: Nulidade Absoluta (Ampla Defesa)

- O mesmo fato delituoso é atribuído a vários acusados;

- Não há violação à ampla defesa, porque os acusados já sabem de que fato de se defender;

b. Qualificação do Acusado

Nome, filiação, nascimento, CPF, RG, ETC.

- Sem a qualificação: ainda é possível o oferecimento da peça acusatória que deve apontar os esclarecimentos pelos quais se possa identificar a pessoa.

IDENTIFICAÇÃO FÍSICA CERTA (PESSOA PRESA)

- CPP. Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.

* PRISÃO PREVENTIVA: obter dados quanto a sua identificação.

CPP. 313. Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 44: Processo Penal - LFG

c. CLASSIFICAÇÃO DO CRIME

Eventual erro da classificação não autoriza a rejeição da peça acusatória, visto que o CP dispõe de instrumentos para a retificação da classificação no momento da sentença.

EMENDATIO LIBELLI MUTATIO LIBELLI

Ocorre quando o juiz, sem modificar a descrição do fato constante da peça acusatória, dá a ele classificação diversa (Art. 383 CPP)

Ocorre quando, durante a instrução probatória, surge prova de elementar ou circunstância não contida na peça acusatória. Nesse caso, deve ser feito o aditamento pelo MP, com posterior oitiva da defesa, e fiel observância do princípio do contraditório, da ampla defesa e da correlação entre acusação e sentença (Art. 383).

ROL DE TESTEMUNHAS

Se necessário.

Se não apresentado o rol na peça acusatória: preclusão temporal.

* Princípio da Busca da Verdade: Testemunhas do Juízo (CPP. 156, III).

Número máximo de testemunhas:

Procedimento Comum ordinário: 8

Procedimento Sumário: 5

Procedimento Sumaríssimo: 3/5

1ª FASE DO JURI: 8

PLENÁRIO DO JURI: 5

LEI DE DROGAS: 5

CPPMilitar: 6

* Para a acusação varia de acordo com o número de ações ou omissões

* Para a defesa, este número varia de acordo com o número de ações e omissões, por acusado.

Page 45: Processo Penal - LFG

* Neste número de testemunhas, não entram as testemunhas referidas (uma outra faz menção), as que não prestam compromisso e aquelas que nada sabem sobre a causa.

e. PROCURAÇÃO DA QUEIXA CRIME

Com poderes especiais (art. 44).

- Menção ao nome do querelado e ao fato delituoso (basta a indicação do dispositivo legal)

- Eventuais vícios da procuração podem ser supridos a qualquer momento, antes da sentença condenatória (art. 568 CPP).

20. PRAZO PARA O OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA

SOLTO PRESO

CPP 15 DIAS 5 DIAS

QUEIXA CRIME 6 MESES 5 DIAS

DROGAS 10 10

CPPM 15 5

ECONOMIA POPULAR 2 2

ABUSO DE AUTORIDADE

48H 48H

CÓDIGO ELEITORAL 10 10

PROVAS

1. PRINCÍPIOS RELATIVOS A PROVA PENAL

1.1. Presunção de Inocência

CF: Art. 5º, LVII “NÃO CULPABILIDADE”

CADH: Art. 8º, § 2º “TEM DIREITO A QUE SE PRESUMA SUA INOCÊNCIA”

QUANDO? Enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. CADH: DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – culpa legalmente comprovada até a

Page 46: Processo Penal - LFG

prolação de um acórdão condenatório no exercício do duplo grau de jurisdição.

CF – QUANDO:

Ninguém será considerado não culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória

a. Regra Probatória

Recai sobre o acusador o ônus de provar a culpabilidade do acusado, além de qualquer dúvida razoável, devendo o juiz absolve-lo em caso de dúvida. (INDUBIO PRO REO)

CPP. Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Princípio aplicável à revisão criminal: IN DUBIO CONTRA REU

Não se aplica o princípio da presunção de inocência pois a revisão criminal só pode ser ajuizada após o trânsito em julgado de sent. Cond. absolutória imprópria.

2. REGRA DE TRATAMENTO

Em regra, o acusado deve permanecer em liberdade durante o processo. Medidas cautelares de natureza pessoal só podem ser decretadas em casos excepcionais e desde que comprovada sua necessidade.

STF HC 84.078 – Antes desse julgado: Como o RE e o RESP não são dotados de efeito suspensivo, entendia-se que era possível a execução provisória da pena após a prolação de um acórdão condenatório pelos tribunais de 2ª instância.

CPP. Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da sentença.

Page 47: Processo Penal - LFG

DEPOIS DO HC 84.078 (POSITIVADA): Enquanto não houver o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, não será possível o recolhimento do acusado à prisão, salvo se presente os pressupostos da preventiva.

CPP. Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Não é mais possível a execução provisória da pena, o que, no entanto, não impede a concessão antecipada de benefícios prisionais.

TICIO: ART. 157, § 2º, I – SENT. CONDENATÓRIA (RECURSO EXCLUSIVO DA DEFESA – NON REFORMATIO IN PEJUS): 6 ANOS

PRISÃO PREVENTIVA: 2 ANOS

TICIO TEM DIREITO A PROGRESSÃO: LEP: 1/6 DA PENA

1.2 PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE

Doutrina Antiga: Verdade Real

Papel do Juiz (Gestão da Prova) – É dotado de certa iniciativa probatória durante o curso do processo, a ser exercida de maneira residual, subsidiária.

Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Durante as investigações, não possui o juiz iniciativa acusatória, sob pena de violação ao sistema acusatório e a garantia da imparcialidade.

CPP. Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Page 48: Processo Penal - LFG

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal (INICIATIVA ACUSATÓRIA), a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) (INCONSTITUCIONAL – MELHOR DOUTRINA)

VERDADE CONSENSUAL – JUIZADOS

1.3. PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETEGERE

O acusado não é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

CF: Art. 5º, LXIII

CADH 8º, § 2º, g

a. Titular do Direito a não autoincriminação:

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

Suspeito, Investigado, Indiciado, Acusado (preso/solto)

- Testemunha: Se das respostas puder resultar autoincriminação, também tem direito a não produzir prova contra si mesmo. Mas, enquanto testemunha é obrigada a falar a verdade. STF HC 73.035.

b. ADVERTÊNCIA QUANTO AO DIREITO

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

O acusado deve ser informado de que não é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

Page 49: Processo Penal - LFG

STF HC 80949 – Gravações clandestinas pela autoridade policial sem prévia advertência (prova ilícita).

- Aviso de Miranda: Miranda Rights/Warnings: Nenhuma validade pode ser conferida as declarações do preso a polícia se não houve prévia advertência dos seguintes avisos: a) Direito de não responder as perguntas formuladas; b) Tudo que disser pode ser usado contra ele; c) Tem direito a assistência de Defensor escolhido ou nomeado.

Dever de informação estende-se a mídia? Para o Supremo, não se aplica a mídia. HC 99.558

C. DESDOBRAMENTOS DO NEMO TENEDO

Direito ao silêncio: não importa em confissão ficta.

CPP. Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

CPP: A presença do acusado no plenário do Juri não é mais obrigatória.

MENTIRA: Inexibilidade de dizer a verdade

No Brasil não há o crime de perjúrio - FALSO ÁLIBI

Eventual Mentira Agressiva (Incriminando terceiro inocente) pode caracterizar crime.

C.3 DIREITO DE NÃO PRATICAR NENHUM COMPORTAMENTO ATIVO QUE POSSA INCRIMINÁ-LO

- Reconstituição: Não é obrigado

- Exame Grafotécnico: não é obrigado

- Reconhecimento: Sim

- Bafômetro: SOPRAR: NÃO É OBRIGADO

Page 50: Processo Penal - LFG

ETILÔMETRO PASSIVO: É OBRIGADA

C.4. DIREITO DE NÃO PRODUZIR NENHUMA PROVA INCRIMINADORA INVASIVA

PROVA INVASIVA PROVA NÃO INVASIVA

São as intervenções corporais que pressupõe penetração no organismo humano, implicando na utilização ou extração de alguma parte dele.

Consiste numa inspeção ou verificação corporal, sem que haja penetração no organismo humano.

DNA (FIO DE CABELO) – Separado do corpo

ESPERMA – STF RECLAMAÇÃO 2.040 GLORIA TREVI – PLACENTA

2.7 TERMINOLOGIA DA PROVA

PROVA NOMINADA: é aquela que está prevista na lei, com ou sem procedimento probatório definido.

CPP. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

PROVA INOMINADA: É aquela prova que não está prevista na Lei, mas em virtude do princípio da liberdade probatória é possível a utilização de provas inominadas, desde que não sejam ilícitas (Reconhecimento por email).

PROVA TÍPICA: É aquela cujo procedimento probatório está previsto na Lei.

PROVA ATÍPICA: É aquela que não possui procedimento probatório previsto em lei (Reconstituição dos Fatos).

PROVA ANÔMALA (ILEGÍTIMA): Há meio de prova previsto na LEI para a colheita da prova. Porém, deixa-se de lado esse meio de prova para se utilizar de outro.

PROVA IRRITUAL: É aquela colhida em desacordo com o modelo típico definido na Lei (CPP Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de

Page 51: Processo Penal - LFG

outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008).)

Testemunha do MP: 1º MP (EXAME DIRETO E CRUZADO)

2º DEFESA

3º JUIZ

SISTEMA ANTIGO PRESIDENCIALISTA continua a ser observado pelo juiz.

2.8. SISTEMAS DE VALORAÇÃO DA PROVA

A. SISTEMA DA ÍNTIMA CONVICÇÃO DO JUIZ (DA CERTEZA MORAL DO JUIZ)

O Juiz é livre para valorar todas as provas, inclusive aquelas que não estão nos autos. Porém, não é obrigado a fundamentar seu entendimento (JURI – O JUIZ PRESIDENTE É OBRIGADO A FUNDAMENTAR).

B. SISTEMA DA PROVA TARIFADA

Sistema da certeza moral do legislador. As provas tem seu valor probatório previamente e em abstrato fixado pelo legislador, cabendo ao juiz tão somente analisar o conjunto probatório e dar a ele o valor previsto.

Em regra, este sistema não é utilizado, porém há exceções: CPP. CRIMES QUE DEIXAM VESTÍGIOS – EXAME DE CORPO DE DELITO

Estado das pessoas – restrições estabelecidas na Lei Civil.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Page 52: Processo Penal - LFG

SÚMULA 74 STJ. Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil.

C. SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO (PERSUASÃO RACIONAL DO JUIZ)

O JUIZ tem ampla liberdade na valoração da prova, mas é obrigado a fundamentar seu convencimento.

Art. 5, IX CF

DERIVAM 3 CONSEQUÊNCIAS IMPORTANTES:

1. NÃO HÁ PROVA COM VALOR ABSOLUTO (TODA PROVA TEM VALOR RELATIVO)

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

2. O juiz é obrigado a valorar todas as provas produzidas no processo, ainda que para afastá-las.

3. Somente são válidas as provas constantes dos autos do processo.

3 ONUS DA PROVA

3.1 CONCEITO. É o encargo que recai sobre as partes de provar a veracidade acerca das afirmações por elas formuladas ao longo do processo, resultando de sua inércia uma situação de desvantagem perante o Direito.

3.2 OBJETIVO: Funciona como uma regra destinada ao juiz acerca do conteúdo da sentença que deve proferir se estiver em dúvida por ocasião do julgamento. IN DUBIO PRO REO

3.3 SUBJETIVO: Encargo que cai sobre as partes de provar a veracidade sob pena de experimentar uma situação de desvantagem.

3.4 DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA:

Page 53: Processo Penal - LFG

1ª CORRENTE (MINORITÁRIA): No processo penal, o ônus da prova é exclusivamente da acusação.

2ª CORRENTE (MAJORITÁRIA):

ÔNUS DA ACUSAÇÃO ÔNUS DA DEFESA

- FATO TÍPICO

- AUTORIA / PARTICIPAÇÃO

- NEXO CAUSAL

- DOLO / CULPA são aferidos em virtude das circunstâncias objetivas do caso concreto.

- JUÍZO DE CERTEZA

- CAUSAS EXCLUDENTES DA ILICITUDE; CAUSAS EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE e CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE

- ÁLIBI: Acusado em Local Distinto à época do crime

- FUNDADA DÚVIDA

- CPP. ART. 386, VI

4. PROVA ILEGAL

PROVA ILÍCITA PROVA ILEGÍTIMA

- Violação à regra de Direito Material (Penal ou Constitucional)

- Em regra, é produzida externamente ao processo

- Se juntada ao autos do processo, deve ser desentranhada. DIREITO DE EXCLUSÃO.

- Violação à regra de direito processual (Perícia feita por apenas 1 perito não oficial)

- Em regra, é produzida no curso do processo

- Aplica-se a teoria das nulidades (Absoluta / Relativa)

*** ATENÇÃO PARA A NOVA REDAÇÃO DO ARTIGO 157 DO CPP

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

1ª CORRENTE (INTERPRET. AMPLIATIVA): Como o caput não faz distinção quanto à natureza da norma legal, doravante a violação a normas de direito processual também acarretará a ilicitude da prova.

Page 54: Processo Penal - LFG

2ª CORRENTE (INT. RESTRITIVA): Normas Legais apenas de direito material

4.1 PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

CONCEITO. São os meios probatórios que, não obstante produzidos validamente em momento posterior, encontram-se afetados pelo vício da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os em virtude do nexo causal.

- SUPREMO: HC 73.351

Lei 11.690/08: Art. 157, § 1º CP

4.2 LIMITAÇÕES A PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE

EUA: BYNUM x U.S (1960)

CONCEITO: Se o órgão da persecução penal obteve legitimamente novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que não guarde qualquer relação de independência com a prova ilícita originária, tais dados probatórios são plenamente válidos.

B. TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL

EUA: NIS x V. WILLIAMS II

CONCEITO: Deve ser aplicada caso se demonstre que a prova derivada da ilícita teria sido produzida de qualquer maneira, independentemente da prova ilícita originária. Para a aplicação dessa teoria não é possível se valer de dados meramente especulativos, sendo indispensável existência de dados concretos que demonstrem a descoberta seria inevitável.

STJ: HC 52.995

APESAR DE SE REFERIR A FONTE INDEPENDENTE, PARECE TER UM EQUÍVOCO POIS O CONCEITO FORNECIDO DIZ RESPEITO TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL

LEI 11.690, art. 157, § 2º Considera-se (DESCOBERTA INEVITÁVEL) fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO PENAL

Page 55: Processo Penal - LFG

No processo penal não há um processo cautelar autônomo

É prestada através de medidas cautelares que são concedidas incidentalmente no curso das investigações / do processo.

Uma medida cautelar visa assegurar a eficácia do processo.

1.1 CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO PENAL

a. DE NATUREZA PATRIMONIAL

São aquelas relacionadas a reparação do dano e ao perdimento de bens como efeito da condenação.

Ex. Sequestro, Arresto, Hipoteca Legal

B. MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PROBATÓRIA

São aquelas que visam preservar a prova

Ex. Art. 225 do CPP

Ex2. Art. 366 do CPP

Ex3. Art. 19-A da LEI 9.807/11

Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

C. MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL

São aquelas que acarretam a privação ou a restrição da liberdade de locomoção do acusado

- LEI 12.403/11

Page 56: Processo Penal - LFG

- Antes da Lei 12.403/11: Prisão cautelar / Liberdade Provisória – Havia uma bipolaridade das medidas cautelares de natureza pessoal previstas no CPP

- Depois da Lei 12.403/11: MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

Art. 319/320 CPP

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 57: Processo Penal - LFG

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

1.2 PODER GERAL DE CAUTELA NO PROC. PENAL

É um poder atribuído ao Estado Juiz, destinado a autorizar a concessão de medidas cautelares atípicas sempre que nenhuma medida cautelar típica se mostre adequada para assegurar a eficácia do processo no caso concreto.

- Não se admite no processo penal, pois viola o princípio da legalidade (minoritária).

- STF/STJ: É possível a aplicação subsidiária do art. 798 do CPC no processo penal.

- STF HC 94.147 / 86.758

1.3 PRESSUPOSTOS DAS MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL

PRISÃO PREVENTIVA MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS

- Fumus Comissi Delicti: Prova da existência do crime / Indícios

- Fumus Comissi Delicti:

- Periculum Libertatis: Art. 282. As

Page 58: Processo Penal - LFG

suficientes de autoria

- Periculum Libertatis: 1) Garantia da Ordem Pública; 2) Garantia da Ordem Econômica; 3) Garantia de Aplicação da Lei Penal; 4) Conveniência da Instrução Criminal – CPP. Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

- Ultima Ratio: Inadequação ou Insuficiência das cautelares diversas da prisão;

- Quanto à Infração Penal:

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de

medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

- Prima Racio

- Quanto a infração penal: Deve haver cominação de pena privativa de liberdade

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

Page 59: Processo Penal - LFG

2011).

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

2. PROCEDIMENTO PARA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL (CPP, ART. 282 e §§)

2.1 APLICAÇÃO ISOLADA OU CUMULATIVA

2.2 COMPETÊNCIA PARA A DECRETAÇÃO DAS CAUTELARES

- Autoridade Judiciária Competente

Cláusula de Reserva de Jurisdição

*** FIANÇA: JUIZ e AUTORIDADE POLICIAL

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 60: Processo Penal - LFG

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

MEDIDAS CAUTELARES PODEM SER DECRETADAS PELO JUIZ DE OFÍCIO?

FASE INVESTIGATÓRIA: Só pode agir se for provocado

FASE JUDICIAL: Plenamente possível ao juiz decretar de ofício

CPP. Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

CPP. Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

2.3 LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO DE DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES

FASE INVESTIGATÓRIA FASE JUDICIAL

- Representação da Autoridade Policial;

- 1ª CORRENTE: A concordância do MP não é indispensável (PROVA DE DELEGADO)

- 2ª CORRENTE: O Delegado não possui capacidade postulatória / NÃO é possível a decretação de medida cautelar sem prévia concordância do titular da Ação Penal.

- Requerimento do MP.

- Requerimento do MP / Querelante

- LEI 12.403/11

Antes: O assistente não tinha legitimidade para requerer medidas cautelares

STF SÚMULA 208. O ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODE RECORRER, EXTRAORDINARIAMENTE, DE DECISÃO CONCESSIVA DE "HABEAS CORPUS". INFORMATIVO

Page 61: Processo Penal - LFG

- Ofendido (AÇÃO PENAL PRIVADA)

- ACUSADO / DEFENSOR

654

- DEPOIS DA LEI 12.403/11: Agora o assistente passa a ter legitimidade pra decretação de medidas cautelares

- ACUSADO / DEFENSOR

Acusado / Defensor: Podem ser aplicadas substituindo uma anterior prisão.

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

2.4 CONTRADITÓRIO PREVIO À DECRETAÇÃO DAS CAUTELARES

Antes da Lei 12.403/11 – Contraditório Diferido / Postergado

DEPOIS DA LEI 12.403/11: Regra: CONTRADITÓRIO PRÉVIO

Salvo nos casos de urgência, ou de perigo de ineficácia da medida

Art. 282, § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

2.5 DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

SUBSTITUIÇÃO DA MEDIDA

IMPOSIÇÃO DE OUTRA MEDIDA CUMULATIVAMENTE

DECRETAÇÃO DA PREVENTIVA

Page 62: Processo Penal - LFG

Art. 282, § 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

DECRETAÇÃO DA PREVENTIVA – É necessária a observância do art. 313 do CPP?

Ex. Ameaça não entra no 313 – 1ª CORRENTE: Não pode ser decretada a prisão preventiva de uma pessoa que fatalmente não seria presa ao final do processo.

2ª CORRENTE (MAJORITÁRIA): Não é necessária a observância do 313 (PACELLI, NUTTI, ANDREI BORGES) – Se o acusado não tiver medo da preventiva, não irá cumprir.

2.6 REVOGAÇÃO E/OU SUBSTITUIÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES

---//----

6.PRISÃO EXTRAPENAL

1. PRISÃO CIVIL

Devedor de Alimentos

Depositário Infiel

Pacto de São José da Costa Rica: art. 7º, § 7º (Devedor de Alimentos)

No julgamento do RE 466343, o STF reconheceu o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos, tornando inaplicável a legislação infraconstitucional com eles conflitantes.

Súmula vinculante 25 É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

Súmula 304 / 305 e 419 do STJ

6.2 PRISÃO DO FALIDO

Page 63: Processo Penal - LFG

Súmula 280 STJ. O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988.

Lei 11.101/05, art. 99, inciso VII da CF:

Art. 99. A sentença (JUIZO FALIMENTAR) que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:

VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva (PRISÃO CAUTELAR) do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;

Parte da doutrina entende que o art. 99, VII, da Lei 11.101/05 é incompatível com a CF, pois permite que o juiz falimentar decrete uma prisão preventiva. Considerando que a prisão preventiva é espécie de prisão cautelar, não se pode admitir sua decretação por juiz desprovido de competência criminal para julgar crimes falimentares. Portanto, continua sendo possível a prisão preventiva do falido, mas desde que decretada pelo juízo criminal competente.

3.3 PRISÃO ADMINISTRATIVA

É uma espécie de prisão decretada por autoridade administrativa com o objetivo de compelir alguém a cumprir um dever de direito público.

CPP. 310, 320 –

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 64: Processo Penal - LFG

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo

Page 65: Processo Penal - LFG

de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

A maioria esmagadora da doutrina entendia que os artigos supracitados não foram recepcionados. CF 5º, LXI

NOVIDADE: Lei 12.403/11: Com a nova redação dos artigos 319 e 320 do CPP, que doravante passarão a tratar das medidas cautelares diversas da prisão, conclui-se que a prisão administrativa foi definitivamente revogada do CPP.

*** Nas hipóteses de Estado de Defesa e Estado de Sítio, a própria constituição federal prevê que uma autoridade não judiciária pode decretar a prisão.

Art. 136, § 3º CF

*** Estatuto do Estrangeiro: Prisão para fins de extradição, expulsão e deportação.

Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Extradição: STF

Expulsão: STF

Deportação: JUIZ FEDERAL CRIMINAL

DA PRISÃO MILITAR

De modo a proteger a hierarquia e a disciplina a constituição federal autoriza a prisão de militar em caso de transgressão disciplinar (prazo máximo 30 dias) *** § 2º, Art. 142 CF Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares:

De acordo com os tribunais não cabe habeas corpus em relação ao mérito da punição disciplinar, porém se o questionamento estiver relacionado à legalidade da punição (hierarquia, poder disciplinar, ato ligado a função e pena passível de aplicação) será cabível o habeas corpus.

Crimes propriamente militares (comunicada a autoridade judiciária competente).

- Independem de prévia autorização judicial.

Page 66: Processo Penal - LFG

8.MOMENTO DA PRISÃO

CPP. Art. 283, § 2º, 12.403/11 A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

8.1 Inviolabilidade do Domicílio CF (ART. 5º, XI)

DIA (Tribunais Superiores – 6h e 18h) NOITE

- Consentimento do morador

- Desastre

- Prestar socorro

- Flagrante delito

- Ordem Judicial

- Consentimento

- Desastre

- Socorro

- Flagrante Delito

Iniciado o cumprimento de mandado de busca domiciliar durante o período diurno, é possível que se prolongue durante a noite.

Prevalece na doutrina e na jurisprudência que o ingresso em domicílio pode ocorrer em qualquer hipótese de flagrante delito (próprio, impróprio e presumido).

RHC 21.326 – STJ

Conceito de casa: Art. 150, § 4º do CP

§ 4º - A expressão "casa" compreende:

I - qualquer compartimento habitado (trailer);

II - aposento ocupado de habitação coletiva (hotel, motel);

III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

Autoridades fazendárias também dependem de autorização judicial para ingressar em domicílio (HC 82.788)

Mandado de Prisão e Ingresso em Domicílio: Há doutrinadores que entendem que um mandado de prisão, por si só, é suficiente para que os executores

Page 67: Processo Penal - LFG

possam ingressar no domicílio. De outro lado há doutrinadores que entendem que é necessário um mandado de busca específico.

CPP. Art. 243. O mandado de busca deverá:

I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;

II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.

§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca.

§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.

8.2 CÓDIGO ELEITORAL

Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto (ORDEM CONCEDIDA EM HABEAS CORPUS PREVENTIVO).

§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.

§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.

9. IMUNIDADES PRISIONAIS

Em regra, qualquer pessoa pode ser presa

1. Presidente da República

Governadores de Estado: Para o STF/STJ governadores de Estado não gozam de imunidade prisional, sendo que a prisão cautelar pode ser efetuada independentemente de prévia autorização legislativa (STJ IP 650).

Page 68: Processo Penal - LFG

2. Diplomática: Chefes de governo estrangeiro, suas famílias, embaixadores e suas famílias e funcionários de organizações internacionais em serviço: ONU, OEA, gozam de imunidade diplomática, não podendo ser presas nem julgadas pela autoridade do país onde exercem suas funções, independentemente da natureza do delito. CONSUL TAMBÉM GOZA DESSA IMUNIDADE, PORÉM APENAS EM RELAÇÃO AOS CRIMES FUNCIONAIS.

3. SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS OU DISTRITAIS:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

Para o STF, estes congressistas só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável, não estando sujeitos a prisão preventiva e nem a prisão temporária (IP 510).

Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 69: Processo Penal - LFG

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Crime de Roubo é afiançável.

*** HC 89.417 STF – Essa imunidade não tem natureza absoluta

Vereador não goza de imunidade prisional.

4. MAGISTRADO E MEBROS DO MP

Prisão preventiva

Prisão temorária

Prisão em flagrante de crime inafiançável

Lei 8.625

Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas na Lei Orgânica:

III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça;

Art. 41, Parágrafo único. Quando no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.

Obs. No caso de crime de flagrante de crime inafiançável, a autoridade policial pode efetuar a captura do agente, porém o auto de prisão em flagrante deve

Page 70: Processo Penal - LFG

ser lavrado pelo presidente do tribunal de justiça ou pelo procurador geral de justiça.

5. ADVOGADOS

- Prisão Preventiva

- Prisão Temporária

- Crime relacionado ao exercício da função, hipótese em que a prisão em flagrante só pode ser efetuada se o crime for inafiançável, assegurada a presença de representante da OAB.

Estatuto da OAB - Art. 3º

10. EMPREGO DE FORÇA E USO DE ALGEMAS

CPP. Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Trata-se de medida de natureza excepcional, que somente pode ser adotada nas seguintes hipóteses:

a. Evitar agressão do preso contra policiais, terceiros ou contra si mesmo;

b. Evitar a fuga do agente;

Súmula vinculante n. 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

11. CUMPRIMENTO DO MANDADO DE PRISÃO

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 71: Processo Penal - LFG

§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a

Page 72: Processo Penal - LFG

requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

1. Com a Lei 12.403/11 a requisição do Cumprimento de Mandado de Prisão poderá se feita por qualquer meio de comunicação, seja o crime afiançável ou inafiançável.

2. O conselho nacional de justiça irá criar um banco de dados com o registro de mandados de prisão, os quais poderão ser cumpridos por qualquer agente policial

3. Caso o capturado não informe o nome de seu advogado, deverá haver a comunicação a Defensoria Pública

4. A captura poderá ser requisitada e cumprida independentemente de exibição do mandado de prisão ao preso, certificada a autoridade policial acerca da existência prévia de autorização judicial.

11. CUMPRIMENTO DO MANDADO DE PRISÃO

PRISÃO ESPECIAL E SEPARAÇÃO DE PRESOS PROVISÓRIOS

Prisão especial não é uma modalidade de prisão cautelar, mas sim uma forma especial de cumprimento da prisão cautelar, em que o preso é recolhido em local distinto dos demais presos provisórios e definitivos.

CPP. 295 § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

Page 73: Processo Penal - LFG

Presos provisórios devem permanecer separados de presos definitivos

Art. 300 - Sempre que possível, as pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas.

Art. 300.  As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.

O direito a prisão especial cessa com o transito em julgado de sentença condenatória, salvo em relação aos indivíduos que, à época do crime eram funcionários da administração da justiça criminal.

Sala de Estado Maior – Sala e não cela localizada no comando das forças armadas ou de outras instituições militares, destituídas de grades ou de bordas fechadas pelo lado de fora. CESSA COM O TRÂNSITO EM JULGADO

MAGISTRADOS

MEMBROS DO MP

DEFENSORES PÚBLICOS

ADVOGADOS

Não havendo sala de estado maior o advogado terá direito a prisão domiciliar.

A depender da circunstância do caso concreto é possível o recolhimento de advogados a penitenciárias que possuam celas individuais.

14. PRISÃO EM FLAGRANTE

É uma medida de autodefesa da sociedade, caracterizada pela privação da liberdade de locomoção daquele que é surpreendido em situação de flagrante, a ser executada independentemente de prévia autorização judicial.

FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE

A. Captura do agente – Emprego de força, Uso de algemas

B. Condução Coercitiva Não se imporá prisão em flagrante = não será lavrado auto de prisão em flagrante, mas será possível captura / condução coercitiva

C. Lavratura do APF

Page 74: Processo Penal - LFG

*** FIANÇA: AUTORIDADE POLICIAL

Art. 322 CPP – Não seja superior a 4 anos.

Art. 325 CPP –

D. RECOLHIMENTO A PRISÃO –

E. COMUNICAÇÃO E REMESSA DO APF AO JUIZ E AO MP: Em até 24h após a captura

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

F. Se o autuado não informar o nome de seu advogado, uma cópia do APF deve ser encaminhada à DEF. PÚBLICA.

G. ENTREGA DA NOTA DE CULPA – Instrumento que informa o preso o motivo responsável pela sua prisão

PROVIDÊNCIAS A SEREM ADOTADAS PELO JUIZ POR OCASIÃO DO RECEBIMENTO DO APF

1. Relaxar a prisão em flagrante ilegal – Analisar se o preso realmente estava em situação de flagrância:

O relaxamento da prisão em flagrante ilegal não impede a imposição de medidas cautelares de natureza pessoal, inclusive a própria prisão preventiva, desde que presentes seus pressupostos legais.

2. Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos do art. 312 e se revelares insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 75: Processo Penal - LFG

Antes da Lei 12.403/11, os Tribunais entendiam que o juiz não era obrigado a se manifestar de ofício quanto aos requisitos da preventiva. Com a lei 12.403, a prisão em flagrante deixa de ser motivo para que alguém permaneça preso durante todo o processo, sendo o juiz obrigado a converter o flagrante em preventiva, desde que presentes os pressupostos dos arts. 312 e 313.

De modo a se evitar uma prisão preventiva decretada de ofício na fase investigatória, deve haver prévio requerimento do MP.

3. CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA, CUMULADA OU NÃO COM UMA DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

CPP. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

4. NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Antes da Lei 12.403/11 a prisão em flagrante sempre foi considerada e tratada como sendo uma prisão cautelar.

Depois da Lei 12.403/11, se estiver diante de uma prisão em flagrante legal: 1) Conversão em Preventiva; 2) Concessão da Liberdade Provisória + medida cautelar

Prisão em Flagrante – Medida de natureza precautelar.

5. ESPÉCIES

a. Flagrante obrigatório: Autoridades Policiais deverão - estrito cumprimento do dever legal

b. Flagrante facultativo: Qualquer do povo poderá efetuar a prisão em flagrante – exercício regular de direito

c. Flagrante Próprio, Perfeito, Real ou Verdadeiro

d. Flagrante Impróprio, Imperfeito, Irreal ou Quase Flagrante – Art. 302, III CPP - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

Page 76: Processo Penal - LFG

Logo após: É o lapso temporal entre o acionamento da polícia, seu comparecimento ao local e colheita de informações para que dê início a perseguição.

Perseguição: Para que seja possível a prisão em flagrante, a perseguição deve ser ininterrupta, sem qualquer solução de continuidade.

Em se tratando de crimes contra pessoas vulneráveis, o logo após deve ser considerado como a ciência do fato pelo seu representante legal e imediatas providências quanto ao autor do delito (STJ – HC 3.496).

e. Flagrante presumido, ficto ou assimilado Art. 302, IV CPP é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

f. Flagrante Preparado, Provocado, Crime de Ensaio, Delito Putativo por obra do agente provocador: INDUÇÃO À PRÁTICA DO DELITO + adoção de precauções (Crime Impossível) para que o delito não consuma – súmula 145/STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia E PARTICULAR torna impossível a sua consumação.

g. Flagrante Esperado: A autoridade policial limita-se a aguardar o momento da prática do delito, sem qualquer induzimento.

Venda Simulada de Drogas: Em relação ao verbo vender, trata-se de flagrante preparado, porém como o tráfico é um crime de ação múltipla é possível a prisão em flagrante em relação aos verbos trazer consigo, guardar, tem em depósito, desde que a posse da droga seja pré-existente (STF HC 70.235).

h. Flagrante prorrogado: retardado ou diferido (AÇÃO CONTROLADA) – Consiste no retardamento da intervenção policial para que se dê no momento mais oportuno do ponto de vista probatório:

LEI DE DROGAS

LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

LEI DE LAVAGENS DE CAPITAIS

14.6 PRISÃO EM FLAGRANTE NAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CRIMES

Crimes Culposo: Cabe!!!

Page 77: Processo Penal - LFG

Crimes Permanentes: Cabe!!! Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Crimes Habituais: Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) - Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa – NÃO CABE PRISÃO EM FLAGRANTE

Mirabete: Depende do caso concreto

Crimes de Ação Penal Privada e Pública Condicionada a Representação: É possível a prisão em flagrante, desde que haja manifestação da vítima neste sentido.

14.7 FLAGRANTE E APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO AGENTE

CPP 1941 – LEI 12.403/11

Art. 317. A apresentação espontânea do acusado à autoridade não impedirá a decretação da prisão preventiva nos casos em que a lei a autoriza.

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

Apesar da nova redação dos art. 317 e 318 do CPP, que não mais cuidam da apresentação espontânea o ideal é continuar entendendo que a apresentação espontânea impede a prisão em flagrante, porquanto o agente não está em situação de flagrância. Isso, no entanto, não impede a decretação de sua prisão preventiva.

15. PRISÃO PREVENTIVA

Conceito: Espécie de Prisão Cautelar decretada pelo juiz competente em qualquer fase das investigações ou do processo criminal, desde que presente o fumus cumissi delicti e o periculum libertatis (Art. 312, Art. 313), em relação aos crimes listados no art. 313, e desde que as medidas cautelares diversas da prisão se mostrem insuficientes para assegurar a eficácia do processo.

Pressupostos para a decretação da Prisão Preventiva:

Page 78: Processo Penal - LFG

a. Fumus Comissi Delicti: Fumaça da prática do delito

Prova da existência do crime

Indícios de Autoria

b. Periculum Libertatis: É o perigo que a permanência do acusado em liberdade representa para a eficácia do processo, para as investigações criminais, para a efetividade do direito penal e para a segurança da coletividade.

Garantia da Ordem Pública: 1ª CORRENTE: A prisão preventiva decretada com base na garantia da ordem pública não tem natureza cautelar, funcionando como indevida antecipação de cumprimento de pena. 2ª CORRENTE: Garantia da ordem pública é o risco considerável de reiteração delituosa por parte do agente (POSIÇÃO MAJORITÁRIA). 3ª CORRENTE: Além do risco de reiteração delituosa, a prisão preventiva também pode ser decretada nos casos de clamor social provocado pelo delito, em relação aos quais a prisão asseguraria a credibilidade da justiça perante a sociedade. HC 80719 STF – O mero clamor não autoriza a prisão preventiva.

GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA:

RISCO DE REITERAÇÃO DELITUOSA, porém no tocante aos crimes contra a ordem econômica:

- Lei 1521/51

- Lei 7.134/83

- Lei 7492/86

- Lei 8.078/90

- lei 8.137/90

- Lei 8176/91

- Lei 9279/96

Lei 9613/98

- Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 79: Processo Penal - LFG

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

CPP 1941 Lei 12.403/11

§ 2º Nos casos de prisão em flagrante pela prática de crime contra a economia popular ou de crime de sonegação fiscal, não se aplica o disposto no art. 310 e parágrafo único deste Código, devendo ser observados os seguintes procedimentos: (Incluído pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)

I - a liberdade provisória somente poderá ser concedida mediante fiança, por decisão do juiz competente e após a lavratura do auto de prisão em flagrante; (Incluído pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)

Il - o valor de fiança será fixado pelo juiz que a conceder, nos limites de dez mil a cem mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, da data da prática do crime; (Incluído pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)

III - se assim o recomendar a situação econômica do réu, o limite mínimo ou máximo do valor da fiança poderá ser reduzido em até nove décimos ou aumentado até o décuplo

§ 2º (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - (revogado).(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 80: Processo Penal - LFG

GARANTIA DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Dados concretos demonstram que o acusado pretende fugir, inviabilizando futura execução da pena.

Obs. Para os Tribunais, uma ausência momentânea, seja para evitar uma prisão em flagrante, seja para evitar uma prisão decretada arbitrariamente, não autoriza a decretação da prisão preventiva.

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 81: Processo Penal - LFG

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

*** PRISÃO DE ESTRANGEIROS

Para os tribunais, havendo acordo de assistência judiciária entre o Brasil e o país de origem, e desde que o acusado possua domicílio certo em seu país, não será necessária a decretação da prisão.

CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Visa impedir que o agente cause prejuízos à produção da prova

DESCUMPRIMENTO DAS MEDIDAS CAUTELARES DA PRISÃO

Em último caso.

ART. 312. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

HIPÓTESES DE ADMISSIBILIDADE PRISÃO PREVENTIVA

CPP 1941 LEI. 12.403/11

Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos: (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

I - punidos com reclusão; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos (DOLOSOS); (Redação dada pela Lei

Page 82: Processo Penal - LFG

II - punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

III - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977).

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

nº 12.403, de 2011).

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso (REINCIDENTE), em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (OBSERVADO LAPSO TEMPORAL DE 5 ANOS) – Não há um quantum de pena mínimo.

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida (CRIME DOLOSO / CULPOSO). DURAR ATÉ OBTIDA A IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE.

Page 83: Processo Penal - LFG

Para que se possa saber o que é violência doméstica e familiar, deve ser utilizado como referência o Art. 5º da Lei 11.340/06.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Para os tribunais, o descumprimento das medidas protetivas por si só não autoriza a decretação da prisão preventiva, que deve ser conjugada com a garantia da ordem pública, garantia de aplicação da Lei Penal ou conveniência da instrução criminal.

Não houve revogação tácita do art. 1º, II, da Lei da Prisão Temporária, caso o indivíduo.

15.4. PRISÃO PREVENTIVA E EXCLUDENTES DA ILICITUDE

CPP 1941 LEI 12.403/11

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 19, ns. I, II ou III do Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 84: Processo Penal - LFG

15.5 DURAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA E O EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA

Ao contrário da prisão temporária a prisão preventiva não possui prazo pré-determinado. Por conta desta indeterminação, os tribunais consolidaram o entendimento segundo o qual estando o acusado preso, os prazos processuais previstos no CPP deviam ser observados sob pena de caracterização do excesso de prazo na formação da culpa, autorizando o relaxamento da prisão, sem prejuízo da continuidade do processo.

Antes da reforma processual de 2008: 81 dias

Leis 11.689/08 e 11.719/08 – 95 – 185 dias (Aula sobre organizações criminosas) – prazo de natureza relativa: pode ser dilatado em virtude:

1. DA COMPLEXIDADE DA CAUSA

2. PLURALIDADE DE ACUSADOS

15.5.1 HIPÓTESES QUE AUTORIZAM O RECONHECIMENTO DO EXCESSO DE PRAZO

- Quando o excesso for causado por diligências requisitadas exclusivamente pela acusação;

- Quando a mora processual decorrer da inércia do poder judiciário;

- Quando a mora for incompatível com o princípio da razoabilidade, atentando contra a garantia da razoável duração do processo.

15.5.2 EXCESSO DE PRAZO PROVOCADO PELA DEFESA

Súmula 64 do STJ Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.

15.5.3. EXCESSO DE PRAZO APÓS A PRONÚNCIA E APÓS A SENTENÇA CONDENATÓRIA

Súmula 21 STJ Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução.

Súmula 53 STJ Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo.

Para o STJ e para o Supremo, é possível a caracterização do excesso de prazo mesmo após a pronúncia e o encerramento da instrução criminal.

Page 85: Processo Penal - LFG

15.5.4 RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA POR EXCESSO DE PRAZO E DECRETAÇÃO DE NOVA PRISÃO

Relaxada a prisão por excesso de prazo, somente será possível a decretação de nova prisão preventiva diante de motivos supervenientes autorizadores.

15.5.5 EXCESSO DE PRAZO E NATUREZA HEDIONDA DO DELITO

Súmula 697 STF A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.

15.6 FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO QUE DECRETA A PRISÃO PREVENTIVA

FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM – é AQUELA em que o juiz adota como fundamento de sua decisão as alegações da autoridade policial ou do MP. Os Tribunais entendem possível.

SUPREMO HC 102.864 –

16. PRISÃO TEMPORÁRIA 7969/89

ORIGEM: Medida Provisória 111/89 –

Alberto Silva Franco – Lei Inconstitucional por Vício de Inciativa (Minoritária)

ADI 162 –

Requisitos:

Lei 7969

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

Page 86: Processo Penal - LFG

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

De acordo com a doutrina majoritária, o inciso III do artigo 1º deverá estar sempre presente, seja combinado c/c inciso I, seja combinado com o inciso II.

Somente é cabível na fase investigatória.

16.3.4 HIPÓTESES DE CABIMENTO

Estupro de Vulnerável??? – Crimes Hediondos e Equiparados

Lei 8072 Art. 2º, § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007).

- Crimes Listados no art. 1º, inciso III da Lei 7960/89

16.4. PRAZO DA PRISÃO TEMPORÁRIA

5 DIAS + 5 DIAS

Page 87: Processo Penal - LFG

HEDIONDOS: 30 + 30 DIAS

Este prazo é um prazo limite, significando que o juiz pode decretar a prisão por um período menor.

Decorrido o prazo, o preso deverá ser colocado imediatamente em liberdade, salvo se tiver sido decretada a sua prisão preventiva.

17. PRISÕES DECORRENTES DA PRONÚNCIA E DE SENTENÇA CONDENATÓRIA RECORRÍVEL

ANTES DE 2008, eram espécies autônomas de prisão cautelar.

REFORMA PROCESSUAL DE 2008 (Lei 11.689 e 11.719) NÃO SÃO MAIS ESPÉCIES DE PRISÃO AUTÔNOMAS DE PRISÃO CAUTELAR.

CPP. 413, § 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.

CPP. 387 § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012).

1. Em se tratando de acusado solto, este deverá permanecer solto por ocasião da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, salvo se surgir necessidade de imposição de medidas cautelares, inclusive a prisão.

2. Em se tratando de acusado preso, o juiz deverá fundamentadamente apontar a necessidade da manutenção da prisão por ocasião da pronúncia da sentença condenatória recorrível.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

18.1 COMPARECIMENTO PERÍÓDICO EM JUÍZO

Page 88: Processo Penal - LFG

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

No art. 319, I, comparecimento periódico em juízo – Medida Cautelar Diversa da Prisão

Autônoma / Substitutiva de anterior prisão

Descumprimento: Em último caso, será cabível a preventiva

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

No art. 310, § único Funciona como vínculo da liberdade provisória sem fiança quando o crime praticado estiver acobertado por excludente de ilicitude.

Descumprimento:– Não será possível a decretação da preventiva

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 89: Processo Penal - LFG

DELEGADO: TIPICIDADE FORMAL

18.2 PROIBIÇÃO DE ACESSO OU FREQUÊNCIA A DETERMINADOS LUGARES

Visa impedir a prática de novos delitos

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

18.3 PROIBIÇÃO DE MANTER CONTATO COM PESSOA DETERMINADA

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

- De modo a se evitar a prática de novos delitos

- A fim de se proteger a produção da prova

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

18.4 PROIBIÇÃO DE AUSENTAR-SE DA COMARCA

Permanência do acusado for necessária para a investigação, desde que o acusado esteja obrigado a participar do referido ato probatório

Cumulativamente com o monitoramento eletrônico

Page 90: Processo Penal - LFG

Registro desta decisão no banco de dados do CNJ

Retenção do passaporte

18.5 RECOLHIMENTO DOMICILIAR NO PERÍODO NOTURNO E NOS DIAS DE FOLGA

Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

18.6 SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA OU DE ATIVIDADE DE NATUREZA ECONÔMICA OU FINANCEIRA

- Visa impedir a prática de novos crimes funcionais ou contra a ordem econômico financeira.

- HC 128.599 –

18.7 INTERNAÇÃO PROVISÓRIA DO ACUSADO

- Crime praticado com violência ou grave ameaça

- Inimputável / Semi-Imputável

- Houver risco de reiteração

- Visa impedir a prática de novos delitos

- Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do art. 149.

§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.

Lei 12.403/11:

Fumus Comissi Delicti / Periculum Libertatis

Page 91: Processo Penal - LFG

- ART. 319, VII (Internação Provisória)

18.8 FIANÇA

Nas infrações que a admitem

Antes da Lei 12.403, a fiança era apenas uma medida de contra cautela substitutiva de anterior prisão em flagrante.

Depois da Lie 12.403, concessão àquele que estava em liberdade e continua sendo substitutiva de anterior prisão.

18.9 MONITORAMENTO ELETRÔNICO

Uso da telemática e de meios tecnológicos, geralmente por meio da afixação ao corpo do indivíduo de dispositivo não ostensivo de monitoração eletrônica (v.g. braceletes, pulseiras ou tornozeleiras) permitindo que a distância e com respeito a dignidade da pessoa a ele sujeito, seja possível observar a sua presença ou ausência em determinado local ou período em que ali deva ou não possa estar, cuja utilização deve ser feita mediante condições fixadas por determinação judicial.

Lei Paulista 12.906/08

Lei 12.258/10 –

LEP –

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Page 92: Processo Penal - LFG

II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Lei 12.403/11 – MONITORAMENTO ELETRÔNICO COMO MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO

Finalidades do Monitoramento Eletrônico

Detenção: tem como objetivo manter o individuo em local predeterminado, geralmente em sua própria residência;

Restrição: é usado para garantir que o indivíduo não frequente certos lugares ou para que não se aproxime de determinadas pessoas.

Vigilância: É usado para que se mantenha vigilancia contínua sobre o agente, sem restrição de sua movimentação.

TECNOLOGIAS UTILIZADAS NO MONITORAMENTO ELETRÔNICO

Sistema passivo: o monitorado é periodicamente acionado pela central de monitoramento por meio de telefone para garantir que ele se encontra onde deveria estar, sendo sua identificação feita por meio de senhas ou biometria.

Page 93: Processo Penal - LFG

- Sistema ativo: o dispositivo instalado em local determinado transmite o sinal para uma central de monitoramento. Se o monitorado se afastar do local acima da distância determinada, a central é imediatamente acionada.

- Sistema posicionamento global (GPS): É utilizado como instrumento de detenção restrição ou vigilância, pois permite a localização do usuário em tempo real.

Compatibilidade do monitoramento eletrônico com o princípio da dignidade da pessoa humana:

ARGUMENTOS FAVORÁVEIS DESFAVORÁVEIS

- Evita-se o contato do agente com as fábricas de reincidência que se tornaram os estabelecimentos penitenciários no Brasil;

- Permite que o acusado exerça regularmente uma atividade laborativa, educacional, mantendo-se no convívio de seu grupo social e familiar;

- O monitoramento eletrônico também impede o contato do agente com o cárcere e a possível transmissão de doenças infectocontagiosas como a AIDS e Tuberculose.

Dignidade da Pessoa Humana

18.10 MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL DIVERSAS DA PRISÃO PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Medidas Protetivas de Urgência da Lei 11.340/06

Decreto LEI 201/67 – Afastamento art. 2º, II

11.342/06 ART. 56, § 1º

LC 35/79 (ART. 29)

Lei 8.429/92 (art. 20, § único)

19. LIBERDADE PROVISÓRIA E LEI 12.403/11

Page 94: Processo Penal - LFG

REVOGADA A LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA, nas hipóteses em que o preso se livrava solto.

Art. 321 CPP.

CPP 1941

Art. 321. Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto, independentemente de fiança:

I - no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominada pena privativa de liberdade;

II - quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente cominada, não exceder a três meses.

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

19.2 ANTIGA LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 310

CPP 1941 LEI 12.403

Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação.

Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e 312). (Incluído

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Page 95: Processo Penal - LFG

pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Diante da nova redação do art. 310, parágrafo único, que deixou de prever a liberdade provisória sem fiança quando o juiz verificasse a ocorrência das hipóteses que autorizam a prisão preventiva, surge a indagação: o que deve fazer o juiz quando verificar pelo auto de prisão em flagrante que não há necessidade da decretação da prisão preventiva pelo agente?

1º CORRENTE: Há doutrinadores que entendem que continua sendo possível a concessão da liberdade provisória sem fiança;

2ª CORRENTE: O juiz deve conceder ao acusado liberdade provisória com ou sem fiança, cumulada ou não com uma das medidas cautelares da prisão.

INTENSIVO II

QUESTÕES PREJUDICIAIS

1. CONCEITO: São questões que devem ser avaliadas pelo juiz com valoração penal ou extrapenal e devem ser decididas antes do mérito da ação principal.

Page 96: Processo Penal - LFG

Art. 235 CP - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.

Art. 244 CP ABANDONO MATERIAL

NATUREZA JURÍDICA

- Elementar da infração penal

CPP. Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.

Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.

ELEMENTAR CIRCUNSTÂNCIA

- São dados essenciais da figura típica básica, cuja ausência pode produzir uma atipicidade absoluta ou relativa;

Atipicidade Absoluta: Não é crime

Atipicidade Relativa: Desclassificação

Prevaricação – funcionário público (Absoluta)

Peculato – funcionário público – (relativa) Apropriação Indébita

- São dados periféricos que gravitam ao redor da figura típica básica. Podem aumentar ou diminuir a pena, mas não interfere no tipo básico do delito.

- Concurso de 2 ou mais pessoas no crime de furto

-

Page 97: Processo Penal - LFG

3.CARACTERÍSTICAS

3.1 ANTERIORIDADE: A questão prejudicial deve ser enfrentada antes do mérito principal.

3.2 ESSENCIALIDADE: O mérito principal depende da resolução da questão prejudicial.

3.3 AUTONOMIA: A questão prejudicial pode ser objeto de uma ação autônoma

4.

PREJUDICIAIS PRELIMINARES

Estão relacionadas ao direito material;

Elementares da Infração

Tem existência autônoma

Podem ser analisadas pelo juízo penal ou extrapenal

- É o fato processual ou de mérito que impede que o juiz aprecie o fato principal ou a questão principal. Litispendência, coisa julgada.

Prescrição – Preliminar de mérito.

- Estão relacionadas ao direito processual, salvo no caso das preliminares de mérito (prescrição).

- PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS de existência e de validade.

- Estão vinculadas ao processo criminal;

- Só podem ser analisadas pelo juízo penal

5.SISTEMAS DE SOLUÇÃO DAS QUESTOES PREJUDICIAIS

5.1 DA COGNIÇÃO INCIDENTAL

DO PREDOMÍNIO DA JURISDIÇÃO PENAL

O juiz penal será sempre competente para apreciar a questão prejudicial, ainda que ela pertença a outro ramo do direito.

Page 98: Processo Penal - LFG

5.2 PREJUDICIALIDADE OBRIGATÓRIA

DA SEPARAÇÃO JURISDICIONAL ABSOLUTA

- O juiz penal nunca será competente para apreciar questão prejudicial pertencente a outro ramo do direito, nem mesmo de maneira incidental.

5.3 PREJUDICIALIDADE FACULTATIVA

O juiz penal tem a faculdade de apreciar ou não as questões prejudiciais pertencentes a outro ramo do direito

5.3 ECLÉTICO OU MISTO (ADOTADO PELO BR)

Resulta da fusão do sistema da prejudicialidade obrigatória com o sistema da prejudicialidade facultativa

Em relação aos questões prejudiciais que dizem respeito ao estado civil das pessoas, vigora o sistema da prejudicialidade obrigatória. Quanto as demais questões prejudiciais heterogêneas vigora o sistema da prejudicialidade facultativa.

6.CLASSIFICAÇÃO DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

1.QUANTO A SUA NATUREZA

A.Homogênia, comum, imperfeita: É aquela que pertence ao mesmo ramo do direito da questão prejudicada

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. (HETEROGÊNEA)

Estas questões não são tratadas pelo CPP nos art. 92 e 93, que cuidam apenas das questões prejudiciais heterogêneas.

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;

Page 99: Processo Penal - LFG

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.

Por isso as questões as questões prejudiciais homogêneas devem ser resolvidas por meio da conexão probatória ou instrumental.

Caso os 2 crimes sejam objeto do mesmo processo o juiz julga primeiro o crime prejudicial e depois o crime prejudicado. Porém, se o primeiro crime não estiver sendo julgado no mesmo processo o juiz deverá apreciá-lo apenas de maneira incidental para que possa julgar o crime prejudicado. Nesse caso, a decisão incidental sobre o primeiro crime não faz coisa julgada material.

HETEROGÊNEA/INCOMUM/JURISDICIONAL/PERFEITA

É aquela pertencente a outro ramo do direito

Art. 92 e 93 do CPP

6.2 QUANTO A COMPETÊNCIA PARA SUA APRECIAÇÃO

a. Questão Prejudicial não Devolutiva

São sempre analisadas pelo juiz penal (questões prejudiciais homogêneas)

b.Questão Prejudicial Devolutiva

O juiz devolve o conhecimento da matéria ao juiz natural (questões prejudiciais heterogêneas). Há duas espécies: Absoluta – aquela que nunca poderá ser analisada pelo juiz penal, ou seja, são as heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas. Relativa – São aquelas que podem eventualmente ser analisadas pelo juiz penal, cabendo a ele decidir se irá apreciá-las ou não (são as questões prejudiciais heterogêneas desde que não relacionadas ao Estado Civil das Pessoas).

6.3QUANTO AOS EFEITOS

Questões Prejudicial Obrigatória/necessária/em sentido estrito: São aquelas que sempre acarretam a suspensão do processo, pois o juiz penal não tem competência para apreciá-las – questões heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas).

Page 100: Processo Penal - LFG

Questão Prejudicial Facultativa (em sentido amplo): nem sempre acarretam a suspensão do processo, pois o juiz penal pode, eventualmente, enfrenta-las (questões prejudiciais heterogêneas não relativas ao estado civil das pessoas).

7.QUESTÕES PREJUDICIAIS HETEROGÊNEAS RELATIVAS AO ESTADO CIVIL DAS PESSOAS

7.1PRESSUPOSTOS

a. Tem que ser uma questão que afeta o mérito principal (Elementar).

b. A alegação deve ser séria e fundada.

c. Deve estar relacionada ao estado civil das pessoas

7.2CONSEQUÊNCIAS

Suspensão do Processo e da Prescrição:

CP. Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

Suspensão do Processo e da Prescrição até o transito em julgado da decisão no cível

Suspensão do Processo/Prescrição:

1. CPP. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

Page 101: Processo Penal - LFG

2. Lei 9099/95, Art. 89 Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

3. Parcelamento do Débito Tributário – Lei do Salário Mínimo produziu uma mudança no art. 83 da Lei 9.430/96:

Art. 6o O art. 83 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 1o a 5o, renumerando-se o atual parágrafo único para § 6o:

“Art. 83. ...........................................................

§ 1o Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário, a representação fiscal para fins penais somente será encaminhada ao Ministério Público após a exclusão da pessoa física ou jurídica do parcelamento.

§ 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no caput, durante o período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes do recebimento da denúncia criminal.

§ 3o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva.

§ 4o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no caput quando a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento.

§ 5o O disposto nos §§ 1o a 4o não se aplica nas hipóteses de vedação legal de parcelamento.

§ 6o As disposições contidas no caput do art. 34 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, aplicam-se aos processos administrativos e aos inquéritos e processos em curso, desde que não recebida a denúncia pelo juiz.” (NR)

Page 102: Processo Penal - LFG

4. CPP. Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.

PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS URGENTES

Nos crimes de ação penal pública, deve o MP promover a Ação Civil referente à questão prejudicial, ainda que não tivesse legitimação originariamente.

7.3 PREVISÃO LEGAL ART. 92 CPP

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal (PROCESSO) ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.

Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.

8.QUESTÕES PREJUDICIAIS HETEROGÊNEAS NÃO RELACIONADAS AO ESTADO CIVIL DAS PESSOAS

8.1PRESSUPOSTOS

Deve ser uma elementar da infração penal

Deve ser de difícil solução

Não deve versar sobre o estado civil das pessoas

Não deve o direito civil limitar a prova quanto à questão prejudicial

Se a Lei Civil limita a produção probatória quanto a questão prejudicial (por exemplo CC, ART. 227) o acusado estaria sendo prejudicado em virtude do reconhecimento da questão prejudicial, já que vigora o princípio da busca da verdade e da ampla liberdade quanto aos meios probatórios.

A prejudicial deve ser da competência do juízo extrapenal

Já deve ter sido proposta a ação no cível

CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO DE UMA QUESTÃO PREJUDICIAL FACULTATIVA

Page 103: Processo Penal - LFG

Reconhecida a Prejudicialidade haverá a suspensão do processo e da prescrição.

- Juiz Criminal marca um prazo determinado, que pode ser prorrogado. Expirado esse prazo sem a decisão cível, o juiz penal retoma sua competência para apreciar a prejudicial incidentalmente.

PRODUÇÃO DA PROVA URGENTE

Nos crimes de Ação Pública o MP deve intervir nos processos em andamento.

PREVISÃO LEGAL HETEROGÊNEA FACULTATIVA: Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.

§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.

§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.

§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.

Obs. Finais:

1. Da decisão que suspende o processo em virtude de questão prejudicial caberá RESE (ART. 581, XVI). Da decisão que não suspende o processo não há previsão legal de recurso (art. 93, § 2º). No entanto, em favor da liberdade de locomoção pode ser utilizado o habeas corpus:

2. A suspensão do processo em virtude de questão prejudicial pode ocorrer de oficio ou mediante provocação das partes.

Page 104: Processo Penal - LFG

3. Havendo questão prejudicial obrigatória o processo será manifestamente nulo (nulidade absoluta) se o juiz criminal apreciar a prejudicial, pois não tinha competência para fazê-lo.

4. A suspensão do processo em virtude de questão prejudicial não acarreta a suspensão do IP.

5. Tem força de coisa julgada na esfera penal a sentença cível que apreciar a questão prejudicial heterogênea, seja ela relativa ao estado civil das pessoas ou não, pouco importando, ademais, se houve ou não a suspensão do processo criminal.

6. A decisão do juiz criminal sobre questão prejudicial devolutiva relativa não faz coisa julgada na esfera civil, pois apreciada apenas incidentalmente.

7. Princípio da suficiência da ação penal: em algumas situações, o processo penal é suficiente, por si só, para resolver toda a controvérsia. É o que ocorre com as questão prejudiciais heterogêneas não relativas ao estado civil das pessoas que sejam de fácil solução.

EXCEÇÕES

CONCEITO. São procedimentos incidentais em que são alegados determinados fatos processuais, geralmente ligados a pressupostos processuais ou condições da ação, objetivando a extinção do processo ou sua simples dilação.

DISTINÇÃO ENTRE EXCEÇÃO E OBJEÇÃO

É a espécie de defesa que só pode ser conhecida pelo juiz se arguida pelas partes. Incompetência relativa no processo penal pode ser reconhecida pelo juiz.

Objeção – É a matéria de defesa que pode ser reconhecida pelo juiz de ofício.

Art. 95. Poderão ser opostas as exceções (OBJEÇÃO) de:

I - suspeição;

II - incompetência de juízo;

III - litispendência;

IV - ilegitimidade de parte - ;

Page 105: Processo Penal - LFG

V - coisa julgada.

- Art. 95 usa a palavra exceção de maneira incorreta, pois as matérias ali colocadas podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz.

Quais são as modalidades de exceções:

1. EXCEÇÕES DILATÓRIAS – É aquela que visa apenas a procrastinação do processo. SUSPEIÇÃO / IMPEDIMENTO / INCOMPATIBILIDADE / INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO / ILEGITIMIDADE AD PROCESSUM

2. EXCEÇÕES PEREMPTÓRIAS – Provocam a extinção do feito. LITISPENÊNCIA, COISA JULGADA, ILEGITIMIDADE AD CAUSAM (MP oferece denúncia crime de ação penal privada).

PROCEDIMENTO DE POSSÍVEL SUSPENSÃO DO PROCESSO

Autos Apartados – Sinônimo de petição autônoma

As exceções não acarretam a suspensão de processo, salvo no caso da suspeição, mas desde que haja concordância da parte contrária

Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal (PROCESSO).

Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente da suspeição.

5. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO

1. CAUSAS DE SUSPEIÇÃO

Geralmente referem-se a uma relação externa ao processo que prejudica a imparcialidade do magistrado (Amizade íntima).

CPP Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital (ADVOGADO NÃO É PARTE) de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

Page 106: Processo Penal - LFG

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;

IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

CONSEQUÊNCIA: Doutrina diz que vai dar ensejo a uma nulidade absoluta (ab initio).

 Art. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

        I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;

        II - por ilegitimidade de parte;

        III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

        a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;

        b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;

        c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;

        d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;

        e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;

        f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;

        g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;

        h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;

        i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;

Page 107: Processo Penal - LFG

        j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;

        k) os quesitos e as respectivas respostas;

        l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;

        m) a sentença;

        n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;

        o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;

        p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;

        IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.

        Parágrafo único.  Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.

ÔNUS DA PROVA: DO EXCIPIENTE –

SUSPEIÇÃO POR RAZÕES DE FORO ÍNTIMO: CNJ RESOLUÇÃO Nº 82 – STF MS 28.215

ADI 4.260 (STF) AÇÃO DIRETA IMPUGNAR A RESOLUÇÃO

CAUSAS DE IMPEDIMENTO

As causas de impedimento referem-se a uma relação interna com o processo que prejudica a imparcialidade do magistrado.

Art. 252 CPP – ROL TAXATIVO

Art. 252.  O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

        I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

        II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;

        III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;

Page 108: Processo Penal - LFG

        IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Em se tratando de uma decisão proferida por um juiz impedido – ATO INEXISTENTE

CAUSAS DE INCOMPATIBILIDADE

ART. 253

2ª CORRENTE: Genero, do qual a suspeição e o impedimento são espécies.

3ª CORRENTE: São aquelas previstas nas Leis de Organização Judiciária

Nulidade Absoluta.

5.4PROCEDIMENTO DA EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO

Não é apreciada pelo próprio juiz.

- Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.

- Se o juiz não reconhecer de ofício, a suspeição deve ser arguida pela parte por escrito na primeira oportunidade que tiver, sob pena de preclusão.

ACUSAÇÃO: Primeira oportunidade – oferecimento da peça acusatória

DEFESA: Primeira oportunidade – resposta à acusação (art. 396-A)

 Art. 396-A.  Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 1o  A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 2o  Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

***PACELLI – Ainda que não arguida na primeira oportunidade, é certo que decisão proferida por juiz suspeito viola o devido processo legal. Logo, nada impede que esta nulidade absoluta seja arguida em preliminar de futura e eventual apelação.

- REV. CRIMINAL / HABEAS CORPUS – Sentença Condenatória ou uma sentença absolutória imprópria.

Page 109: Processo Penal - LFG

PETIÇÃO ESCRITA DA PARTE >>>>> JUIZ CONCORDA COM O EXCIPIENTE >>>>>>REMESSA DOS AUTOS AO JUIZ SUBSTITUTO

JUIZ NÃO CONCORDA >>>>>>>> JUIZ APRESENTA RESPOSTA POR ESCRITO >>>>>> AUTOS REMETIDOS AO TRIBUNAL: a) Indeferimento Liminar; b) Instrução da exceção – Decisão Irrecorrível

Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

        I - que não receber a denúncia ou a queixa;

        II - que concluir pela incompetência do juízo;

        III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

Art. 98.  Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.

        Art. 99.  Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.

        Art. 100.  Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento.

        § 1o  Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações.

        § 2o  Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente.

Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos de réis.

Art. 102.  Quando a parte contrária reconhecer a procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente da suspeição.

ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO TEM LEGITIMIDADE PARA ARGUIR A SUSPEIÇÃO?

Page 110: Processo Penal - LFG

O assistente tem interesse não só patrimoniais, mas também na existência de um processo justo.

5.5SUSPEIÇÃO DO MP

  Art. 258.  Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

- Aplicam-se ao MP quando atua como parte ativa e como fiscal da lei.

A atuação do MP na fase investigatória não acarreta seu impedimento ou suspeição para atuar no processo.

Súmula: 234 A participação de membro do Ministério Público na fase

investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição

para o oferecimento da denúncia.

Atuação de Promotor impedido / suspeito – Esta atuação não acarreta invalidação do ato processual.

SUSPEIÇÃO DO MP – De acordo com o código de processo penal é decidida pelo juiz de primeira instância, sendo irrecorrível.

 Art. 104.  Se for argüida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de três dias.

*** Para concurso do MP, o ideal é dizer que o art. 104 não foi recepcionado pela CF, pelo princípio da independência funcional, promotor natural – ÓRGÃO SUPERIOR DO MP

5.6 SUSPEIÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL

CPP Art. 107.  Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

5.7 SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO DOS JURADOS        

São convocados 25 jurados

Quórum mínimo 15 jurados

Conselho 7 jurados

Page 111: Processo Penal - LFG

Art. 448.  São impedidos de servir no mesmo Conselho: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        II – ascendente e descendente; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados.

 Art. 449.  Não poderá servir o jurado que: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

O jurado deve reconhecer sua suspeição de ofício. As partes podem recusar os jurados – RECUSA MOTIVADA – QUANTAS FOREM NECESSÁRIAS

Deve ser decidido de plano pelo juiz residente

*** Jurados excluídos por impedimento ou suspeição são computados para o número mínimo de 15 jurados

Art. 451.  Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Consequência da atuação de jurado impedido/suspeito no julgamento – Antes da Lei 11.689 era causa de nulidade relativa, sendo obrigatória a comprovação do prejuízo,

Page 112: Processo Penal - LFG

que só estaria presente se a votação terminasse em 4 a 3. Com a Lei 11.689, a votação passa a ser interrompida quando forem atingidos 4 votos em um sentido. Logo, como não será possível determinar o grau de influência do voto do jurado impedido, conclui-se que trata de nulidade absoluta.  

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA       

INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA/RELATIVA –

Absoluta – Pode ser arguida a qualquer momento, inclusive após o trânsito em julgado – sentença absolutória imprópria / condenatória

Relativa – Está sujeita a preclusão.

Tanto a incompetência absoluta quanto a relativa podem ser decididas de ofício pelo juiz.

Enquanto não esgotada a jurisdição do juiz (ABSOLUTA), ou seja, enquanto não for prolatada a sentença.

Relativa – Reconhecida enquanto não houver o início da instrução probatória, respeitando-se assim o princípio da identidade física do juiz

6.1 RECURSOS CABÍVEIS

A. Se o juiz reconhecer a incompetência de ofício caberá RESE (ART. 581, II)

 Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

                II - que concluir pela incompetência do juízo;

B. Se o juiz julgar procedente a exceção de incompetência, também caberá RESE (ART. 581, III)

   III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

Negado o reconhecimento da incompetência não há previsão legal de recurso cabível

- Preliminar de Futura e Eventual Apelação

- Habeas Corpus / Mandado de Segurança

EXCEÇÃO DE ILEGITIMIDADE

Ilegitimidade Ad Causam: Pertinência subjetiva da ação / Condição Genérica da Ação / Nulidade Absoluta

Page 113: Processo Penal - LFG

Ilegitimidade Ad Processum: Pressuposto processual de validade / Nulidade Relativa (RATIFICAÇÃO - MENOR)

Tício praticou o crime de injúria racial contra Mévio em data de 30/agosto/2009. No dia 30 de outubro de 2009, o advogado de Mévio ofereceu queixa crime em face de Tício. Emita seu parecer como promotor.

Injúria Racial – AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO atualmente

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO é mais gravosa do que a AÇÃO PRIVADA

A Lei 12.033/2009 repercute no direito de punir do Estado, pois priva o acusado de causas extintivas da punibilidade aplicáveis apenas aos crimes de ação penal privada (renúncia, perdão e perempção). Logo, tratando-se de norma prejudicial, não pode retroagir em prejuízo do acusado. Assim, se o crime foi cometido antes da vigência desta lei, a ação penal continua sendo de natureza privada, ainda que a queixa crime seja oferecida na vigência da Lei 12.033/2003.

7.1 RECURSOS CABÍVEIS

SE O JUIZ rejeitar a peça acusatória, caberá RESE (Art. 581, I)

Se o juiz anular o processo em virtude da ilegitimidade, também caberá RESE.

Se o juiz julgar procedente a exceção, caberá RESE (art. 581, III)

Negado o reconhecimento da ilegitimidade, não há recurso específico.

8. EXCEÇÃO DE LITISPENDÊCIA

1. UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO LIDE NO PROCESSO PENAL:

a. Não há conflito de interesses no processo penal, pois ao MP não interessa a condenação de um inocente.

b. No processo penal independentemente da vontade do acusado, sempre deverá haver resistência por parte da defesa técnica, que é indisponível.

8.2 IDENTIDADE DE AÇÕES NO PROCESSO PENAL

Processo Civil – Mesmas Partes, causa de pedir é a mesma, mesmo pedido

No processo penal, o pedido é sempre o mesmo - genérico de condenação

Page 114: Processo Penal - LFG

Causa de Pedir – Mesma imputação, pouco importando a classificação formulada

Mesmo acusado, mesma imputação – LITISPENDÊNCIA

Haverá litispendência no processo penal quando o mesmo acusado estiver respondendo a 2 processos penais condenatórios distintos relacionados a mesma imputação, independentemente da classificação formulada.

Não há litispendência entre IP e processo penal.

CPC Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.

RECURSOS CABÍVEIS

Se o juiz reconhecer de ofício a litispendência, extinguindo o processo, caberá APELAÇÃO (593, II CPP).

9. EXCEÇÃO DE COISA JULGADA

É a decisão jurisdicional contra a qual não cabe mais recurso, tornando-se imutável (segurança jurídica).

- NATUREZA RELATIVA: Nas hipóteses de sentença condenatória e/ou absolutória imprópria: REVISÃO CRIMINAL / HABEAS CORPUS

NATUREZA ABSOLUTA: Sent. Absolutória e declaratória extintiva da punibilidade, ainda que proferida por juízo absolutamente incompetente.

Não se admite revisão criminal pro societate

CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA – Eventual extinção da punibilidade baseada em certidão de óbito falsa é considerada como decisão inexistente, passível, pois, de revogação.

COISA JULGADA FORMAL MATERIALImutabilidade da decisão dentro do processo em que foi proferida.

Art. 414 CPP

Imutabilidade da decisão fora do processo em que foi proferida.

- Art. 397 do CPP

LIMITES OBJETIVOS LIMITES SUBJETIVOS

Page 115: Processo Penal - LFG

Os limites objetivos da coisa julgada dizem respeito ao fato natural imputado ao acusado e objeto de posterior sentença, pouco importando a classificação formulada. Portanto, caso o acusado seja absolvido quanto à imputação de execução de um crime nada impede que seja novamente processado como partícipe deste mesmo delito, já que as imputações são distintas (STF, HC 82980).

Os limites subjetivos da coisa julgada dizem respeito a pessoa que ocupou o polo passivo da demanda, ou seja, aquele que figurou como acusado no processo.

- Eventual decisão absolutória em relação a um dos coautores do delito não faz coisa julgada em relação aos demais, salvo se o juiz reconhecer categoricamente a inexistência do fato delituoso.

RECURSOS CABÍVEIS

Vide obs. Quanto a litispendência.

OBSERVAÇÕES FINAIS

1. Duplicidade de sentenças condenatórias com trânsito em julgado

Prevalece a decisão em julgado que transitou em julgado em primeiro lugar, pouco importando se mais benéfica (ou não). STJ HC 97753 e STF HC 101131.

2. Concurso Formal:

A decisão absolutória a respeito de um dos fatos delituosos não faz coisa julgada em relação aos demais, salvo se houver o reconhecimento categórico da inexistência da ação ou omissão.

3. Crime continuado: Caso uma primeira série de continuidade delitiva já tenha sido julgada, é plenamente possível que o acusado seja processado novamente por outra série de continuidade delitiva, ainda que praticada no mesmo lapso temporal, hipótese em que deverá haver ulterior unificação das penas pelo juízo da execução.

4. Crime habitual e permanente: A coisa julgada refere-se apenas aos fatos ocorridos até o oferecimento da peça acusatória, pois é neste momento que a imputação é delimitada. Portanto, fatos posteriores podem ser objeto de um novo processo criminal.

NOVO PROCEDIMENTO COMUM

DIREITO INTERTEMPORAL –

Page 116: Processo Penal - LFG

1.Regra para o Dir. Penal – CF. ART. 5º, XL IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS GRAVOSA –

Ex. Lei 12.234/10 – Vigência em 06 de maio de 2010

Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

Trata-se de norma penal de natureza mais gravosa e portanto irretroativa. A uma porque aumentou o lapso temporal dos crimes com pena máxima inferior a 1 ano. A duas, porque extinguiu a prescrição retroativa entre a data do fato delituoso e a data do recebimento da peça acusatória.

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Alterado pela L-012.433-2011)

SÚMULA VINCULANTE 9. O disposto no artigo 127 da lei nº 7.210/1984 (lei de execução penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.

Diante da nova redação do art. 127, deve ser concluir que esta norma penal é mais benéfica para o acusado, pois ao invés de haver a perda de todo o tempo remido haverá a perda apenas de um terço. Logo, a nova redação do artigo 127 deve ser utilizada de maneira retroativa.

REGRA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

Page 117: Processo Penal - LFG

NORMA GENUINAMENTE PROCESSUAL – Cuida de procedimentos, atos processuais, técnicas do processo, etc. > Princípio da aplicação imediata. Tempus Regit Actum (CPP, ART. 2º)

NORMAL PROCESSUAL MATERIAL/MISTA/HÍBRIDA:

CORRENTE AMPLIATIVA CORRENTE RESTRITIVA

Normas Processuais Materiais são aquelas que estabelecem condições de procedibilidade, meios de prova, liberdade condicional, espécies de prisão cautelar e de liberdade provisória, enfim, todas as normas processuais que repercutem no direito de liberdade do agente.

Normas processuais materiais são aquelas que, apesar de previstas em diplomas processuais penais, dispõe sobre o conteúdo da pretensão punitiva, tais como aquelas relativas ao direito de queixa, representação, prescrição, decadência, perdão e perempção.

Irretroatividade da Lei mais gravosa/ultraatividade da lei mais benéfica (critério semelhante ao do direito penal)

Ex. Lei dos Juizados Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.

Para o STF, as normas de direito penal inseridas na Lei 9099 que tenham conteúdo mais benéfico aos acusados devem retroagir para beneficiá-los, nos termos do art. 5º, XL, CF (ADI 1.719)

 Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.  (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

ANTES DA LEI 9271/96 DEPOISCitado por Edital

Acusado não comparece: Decretada a Revelia, prosseguindo-se o feito com a nomeação de dativo.

Citado por Edital

Acusado não comparece, não constitui defensor: suspender o processo e da prescrição.

Lei 9271/96 e Nova Redação do art. 366 do CPP: Prevaleceu o entendimento de que, por ser mais gravosa a norma que manda suspender a prescrição, não poderia retroagir. Portanto, o art. 366 só foi aplicado aos crimes cometidos após a vigência da Lei 9.271/96.

Ex2. Leis 11.689/08 e 11.919/08 e sua aplicabilidade imediata aos processos em andamento.

Page 118: Processo Penal - LFG

SISTEMA DA UNIDADE PROCESSUAL

SISTEMA DAS FASES PROCESSUAIS

SISTEMA DO ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS

Apesar de se desdobrar em uma série de atos distintos, o processo apresenta uma unidade. Portanto, só pode ser regulamentado por uma única Lei, qual seja, a lei antiga.

Cada fase processual pode ser disciplinada por lei distinta

A Lei nova não atinge os atos processuais praticados sob a vigência da Lei anterior, porém será aplicável aos atos processuais que ainda não foram praticados, pouco importando a fase em que o feito se encontrar.

CPP Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

STJ HC 123.492 –

Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

10/05/08 30/10/08

INTERROGATÓRIO 1º ATO

OITIVA DAS TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO/DEFESA

Novo Interrogatório?

Lei 11.719 e nova localização topográfica do interrogatório: Para o STF, se o acusado foi interrogado antes da vigência da Lei 11.719, encerrando-se a

Page 119: Processo Penal - LFG

instrução criminal já na vigência desta Lei, não há necessidade de realização de um novo interrogatório ao final da audiência una de instrução e julgamento (HC 104.555).

Ex. 4 Lei 11.689/08 (art. 4º) e a Extinção do Protesto por novo júri.

05/06/08 15/02/2012

Art. 121 § 2º I Julgamento pelo Juri – 23 anos de reclusão

1ª CORRENTE: O art. 4º da Lei 11.689/08 é exemplo de norma processual material, porquanto repercute no direito de liberdade do agente. Logo, se o crime foi praticado até o dia 08 de agosto de 2008, o cidadão terá direito ao protesto, ainda que seu julgamento ocorra após a entrada em vigor da Lei n. 11689 (LUIZ FLÁVIO GOMES).

2ª CORRENTE: A lei que se aplica ao recurso não é aquela em vigor à época do crime, nem tampouco a vigente quando da interposição do recurso, mas sim aquela em vigor no momento em que a decisão recorrível foi proferida, pois é neste momento que se adquire o direito as regras recursais então vigentes.

CONCURSO MG - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO JURI proferida em 08 de agosto de 2008. RECURSO CABÍVEL RESE

Interposição do Recurso 11/08/2008

***Norma Processual Heterotópica – Não obstante prevista em diploma processual penal, esta norma possui conteúdo material. Logo, deve retroagir para beneficiar o acusado.

CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM

a. Procedimento Comum Ordinário – Crimes com pena máxima igual ou superior a 4 anos

Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

b. Procedimento Comum Sumário – Crimes com pena máxima inferior a 4 anos e superior a 2 anos – Homicídio Culposo do Código Penal

Page 120: Processo Penal - LFG

c. Procedimento Comum Sumaríssimo – Infrações de menor potencial ofensivo da competência do JECRIM

Eventual inobservância do procedimento correto é causa de nulidade relativa, sendo necessária a comprovação de prejuízo.

2.1 CONCURSO DE CRIMES, QUALIFICADORAS, PRIVILÉGIOS, CAUSAS DE AUMENTO e de DIMINUIÇÃO DE PENA, AGRAVANTES E ATENUANTES.

SÚMULA STF 723 Nº   723  NÃO SE ADMITE A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO POR CRIME CONTINUADO, SE A SOMA DA PENA MÍNIMA DA INFRAÇÃO MAIS GRAVE COM O AUMENTO MÍNIMO DE UM SEXTO FOR SUPERIOR A UM ANO.

STJ 423. O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.

CAUSA DE AUMENTO DE PENA 1/3 A 2/3

Utiliza-se o quantum que mais aumente a pena do delito

CAUSA DE DIMINUIÇÃO 1/3 A 2/3

Utiliza-se o quantum que menos diminua a pena do delito

Agravantes e Atenuantes não são levadas em consideração para fins de fixação do procedimento.

3.ANÁLISE DO ANTIGO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO DOS CRIMES PUNIDOS COM RECLUSÃO

OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA > RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA > CITAÇÃO (PESSOAL/EDITAL) > INTERROGATÓRIO > DEFESA PRÉVIA (3 DIAS) > OITIVA DAS TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO / DEFESA > FASE DE DILIGÊNCIAS – REVOGADO ART. 499 > ALEGAÇÕES FINAIS – REVOGADO ART. 500 CPP > EVENTUAIS DILIGÊNCIAS EX OFFICIO PELO JUIZ > SENTENÇA.

4. NOVO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO

4.1OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA

Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Page 121: Processo Penal - LFG

4.2 REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA

a. Art. 395 do CPP

Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:  (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

        I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou  (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

INEPCIA.

Formal: quando não forem observados os requisitos obrigatórios da peça acusatória (Rol de testemunhas é dispensável)

Material: Quando não há justa causa para o início do processo.

Eventual Inépcia deve ser arguida até o momento da sentença, sob pena de preclusão.

FALTA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL OU DE CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL

***Pressuposto Processual:

1. Existência: Demanda veiculada pela peça acusatória; Orgão Investido de Jurisdição; Presença de partes que possam estar em Juízo.

2. Validade: Inexistência de vícios processuais; Originalidade da Demanda (Listis / coisa julgada).

FALTA DE JUSTA CAUSA PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL

Lastro probatório mínimo indispensável para a instauração de um processo penal

4.2.1 REJEIÇÃO PARCIAL DA PEÇA ACUSATÓRIA

Claramente possível!

4.2.2 MOMENTO DA REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA

Page 122: Processo Penal - LFG

A rejeição se dá após o oferecimento da peça acusatória, sem que haja necessidade de manifestação da defesa

Recebida a peça acusatória, não é possível ulterior rejeição pelo mesmo juízo (preclusão pro judicato).

4.2.3 RECURSO CABÍVEL CONTRA A REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA

RESE, Art. 581, I CPP

  Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

        I - que não receber a denúncia ou a queixa;

JUIZADOS – APELAÇÃO (10 DIAS)

O acusado deve ser intimado para constituir advogado a fim de apresentar contrarrazões.

SÚMULA 707 STF. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.

Se o Tribunal der provimento a este recurso, sua decisão já vale como recebimento da peça acusatória, salvo quando reconhecida a nulidade da decisão de primeira instância.

SÚMULA 709 STF Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.

4.3 RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA

Quando não estiver presente qualquer causa de rejeição.

MOMENTO:

1ª CORRENTE 2ª CORRENTEArt. 396.  Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 399.  Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

Page 123: Processo Penal - LFG

- Oferecida a peça acusatória, haverá o recebimento se não for caso de rejeição.

- PERANTE OS TRIBUNAIS TEM PREVALECIDO – HC 138.089

- MOTIVOS: Embora a intenção dos autores do anteprojeto da Lei 11.719 tenha sido a de criar uma defesa preliminar antes do recebimento da peça acusatória no procedimento comum, o projeto acabou sendo alterado no Congresso Nacional, que modificou a redação do art. 396 para introduzir o recebimento logo após o oferecimento da peça acusatória, com nítida preocupação com interrupção da prescrição.

Se o art. 396 determina a citação do acusado e se esta pressupõe prévio recebimento da peça acusatória, é evidente que o recebimento teria se dado imediatamente após o oferecimento da peça acusatória.

Só é possível a absolvição sumária após o recebimento da peça acusatória

- OFERECIMENTO

- NOTIFICAÇÃO DO ACUSADO – DEFESA PRELIMINAR

- POSSÍVEL ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

- RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA

(DEFENSORIA)

NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DO RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA

Doutrina deve ser fundamentado sob pena de nulidade absoluta. Não deve haver excesso.

TRIBUNAIS: Não há necessidade de fundamentação do recebimento da peça acusatória, e pode se dar inclusive implicitamente, quando o juiz determina a citação do acusado. HC 68.926

*** Nos procedimentos em que há defesa preliminar, é obrigatória a fundamentação do recebimento da peça acusatória.

CONSEQUÊNCIAS DO RECEBIMENTO:

FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO -  Art. 83.  Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).

Recebimento - Interrupção da Prescrição

Page 124: Processo Penal - LFG

Para muitos o recebimento dá início ao processo penal CPPMArt. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não.

RECURSO CABÍVEL CONTRA O RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA.

Não há previsão de recurso.

TRANCAMENTO DO PROCESSO (DA AÇÃO PENAL): medida excepcional – Manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa; 2) Causa extintiva da punibilidade; 3)Ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação; Ausência de Justa causa para o exercício da ação penal.

HABEAS CORPUS desde que haja risco a liberdade de locomoção

Mandado de Segurança -       

4.4 CITAÇÃO DO ACUSADO

Conceito. É o ato de comunicação processual por meio do qual se dá ciência ao acusado do recebimento de peça acusatória em face de sua pessoa, chamando-o para se defender.

A citação concretiza o contraditório e a ampla defesa.

VICIOS dão ensejo a uma nulidade de natureza absoluta – CIRCUNDUÇÃO ato pelo qual se anula uma citação.

Nulidade pode ser sanada mediante o comparecimento do acusado.

FINALIDADE DA CITAÇÃO NO PROCEDIMENTO COMUM – para apresentar a resposta a acusação.

Em alguns procedimentos especiais o acusado continua sendo citado para a realização de seu interrogatório.

Lei de Drogas. Interrogatório é o primeiro ato da instrução.

Procedimento originário dos Tribunais – Lei 8.038/90 - Art. 7º - Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o caso.   (Vide Lei nº 8.658, de 1993)

*** AP 528: Para o STF, NO PROCEDIMENTO originário dos tribunais o interrogatório também deve ser realizado ao final da instrução probatória, nos mesmos moldes do art. 400 do CPP, cuja redação foi determinada pela Lei 11.719/08.

Page 125: Processo Penal - LFG

EFEITOS DA CITAÇÃO VÁLIDA

O processo terá completada sua formação quando realizada a citação.

CPC Art. 219.  A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a

prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

No processo penal, o que torna prevento o juízo, o que induz litispendência, e o que interrompe a prescrição não é a citação válida, mas sim o recebimento da peça acusatória.

4.4.1ESPÉCIES DE CITAÇÃO

CITAÇÃO PESSOAL (REAL):

a. citação por mandado: regra oficial de justiça – Na pessoa do acusado. Ainda que o acusado outorgue poderes especiais.

- Pessoa Jurídica: representante legal ou diretor que tenha poderes para tanto.

- Inimputável: Na pessoa do curador

CPC  Art. 217.  Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

        I - (Revogado pela Lei nº 8.952, de 1994)

        I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;  (Renumerado do Inciso II pela Lei nº 8.952, de 1994)

        II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; (Renumerado do Inciso III pela Lei nº 8.952, de 1994

        III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; (Renumerado do Inciso IV pela Lei nº 8.952, de 1994

        IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.

Art. 217 do CPC não se aplica ao processo penal –

b. Citação por Precatória

Acusado residente em comarca diversa em local certo e sabido

- Carta Precatória Itinerante: art. 355, § 1º

Page 126: Processo Penal - LFG

 Art. 355.  A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.

        § 1o  Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.

c. Citação do Militar

 3º A intimação ou notificação de militar em situação de atividade, ou assemelhado, ou de funcionário lotado em repartição militar, será feita por intermédio da autoridade a que estiver subordinado. Estando prêso, o oficial deverá ser apresentado, atendida a sua hierarquia, sob a guarda de outro oficial, e a praça sob escolta, de acôrdo com os regulamentos militares.

d. Citação do Acusado no Estrangeiro

Carta Rogatória: Local certo e sabido – Independentemente da natureza do delito, tanto faz se é inafiançável ou afiançável. – SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO

 Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

Atenção para o art. 222-A do CPP  

Art. 222-A.  As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) (NÃO SE TRATA DA CITATÓRIA) [TESTEMUNHAL]

        Parágrafo único.  Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

Não se aplica a citação, apenas à prova testemunhal

Não é cabível carta rogatória nos juizados

CITAÇÃO EM LEGAÇÕES ESTRANGEIRAS

Carta Rogatória - Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória.  (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

Não haverá suspensão da prescrição

6.CARTA DE ORDEM

Aquela que provém de órgão jurisdicional superior

7. ACUSADO PRESO

Page 127: Processo Penal - LFG

Atenção para a súmula 351 do STF  É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição.

CPP Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

SÚMULA 351: Diante da nova redação do art. 360 do CPP, o acusado preso deverá ser citado pessoalmente, pouco importando a unidade da federação em que estiver recolhido

CITAÇÃO PRESUMIDA (FICTA)

a. Por Edital: Só deve ser realizada após o esgotamento dos meios de localização do acusado

Súmula 366 do STF Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.

Acusado em local incerto e não sabido -  Art. 361.  Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

ACUSADO ESTIVER EM LOCAL INACESSÍVEL

Doutrina: Continua sendo possível a citação por edital, mas agora aplica-se o CPC de forma subsidiária.

ACUSADO QUE SE OCULTA PARA NÃO SER CITADO

Antes da Lei 11.719 este indivíduo era citado por edital

Prazo de Dilação: Prazo pertinente a Publicação do Edital e a data para a prática do ato processual.

Não cabe citação por edital nos juizados

Aplicação do art. 366 do CPP

 Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.  (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

CITAÇÃO POR HORA CERTA

Pressupostos: 1)Acusado seja procurado por 3x em seu endereço e não seja encontrado; 2) Suspeita de Ocultação.

Ao contrário do acusado citado por edital, que tem o processo e a prescrição suspensos, quando o acusado é citado por hora certa e não apresenta

Page 128: Processo Penal - LFG

resposta à acusação, dar-se-á o prosseguimento do feito, com a nomeação de defensor dativo.

4.5 REVELIA DO ACUSADO

Ocorre quando o acusado citado ou intimado pessoalmente ou por hora certa, apresenta resposta a acusação ou não comparece injustificadamente.

- citado por edital – não irá comparecer + não irá constituir advogad - Art. 366 CPP

REVELIA – CITADO pessoalmente / hora certa – não apresentar resposta à acusação.

Art. 367 CPP

Art. 319 CPC – efeitos da revelia – presunção de veracidade NÃO SE APLICA AO PROCESSO PENAL

Presunção de Inocência se aplica ao Processo Penal.

Revelia no Processo Penal – Desnecessidade de Intimação do Acusado para a prática dos demais atos processuais, salvo na hipótese de sentença condenatória ou absolutória imprópria (26 caput CP), QUANDO o acusado deve ser intimado para que, querendo, possa interpor o recurso adequado.

ACUSADO AFIANÇADO – A revelia é causa de quebramento da fiança e consequente perda da metade de seu valor. Art. 341, I CPP

Art. 343 – metade do valor

4.6 REAÇÃO DEFENSIVA A IMPUTAÇÃO

DEFESA PRÉVIA DEFESA PRELIMINAR RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Extinta pela Lei 11.719

- Estava prevista na antiga redação do art. 395 do CPP

- MOMENTO: Depois do interrogatório do acusado (Na época o interrogatório era o primeiro ato)

- Está prevista em apenas em alguns procedimentos especiais;

- DROGAS: 10 DIAS

- PROCEDIMENTO ORIGINÁRIO DOS TRIBUNAIS: 15 dias

- Introduzida no CPP pela Lei 11.719/08 (Art. 396-A CPP)

MOMENTO: Após a citação do acusado, ou seja, depois do recebimento da peça acusatória.

FINALIDADE: Buscar

Page 129: Processo Penal - LFG

- PRAZO: 3 dias

- FINALIDADE: Arrolar testemunhas da defesa, sob pena de preclusão

- Podia ser apresentada tanto pelo acusado quanto por seu defensor

- CONSEQUÊNCIA DA AUSÊNCIA DESTA PEÇA: Só haveria nulidade se a defesa não fosse intimada para a apresentação desta peça.

- CRIMES FUNCIONAIS AFIANÇÁVEIS: 15 dias

- JUIZADOS: ORALMENTE

MOMENTO: Deve ser apresentada entre o oferecimento e o recebimento da peça acusatória

FINALIDADE: Convencer o juiz a acerca da presença de uma das hipóteses de rejeição da peça acusatória (art. 395), evitando-se assim a instauração de processos temerários.

- Só pode ser apresentada por profissional da advocacia -  L.8038 - Art. 4º - Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a notificação do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias.   (Vide Lei nº 8.658, de 1993)

        § 1º - Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados.

CONSEQUÊNCIA DA INOBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO QUE PREVÊ DEFESA

uma possível absolvição sumária e desde já requerer a prova que pretende produzir.

PRAZO: 10 dias STF. 710 No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.

- Tal peça só pode ser apresentada por profissional da advocacia.

AUSÊNCIA: Não apresentação da resposta, deve ser nomeado defensor dativo (+10 dias).

Art. 394 § 4º, CPP As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). – REJEIÇÃO, CITAÇÃO, RESPOSTA A ACUSAÇÃO, ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, PROC. 1º GRAU.

DROGAS: OFERECIMENTO, DEFESA PRELIMINAR, RESPOSTA A ACUSAÇÃO E RECEBIMENTO E CITAÇÃO, POSSÍVEL ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, AUDIÊNCIA DE INST E

Page 130: Processo Penal - LFG

PRELIMINAR: STJ – Súmula 330 É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial – STF contrário a esta súmula HC 85779 OBTER DICTUM.

STF / STJ: Nulidade relativa (STF HC 100515 / STJ HC 144417)

Art. 514.  Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.

 Parágrafo único.  Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.

- Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

- Antes da Lei 12.403/11, o art. 318 era inafiançável, pois sua pena mínima cominada era superior a 2 anos.

- Art. 323.  Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de

JULG. >>>>>>>> Não faria sentido duas defesas, tendo em vista a celeridade

  

Page 131: Processo Penal - LFG

2011).

I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) .  (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324.  Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) .  (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela

Page 132: Processo Penal - LFG

Lei nº 12.403, de 2011).

- Depois da Lei 12.403/11 e a nova redação dos art. 323/324: Pelo menos em tese, todos os crimes funcionais passaram a ser afiançáveis.

       

-

OITIVA DO MP

Não está prevista expressamente no âmbito do procedimento comum (STJ)

Apesar de não haver previsão legal, a doutrina vem entendendo que, diante de fatos ou provas dos quais o MP não tinha prévia ciência, deve o órgão ministerial ser ouvido após a apresentação da resposta a acusação, em fiel observância ao princípio do contraditório, aplicando-se subsidiariamente o artigo 409 do CPP.

4.8ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

- Foi introduzida no procedimento comum pela Lei 11.719/08

- Julgamento antecipado da Lide (Natureza Absolutória) – Art. 397 CPP, Art. 516 CPP, Lei 8038/90 art. 6

 Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

        I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Page 133: Processo Penal - LFG

 Art. 6º - A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não depender de outras provas.   (Vide Lei nº 8.658, de 1993)

        § 1º - No julgamento de que trata este artigo, será facultada sustentação oral pelo prazo de quinze minutos, primeiro à acusação, depois à defesa.

        § 2º - Encerrados os debates, o Tribunal passará a deliberar, determinando o Presidente as pessoas que poderão permanecer no recinto, observado o disposto no inciso II do art. 12 desta lei.

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA PROC. COMUM (JUIZO DE CERTEZA CERTEZA)

. Hipóteses (art. 397)

. Excludente da Ilicitude

. Excludente da Culpabilidade

. Atipicidade formal/material

. Causa Extintiva da Punibilidade.

Dúvida – Sentença Absolutória.

MOMENTO: Antes da aud, Instrução e julgamento.

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO PROC. JURI

Hipóteses – art. 415 Juizo de Certeza

Provada a Inexistência do Fato Provada a negativa de autoria ou participação

Atipicidade formal/material

Causa Excludente da Ilicitude / culpabilidade

No procedimento comum não é possível a absolvição sumária do inimputável do 26 caput (com base na imputabilidade).

É cabível a absolvição sumária imprópria (medida de segurança) do inimputável do art. 26 caput, desde que esta seja sua única tese defensiva.

MOMENTO: Ao final da audiência de inst / julgamento.

Page 134: Processo Penal - LFG

A absolvição sumária faz coisa julgada formal e material.

RECURSO ADEQUADO: Apelação (art. 593 CPP), salvo no caso da extinção da punibilidade – RESE (Art. 581, VIII).

4.9 DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA

Só irá ocorrer se o acusado não tiver sido absolvido sumariamente.

AUD UMA DE INST / JULGA AUDIÊNCIA PARA FINS DE ACEITAÇÃO DA PROPOSTA DE SUSP. CONDICIONAL DO PROCESSO (9.099, ART. 89)

PROC. ORDINÁRIO: 60 DIAS

PROC. SUMÁRIO: 30 DIAS

Havendo proposta de suspensão condicional do processo, uma vez rejeitado o pedido de absolvição sumária, deve ser designada audiência específica para que o acusado se pronuncie quanto a proposta.

4.10 AUDIÊNCIA UMA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Introduzida no proc. comum pela Lei 11.719/08

- O legislador consagrou o princípio da oralidade no proc. comum

Consequências: 1) Concentração dos atos processuais; 2) Imediatidade da relação do juiz com a prova; 3) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias (eventual decisão irrecorrível proferida no curso da audiência deve ser prontamente impugnada em protesto na ata de audiência para que possa ser trabalhada posteriormente como preliminar de apelação); 4) Princípio da Identidade Física do Juiz: Introduzido no proc. Comum pela Lei 11.719/08:

 Art. 399.  Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 1o  O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Page 135: Processo Penal - LFG

        § 2o  O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Aplica-se subsidiariamente o art. 132 do CPC:

Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. (Redação dada pela Lei nº 8.637, de 31.3.1993)

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. (Incluído pela Lei nº 8.637, de 31.3.1993)

Continua sendo possível a realização de atos processuais por precatória, rogatória e também através da videoconferência.

MAGISTRADO INSTRUTOR: Lei 12.019

Art. 1o Esta Lei acrescenta inciso III ao art. 3o da Lei 8038, de 28 de maio de 1990, para permitir ao relator, nos processos penais de competência originária do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, delegar poderes instrutórios.

Art. 2o O art. 3o da Lei 8038, de 28 de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso III:

“Art. 3o....................................................................................

.........................................................................................................

III – convocar desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, bem como juízes de varas criminais da Justiça dos Estados e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até o máximo de 2 (dois) anos, para a realização do interrogatório e de outros atos da instrução, na sede do tribunal ou no local onde se deva produzir o ato.” (NR)

MAGISTRADO INSTRUTOR: é um juiz ou desembargador convocado pelo STF ou pelo STJ para realizar a instrução dos processos nos casos de competência originária dos tribunais.

4.11ORDEM DOS ATOS PROCESSUAIS NA AUD UNA DE INSTRU E JULG

1. Declarações do Ofendido

2. Inquirição das Testemunhas

3. Esclarecimentos dos Peritos – Oficial 1, não oficial 2

4. Acareação

5. Reconhecimento de Pessoas e coisas

6. Interrogatório do Acusado

Page 136: Processo Penal - LFG

4.11.1 OITIVA DAS TESTEMUNHAS

Substituição de testemunhas: Antes da Lei 11.719/08, estava prevista na antiga redação do art. 397 do CPP, que passou a tratar da absolvição sumária. Continua sendo possível a substituição de testemunhas, porém com fundamento no art. 408 do CPC.

 Art. 408.  Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a testemunha:

        I - que falecer;

        II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;

        III - que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.

Desistência da Oitiva de Testemunha: É possível independentemente da concordância da parte contrária, salvo se esta também arrolou a mesma testemunha.

 Art. 401.  Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 1o  Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 2o  A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 209.  O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.

        § 1o  Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.

        § 2o  Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa.

PLENÁRIO DO JURI: Instalada a sessão, a desistência da testemunha depende da concordância da parte contrária do juiz presidente e dos jurados.       

RETIRADA DO ACUSADO DA SALA DE AUDIÊNCIAS: Por conta da ampla defesa – autodefesa: exercida pelo próprio acusado, ***direito de presença (não é absoluto, podendo sofrer restrições quando verificar-se que a presença do acusado cause temor ao ofendido e as testemunhas), capacidade postulatória autônoma.

***1º deve ser realizada a oitiva por videoconferência

 Art. 217.  Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a

Page 137: Processo Penal - LFG

retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

        Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Inversão da Ordem de Oitiva:  Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código (PRECATÓRIA), bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).       Art. 222.  A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.

        § 1o  A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

        § 2o  Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.

Não é possível a inversão da ordem de oitiva das testemunhas, salvo se houver concordância da defesa. Eventual inversão da ordem é causa de mera nulidade relativa (HC 75.345)

COLHEITA DO DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS

Antes da Lei 7.719, a colheita do depoimento era feito através do sistema presidencialista. 1º a perguntar era o juiz, depois as partes.

NOVO SISTEMA: Exame direto e cruzado (Direct and cross examination)

1º a perguntar: Parte que arrolou aquela testemunha (Exame direito)

2º a perguntar: Parte contrária (Exame cruzado)

Cross Examination:

As to fact: Aos fatos delituosos.

As to credit: Diz respeito a credibilidade da testemunha

3º a perguntar: o Juiz

Art. 212.  As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Page 138: Processo Penal - LFG

Parágrafo único.  Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Eventual violação ao art. 212 CPP, é causa de nulidade relativa. HC 103525 STF – Provar prejuízo

Com o plenário do júri:

Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

INDEFERIMENTO DA OITIVA DE TESTEMUNHAS:

O juiz pode indeferir a prova irrelevante, impertinente e a protelatória.

Art. 400, § 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

No procedimento comum dá pra fazer o interrogatório primeiro?

*** Atenção para a delação premiada: 9.807

Art. 19-A.  Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata esta Lei.  (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

Parágrafo único.  Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

4.12 DILIGÊNCIAS

Ao final da audiência, as partes poderão requerer diligências referentes a fatos que surgiram durante o curso do processo.

CPP Art. 402.  Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

Item 4.13 ALEGAÇÕES FINAIS DAS PARTES

CONCEITO: Consiste no ato postulatório apresentado pelas partes ao final da instrução probatória, no qual é analisada a prova colhida com o objetivo de

Page 139: Processo Penal - LFG

influenciar o convencimento do juiz no sentido da condenação e/ou absolvição do acusado.

FORMA: Antes da Lei 11719, estas alegações eram sempre finais apresentadas por escrito.

DEPOIS: Em regra, tais alegações passam a ser apresentadas oralmente.

Art. 403.  Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

 § 1o  Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 2o  Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 3o  O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Alegações orais podem ser substituídas por memoriais:

a. Complexidade da Causa / Pluralidade de Acusadosb. Realização de Diligências

c. Acordo entre as partes

Art. 404.  Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

Parágrafo único.  Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Ausência de alegações finais da defesa / MEMORIAIS PRECÁRIOS – NULIDADE ABSOLUTA NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU. HC 92680

Advogado constituído não apresenta memoriais – Intimar o acusado para que constitua novo advogado, sob pena de nomeação da defensoria, sem prejuízo da aplicação de multa ao advogado desidioso.

5. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO

Page 140: Processo Penal - LFG

Diferenças:

Sumário Ordinário

Prazo para a realização da audiência: 30 dias

60 dias

Testemunhas: 5 8 testemunhasNão há previsão legal expressa quanto ao requerimento de diligências, no entanto, tais diligências podem ser realizadas pelo juiz com base no princípio da busca da verdade.

EXPRESSO

Não há previsão legal expressa quanto à substituição das alegações orais por memoriais

EXPRESSO

TRIBUNAL DO JURI    

1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS  

Art. 5º, XXXVIII: plenitude de defesa, sigilo das votações, soberania dos vereditos, dolosos contra a vida.

1.1 PLENITUDE DE DEFESA > AMPLA DEFESA

Acusado no Júri.

Plenitude de Defesa Técnica: No Tribunal do Júri, o advogado e o acusado não precisam se limitar a uma atuação exclusivamente técnica, podendo utilizar argumentos de caráter extrajurídico (razões de ordem social, emocional, política criminal, etc.) Se o juiz presidente considerar o acusado indefeso, deve dissolver o conselho de sentença e designar nova data para o julgamento.

  Art. 497.  São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a

Page 141: Processo Penal - LFG

nomeação ou a constituição de novo defensor; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

2.PLENITUDE DA AUTODEFESA

O acusado é livre para apresentar em seu interrogatório tese defensiva distinta daquela apresentada pelo advogado, tese esta que deve ser obrigatoriamente quesitada aos jurados, sob pena de nulidade absoluta (STJ HC 150985)

SIGILO DAS VOTAÇÕES

A ninguém é dado saber ou tomar conhecimento do sentido do voto do jurado.

Sala Secreta / Especial: Publicidade Restrita

INCOMUNICABILIDADE DOS JURADOS

Uma vez sorteados, os jurados não poderão comunicar-se entre si e com terceiros, nem manifestar sua opinião sobre o processo. AO 1146

Eventual violação à incomunicabilidade é causa de nulidade absoluta.

Votação unânime: Antes da LEI 11689, todos os votos eram contados, logo no caso de votação unânime (7x0) era possível saber o sentido do voto de cada um dos jurados.

Quando forem atingidos 4 votos em um sentido, a votação será interrompida.

1.3 SOBERANIA DOS VEREDITOS

Um Tribunal formado por juízes togados não pode modificar no mérito a decisão proferida pelo tribunal do júri, sob pena de usurpação de sua competência constitucional para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Se foi apreciado pelo juiz presidente, tem não tem a proteção da soberania dos vereditos.

Cabimento de Apelação contra decisões do júri:

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:  (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:  (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Page 142: Processo Penal - LFG

        d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        § 1o  Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        § 2o  Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        § 3o  Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.  (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

        § 4o  Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.  (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

      

Juízo Rescindente: desconstituição ou cassação da decisão anterior

Juízo Rescisório: Prolação de nova decisão em substituição a decisão anterior

Hipóteses de Cabimento de Apelação no Juri:

Súmula 713 stf O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DA SUA INTERPOSIÇÃO.

Apelação com base na Letra a – Tribunal adstrito letra a

Se a nulidade é anterior a pronuncia, deve ser impugnada no recurso interposto contra a pronúncia. Por isso que, ao tratar da apelação do art. 593, III ,o CPP faz menção a nulidade após a pronúncia.

Tanto a nulidade absoluta, quanto a relativa podem ser impugnadas por meio da apelação do art. 593, III, a, com a ressalva de que a nulidade relativa deve ter sido arguida oportunamente, sob pena de já ter se operado a preclusão.

Em regra, ao julgar esta apelação, limita-se o juízo ad quem a fazer mero juízo rescindente, ou seja, desconstituir a decisão impugnada.

O julgar a apelação com base na letra c, o Tribunal poderá fazer o juízo rescindente, bem como o rescisório.

Com a Lei 11.689, agravantes e atenuantes deixaram de ser quesitadas ao jurados. Logo, não gozam mais da proteção da soberania dos vereditos. Portanto, havendo erro ou injustiça no tocante a aplicação de agravante e atenuante, é possível que o

Page 143: Processo Penal - LFG

Tribunal de Justiça faça juízo rescindente e rescisório por ocasião do julgamento de eventual apelação, visto que tal matéria é da competência do juiz presidente.

A decisão dos jurados for manifestamente contrária a prova dos autos (aquela que não encontra nenhum apoio no conjunto probatório constante do processo, ou subsidiariamente nos elementos informativos do IP.

Letra d – goza da proteção da soberania dos vereditos – Tribunal poderá fazer a penas o juízo rescindente, sujeitando o acusado a novo julgamento perante o júri.

Com base na letra d, só é cabível uma única apelação, pouco importando quem a utilizou primeiro.

Cabimento de Revisão Criminal contra Decisões do Juri:

É plenamente cabível o ajuizamento de revisão criminal contra decisões do Juri. Não há violação à soberania dos vereditos, pois a revisão vem ao encontro da proteção da liberdade do acusado.

Prevalece o entendimento de que por ocasião do julgamento da revisão, o Tribunal de Justiça pode fazer o juízo rescindente e desde já o juízo rescisório.

1.3.3 Princípio da Não Reformatio In Pejus Indireta e Soberania dos Vereditos

Em recurso exclusivo da defesa, não se admite a reforma do julgado impugnado para piorar a situação do acusado, seja sob o ponto de vista qualitativo, seja sob o ponto de vista quantitativo e nem mesmo para corrigir eventual erro material.

HC 176320

Não reformatio in pejus direta: proibição de o Tribunal proferir decisão mais desfavorável ao acusado em recurso exclusivo da defesa o juiz que vier a proferir logo a decisão em substituição a anterior também fica vinculado ao máximo da pena imposta na primeira decisão não podendo agravar a situação do acusado.

Efeito Prodromico – Sentença que acaba de ser anulada, mas que continua surtindo efeito, porque continua limitando a pena a ser determinada na próxima decisão.

Os jurados são soberanos, portanto em um segundo julgamento podem reconhecer qualificadoras ou causas de aumento de pena que não foram reconhecidas no julgamento anterior, porém, se o resultado da votação no segundo julgamento for idêntico ao primeiro o juiz presidente não poderá agravar a pena do acusado, sob pena de violação ao princípio da não reformatio in pejus indireta.

1.4 COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA.

CP 121 a 126

Page 144: Processo Penal - LFG

- Competência Mínima, que não pode ser suprimida nem mesmo por emenda constitucional (cláusula pétrea).

- Porém é plenamente possível a ampliação da competência do júri por Lei. Ex. CRIMES CONEXOS/CONTINENTES, salvo se eleitorais ou militares.

- Não são julgados pelo júri:

1) Latrocínio – STF 603 A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri.;

2) Atos Infracionais:

3) Genocídio – Bem Jurídico: Existência de grupo nacional, étnico, racial ou religioso – Competência de um juiz singular.

Se, todavia, praticado mediante a morte de membros do grupo, o agente deve responder pelos crimes de homicídio perante o júri, que terá força atrativa em relação ao crime conexo de genocídio.

4) Foro por prerrogativa de função previsto na CF

STF 721 A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.

5) Crime Político de matar o Presidente da República, do Senado, da Câmara e do STF – Julgado por um Juiz Singular Federal

Lei 7170

Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26.

Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.

Militar da Ativa que mata militar da ativa: JUSTIÇA MILITAR

Civil que comete homicídio doloso contra militar das forças armadas em serviço: STF – JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO

6) Tiro de Abate: JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO

Parágrafo único.  Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma doart. 303 da Lei n o   7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011)

1.2 PROCEDIMENTO ESCALONADO / BIFÁSICO DO TRIB. DO JURI

- 1ª fase: Sumário da culpa: Iudicium Accusationis – Nesta primeira fase não há intervenção dos jurados (Juiz Sumariante)

Page 145: Processo Penal - LFG

Início com o oferecimento da peça acusatória: Denúncia / Queixa

*** Ação Penal Privada Subsidiária da Pública / Conexão com crime de Ação Penal Privada (CPP, ART. 80)

É concluída com a prolação de uma das seguintes decisões:

1) Impronúncia

2) Desclassificação

3) Absolvição Sumária

4) Pronúncia

PRAZO para conclusão: 90 dias

 Art. 412.  O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Acusado Preso: Eventual excesso desde que abusivo autoriza o relaxamento da prisão.

Acusado Solto: Prazo Impróprio

- 2ª fase JUDICIUM CAUSAE:

Antes da Lei 11.689/08, tinha início com o oferecimento do Libelo Acusatório

Início da 2ª fase: Após a preclusão da pronúncia, com a preparação do processo (Juiz Presidente)

 Art. 421.  Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 422.  Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Page 146: Processo Penal - LFG

CONCLUSÃO: Sessão de Julgamento no Plenário do Juri – Juiz Presidente + 25 jurados, 7 dos quais irão compor o conselho de sentença

Sentença Condenatória

Sentença Absolutória

Desclassificação

PRAZO: 2ª FASE –

Art. 428.  O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

6 MESES contados da preclusão da pronúncia, desde que a defesa não tenha concorrido para essa dilação.

3. PRIMEIRA FASE DO PROCEDIMENTO DO JURI – Judicium Accusationis

É muito semelhante ao procedimento comum ordinário. Porém, devem ser destacadas as seguintes diferenças.

NO Iudicium Accusationis, há previsão expressa de oitiva do MP após a apresentação da resposta à acusação pela defesa.

No procedimento comum ordinário, a absolvição sumária prevista no art. 397 do CPP poderá se dar imediatamente após a apresentação da resposta à acusação, logo, antes da audiência uma de instrução e julgamento.

Na primeira fase do procedimento do júri, a absolvição sumária prevista no art. 415 do CPP só poderá ocorrer ao final da audiência de instrução.

Na primeira fase não há previsão legal expressa. Porém, com base no princípio da busca da verdade nada impede que o juiz determine a realização de diligências; Na primeira fase do júri, não há previsão legal expressa acerca da substituição das alegações orais por memoriais;

Page 147: Processo Penal - LFG

 Art. 411.  Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 4o  As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 5o  Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 6o  Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 7o  Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 8o  A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 9o  Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

No procedimento comum, alegações orais precárias ou sua ausência são causa de nulidade absoluta por violação a ampla defesa (STF 523). Na primeira fase do procedimento do júri, caso a defesa vislumbre a inevitabilidade da pronúncia, não haverá nulidade se as alegações forem apresentadas de maneira resumida. Isso porque se trata de estratégia da defesa, que não tem interesse em antecipar sua tese defensiva.

4. IMPRONÚNCIA       

O acusado deve ser impronunciado quando o juiz não estiver convencido da existência do crime ou de indícios suficientes de autoria ou participação.

Page 148: Processo Penal - LFG

4.1NATUREZA JURÍDICA

Art. 416.  Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Decisão Interlocutória: Não aprecia o mérito 

Mista: Põe fim a uma fase procedimental

Terminativa: Põe fim ao processo

Antes da Lei 11.689/08 – Impronúncia: 1)NÃO convencimento sobre a existência do crime e indícios de autoria ou participação (CJ FORMAL) 2) Provada a inexistência do fato; provada a negativa de autoria/participação, Atipicidade Formal/Material (CJ MATERIAL) PASSARAM A AUTORIZAR ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA   

Depois da Lei 11.689, a Decisão de Pronúncia só faz CJ FORMAL

Surgindo provas formal (já era conhecida) ou substancialmente novas (inédita/oculta), é possível o oferecimento de outra peça acusatória contra o acusado.  

Art. 414.  Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Parágrafo único.  Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

Apensar os autos SIM!

INFRAÇÃO CONEXA – Preclusa a decisão de Impronúncia os crimes conexos serão remetidos ao juízo competente.

4.3 DESPRONÚNCIA

Decisão de Pronúncia transformada em impronúncia em virtude da interposição do recurso em sentido estrito.

Juízo responsável: Juiz de Primeira Instância – RESE é dotado de juízo de retratação. A QUO (Juiz Sumariante) / AD QUEM (TJ/TRF)

4.4RECURSO CABÍVEL

Antes da Lei 11.689/08: RESE

Depois: APELAÇÃO  Puplicada a partir do dia 09/08/08

Page 149: Processo Penal - LFG

PARTES INTERESSADAS em APELAR contra a impronúncia: MP / Querelante / Assistente da Acusação também pode interpor,

A defesa também pode recorrer, caso demonstre que tem interesse numa absolvição sumária, que faz coisa julgada formal e material.

5. DESCLASSIFICAÇÃO

Deve se dar quando o juiz sumariante concluir a imputação não versa sobre crime doloso contra a vida.

Denúncia imputou à acusada o crime de Infanticídio 123 – DECISÃO 121 CP – PRONÚNCIA

Não se confunde com a desqualificação – EXCLUSÃO DE qualificadoras (manifestamente descabidas) – PRONÚNCIA –

5.1 NOVA CAPITULAÇÃO LEGAL

Juiz não deve fixar expressamente a nova classificação do delito, sob pena de indevido pré-julgamento.

PROCEDIMENTO A SER ADOTADO PELO JUÍZO COMPETENTE

Antes da Lei 11.689/08, a oitiva da defesa era obrigatória.

Art. 410.  Quando o juiz se convencer, em discordância com a denúncia ou queixa, da existência de crime diverso dos referidos no art. 74, § 1o, e não for o competente para julgá-lo, remeterá o processo ao juiz que o seja. Em qualquer caso, será reaberto ao acusado prazo para defesa e indicação de testemunhas, prosseguindo-se, depois de encerrada a inquirição, de acordo com os arts. 499 e segs. Não se admitirá, entretanto, que sejam arroladas testemunhas já anteriormente ouvidas.        Parágrafo único.  Tendo o processo de ser remetido a outro juízo, à disposição deste passará o réu, se estiver preso.      

Depois da Lei 11.689/08, o CPP não prevê expressamente a oitiva da defesa.

O ideal é dizer que esta oitiva continua sendo obrigatória.

5.3INFRAÇÃO CONEXA

Juiz Sumariante >>>>>>>DESCLASSIFICAÇÃO Juízo Competente

Homicídio + Estupro Latrocínio

Estupro

Deve aguardar o julgamento de eventual

Page 150: Processo Penal - LFG

RESE interposto contra a desclassificação

Se o Tribunal der provimento ao RESE estará pronunciado o acusado. Logo, tanto a imputação desclassificada, quanto o crime conexo serão remetidos ao júri.

Negar provimento ao RESE, aí sim deverá o juízo competente julgar as imputações.

5.4SITUAÇÃO DO ACUSADO PRESO

A desclassificação por si só não acarreta a soltura do acusado preso.

- Juiz competente ao receber os autos deve se manifestar fundamentadamente quanto a necessidade de manutenção da prisão.

5.5RECURSO CABÍVEL

 Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

                II - que concluir pela incompetência do juízo;

MP –

Querelante –

Assistente –

Acusado / Defensor

5.6 CONFLITO DE COMPETÊNCIA

Ao juiz recipiente não é dado suscitar um conflito negativo de competência para tentar restabelecer a competência do tribunal do júri, porquanto teria havido preclusão.

2ª CORRENTE

Ao juízo recipiente é dado suscitar o conflito, seja porque se trata de incompetência absoluta, seja porque a decisão final acerca da competência não é de uma câmara qualquer do tribunal.

6ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NA PRIMEIRA FASE DO JURI

Art. 415 –

 Art. 415.  O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Page 151: Processo Penal - LFG

        II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Parágrafo único.  Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei n o   2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

MOMENTO: Ao final da primeira fase, ou seja, após a audiência de instrução.  

INIMPUTÁVEL: Pode ser absolvido sumariamente, desde que a inimputabilidade seja sua única tese defensiva.

Crime conexo não é abrangido pela absolvição sumária. Após o julgamento de eventual apelação interposta contra a absolvição sumária, o crime conexo deve ser remetido ao juízo competente.      

Item 6.2 NATUREZA JURÍDICA E COISA JULGADA

Sentença absolutória: efetiva análise do mérito.

Quanto a coisa julgada na absolvição sumária, faz coisa julgada formal e material.

3. RECURSO CABÍVEL

Lei 11.689/08 alterou o recurso: APELAÇÃO

ACUSADO / DEFENSOR – Mudar o fundamento da absolvição sumária

RECURSO DE OFÍCIO (Reexame Necessário) – Antes da Lei 11.689, era obrigatório nos casos de absolvição sumária.

Depois da Lei 11.689 não há necessidade de reexame necessário nos casos de absolvição sumária.

O acusado deve ser pronunciado quando o juiz estiver convencido da existência do crime e de indícios suficientes de autoria ou de participação.

 Art. 413.  O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo

Page 152: Processo Penal - LFG

o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

      

A pronúncia deve ser compreendida como um juízo de admissibilidade da acusação de crime doloso contra a vida.

7.1NATUREZA JURÍDICA

Mera decisão interlocutória mista não terminativa.

7.2 PRINCÍPIO APLICÁVEL NO CASO DE DÚVIDA

Doutrina Majoritária: IN DUBIO PRO SOCIETAT

CPP ART. 413 Convencido da materialidade do fato

- Indícios Suficientes de Autoria e Participação

- Indícios = Prova semiplena – de menor valor persuasivo

7.3 A decisão de pronúncia deve ser fundamentada sob pena de nulidade.

STF HC 96123

 Art. 478.  Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

       Art. 472.  Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Page 153: Processo Penal - LFG

        Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.

        Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:

        Assim o prometo.

        Parágrafo único.  O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

STJ RESP 982033 – Lacrar pronúncia

  Art. 413.  O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

7.4 CONTEÚDO DA PRONÚNCIA

- Classificação do Fato Delituoso   

- Tipo Penal por extenção: tentativa, omissão penalmente relevante, concurso de pessoas,

Não deve constar: Causas de Diminuição de Pena (salvo a tentativa), agravantes e atenuantes, concurso de crimes.

7.5 CONSTATAÇÃO PELO JUIZ SUMARIANTE DO ENVOLVIMENTO DE OUTRAS PESSOAS

- ABRE VISTA AO MP POR 15 DIAS

Art. 417.  Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará

Page 154: Processo Penal - LFG

o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

- 1ª OPÇÃO: Aditamento da denúncia (mais interessante)

- 2ª OPÇÃO: Oferecer nova denúncia, com a consequente separação dos processos

7.6 EFEITOS DA DENÚNCIA

a.Submissão do acusado a julgamento perante o tribunal do júri.

b.Limitação da acusação em plenário. Correlação entre pronúncia e quesitação.

PRONÚNCIA QUESITAÇÃO

ART. 121 ART. 121

c.Preclusão das Nulidades Relativas (sujeita a preclusão) não Arguidas até a Pronúncia.

d.Interrupção da Prescrição, ainda que haja posterior desclassificação pelos jurados.

Súmula 191 STJ.

e. Preclusão da Pronúncia e sua imodificabilidade

Preclusa a decisão de pronúncia, esta não pode ser modificada, salvo diante de circunstância superveniente que altere a classificação do fato delituoso.

Ex. clássico: óbito da vítima – VISTA AO MP – Aditar a peça acusatória – Nova Instrução – Nova Pronúncia

Decretação ou Manutenção da Prisão Preventiva + Medidas Cautelares Diversas da PRISÃO

Antes da Lei 11.689/08: A prisão era um efeito automático da pronúncia, desde que o acusado não fosse primário ou não tivesse bons antecedentes.

Depois do advento da Lei 11.689/08: A prisão não é mais um efeito automático da pronúncia.

1) Se o acusado permaneceu preso durante a primeira fase, deve ser mantido preso por força da pronúncia, devendo o juiz se manifestar fundamentadamente quanto a necessidade de manutenção da prisão. Se, porventura, desaparecerem os motivos que autorizavam a prisão preventiva do acusado, esta deve ser revogada.

2) Se o acusado permaneceu em liberdade durante a primeira fase, significa dizer que o juiz não visualizou a presença de motivo que autorizasse sua prisão preventiva. Logo, deve ser mantido em liberdade por ocasião da pronúncia, salvo se surgir alguma hipótese que autorize sua prisão preventiva.

Page 155: Processo Penal - LFG

Art. 413, § 3º

 Art. 413.  O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

7.7 INTIMAÇÃO DO ACUSADO ACERCA DA PRONÚNCIA

É obrigatória

Regra: Pessoal * (Mandado)

Acusado não encontrado: Antes da Lei 11689/08 só era possível a intimação por edital se o crime fosse de natureza afiançável.

Se o crime fosse inafiançável, não se admitir intimação por edital. O processo ficava, então, paralisado (crise de instância).

Depois da Lei 11689/08: Se o acusado não for encontrado, será intimado por edital, seja o crime afiançável, seja o crime inafiançável.

*** Crime anterior a 1996, a ele não se aplica o 366. Intimação por edital do acusado não encontrado: a nova redação do artigo 420, § único aplica-se imediatamente a todos os processos que estavam paralisados antes do advento da lei 11.689/08 em virtude da impossibilidade de intimação por edital se o crime fosse inafiançável. Ressalva especial deve ser feita em relação aos crimes inafiançáveis praticados antes da entrada em vigor da Lei n. 9271/96, que deu nova redação ao artigo 366. Para que estes indivíduos não sejam submetidos a julgamento perante o júri sem que jamais tomem conhecimento da acusação, a eles não se aplica a intimação por edital da pronúncia. HC 172.382

RECURSO CABÍVEL CONTRA PRONÚNCIA

RESE, ART. 581, IV

Page 156: Processo Penal - LFG

 Art. 584.  Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.

        § 1o  Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.

        § 2o  O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.

        § 3o  O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu valor.

RESE não tem efeito suspensivo, pois suspende apenas o julgamento.

 Art. 421.  Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

      RESE: Obstando a preclusão da prenuncia. Processo fica paralisado.

O processo será remetido ao juiz presidente para o início da segunda fase após a preclusão da pronúncia.

8.DESAFORAMENTO

CONCEITO: Consiste no deslocamento da competência territorial de uma comarca para outra, a fim de que nesta seja realizado o julgamento pelo tribunal do júri.

CPP: Só acontece no tribunal do júri.

Só para o julgamento pelo jurí (2º fase).

CPPM: O desaforamento pode ocorrer em relação a qualquer delito.

Legitimidade:  Art. 427.  Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 1o  O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

Page 157: Processo Penal - LFG

        § 2o  Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 4o  Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

MP / DO QUERELANTE

ACUSADO

ASSISTENTE

REPRESENTAÇÃO DO JUIZ, SALVO NA HIPÓTESE DE EXCESSO DE PRAZO

 STF 712 É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri sem audiência da defesa.

8.3 COMPETÊNCIA

Tribunal de Justiça (trf) – Turma / Câmara

O desaforamento trata-se de uma decisão jurisdicional.

8.4 MOMENTO PARA O DESAFORAMENTO

APÓS a preclusão da pronúncia

Depois do Julgamento pelo Juri?

Será possível se houver anulação do julgamento / fato ocorrido durante ou após este julgamento

8.5 MOTIVOS      

Interesse de ordem pública

Dúvida sobre a imparcialidade do júri

Falta de segurança pessoal do acusado

Julgamento não realizado no prazo de 6 meses, após a preclusão da pronúncia, desde que comprovado excesso de serviço e que a defesa não tenha concorrido para a mora.

Page 158: Processo Penal - LFG

Diante do decurso do prazo de 6 meses, caso não haja excesso de serviço, o tribunal pode determinar a imediata realização do julgamento.

Crimes conexos e coautores:

Item 8.7 Comarca para a qual o julgamento será desaforado.

Para outra comarca da mesma região, preferindo-se as mais próximas.

No âmbito da justiça estadual não é possível o desaforamento para outro estado da federação.

No âmbito da justiça federal, é possível o desaforamento para outro estado da federação, desde que dentro do mesmo TRF.

8.8 Efeito Suspensivo

Lei 11.689/08: CPP, art. 427, § 2º - o relator pode suspender a realização do julgamento.

8.9 Recursos cabíveis

Não há previsão de recurso.

Negado o desaforamento, como essa decisão é baseada na cláusula rebus sic stantibus, nada impede novo pedido com base em circunstâncias supervenientes.

8.10 REAFORAMENTO

Retorno do processo desaforado a comarca de origem.

Não se admite, o que, no entanto, não impede novo desaforamento.