processo civil - interdiÇÃo
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Interdição Aula de 16.05.2011
Jurisdição voluntária
Não há uma lide propriamente dita, são requerentes e requeridos e não autor e réu.
O que é ação de interdição?
É um procedimento especial de jurisdição voluntária, que tem por finalidade declarar a incapacidade absoluta ou relativa, daquele que está privado do discernimento necessário para praticar sozinho os atos da vida civil, ou exprimir a sua vontade.
No tocante a idade, pode ocorrer a interdição dos incapazes relativamente (16 a 18 anos) para torná-los absolutamente incapazes.
Essas pessoas que foram INTERDITADAS seriam assistidas ou representadas?
Representadas. Se forem interditadas são representadas.
Os INDIOS são considerados INTERDITADOS?
Quanto aos silvícolas (índios) , tem a sua capacidade regulada em legislação especial (LEI 6001/73)
Os casados que são emancipados pelo casamento, podem entrar em uma boate que tem limite mínimo de idade?
NÃO. O casamento não emancipa para os casos que requerem idade mínima.
Legitimidade Ativa
(art. 1.177 CPC)
O MP tem legitimidade concorrente e subsidiária só podendo requerer a interdição na seguintes hipóteses:
I – Anomalia psíquica
II – Falta de legitimados designados no artigo 1777 CPC.
III – Se existindo aquelas pessoas indicadas, forem menores ou incapazes.
No caso de propositura da ação pelo MP, o magistrado deverá nomear um curador a lide (artigo 1.179 CPC)
No caso do MP promover a ação, o que o juiz deve fazer?
Nomear um curador especial (artigo 9º do CPC) para atuar na lide.
Na petição inicial, o requerente demonstrará:
A – documentalmente, a sua legitimidade.B – indicará os fatos, especificamente aqueles que demonstram que o interditando não tem condições de reger os atos da vida civil.
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C - assinalará as dificuldades na administração dos bens.
É possível o pedido de tutela antecipada para depois do interrogatório o juiz nomear um curador provisório, mas isso vai depender muito das provas que foi produzida. O interrogatório é obrigatório, a não ser que a pessoa não tenha condições de ser interrogada.
É possível o pedido de tutela antecipada para a curatela provisória.
No interrogatório, ele já sai intimado para apresentar impugnação,no prazo de 5 dias (artigo 1182) a falta de impugnação não gera os efeitos da revelia por se tratar de direitos INDISPONÍVEIS.
Se não impugnar, não é revel por se tratar de DIREITOS INDISPONÍVEIS.
Provas
É admissível a produção de qualquer prova, em especial a pericial, esta é obrigatória (art. 1183 CPC)
A Prova pericial é obrigatória, todavia o magistrado não fica adstrito ao laudo (artigo 436 CPC) pelo principio do livre convencimento motivado, podendo o juiz formar sua convicção com base em outros elementos ou autos presentes nos autos.
Sentença
(art. 1.184 CPC)
Efeito de apelação APENAS DEVOLUTIVO. (ex tunc ) retroage desde a data que gerou a incapacidade.
Decretando a interdição, o juiz nomeará curador.A natureza jurídica é DECLARATÓRIA.
Levantamento da interdição(Art. 1.186 CPC)
Não faz coisa julgada material, pode ser levantada a qualquer tempo.
Quando levanta a interdição, é APÓS O TRANSITO EM JULGADO.
IMPORTANTÍSSIMO!!!!!A SENTENÇA QUE LEVANTA A INTERDIÇÃO TEM DUPLO EFEITO, DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO.
A QUE DECRETA, TEM EFEITO SOMENTE DEVOLUTIVO.
Quem pode fazer o levantamento da interdição?A mesma pessoa que a requereu, o MP ou o próprio interditando.
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Re 296895 paraná
Questões sobre Interdição1) O marido de Alessandra, requer sua interdição. Ocorre que durante o
tramite processual, o magistrado em outra ação decretou a separação judicial do casal. Como advogado de Alessandra, o que você faria? Fundamente.
Como advogada de Alessandra, alegaria a falta de LEGITIMIDADE ATIVA uma vez que para pedir a interdição é necessário preencher os requisitos do artigo 1.768 CC e no momento em que foi decretada a separação judicial do casal, o mesmo deixou de atender esse requisito por estar separado judicialmente de Alessandra.
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Ocorreu um fenômeno chamado CARENCIA SUPERVENIENTE.
2) “A” promoveu a interdição de seu pai “B”. O juiz baseado em atestado médico juntado por ”A” e após o interrogatório de B que demonstrou sintomas de incapacidade mental decretou por sentença a sua interdição. Como advogado de “B” o que você faria. Fundamente. Como o tribunal irá decidir?Como advogada de “B”, eu apelo da decisão pois falta prova OBRIGATÓRIA de acordo com artigo 1.183, ou seja a pericia médica que não foi efetuada pelo juízo “a quo”. O tribunal irá anular a sentença. POR MEIO DE MEDIDA CAUTELAR, PODE-SE PEDIR O EFEITO SUSPENSIVO DESSA
3) “A” em 01.04.2009 vendeu o imóvel a “B”. Ocorre que a venda foi feita durante o processo no qual restou comprovada a incapacidade mental de “A”, motivo pelo qual em 25.04.2010 o magistrado decretou a interdição por sentença. Esta venda é válida? Fundamente. Como ainda não havia sido decretada a sentença que interditava “A” em 01.04.2009, é necessário que se verifique se o terceiro que negociou com o incapaz estava de boa fé, porque não tinha como conhecer a incapacidade nesse caso, a venda não será anulada. Só haverá a nulidade do negocio jurídico se houve má fé ou se o terceiro tinha conhecimento da condição de “A”.
4) “A” e seu irmão “B” promovem a interdição de sua mãe. “C” também filho da interditanda se opõe a interdição alegando que não há incapacidade mental, mas sim interesse dos irmãos no patrimônio da genitora. Após inúmeras alegações dos envolvidos, gerando inevitável animosidade, os requerentes (A e B) desistem da ação. Como o juiz deverá proceder? Fundamente. O juiz vai intimar o MP que deve nomear um curador para prosseguir o feito.
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