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CURSO DE DIREITO PROCESSO PENAL Alida Vanessa Pereira de Lima Camilo Viana Accioly Dória Filipe Pereira Scarpette Rodolfo Ribeiro Silva

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Processo Penal

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Curso de Direito

PROCESSO PENAL

Alida Vanessa Pereira de LimaCamilo Viana Accioly DriaFilipe Pereira ScarpetteRodolfo Ribeiro Silva

IlhusAbr./2015

Curso de Direito

PROCESSO PENALTrabalho apresentado como parte da avaliao da disciplina Direito Processual Penal II, ministrado pelo professor Alisson, no oitavo semestre noturno, 2015-1.

Ilhusabr./2015

DOS PROCESSOS EM ESPCIE PROCESSO COMUM

Preliminarmente falaremos sobre o procedimento para desenvolvimento do processo penal, com base na doutrina do professor Guilherme de Souza Nucci em sua obra Manual de Processo Penal e Execuo Penal, 6 edio.NUCCI em sua obra faz questo de diferenciar processo de procedimento, pois vejamos: enquanto processo uma sequncia de atos, vinculados entre si, tendentes a propiciar ao juiz a aplicao da lei ao caso concreto, o procedimento modo pelo qual se desenvolve o processo no seu aspecto interno.O nosso cdigo de processo penal em seu art. 394, preceitua que o procedimento ser comum ou especial, sendo classificados os primeiros como (ordinrio, sumrio ou sumarssimo).O procedimento comum ordinrio est previsto nos arts. 394 a 405 do CPP. aplicado aos processos de crimes com pena privativa de liberdade, para os quais no haja previso de rito especial e a sano mxima cominada seja igual ou superior a quatro anos. J o procedimento comum sumrio previsto nos arts. 394 1, II, e 531 a 538 do CPP, sendo aplicado aos processos de crimes apenados com pena privativa de liberdade, para os quais no exista rito especial e a sano mxima cominada seja pena inferior a quatro anos. Este procedimento tem muito do procedimento ordinrio, porm com algumas diferenas tais quais: 1 - Aps a aplicao das regras relativa ao recebimento da denncia ou queixa, citando o acusado, apresentando resposta inicial e passando a oportunidade de absolvio sumria, o processo dever seguir o rito do art. 531 e seguintes.2 no haver necessidade de respeitar a ordem para inquirio na audincia.3 a audincia dever ser realizada num prazo mximo de 30 dias. Nucci em sua obra cita como um prazo imprprio, e, no sendo cumprido nada importar, no existe previso de punibilidade.4 e vedado o adiamento de atos nesse rito, podendo inclusive o juzo determinar a conduo coercitiva de quem deva comparecer.Por fim o procedimento comum sumarssimo disposto no art. 394, III do CPP na forma da lei 9.099/95, alterada pela lei 11.313/2006 a qual estabeleceu regras para as infraes penais de menor potencial ofensivo, dentre outras providncias. Prevendo transao penal para os crimes que a lei determine pena mxima at dois anos, acompanhadas ou no de multa. Esse procedimento dever seguir o princpio da oralidade, informalidade, simplicidade, celeridade e economia processual. Tem por objetivo a reparao dos danos causados, aplicando-se pena no privativa de liberdade, por meio de composio e da transao.Sua competncia tem por base o local onde foi praticada a infrao.Nasce no com ao penal mais sim com o termo circunstanciado disposto l no art. 69 da lei 9.099/95, tem por base dar maior celeridade ao procedimento investigatrio, dispensando o inqurito policial.A audincia preliminar de conciliao tem por base a composio civil dos danos. Aps nos crimes sujeitos representao, ser dada ao ofendido a possibilidade de apresent-la. Depois poder o MP propor a transao penal, que, aceita, encerra o procedimento.No havendo conciliao passa-se, na mesma audincia, se possvel, ao oferecimento da denncia pelo MP ou queixa pelo ofendido ou seu representante legal. Tudo nos termos dos (arts. 77 a 81 da lei 9.099/95).

DO OFERECIMENTO E RECEBIMENTO DA DENNCIA OU QUEIXA

Para oferecimento da denncia ou queixa crime torna-se indispensvel cumprir os requisitos expressos no art. 41 do CPP. Nessa fase tambm poder ser requerida diligncias e juntados os documentos necessrios.O nascimento da ao penal comea com o recebimento da denncia, momento que o magistrado mandar citar o ru para que no prazo de dez dias, responda a acusao por escrito, conhecida defesa preliminar.A citao acima citada se dar por oficial de justia, quando sabido onde se encontre o ru; por precatria, caso resida em outra comarca diversa daquela do juiz processante, dentre outras, e, no sendo possvel sua localizao procede-se com a citao por edital, sendo que nesse caso o prazo para oferecimento de defesa s comea a contar do seu comparecimento ou do comparecimento de seu advogado em juzo. O importante dar conhecimento ao ru acerca da existncia de uma acusao contra ele, chamando-o a vir a juzo apresentar sua defesa.

DA DEFESA PRELIMINAR

A defesa preliminar prevista no art. 396A do CPP, acrescida por alterao legislativa (lei 11.719/2008), o acusado poder arguir preliminares e alegar tudo o que interessar na sua defesa, bem como oferecer documentos, especificar provas e arrolar testemunhas. Caso ocorram excees, essas devero ser processadas em apartado. No oferecendo resposta, ou, citado, no constituindo advogado, o magistrado nomear defensor para apresent-la, no prazo de dez dias.

DA ABSOLVIO SUMRIA

Aps a defesa preliminar, o juiz dever absolver sumariamente o acusado quando verificar a existncia de excludentes de ilicitude e culpabilidade; de fato narrado que no constitua crime ou de extino de punibilidade. Tal deciso poder ser atacada por apelao.

DA AUDINCIA DE INSTRUO AOS RECURSOS DE GRAVAO

Ultrapassada a fase de absolvio sumria e recebida a denncia ou queixa, designado dia e hora da audincia e, neste mesmo ato, ser ordenada a intimao do acusado (ou querelado), do defensor e do MP. Nucci em sua obra aqui estudada faz uma crtica ao texto do artigo 399 do CPP. Ele afirma que defeituosa e merece reparo o texto da lei, sendo que: onde se l recebida denncia ou queixa, leia-se tendo sido recebida a denncia ou queixa, designar o juiz dia e hora... Estando o ru preso, dever ter requisitada sua presena para acompanhamento do ato. Caso no ocorra seu comparecimento estar autoridade cerceando seu direito de autodefesa.Em respeito ao princpio da identidade fsica do juiz caber ao juiz que presidiu a instruo julgar o processo.A audincia que ser una dever ser realizada num prazo mximo de 60 dias, devendo o magistrado prezar pela razoabilidade no caso de ru preso.Nessa assentada sero tomadas as declaraes do ofendido, testemunhas da acusao e defesa (nesta ordem), esclarecimento de perito, acareaes, reconhecimento de pessoas e coisas e por fim interroga-se o acusado, qual dever est acompanhado de seu patrono. As provas irrelevantes e julgadas protelatrias pelo juiz podero ser dispensadas pelo magistrado.Caso o autor ou ru necessite inquirir os peritos devero solicitar antecipadamente.Na instruo podero ser ouvidas at oito testemunhas de cada lado para cada fato criminoso. No se contam aquelas arroladas como declarantes ou informantes, pois sero tidas como testemunhas do juzo. Sendo as testemunhas arroladas no momento prprio, s podero ser substitudas por motivo maior. Poder, tambm, a parte que indicou testemunha desistir de sua oitiva, aps consulta a parte adversa, sendo que poder o juiz caso entenda necessrio ouvi-la. As provas sero produzidas em audincia, podendo as partes, ainda que encerrada a instruo, requerer diligncias complementares.As alegaes finais sero orais e na audincia, tendo em vista o princpio da celeridade processual ser dado o prazo de 20 minutos (acusao de defesa), prorrogveis por mais 10 minutos. Este prazo para cada ru. Caso tenha assistente de acusao ser dado, tambm, 10 minutos para explanao, sendo assim concedido mais 10 minutos para defesa. Emps sero os autos sentenciados.Poder, tambm, dependendo da situao apresentada o magistrado conceder um prazo de cinco dias para que as partes apresentem memorias, sendo assim ter o mesmo dez dias para sentenciar os autos.Caso surja necessidade de diligencias imprescindveis ao deslinde do caso poder o juiz concluir a sesso sem as alegaes finais.De todo o ocorrido ser lavrado em livro prprio ou digitado tais termos e arquivados em pastas prprias.Sempre que possvel, os registros de depoimentos do ru e testemunhas sero feitos por meio de recursos de gravao magntica, digital, audiovisual ou similar, com intuito de obter maior fidelidade das informaes. No caso de gravao audiovisual poder ser enviado cpia da mdia s partes.

DO TRIBUNAL DO JRI PARTE ESPECIAL

O autor faz um apanhado histrico da origem do tribunal do jri desde seu nascedouro no sculo XIII, expresso na constituio Inglesa, sendo j conhecido na Grcia e em Roma, passando pela Frana em 1789 e chegando ao Brasil no se sabe ao certo como, mas, talvez com a transmigrao do direito.No sculo XIX o jri instalou-se de vez em nosso pas por ato do prncipe Regente. Sendo atualmente expresso em nossa constituio desde 1988, em seu art. 5, XXXVIII. O jri um tribunal composto por um juiz togado, sendo este seu presidente, mais vinte e cinco jurados dentre os quais sero sorteados sete que comporo o conselho de sentena. tido como um rgo especial na justia de primeiro grau, tanto na esfera federal quanto estadual.O jri tem como competncia o julgamento de crimes dolosos contra a vida, ou seja, aqueles expressos nos arts. 121 caput, 1, 2, 122, 123, 124, 125, 126 e 127) todos do Cdigo Penal, no abarcando outros tipos de delitos. O procedimento do jri tem toda uma tramitao prpria disciplinada nos artigos seguintes, vejamos: do art. 406 a 412 se desenvolve a fase da instruo criminal e da acusao. A partir do art. 413 at 419, sero os autos analisados pelo magistrado para que ento decida sobre a condenao ou no do acusado. Do art. 420 em diante em no havendo recurso e sendo o ru pronunciado, estaro os autos prontos para serem levados ao julgamento pelo conselho de sentena.

FASE PRELIMINAR - DA ACUSAO A INSTRUO

A lei processual penal estabelece que a defesa preliminar, que dever ser escrita, dever ser apresentada aps o recebimento da denncia e da efetiva citao do acusado a qual dever ser pessoal ou por precatria, dentro dum prazo de dez dias. Na defesa o acusado alegar tudo o que for til a sua defesa, inclusive solicitando arrolamento de testemunhas que sero at oito, juntando desde logo seus nomes e qualificaes, bem como outras diligncias necessrias ao esclarecimento dos fatos. Quanto s excees sero elas processadas em autos apartados, no suspendendo, como regra, o andamento da ao penal.Caso o acusado no apresente a defesa, juiz dever nomear defensor dativo para que acompanhe o caso. Respeitando deste modo o princpio do contraditrio e da ampla defesa. Em se tratando de advogado que tenha abandonado seu cliente, o juiz no poder deixar que o ru ficasse privado de uma defesa tcnica, fazendo com que este seja substitudo nos termos acima citado, podendo nestes casos o magistrado comunicar o fato a OAB para providncias necessrias.Apresentada a defesa torna-se necessria a intimao da parte contraria para que se pronuncie sobre os fatos e fundamentos, alm de eventuais documentos ou diligncias levantadas pelo denunciado, e assim, o magistrado proceder, intimando o MP ou o querelante para que se pronunciem num prazo no superior a cinco dias.Com a efetiva oportunidade oferecida as partes, sero os autos conclusos ao juiz para que este analise todo o petitrio e debruado sobre tais documentos decida sobre as diligncias necessrias bem como marque dia e hora para realizao da audincia de instruo e julgamento dos autos.Nessa fase torna-se necessria a realizao de uma audincia que ser UNA, donde sero ouvidos o ofendido, as testemunhas da acusao, da defesa, caso sejam necessrio os esclarecimentos dos peritos. Podero ser realizados reconhecimentos de coisas ou pessoas, bem como acareao e por derradeiro ser interrogado o ru. Aps abre-se espao para o debate sendo ao final sentenciado os autos pelo magistrado. Saliente-se que caso haja ajuste entre as partes a ordem para oitiva das testemunhas poder ser alterada, o mesmo ocorrendo no caso de falta justificada de alguma das testemunhas, poder o magistrado a fim de evitar maiores delongas ouvir as que ali se encontrem, bem como designar nova data para oitiva das faltantes. Nessa mesma fase preza-se pela oralidade, sendo que cada parte ter vinte minutos para expor suas justificativas e defesas ao juiz presidente da sesso. Ao fim sero os autos conclusos ao juiz, que proferir sua sentena num prazo de at dez dias, nada o impede, caso entenda, que profira sua deciso na prpria assentada. Quanto ao prazo para concluso do procedimento que de 90 dias, tido como imprprio por muitos doutrinadores, pois muitas so as comarcas que por falta de serventurios encontram-se abarrotadas de processos sem que tenha uma tramitao de excelncia, sem contar que nada implica aos que do causa a tal retardo. O que magistrado deve ater-se ao fato do ru que encontra-se encarcerado pois caso tenha extrapolado tal prazo deve-se analisar a possibilidade da soltura do mesmo, sob pena de est-lo constrangendo.

DA SENTENA DE PRONNCIA, IMPRONNCIA, ABSOLVIO SUMRIA OU DESCLASSIFICAO E TRAMITAO DO FEITO

Embora seja uma deciso interlocutria que julga o acusado e o remete ao tribunal do jri a mesma tem traos de sentena, pois constam em seu corpo o relatrio a fundamentao e o dispositivo. O juiz Pronunciar o ru apenas quando disposto indcios de autoria e prova de materialidade do crime, encaminhando-o ao tribunal do jri, no analisando o mrito, o que caber apenas ao conselho de sentena. Essa sentena tem que ser fundamentada, alm de apreciar todas as teses da defesa, respeitando os exigidos em lei, ou seja, (indcios de autoria e prova de materialidade do crime), deve ele tambm falar sobre as causas de aumento de pena.Caso o crime seja afianvel dever o magistrado arbitrar desde logo o valor da fiana com vista a manuteno ou concesso da liberdade provisria, porm se o ru estiver preso o juiz decidir fundamentadamente sobre a revogao, manuteno ou substituio da medida. Caso o ru tenha bons antecedentes, poder aguardar em liberdade. Assim como na pronncia o juiz Impronunciar o ru quando no estiverem presentes indcios de autoria e prova de materialidade do crime. Essa sentena tem que ser fundamentada no que levou o juiz a ter tal convencimento. Ressalto que essa deciso no analisa o mrito da causa, por isso no produz coisa julgada material; havendo novas provas, poder ser proposta nova ao, desde que no tenha ocorrido a extino da punibilidade. A deciso interlocutria de Absolvio Sumria ocorre quando o juiz absolve o ru com base em prova de que o fato no existiu. No restar provado nos autos autoria ou participao do ru. Quando o fato for atpico e Quando estiver demostrado a existncia de causa que exclua a antijuricidade ou isente o ru de pena. A Desclassificao ocorre quando o juiz se convence da existncia de infrao penal que no corresponda a crime doloso contra a vida, no sendo, portanto, de competncia do tribunal do jri. Assim, afim de no invadir a esfera de competncia do juiz singular e proferir um prejulgamento dos fatos, o juiz presidente do tribunal do jri no poder dizer para qual delito desclassificou. Proferida a desclassificao estes autos sero enviados ao juzo competente (juiz singular). Assim como nos antecedentes dada atravs de deciso interlocutria.Tratando dos recursos cabveis nessa fase, caber no caso de sentena de impronncia a apelao, o mesmo ocorrendo nos casos da absolvio sumria. Caso o magistrado depare-se diante dum erro material na denncia do fato criminoso, dever ignorar tal erro e enquadrar o acusado dentro do delito correto, determinando, se for o caso pelo crime mais grave. Porm deve o magistrado ater-se aos fatos descritos na denncia, pois ali estar descriminado todo o fato criminoso, caso tambm detecte insuficincia na defesa do ru, fato que o prejudicar, abrir vista ao seu patrono para que venha a suplementar a pea processual, abrindo-se prazo posteriormente, a parte contraria para que se manifeste nos autos.O magistrado, no momento que for pronunciar ou impronunciar o ru, verificando que existem indcios de autoria ou participao de outros sujeitos os quais no foram includos na denncia, dever enviar os autos ao Ministrio Pblico para que o mesmo tome as providncias necessrias num prazo no superior a quinze dias.O juiz dever ter muito cuidado no momento da anlise da desclassificao do fato criminoso, pois neste momento o tribunal do jri deixa de ter competncia na anlise do caso, passando tal competncia ao juzo singular que o julgar. Como no exemplo da desclassificao de um homicdio tentado para leso corporal, nesse caso o juiz da vara do jri deve abster-se de definir a espcie de leso, passando tal competncia ao seu colega singular. Vale tambm ressaltar que estando o ru preso, dever assim continuar at posterior apreciao do juiz singular.A intimao da deciso de pronncia deve ser feita pessoalmente ao ru, independente de ser afianvel ou inafianvel o crime. Caso no seja o ru encontrado poder o mesmo ser intimado atravs de edital tendo-se assim sua intimao presumida. Ao defensor nomeado pelo juzo e ao representante do ministrio pblico sero feitas pessoalmente, j os defensores constitudos, ao querelante e ao assistente de acusao sero intimados por edital publicado no dirio da justia. Caso o ru solto no seja encontrado, mesmo aps publicao de edital, no sendo mais expedido mandado de priso contra a sua pessoa, sendo inclusive possvel a realizao da sesso sem a sua presena.Estando preclusa a deciso de pronuncia, sero os autos conclusos ao juiz presidente do jri para que este verifique se existem novas situaes que modifiquem a classificao do fato criminoso e caso sejam detectados, sero os autos remetidos ao ministrio pblico para que este se pronuncie acerca dos fatos novos, sendo em seguida julgado pelo juiz presidente.

DA PREPARAO DOS AUTOS PARA JULGAMENTO EM PLENRIO

Aqui nasce a segunda fase do processo do jri, antigamente existia o libelo crime acusatrio e a contrariedade ao libelo acusatrio, tais fases foram suprimidas pela lei 11689/2008 a qual passou a prev que: sendo os autos recebidos pelo magistrado presidente do jri proceder ele com a intimao do ministrio pblico ou do querelante, quando tratar-se de ao privada, e do defensor; para que, no prazo de cinco dias, apresentem as testemunhas, num nmero no superior a cinco, as quais deporo sobre o fato em julgamento. Esse momento dado as partes para que estas, querendo, juntem documentos e faam requerimentos de diligncias.

DA PREPARAO DO PROCESSO PARA JULGAMENTO EM PLENRIO

Visto que a deciso de pronuncia foi preclusa, os autos sero dirigidos ao Juiz-Presidente do Tribunal do jri, conforme preceitua o artigo 421, CPP. Sero devidamente intimadas, as partes, acusao e defesa, tendo um prazo de 5 (cinco) dias, para apresentarem o rol de testemunhas, composto por at 5 (cinco) testemunhas que iro depor em plenrio, indicando ainda quais sero os meios que ainda desejam produzir, sendo facultada a juntada de documentos e o requerimento de diligncia, conforme vem exposto no artigo 422, CPP. Caso haja um assistente de acusao este dever ser intimado, para exercer o que vem preceituado no artigo 271, CPP. Caso o Ministrio Pblico no venha arrolar o nmero mximo de testemunhas, poder o assistente completar o rol. Ao ver que se houver uma reunio de processos conexos, surge ai um problema, sendo este, como pode sustentar que o nmero mximo de testemunhas sejam o de 5 (cinco). Diante de tal questionamento percebe-se que o limite de testemunhas para o fato e no para a acusao ou a defesa, ou para cada processo. J que no pode haver o risco de que o procedimento do jri seja embaraado, o ideal se promova de forma facultativa a separao dos processos, conforme vem fundamentado no art. 80, CPP.Como o julgamento ser realizado pelo Tribunal do Jri e no mais pelo juiz singular, dever as partes se ocupar do convencimento dos membros do conselho de Sentena. Todavia, no somente a prova testemunhal como tambm quaisquer outros meios de provas que tenham o mesmo propsito devero ser repetidos. A prova pericial por ser intuitiva, dispensar novo laudo, ao menos como regra, porm ser permitido que preito(s), Oficial(ais), assim como eventuais assistentes tcnicos j admitidos em juzo, sejam intimados para esclarecimentos, no que tange suas convices. Caber ao Juiz-Presidente fazer um saneamento do processo, para que possa solucionar eventuais irregularidades e determinar as providncias que se faam necessrias, incluindo a apreciao de requerimentos apresentados pelas partes, podendo admitir ou indeferir provas, aps isso ser realizado um relatrio sucinto do processo, determinando sua incluso em pauta da reunio do Tribunal do Jri.

DO ALISTAMENTO DOS JURADOS

Conforme vem expresso no artigo 425, do CPP, cabe ao juiz-presidente do Tribunal do Jri, anualmente, organizar a lista geral dos jurados. Sendo alistados pelo presidente do Tribunal do Jri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas que possuam mais de 1.000.000 (um milho) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas com mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor populao. At o dia 10 de outubro de cada ano dever ser publicada pela imprensa a lista geral dos jurados, com indicao das respectivas profisses, sendo divulgada em editais afixados porta do tribunal do Jri. Conforme preceitua o artigo 426, do CPP.Vale ressaltar que a lista poder ser altera de ofcio ou mediante a realizao de reclamao por parte de qualquer pessoa ao juiz-presidente, at o dia 10 de novembro, data de sua publicao definitiva. Deixando de caber o recurso no sentido estrito, o qual mediante o prazo de 20 dias era cabvel. Os nomes e endereos dos alistados, vo ser verificados de igual modo na presena do Ministrio pblico, de advogado indicado pela Ordem de Advogados do Brasil e de defensor que sero indicado pelas Defensorias Pblicas competentes, e iro permanecer guardados em uma urna fechada a chave, mediante responsabilidade do juiz-presidenteSero excludos da lista geral os jurados que tenham feito parte do Conselho de Sentena nos 12 (doze) anteriores meses publicao da lista geral.Anualmente de forma obrigatria a lista geral de jurados ser completada.Os requisitos para que a pessoa venha poder se tornar um jurado so os seguintes: deve ser brasileiro nato ou naturalizado, maior de 18 anos, ter notria idoneidade, ser alfabetizado, e estar no perfeito estado de gozo dos direitos polticos, ser residente na comarca e de regra no poder sofrer nenhum tipo de deficincia que altere os sentidos ou as faculdades mentais. O artigo 437 do CPP traz um rol daqueles que esto insetos do servio do jri, a ttulo de exemplo, podemos citar: O presidente da repblica e seus ministros de Estado, os governadores e seus secretrios, os membros do poder legislativo, em qualquer esfera legislativa. Entre os demais que so expressamente elencados no artigo supracitado.

DO DESAFORAMENTO

De acordo com o que est contido no artigo 427, do CPP. Se o interesse da ordem pblica o reclamar ou se houver dvida sobre a imparcialidade do jri ou sobre a segurana pessoal do ru, o tribunal (de segunda instancia), por meio de requerimento de qualquer uma das partes, sendo incluso a figura do assistente de acusao, ou mediante representao do juiz, poder ser determinado o desaforamento do julgamento, passando para uma outra comarca da mesma regio, onde no venham existir tais motivos, lembrando que deve-se dar preferncia daquela comarca mais prxima. O Relator, no tribunal vindo entender relevantes fundamentos, poder optar pela suspenso do julgamento pelo jri, desde que faa de forma motivada, se o juiz-presidente no venha ser o autor do pedido de desaforamento, ele ser ouvido acerca da providncia tomada pelo Relator. Se houver atraso superior a 6 (seis) meses na realizao do julgamento, contados a partir do trnsito em julgado da deciso de pronncia, quando fundado em excesso de servio no foro judicial, nesta hiptese poder ocorrer o desaforamento, conforme preceitua o (art. 428, CPP).

DA ORGANIZAO DA PAUTA

Se no houver um motivo relevante que autorize alterao na ordem dos julgamentos, vo ter preferncia: os acusados presos; dentre os acusados presos, aqueles que estiverem h mais tempo na priso; em igualdade de condies, os precedentemente pronunciados.Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunio peridica, ser afixada na porta do edifcio do Tribunal do Jri uma lista, a qual conter os processos que sero julgados, de forma que obedea a ordem prevista nocaputdo artigo 429 do CPP.O juiz presidente vai reservar datas na mesma reunio peridica para que possa ser feita a incluso do processo que tenha o julgamento adiado.

DO SORTEIO E DA CONVOCAO DOS JURADOS

Aps realizada a organizao da pauta, o juiz presidente realizar a intimao, em dia e hora designados, do Ministrio Pblico, da Ordem de Advogados do Brasil e da Defensoria Pblica para que possam acompanhar o sorteio dos jurados que atuaro na reunio peridica. O sorteio ser realizado pelo juiz e ser feito de portas abertas, onde o juiz retirar 25 (vinte e cinco) cdulas que conste os nomes dos jurados, para a reunio peridica ou extraordinria. Vale lembrar que o sorteio ser realizado entre o 15 e o 10 dia til antecedente instalao da reunio e a se as partes no comparecerem a audincia de sorteio no ser adiada, alm disso, o jurado que no for sorteado, poder ter o seu nome incluso em reunies futuras. O meio que os jurados sorteados sero convocados ser atravs de correio ou por qualquer outro meio hbil, para que possa ter de fato a sua presena no dia e na hora que foi designado para a reunio, sob penas da lei. No edifcio do tribunal do jri, mais precisamente na porta do edifcio, sero afixados a relao dos jurados convocados, os nomes dos acusados e dos procurados das partes, assim como os dias, os horrios e local das sesses de instruo e julgamento.

DA FUNO DO JURADO

Com base no artigo 436 do CPP notrio que o servio do jri obrigatrio, o alistamento atingir aos cidados maiores de dezoito anos e no vinte e um anos como constava na antiga redao legal. Nenhuma pessoa poder vir a ser excludas dos trabalhos do jri, ou at mesmo deixar de ser alistado por motivos que envolvam cor ou etnia, raa, credo, sexo, profisso, classe social ou econmica, origem ou grau de instruo. Caso venha ocorrer de forma injustificada uma recusa ao servio do jri, a pessoa ser multada no valor de um a dez salrios mnimos de acordo com o critrio do juiz constituindo crime de desobedincia, que estipular o valor a depender da condio econmica do jurado. J no que tange o artigo 437 do CPP pode ser observado um rol daqueles que esto isentos do servio do jri, a ttulo de exemplo podemos citar: presidente da repblica e os ministros de Estado; os governadores e seus respectivos secretrios; os militares em servio ativo; os prefeitos municipais e os cidados maiores de setenta anos que requeiram sua dispensa, alm dos outros citados no artigo supracitado. A escusa de conscincia nada mais do que a recusa do cidado em submeter-se a obrigao legal a todos impostos, por motivos de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, diante disso caber a este cidado a prestao de servio alternativo, sob pena de suspenso dos direitos polticos, enquanto no for realizada a prestao de servio imposto. Vale ressaltar que servio alternativo entendido como atividades de carter administrativo, assistencial, filantrpico ou mesmo produtivo, no poder judicirio, na defensoria pblica, no ministrio pblico, ou em qualquer entidade conveniada para estes fins. luz do artigo 440 do CPP pode-se observar os seguintes privilgios que so concedidos aos jurados que exercem as suas efetivas funes: presuno de idoneidade e preferncia, em igualdade de condies, nas licitaes pblicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou funo pblica, bem como nos casos de promoo funcional ou remoo voluntria (CPP, art. 440). Se o jurado no comparecer ao dia marcado da audincia ou se sair da mesa sem ser dispensado pelo presidente, sofrer a punio de uma multa no valor de um a dez salrios mnimos a critrio do juiz de acordo com a sua condio econmica. A escusa s ser aceita diante de motivo relevante devidamente comprovado, ressalvadas as hipteses de fora maior, at o momento das chamadas dos jurados.

DA COMPOSIO DO TRIBUNAL DO JRI E DA FORMAO DO CONSELHO DE SENTENA

Com fulcro no artigo 447 do CPP a composio do Tribunal do Jri composta da seguinte forma: existe um juiz togado, seu presidente, vinte e cinco jurados dos quais sete sero escolhidos de forma sorteada e esses sete iro constituir o conselho de sentena em cada sesso de julgamento. Antes do sorteio caber ao juiz advertir os jurados dos impedimentos elencados do artigo 448 do CPP, referente a impossibilidade do jri ser composto por parentes que tenham o grau de parentesco expresso no referido artigo. Diante da atual redao do artigo 449 do CPP e seus incisos, o jurado que tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; que, no caso de concurso de pessoas, houver integrado o conselho de sentena que julgou o outro acusado; e, por fim, tiver manifestado prvia disposio para condenar ou absolver o acusado, no poder servir. Ao findar notrio que o mesmo conselho de sentena poder conhecer mais de um processo, no mesmo dia, se assim for aceito pelas partes, nesta hiptese os integrantes devero realizar a prestao de um novo compromisso.

DA REUNIO E DAS SESSES DO TRIBUNAL DO JRI

O tribunal do jri se rene para sesses de instruo e julgamento em perodos e forma estabelecida de acordo com a lei local de organizao judiciria. Se o Ministrio Pblico no comparecer com o seu representante, cabe ao juiz presidente estabelecer na prxima data cabvel o julgamento, a falta deve ser justificada. Se o advogado do acusado no comparecer, o mesmo deve estabelecer um substituto, se este no estiver presente, o fato deve ser relatado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.O Julgamento no ser adiado caso o acusado solto no comparecer, os motivos de no comparecimento devero ser comprovados. Se o acusado preso no for conduzido, o julgamento ser adiado para a prxima data cabvel.

JULGAMENTO EM PLENRIO

Ao ingressar no plenrio, juntamente com o representante do ministrio pblico, de certo j deve tambm estar presentes o ru e seu defensor, o juiz, como primeira tarefa, recolher dentro de uma urna o nome dos jurados presente. De regra deve existir 25 nomes, mas pode-se comear contendo apenas 15. Como tambm o escrivo antes de comear a sesso perceber o nmero abaixo para ter o incio avisa ao juiz, o mesmo deve fazer um sorteio dos suplentes, redesignando a sesso.Feito a chamada dos jurados, publicamente, e os mesmo estando presentes, coloca-se na urna novamente dessa forma iniciando a sesso, determinando que o oficial faa o prego. Nesse ponto, as testemunhas j devem estar presentes numa sala especial, incomunicveis. As partes posicionadas em seus lugares. Dessa forma, o juiz pode anunciar o processo que ser julgado ou pedir ao oficial que faa o anuncio.Os jurados que no aparecerem, ou deixar o lugar antes da dispensa oficial, sem causa legitima, ficam sujeitos a multa, de um a dez salrios mnimos. Qualquer forma de no comparecimento dever ser fundamentada antes do momento da chamada para o Juiz.O no comparecimento do representante do ministrio pblico acarreta na no realizao do julgamento. O no comparecimento deve ser justificado com razo plausvel e no somente por interesse pessoal, naturalmente a sesso ser adiada. No mximo o que pode acontecer haver um substituto legal, indicado pelo prprio Ministrio Pblico, dessa forma substituindo o colega faltoso, no havendo o substituto legal, deve o juiz adiar o julgamento.No comparecendo o defensor constitudo, sem justificativa fundamentada, o juiz deve adiar o julgamento, nomeando outro profissional para reivindicar os interesses do ru, declarado indefeso. Logicamente, caso o advogado do ru de sua confiana, mesmo que afastado do processo, comparecer na sesso pode assumir a causa. Cabe salientar que a falta sem motivo do defensor permitir apenas um adiamento da sesso, para a prxima data ser intimada a Defensoria Pblica para assumir a causa.O ru solto pode estar presente ou no em seu julgamento em plenrio, naturalmente se deseja acompanhar o julgamento e por motivo de fora maior no puder comparecer, deve o juiz adiar a sesso, para garantir a autodefesa. O ru preso, de obrigao do Estado conduzir at o recinto do frum, se tal medida no for feita, o julgamento adiado para o primeiro dia cabvel para a realizao.O no comparecimento da testemunha sem justificativa, acarreta a uma conduo coercitiva, dessa forma adiando o julgamento para a primeira data cabvel, pode ainda levar a testemunha a responder processo por desobedincia. importante lembrar da separao das testemunhas em salas especiais, com o propsito de evitar que ouam os depoimentos de ambas as partes. Essa pratica a garantia de um depoimento pela a busca da verdade, lgico que as testemunhas podem ser orientadas a mentir, mas o propsito dessa prtica de separao de evitar que as testemunhas se deixem levar pelo acompanhamento do processo, dessa forma alterando o contedo que tinha para narrar.

DEBATES

Com o termino da inquirio das testemunhas, o juiz passar a palavra para o rgo acusatrio, que ter uma hora e meia para sustentar a acusao. Com o trmino da exposio das provas, pode o Ministrio Pblico pedir a absolvio do ru, tambm em certos casos a condenao. De acordo com o caso, pedir simplesmente a absolvio pode favorecer a acusao, pois o Conselho de Sentena pode acabar no dando crdito palavra do defensor. De certo ambas as partes devem respeitar os jurados, expondo de forma contundente e leal as provas existentes para dessa forma manifestar seu pensamento a respeito.A Manifestao do assistente de Acusao deve ser garantida pelo juiz, pois um direito da vtima atravs de seu procurador, o ideal o promotor e o assistente entrarem em acordo de como dividiro o tempo, comunicando ao juiz. O promotor no est obrigado a sustentar o que o acusador particular diz, podendo ele discordar, apresentando seu ponto de vista com total liberdade. Terminada a acusao, a defesa ter o prazo de uma hora e meia para a manifestao.Ao trmino da manifestao da defesa, o juiz consulta a acusao caso queira replicar, se for de sua vontade tem mais uma hora, se no encerram os debates. Aps a rplica, cabe a defesa a trplica por tambm mais uma hora. Admite-se a reinquirio de qualquer testemunhas j ouvida e que no tenha sido dispensada, tudo isso dentro do seu prazo de uma hora. Se houver mais de um acusado, o tempo da acusao e da defesa ser em relao a todos, acrescido de uma hora na rplica e trplica.No ser permitida a leitura de documentos ou a exibio de objetos que no tiver sido juntada aos autos, com a cincia da parte contraria, com antecedncia de no mnimo trs dias, para que no haja inovao na produo de provas, incluindo tambm vdeos, gravaes, quadros, fotografias, entre outros, cujo o contedo verse sobre matria ligada diretamente ao processo. No prazo de trs dias computa-se o dia do julgamento, por isso o prazo mnimo para a juntada de provas.

DO QUESTIONRIO E SUA VOTAO

Os quesitos so as perguntas, que demandam como resposta a emisso de uma opinio ou um juzo. O Brasil seguiu modelo francs de jri, atribui-se ao conselho de sentena a tarefa de apreciar os fatos e no somente dizer se culpado ou inocente, por isso considera-se o jurado um juiz de fato enquanto o presidente da sesso o juiz do direito. Os jurados so indagados sobre os fatos e no sobre as teses, as concluses dos jurados extrado pelo conjunto de respostas dadas aos quesitos. O sistema brasileiro, torna o questionrio, que o conjunto dos quesitos, uma peregrinao em busca da soluo jurdica para o caso oferecido a julgamento. O conselho de sentena pode chegar a votar numerosos quesitos at chegar a uma soluo. Esse sistema permite uma viso mais apurada do modo e as razes pelas quais o Conselho de Sentena resolveu condenar ou absolver o ru, dessa forma torna-se mais fcil recorrer contra um veredicto que, demonstra qual foi exatamente o ponto no aceito pelo jri, do que contra uma deciso que se limita apenas a dizer se o ru culpado ou inocente.

DA SENTENA A LAVRATURA DA ATA DOS TRABALHOS

Ao fim da apurao dos votos dos jurados, dever o magistrado exarar a sentena, a qual foi fundamentada pelo conselho de sentena, devendo o magistrado, apenas, ater-se a fixao da pena que seguira a norma contida nos art. 68 do cdigo penal.Caso os jurados decidam pela absolvio do ru, o juiz ao exarar a sentena que ser absolutria, dever coloc-lo em incontinenti liberdade, caso o ru no esteja encarcerado por outro delito, revogando-se as medidas restritivas que eventualmente tenham sido decretadas e, se o for caso, impondo-lhe medidas de segurana, caso verifique o estado de inimputabilidade do ru, sendo que nesse caso a sentena ser absolutria imprpria. Saliente-se que NUCCI (2010) a diferena entre a sentena prpria e a imprpria.

A prpria aquela que o conselho de sentena altera a figura penal descrita na pronuncia para outra. Sendo imprpria quando os jurados afirmam os dois primeiros quesitos, mas, por conta da votao de outro qualquer - podendo ser ou no de tese defensiva e terminam concluindo que no houve dolo, mas simples crime culposo contra a vida.

Tambm, com base no veredicto, o juiz analisar a possiblidade de decretao de priso cautelar ou de eventual revogao, caso encontre-se encarcerado o ru. Por fim o juiz dever estabelecer os efeitos especficos e genricos da condenao.No caso de desclassificao do delito dever o magistrado estar alerta para possvel aplicao dos benefcios da lei dos juizados especiais criminais. O mesmo sendo adotado nos casos de desclassificao dos crimes conexos que no sejam dolosos contra a vida os quais sero julgados pelo juiz presidente do jri, sendo aplicando, tambm, a lei dos juizados criminais. A sentena se tornar pblica com sua leitura na mesma sesso, donde o juiz dever a ler para todos os presentes, rus, advogados, ministrio pblico e plateia, sendo que todos devero comportar-se em silncio a fim de no atrapalhar o ato. Assim estar sentena publicada, caso o ru ou seu patrono no estejam presentes no ser considerada nulo tal ato, visto que os mesmos j foram intimados para comparecimento a sesso de julgamento.A ata da sesso a lavratura de todo ocorrido na sesso, com pedidos e protestos dos patronos do ministrio pblico e auxiliares, bem como do magistrado. Constar tambm a data e horrio do incio dos trabalhos, nomes e prenomes do magistrado presidente bem como dos jurados participantes, dos faltosos e suas eventuais penalidades, os pedidos ou justificativas dos ausentes, a lista dos suplentes dentre outros requisitos indispensveis elencados no art. 495 do CPP. Ressalte-se que um ato atribudo ao escrivo mas que na prtica dirigido pelo magistrado.A assinatura das partes imprescindvel, pois antigamente apenas o juiz e promotor assinavam a ata gerando com isso um desconforto para os demais coadjuvantes ali presentes (assistentes de acusao ou defensor).A assinatura ato importantssimo, pois muitas vezes a ata s ser apresentada posteriormente, por isso a assinatura naquele momento tornar-se indispensvel uma forma de gerar garantia que aquele documento no teve seu teor modificado.Caso no seja lavrada a ata ser o escrivo bem como do magistrado presidente do jri podero ser responsabilizados pela omisso, arcando, inclusive, com sanes de natureza penal e administrativamente. Apesar de ter direcionamento para responsabilidade do escrivo, ter o juiz responsabilidade nesta falta, pois o juiz quem preside a cesso sendo ele responsvel por toda organizao para realizao do mesmo.

DAS ATRIBUIES DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JRI

O artigo 497 do CPP regula a respeito das atribuies do Presidente do Tribunal do Jri, que so determinar, de ofcio ou a requerimento, as diligncias destinadas a sanar nulidades ou suprir falta que prejudique o esclarecimento dos fatos (XI); nomear defensor ou acusado, quando consider-lo indefeso, dissolvendo o Conselho e designando nova data (V), bem como resolver as questes incidentes que no dependam de pronunciamento do Jri (IV).

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONRIOS PBLICOS

Quando utilizamos a expresso crimes de responsabilidade no estamos fazendo meno s infraes polticas previstas na Constituio Federal que so direcionadas a determinadas autoridades pblicas, no caso em estudo estamos tratando de crime comum. Existe uma condio especfica da ao, como vem previsto no artigo 513 do CPP. Esta condio exige que a denncia ou a queixa venham acompanhas de documentos ou justificao que faam presumir que exista o delito, ou ento deve vir acompanhada de uma declarao fundamentada da impossibilidade de que sejam apresentadas qualquer uma dessas provas.A ttulo de conhecimento, na Antiguidade, mais precisamente no antigo cdigo criminal do imprio, era proibido que fosse realizada a instaurao de inqurito policial contra funcionrios pblico, notando-se assim que na poca havia uma significativa preocupao com a iniciativa penal instauradas contra servidores pblicos, por crimes praticados contra administrao. Sabendo que uma ao penal dessa natureza pode trazer graves consequncias e transtornos para o desenvolvimento da atividade administrativa, o legislador entendeu que deve existir um suporte mnimo de prova para que tal demanda possa ser ajuizado. Caso venha o juiz ser convencido pela resposta do acusado ou do seu defensor da inexistncia do crime ou da improcedncia da ao, rejeitar a queixa ou a denncia, em despacho fundamental. Sendo a denncia ou a queixa recebida, o acusado ser citado, na forma que vem estabelecida no captulo I do ttulo X do livro I.

PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA

O captulo III dos procedimentos especial aborda os processos e julgamento de todos os delitos contra a honra (calunia, injuria e inclusive a difamao).Cabe destacar que realizada a fase especial do procedimento, segue-se o rito ordinrio. Alm disso, o procedimento especial no aplicvel s aes penais pblicas, visto que os interesses do Estado so indisponveis.O procedimento especial consiste na tentativa do juiz oferecer s partes uma oportunidade de conciliao, procedimento que deve ser realizado antes do recebimento da queixa (art. 520 do CPP). Na sequncia, ser designada audincia de conciliao obrigatria, a qual implicar na nulidade dos atos caso a mesma no seja realizada. Na hiptese do no comparecimento de um dos sujeitos, presumir-se- o seu desejo de no conciliar.Todavia, caso haja conciliao entre os litigantes, deve o querelante assinar o termo de desistncia e a queixa ser arquivada (art. 522 do CPP).O querelado pode apresentar exceo da verdade ou notoriedade do fato imputado, podendo o querelante apresentar contestao exceo no prazo de dois dias, cabendo ao querelante provar efetivamente o crime praticado pelo querelante (art. 523, CPP). Provado a exceo, falece o direito do ofendido/querelante de alcanar a condenao.

PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA PROPRIEDADE IMATERIAL

Os crimes contra a propriedade imaterial podem ser definidos como aqueles que violam a atividade criadora das pessoas, trabalho fruto do intelectual, o qual esbara no direito patrimonial.A propriedade imaterial foi resguardada pela Constituio Federal em seu art. 216. Alm do dispositivo constitucional, NUCCI (2010) destaca outros dispositivos na legislao ordinria que tambm protegem a atividade imaterial, no Cdigo Penal (violao de direito autora arts. 184 e 186); na Lei 9.279/96 (crimes contra as patentes arts. 183 a 186; crimes contra os desenhos industriais arts. 187 e 188; crimes cometidos por meio de marca, ttulo de estabelecimento e sinal de propaganda art. 191; crimes contra indicaes geogrficas e demais indicaes arts. 192 a 194; crimes de concorrncia desleal art. 195).Em sua maioria os crimes contra a propriedade imaterial so de ao exclusivamente privada, cuja ao deve ser promovida pelo ofendido. Excetuam-se os crimes cometidos contra os entes da administrao pblica.Nessa modalidade de delito, havendo crimes no transeunte, ou seja, crime de deixam vestgios, a denncia ou queixa s ser recebida acompanhada do exame pericial (art. 225 do CPP), trata-se de dispositivo que garante a maior segurana para constata o cometimento do delito.No caso de aes privadas, iniciadas por queixa, utiliza-se o procedimento previsto nos arts. 524 a 530 do CPP. Se tratando de aes pblicas, o procedimento adotado o previsto nos arts. 530-B a 530-H, devendo destacar que o exame de corpo de delito ainda indispensvel, mesmo que realizado nos moldes do artigo 530-D do CPP.Na ao privada, a diligncia para realizao de busca e apreenso ser requisitada pelo ofendido ao juiz, o qual designar ao oficial de justia, juntamente com dois peritos a realizar da diligncia. O requerimento deve vim acompanhado de sua fundamentao, devendo ser demonstrado sua legitimidade e interesse, bem como deve haver a participao do Ministrio Pblico.Somente aps a diligncia que o acusado tomar cincia da investigao. Nota-se que cabe ao perito determinar a necessidade ou no da apreenso do material. Na hiptese do perito optar pela no apreenso dos produtos, o requerente poder impugnar o laudo, que se for acolhido pelo juiz, determinar a apreenso, situao que cabe mandado de segurana pelo lesado. A deciso que denega o mandado de segurana irrecorrvel.Com o encerramento da diligncia, cabe ao magistrado homologar o laudo pericial (art. 528 do CPP), cabendo ao lesado o recurso de apelao para reviso da deciso que homologou o laudo pericial.O art. 529 do CPP determina que o Requerente tem um prazo decadencial de 30 dias, a contar da homologao do laudo pericial, para propor a queixa crime. O prazo decadencial no se interrompe, muito mesmo pode ser prorrogado.Cabe destacar a existncia de dois prazos decadenciais sucessivos. A partir do momento que o ofendido tomar cincia da autoria do crime contra propriedade imaterial, o mesmo ter seis meses para a propositura da ao penal. Se durante esse perodo for realizado diligencia e o laudo pericial for concludo, o ofendido ter o prazo de 30 dias para agir.No caso de priso em flagrante, o prazo decadencial de 30 dias ser reduzido para oito. No caso de ao privada, aps o prazo de oito dias, no poder o ofendido oferecer queixa. Se tratando de ao pblica, poder o ministrio pblico apresentar denncia.Quando falamos da ao penal pblica nos crimes contra a propriedade imaterial est ser proposta pelo Ministrio Pblico, cujo o primeiro passa acionar a autoridade policial para efetuar a apreenso dos bens ilimitadamente produzidos, bem como todo o material utilizado para produzir os bens, conforme disposto no art. 530-B do Cdigo de Processo Penal.Aps a apreenso, lavrar-se- termo, assinado por duas ou mais testemunhas, com a discriminao de todo material apreendido, com base no art. 530-C do CPP. A percia ser realizada por perito oficial, na falta deste, ser feita por pessoa tecnicamente habilitada (art. 530-D, CPP).Na ao penal pblica o titular o parquet, porm, os bens apreendidos ficam nas mos do Estado. Todavia, conforme disciplinado no art. 530-E do CPP, os bens apreendidos podem ser utilizados para indenizar o ofendido, destinando-se ao lesado para reparao de seu dano.Poder a vtima requisitar ao juiz a destruio dos bens produzido/reproduzidos, ressalvando a preservao de material suficincia para provar a existncia do crime (art. 530-F, CPP).Alm disso, o art. 530-G preceitua que o juiz poder, ao momento em que prolatar a sentena, designar os bens apreendidos em favor da Unio, desde que os bens no sejam ilcitos.Por fim, aps o recebimento da denncia ou queixa, segue-se o rito ordinrio.

PROCEDIMENTO SUMRIO

Entende-se por sumrio aquele procedimento que possui cognio simplificada, resumido, sem formalidades. Portanto, nas palavras de Guilherme de Souza Nucci (2014) o objetivo do procedimento sumrio simplificar a finalizao do procedimento ordinrio.O procedimento sumrio aplicvel nos casos de crimes cuja sano mxima aplicada inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade.Apresentada a denncia ou queixa, a mesma poder contar com at 5 testemunhas, vide art. 532 do Cdigo de Processo Penal. Na sequncia, far-se- citao do acusado para, querendo, apresentar sua defesa, por escrito, no prazo de 10 dias.Na defesa previa, dever o acusado apresentar toda matria de seu interesse, as excees sero processadas na forma do dispositivo dos arts. 95 a 112 do CPP. Aps a apresentao da defesa previa, poder o juiz absolver sumariamente o acusado com base no artigo 397 do CPP. Caso no o absolva, dever designar audincia de instruo e julgamento.A audincia dever ser realizada no prazo mximo de 30 dias, na qual ser toma as declaraes do ofendido, o depoimento das testemunhas e eventuais provas periciais. Ao final da audincia, haver o interrogatrio do acusado, conforme artigo 531 do CPP. Caso haja testemunhas que residem em outra comarca, expedir-se- carta precatria logo aps a defesa previa, podendo tambm essa testemunha prestar seu depoimento por meio de videoconferncia.Cabe destacar que prazo para realizao da audincia de instruo, cuida-se de prazo improprio, portanto, caso a audincia no se realize dentro do prazo, no h sano pelo descumprimento.Ao termino da apresentao das provas, inicia-se os debates orais. As partes tm 20 minutos para apresentar suas consideraes, interregnos que pode ser prorrogado por mais de 10. Caso haja assistentes, tanto de defesa como acusao, tero 10 minutos para se manifestar, vide art. 534 do CPP.

DO PROCEDIMENTO DE RESTAURAO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUDOS

Entende-se por autos todos os documentos e demais escritos (peties) que formam o(s) volume(s) a ser compulsado pelo juiz e pelas partes. O extravio consiste na perda ou desaparecimento, enquanto a destruio a runa ou extino.No caso de perda ou destruio dos autos, a reparao deve ser feita para que haja o prosseguimento do processo, independentemente da punio pelo responsvel.Cabe destacar que a restaurao dos autos tambm diz respeito ao inqurito policial, visto que o mesmo integrado aos autos do processo aps o oferecimento da denncia ou queixa.Na hiptese de haver cpias autenticadas ou certides do processo, no h necessidade do procedimento completo de restaurao dos autos, conforme postulado pelo art. 541 1, CPP. No caso de no haver cpias autenticadas far-se- o procedimento mais complexo, restaurando os principais atos processuais dos autos, vide art. 541 2, CPP, devendo observar uma ordem hierrquica de procedimentos. Primeiro deve o escrivo certificar o estado em que o processo se encontrava; segundo, dever requisitar dos rgos pblicos cpias do que constar nos autos; terceiro, dever as partes serem intimadas para o procedimento de restaurao dos autos.A competncia para realizar a restaurao dos autos sempre o juzo originrio, mesmo nos casos dos autos extraviados na segunda instancia (art. 541 3 do CPP).O juiz designar audincia para ouvir as partes, para que as mesmas possam fornecer elementos importantes para restaurao dos autos (art. 542 do CPP).Compete ao juiz providenciar, caso no haja sentena proferida, a reinquirio das testemunhas, substituindo-se as que j faleceram ou esto em lugar incerto (art. 543, I, CPP). Alm disso, com ou sem sentena, dever determinar a realizao de novos exames periciais, preferencialmente pelo mesmo perito (art. 543, II, CPP), salvo em caso de haver cpia das pericias realizadas anteriormente. Podem ainda ser ouvidos todos os funcionrios da justia ou de outros rgos que lidaram com o processo (art. 543, IV, CPP).O prazo para restaurao dos autos de vinte dias, porm trata-se de prazo improprio, ou seja, pode ser prorrogado sem que haja qualquer sano processual (art. 544, CPP). Alm disso, depois de todo o processo, ainda permite a lei que, concluso os autos para sentena de restaurao, possa o juiz requisitar maiores esclarecimentos demonstrando a particular cautela que deve haver para recuperar aquilo que foi perdido (art. 544, pargrafo nico, CPP).No decurso no procedimento de restaurao dos autos pode ser demonstrado a responsabilidade pela perda dos autos. Nessa situao, tendo havido desleixo ou m-f, responder a parte acusa pelas custas em dobro, devendo ainda ser providenciado a apurao da responsabilidade criminal e funcional no caso de advogados, funcionrios, promotores e outros (art. 546, CPP).Proferida deciso considerando os autos restaurados, passam os novos autos a valerem como se fossem os originais perdidos, cabendo recurso de apelao dessa deciso (art. 547, CPP). O pargrafo nico do mesmo artigo determina que na hiptese dos autos originais forem encontrados, devem ser apensados aos autos da restaurao. Contudo, se os originais surgirem no incio do processo de restaurao, completamente ntegros, no h motivos para prosseguir com a ao de restaurao. Caso apresente sinais de deteriorao ou de falta de contedo, dever prosseguir normalmente a ao de restaurao.H possibilidade de que no processo de restaurao dos autos j exista deciso condenatria e o ru esteja preso, desta forma, ficando demonstrando a prova da condenao e seus efeitos, o ru dever continuar preso (art. 548, CPP).