processo de desenvolvimento de produtos … · projeto de um apagador de quadro negro desenvolvido...

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PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS UTILIZANDO UM MODELO DE REFERÊNCIA DIDÁTICO PARA CRIAÇÃO DE UM PRODUTO INOVADOR Bruno Alves de Sousa (UFV ) [email protected] Fellipe Vilela Torga (UFV ) [email protected] HEITOR MOREIRA ALVES (UFV ) [email protected] O pó de giz causa reações alérgicas diversas, atacando quem possui rinite, asma e outras doenças relacionadas às vias respiratórias. Além disso, na maioria dos casos, as enfermidades na pele dos professores têm origem no excessivo contato ccom pó de giz nas mãos. Diante deste problema, este trabalho tem por objetivo apresentar a descrição do projeto de um apagador de quadro negro desenvolvido na disciplina de Projeto de Produto que busca solucionar tal problema. O objetivo do projeto foi desenvolver um produto inovador, versátil e de baixa complexidade tecnólogica para resolver um problema comum à atividade de professores em todos os níveis da educação brasileira. O apagador apresenta como principal diferencial competitivo a solução para o incômodo e alergia causados pela geração do pó de giz. O projeto foi desenvolvido com base nas diretrizes estabelecidas na disciplina de Projeto de Produto, constituída de diversas etapas do Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP), incluindo o desenvolvimento do protótipo do produto. Com o desenvolvimento dessa atividade, verificou-se que o modelo proposto utilizado para a criação deste produto pode ser utilizado para o desenvolvimento de outros projetos e o produto consegue atingir o objetivo para ele proposto. Palavras-chaves: Projeto de Produto; Metodologia de Projeto; Desenvolvimento de Produto XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

DE PRODUTOS UTILIZANDO UM

MODELO DE REFERÊNCIA DIDÁTICO

PARA CRIAÇÃO DE UM PRODUTO

INOVADOR

Bruno Alves de Sousa (UFV )

[email protected]

Fellipe Vilela Torga (UFV )

[email protected]

HEITOR MOREIRA ALVES (UFV )

[email protected]

O pó de giz causa reações alérgicas diversas, atacando quem possui

rinite, asma e outras doenças relacionadas às vias respiratórias. Além

disso, na maioria dos casos, as enfermidades na pele dos professores

têm origem no excessivo contato ccom pó de giz nas mãos. Diante deste

problema, este trabalho tem por objetivo apresentar a descrição do

projeto de um apagador de quadro negro desenvolvido na disciplina de

Projeto de Produto que busca solucionar tal problema. O objetivo do

projeto foi desenvolver um produto inovador, versátil e de baixa

complexidade tecnólogica para resolver um problema comum à

atividade de professores em todos os níveis da educação brasileira. O

apagador apresenta como principal diferencial competitivo a solução

para o incômodo e alergia causados pela geração do pó de giz. O

projeto foi desenvolvido com base nas diretrizes estabelecidas na

disciplina de Projeto de Produto, constituída de diversas etapas do

Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP), incluindo o

desenvolvimento do protótipo do produto. Com o desenvolvimento

dessa atividade, verificou-se que o modelo proposto utilizado para a

criação deste produto pode ser utilizado para o desenvolvimento de

outros projetos e o produto consegue atingir o objetivo para ele

proposto.

Palavras-chaves: Projeto de Produto; Metodologia de Projeto;

Desenvolvimento de Produto

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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1. Introdução

No cenário atual, o sucesso das empresas e organizações depende diretamente de uma

evolução contínua de processos, produtos e serviços para que estas se mantenham

competitivas no mercado. O processo de desenvolvimento de produtos (PDP) é, portanto,

fundamental para tal evolução e aumento da participação de mercado das organizações.

O desenvolvimento de produtos é considerado um processo de negócio cada vez mais crítico

para a competitividade das empresas, principalmente com a crescente internacionalização dos

mercados, aumento da diversidade e variedade de produtos e redução do ciclo de vida dos

produtos no mercado. Novos produtos são demandados e desenvolvidos para atender a

segmentos específicos de mercado, incorporar tecnologias diversas, se integrar a outros

produtos e usos e se adequar a novos padrões e restrições legais (ROZENFELD, 2006).

A competitividade relacionada com o produto e a disputa de segmentos comerciais, entre

outros, fazem com que as empresas busquem formas de obter vantagem sobre seus

concorrentes na conquista ou consolidação de mercados. Nesse sentido, as empresas que

investem em inovação e consequentemente lançam novos produtos ou renovam aqueles já

existentes, estão procurando garantir sua sobrevivência ou ganhar novos espaços no mercado

(BRANÍCIO et al., 2001)

Segundo Rozenfeld et al. (2006), o modo como a empresa desenvolve produtos – ou seja, sua

estratégia de produto e como ela organiza e gerencia o desenvolvimento – é que determinará o

desempenho do produto no mercado e a velocidade, eficiência e qualidade do processo de

desenvolvimento. Isto é, o desempenho do PDP depende de sua gestão (estratégias,

organização e gerenciamento).

Considerando a importância da saúde dos professores de um modo geral e principalmente

aqueles que sofrem com alergia causada pela geração do pó de giz durante o exercício de sua

profissão, o presente trabalho tem por objetivo relatar as atividades acadêmicas realizadas na

disciplina projeto de produto para o desenvolvimento de um apagador de quadro negro,

buscando eliminar a geração de pó de giz e apagar com maior eficiência do que os apagadores

convencionais.

O produto tem como principal função reduzir o incômodo e problemas de saúde relacionados

à geração do pó de giz em salas de aula que utilizam quadro negro. Além disso, possui

diversas vantagens competitivas que agregam valor ao mesmo, como: formato anatômico que

proporciona maior conforto para as mãos, maior eficiência para deixar o quadro limpo,

demandando, portanto, um menor esforço físico e possui ainda longa vida útil.

A primeira etapa do projeto foi a de pré-desenvolvimento em que se idealizou o produto e

definiu-se suas características, viabilidade técnica, fornecedores, concorrentes, tipo de

processo produtivo, público alvo, mercado consumidor e suas incertezas e benefícios básicos

e secundários do produto. Em seguida, foi realizada uma avaliação de viabilidade dentro dos

critérios: oportunidades do negócio, proteção intelectual, aspectos regulatórios, certificações e

registros relacionados ao produto.

Em uma segunda etapa do projeto, o Projeto Detalhado, foi feito um estudo aprofundado que

inclui as características técnicas do produto tais como, desenho técnico, dimensionamento de

componentes, formato e avaliação ergonômica do produto. Em seguida, foi feita a preparação

da produção do produto, em que foram levantados possíveis fornecedores, todos os custos de

produção relacionados ao produto, processo de produção e espaço físico.

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Na terceira etapa, fez-se um levantamento da viabilidade econômica e indicadores

econômicos relacionados à expectativa de mercado do produto. Além disso, também foi feito

o desdobramento da função qualidade (QFD) para estabelecer as qualidades pertinentes ao

produto de forma que as reais necessidades dos clientes (qualidade exigidas) fossem

atendidas.

Em uma última etapa foi desenvolvido o protótipo e aprovação do produto. O protótipo foi

desenvolvido no laboratório de prototipagem do Departamento de Engenharia de Produção e

Mecânica da Universidade Federal de Viçosa.

2. Referencial bibliográfico

Este tópico apresenta algumas definições relativas ao PDP e ao QFD.

2.1 Processo de desenvolvimento de produtos

A atual economia de livre mercado permite que as empresas possam competir entre si, para

superar os resultados alcançados por outras empresas. Este ambiente instável faz com que as

empresas precisem introduzir continuamente novos produtos. Assim tanto o ambiente interno

da empresa quanto o externo são variáveis permanentes que influenciam o desenvolvimento

das empresas ao longo do tempo (BAXTER, 2011).

Nesse ambiente intenso e dinâmico, o desenvolvimento de novos produtos e processos

crescentemente tem se tornado o principal foco de competição (WHEELWRIGHT, 1992).

Para Slack et al, 2009 produtos e serviços são geralmente a primeira coisa que os clientes

veem em uma empresa, logo é importante que eles possam causar impacto. Por isso, o sucesso

de uma organização está diretamente ligado com a capacidade de inovação e a capacidade de

desenvolver novos produtos. Para que esse sucesso ocorra, as organizações de produção

precisam ser flexíveis, a fim de que sejam mais receptivas às necessidades do cliente e,

simultaneamente, capazes de produzir produtos e serviços competitivos tanto em termos de

qualidade como de custo. (NORMAN & FRAZIER, 2006).

“De modo geral, desenvolver produtos consiste em um conjunto de atividades por meio das

quais busca-se, a partir das necessidades do mercado e das possibilidades e restrições

tecnológicas, e considerando as estratégias competitivas e de produto da empresa, chegar às

especificações de projeto de um produto e de seu processo de produção, para que a

manufatura seja capaz de produzi-lo” (ROZENFELD; et al, 2006). Para MACHADO &

TOLEDO (2008), o desenvolvimento de produto corresponde a uma série de atividades

organizadas com o objetivo de transformar um conceito de produto em um produto acabado

tangível.

Conforme Juran (1988), a expressão “desenvolvimento de produto” significa fornecer

características do produto que respondam às necessidades dos clientes. Porém, essa atividade

de fornecer características ao produto varia enormemente. Segundo o autor, num extremo ela

consiste em aplicar algum projeto ou padrão existente para atender as necessidades do cliente,

no outro extremo, a atividade pode envolver longas pesquisas para encontrar uma resposta

adequada dentro de um ciclo de desenvolvimento de produtos. Este ciclo inicia-se com a etapa

de geração de ideias do produto até sua comercialização, ou seja, o lançamento, passando por

desenvolvimento e teste do conceito, desenvolvimento da estratégia de marketing, análise do

negócio, entre outros (KOTLER, 2000).

ROZENFELD; et al (2006) propõe um modelo de referência que divide o PDP em três macro-

fases, subdivididas em fases e atividades. Conforme apresentado na Erro! Fonte de

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referência não encontrada.. A três macro-fases são: Pré-Desenvolvimento,

Desenvolvimento e Pós-Desenvolvimento.

Figura 1: Visão geral do modelo de referência. Fonte: ROZENFELD; et al (2006)

Na macro-fase de Pré-Desenvolvimento deve-se garantir o direcionamento estratégico,

definido a priori pela empresa no Planejamento Estratégico da Corporação, isto é, definir o

portfólio dos projetos que deverá ser desenvolvido. No Desenvolvimento o objetivo principal

é estabelecer as especificações de projeto, do produto, dos processos de produção,

manutenção, vendas, distribuição, assistência técnica e atendimento ao cliente. Esta macro-

fase é subdividido em cinco fases: Projeto Informacional, Projeto Conceitual, Projeto

Detalhado, Preparação da Produção e Lançamento. No Pós-desenvolvimento é realizado o

acompanhamento sistemático e a documentação correspondente das melhorias de produto

ocorridas durante o seu ciclo de vida.

2.2 Desdobramento da função qualidade

O QFD pode ser conceituado como “uma forma de comunicar sistematicamente informação

relacionada com a qualidade, tem como objetivo alcançar o enfoque da garantia da qualidade

durante o desenvolvimento de produto e é subdividida em Desdobramento da Qualidade (QD)

e Desdobramento da Função Qualidade no sentido restrito (QFDr)” (CHENG & FILHO,

2010).

As etapas do QFD, de acordo com CHENG & FILHO, (2010). São:

Questionário e tratamento das respostas: o primeiro ponto de partida para a realização

dos desdobramentos sistemáticos é a obtenção da Voz do Cliente (necessidades e

desejos), essa etapa é importante, pois conhecendo as necessidades e desejos dos

clientes, a satisfação do mesmo se torna mais alcançável.

Tabela de Qualidade Exigida (TQE): após a coleta dos dados primitivos, por meio da

pesquisa de mercado, é preciso tratar os dados originais em necessidades,

denominados de itens exigidos. Os itens exigidos se referem à necessidade do tipo:

qualidade intrínseca do produto, preço, serviços etc.

Tabela de Características da Qualidade (TCQ): Para obtenção da tabela de

Características da qualidade, Cheng (2010) propõe que a voz do cliente deve ser

transformada em características da qualidade mensuráveis, por meio da extração da

tabela de características da qualidade a partir da tabela de qualidade exigida.

Tabela de Qualidade Planejada (TQPl): Após realizar as tabelas de qualidade exigida

pelo cliente e as características da qualidade o grupo aplicou um questionário com

perguntas que levantavam o grau de importância para cada qualidade exigida.

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Tabela de Qualidade Projetada (TQPr): o grupo correlacionou as características da

qualidade com cada uma das qualidades exigidas, estabelecendo então as metas de

desempenho do apagador.

3. Desenvolvimento do projeto do produto

No presente trabalho, utilizou-se uma metodologia para o desenvolvimento do produto em

questão construída pela professora responsável pela disciplina. O modelo proposto leva em

consideração vários daqueles descritos na literatura, porém com as adaptações necessárias

para ser utilizado para fins didáticos (principalmente quanto as restrições encontradas na

confecção do protótipo). O modelo utilizado contém as seguintes etapas:

Geração do conceito (Geração de ideias, Análise de viabilidade, Especificação de

oportunidades);

Projeto preliminar (Memorial do projeto preliminar, Desenho do produto);

Projeto detalhado e protótipo; Definição do custo e processo de produção (Composição

do custo do produto/serviço, Análise de viabilidade econômico-financeira Descrição do

processo de produção (layout), Fluxo do processo/equipamento/mão-de-obra);

QFD

3.1 Geração do conceito

3.1.1 Geração de ideias

O objetivo da disciplina é fazer com que os alunos desenvolvessem um produto inovador (do

tipo modelo de utilidade) de baixa complexidade para a solução de um problema, ou então de

forma que fosse explorada uma oportunidade de mercado.

Através da técnica de Brainstorming, o grupo teve várias ideias e dentre elas, a equipe optou

por solucionar um problema existente que é a geração de pó de giz ao utilizar apagadores de

quadros negros. Já existem algumas alternativas no mercado, incluindo giz antialérgico e até

mesmo a utilização de quadros brancos como substitutos aos quadros negros (não utilizar o

giz), mas percebe-se que no cenário atual, na maioria das organizações de ensino o giz ainda é

largamente utilizado. Tal fato se configura como oportunidade para a entrada do produto no

mercado, pois o problema demanda uma solução de curto prazo que possa ser mais bem aceita

pelos usuários.

O apagador idealizado se diferencia do convencional, pois possui em sua estrutura um

recipiente que comporta álcool, permitindo o fluxo do líquido para uma esponja acoplada. Ele

apresenta como principal diferencial competitivo a simplicidade de seu funcionamento,

proporcionando a solução para o incômodo e alergia causados pela geração do pó de giz, e ao

mesmo tempo, possibilitando que a atividade de apagar o quadro seja realizada de forma

eficaz.

3.1.2 Especificações de oportunidades

Através de uma rápida descrição de algumas características, esta etapa visa determinar os

aspectos que poderiam determinar o sucesso/fracasso do produto, seus benefícios, público

alvo, necessidades dos consumidores, e um modelo de pesquisa que seria utilizado para

definir as necessidades dos consumidores. Algumas das informações obtidas podem ser vistas

na Tabela 1.

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Tabela 1 - Questões analisadas na etapa de geração de ideias

Nessa etapa também foi feita uma análise primária dos principais concorrentes para o produto

em questão, os quais foram apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Avaliação dos produtos similares e principais concorrentes

3.1.3 Estudo de viabilidade

Nessa etapa, geralmente, é elaborado um estudo de viabilidade técnica, econômica, comercial

e avaliação dos impactos ambientais e sociais (EVTECIAS) relativo ao produto proposto. No

modelo utilizado, por ser para fins didáticos, essa etapa foi reduzida.

A equipe realizou também uma pesquisa no site do Instituto Nacional de Propriedade

Industrial (INPI) para verificar se havia alguma patente relacionada ao produto proposto. O

resultado dessa pesquisa é apresentado na Figura 2. Figura 2 - Pesquisa feita no site do INPI

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Foram abordados pontos importantes utilizados nesse estudo de viabilidade, como:

determinação dos requisitos do produto; definição da estrutura de funções do produto;

definição de aspectos regulatórios que poderiam influenciar o desempenho do produto no

mercado; contextualização do mercado; definição do público alvo; definição de concorrentes,

substitutos, fornecedores, complementares e novos entrantes e realização de um

dimensionamento de mercado.

No dimensionamento de mercado, decidiu-se determinar a demanda anual de apagadores

através do número de quadros negros existentes no Brasil. A estimativa do número de quadros

negros foi particularmente trabalhosa para os cálculos do dimensionamento. Este valor foi

calculado através da multiplicação de três fatores: número de instituições de ensino (nível

básico e superior), quantidade média de salas e um fator de uso de quadro negro (parâmetro

determinado de forma intuitiva que fornece a proporção de quadros negros presentes nas

instituições de ensino).

O número de instituições de ensino, bem como a quantidade média de salas, foram

determinados baseados em dados do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais

(INEP). Os resultados obtidos são resumidos na tabela 3, na qual se verifica uma demanda

anual de 4.276.571 apagadores.

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Tabela 3: Dimensionamento do mercado

Nível de ensino Tipo Nº de instituiçõesQuantidade média de

salas

Fator de uso de

quadro(%)

Quantidade de quadros

negros

Demanda anual de

apagadores

Básico Federal 451 20 70 6.314 12.628

Básico Estadual 32104 26 45 375.617 751.234

Básico Municipal 123609 18 67 1.490.725 2.981.449

Básico Privada 36883 25 15 138.311 276.623

Superior Federal 99 827 82 67.136 134.272

Superior Estadual 108 400 77 33.264 66.528

Superior Municipal 71 50 78 2.769 5.538

Superior Privada 2100 115 10 24.150 48.300

2010

3.2 Projeto preliminar

A etapa do projeto preliminar tem como objetivo a elaboração do projeto estrutural do

produto. Esta etapa contempla os desenhos das partes que compõem o produto, as dimensões

do produto, os materiais utilizados no mesmo, entre outras características que possam

descrever o produto, com um menor grau de detalhes.

O apagador desenvolvido para quadros negros possui um compartimento com álcool de forma

a não espalhar a poeira proveniente do giz. O produto pode ser dividido nos seguintes

componentes: esponja, recipiente, placa de controle e uma tampa. A placa de controle contém

orifícios que permitem a passagem do álcool (que fica armazenado dentro do recipiente) para

a espuma. Através do acionamento de um botão, a placa desliza e o álcool passa através dos

orifícios. A tampa fica no topo do recipiente, para abastecer o recipiente com álcool quando o

mesmo estiver vazio.

3.3 Projeto detalhado e protótipo

Nesta etapa foi definido de forma mais detalhada como será desenvolvido o produto e o seu

funcionamento, com todas as suas características já bem definidas. Na etapa de projeto

detalhado todas as especificações técnicas do produto devem ser estabelecidas, os materiais

devem ser escolhidos e um desenho técnico deve ser elaborado. A vista do produto em uma

perspectiva tridimensional é apresentada na Figura 3.

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Figura 3 - Desenho do produto em 3D

Na figura 4 estão representadas as partes constituintes do produto com as respectivas

dimensões. Os componentes são feitos dos seguintes materiais:

Esponja: espuma do tipo Latéx;

Recipiente: resina de plástico do tipo Acrilonitrila butadieno estireno (ABS). Este

copolímero foi preferido devido a suas características como: transparência, dureza, brilho,

flexibilidade e baixo custo;

Placa de controle: plástico ABS (mesmo material do recipiente);

Tampa: borracha do tipo Viton, que é predominantemente feita de

Hexafluoropropileno. A escolha desse material foi devido ao bom comportamento para vedar

líquidos.

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Figura 4: Componentes do produto e suas especificações

Após a seleção dos materiais e medidas dos componentes, bem como a definição de como

seria feito o processo de produção do produto, foi construído um protótipo do apagador,

objetivando testá-lo. O protótipo funcional do produto proposto é apresentado na figura 5.

Figura 5: Protótipo em escala reduzida

3.4 Definição do custo e processo produtivo

Na etapa de definição do custo e do processo produtivo, o objetivo era mensurar os custos

envolvidos na fabricação do produto e definir como seria o fluxo do processo produtivo, em

suas diversas etapas.

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A composição de custos dos materiais é importante, pois através dela, pode-se calcular o

custo variável do produto, com esse dado, pode-se chegar a margem de contribuição,

calculado pela diferença entre o preço e custos variáveis. A composição do custo do produto

proposto é descrita na tabela 4.

Tabela 4 - Composição de custo do produto

O processo produtivo, representado pela figura 6, inicia-se com a chegada dos componentes à

fábrica onde são verificados e estocados. Em seguida as peças são transportadas para as

células de montagem por meio de carrinhos. Nas unidades produtivas, o auxiliar de produção

conta com uma estrutura cockpit em que ele tem fácil acesso às ferramentas e componentes

que otimizam toda a montagem do apagador. O produto montado é então escoado pelo

corredor principal, por meio de um segundo carrinho, até o controle de qualidade. No controle

de qualidade são verificados os padrões da montagem pré-estabelecidos. Os produtos

conformes são embalados e os nãos conformes voltam para a linha de montagem ou são

descartados. Uma vez embalados os produtos finais são direcionados à expedição que será

responsável por montar os pedidos dos clientes e separá-los no estoque de produtos acabados.

A tabela 5 descreve com mais detalhes os processos em questão.

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Figura 6 - Processo produtivo

Tabela 5 – Processo produtivo e suas características

3.5 Análise de viabilidade econômico-financeira

Após o levantamento de custos de produção para o apagador, foram levantados outros dados

financeiros pertinentes à colocação do produto no mercado, ou seja, todo o investimento

necessário para o projeto e em seguida uma análise de viabilidade econômico-financeira.

O levantamento de dados foi realizado através de pesquisas para determinação de dados

financeiros reais praticados no setor produtivo de apagadores, levando em conta fatores como:

investimento inicial, custos e despesas do setor, tributação, vendas esperadas.

Em seguida, foi elaborado um fluxo de caixa com uma projeção de cinco anos do produto no

mercado e feita algumas análises de indicadores financeiros e análises de sensibilidade para

diferentes cenários, considerando uma taxa mínima de atratividade de 12,68% ao ano.

Foram propostos dois cenários para analisar a sensibilidade do negócio quanto à volatilidade

natural do mercado, o primeiro com uma diminuição em vinte por cento das vendas e o

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segundo com um aumento em vinte por cento das vendas. Outros dois cenários foram

propostos para analisar o comportamento dos indicadores financeiros provocando variações

na margem de lucro do produto, o primeiro com diminuição em vinte por cento do preço de

venda do produto e o segundo com aumento em vinte por cento do preço de venda do

produto.

A tabela 6 apresenta os indicadores financeiros previstos para o projeto e para os cenários

propostos.

Tabela 6: Análise dos indicadores em diferentes cenários

Feita as análises de sensibilidade, verifica-se que a variável preço de venda possui um maior

impacto no projeto, uma vez que os indicadores sofrem alterações significativas alterando o

preço de venda.

Com relação a viabilidade econômico-financeira, o projeto pode ser considerado viável por

apresentar indicadores com valores satisfatórios para o período considerado, como mostrado

na tabela 6.

4. Desdobramento da função qualidade

O QFD é um método de apoio ao desenvolvimento de produtos, que contribui para que as

expectativas do consumidor sejam nele incorporadas, aumentando, consequentemente, o seu

poder de venda. Por isso esta ferramenta é de fundamental importância para apoiar as decisões

que viabilizem a implantação do Projeto do Apagador. As etapas do QFD foram restruturadas

de acordo com as seguintes entregas exigidas:

Seguindo a metodologia proposta por Cheng (2010) o grupo de trabalho realizou um a

pesquisa de mercado para identificar as qualidades exigidas. Feito isso, os itens com afinidade

foram agrupados, e os grupos obtidos foram organizados sob a forma de “diagrama de

árvore”, em seguida, foi feito a TCQ, de tal forma que cada item da TQE fosse relacionado

com um item da TCQ. Em seguida, construiu-se a TQPl, de acordo com as notas de

importância dadas pelos clientes para os itens da TQE e definição dos níveis de desempenho

desejado.

Após elaborar todas as tabelas (TQE, TCQ, TQPl, TQPr), o a equipe construiu a Matriz da

Qualidade, que pode ser observada na Figura 6.

Figura 6 – Matriz QFD

cm² cm cm³ cm cm Kg cm² cm³ ppm s mm rad Sens. Sens. cm cm³/s Db Pa Pa

1.1 Eficácia de limpeza

do quadro

1.1.1 Deixar o quadro

limpo9 9 9 9 3 5 4 3 5 1,3 1,5 9,4 8,8%

1.2.1 Distribuir o álcool

em toda a esponja9 9 9 3 9 4 4 1 5 1,3 1,2 6,0 5,6%

1.2.3 Umidificar a

esponja o suficiente9 9 9 3 9 4 5 1 5 1,0 1,2 4,8 4,5%

1.3.1 Não gerar pó de

giz1 9 9 9 3 5 5 1 5 1,0 1,5 7,5 7,0%

1.3.2 Evitar acúmulo

exagerado giz na

esponja

1 4 2 2 4 2,0 1,2 9,6 9,0%

2.1.1 Ser transportável

com uma só mão9 3 3 9 3 5 4 4 0,8 1,2 2,9 2,7%

2.1.2 Ser leve para

carregar1 1 3 9 4 5 5 5 1,0 1,2 4,8 4,5%

2.2 Estável ao

transporte

2.2.1 Manter o

equilíbrio ao ser

transportado

1 3 3 9 9 3 3 4 4 1,3 1 4,0 3,8%

2.3 Transporte

agradável

2.3.1 Boa aderência às

mãos3 9 3 1 9 3 3 4 4 1,3 1,2 4,8 4,5%

2.4.1 Resistente a

impactos9 9 4 3 4 4 1,3 1,2 6,4 6,0%

2.4.2 Manter a

integridade durante o

transporte

9 9 2 4 5 3 0,8 1 1,5 1,4%

3.1 Fácil acesso ao

botão de

ativar/desativar

3.1.1 Fácil acesso ao

botão de

ativar/desativar

9 3 4 4 1 4 1,0 1,2 4,8 4,5%

3.2.1 Acionamento

rápido9 3 5 4 1 5 1,3 1,5 9,4 8,8%

3.2.2 Funcionamento

silencioso3 9 2 5 3 3 0,6 1 1,2 1,1%

3.2.3 Não Borrar 9 3 5 4 4 5 1,3 1,2 7,5 7,0%

4.1 Boa apresentação4.1.1 Ter Design

diferenciado3 3 3 1 3 9 9 9 1 3 5 3 1,0 1 1,0 0,9%

4.2 Boa variedade4.2.1 Ter Cores

diferentes9 9 1 3 4 3 1,0 1 1,0 0,9%

5.1 Reposição rápida

do alcool

5.1.1 Ter Orifício com

abertura adequada para

adição de álcool

3 1 9 4 4 1 5 1,3 1,5 7,5 7,0%

5.2 Frequência de

Reposição5.2.1 Boa capacidade de

armazenamento9 9 9 9 5 3 1 5 1,7 1,5 12,5 11,7%

Total: 106,5 100,0%

Peso absoluto 3,37 1,82 3,62 0,63 1,55 1,03 1,24 2,97 0,63 1,50 0,43 0,08 0,17 0,17 0,34 1,60 0,10 0,67 0,67

Peso relativo 14,9% 8,1% 16,0% 2,8% 6,9% 4,6% 5,5% 13,1% 2,8% 6,6% 1,9% 0,4% 0,7% 0,7% 1,5% 7,1% 0,4% 3,0% 3,0%

9 Forte

3 Média

1 Fraca

Inexistente

Qualidade Planejada

Características da Qualidade

Propriedades Físicas Operacionalidade Acabamento Propriedades Mecânicas

e Ruído

Aci

on

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Fun

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ento

Tem

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Pesos

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Pes

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bso

luto

3º Nível

1. Bom

Funcionamento

1.2 Boa umidificação

da Esponja

1.3 Boa retenção do pó

de giz

2. Fácil de

Transportar

2.1 Prático ao

transportar

2.4 Resistente ao

transporte

Qualidade Projetada

Tab

ela

das

Qu

alid

ade

s Ex

igid

as

1º Nível 2º Nível

3. Fácil de Usar

3.2 Não perturba a

dinâmica da aula

4. Boa aparência

5. Fácil de Repor

Mat

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Correlações

Pesos da Características da

Qualidade

Avaliação de

desempenho

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Após a construção dos gráficos de Pareto, pode-se visualizar de forma mais efetiva a

priorização das qualidades exigidas e das características da qualidade em função da

necessidade do mercado consumidor.

Para os itens de qualidade exigida, figura 7, aquelas consideradas mais importantes para o

negócio seguindo a regra de Pareto (80% são vitais e 20% triviais para o negócio) foram: Boa

capacidade de armazenamento; Evitar acúmulo exagerado de giz na esponja; Deixar o quadro

limpo; Acionamento rápido; Não gerar pó de giz; Não borrar; Ter orifício com abertura

adequada para adição de álcool; Resistente a impactos; Distribuir o álcool em toda a esponja;

Umidificar a esponja o suficiente; Ser leve para carregar e boa aderência às mãos.

Procedendo a mesma análise para os itens de característica da qualidade, figura 8, os

seguintes itens foram considerados os mais importantes: Volume do álcool; Área; Volume de

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álcool na esponja; Volume; Largura; Vazão; Comprimento; Tempo gasto para apagar e Área

do botão de acionamento.

Figura 7: Gráfico de Pareto para os itens da Qualidade Exigida

Figura 8: Gráfico de Pareto para os itens da Característica da Qualidade

Portanto, o item da qualidade exigida pelo cliente que deve ser mais bem trabalhado pela

empresa é “Boa capacidade de armazenamento”, e o item da característica da qualidade é

“Volume de álcool”. Dessa forma, é importante que a empresa invista e dedique-se mais a

este quesito do produto.

Por exemplo: o principal item de característica da qualidade determinado no gráfico de Pareto

“Volume de álcool” tem alta correlação com o principal item de qualidade exigida, que é

“Boa capacidade de armazenamento”. Como para essa característica o comportamento é

limitado, ou seja, devem ser estabelecidos os limites superior e inferior de especificação, é

importante que seja realizado um controle estatístico da qualidade para esse item.

Esse tipo de análise é realizada para a definição dos valores-metas de desempenho. No caso

do item anteriormente analisado, esses valores são bem específicos. Estes valores são

utilizados nas elaborações dos padrões, e para verificação da capacidade do processo de

produção em atender as metas estabelecidas.

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5. Conclusão

A experiência didática da metodologia em questão proporcionou a compreensão da

importância das várias etapas do PDP. Além disso, pôde-se perceber como o estudo

aprofundado e a busca por maiores detalhes e enriquecimento das informações disponíveis

podem de fato minimizar riscos e diminuir o grau de incerteza ao lançar um novo produto.

Particularmente, o uso do método QFD foi de grande relevância para o trabalho, pois auxiliou

na captação da voz do cliente, traduzindo as reais necessidades do mercado. Logo, as

características técnicas do produto, bem como as qualidades exigidas puderam ser priorizadas

em ordem de relevância, o que aumenta a satisfação dos clientes.

Verificou-se que as etapas abordadas na disciplina contemplam atividades fundamentais do

desenvolvimento de um produto. A equipe concluiu, portanto, que o modelo de referência

adotado neste trabalho pode ser utilizado em outros projetos de desenvolvimento de produtos

de baixa complexidade tecnológica.

Conforme as análises feitas ao longo do trabalho, a viabilidade do produto foi comprovada.

Entretanto, deve ser feito um estudo de viabilidade técnica, econômica, comercial e de

impacto social e ambiental mais aprofundado, caso decida-se que a ideia seja transformada

em um negócio.

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