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PROCESSO DE EXECUÇÃO Marcelo Augusto Scudeler [email protected]

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Page 1: PROCESSO DE EXECUÇÃO Marcelo Augusto Scudeler mscudeler@uol.com.br

PROCESSO DE EXECUÇÃO

Marcelo Augusto [email protected]

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Cumprimento da sentença condenatória

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Noções gerais (I).

Com a nova sistemática (Lei n. 11.232/2005, que entrou em vigor em 23.06.06), a sentença com eficácia condenatória proferida em processo judicial deixa de ser executada em processo autônomo.

Ainda se pode falar em ação executiva para o cumprimento da sentença. Mas não existe novo processo.

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Liquidação de sentença.

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Noções gerais (I).

Pedido certo e determinado (art. 286) e pedido genérico.

Sentenças líquidas e ilíquidas. Sentenças líquidas obrigatórias: art. 475-A,

parágrafo terceiro. A liquidação somente se liga às sentenças

ilíquidas, casos em que não tenha sido possível o Judiciário determinar o valor da condenação. O título extrajudicial sempre é líquido. Não existe liquidação de título extrajudicial.

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Noções gerais (II).

Antes da Lei n. 11232/05, sua natureza jurídica é de processo de conhecimento autônomo e independente. Era um processo preparatório em que se determinava o objeto da condenação, a fim de se dar ao vencido possibilidade de cumprir o julgado, e ao vencedor possibilidade de executá-lo depois de verificar o inadimplemento.

Atualmente é um simples incidente processual (resolvido por decisão interlocutória – art. 475-H), que ocorre após publicação de sentença ilíquida, com o objetivo de apurar o quantum devido.

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Noções gerais (III).

Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação.

Art. 475-A, parágrafo segundo. A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.

Iniciado o procedimento pelo credor, a parte contrária será “intimada, na pessoa de seu advogado” (art. 475-A, parágrafo primeiro) – não há citação.

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Noções gerais (IV).

Quando a sentença contiver parte líquida e outra parte ilíquida, “ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta” (art. 475-I, parágrafo segundo).

Não se presta para nova discussão da lide. Art. 475-G. É defeso, na liquidação, discutir

de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.

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Noções gerais (V).

Sentença ilíquida não produz “exigibilidade”.

Espécies: a) por artigos; e b) por arbitramento.

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Liquidação por artigos (I).

A liquidação por artigos será necessário quando, para se determinar o valor da condenação, houver necessidade de provar fato que tenha ocorrido depois da sentença, ou fato que, mesmo não sendo superveniente à sentença, não tenha sido objeto de alegação e prova no processo de conhecimento, apesar de se tratar de fato vinculado à obrigação resultante da sentença.

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Liquidação por artigos (II).

Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo.

Fato novo: 1. Todo e qualquer fato que tenha ocorrido

depois da sentença, guardando estreita relação com a extensão da obrigação.

2. Toda e qualquer ocorrência que se tenha dado depois da propositura da ação.

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Liquidação por artigos (III).

Exemplo de fato superveniente à sentença: condenação por danos pessoais sofridos em acidente, sendo que na instrução a prova foi limitada à existência dos danos (graves ferimentos na vítima, exigindo a amputação do pé) e ao nexo de causalidade. Depois da sentença, todavia, constata-se que o ré deve ter toda a perna (e não só o pé) amputada.

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Liquidação por artigos (IV).

Exemplo de fato desconsiderado na instrução: Empresa condenada a indenizar danos decorrentes da ruptura de barragem que provocou a morte de vários animais (gado). Toda a instrução foi no sentido de provar a culpabilidade da ré, sendo que a sentença condenou a ré ao ressarcimento. Na liquidação provar-se-á o número de animais que morreram em razão do acidente.

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Liquidação por artigos – procedimento:

Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum (art. 272).

O credor, em petição articulada, indicará os fatos a serem provados (um em cada artigo) para servir de base à liquidação.

Não cabe a discussão indiscriminada de quaisquer fatos, mas apenas aqueles que tenham influência na fixação do valor da condenação.

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Exemplo:

Sitiante condenado a indenizar seu vizinho pelo prejuízo decorrente da invasão da lavoura por animais, com destruição de toda a colheita esperada. O que deverá ser provado:

1. Extensão da área destruída;2. Produtividade da lavoura;3. Volume da produção prevista;4. Qualidade do produto esperado;5. Sua cotação no mercado;6. Valor final da produção não obtida.

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Liquidação por arbitramento (I).

Procede-se quando há exigência de perícia.

Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:

I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;

II – o exigir a natureza do objeto da liquidação.

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Liquidação por arbitramento (II).

Exemplos: estimativa de desvalorização de veículos acidentados; estimativa de lucros cessantes por inatividade de pessoa ou serviço, de perda parcial da capacidade laborativa, etc.

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Liquidação por arbitramento (III).

Requerida, o juiz nomeará perito, fixando prazo para entrega. Apresentado o laudo, as partes devem se manifestar em 10 dias. Em seguida, o juiz decide (decisão interlocutória).

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Liquidação por arbitramento (IV).

Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo para a entrega do laudo.

Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se no prazo de dez dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência.

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“Liquidação” por cálculo aritmético (I).

A “liquidação por cálculo aritmético” existiu até 1994. Justificava-se quando havia necessidade de apresentar cálculo de atualização.

Atualmente, basta o credor requerer o cumprimento da sentença, apresentando petição com “memória de cálculo”.

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“Liquidação” por cálculo aritmético (II).

Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.

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“Liquidação” por cálculo aritmético (III).

Apresentado o cálculo, se o juiz não concordar, de ofício poderá:

Art. 475-B. § 3º. Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária.

Art. 475-B. § 4º. Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3o deste artigo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador.

Ainda não é o caso de manifestação do devedor.

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“Liquidação” por cálculo aritmético (IV).

Art. 475-B. § 1o Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para o cumprimento da diligência.

Art. 475-B. § 2o Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor, e, se não o forem pelo terceiro, configurar-se-á a situação prevista no art. 362.

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Exame OAB (Prova 130)

34. Sobre a liquidação de sentença, é incorreto afirmar que

(A) será processada nos mesmos autos, sem a necessidade de instaurar-se um novo processo.

(B) são duas as espécies, por artigos e cálculo. (C) o pronunciamento que determina o quantum

debeatur é decisão interlocutória e, por isso, agravável.

(D) não haverá liquidação de sentença em procedimento sumário.

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Execução provisória.

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Conceito.

É baseada em título executivo judicial que ainda não transitou em julgado.

Ocorre quando uma decisão ainda está sendo atacada por recurso sem efeito suspensivo.

Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739) .

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Peculiaridades.

O “credor” deverá ressarcir os danos que o “devedor” sofra, caso, posteriormente, o “título executivo” provisório seja reformado ou cassado.

A expropriação de bens do devedor somente será possível se o credor prestar caução.

Processa-se em autos suplementares.

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Peculiaridades.

Caso o recurso seja provido, modificando o título, a execução provisória fica sem efeito e as coisas retornarão ao estado em que se encontravam.

Neste caso, o “credor” irá ressarcir os danos sofridos pelo “devedor” – responsabilidade objetiva.

Para Wambier, os atos de alienação devem ser desfeitos, inclusive se o bem foi adquirido por terceiro. O “credor” irá indenizar esse terceiro.

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CPC

Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas:

I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;

II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento;

III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.

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CPC

§ 1o No caso do inciso II do deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução.        

§ 2o A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada:

I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação de necessidade;

II – nos casos de execução provisória em que penda agravo de instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação.

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CPC

§ 3o Ao requerer a execução provisória, o exeqüente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, podendo o advogado valer-se do disposto na parte final do art. 544, § 1o:

I – sentença ou acórdão exeqüendo; II – certidão de interposição do recurso não dotado

de efeito suspensivo; III – procurações outorgadas pelas partes; IV – decisão de habilitação, se for o caso; V – facultativamente, outras peças processuais que

o exeqüente considere necessárias.

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Fase de cumprimento de sentença

Definitiva. Procedimento.

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Requerimento.

Indispensável o requerimento do credor, acompanhado do demonstrativo do débito, para dar início aos atos processuais de cumprimento da sentença. Deve ser feito no prazo de seis meses, sob pena de arquivamento provisório dos autos.

Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.

§ 5o Não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu desarquivamento a pedido da parte.

Existe um entendimento jurisprudencial que sustenta que o devedor deve efetuar o pagamento, dentro de 15 dias, após o trânsito em julgado, independentemente de intimação ou provocação do credor. Neste caso, há necessidade de requerimento do credor apenas para expedir o mandado de penhora, quando não houver o pagamento, já com a incidência da multa.

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É indispensável???

1ª POSIÇÃO: AUTOMÁTICA

Da publicação da decisão.

Do trânsito em julgado

ou da exigibilidade da sentença ou do acórdão.

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Da publicação da sentença ou do acórdão.

Leonardo Greco: “Entendo que o prazo de quinze dias conta-se da intimação da sentença

que condenou o devedor em quantia certa ou da intimação da decisão da liquidação, mas que a multa não poderá incidir se contra tal decisão for interposto recurso com efeito suspensivo, porque suspensa a execução da decisão, não praticará o devedor qualquer ato ilícito se deixar de cumprir a prestação a que foi condenado.

Mas o devedor, mesmo interpondo recurso sem efeito suspensivo, pode livrar-se da multa, depositando o valor da condenação ou prestando caução suficiente para garantir o seu pagamento. Se o devedor efetuar o depósito em pagamento e interpuser recurso sem efeito suspensivo, o credor não poderá receber o valor depositado, salvo prestando caução, conforme determina o inciso III do novo artigo 475-O”.

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Da publicação da sentença ou do acórdão:

José Roberto dos Santos Bedaque: para quem a incidência da multa processual somente ocorrerá “a partir do momento em que o réu saiba qual o valor do título (liquidez do crédito), independentemente do trânsito em julgado, desde que eficaz a decisão”.

E ainda prevê que “se a sentença condena em quantia certa, a multa incide imediatamente após a intimação, se o recurso cabível não tiver efeito suspensivo. Caso contrário, como a atribuição desse efeito implica a suspensão da eficácia da sentença, a fixação da multa também permanece ineficaz. Julgado o recurso e mantida a decisão, a quantia será exigível de plano, sendo desnecessária intimação para esse fim específico (art. 475-B). O não cumprimento em quinze dias importa aplicação da multa. A sanção subsiste mesmo se o devedor realizar espontaneamente o pagamento após o término do prazo”.

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Da exigibilidade da sentença ou do acórdão .

Athos Gusmão Carneiro: “(...) na sentença condenatória por quantia líquida (ou na decisão de liquidação de sentença), a lei alerta para o tempus iudicati de quinze dias, concedido para que o devedor cumpra voluntariamente sua obrigação. Tal prazo passa automaticamente a fluir, independentemente de qualquer intimação, da data em que a sentença (ou o acórdão, CPC art. 512) se torne exigível, quer porque interposto recurso sem efeito suspensivo”.

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Da exigibilidade da sentença ou do acórdão .

Araken de Assis: “o prazo flui da data em que a condenação se tornar exigível”, devendo incidir para a contagem do prazo processual a regra do art. 184 do CPC, isto é, sendo termo inicial do prazo o primeiro dia útil subseqüente ao da exigibilidade da sentença ou acórdão.

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Do trânsito em julgado.

REsp. 954.859/RS: Ementa.

“LEI 11.232/2005. ARTIGO 475-J, CPC. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. MULTA. TERMO INICIAL. INTIMAÇÃO DA PARTE VENCIDA. DESNECESSIDADE.

1. A intimação da sentença que condena ao pagamento de quantia certa consuma-se mediante publicação, pelos meios ordinários, a fim de que tenha início o prazo recursal. Desnecessária a intimação pessoal do devedor.

2. Transitada em julgado a sentença condenatória, não é necessário que a parte vencida, pessoalmente ou por seu advogado, seja intimada para cumpri-la.

3. Cabe ao vencido cumprir espontaneamente a obrigação, em quinze dias, sob pena de ver sua dívida automaticamente acrescida de 10%”.

(DJU 27.08.2007, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros).

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AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO QUE EM FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DETERMINOU A INTIMAÇÃO DO DEVEDOR PARA OS FINS DO ART. 475-J DO CPC - Inconformismo do devedor sustentando a necessidade da liquidação da sentença porque o acórdão em execução precisa ser aclarado, pois na verdade deu parcial provimento ao Recurso da credora, limitando apenas os juros remuneratórios sem se manifestar sobre correção monetária. Não-acolhimento. Com o advento da Lei nº 11.232/2005, o cumprimento da sentença independe de iniciativa do credor, devendo o devedor, no prazo de 15 dias da intimação do acórdão, depositar o que entende incontroverso, sob pena de multa. Eventual quantia controvertida é que dependerá de liquidação. Assim sendo, se o devedor entende que seu débito é somente em relação aos juros cobrados a maior, que deposite tal quantia incontroversa, abrindo-se ensejo, ao depois, para o início da liquidação da sentença. Recurso provido (TJSP - 11ª Câm. de Direito Privado; AI nº 7147309-7-Marília-SP; Rel. Des. Moura Ribeiro; j. 2/8/2007; v.u.).  

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É indispensável o requerimento?

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO - FASE DE

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - MULTA DE 10% PREVISTA NO ART. 475-J DO CPC - PRAZO DE 15 DIAS

PARA O PAGAMENTO - DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO. É desnecessária a intimação do devedor para

efetuar o pagamento da multa de 10% (dez por cento) prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil, pois é medida incompatível com a celeridade que buscou-se dar à fase de

cumprimento de sentença, iniciando-se o prazo de 15 (quinze) dias com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Agravo regimental improvido. STJ. AgRg no REsp 1057285 / RJ. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.

2008/0103087-9. Relator(a)Ministro SIDNEI BENETI. Órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA. Data do Julgamento:

20/11/2008. Data da Publicação/Fonte: DJe 12/12/2008

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2ª POSIÇÃO: Intimação pessoal – postal ou por mandado.

Defensores: Teresa Arruda Alvim Wambier, Luiz Rodrigues

Wambier e José Miguel Garcia Medina; Misael Montenegro Filho; Evaristo Aragão Santos e Walter Vechiato Júnior.

Jurisprudência:• TJRJ – Uniformização de jurisprudência 07/2007, j. 28.08.2008.

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3ª posição: Intimação ao advogado: diário oficial.

Nelson Nery Jr. e Rosa Nery: “A intimação do devedor deve ser feita na pessoa de seu advogado, que é o modo determinado pela Reforma da L. 11232/05 para comunicação do devedor na liquidação de sentença e na execução para o cumprimento da sentença. A intimação do advogado do devedor, que se faz, de regra, pela imprensa oficial, para o cumprimento do julgado é ato de ofício do juiz, em decorrência do impulso oficial do CPC 262. Outra forma que pode ser adotada para a intimação do devedor é o juiz, no dispositivo da sentença, determinar algo como: 'transitada em julgado, intime-se o devedor, na pessoa de seu advogado, para pagar em quinze dias, sob pena de multa de 10% sobre o valor da condenação'. Pode fazer isso porque é providência que deve ser tomada ex officio”.

Na doutrina, no mesmo sentido: Cássio Scarpinella Bueno e outros.

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3ª posição: Intimação ao advogado: diário oficial.

Jurisprudência: 6º Grupo de Câmaras Cíveis do TJRS – de 23/11/2007 Depois de ampla discussão a respeito das correntes existentes

na Jurisprudência,  foram redigidas as proposições, relatadas pelo Desembargador Luís Augusto Coelho Braga, que deverão ser seguidas pelos demais integrantes do Grupo:

Proposição nº 1: “No cumprimento da sentença, a fim de que incida a multa prevista no art. 475-J do CPC, há necessidade de intimação do advogado do devedor na forma dos arts. 236 e 237, ambos do mesmo diploma processual civil”.

Proposição nº 2.: “Não havendo advogado constituído na instauração do incidente do cumprimento da sentença previsto no art. 475-J do CPC, para incidência da multa haverá necessidade de intimação pessoal do devedor”.

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3ª posição: Intimação ao advogado: diário oficial. Jurisprudência:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA. COMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES. BRASIL TELECOM S/A. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. A intimação da parte para cumprir o julgado, por nota de expediente em que consta o nome de seu procurador, é suficiente para o fim de possibilitar a incidência da multa a que se refere o art. 475-J, do CPC. Agravo a que se nega seguimento em decisão monocrática”. (Agravo de Instrumento Nº 70027046135, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudio Augusto Rosa Lopes Nunes, Julgado em 05/11/2008)

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4ª POSIÇÃO: Necessidade de requerimento do credor

(aplicando o art. 475-B), juntando os cálculos.

“Cumprimento de sentença – Prazo de 15 dias para pagamento – Início – Apresentação da memória de cálculo pelo credor – Intimação do devedor na pessoa de seu advogado”.

(Agravo de Instrumento nº 1.081.610-00/1, 28ª Câm. de Direito Privado, rel. Des. Neves Amorin, j. 12.12.2006).

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Projeto de Lei 5.811/2009

Proposta de nova redação ao art. 475-J.“Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, após o trânsito em julgado e independente de nova citação, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação”.

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Da penhora e intimação.

Neste caso, procede-se, em primeiro lugar, a penhora e a avaliação do bem pelo oficial. Somente após, o devedor é intimado (e não citado) na pessoa de seu advogado ou pessoalmente.

Não há oportunidade para o devedor nomear bens para a penhora. Além disso, a intimação do devedor, sobre o início da execução, somente ocorre após a garantia do juízo.

Intimado, o devedor tem oportunidade de oferecer “impugnação” (que será visto adiante).

Art. 475-J. § 1º. Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias.

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Da penhora e avaliação.

Art. 475-J. § 2o Caso o oficial de justiça não possa proceder à avaliação, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do laudo.

Art. 475-J. § 3o O exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados.

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Avaliação.

Caso não haja concordância com a avaliação, tanto o credor como o devedor podem impugnar:

Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (...) III – penhora incorreta ou avaliação errônea.

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Satisfação do credor.

Penhorado e avaliado o bem, bem como superada eventual impugnação (será visto depois), iniciará a fase de expropriação, que segue o rito comum, isto é, o bem poderá, nos termos do art. 647, ser (I) alienado judicialmente (arrematação); (II) adjudicado em favor do credor; (III) exercer usufruto de imóvel ou de empresa.

Art. 475-R. Aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento da sentença, no que couber, as normas que regem o processo de execução de título extrajudicial.

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Direito intertemporal:

Wambier: Os processos executivos de títulos judiciais instaurados antes da entrada em vigor desta lei continuam regendo-se pelo Livro II do Código. Vale o princípio de que o cabimento de uma ação e um determinado tipo de processo é definido pelas regras aplicáveis no momento da propositura da ação e da instauração do processo.

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Prova OAB - 130

35. De posse de uma sentença condenatória, transitada em julgado,onde já se encontra presente o an debeatur e o quantum debeatur, a parte credora deve

(A) instaurar o processo de execução, apresentando o cálculo devidamente atualizado e requerendo a citação para o pagamento em 24 horas, sob pena de penhora.

(B) apresentar o cálculo devidamente atualizado mais a multa de 10% e requerer a penhora e avaliação.

(C) requerer a instauração da liquidação para apurar o valor do débito devidamente atualizado, para só depois praticar atos de natureza executiva.

(D) requerer a citação do devedor para pagar em 15 dias, sob pena de incidir multa de 10% sobre o total do débito.

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Embargos do Executado.

No caso de títulos extrajudiciais.

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Conceito.

Os embargos do devedor são ação de conhecimento, geradora de processo incidental e autônomo, mediante a qual o executado impugna a prestação creditícia do credor e a validade da relação processual executiva.

É instrumento que se confere ao devedor para que se possa discutir o mérito do direito pretendido pelo credor, bem como suscitar defeitos na constituição e andamento da execução.

Art. 736.  O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos.

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Espécies:

Embargos à Execução; Embargos à Arrematação e à

Adjudicação.

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Embargos à Execução (I).

Art. 738.  Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação.

§ 1o  Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório, salvo tratando-se de cônjuges.

§ 2o  Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será imediatamente comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por meios eletrônicos, contando-se o prazo para embargos a partir da juntada aos autos de tal comunicação.

§ 3o  Aos embargos do executado não se aplica o disposto no art. 191 desta Lei.

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Embargos à Execução (II).

Se o credor não impugnar os embargos no prazo, poderá ser considerado revel.

A decisão do juiz tem natureza de sentença. A apelação não terá efeito suspensivo (art. 520, V).

Matéria alegável nos Embargos: I - nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado; II - penhora incorreta ou avaliação errônea; III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega de coisa certa (art. 621); V - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.

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Embargos à Execução (III).

Art. 739. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: I - quando intempestivos; II - quando inepta a petição (art. 295); ou III - quando manifestamente protelatórios.

Art. 739-A.  Os embargos do executado não terão efeito suspensivo.

§ 1o  O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.

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Embargos à Execução (IV).

Art. 739-A. § 2o  A decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias que a motivaram.

Art. 739-A. § 3o  Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, essa prosseguirá quanto à parte restante.

Art. 739-A. § 4o  A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.

Art. 739-A. § 5o  Quando o excesso de execução for fundamento dos embargos, o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende correto, apresentando memória do cálculo, sob pena de rejeição liminar dos embargos ou de não conhecimento desse fundamento.

Art. 739-A. § 6o  A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de penhora e de avaliação dos bens.

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Embargos à Execução (V).

Art. 745-A.  No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exeqüente e comprovando o depósito de 30% do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês.

§ 1o  Sendo a proposta deferida pelo juiz, o exeqüente levantará a quantia depositada e serão suspensos os atos executivos; caso indeferida, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito. 

§ 2o  O não pagamento de qualquer das prestações implicará, de pleno direito, o vencimento das subseqüentes e o prosseguimento do processo, com o imediato início dos atos executivos, imposta ao executado multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas e vedada a oposição de embargos.

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Embargos à Execução fundada em sentença (I).

Cabível, apenas, no caso de tutela específica e na execução contra Fazenda Pública.

O que poderá ser abordado (art. 741):I. falta ou nulidade da citação, se o processo

correu à revelia ; II. Inexigibilidade do título; III. Ilegitimidade das partes; IV. Cumulação indevida de execuções; V. Excesso da execução;

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Embargos à Execução fundada em sentença (II).

Continuação:VI. qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da

obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença;

VII. Incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz.

Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal

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Embargos à Arrematação e à Adjudicação.

Cabíveis apenas na Execução por quantia certa. Servem para a argüição de aspectos processuais e de mérito surgidos depois de exauridos os Embargos à Execução.

Art. 746.  É lícito ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da adjudicação, alienação ou arrematação, oferecer embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora, aplicando-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.

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Impugnação ao cumprimento da

sentença.No caso de títulos judiciais.

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Noções gerais (I).

No sistema anterior, a sentença era executada e o devedor, depois de garantir o juízo (condenações em dinheiro) oferecia embargos do devedor.

Atualmente (a partir de 23.06.2006), as condenações em dinheiro são satisfeitas no próprio processo de conhecimento e o devedor pode opor-se através de IMPUGANÇÃO.

Ainda é possível a utilização dos EMBARGOS em títulos judiciais, como ocorre com execuções contra a Fazenda Pública (art. 741) e nas execuções de tutela específica (art. 622).

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Noções gerais (II).

Diferente dos Embargos, que dão ensejo a um novo processo, a Impugnação é um mero incidente, resolvido por decisão interlocutória.

Além disso, a Impugnação não provoca suspensão da execução, salvo por decisão do juiz.

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Procedimento.

Não cumprindo espontaneamente a obrigação em quinze dias, o credor deverá requerer a penhora de bens do devedor, no montante devido, acrescido de multa de 10% (art. 475-J).

Procede-se a penhora e avaliação, intimando-se o devedor:

Art. 475-J. § 1o Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias.

A Impugnação pressupõe segurança prévia.

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Matérias alegáveis.

Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à

revelia; II – inexigibilidade do título; III – penhora incorreta ou avaliação errônea; IV – ilegitimidade das partes; V – excesso de execução; VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da

obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença.

§ 2o Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação

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ImpugnaçãoMatérias alegáveis – art. 475, L – Lei 11.232/2005. Execução de título executivo judicial. 1 – falta ou nulidade da citação, se o processo correu

à revelia. A discussão, na fase executiva, não está no plano

da existência, mas no da validade do título executivo produzido na fase cognitiva anterior em que a citação não se operou ou não se observou os requisitos exigidos pela lei processual.

A sentença proferida à revelia do réu, que não foi regularmente citado, existe e é eficaz, mas é absolutamente nula, podendo ser reconhecida sua invalidade por qualquer meio, com a sua conseqüente desconstituição e a concreta aplicação da sanção de ineficácia.

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Impugnação

Matérias alegáveis – art. 475, L – Lei 11.232/2005. Execução de título executivo judicial. 2 – inexigibilidade do título.

A sentença civil que reconheçe a existência da obrigação de pagar quantia não é o único título executivo judicial.

Somente demonstrando no requerimento a necessidade concreta da atuação da jurisdição, a obrigação constante do título será exigível.

ver § 1º do art. 475-L

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Impugnação

Matérias alegáveis – art. 475, L – Lei 11.232/2005. Execução de título executivo judicial. 3 – penhora incorreta ou avaliação errônea.

Penhora incorreta:• Irregularidade do ato processual de constrição.• Arts. 649 e 650 do CPC.• Lei 8.009/90.

Avaliação errônea:• Podem ocorrer erros que inquinam a estimativa de valor do bem

penhorado feita pelo oficial de justiça por conta de falta de conhecimento técnico especializado. Nesse caso a impugnação é apta a desconstituir a avaliação feita e o juiz deverá nomear um especialista para proceder a correta avaliação do bem.

• A decisão da impugnação não acarreta a extinção da execução.

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Impugnação

Matérias alegáveis – art. 475, L – Lei 11.232/2005. Execução de título executivo judicial. 4 – ilegitimidade de partes.

• Cumprimento da sentença contra quem não figurou da sentença como devedor.

• Ex. Fiador do contrato de locação.

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Impugnação

Matérias alegáveis – art. 475, L – Lei 11.232/2005. Execução de título executivo judicial. 5 – excesso de execução (§ 2º – deverá declarar o valor

que entende devido, sob pena de rejeição liminar da impugnação).

• O cumprimento da sentença foi requerido por valor superior ao fixado na sentença ou no acórdão.

• Ver art. 475-B do CPC.

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Impugnação

Matérias alegáveis – art. 475, L – Lei 11.232/2005. Execução de título executivo judicial. 6 – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da

obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes a sentença.

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Artigos:

Art. 475-M. A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.

§ 1o Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exeqüente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos.

§ 2o Deferido efeito suspensivo, a impugnação será instruída e decidida nos próprios autos e, caso contrário, em autos apartados.

§ 3o A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação.

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Embargos de Terceiro.

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Noções gerais.

Podem ser manejados quando bens não pertencentes ao devedor são ilegitimamente afetados.

Não se confundem com os embargos do devedor. Estes prestam-se para atacar o crédito e a relação processual executiva; os embargos de terceiros servem exclusivamente para a defesa possessória de bens indevidamente atingidos pela execução.

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Fundamento legal.

Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer lhes sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.

§ 3º. Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação.

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Procedimento (I).

Art. 1.048. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

Art. 1.049. Os embargos serão distribuídos por dependência e correrão em autos distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão.

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Procedimento (II).

Art. 1.052. Quando os embargos versarem sobre todos os bens, determinará o juiz a suspensão do curso do processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá processo principal somente quanto aos bens não embargados.

Art. 1.053. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 10 dias, findo o qual proceder-se-á de acordo com o disposto no artigo 803.

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Exame 134 – OAB/SP

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Carlos propõe ação de indenização, exigindo indenização por danos patrimoniais e morais, pois, agindo com culpa, o Réu causou acidente automobilístico, com as seguintes conseqüências: a) dano emergente de R$ 5000,00, para o reparo do veículo do Autor; b) dano emergente, caracterizado pelas despesas hospitalares suportadas; c) lucro cessante equivalente à remuneração diária do Autor, vendedor autônomo, multiplicada por 100 dias, período em que ficou internado no Hospital para se recuperar fisicamente e, portanto, impossibilitado de trabalhar; d) dano moral de R$ 50.000,00, em virtude do sofrimento e abalo estético sofrido. A ação de indenização foi oferecida enquanto o Autor ainda estava internado e, ainda não era possível se determinar, com precisão, a extensão dos prejuízos. Todos os pedidos foram acolhidos pelo Juiz e confirmados em segunda instância. O Réu ainda está tentando reverter a condenação através de um recurso excepcional. Diante disso, pergunta-se: é possível, desde logo, que o autor promova a satisfação de seu crédito?

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Transitada em julgado uma sentença condenatória, após apuração de seu quantum, o vencedor peticiona ao juízo, requerendo a intimação do devedor para o pagamento do débito. Pergunta-se:

a) a intimação deve ser feita pessoalmente? b) dentro do prazo de quinze dias, o devedor pode

oferecer um bem imóvel como garantia ou pagamento, para evitar a multa de 10%;

c) se houver penhora, o devedor deve ser intimado pessoalmente?

d) se bens da esposa do devedor forem penhorados, como ela poderá se defender?

e) Considerando que o devedor não teve bens penhorados (mas sua esposa), poderá ele oferecer defesa?

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PROCESSO CAUTELAR

Prof. Marcelo Augusto [email protected]

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Resumo do programa:

Introdução ao Processo Cautelar. Requisitos para a concessão da

liminar. Poder geral de cautela. Procedimento do processo cautelar. Medidas cautelares típicas

(nominadas).

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Resumo do programa (cont.):

Arresto. Seqüestro. Caução. Busca e apreensão. Produção antecipada de provas.

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Introdução ao Processo Cautelar.

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Noções gerais (I).

A atividade jurisdicional identifica-se pela atuação da vontade concreta da lei, através da substituição das partes pelo Estado Juiz.

Essa atividade jurisdicional pode ser cognitiva (Processo de Conhecimento) ou executória (Processo de Execução).

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Noções gerais (II).

Já o processo cautelar tem o propósito de “outorgar situação provisória de segurança para os interesses dos litigantes”(HTJ).

A tutela cautelar dirige-se à segurança e garantia do eficaz desenvolvimento e do resultado das atividades dos processos de conhecimento e execução.

Sua função principal: dar EFETIVIDADE.

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Noções gerais (III).

“A tutela acautelatória é instrumento para garantir o resultado útil da lide principal, buscando afastar situação capaz de prejudicar sua eficácia prática. (...) não visa a satisfazer o autor com a entrega do direito material, mas, sim, apenas proteger o resultado que essa lide eventualmente possa ter” (Carpena).

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Exame 134 – OAB/SP

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Tutela cautelar e tutela anticipatória – distinção conceitual (I):

São espécies do gênero TUTELAS DE URGÊNCIA.

Tanto uma como outra representam providências, de natureza emergencial, adotadas em caráter provisório.

Mas a tutela cautelar presta-se para assegurar a efetividade da pretensão, enquanto que a tutela antecipatória presta-se para proporcionar, desde logo, alguns efeitos práticos de uma futura e eventual sentença definitiva de mérito.

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Tutela cautelar e tutela anticipatória – distinção conceitual (II):

João Batista Lopes afirma que “a tutela antecipada implica adiantamento de efeitos da sentença de mérito, enquanto a tutela cautelar se limita a garantir a utilidade do processo principal.”

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Fungibilidade entre as tutelas de urgência.

Art. 273, parágrafo sétimo: “Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.”

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Algumas características da tutela cautelar:

1. Instrumentalidade: a tutela cautelar é instrumento para garantir o resultado útil da lide principal, buscando afastar situação capaz de prejudicar sua eficácia prática.

2. Auxiliaridade: não visa a satisfazer o autor com a entrega do direito material, mas, sim, apenas proteger o resultado que essa lide eventualmente possa ter.

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Algumas características da tutela cautelar:

3. Provisoriedade: enquanto instrumento para assegurar o resultado útil e eficaz do processo principal, a medida cautelar, uma vez deferida com base na aparência de direito e num perigo de dano, terá natureza provisória, já que fica vinculada não só à demonstração daquele de forma efetiva no processo principal, como também à manutenção desse perigo de dano.

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Algumas características da tutela cautelar:

4. Mandamentalidade: O juiz exerce seu poder jurisdicional, expedindo-se um mandado para cumprimento da medida.

5. Revogabilidade: Por ser um decisão emergencial, deferida após uma cognição superficial, sua permanência fica vinculada à confirmação de sua necessidade e sua procedência, após uma cognição exauriente.

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Algumas características da tutela cautelar:

6. Dependência: a medida cautelar reclama propositura de uma ação de conhecimento (principal). Artigo 806 - Cabe à parte propor a ação, no prazo de trinta (30) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.

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Requisitos para a concessão da liminar

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Periculum in mora (risco de dano iminente):

Deve ser justificado pelo temor da frustração da efetividade da tutela jurisdicional buscada, durante o normal trâmite processual.

Trata-se do perigo de dano representado pela impossibilidade da satisfação efetiva do direito que se busca tutelar.

Fundado temor de que, enquanto se aguarda a tutela definitiva, venham ocorrer fatos que causem a ela danos graves e de difícil reparação.

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Fumus boni iuris:

Exige que haja uma evidência razoável da existência do direito alegado.

Não é necessário comprovar cabalmente a existência do direito; basta demonstrar a aparente existência do direito.

É a verossimilhança (verossímil, provável) do potencial direito invocado.

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Art. 798, CPC:

(...), poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão greve e de difícil reparação.

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Requisitos para a concessão da tutela antecipatória:

a) requerimento da parte; b) prova inequívoca; c) verossimilhança da alegação; d) fundado receio de dano irreparável ou de

difícil reparação ou ainda que fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório;

e) reversibilidade do provimento.

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Exame 130 - OAB

37. Airton, portador de determinada moléstia, precisa urgentemente sofrer uma intervenção cirúrgica, sendo que o seguro saúde está se negando a cobrir as despesas. Como advogado da parte, qual atitude tomaria?

(A) Ajuizaria um processo de execução, já que o contrato celebrado entre as partes é um título executivo extrajudicial.

(B) Impetraria um mandado de segurança, já que o seguro saúde está violando o direito expresso no contrato.

(C) Pediria uma tutela de urgência, seja como tutela antecipada ou medida cautelar.

(D) Ajuizaria uma declaratória incidental.

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Poder geral de cautela

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Espécies de cautelares:

NOMINADAS: arresto, seqüestro, arts 813 - 889, CPC.

INOMINADAS: não tipificadas no CPC, mas que podem ser concedidas pelo juiz, dentro do chamado poder geral de cautela.

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Artigo 798:

Além dos procedimentos cautelares específicos , que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão greve e de difícil reparação.

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Poder geral de cautela

Trata-se de um poder discricionário do juiz, ampliando-se as hipóteses de concessão de medidas cautelares.

“Tal poder autoriza a utilização e concessão de cautelares inominadas (...), para fim único de se assegurar o objetivo a que o processo cautelar se propõe: resguardar a utilidade de uma possível decisão do processo principal, assegurar a eficácia da prestação jurisdicional” (Carpena).

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Art. 799

No caso do artigo anterior, poderá o juiz, para evitar o dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução.

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Jurisprudência. STJ.

“Estando sub judice a relação contratual de compra e venda de veículo com reserva de domínio, em que se alega, com argumentos ponderáveis, a exigência indevida de valores, cabível o deferimento de medida para sustar o protesto e a inscrição do nome do comprador em cadastro de inadimplentes, mantida temporariamente a posse do veículo.”

“Na linha de precedentes da Corte, não há qualquer ilegalidade no deferimento de medida liminar que veda a inclusão do nome do devedor em serviço de proteção ao crédito, quando em curso está ação de revisão e o Magistrado determinou a prestação de caução, afastando o risco de dano irreparável ou de difícil reparação.”

“Constitui entendimento desta Corte que a determinação de prestação de caução real ou fidejussória, para a concessão de liminar em sustação de protesto, não é exigível em todos os casos, podendo ser dispensada pelo juiz.”

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Procedimento do processo cautelar.

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Legitimidade e competência

Os mesmos critérios, utilizados no processo de conhecimento para definir a legitimidade das partes e a competência do juízo, são usados no processo cautelar.

Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal. Parágrafo único. Nos casos urgentes, se a causa estiver no tribunal, será competente o relator do recurso.

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Momento.

Medida cautelar preparatória. Medida cautelar incidental;

Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente.

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Petição inicial.

Petição inicial – requisitos dos arts. 282 e 801. Art. 801. O requerente pleiteará a medida cautelar em

petição escrita, que indicará: I - a autoridade judiciária, a que for dirigida; II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido; III - a lide e seu fundamento; IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão; V - as provas que serão produzidas.

Valor da causa e pedido de citação também são obrigatórios na inicial.

Petição inicial: o pedido de concessão de medida liminar deverá preencher os seguintes requisitos: fumus boni iuris e periculum in mora.

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Citação.

Citação – segue a mesma regra do processo de conhecimento.

Art. 802. O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no prazo de cinco (5) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir. Parágrafo único. Conta-se o prazo, da juntada aos autos do mandado: I - de citação devidamente cumprido; II - da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação prévia.

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Contestação e revelia.

Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (artigos 285 e 319); caso em que o juiz decidirá dentro em cinco (5) dias. Parágrafo único. Se o requerido contestar no prazo legal, o juiz designará audiência de instrução e julgamento.

A audiência de instrução e julgamento somente será realizada se houver necessidade de prova oral.

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Medida liminar.

Podem ser concedidas sem ouvir o réu – inaudita altera parte – initio litis.

Art. 797. Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes.

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Comprovação dos requisitos.

Justificação prévia: quando necessária para a comprovação da presença dos requisitos autorizadores. Ex.: medida cautelar de separação de corpos.

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Medida liminar - artigos.

Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que determinará que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer.

Art. 805. A medida decretada poderá ser substituída pela prestação de caução, sempre que esta seja adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente.

CONTRACAUTELA: caução.

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Concedida a liminar ...

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de trinta (30) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório. Prazo Prazo peremptórioperemptório (Marcato).

Art. 809. Os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal

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E se não for proposta ...

Art. 807. As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.

Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar: I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806; II - se não for executada dentro de trinta (30) dias; III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito.

Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento.

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Jurisprudência. STJ.

“O prazo de 30 dias previsto no artigo 806 só se aplica às cautelares que importem em restrição de direitos. A produção antecipada de prova é medida conservativa de direito, portanto, não está obrigado o autor a propor a ação principal no referido prazo de modo a ter como válidas as provas antes produzidas.”

“Aplicado efeito suspensivo ao agravo de instrumento contra decisão concessiva de medida cautelar em procedimento preparatório, desfaz-se a obrigação da parte de promover a ação principal no prazo do art. 806.”

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Jurisprudência. STJ.

“Em procedimentos cautelares preparatórios, o prazo decadencial de 30 dias para o ajuizamento da ação principal tem início com a concessão da cautela, irrelevante, portanto, a data da propositura da medida assecuratória. A ausência de ajuizamento da ação principal no prazo legal não implica, necessariamente, a extinção do processo cautelar, retirando, tão somente, a eficácia da medida anteriormente deferida.”

“Se não for ajuizada a ação principal no prazo de 30 dias, cessará a eficácia da medida cautelar, devendo o juiz decretar de ofício a extinção do processo.”

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Doutrina. Contagem de prazo.

Marcato: “O prazo para a propositura da ação principal conta-se, nos termos da lei, da efetivação da medida cautelar, de modo que, a partir do momento em que se manifesta a cautela pelo seu efeito real, começa a fluir o lapso temporal para o ingresso da ação principal. Contudo, nem sempre o requerente toma ciência do momento em que a cautela gera os efeitos que lhe são próprios, de sorte que a lógica manda que o prazo deva ser contado a partir do momento em que requerente teve ciência inequívoca da materialização da providência preventiva.”

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E se a liminar não for concedida ...

Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor.

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Recursos??

Da decisão (interlocutória) que defere ou indefere a medida liminar cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 522), com pedido de efeito suspensivo ou com pedido de concessão da liminar pelo Relator (art. 527, III).

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Sentença.

A decisão que concede ou não a medida liminar é interlocutória.

Independente disso, o juiz deve dar uma sentença, encerrando o processo cautelar.

Não há julgamento de mérito. Por isso, a coisa julgada é apenas formal.

Arts. 807 e 808.

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Medidas cautelares típicas (nominadas).

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Arresto.

Artigos 813/821.

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Arresto - conceito.

Medida cautelar que tem por objetivo garantir futura execução por quantia certa, assegurando a viabilidade da futura penhora.

Marcato: “Consiste em providência cautelar destinada a assegurar o resultado prático de um processo de execução por quantia certa (...).”

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Arresto – requisitos (814):

I. Fumus boni iuris: prova literal da dívida líquida e certa;

“Dívida líquida e certa”: O autor deve ser titular “direito” que assegure uma futura execução.

“Prova literal”: Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença líquida ou ilíquida, pendente de recurso ou de homologação, condenando o devedor no pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se.

II. Periculum in mora: prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente (813).

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Arresto – cabimento (813):

I. quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado;

II. quando o devedor, que tem domicílio: a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que

possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;

III. quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;

IV. nos demais casos expressos em lei.

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Arresto – procedimento.

Petição inicial; Liminar initio litis (nem sempre), com ou

sem justificação); Citação, com ou sem liminar; Contestação (art. 802); Sentença - sem julgamento do mérito, isto

é, se a dívida existe ou não; fica restrita à manutenção do arrestou ou não.

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Arresto – quando concedido.

O arresto é formalizado da mesma forma que a penhora (art. 821): lavrando-se auto (art. 664).

Difere-se da execução, pelo fato do arresto, muitas vezes, ser realizado de plano, sem prévia citação do devedor; também não há prazo para o devedor nomear bens.

Deve-se nomear um depositário (quem poderá ser o depositário – art. 666).

O arresto torna-se ineficaz se a execução não for intentada em 30 dias (art. 808)

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Arresto – artigos.

Art. 815. A justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas.

Art. 816. O juiz concederá o arresto independentemente de justificação prévia: I - quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei; Il - se o credor prestar caução (artigo 804).

Art. 817. Ressalvado o disposto no artigo 810, a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal.

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Arresto – artigos.

Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora.

Art. 819. Ficará suspensa a execução do arresto se o devedor: I - tanto que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas; II - der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do requerente e custas.

Art. 820. Cessa o arresto: I - pelo pagamento; II - pela novação; III - pela transação.

Art. 821. Aplicam-se ao arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas na presente secção.

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Exame 131

37. O arresto é uma das demandas cautelares típicas, prevista nos arts. 813 a 821 do Código de Processo Civil, sendo cabível(A) quando o oficial de justiça, não localizando o executadopara proceder à citação, encontra bens suficientes para garantir a execução.(B) quando o devedor sem domicílio certo deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado.(C) quando lhes foi disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de danificação.(D) quando houver fundado receio de extravio ou de dissipação de bens.

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Seqüestro.

Artigos 822/825.

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Seqüestro – conceito.

Medida cautelar que se presta para assegurar futura ação para entrega de coisa.

Consiste, portanto, na apreensão do bem que será objeto da execução.

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Seqüestro x Arresto:

São medidas cautelares que visam à constrição de bens para assegurar sua conservação para futura execução.

SeqüestroSeqüestro – execução para entrega de coisa certa.

ArrestoArresto – execução por quantia certa.

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Seqüestro – procedimento.

Art. 823. Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do arresto.

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Seqüestro – cabimento.

Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro:

I. de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando lhes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;

II. dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;

III. dos bens do casal, nas ações de desquite e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando;

IV. nos demais casos expressos em lei.

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Seqüestro – artigos.

Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá, todavia, recair: I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes; II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.

Art. 825. A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o compromisso.

Parágrafo único. Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de força policial.

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Caução.

Artigos 826/838.

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Caução – conceito.

Ocorre quando o responsável por uma prestação coloca à disposição do credor um bem jurídico que, no caso de inadimplemento, possa cobrir o valor da obrigação.

Nem toda caução é de natureza cautelar. Tipos:

A. Cauções legais – ex., art. 588 CPC.B. Cauções negociais – garantia convencional.C. Cauções processuais – ações cautelares e

medidas incidentais impostas de ofício.

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Caução – legitimação.

Podem propor a medida cautelar:1. O obrigado a prestá-la (829);2. Aquele que tem direito à caução (830). Art. 829. Aquele que for obrigado a dar caução

requererá a citação da pessoa a favor de quem tiver de ser prestada, indicando na petição inicial: I - o valor a caucionar; II - o modo pelo qual a caução vai ser prestada; III - a estimativa dos bens; IV - a prova da suficiência da caução ou da idoneidade do fiador.

Art. 830. Aquele em cujo favor há de ser dada a caução requererá a citação do obrigado para que a preste, sob pena de incorrer na sanção que a lei ou o contrato cominar para a falta.

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Caução – objeto.

A caução pode ser (art. 826):1.1. RealReal – feita através de garantia real;2.2. FidejussóriaFidejussória – através de garantia pessoal. Art. 827. Quando a lei não determinar a

espécie de caução, esta poderá ser prestada mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos da União ou dos Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança.

Art. 828. A caução pode ser prestada pelo interessado ou por terceiro.

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Caução – procedimento.

Pode ser em medida preparatória ou incidental:

Petição inicial; Liminar initio litis (nem sempre), com

ou sem justificação; Citação, com ou sem liminar; Contestação (art. 802); Sentença - sem julgamento do mérito.

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Caução – artigos.

Art. 831. O requerido será citado para, no prazo de cinco (5) dias, aceitar a caução (art. 829), prestá-la (art. 830), ou contestar o pedido.

Art. 832. O juiz proferirá imediatamente a sentença: I - se o requerido não contestar; Il - se a caução oferecida ou prestada for aceita; III - se a matéria for somente de direito ou, sendo de direito e de fato, já não houver necessidade de outra prova.

Art. 833. Contestado o pedido, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, salvo o disposto no nº III do artigo anterior.

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Caução – artigos.

Art. 834. Julgando procedente o pedido, o juiz determinará a caução e assinará o prazo em que deve ser prestada, cumprindo-se as diligências que forem determinadas.

Parágrafo único. Se o requerido não cumprir a sentença no prazo estabelecido, o juiz declarará: I - no caso do art. 829, não prestada a caução; II - no caso do art. 830, efetivada a sanção que cominou.

Art. 835. O autor, nacional ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou dele se ausentar na pendência da demanda, prestará, nas ações que intentar, caução suficiente às custas e honorários de advogado da parte contrária, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.

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Caução – artigos.

Art. 836. Não se exigirá, porém, a caução, de que trata o artigo antecedente: I - na execução fundada em título extrajudicial; II - na reconvenção.

Art. 837. Verificando-se no curso do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução. Na petição inicial, o requerente justificará o pedido, indicando a depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter.

Art. 838. Julgando procedente o pedido, o juiz assinará prazo para que o obrigado reforce a caução. Não sendo cumprida a sentença, cessarão os efeitos da caução prestada, presumindo-se que o autor tenha desistido da ação ou o recorrente desistido do recurso.

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Busca e apreensão.

Artigos 839/843.

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Busca e apreensão – conceito.

Consiste na busca e apreensão de:1. Coisas (ex., documentos).2. Pessoas (ex., guarda de incapazes). Art. 839. O juiz pode decretar a

busca e apreensão de pessoas ou de coisas.

Pode ser incidental ou preparatória.

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Busca e apreensão – petição inicial Deve demonstrar a presença do fumus boni iuris e do

periculum in mora. Art. 840. Na petição inicial exporá o requerente as

razões justificativas da medida e da ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.

Art. 841. A justificação prévia far-se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado quanto baste o alegado, expedir-se-á o mandado que conterá: I - a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência; II - a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a lhe dar; III - a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.

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Deferida a liminar ...

Art. 842. O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas.

§ 1º Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada.

§ 2º Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas.

§ 3º Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão.

Art. 843. Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas.

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Produção antecipada de provas.

Artigos 846/851.

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Produção antecipada de provas – conceito. Em determinadas circunstâncias, surge a

necessidade de antecipar a produção de determinadas provas:

1. Preventivas - quando visam a prova de um fato, com a finalidade de assegurar a eficácia de um direito no futuro, como ocorre com o inquilino que, temendo algumas atitudes futuras do locador, promove a vistoria do imóvel para comprovar as suas condições no momento da ocupação;

2. Preparatórias - destinadas a preparar elementos de prova para fundamentar ação que será proposta.

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Produção antecipada de provas - noções gerais. Objeto: prova oral e pericial. Art. 846 - A

produção antecipada da prova pode consistir em interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial.

Autos permanecem em cartório, aguardando futura propositura da demanda, que não precisa ser efetivada, necessariamente, em 30 dias.

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Produção antecipada de provas – procedimento. Petição inicial, justificando sumariamente a

necessidade de antecipação. Art. 848 - O requerente justificará sumariamente a necessidade da antecipação e mencionará com precisão os fatos sobre que há de recair a prova.

Como se opera a produção? Art. 850 - A prova pericial realizar-se-á conforme o disposto nos artigos 420 a 439.

Sentença homologatória.

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Perguntas OAB

Cornélia e Fúlvio são casados e estão em processo de separação litigiosa. Fúlvio, irritado com o comportamento da mulher, resolveu destruir todos os bens comuns do casal que estão em sua posse. Cornélia, visando impedir esse proceder e salvaguardar ditos bens, deverá mover ação cautelar incidental de

(A) busca e apreensão.(B) seqüestro.(C) arresto.(D) separação de corpos.