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Processo do Trabalho – questões comentadas – TRT-6 TJAA Murilo Soares PROCESSO DO TRABALHO QUESTÕES COMENTADAS TRT-6 TJAA Questões comentadas ..............................................................1 Questões sem comentários ...................…….....................……......15 Gabarito ..……………………………………….....................................……......20 Questões comentadas 1 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa) Conforme previsão constitucional, o Tribunal Superior do Trabalho será composto por, a) 17 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. b) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. c) 11 ministros, com mais de 30 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3 dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos de efetivo exercício. d) 27 ministros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos de efetivo exercício. e) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de Murilo Soares www.estrategiaconcursos.com.br Página 1

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Processo do Trabalho – questõescomentadas – TRT-6

TJAAMurilo Soares

PROCESSO DO TRABALHO

QUESTÕES COMENTADAS

TRT-6

TJAA

Questões comentadas ......................................................…........1

Questões sem comentários ...................…….....................……......15

Gabarito ..……………………………………….....................................……......20

Questões comentadas

1 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme previsão constitucional, o Tribunal Superiordo Trabalho será composto por,

a) 17 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissionale membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos deefetivo exercício.

b) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissionale membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos deefetivo exercício.

c) 11 ministros, com mais de 30 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional emembros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos deefetivo exercício.

d) 27 ministros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional emembros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos deefetivo exercício.

e) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissionale membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de

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efetivo exercício.

GABARITO: letra “B”

Essa questão trata de um dos pontos mais abordados em concursospúblicos para servidores de Tribunais Trabalhistas: organização daJustiça do Trabalho – no caso, a composição do TST (Tribunal Superiordo Trabalho).

Para resolvê-la, era necessário conhecer o teor do art. 111-A, caput einciso I, da Constituição da República Federativa do Brasil (CF/1988):

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros,escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos desessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados peloPresidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal,sendo:

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividadeprofissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dezanos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos damagistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

Assim, o TST é composto por 27 Ministros, com mais de 35 anos emenos de 65 anos, sendo que 1/5 desses magistrados deve serescolhido dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividadeprofissional e membros do MPT (Ministério Público do Trabalho) commais de 10 anos de efetivo exercício (regra do quinto constitucional).

Apenas para complementar o comentário, os demais membros serãoescolhidos dentre juízes dos TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho),normalmente chamados de Desembargadores do Trabalho (apesar dessanomenclatura não constar na CF/1988) oriundos da magistratura dacarreira (ou seja, estão excluídos desse grupo os Desembargadores doTrabalho que tiverem ingressado nos TRTs pela regra do quintoconstitucional – advogados e membros do MPT).

2 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme previsões legais sobre a organização,jurisdição, competência das Varas do Trabalho e os serviços auxiliares daJustiça do Trabalho,

a) como regra geral, a competência das Varas do Trabalho édeterminada pela localidade onde o empregado, reclamante oureclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sidocontratado noutro local ou no estrangeiro.

b) cada Vara do Trabalho será composta por um juiz do trabalho, queserá seu Presidente, e dois juízes classistas, sendo um representante

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dos empregadores e outro dos empregados.

c) não compete à Vara do Trabalho o julgamento dos dissídiosresultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro sejaoperário ou artífice.

d) nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho, haveráum distribuidor, designado pelo juiz mais antigo do Fórum,exclusivamente dentre o quadro de oficiais de justiça do TribunalRegional.

e) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas nãoabrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, cabendorecurso de suas decisões para o respectivo Tribunal de Justiça.

GABARITO: letra “A”

Novamente a banca cobrou conhecimento relativo à organização daJustiça do Trabalho.

A: correta. A regra é essa mesmo: a competência das Varas do Trabalho(que substituíram as antigas Juntas de Conciliação e Julgamento) édeterminada pela localidade onde o empregado, seja ele reclamante oureclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sidocontratado noutro local ou no estrangeiro, conforme previsto no caputdo art. 651 da CLT:

Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pelalocalidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços aoempregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

Há simples explicações lógicas e jurídicas para essa exigência: a)havendo o ajuizamento da ação no local em que os fatos ocorreram, aprodução das provas (realização de perícias, oitiva de testemunhas,entre outros) é amplamente facilitada; e b) facilita-se, na maioria dasvezes, o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho, porquanto a regratambém vale para a hipótese em que o empregado é a parte reclamada(o que acontece, por exemplo, nas ações de consignação em pagamentodas verbas rescisórias ou de salário) e os custos para comparecimentodo trabalhador ao local das audiências serão reduzidos.

Imagine um empregado que prestou serviços em Fortaleza-CE masajuizou ação em Florianópolis-SC. A simples oitiva de outrostrabalhadores que laboraram naquela localidade demandaria a realizaçãode viagens da capital cearense para a capital catarinense, o que emmuitos casos certamente não ocorreria, acarretando prejuízos à parteinteressada na oitiva das aludidas testemunhas.

Embora seja possível, por exemplo, a oitiva de testemunhas por meiovirtual ou carta precatória, assim como a realização de perícia após ocumprimento dessa carta, as medidas para se viabilizar a produção das

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provas representariam aumento de despesas (das partes e do Judiciário)e demora na prestação jurisdicional.

Por outro lado, haveria prejuízos (financeiros e, ao menospotencialmente, processuais) ao trabalhador (parte hipossuficiente) nocaso ilustrativo de uma empresa nacional ajuizar reclamação trabalhistaem Manaus-AM demandando empregado que prestou serviços na cidadede Porto Alegre-RS e lá habita.

Outrossim, a doutrina majoritária entende que, quando o empregadotrabalhou em diversos estabelecimentos em locais diferentes, serácompetente para processar e julgar a ação a Vara do Trabalho do últimolugar da execução dos serviços, e não a de cada local dosestabelecimentos da empresa na qual tenha prestado serviços. Contudo,parte da doutrina entende que a ação pode ser ajuizada em qualquerdos locais onde houve a prestação de serviços. Se essa questão forcobrada em prova, a alternativa a ser considerada correta, muitoprovavelmente, é a primeira, pois, como dito, representa a tese maistradicional e a prevalecente entre a doutrina.

B: errada. As Juntas de Conciliação e Julgamento é que eram compostaspor um Juiz do Trabalho, que era seu Presidente, e 2 juízes classistas(um representante dos empregados e outro dos empregadores), nostermos do art. 647, caput e alíneas “a” e “b”, da CLT:

Art. 647 - Cada Junta de Conciliação e Julgamento terá a seguinte composição:

a) um juiz do trabalho, que será seu Presidente;

b) dois vogais, sendo um representante dos empregadores e outro dos empregados.

Mas as Juntas de Conciliação e Julgamento foram extintas pela EmendaConstitucional nº 24/1999, tendo sido substituídas pelas Varas doTrabalho / Juízes do Trabalho.

As Varas do Trabalho são compostas por um Juiz (ou juíza) do Trabalho,conforme o art. 116 da CF/1988:

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.

C: errada. De encontro ao que afirma a assertiva, compete às Varas doTrabalho o julgamento dos dissídios resultantes de contratos deempreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice, nos termosliterais do art. 652, caput alínea “a”, item III, da CLT:

Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:

a) conciliar e julgar:

(…)

III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que oempreiteiro seja operário ou artífice;

D: errada. Destaca-se que é necessária a designação de distribuidor (es)apenas nas localidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho –

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onde houver apenas uma Vara do Trabalho não é necessária a figura dodistribuidor, pois todas as ações tramitarão nessa Vara única.

Contudo, esse (s) distribuidor (es) é (são) designado (s) pelo Presidentedo TRT, não pelo juiz mais antigo do Fórum, e não necessariamente elesdevem pertencer ao quadro de oficiais de justiça do Tribunal Regional,podendo ser qualquer dos servidores das Varas do Trabalho e do TRT,existentes na mesma localidade, conforme o art. 715 da CLT:

Art. 715 - Os distribuidores são designados pelo Presidente do Tribunal Regionaldentre os funcionários das Juntas e do Tribunal Regional, existentes namesma localidade, e ao mesmo Presidente diretamente subordinados.

E: errada. De fato, a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo,nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes dedireito, mas o recurso contra as decisões desses juízes de direito deveser interposto perante o respectivo TRT - não perante o respectivo TJ(Tribunal de Justiça) -, nos termos do art. 112 da CF/1988:

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas nãoabrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para orespectivo Tribunal Regional do Trabalho.

3 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) O advogado Hermes pretende utilizar uma medidaprocessual que não está prevista na Consolidação das Leis do Trabalhopara defender os interesses da empresa reclamada em uma reclamaçãotrabalhista. Nessa situação,

a) não poderá utilizar desta medida porque a Consolidação das Leis doTrabalho apresenta todas as regras do processo do trabalho.

b) somente poderia se valer de medida processual estranha àConsolidação das Leis do Trabalho se estivesse na defesa dos interessesdo empregado, em face do princípio da proteção ao trabalhador.

c) poderia utilizar de medida processual prevista no Código de ProcessoCivil apenas na fase de execução da sentença, porque na fase deconhecimento deve se valer apenas das regras contidas na leiprocessual trabalhista.

d) nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiáriado direito processual do trabalho, exceto naquilo em que forincompatível com as normas do processo judiciário do trabalho.

e) poderá utilizar de qualquer regra do direito processual comum,porque este tem preferência em sua aplicação sobre as normasprocessuais trabalhistas, por serem normas de maior amplitude.

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GABARITO: letra “D”

A questão abordou o tema referente à regra do art. 769 da CLT:

Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiáriado direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com asnormas deste Título.

Como a legislação trabalhista (e praticamente todas as outras) nãoengloba todas as situações fáticas possíveis, eventualmente seránecessário utilizar-se de outras fontes para solucionar controvérsias.

Assim, o art. 769 da CLT estipula dois requisitos básicos para aplicaçãodo direito processual comum (reparem que não necessariamente é oCPC, embora o seja com mais frequência):

1) omissão / inexistência de regras próprias na legislação processualtrabalhista; e

2) compatibilidade com os princípios e regras do processo do trabalho.

O princípio da subsidiariedade é aplicável na fase de conhecimento (art.769 da CLT) e na fase de execução, consoante o art. 889 da CLT: “Aostrâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquiloem que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem oprocesso dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativada Fazenda Pública Federal”.

Nesse caso, na fase de execução, aplica-se o disposto no CPC ou na Leide Execução Fiscal (Lei nº 6.830/1980).

4 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) A padaria Doces Sonhos foi acionada em umareclamação trabalhista por seu ex-empregado Zeus, que postulou porpagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 2.000,00(dois mil reais). Na audiência UNA realizada,

a) as partes deverão comparecer, acompanhadas dos respectivosadvogados, sob pena de adiamento para outra sessão.

b) ausente a parte reclamada, ainda que presente o seu advogado naaudiência, não serão aceitos a contestação e os documentoseventualmente apresentados, sendo aplicada a revelia.

c) é permitido ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ouqualquer outro preposto que, não precisa ser empregado da partereclamada, tenha conhecimento do fato e cujas declarações obrigarão oproponente.

d) caso o juiz não tenha comparecido até trinta minutos após a horamarcada, os presentes poderão retirar-se, aguardando a designação de

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nova audiência.

e) o juiz manterá a ordem nas audiências, mas não pode mandar retirardo recinto os assistentes que a perturbarem em razão da publicidadedas audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho.

GABARITO: letra “C”

A reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017) permitiu que o empregadorindicasse qualquer pessoa para ser seu preposto, substituindo-o, aindaque não se trate de empregado, exigindo apenas que esse prepostotenha conhecimento do fato e prevendo que as declarações do indicadoobrigarão o proponente. Nesse sentido é o art. 843, caput e §§ 1º e 3º,da CLT:

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e oreclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, noscasos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregadospoderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.

§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualqueroutro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declaraçõesobrigarão o proponente.

(...)

§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregadoda parte reclamada.

A: errada. Na Justiça do Trabalho há o jus postulandi, que permite queas partes, em regra, compareçam em juízo sem estar acompanhadas deadvogados, de acordo com o art. 843, caput, da CLT:

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e oreclamado, independentemente do comparecimento de seus representantessalvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando osempregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.

B: errada. Se a parte reclamada não comparecer à audiência, masestiver presente o seu advogado, serão aceitos a contestação e osdocumentos eventualmente apresentados, conforme regra estabelecidapela reforma trabalhista – Lei nº 13.467/2017 –, no art. 844, § 5º, daCLT:

Art. 844 - (…)

§ 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serãoaceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.

D: errada. A tolerância em relação ao atraso dos juízes do trabalho é de15 minutos, não 30 minutos. Após esse prazo, as partes podem retirar-se, devendo esse fato constar no livro de registro das audiências, naforma do art. 815, parágrafo único, da CLT:

Art. 815 (…)

Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou

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presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo oocorrido constar do livro de registro das audiências.

E: errada. Para manter a ordem nas audiências, o (a) Juiz (íza) doTrabalho pode mandar retirar do recinto os assistentes que aperturbarem, por aplicação do disposto no art. 816 da CLT:

Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandarretirar do recinto os assistentes que a perturbarem.

5 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme previsões contidas na Consolidação das Leisdo Trabalho, em relação aos dissídios individuais trabalhistas quetramitam pelo rito sumaríssimo,

a) o valor da causa não pode exceder a vinte vezes o salário mínimonacional vigente na data da primeira audiência.

b) incumbe ao autor a correta indicação do nome e endereço doreclamado, devendo ser feita a citação por edital, se não houver essaindicação.

c) serão decididos, em cinco dias, todos os incidentes e exceções quepossam interferir no prosseguimento da audiência e do processo, sendoque as demais questões serão resolvidas na sentença.

d) estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que éparte a Administração pública direta, autárquica e fundacional.

e) as testemunhas, até o máximo de três para cada parte, como regra,serão intimadas para comparecer em audiência.

GABARITO: letra “D”

Quando a administração pública direta ou indireta pública (União,Estados, Municípios, DF, autarquias e fundações públicas) fordemandada na Justiça do Trabalho, a ação não poderá tramitar pelo ritosumaríssimo, de acordo com o art. 852-A, parágrafo único, da CLT:

Art. 852-A. (…)

Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas emque é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

A: errada. Para submissão ao rito sumaríssimo, o valor da causa nãodeve ser superior a 40 vezes (e não 20 vezes) o salário mínimo vigentena data do ajuizamento da reclamação trabalhista (e não da data daprimeira audiência), consoante o art. 852-A, caput, da CLT:

Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o saláriomínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos aoprocedimento sumaríssimo.

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B: errada. No rito sumaríssimo não cabe citação por edital, devendo aparte reclamante indicar corretamente o nome e o endereço da partereclamada, nos termos do art. 852-B, inciso II, da CLT:

Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:

(…)

II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação donome e endereço do reclamado;

C: errada. Os incidentes e exceções que possam interferir noprosseguimento da audiência e do processo serão decididos de plano, enão “em cinco dias”, de acordo com a regra inserida no art. 852-G daCLT:

Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções quepossam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demaisquestões serão decididas na sentença.

E: errada. No rito sumaríssimo, o número de testemunhas é limitado a2, não 3, para cada parte, e elas devem comparecer à audiênciaindependentemente de intimação, que somente será deferida emrelação às testemunhas que, comprovadamente convidadas, deixaremde comparecer espontaneamente. Isso conforme o art. 852-H, §§ 2º e3º, da CLT:

Art. 852-H. (…)

§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão àaudiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.

§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamenteconvidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada,o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.

6 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme normas aplicáveis à produção das provasnas reclamatórias trabalhistas que tramitam pelo rito ordinário, NÃO écorreto afirmar que

a) cada uma das partes não poderá indicar mais de cinco testemunhas,salvo quando se tratar de inquérito para apuração de falta grave, casoem que esse número poderá ser elevado a seis.

b) como regra, o ônus da prova incumbe ao reclamado, quanto àexistência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito doreclamante.

c) o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar alíngua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz.

d) se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em

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hora de serviço, será requisitado ao chefe da repartição seucomparecimento à audiência marcada.

e) o documento em cópia oferecido para prova poderá ser declaradoautêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

GABARITO: letra “A”

O enunciado pediu a afirmação incorreta.

No rito ordinário, o número de testemunhas é, em regra, de até 3 paracada parte (no caso de inquérito para apuração de falta grave essenúmero é elevado para até 6), conforme previsto no art. 821 da CLT:

Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas,salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6(seis).

B: correta. De fato, a parte reclamada é que possui, em regra, oencargo processual de demonstrar o fato obstativo (impeditivo,modificativo ou extintivo) do direito do autor, nos termos do art. 818,caput e inciso II, da CLT:

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

(…)

II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ouextintivo do direito do reclamante.

C: correta. É a literalidade do art. 819, caput, da CLT:

Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a línguanacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.

D: correta. Novamente a banca cobrou o conhecimento da literalidadede dispositivo da CLT, no caso, do art. 823, transcrito a seguir:

Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora deserviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.

E: correta. Outra assertiva em que é apresentado o teor literal de artigoda CLT – art. 830, caput:

Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autênticopelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

7 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Diana ajuizou reclamação trabalhista requerendo opagamento de horas extras sonegadas por sua empregadora EmpresaDelta Confecções. A sentença julgou procedente seu pedido.Inconformada com a decisão de primeiro grau, a reclamada resolveurecorrer. Entretanto, não efetuou o depósito recursal e não recolheu ascustas processuais devidas, razão pela qual, por falta de preparo, o seu

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recurso não obteve processamento. Nesta situação, o recurso cabívelpara a reclamada é

a) embargos declaratórios, em 5 dias.

b) agravo de instrumento, em 8 dias.

c) agravo de petição, em 8 dias.

d) recurso ordinário, em 15 dias.

e) agravo de instrumento, em 5 dias.

GABARITO: letra “B”

Nessa questão foi cobrado o conhecimento de outro tópico bastantepresente em provas de concursos públicos para TRTs: recursos.

No caso, o juízo denegou seguimento ao recurso da reclamada em razãodo não recolhimento das custas processuais e do depósito recursal.

Contra esse “trancamento”, que denegou seguimento ao recurso, écabível o agravo de instrumento, conforme art. 897, caput e alínea“b”, da CLT:

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:

(...)

b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.

Antes da reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017), a contagem dosprazos recursais era feita em dias corridos. Todavia, a nova redação doart. 775, caput, da CLT prevê a contagem em dias úteis:

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em diasúteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

8 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Em relação à execução trabalhista, conformelegislação vigente,

a) será promovida pelas partes, permitida a atuação de ofício do Juiz,ainda que as partes estejam assistidas por advogado.

b) requerida a execução, o Juiz mandará expedir mandado de citação doexecutado, a fim de que proceda ao pagamento em dinheiro, inclusivede contribuições sociais devidas à União, em cinco dias, ou garanta aexecução, sob pena de penhora.

c) garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado prazode quinze dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao

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exequente para impugnação.

d) a matéria de defesa em embargos à execução será restrita àsalegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ouprescrição da dívida, não cabendo produção de prova testemunhal emaudiência.

e) o executado que não pagar a importância reclamada poderá garantira execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada eacrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantiajudicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordempreferencial estabelecida na lei processual civil.

GABARITO: letra “E”

Trata-se da reprodução praticamente literal do art. 882 da CLT:

Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir aexecução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida dasdespesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bensà penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105,de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.

A: errada. Se as partes estiverem assistidas por advogado, a execuçãonão pode ser iniciada de ofício pelo juízo, conforme o art. 878 da CLT:

Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofíciopelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partesnão estiverem representadas por advogado.

B: errada. O prazo para o executado efetuar o pagamento dos valoresdevidos, no caso, é de 48 horas, não de 5 dias, conforme o art. 880,caput, da CLT:

Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedirmandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo noprazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar depagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que ofaça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.

C: errada. O prazo para apresentação dos embargos, após garantida aexecução ou penhorados os bens, é de 5 dias (não 15 dias), cabendoigual prazo (5 dias) para o exequente impugnar os aludidos embargos àexecução, consoante o art. 884, caput, da CLT:

Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco)dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente paraimpugnação.

D: errada. De acordo com o art. 884, § 2º, da CLT, é possível aprodução de prova testemunhal em audiência, no caso de apresentaçãode embargos à execução:

Art. 884 (…)

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§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou oPresidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcaraudiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5(cinco) dias.

9 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Quanto ao processo do trabalho, conformejurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho,

a) a homologação de acordo não constitui faculdade do juiz, havendodireito líquido e certo tutelável pela via do Mandado de segurança, casoo juiz não homologue.

b) se a intimação tiver lugar na sexta-feira, o prazo judicial será contadoda segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente,caso em que fluirá no dia útil que se seguir.

c) o jus postulandi das partes, estabelecido na CLT, estende-se a todasas ações propostas perante as Varas do Trabalho, os Tribunais Regionaisdo Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho.

d) a reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa,é revel, salvo se estiver presente seu advogado, munido de procuração.

e) na Justiça do Trabalho, conforme previsão contida na CLT, as decisõesinterlocutórias ensejam recurso imediato, em qualquer situação.

GABARITO: letra “B”

Essa assertiva reproduz a regra prevista na Súmula nº 1 do TST:

Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimaçãofor feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive,salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir.

A: errada. A homologação de acordo é faculdade do juiz (íza), nãohavendo, assim, direito líquido e certo tutelável pela via do mandado desegurança, caso o juízo não o homologue, conforme entendimento doTST, consolidado na Súmula nº 418 da Corte:

A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido ecerto tutelável pela via do mandado de segurança.

C: errada. O jus postulandi (em síntese, o direito das partes poderematuar sem assistência de advogado ou sindicato) é restrito ao 1º e ao 2ºgraus de jurisdição (Varas do Trabalho e TRTs), não alcançando osrecursos de competência do TST (Recurso Ordinário, dependendo do tipode ação, Recurso de Revista, Agravo de Instrumento [a depender docaso também], Embargos para a SDI, etc.). Isso conforme a Súmula nº425 do TST:

O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do

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Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, aação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência doTribunal Superior do Trabalho.

D: errada. Se a reclamada for ausente, não comparecer à audiência emque deveria apresentar defesa, ainda assim ela será considerada revel(revelia é um fato: a ausência na audiência, simplesmente),acarretando, por exemplo, confissão ficta em razão da falta dedepoimento do preposto da reclamada. O que ocorre é que, se estiverpresente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e osdocumentos eventualmente apresentados, conforme regra estabelecidapela reforma trabalhista – Lei nº 13.467/2017, nos termos do art. 844,§ 5º, da CLT:

Art. 844. (…)

§ 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitosa contestação e os documentos eventualmente apresentados.

E: errada. No processo do trabalho, em regra, as decisõesinterlocutórias não ensejam recurso de imediato, sendo admitido orecurso apenas quando possível a análise do recurso da decisãodefinitiva, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT:

Art. 893 (…)

§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente emrecursos da decisão definitiva.

Esse entendimento é reiterado pela Súmula nº 214 do TST:

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisõesinterlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) deTribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial doTribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para omesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessados autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízoexcepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

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Questões sem comentários

1 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme previsão constitucional, o Tribunal Superiordo Trabalho será composto por,

a) 17 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissionale membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos deefetivo exercício.

b) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissionale membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos deefetivo exercício.

c) 11 ministros, com mais de 30 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional emembros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos deefetivo exercício.

d) 27 ministros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional emembros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos deefetivo exercício.

e) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissionale membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos deefetivo exercício.

2 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme previsões legais sobre a organização,jurisdição, competência das Varas do Trabalho e os serviços auxiliares daJustiça do Trabalho,

a) como regra geral, a competência das Varas do Trabalho édeterminada pela localidade onde o empregado, reclamante oureclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sidocontratado noutro local ou no estrangeiro.

b) cada Vara do Trabalho será composta por um juiz do trabalho, queserá seu Presidente, e dois juízes classistas, sendo um representantedos empregadores e outro dos empregados.

c) não compete à Vara do Trabalho o julgamento dos dissídios

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resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro sejaoperário ou artífice.

d) nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho, haveráum distribuidor, designado pelo juiz mais antigo do Fórum,exclusivamente dentre o quadro de oficiais de justiça do TribunalRegional.

e) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas nãoabrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, cabendorecurso de suas decisões para o respectivo Tribunal de Justiça.

3 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) O advogado Hermes pretende utilizar uma medidaprocessual que não está prevista na Consolidação das Leis do Trabalhopara defender os interesses da empresa reclamada em uma reclamaçãotrabalhista. Nessa situação,

a) não poderá utilizar desta medida porque a Consolidação das Leis doTrabalho apresenta todas as regras do processo do trabalho.

b) somente poderia se valer de medida processual estranha àConsolidação das Leis do Trabalho se estivesse na defesa dos interessesdo empregado, em face do princípio da proteção ao trabalhador.

c) poderia utilizar de medida processual prevista no Código de ProcessoCivil apenas na fase de execução da sentença, porque na fase deconhecimento deve se valer apenas das regras contidas na leiprocessual trabalhista.

d) nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiáriado direito processual do trabalho, exceto naquilo em que forincompatível com as normas do processo judiciário do trabalho.

e) poderá utilizar de qualquer regra do direito processual comum,porque este tem preferência em sua aplicação sobre as normasprocessuais trabalhistas, por serem normas de maior amplitude.

4 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) A padaria Doces Sonhos foi acionada em umareclamação trabalhista por seu ex-empregado Zeus, que postulou porpagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 2.000,00(dois mil reais). Na audiência UNA realizada,

a) as partes deverão comparecer, acompanhadas dos respectivos

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advogados, sob pena de adiamento para outra sessão.

b) ausente a parte reclamada, ainda que presente o seu advogado naaudiência, não serão aceitos a contestação e os documentoseventualmente apresentados, sendo aplicada a revelia.

c) é permitido ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ouqualquer outro preposto que, não precisa ser empregado da partereclamada, tenha conhecimento do fato e cujas declarações obrigarão oproponente.

d) caso o juiz não tenha comparecido até trinta minutos após a horamarcada, os presentes poderão retirar-se, aguardando a designação denova audiência.

e) o juiz manterá a ordem nas audiências, mas não pode mandar retirardo recinto os assistentes que a perturbarem em razão da publicidadedas audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho.

5 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme previsões contidas na Consolidação das Leisdo Trabalho, em relação aos dissídios individuais trabalhistas quetramitam pelo rito sumaríssimo,

a) o valor da causa não pode exceder a vinte vezes o salário mínimonacional vigente na data da primeira audiência.

b) incumbe ao autor a correta indicação do nome e endereço doreclamado, devendo ser feita a citação por edital, se não houver essaindicação.

c) serão decididos, em cinco dias, todos os incidentes e exceções quepossam interferir no prosseguimento da audiência e do processo, sendoque as demais questões serão resolvidas na sentença.

d) estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que éparte a Administração pública direta, autárquica e fundacional.

e) as testemunhas, até o máximo de três para cada parte, como regra,serão intimadas para comparecer em audiência.

6 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Conforme normas aplicáveis à produção das provasnas reclamatórias trabalhistas que tramitam pelo rito ordinário, NÃO écorreto afirmar que

a) cada uma das partes não poderá indicar mais de cinco testemunhas,

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salvo quando se tratar de inquérito para apuração de falta grave, casoem que esse número poderá ser elevado a seis.

b) como regra, o ônus da prova incumbe ao reclamado, quanto àexistência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito doreclamante.

c) o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar alíngua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz.

d) se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor emhora de serviço, será requisitado ao chefe da repartição seucomparecimento à audiência marcada.

e) o documento em cópia oferecido para prova poderá ser declaradoautêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

7 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Diana ajuizou reclamação trabalhista requerendo opagamento de horas extras sonegadas por sua empregadora EmpresaDelta Confecções. A sentença julgou procedente seu pedido.Inconformada com a decisão de primeiro grau, a reclamada resolveurecorrer. Entretanto, não efetuou o depósito recursal e não recolheu ascustas processuais devidas, razão pela qual, por falta de preparo, o seurecurso não obteve processamento. Nesta situação, o recurso cabívelpara a reclamada é

a) embargos declaratórios, em 5 dias.

b) agravo de instrumento, em 8 dias.

c) agravo de petição, em 8 dias.

d) recurso ordinário, em 15 dias.

e) agravo de instrumento, em 5 dias.

8 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Em relação à execução trabalhista, conformelegislação vigente,

a) será promovida pelas partes, permitida a atuação de ofício do Juiz,ainda que as partes estejam assistidas por advogado.

b) requerida a execução, o Juiz mandará expedir mandado de citação doexecutado, a fim de que proceda ao pagamento em dinheiro, inclusivede contribuições sociais devidas à União, em cinco dias, ou garanta a

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execução, sob pena de penhora.

c) garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado prazode quinze dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo aoexequente para impugnação.

d) a matéria de defesa em embargos à execução será restrita àsalegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ouprescrição da dívida, não cabendo produção de prova testemunhal emaudiência.

e) o executado que não pagar a importância reclamada poderá garantira execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada eacrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantiajudicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordempreferencial estabelecida na lei processual civil.

9 - (2018 – TRT da 6ª Região – Técnico Judiciário – ÁreaAdministrativa) Quanto ao processo do trabalho, conformejurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho,

a) a homologação de acordo não constitui faculdade do juiz, havendodireito líquido e certo tutelável pela via do Mandado de segurança, casoo juiz não homologue.

b) se a intimação tiver lugar na sexta-feira, o prazo judicial será contadoda segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente,caso em que fluirá no dia útil que se seguir.

c) o jus postulandi das partes, estabelecido na CLT, estende-se a todasas ações propostas perante as Varas do Trabalho, os Tribunais Regionaisdo Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho.

d) a reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa,é revel, salvo se estiver presente seu advogado, munido de procuração.

e) na Justiça do Trabalho, conforme previsão contida na CLT, as decisõesinterlocutórias ensejam recurso imediato, em qualquer situação.

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1. b 2. a 3. d

4. c 5. d 6. a

7. b 8. e 9. b

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