processo civil -ii (3)

69
Processo Civil II – Prof. Claudinor Bibliografia: Dinamarco (Instituições de Direito Processual Civil); Amaral Santos (Primeiras linhas de direito Processual Civil); Theodoro Junior (curso de direito processual civil); Gusmão (audiência de Instrução e julgamento e audiências preliminares). Provas: escrita, com questões problema, valendo 8,0, com consulta, no dia 02/04; P1 valendo 2,0, dia 02/05 e PF. A cognição como principal atividade jurisdicional 1. Origem da palavra O termo cognição deriva do latim “cognitio”. A teoria do conhecimento ou gnosiologia trata do problema de como se dá o processo cognitivo. 2. Conceito A cognição judicial como acentua Kazuo Watanabe – “Da cognição no Processo Civil” é um ato de inteligência, que consiste em analisar e valorar as questões de fato e de direito que são deduzidas no processo pelas partes e, cujo resultado é o fundamento da decisão a ser prolatada. > A jurisdição é inerte, a atividade jurisdicional tem que ser provocada. A parte pode provocar a atividade jurisdicional, através da petição inicial, formulando uma pretensão, porque sofreu uma lesão ou uma ameaça de lesão de um direito. A petição dará início ao processo, e o procedimento (modo pelo qual ele vai se desenvolver). O Estado dará uma providência jurisdicional (procedente, parcialmente, improcedente). Depois que a jurisdição é provocada, aplica-se o princípio da inafastabilidade jurisdicional (o juiz não pode se abster de julgar, alegando lacuna ou obscuridade na lei). O juiz quando decide, o faz segundo as regras de direito e se limitando aquilo que foi solicitado. A missão das partes é levar o juiz a formar o seu livre convencimento, para que ele possa decidir. O autor precisa apontar as questões de fatos, mas não precisa apontar as o direito, porque “iura novit cúria”.

Upload: camila-soares-rezende

Post on 01-Dec-2015

24 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Processo Civil II – Prof. Claudinor

Bibliografia: Dinamarco (Instituições de Direito Processual Civil); Amaral Santos (Primeiras linhas de direito Processual Civil); Theodoro Junior (curso de direito processual civil); Gusmão (audiência de Instrução e julgamento e audiências preliminares).

Provas: escrita, com questões problema, valendo 8,0, com consulta, no dia 02/04; P1 valendo 2,0, dia 02/05 e PF.

A cognição como principal atividade jurisdicional

1. Origem da palavra O termo cognição deriva do latim “cognitio”. A teoria do conhecimento ou gnosiologia trata do problema de como se dá o processo cognitivo.

2. Conceito A cognição judicial como acentua Kazuo Watanabe – “Da cognição no Processo Civil” é um ato de inteligência, que consiste em analisar e valorar as questões de fato e de direito que são deduzidas no processo pelas partes e, cujo resultado é o fundamento da decisão a ser prolatada.

> A jurisdição é inerte, a atividade jurisdicional tem que ser provocada. A parte pode provocar a atividade jurisdicional, através da petição inicial, formulando uma pretensão, porque sofreu uma lesão ou uma ameaça de lesão de um direito. A petição dará início ao processo, e o procedimento (modo pelo qual ele vai se desenvolver). O Estado dará uma providência jurisdicional (procedente, parcialmente, improcedente). Depois que a jurisdição é provocada, aplica-se o princípio da inafastabilidade jurisdicional (o juiz não pode se abster de julgar, alegando lacuna ou obscuridade na lei). O juiz quando decide, o faz segundo as regras de direito e se limitando aquilo que foi solicitado. A missão das partes é levar o juiz a formar o seu livre convencimento, para que ele possa decidir. O autor precisa apontar as questões de fatos, mas não precisa apontar as o direito, porque “iura novit cúria”.

3. Processo de conhecimento a. O juiz parte da afirmação de um fato para atingir uma declaração de direito.

> As partes apresentam ao juiz as questões de fato e de direito, prejudiciais (prescrição e decadência) e preliminares - réu.

b. Processo: instaurado para julgar pretensões – sentença de mérito – tutela cognitiva.

4. Conhecimento do processo – magistrado a. Interpreta os fatos alegados pelas partes: causa de pedir e defesa > na verdade

o juiz analisa todos os fatos para decidir.b. Inserção nas categorias jurídico-substanciais adequados > o juiz somente

prestará a tutela jurisdicional se a parte requerer nos casos e formas legais. Ex:

prova de pagamento se dá com documentos e não com provas testemunhais (documentos essenciais à propositura da ação).

c. Interpreta a lei pertinente > O juiz deve buscar a norma que assegura o direito pretendido com supedâneo (fundamento). Deve julgar de acordo com as leis e fundamentar. Ele pode declarar inconstitucional uma norma que foi suscitada naquele caso concreto (controle difuso da constitucionalidade).

d. Investiga a ocorrência ou inocorrência dos fatos alegados (prova) > o juiz tem que verificar e analisar os fatos alegados e controvertidos bem como as provas. Os fatos não controvertidos não são objetos de prova, porque ambas as partes admitem os mesmo fatos (são incontroversos).

OBS: Bem jurídico a ser tutelado = pedido = pretensão

5. Objeto da cognição Todos os pontos para o juiz inteirar-se e proferir o julgamento.

6. Classificação a. Cognição plena ou exauriente – Sentença > em todo processo as partes devem

esgotar a ampla defesa e o contraditório (alegarem tudo o que quiserem). Assim, o juiz estará pronto para decidir o mérito da questão. Se o processo se desenvolve normalmente ele pode proferir a sentença no final, mas ele pode proferir a sentença em qualquer momento se ele perceber que algum requisito não foi cumprido.O ideal é que o juiz profira a sentença com resolução do mérito, assim será plena.

b. Cognição sumária – Tutelas de urgência ou sentença > o juiz, dependendo de certos requisitos, pode conceder determinadas tutelas de urgência (cautelares, liminares, tutela antecipada, específica e alimentos provisórios), mesmo “inaudita altera partes” – sem ouvir a parte contrária – desde que apresente o perigo em mora e aparência do bom direito. O juiz também pode proferir a sentença sem a resolução, ou pode tomar uma decisão interlocutória (resolver uma questão incidental), porque nem sempre o processo esta maduro.

Petição Inicial

1. GENERALIDADES

- ART. 2º e 262, CPC – a atividade jurisdicional precisa ser provocada nos casos e formas legais. A jurisdição é inerte, até que seja provocada. No JEC é diferente.

- Veículo formal da demanda (ato pelo qual alguém pede ao Estado a prestação jurisdicional = exercer o direito de ação procurando solução ao litígio) – revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência jurisdicional. É o meio pelo qual quem sofreu uma lesão dará início a ação.

2. COMPETÊNCIA

- Justiça Especializada

Eleitoral – art. 118 a 121 CF Militar – art. 122 a 124 CF Trabalhista – art. 111 a 116 CF

- Justiça Comum

Estadual – art. 125 a 126 CF Federal – 106 a 110 CF

Competência – critério de distribuição das atribuições jurisdicionais.Todos os juízes tem jurisdição, mas nem todos tem competência para julgar determinada lide. Critérios para fixação:

1. Critério objetivo – art. 91 CPC – se funda:a. Natureza da causa – “ratione materiae” > em razão da matéria discutida no processo. b. Valor da causa – art. 258, CPC > a toda causa será atribuído a um valor (o autor deve

indicar o valor), segundo a organização judiciária. i. Art. 275, I, CPC – diz que trata-se de procedimento e não competência, porque é

matéria pertinente a organização local da justiça.ii. Lei 9.999/95 e 10259/2001 – são de competência do JEC as causas de valor até

40 salários mínimos, ou 60, no caso do JEC federal.c. Condições da pessoa – “ratione personae” > a competência é determinada em razão

da pessoa, da qualidade da parte, no exercício da função. Ex: Presidente da República (STF), Governador de Estado (TJ).

2. Critério Territorial (arts. 94 a 100 CPC) – diz respeito aos limites territoriais que cada órgão pode exercer a sua atividade jurisdicional.

a. Foro – unidade territorial de exercício da jurisdição – é o espaço físico territorial em que a unidade jurisdicional vai atuar.

Obs: fórum = prédio, edificação onde está instalada a justiça Comarca = reunião de 1 ou mais municípios para fins de aplicação da justiça.

b. Regra geral da competência territorial – art. 94 CPC > competência comum ou geral = o réu será demandado no foro do seu domicílio. Esse artigo será aplicado quando não houver competência privilegiada.

c. Regras especiais – art. 95 a 100 CPC e legislação especial > competência especial = levam em conta o domicílio das partes, a situação da coisa, ou onde ocorreu o fato jurídico. Sempre prevalece a regra especial em detrimento da geral. Ex: 2 réus = o autor pode escolher em qual domicílio vai demandar. “Forum res sitae” – art. 58, II , Lei 8245/91 > nas ações relativas ao inquilinato o foro será o local em que o imóvel estiver localizado, mas as partes podem optar pelo foro de eleição (determinam expressamente em NJ, o foro que terá competência para julgar eventuais litígios que decorram desse NJ).

OBS: Quando o réu for incapaz, deverá ser demandado no foro em que seus representantes residam.

3. Critério Funcional – art. 93, CPC – repartição das atividades jurisdicionais entres os diversos órgãos que devem atuar dentro de um mesmo processo. Nem sempre um só órgão esgotará a prestação jurisdicional, é preciso fixar quais serão os outros que poderão funcionar e em quais fases do procedimento. Classifica-se pelo (a):

a. Graus de jurisdição – são casos de competência hierárquica. Ex: competência originária dos TS para alguma causa e competência recursal. Todos os graus tem competência originária (mas em regra, essa competência é da 1ª instância), só o de 2º e a instância superior tem competência recursal.

b. Fases do processo/procedimento – art. 108 e 132 CPC. Ex: em ações de execução em que os bens estão situados em outra comarca. A competência para a fase de penhora, avaliação será deslocada para o juízo da situação dos bens.

c. Objeto do juízo – art. 476 e 480 CPC. Ex: a penhora ou a medida cautelar decretada por um juiz é cumprida por outro, em diferente circunscrição territorial.

Modificações de competência - A competência interna classifica-se em:

1. Competência Relativa – É passível de modificação por vontade das partes ou por prorrogação. São relativas as competências que decorram do valor da causa ou do território. Também o são aquelas por distribuição. Exceções – arts. 95 e 99, CPC – matérias que são de competência territorial, mas imodificáveis (competência absoluta): ações imobiliárias relativas a direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse etc; ações em que a União for autora, ré ou interveniente e ações de falência.

2. Competência Absoluta – insuscetível de sofrer modificação, seja pela vontade das partes, seja por motivos legais de prorrogação (conexão ou contingência). É absoluta as competências em razão da matéria, hierarquia, funcional e pessoalOBS: foro de eleição (que as partes podem escolher num NJ. Não podem quando se tratar de competência absoluta. Ex: vara da família)

Declaração de incompetência – arguição de incompetência

O primeiro dever do juiz é, quando recebe a inicial, verificar se é ou não competente para tomar conhecimento da causa. Não precisa admitir expressamente (a aceitação é implícita), mas se ela for posta em dúvida pela parte, deverá o juiz pronunciar-se expressamente. Pode, entretanto, o juiz entender que é incompetente.

1. Relativa – art. 112, CPC – Súmula 33, STJ >se a incompetência for relativa, o réu arguirá a incompetência por meio de exceção de incompetência, dentro de um prazo certo. Se ele não se manifestar, ocorrerá a ampliação da competência do juízo da causa. Não pode, portanto, o juiz, ex oficio, afirmar a sua incompetência relativa. Exceção: art. 112, §único-foro de eleição em contrato de adesão. Ex: no contrato de adesão está estipulado o foro de Manaus, mas o consumidor esta em SP, sendo

prejudicial ao consumidor, o juiz se declara incompetente e passa o foro para o domicílio do consumidor.

2. Absoluta – art. 113, CPC >o juiz deve se declarar incompetente absoluto ex oficio, independente de exceção. Se não o fizer a parte pode alegar a incompetência a qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que não tenha transitado em julgado. Pode arguir essa incompetência na preliminar da contestação, não arcando com custas, ou em simples petição, arcando com as custas. Reconhecida a incompetência absoluta, os atos decisórios são considerados nulos, e os autos são remetidos ao juiz competente, que aproveitará todos os atos probatórios já praticados.

OBS: Se o juiz não for competente, os atos serão anulados.

Prorrogação da competência – art. 114, CPC > se amplia a esfera de competência de um órgão judiciário para conhecer de certas causas que não estariam compreendidas em suas atribuições jurisdicionais. A competência absoluta não pode ser prorrogada, a relativa pode ser prorrogada, se o réu se manter inerte no prazo certo. A prorrogação pode ser:

> Legal – decorre de imposição legal, como nos casos de conexão (art. 103, CPC – quando 2 ou mais ações estejam tramitando e tiverem o mesmo objeto ou causa de pedir, é possível que uma seja apensada a outra, sejam unidas para obter uma decisão com segurança jurídica - terão uma única sentença), prevenção (art. 106, CPC – possibilita que as ações reunidas vão para o juiz que despachou primeiro, mas a jurisprudência dominante disse que a competência será a do primeiro protocolo realizado) e continência (art. 104, CPC – sempre que estiver tramitando duas ou mais ações que envolvam as mesmas partes e causa de pedir, elas devem ser reunidas. Para haver continência deve haver um pedido mais abrangente, mais amplo)

> Voluntária – art. 111, §1º e 2º, CPC – quando decorre do ato de vontade das partes, como no foro de eleição. A exigência é que, o acordo deve ser por escrito, e obriga os herdeiros e sucessores das partes.

Conflito de competência > Art. 115 – há conflitos positivos e negativos:

I. Dois ou mais juízes se declaram competentes - tem a mesma competência para julgar o mesmo processo. Ambos praticam atos em causa idêntica.

II. Dois ou mais juízes se consideram incompetentes – ambos se derem incompetentes para julgar aquele caso

Quem vai julgar o conflito: quando se trata de juízes que integram o mesmo tribunal estadual, será o TRF. Entre juízes militares estaduais é TJM; entre um juiz estadual e trabalhista, é o STJ; entre trabalhistas e federais, STJ; entre trabalhistas de uma mesma região, tribunal que pertencem, se forem distintas TST. Quem tem legitimidade para suscitar é o juiz, a parte e MP.

Perpetuação da Jurisdição – artigo 87, CPC > uma vez proposta a ação, aquele juízo em que tramita o processo, será competente até o final, salvo se houver supressão do órgão jurisdicional ou alteração da competência (neste caso a perpetuação pode ser flexibilizada). É objetiva e não subjetiva. Ex: no caso de separação o foro é o domicílio da mulher, mas e se ela se mudar no meio do processo? Criação de vara especializada pode autorizar a redistribuição de feitos.

3.ESTRUTURA - deve ser feita por escrito, e firmada por advogado habilitado. Obs: o espaço em braço serve para o juiz proferir um despacho, citação.

1. Endereçamento – art. 282, CPC – ela deve conter o juiz ou Tribunal a que é dirigida, isso por causa da competência, que pode ser originária ou recursal. Indica-se o órgão jurisdicional e não o nome da pessoa física. Todos os órgãos tem competência originária, mas só o 2º e o 3º tem recursal.

2. Preâmbulo – art. 288, II, CPC.a) Qualificação das partes: o nome completo (PF) ou nome social (PJ),

denominação (PFormais. Ex: condomínio, espólio), estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu (individualização e comunicação)>Em regra, deve haver a identificação das partes, exceção: ações possessórias (isso porque pode haver uma pluralidade de réus).>Residência – a pessoa se fixa com animus definitivo> Domicílio – onde passa a maior parte de seu tempo em ocupação.> A recomendação é de que deve indicar RG, CPF, CNPJ, mas não é exigência.> O preâmbulo finaliza com a expressão “ pelos fartos e fundamentos mencionados”.

b) Nome da ação. Ex:ação de reintegração de posse.c) Procedimento – ordinário, sumário.

3. Corpo da inicial

3.1.1 Fatos e fundamentos jurídicos do pedido – 282, III. Todo direito subjetivo nasce de um fato, que deve coincidir com aquele estabelecido na lei. O autor deve apontar o fato de onde provém o seu direito. Além de descrever o fato, precisa demonstrar o nexo jurídico capaz de justificar o pedido. Não é necessário a menção ao texto legal.

a. Teorias da individualização e substanciação da ação > a petição inicial deve ter conteúdo (substância). A parte justifica porque ingressou com a ação.Não é necessário colocar o fundamento legal, porque iuria novit cúria.

b. Causa de pedir - próxima e remota = justifica a propositura da ação.i. Próxima – ocorrência de lesão ou ameaça de lesão ao direito. Os danos, o

inadimplemento, levam o autor a ingressar com a ação.ii. Remota – fatos relacionados com as partes. Ex: o autor é casado com a ré a 24

anos, tiveram 2 filhos, adquiriam tais bens etc.

3.2 Valor da causa – art. 282, V, CPC. A toda causa deve-se atribuir um valor porque: pagamento das custas, definir competência, procedimento e servir de parâmetro para fixação de honorários advocatícios de sucumbência. Art. 258 e 259, CPC – estabelecem parâmetros para estipulação do valor da causa. Nas causas em que não há como estabelecer (ex: mandado de segurança) há liberdade para estipulação com um padrão. A somatória de todos os pedidos (ex: danos materiais e morais) dará o valor da causa.

3.2.1 Impugnação ao valor da causa – art. 261, CPCSe o próprio juiz perceber que o valor da causa está errado, ele pede para o autor ajustar; mas o réu também pode impugnar o valor dentro do seu prazo de resposta, então o juiz vai proferir a decisão, acolhendo ou não a impugnação. O autor terá que cumprir.

3.3 Provas – art. 282, VI, CPC.As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados – o ônus da prova de todos os fatos pertinentes a sua pretensão incumbe sob pena de sucumbência. Se o autor pretender prova pericial, terá que justificar. Se as partes não produzirem provas = preclusão.

3.4 Requerimento para a citação do réu – art. 282, VII.É o princípio do contraditório (direito da parte de resposta toda vez que o autor se manifestar). O autor pode não requerer a citação, mas nem por isso ela deixará de ser citado. É o meio de forçar juridicamente o seu ingresso.

3.5 Pedidos e suas especificações – Art. 286 a 293, CPC

a) Conceito de pedido – é a expressão da pretensão. Quando o autor vai a juízo, formula uma pretensão. Ele vai descrever determinados fatos.

b) Requisitos – art. 286. Diz que deve ser certo ou determinado, mas deve-se ler (e).i. Certo – expresso. Diferente do implícito. Como regra,no direito processual

brasileiro não se admite o implícito, mas há exceções. ii. Determinado – delimitado na sua quantidade e qualidade. Ex: o réu é

condenado a entregar 10 sacas de feijão. Especificou a quantidade, mas não a qualidade (que espécie de feijão).

iii. Concludente – corresponder com a causa de pedir. Caso contrário a PI será inepta.

c) Pedidos i. Imediato – sentença = pedido que o autor faz, para que por meio de um

provimento (ação declaratória, condenatória ou constitutiva), sentença, o Estado tome uma providência. Quando o autor propõe ação, ele formula uma pretensão, quer que o estado tome uma providência, por meio de um provimento, e de uma sentença.

ii. Mediato - tutela específica ao seu bem jurídico que considera violado ou ameaçado. Ex: na ação de despejo, o autor quer que o réu saia.

d) Princípio da adstrição/congruência – uma vez formulado esse pedido, vai vincular a decisão do juiz. O juiz não pode sentenciar além ou aquém do pedido (limites), sob pena de macular a sentença.

e) Espécies de pedidoi. Genérico – art. 286, CPC > como regra, não se admite o pedido genérico, deve

ser certo e determinado. O pedido imediato nunca pode ser genérico, mas poderá o ser o pedido mediato, somente nos seguintes casos: I) nas ações

universais, se o autor não puder individuar os bens demandados. Ex: requer a dissolução da sociedade conjugal e a sua parte no rebanho; II) quando não for possível determinar as consequências do ato ou fato ilícito. Ex: a pessoa sofreu acidente, ou cirurgia mau realizada. A pessoa ainda esta em tratamento, sabe o quanto já gastou, mas não tem ideia de quanto ainda vai gastar, em decorrência do fato ilícito; III) quando a determinação do valor da condenação depender do ato que deva ser praticado pelo réu. Ex: ação de prestação de contas – o valor depende das contas apresentadas.A indeterminação, contudo, nunca pode ser absoluta. A indeterminação se restringe a quantidade e qualidade das coisas pleiteadas.OBS: Perdas e danos (morais), lucros cessantes – o autor deve especificar o valor, o prejuízo suportado pela vítima. Existem parâmetros, não pode deixar aleatoriamente, até porque não faz parte das exceções.

ii. Cominatório – art. 287, CPC > nas obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa certa. Pedido de condenação sob pena de multa. Pena pecuniária pelo atraso do cumprimento. Em regra, o autor deve requerer o pedido cominatório, a multa diária, mas a lei autoriza o juiz a determinar de ofício, como meio de coerção. Ex: o réu é condenado a fazer alguma coisa, e se ele não fizer, está cominada uma multa diária.

iii. Alternativo – art. 288, CPC > quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo, ou seja, qualquer uma delas, uma vez realizada, satisfaz a obrigação. Refere-se ao pedido mediato. Haverá a expressão “ou”. Ex: ação de depósito, em que se pede a restituição do bem depositado ou o equivalente em dinheiro. Se a escolha couber ao devedor, o juiz assegurará o direito de cumprir de várias maneiras.

iv. Subsidiário ou sucessivo – é licito ao autor formular mais de um pedido em ordem sucessiva, de modo que, se não puder atender o pedido mais importante, haverá o pedido subsidiário, secundário. Também pode se referir ao pedido imediato, à própria tutela jurisdicional.

v. Prestações periódicas = art. 290, CPC. Pedido implícito. O autor deve requerer no pedido as parcelas vencidas e vincendas (durante o processo). Mas o CC considera incluído no pedido, ainda que o autor não requeira, as vincendas (de vencimento posterior ao ajuizamento da ação)- o juiz vai determinar. Ex: juros, aluguel = obrigações de trato sucessivo.

vi. Cumulados – pode cumular mais de um pedido. Pode ser subjetiva (de partes = litisconsórcio) ou objetiva (de ações e pedidos, várias ações e vários pedidos, ou uma ação e vários pedidos). É necessário que os pedidos sejam compatíveis entre si, que o juiz tenha competência para todos os pedidos e o tipo de procedimento seja adequado para todos eles. Ex: ação de indenização de danos materiais C.C com danos morais; despejo C.C cobrança; reconhecimento de paternidade C.C alimentos; ação de divórcio – pedidos: partilha de bens, guarda de filhos, regulamentação de visitas, alteração do nome.

f) Interpretação do pedido – art. 293, CPC.A regra é que os pedidos são interpretados restritivamente, como foram formulados. Entretanto, admite o CC os pedidos implícitos (o juiz fixará independem do autor ter

requerido): juros legais moratórios, correção monetária, parcelas vincendas se o réu não pagar ou consignar em juízo e honorários advocatícios (art. 20,§3º e 4º).

Emenda, aditamento e indeferimento da inicial

Despacho da inicial – se houver mais de um juiz com a mesma competência, será utilizado o critério de distribuição. Havendo apenas um competente, será a PI apresentada diretamente a ele. Chegando ás mãos do juiz, caberá a este examinar seus requisitos antes de despacha-la. Ao analisar poderá: deferir a citação, sanear a petição ou indeferir a petição.

1. Deferir a petição > petição inicial em termos: art. 285, CPC – A PI esta apta, ou seja, foram atingidos todos os requisitos (282 e 283). O juiz vai determinar o despacho e ordenar a citação do réu. Pode também deferir ou não uma tutela antecipada.

> Matéria de direito: art. 285, A, CPC – existe matéria de fato e de direito. Quando a matéria for de direito já julgado como improcedente (o juiz já julgou, naquele juízo, uma causa em que a matéria era de direito), pode (não é obrigatório) o juiz julgar como improcedente pelo mesmo motivo (matéria repetida). Isso da ao processo uma celeridade.

2. Saneamento da Inicial = regulação. Sanear = juiz verificará se o processo pode passar para a fase seguinte (instrutória).Emenda da inicial: art. 284, CPC – O juiz, ao analisar a PI, percebe que esta apresenta algumas irregularidades (lacunas, imperfeições ou omissões; ex: falta de procuração, falta de certidão, falta de declaração de pobreza.). Se for possível a correção, o juiz não indeferirá de plano, mas determinar que o autor proceda a emenda da inicial pelo prazo de 10 dias. A emenda é ato pelo qual o juiz determina que o autor, e 10 dias, corrija a petição, de modo que o processo possa prosseguir. Se o autor não cumprir a diligência no prazo, ai o juiz indeferirá a inicial.

3. Indeferimento da PI – do exame da inicial ou do não cumprimento da diligência saneadora, pode o juiz proferir o indeferimento. - Casos de indeferimento: art. 295, CPC

I. Petição inepta – defeituosa, que não atende os requisitos do art. 282 e 283 ou que contenha algumas das hipóteses previstas no 295, PU:

a. Se faltar pedido ou causa de pedir (a doutrina amplia e diz que quando não houver correspondência)

b. Se a narração do fato não trouxer uma conclusão lógicac. Se o pedido for juridicamente impossíveld. Se tiver pedidos incompatíveis entre si.

II. Quando a parte for manifestamente ilegítima – Ex: a mulher processa o banco que o cara, que lhe faltou com respeito, trabalha.

III. Quando o autor carecer de interesse processual: necessidade – as razões que levaram a pessoa a procurar o processo devem ser a lesão ou ameaça de lesão ao direito; adequação – para cada fato há uma ação correspondente. Ex: no caso do esbulho possessório a ação é a reintegração de posse.

IV. Quando o juiz verificar prescrição ou decadência – art. 294, §5º V. Quando o processo escolhido pelo autor não corresponder a natureza da

causa ou ao valor da ação – não será indeferido se puder adaptar ao processo certo.

VI. Quando não atendido o art. 284 = se o autor não atender o prazo para emendar; e o art. 39, PU = se as partes não indicarem o endereço para serem intimadas (isso representa um excesso de formalismo).

Decisão de indeferimento: art. 267, I – É ato do juiz, ele indefere, o réu não precisa pedir. Não impede que o autor proponha novamente a mesma ação. Causa a extinção do processo. Um dos atos do juiz é a sentença. Esta pode ser definitiva (julgar o mérito) ou terminativa (sem resolução do mérito). Ao indeferir uma PI o juiz o faz por meio de sentença terminativa = extingue o processo sem resolução do mérito.

Recurso contra a decisão que indefere a PI; art. 296 – É a apelação com fundamentos no art. 296, 513 a 521. Havendo apelação, o juiz tem poderá no prazo de 48 horas rever sua decisão e reformá-la (juízo de retratação), e o processo continua. Não havendo a reforma os autos serão encaminhados ao Tribunal competente.

Aditamento da Inicial = alteração da PI por iniciativa do autor, voluntariamente; difere-se de emendar (determinada pelo juiz).

Princípio da estabilidade da demanda – o processo deve caminhar e chegar no resultado final, sem sofrer tumultos.

Alteração do pedido ou da causa de pedir: art. 264, CPC – o autor pode alterar, total ou parcialmente, independente de aceitação do réu, o pedido ou a causa de pedir, desde que o faça antes da citação do réu. Se for depois, precisará da aceitação deste. Pelo princípio da estabilidade, o autor não pode aditar a PI a qualquer momento, mas somente até o saneamento do processo.

Aditamento do pedido – 294 CPC – antes da citação poderá o autor aditar o pedido, arcando com as custas para isso.

Citação

OBS: angulação do processo – primeiramente o processo tem dois lados: autor e juiz, e só se completa essa angulação com a citação do réu. Assim, não há angulação, não se aperfeiçoa a relação processual e não se estabelece o contraditório, sem que o réu tenha conhecimento da ação. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu.

Conceito – art. 213, CPC: ato pelo qual se chama a juízo o réu a fim de se defender; o réu toma ciência de que existe uma ação contra ele, proposta pelo autor. O autor deveria requerer a sua citação, mas, se ainda não o fizer, o juiz citará.

> Art. 263, CPC: citação válida: ato necessário e indispensável.

Princípio do contraditório – art. 5º, LV, CF: possibilidade do réu de responder toda vez que o autor se manifestar. A citação instaura o contraditório.

Comparecimento espontâneo do réu, com advogado – art. 214, §1º - Em regra, sem a citação haverá a nulidade do processo, mas o comparecimento espontâneo do réu (ato volitivo do réu) supre qualquer irregularidade (falta ou nulidade da citação). Nesse caso, o dies a quo (prazo “ a quo”, início do prazo que ele tem para se defender) passa a correr a partir do dia seguinte, se for útil (art. 184). Ele pode tomar conhecimento através do banco, que se recusa a entregar talão de cheque. Se o comparecimento do réu se deu apenas para alegara nulidade da citação, será considerado citado no dia em que ele ou seu advogado for intimado da decisão em que se reconheceu a nulidade arguida (a partir daí começa a fluir o prazo para resposta, contestação). Se o reconhecimento da nulidade da citação ocorrer em 2ª instância, o prazo para a contestação será aberto quando os autos retornarem para a 1ª, quando o réu será intimado.

Destinatário da citação – art. 215, CPC: em regra deve ser feita pessoalmente ao réu, ou a procurador legalmente autorizado.

Pessoa física – réu ou a quem o representar legalmente (tutor, curador, mandatário com poderes específicos – a procuração ad judicia deve permitir).

Pessoa jurídica de direito público – art. 12, I e II, CPC: município, autarquia, fundação pública. Serão representados pelos procuradores. Os procuradores federais (no caso da União) e estaduais serão citados. No caso do município, pode ser citado o procurador ou o prefeito.

Pessoa jurídica de direito privado – art. 12, VI, CPC: pessoa designada para representar a PJ no estatuto ou contrato social.

Pessoa formal: art. 12, III, IV e V, CPC: massa falida – administrador judicial; espólio – inventariante; condomínio – síndico eleito pela massa condominial;

Modalidades de citação – art. 221 a 233, CPC

Doutrina > A citação pode ser real (correio ou oficial de justiça – depende da efetiva entrega da correspondência) ou ficta (hora certa ou edital). OBS: citação por hora certa não é modalidade, mas faz parte do item b.

1. Citação pelo correio – art. 222 e 223: É a regra, as outras são exceções. É a mais célere. Por carta do escrivão, encaminhada ao réu pelo correio, com aviso de recebimento. Deve ser acompanhado de cópia da PI e despacho do juiz, além de constar o prazo para contestar e advertência de que se não o fizer, serão tidos como verdadeiros os fatos alegados pelo autor na inicial.Adota-se a teoria da aparência – se não for recusada ou devolvida, considera-se citado. Por isso é que o certo é devolver ou recusar a citação, se não conhecer a pessoa. Se o destinatário se negar a assinar o A.R, a citação postal estará frustada. Se for PJ, é válida a citação quando realizada no endereço da Ré, mesmo que o A.R seja assinado por qualquer empregado. O autor, se não quiser pelo correio, deve indicar a outra (exceto a por edital). O prazo para a resposta do réu só começa a fluir a partir da juntada do A.R aos autos. A citação pelo correio não pode ser usada (nestes casos prevalece a por oficial):> em ações de estado – direito de família> quando for ré o estado> quando for ré pessoa de direito público

> processos de execução> o réu reside em local em que o correio não abrange

2. Citação por oficial de justiça – art. 224 a 230: sempre que a citação postal frustrar, esta será cabível. O oficial de justiça deve portar o competente mandado (documento que o legitima a praticar a citação), que depende de despacho do juiz. O mandado citatório deve constar os nomes do autor e réu, especificações da PI, o prazo para contestar, advertência de que se não o fizer, serão tidos como verdadeiros os fatos alegados pelo autor, dia, hora e local de comparecimento. O oficial deve ler o mandado, entregar a contra fé (cópia da PI e do mandado) e o réu assinará. Deve certificar o recebimento ou a recusa da contrafé. Cumprido o mandado, o oficial o devolverá ao cartório, junto com a certidão. A citação por hora certa – quando por três vezes o oficial comparecer a residência ou trabalho do réu e não o encontrar esse houver suspeita de ocultação (subjetivo), ele proceder a citação por hora certa (ficta ou presumida) – intimará qualquer pessoa da família, ou vizinho (não sendo criança ou interdito), de que no dia X, retornará para efetuar a citação pessoal ou na pessoa que ali estiver, na hora determinada, independente de novo despacho do juiz. O oficial deixará a contrafé e certificará. A citação,somente será aperfeiçoada quando for expedida carta que será encaminhada ao réu, avisando da citação concluída por hora certa. A contagem do prazo a quo (a contestação começa a fluir) inicia-se, para a jurisprudência majoritária, quando o mandado cumprido expedido pelo oficial for juntado aos autos, mas há também julgados em que o prazo se inicia com o junção do A.R. É dado curador especial.

3. Citação por edital – art. 231 a 233: ficta ou presumida. Somente depois de esgotadas todas as possibilidades de localização do réu, pode ser feita essa citação. Se dará:

1. Quando desconhecido ou incerto o réu – pessoas que sucedem o de cujus2. Quando ignorado, incerto e não sabido ou inacessível o lugar em que se

encontre o réu. 3. Nos casos expressos na lei – inventário, divisão, insolvência, usucapião.

Ela exige alguns requisitos: no edital deve constar o prazo que varia entre 20 e 60 dias (fixado pelo juiz) após a publicação do edital, para contestar, bem como advertência sobre a presunção da veracidade. Também deve o edital ser publicado, uma vez no diário oficial da União ou do Estado e, duas vezes num jornal de circulação da comarca. Como é citação ficta, o juiz nomeará curador especial para acompanhar o processo.

4. Citação por meio eletrônico – art. 221, IV: não se aplica essa citação, porque depende de regulamentação própria. Não existe lei que a regulamente.

5. Citação por carta: ordem, precatória e rogatória – art. 202 a 212.

Efeitos da citação válida – art. 219, CPC.

Processuais (prevenção, litispendência, litigiosa a coisa) e materiais (devedor em mora e prescrição):

1. Torna prevento o juízo – É a fixação da competência de um juiz em face dos outros que teriam igual competência para a causa. Aquele que realizou primeiro a citação válida, torna-se prevento.

2. Induz litispendência – ação com o mesmo pedido, causa de pedir e partes. Uma vez citado o réu com essas características já é considerado litispendência.

3. Faz litigiosa a coisa – o bem jurídico se torna vinculado à causa, não pode ser alterado4. Constitui em mora o devedor – o juros de mora são devidos a partir da citação do réu.5. Interrompe a prescrição – o fluxo prescricional permanecerá paralisado durante toda

duração do processo, recomeçando do ato que puser fim. Se ela já estava interrompida antes da citação, permanecerá sem andamento e será retomada de onde parou (computa-se o tempo).

Lugar da citação – Em regra, o réu pode ser citado aonde se encontrar. Exceto: cultos religiosos, aos cônjuges ou parentes em dias de enterro (nem nos 7 dias seguintes), aos cônjuges nos dias de bodas (casamento e dois dias depois), aos doentes enquanto graves o seu estado.

Respostas do Réu: defesa processual, defesa de mérito, exceções e reconvenção.

Direito de defesa – Após a propositura da ação, o réu é citado para vir responder ao pedido formulado pelo autor (se o autor faz uma pretensão, o réu tem direito à resistência).

Princípio do devido processo legal: contraditório e ampla defesa – art. 5º, LV, CF. A resposta do réu vem em atendimento ao princípio do contraditório que consiste em garantir às partes o direito de serem ouvidas nos autos sobre todos os atos praticados antes da decisão. A citação válida do réu instaura o contraditório.

Art. 297, CPC – nos 15 dias seguintes a citação, o réu poderá responder o pedido através: contestação, exceção e reconvenção. O prazo é comum a todos os réus, mas pode ser dobrado se os litisconsortes tiverem advogados diferentes.

Contestação – art. 300 a 303, CPC – refutar, rebater, impugnar. É o instrumento processual pelo qual o réu vai a juízo para refutar, opor-se, formal ou materialmente, às alegações deduzidas na inicial. O réu resiste a pretensão e ao pedido do autor. Compete ao réu arguir toda matéria de defesa, apresentar todas as questões de fato e direito e especificar as provas que deseja produzir.

Princípio da eventualidade ou da concentração da defesa (art. 303, CPC) – é na contestação que o réu deve apresentar todas as questões de fato e de direito, processual e mérito. Então a defesa se concentra numa peça denominada contestação. Mas, é possível, sem violar o principio da eventualidade, o réu apresentar novas alegações durante o curso do processo:

I. Se forem relativas a direito superveniente. Ex: réu adquire a propriedade da coisa litigiosa durante o processo, por herança.

II. Quando a matéria arguida puder ser conhecida de ofício pelo juiz. Ex: pode alegar que a petição inicial é inepta, mesmo depois que já tiver passado do tempo.

III. Quando a matéria puder ser formulada em qualquer tempo ou juízo, por autorização legal. Ex: prescrição.

OBS: se houver a revelia do réu, o autor formula outro pedido e o revel deverá ser novamente citado (interpretação doutrinária).

Forma de apresentação:

A. Procedimento ordinário: artigo 297, CPC – somente petição escrita.B. Procedimento sumário: artigo 278, CPC – como os atos são concentrados em duas

audiência: conciliação e instrução e julgamento, pode ser escrita ou oral. C. Procedimento sumaríssimo: artigo 30, Lei 9.099/95 - como os atos são concentrados

em duas audiência: conciliação e instrução e julgamento, pode ser escrita ou oral.

Prazos:

A. Procedimento ordinário: art. 297, CPC – 15 dias da citação deve responder.B. Procedimento sumário: art. 278, CPC – não há prazo para a resposta, deverá ser feita

no ato, na audiência de conciliação, não há outra oportunidade = preclusão. C. Procedimento sumaríssimo: Lei 9.099/95 – a lei não dispõe. Se o juiz determinar que o

seja na conciliação, se nada contiver é na audiência de instrução e julgamento. Não pode passar deste ato.

D. Procedimento cautelar: art. 802, CPC – prazo de 5 dias para a resposta. E. ”Dies a quo”: art. 241, e 184 CPC – data em que iniciará a contagem do prazo, de

qualquer ato processual, e não apenas da contestação. Nos procedimentos especiais o dies a quo começará no dia seguinte da contestação. No procedimento sumário, se for pelo correio, a partir da juntada aos autos do A.R correspondente a citação; no caso de oficial, será a partir da juntada do mandado cumprido; na citação por edital, é a partir da juntada do edital que o oficial certificou. OBS: a lei fala a partir da juntada, mas pelo art. 184, é o dia seguinte, desde que útil = a partir do último ato citatório. OBS: se tiver muitos réus, será quando todos os A.Rs e mandados tiverem sido juntados.

F. Fazenda Pública (União, estados membros da federação, municípios, autarquias e fundações públicas) e Ministério Público: art. 188, CPC – quando o MP estiver em condição de réu, terão os seguintes prazos: em quádruplo para contestar e em dobro da recorrer. OBS: as empresas públicas não gozam deste privilégio.

G. Litisconsórcio passivo: art. 191, CPC – se eles forem defendidos por advogados diferentes, ainda que do mesmo escritório, mas se tiverem procurações distintas (a procuração não pode dar poderes a todos os advogados), o prazo será em dobro.

Princípio da Impugnação específica

Art. 302, CPC – cabe ao réu, depois das preliminares, manifestar-se sobre os fatos narrados na inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados. Assim ele deve se manifestar, deve impugnar especificamente todos os fatos que forem relatados na PI. Os fatos não impugnados serão tidos como verdadeiros (presunção de veracidade).

Exceções – Art. 302, I, II e III, CPC – não se aplica a presunção de veracidade se:

Não for admissível a seu respeito a confissão (ainda que o réu tenha sido omisso- silenciou -ou comissiva por omissão- confessou-, não pode ser presumido, porque somente um exame poderá o fazer. Ex: diz que teve relações sexuais, mas não quer dizer que ele é o pai).

Se a PI não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considera da substância do ato.

Se os atos não impugnados estiverem em contradição com a defesa – ex: ação de danos por acidente de veículo. O réu alega que não deu causa ao evento que resultou os danos (há uma contradição, o réu não precisa se alongar, basta a contradição).

Contestação genérica ou por negativa geral – art. 302, P.U, CPC – como regra o réu não pode contestar dessa forma, considera-se que ele esta admitindo como verdadeiros os fatos alegados na PI. Essa regra, entretanto, não se aplica ao advogado dativo (defensorias públicas – DPF e DP dos Estados e do DF; advogados da OAB do convênio de assistência judiciária), curador especial (réu for preso ou citado por hora certa ou por edital e for revel – não apresenta contestação no prazo, o juiz nomeia um curador especial que vai defendê-lo) e ao MP. Nestes casos eles não precisam impugnar especificamente cada fato, pode usar a negativa geral, porque eles não tem elementos para debater.

1. Defesa processual

Visa obstar a outorga da tutela jurisdicional pretendida, mediante inutilização do processo. Divide-se em defesas:

a) Dilatórias = visa a ampliação ou dilatação do curso do procedimento. Ex: alegar a nulidade da citação, incompetência do juízo – a defesa provoca uma paralisação temporária do curso normal do procedimento. É decisão interlocutório o ato do juiz que rejeita a exceção dilatória.

b) Peremptórias = visa a extinção do processo. Ex: alegar inépcia da inicial, ilegitimidade de parte, litispendência, coisa julgada. É sentença o ato que extingue o processo.

As defesas processuais podem ser formuladas em preliminares da contestação ou em procedimentos apartados (exceção de suspeição, impedimento e incompetência).

> Preliminares: art. 301, CPC – antes de mais nada, de discutir o mérito, compete ao réu apontar na contestação:

Inexistência ou nulidade da citação (art. 301, I, CPC) – o réu pode comparecer em juízo para arguir a irregularidade ou nulidade da citação. É defesa dilatória.

Incompetência absoluta (art. 301, II, CPC) – em razão da matéria, hierarquia e pessoal (em razão das pessoas). A incompetência relativa deve ser apontada por meio de exceção de incompetência relativa. É dilatório, porque o juiz remeterá para aquele que é competente.

Inépcia da petição inicial (art. 301, III, 295, PU, CPC) – quando o autor deixa de obedecer os requisitos do 282, 283 e 39, I. É peremptória.

Perempção (art. 301, IV e 268, PU, CPC) – o autor move a mesma ação 4 vezes. Nas três vezes anteriores o processo foi extinto sem julgamento ou resolução do mérito, porque o autor deixou de dar andamento no processo em 30 dias. Peremptória.

Litispendência (art. 301, V e 301, §3º) – ação com mesmo objeto, causa de pedir e partes foi repetida. Dilatória, não será por hora julgada.

Coisa julgada (art. 301, VI e 301, §1º e 3º) – a mesma causa já transitada em julgado, os efeitos já foram produzidos. É peremptória.

Conexão (art. 301, VII e 103, CPC) – quando houver a mesma causa de pedir ou pedido. É dilatória.

Incapacidade de parte, defeito de representação (a procuração não foi outorgada por quem deveria) ou falta de autorização (do cônjuge em ações que envolvem de direito imobiliário. Outorga uxória – o juiz vai suprir se o cônjuge não der) (art. 301, VIII, CPC). Dilatório, da para regularizar.

Convenção de arbitragem (art. 301, IX, CPC –Lei. 9.037/96) – as partes podem estabelecer em um contrato, que havendo algum litígio entre elas, deverá ser resolvido pela arbitragem. Então o juiz terá que extinguir o processo. Peremptório.

Carência de ação (art. 301, X, CPC) – ausentes as condições da ação (legitimidade, interesse de agir e possibilidade do pedido) . Peremptório.

Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar (art. 301, XI, CPC). Dilatório ou peremptório se não pagar.

2.Defesa do mérito

Mérito = tem a ver com o pedido formulado pelo autor. O autor tem a missão de levar ao juiz os fatos constitutivos do seu direto, enquanto que o réu vai desconstituir. Também podem ser defesas dilatórias ou peremptórias.

Defesa direta do mérito – é dirigida contra a própria pretensão do autor, objetivando destruir os fundamentos de fato ou de direito. Pode adotar ou essa ou a indireta ou em casos que vai usar as duas. Pode ser dar pela:

A. Contestação absoluta – negação dos fatos, não podendo incorrer na negação genérica. Ele simplesmente nega os fatos, o ônus da prova será do autor. Ex: não é verdade que o réu em tempo algum tenha agredido a mulher. “O réu nega todos os fatos da inicial”

B. Contestação relativa – o réu admite os fatos, mas nega as consequências jurídicas daqueles fatos. Ex: ação de reparação de danos em face de acidente. Efetivamente houve um choque entre os carros, mas nega que houve dano, para choque com para choque.

Defesa indireta do mérito – réu admite os fatos apontando, atrai para si o ônus da prova, mas aponta fato novo que seja impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor:

- Impeditivo (ex: réu celebra o contrato quando era incapaz; a existência de defeitos no AJ), - Modificativos (houve uma modificação daquela relação jurídica. Ex: novação – renegociação, compensação: as pessoas são respectivamente credoras e devedoras entre si).

- Extintivos (pagamento, prescrição extintiva e aquisitiva = usucapião).

3.Exceções Processuais

- Art. 304/314 CPC: Generalidade – art. 304/306 CPC; Incompetência relativa – art. 307/311, CPC; Impedimento e suspensão – art. 312/314, CPC.

- Em sentido amplo, abrange toda e qualquer defesa do réu. Em sentido estrito, é incidente processual destinado à arguição da incompetência (juízo), suspeição ou impedimento de juiz.

- Embora seja uma resposta do réu, as exceções podem ser arguidas por qualquer das partes.

Exceções dilatórias e peremptórias – o réu pode na contestação apresentar matérias de defesa dilatória (objetivo de alargar o processo, mas nunca a solução final) e peremptória (objetivo de extinguir o processo).

Exceções instrumentais – são exceções instrumentais porque se caracteriza por incidentes processuais (situações jurídicas que podem ser invocadas).

Prazo para apresentação de uma exceção – art. 305, CPC > o direito de arguir exceções pode ser exercido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, cabendo à parte suscitar o incidente no prazo de 15 dias, a partir do momento em que as partes tenham tomado consciência da incompetência, impedimento ou suspeição e desde que não tenha ocorrido o transito em julgado. Se o fato for anterior ao ajuizamento da causa, o prazo começará a correr para o réu, a partir da citação, e para o autor, a partir do momento em que tomou conhecimento.

- No caso da exceção de incompetência relativa, o prazo será o mesmo que o réu tem para se defender (se for procedimento ordinário é de 15 dias, mas não precisa estar na contestação, pode ser em documento a parte. Se for sumário, será no momento da audiência de conciliação e no sumaríssimo na audiência de instrução e julgamento).

Suspensão do processo principal – art. 306, CPC > a arguição de qualquer exceção produz a suspensão, o processo principal paralisa, não tem sequência, não se pratica nenhum ato processual, ate que seja resolvido o incidente (seja definitivamente julgado).

Denominação das partes:

- Excipiente = quem suscita a exceção. Nas exceções de incompetência é o réu; nas de impedimento ou suspensão podem ser os dois.

- Exceto = nas ações de incompetência será o autor, nas outras não tem, porque não tem parte contrária, porque é em relação ao juiz, que não é parte, ou seja exceto.

Exceção de incompetência – art. 112, 307 a 311, CPC > O réu pode e deve apontar a incompetência absoluta na preliminar da contestação, porque ela não pode ser arguida sob forma de exceção. O juiz pode declarar-se impedido absolutamente, ex officio, em qualquer fase do processo, mas não relativamente, salvo: se as partes tiverem estabelecido foro de eleição em contrato de adesão.

a. Exceção de incompetência relativa, territorial, declinatória de foro ou “ratione loci”. Essa exceção é relativa ao juízo (este não tem competência). O prazo para que ele suscite exceção de incompetência relativa, é de 15 dias no procedimento ordinário; se for sumário, será na própria audiência de tentativa de conciliação, e se for sumaríssimo, na audiência de instrução e julgamento.

b. Requisitos – art. 307, CPC > Petição escrita (não é a petição inicial, que inicia o processo), fundamentada (motivação, justificação), devidamente instruída (segue

acompanhada dos documentos necessários. Ex: documentos que comprovam a tutoria, contas de água que comprovem a residência) e indicando o juízo competente (dirigida ao juiz da causa). Ex: ação de cobrança movida contra incapaz, que reside em campinas e o seu tutor (representante legal) em piracicaba. A ação é movida na comarca de campinas. O juiz não é competente, porque neste caso, a ação deve ser proposta no foro do domicílio do representante. Então o fundamento seria, de acordo com o art. 98 do CC, esse juízo é incompetente, porque...

c. Procedimento/processamento a. Autuação e apensamento – uma vez apresentada em juízo, protocolada as

exceções, e despachada, será autuada (dar um revestimento, capa) e apensada aos autos (anexar, por costura, bastante, um incidente ao processo principal).

b. Oitiva do excepto – art. 308, CPC – o juiz ao receber, e se não houver indeferimento liminar (inépcia da petição), despacha a exceção e deverá determinar a suspensão do processo principal. Depois deve determinar a intimação do autor, na pessoa do seu advogado, para apresentar em 10 dias, a sua manifestação acerca da manifestação de incompetência.

c. Audiência de instrução e julgamento – art. 309, CPC – se houver necessidade de prova testemunhal, o juiz designará a audiência e terá 10 dias para decidir. Ex: quando o excipiente não tiver prova documental. No procedimento ordinário ou sumário, a parte deve apresentar o rol de testemunhas anteriormente. No momento da exceção, o certo é apresentar o rol de testemunhas.

d. Indeferimento liminar da exceção da incompetência – o juiz indeferirá quando manifestamente improcedente (quando faltar os requisitos do art. 307), dando motivação, sem ouvir o autor. É uma decisão interlocutória, porque resolve questão incidental. O recurso é o agravo. Obs: decisões: sentença (põe fim ao processo, com ou sem resolução do mérito), decisão interlocutória (o juiz decide uma questão incidental, no curso do processo) e acórdão (decisão proferidas em 2º ou superior instância).

e. Decisão da exceção de incompetência – que acolhe ou não a exceção de incompetência

i. Natureza da decisão – é decisão interlocutória, porque resolve questão incidental, e o recurso se é o agravo.

ii. Efeitos da decisão – art. 311, CPC > se o juízo é relativamente incompetente, mas o réu se mantém inerte quanto a isso, neste caso a competência esta automaticamente prorrogada. Se ele apresentar a exceção de incompetência, não precisa apresentar a contestação (porque o processo principal ficará suspenso). Se a exceção for julgada improcedente, o processo retomará seu curso normal, mesmo que interponha o agravo. Se o réu não recorre, transita em julgado e o juízo continua competente. Caberá ao juiz intimar o réu para que apresente a contestação. Se o juiz acolhe a exceção, e o autor não recorre, transita em julgado, os autos serão remetidos para o juiz competente. Quando chegar no juízo

competente será intimado a apresentar a contestação. No caso de sucumbência não pode ter honorários de sucumbência.

OBS: art. 305 – quando o réu for demandado fora de ser domicílio e receber a citação por carta precatória, poderá manejar a exceção fora da comarca onde corre o processo, o protocolo é feito no foro de seu domicílio.

Exceções de impedimento e suspeição

- art. 312/314, CPC

> Pressuposto processual referente ao juiz: capacidade subjetiva. Assim, quando o juiz é afastado por esses motivos, o processo não se desloca de juízo. O julgador é substituído.

> Art. 137, CPC – o juiz te o dever de declara-se, de ofício, impedido ou suspeito, assim que tomar conhecimento do processo. Se não o fizer, então as partes podem arguir a exceção.

Prazo para a parte arguir: art. 305, CPC. Se for procedimento ordinário é de 15 dias a partir da data em que a pessoa toma conhecimento, se for sumário, audiência de conciliação, sumaríssimo, audiência de instrução e julgamento e se for cautelar, 5 dias.

Não ocorre, entretanto, a preclusão da faculdade de arguir a incapacidade do juiz. Se o juiz der uma sentença antes que as partes arguissem o impedimento pode ter ação rescisória (invocação desse vício para rescindir a sentença) 485, II.

Legitimidade – o excepiente pode ser autor, réu ou MP e o excepto é o juiz, diferente da exceção de incompetência que o excipiente é o réu e o excepto o autor.

Manifestação a parte contrária – Segunda Scarpinela, nada impede manifestação da parte contrária para reforçar ou discordar da exceção.

Fundamentos do impedimento

> Casos impedimento: objetivamente constatáveis, diferente de suspeição que é subjetivo.

> Art. 134 – é defeso ao juiz participar de processo:

I – de que for parte

II- em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do MP, ou prestou depoimento como testemunha

III – Que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão. (em 1ª instancia proferiu sentença ou decisão interlocutória, e depois atuará no STF, STJ ou TJs. Se esse juiz fizer parte da câmara ou turma, mas não julgar a causa ou recurso da decisão que ele proferiu ai não há impedimento.).

IV – Quando nele estiver postulando como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim (casamento, união estável e adoção), em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau. O convivente de união estável também se equipara ao cônjuge.

OBS: Linhas reta descendente e ascendente 2º = filhos, netos, pais, avôs. Linha colateral = irmãos. Por afinidade = enteados, netos, pais e avôs e cunhados.

V – Quando cônjuge, parente, consaguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau.

OBS: Linhas reta 3º descendente = filhos, netos e bisnetos; ascendente = pais, avôs, bisavós. Colateral: irmão, tios e sobrinhos. Por afinidade: cunhado.

VI – Quando for órgão de direção de administração de pessoa jurídica, parte na causa.

Fundamentos da suspensão.

> Casos de suspeição: avaliação subjetiva da parte

> Art. 135, reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz:

I – Amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes. Ex: namorado, amante, padrinho, comadre, amigos. A jurisprudência reconhece que não se enquadra nesse inciso se a inimizade for com o advogado.

II- alguma das partes for credora ou devedora do juiz, cônjuge, parentes destes, em linha reta ou colateral até 3º grau.

III – Herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes. Herdeiros presuntivo – expectativa de direito com relação aos parentes. Basta ser herdeiro em potencial, de alguma das partes para tornar o juiz suspeito. Os legatários (que vão receber um legado) também são suspeitos.

IV- Receber dádivas (malinha despretensiosa, grandes presentes) antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender as despesas do litígio. Deve –se levar em conta os costumes do lugar, se é comum presentear com lembrancinhas, o que deve ser repelido é a peita, a propina.

V – interessados no julgamento da causa em favor de uma das partes. A jurisprudência reconhece que se o inimigo for o advogado, se inclui nesse inciso. Sempre que o juiz demonstrar uma certa tendência no processo, será considerado suspeito. Ex: é melhor fazer um acordo (pré julgando).

Se perguntar na prova qual a medida é exceção de impedimento ou suspensão, pela justificativa legal o art. X e pelo motivo de ser parente das partes.

Procedimento/processamento

Requisitos – art. 312, CPC: petição escrita, fundamentada (motivada pelos art. 314 ou 315), instruída, rol de testemunhas, e dirigida ao próprio juiz rejeitado.

Autuação e apensamento – será dada a ela uma capa e depois será apensada (anexada) aos autos principais.

Suspensão do processo – Sempre que for arguida, haverá a suspensão do processo principal até que a decisão transite em julgado.

Indeferir liminarmente – O próprio juiz excepto pode indeferir liminarmente, com fundamento no 125, I e III, o pedido de impedimento ou suspensão quando for arguido fora do prazo legal ou quando não cumpridos os requisitos do art. 312. É uma decisão interlocutória.

Despachada a petição – Autuada e registrada, o juiz pode:

1. Reconhecer o impedimento ou suspeição. Se a parte contrária não recorrer e transitar em julgado, os autos serão remetidos ao substituto imediato.

2. Não reconhecer. Terá o prazo de 10 dias para dizer porque ele não esta reconhecendo o impedimento ou suspensão, juntando documentos que ache necessário e rol de testemunhas. Em seguida determinará a remessa dos autos ao Tribunal competente para julgar e processar o incidente. Com ou sem a sua oitiva, quem vai julgar será o tribunal hierarquicamente superior. Oitiva do magistrado – art. 313, CPC.

Julgamento das exceções – art. 313 e 314, CPC. O tribunal pode arquivar a exceção quando não tiver fundamento legal. Pode julgar a exceção. Se for procedente = é encaminhado ao juiz substituto imediato, e a condenação do juiz excepto ao pagamento das custas e despesas, se for o caso. Se for julgada improcedente, transita em julgado, e o processo será devolvido ao juízo.

Cabe recurso dessas decisões: extraordinário (STF) e especial para o STJ. Quem tem legitimidade: as partes e o MP; quem tem interesse é a parte que sucumbiu. Se for julgado improcedente pode o juiz interpor o recurso ou se manifestar nos autos.

4. Reconvenção

- art. 315/318.

O réu tem a oportunidade, além de se defender (resistir à pretensão), de contra atacar o autor, propondo num mesmo processo uma ação diferente e em sentido contrário à inicialmente produzida. Enquanto na contestação procura evitar a condenação, na reconvenção busca obter uma condenação do autor-reconvindo.

O réu pode conseguir uma procedência parcial ou a total improcedência.

Conceito - É a ação proposta pelo réu contra o autor, no mesmo processo e juízo em que é demandado. Temos a figura do reconvinte (réu, mas autor da ação de reconvenção) e reconvindo (autor). É mera faculdade. Se não for feita não trás prejuízos. Se o réu perde o prazo para reconvenção, pode ajuizar ação paralela perante o mesmo juiz.

Finalidade – Reunião processual: “processus simultaneus” > num mesmo processo, temos ações simultâneas, para se decidir direito que envolvam as mesmas partes. Vem atender o princípio da economia processual, evitando a abertura de múltiplos processos entre as

mesmas partes, versando sobre questões conexas que podem ser discutidas ao mesmo tempo. Pode minorar os efeitos da ação principal.

Requisitos

GeraisA. Pressupostos processuais

I. Subjetivo – advogado (bacharel em direito, deve ser regularmente inscrito nos quadros da OAB), juiz (bacharel em direito, passar em prova de títulos) e partes (legitimidade ad causam = todas as pessoas tem, porque somos titulares de direito, capacidade de ser parte e legitimidade ad processum = nem todos tem direito de ser parte. É a capacidade de estar em juízo). II. Objetivos - petição inicial apta, instrumento de mandato, custas pagas (quando devidas), citação válida e regular e inexistência de litispendência, coisa julgado ou compromisso arbitral.

B. Condições da ação – parte legitima, pedido viável, possibilidade jurídica do pedido. C. Requisitos da PI: art. 282 e 283.

Específicos – art. 315, CPC

A. Legitimidade – art. 315, §único, CPC – o legitimado ativo é somente o réu e somente o autor pode ser reconvindo. Se um age como substituto processual de 3º ou o legitimado extraordinário, não poderá figurar e nome próprio na reconvenção.

B. Procedimento – somente tem cabimento nos procedimentos ordinários e especiais. O procedimento da ação principal deve ser o mesmo da ação reconvencional.

C. Conexão – só se admite a reconvenção se houver conexão entre ela e a ação principal, uma relação com a causa de pedir, pedido ou com o fundamento da defesa (contestação). Ex: uma empresa brasileira importa da china produtos manufaturados. Os produtos chegaram com problemas pelo transporte. A Empresa move uma ação de indenização com a empresa transportadora. Esta empresa reconvenciona e pede para que pague o frete que não tinha pago. A causa de pedir é a mesma (contrato). Ex: a mulher entra com uma ação pedindo a separação, por infidelidade. O marido entra com uma reconvenção também pedindo a separação judicial, mas por outro motivo. Ex: os mesmos fundamentos usados na contestação o fará na reconvenção.

D. Competência – o juiz da causa principal é também competente para a reconvenção. Essa prorrogação decorre de conexão de causas.

Procedimento da reconvenção

1. Apresentação/oferecimento: art. 299, CPC – a contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente em peças autônomas. Assim, serão apresentadas no prazo que ele tem para contestar (15 dias no ordinário). A petição reconvenção não será autuada nem apensada, mas simplesmente juntada aos autos. Pelo princípio da autonomia da reconvenção, se o réu não contestou ele pode reconvir. Mas, como uma não substitui a outra, será considerado revel quanto ação principal. Mesmo que ele sucumba na principal, pode sair vitorioso na reconvenção.

O juiz pode indeferir a reconvenção liminarmente, por decisão interlocutória, pelos mesmos fundamentos: ser inepta, não atendidos os pressupostos. Deve determinar a emenda da reconvenção se for erro sanável. É por decisão interlocutório (porque não põe fim ao processo, não extingue, somente resolve aquele questão incidental). O recurso cabível é o agravo.

2. Citação ou intimação do autor reconvindo: art. 316, CPC. Recebida a reconvenção o autor é intimação na pessoa de seu advogado, a contestá-la em 15 dias. Essa intimação produz os mesmos efeitos de uma citação.

3. Prazo para a contestação do reconvindo: art. 316, CPC. O prazo é de 15 dias par o autor contestar a reconvenção. Numa mesma audiência será feita a instrução para a ação principal e para a reconvenção. A partir da contestação a reconvenção, o processamento da principal e da reconvenção é simultâneo; serão julgadas na mesma sentença. A sucumbência na reconvenção equivale à que ocorre na ação, ou seja, o sucumbente arcará com honorários de sucumbência.

4. Desistência ou extinção da ação principal: art. 317, CPC. Pode ser por iniciativa do juiz, que pode determinar a extinção do processo ou ante a desistência, em relação a ação principal por meio de sentença terminativa. Se for depois da citação do réu, somente com a sua autorização, sem ela o juiz não pode homologar. Isso não quer dizer que extinguirá a reconvenção, porque não foi extinto o processo todo, e a reconvenção caracteriza-se por ser uma nova ação. A não ser que o réu também decida desistir da reconvenção.

5. Julgamento – o juiz julgará numa mesma sentença a ação principal e a reconvenção. A ação principal deve ser julgada primeiro, porque a reconvenção não é prejudicial a principal. Em seguida julga a reconvenção. Quando julgar a ação e a reconvenção será por sentença é definitiva, o juiz julgará o mérito.

Exceções (não se admite reconvenção)

Procedimento sumário: art. 278, §1º, CPC – é licito ao réu na contestação formular pedidos a seu favor, desde que com base nos mesmos fatos constantes da causa de pedir da ação. São os pedidos contraposto (pedidos que o réu faz na contestação), que não se comparam a reconvenção.

Procedimento sumaríssimo: art. 31 da Lei 9.099/95 – não cabe o oferecimento de reconvenção, porque existe o pedido contraposto que deve ser apresentado na própria contestação.

Procedimento cautelar – não cabe a reconvenção porque visa assegurar os direitos do autor até que o juiz decida. Não há discussão de mérito, isso ocorrerá em ação principal.

Procedimento de execução – não cabe reconvenção pois na execução de título judicial ou no cumprimento da sentença o devedor somente poderá se defender por impugnação.

Ações de caráter dúplice – não cabe reconvenção porque são aquelas que permitem que o autor pretenda algo, mas pode também o réu postular uma prestação jurisdicional que o favoreça. Ex: ações possessórias (o autor pede uma proteção a sua posse, ante atos de turbação, molestação ou esbulho. O réu pode na contestação disser que ele foi prejudicado na posse, e pode também formular um novo pedido, na própria a contestação). Ex: ação de prestação de contas (as contas são apresentadas ao réu, e

pode apresentar contas ou negar que tenha que apresentar. Permite que a tanto o autor quanto o réu formule pedidos que sejam favoráveis ás partes).

O réu que for se utilizar da reconvenção, se não for por meio de defesa pública, terá que arcar com as custas devidas.

Revelia (contumácia)

- art. 319/322, CPC

Conceito de revelia – quando o réu é regularmente citado, mas deixa de apresentar contestação ou ter apresentado for do prazo legal, tardiamente. O réu não tem o dever de contestar, mas sim o ônus. Se não o faz incorre em revelia e passa a ser tratado como um ausente no processo.

Efeitos da revelia – art. 319, CPC

a)Principal efeito – presunção de veracidade – serão considerados como verdadeiros os fatos alegados pelo autor na inicial. A ausência de defesa torna os fatos incontroversos. A citação contém essa advertência.

b) Prosseguimento do processo – art. 233, CPC – Todos os atos seguintes passam a ser praticados sem intimação ou ciência dele (passa a correr à revelia). Mesmo depois de decretada a revelia, pode interferir no processo, por meio de advogado. O réu recebe os autos onde estiverem, portanto não pode mais contestar (preclusão = atos pretéritos), mas alguns atos futuros poderão ser praticados, exceto produzir provas relativas aos fatos incontroversos.

c)Simplificação do procedimento – art. 330, II, CPC – o juiz pode julgar antecipadamente o processo: quando se tratar matéria de direito já discutida e quando ocorrer a revelia do réu: se o juiz entender que o processo esta suficientemente instruído e que ele esta convencido, simplifica-se o processo e julga antecipadamente.

d) Presumida a revelia – art. 13, II, CPC – quando houver defeito (quem assinou foi o subsindico e não o sindico, o inventariante não assinou o espólio) ou irregularidade (falta de procuração, não assinada, carta de preposição, ausência do contrato social, da ata que elege o síndico do condomínio) da representação, i isto não for corrigido no prazo estipulado. O juiz deve assinalar um prazo razoável para o réu regularizar esse defeito, se não o fizer, este será de 5 dias (legal – 185). Pode renovar o prazo a pedido do advogado. Se o réu não cumprir será considerado revel – é um ônus processual por ele não ter regularizado a representação no prazo legal ou judicial.

Exceções aos efeitos da revelia – 320, CPC

O juiz não poderá aplicar os efeitos da revelia quando:

A. Se havendo uma pluralidade de réus, e algum deles contestar a ação. Essa contestação do litisconsorte, pelo 320, supre a ausência dos outros, mas a doutrina e a jurisprudência entendem que se se tratar de litisconsórcio simples(a sentença é

diferente para os litisconsortes), não poderá ser assim, somente se for unitário(a sentença é a mesma).

B. Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis – ex: alimentos, investigação de paternidade. Se envolve direito indisponível, ainda que revel, não pode presumir verdadeiros os fatos alegados pelo autor. Caberá a este provar o que esta dizendo.

C. Se a PI não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considera indispensável à prova do ato – em determinadas ações, para provar os atos constitutivos de seu direitos, deve o autor juntar documentos particulares ou públicos indispensáveis. Se não juntar não se aplicam os efeitos da revelia. Ex: provar a propriedade, com título dominial devidamente registrado no cartório de registro de imóvel. Pacto antinupcial.

Contumácia Parcial do Réu

A) Não comparecimento do advogado à audiência de instrução e julgamento – art. 453, §2º , CPC. Aplica-se a contumácia do réu, ele não poderá produzir a prova oral em outra audiência, salvo de provar caso fortuito, força maior.

B) Não oposição de exceção declinatória de foro – art. 114, CPC – Se o juiz é territorialmente incompetente, mas o réu não arguir exceção de incompetência relativa, territorial, prorroga-se a incompetência.

C) Não suscitação de incompetência absoluta – art. 113, §1º , CPC – O juiz deve de ofício ou as partes na preliminar da contestação. Mas se o réu não o fizer nesta ocasião, não tem problema, porque pode ser alegada a qualquer tempo ou grau de jurisdição, mas com pagamento de custas = contumácia parcial.

Contumácia de ambas as partes

A) Ausência dos advogados à audiência de instrução e julgamento – art. 453, §2º, CPC – não poderá mais produzir prova oral.

B) Paralisação do processo por negligência das partes por mais de um ano – art. 267, II c.c 267, §1º e 2º, CPC – as partes requerem a suspensão do processo pro seis meses, mas as partes deixam de dar andamento ao processo; o processo fica, por negligência das partes parado dentro de 1 ano. A consequência seria a extinção do processo, mas não pode ser de imediato, o juiz somente poderá extinguir o processo depois que intimar as partes para dar andamento ao processo sob pena de extinção, no prazo de 48 horas.

Alteração do pedido/causa de pedir – art. 321, CPC

Pode o autor, ante a revelia do réu, alterar o pedido ou a causa de pedir, desde que promova nova citação do réu, para responder no prazo de 15 dias. Pelo princípio da estabilidade da demanda, essa citação dirá respeito apenas a modificação do pedido e a causa de pedir, porque se fosse sobre tudo ele poderia contestar tardiamente a inicial.

Fase de saneamento

Providências preliminares

- Art. 323/328, CPC – são medidas ou providências que o juiz deve adotar, após a resposta do réu, que se destinam a encerrar a fase postulatória (PI e contestação) e preparar a fase saneadora. Resultam do princípio do contraditório e evitam decisões proferidas sobre questões sobre as quais a parte não foi ouvida. O juiz tem que tomar medidas necessárias para evitar que o processo continua com vícios. É nesse momento que o juiz verifica os requisitos dos pressupostos processuais e condições da ação.

Resposta ou revelia do réu

a) Art. 323, CPC – Findo o prazo para resposta do réu o escrivão deve encaminhar o processo ao juiz, uma vez que os autos estão conclusos à ele. Este poderá, dentro do prazo de 10 dias:

i. determinar especificação de provas a produzirii. admitir pedido de declaração incidental de questão prejudicial. iii. determinar que o autor seja ouvido em 10 dias sobre fato impeditivo, modificativo ou extintivo de direito, alegado pelo réu na contestação.iv. determinar que ele seja ouvido sobre as preliminares do 301; ou mandar suprir até 30 dias as irregularidades sanáveis.

b) Art. 9º, II, CPC – o juiz nomeará curador especial ao réu revel (preso, citado por edital e por hora certa) – é uma providência imediata, para dar continuidade.

c) Art. 324, CPC – Não ocorrendo o efeito da revelia, o juiz permite a dilação (ampliação) probatória porque, como ele é o destinatário da prova, se ele não estiver convencido, determina a dilação, permitindo a produção de as provas que as partes ainda acharem necessárias.

OBS: Art. 320 CPC – não aplicará o efeito da revelia = litisconsórcio facultativo unitário, direitos indisponíveis e quando o autor deixa de juntar documento indispensável. O réu não deixa de ser revel, mas não haverá presunção de veracidade.

Classificação das providências preliminares

a. Suprir vícios do processo – art. 327 – nulidades sanáveis e insanáveis. Ex: ausência de procuração. Depois da réplica do autor, se o juiz entender que as irregularidades ou nulidades são sanáveis, determinará prazo de até 30 dias para que sejam supridas. Se a nulidade for insanável não haverá determinação de providências. O juiz dará sentença extinguindo o processo.

b. Dilação probatória em caso de Revelia do réu – ou o juiz determina a dilação probatória ou se achar suficientemente convencido julga antecipadamente a lide (art. 330, II).

c. Réplica à resposta do réu: é facultado ao autor se manifestar, em 10 dias, sobre a contestação e documentos apresentados pelo réu, bem como produzir prova documental. Em rigor a réplica se daria somente nos casos do 326 e 327, mas os juízes

tem possibilitado a manifestação do autor independente do conteúdo da contestação. Fundamento: contraditório. Quando a parte apresentar documentos, a outra deve se manifestar em 5 dias (se o juiz apenas se referir aos documentos e não à contestação o prazo é de 5, mas o contrário será 10 = revelia). A tréplica é a manifestação do réu em relação a réplica e documentos apresentados.Haverá necessidade das providências preliminares quando:

i. Documentos juntados com a contestação - art. 398.ii. Defesa processual (301) – art. 327 – É aquela que visa obstar a outorga da tutela

jurisdicional pretendida, mediante a inutilização do processo, sem a apreciação do juiz. O juiz deve permitir a réplica.

iii. Defesa indireta de mérito – art. 326 – o réu admite os fatos alegados na inicial, mas apresenta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Neste caso, também deve o juiz permitir a réplica. Se o autor na réplica não impugnar todos os fatos da contestação, se aplica a ele a regra da presunção da veracidade.

d. Citação de litisconsortes – art. 47, § único. O autor deve fornecer meios necessários

para que seja procedida a citação deles. Ex: despesas processuais necessárias. e. Intervenção de terceiros: Nomeação à autoria – o réu agiu em nome de alguém;

Denunciação da lide e Chamamento ao processo – fazer integrar a lide todos os devedores solidários. A Assistência e a Oposição não estão aqui porque não são feita na contestação. A oposição é feita por um terceiro, que se opõe ao autor e réu.

f. Exceções arguidas – incompetência relativa, ratione loci, ou territorial. Neste caso, se não for indeferida liminarmente, o juiz determinará a intimação do exceto (autor) para que este se manifeste sobre a incompetência. Suspende o processo. Se for julgada procedente é encaminhada para o competente.Nos casos de impedimento ou suspeição pode o juiz se declarar impedido ou suspeito, ou tem o prazo de 10 dias para manifestar-se pro escrito, indo para o Tribunal.

g. Incidentes de falsidade documental – o momento para suscitar que a assinatura é falsa; o juiz determinará a manifestação do autor e a perícia a ser realizada.

h. Impugnação ao valor da causa – o prazo que ele tem para contestar. Poderá impugnar sempre que o autor não atender o que dispõe o art. 129 – regra o estabelecimento do valor. Antes do juiz decidir, o autor será intimado para se manifestar.

i. Pedido de assistência judiciária gratuita – esse é o momento que o juiz vai decidir, ainda que tenha requerido na contestação ou na PI. A parte pode requerer até esse momento a assistência judiciária. Pode ser impugnado esse pedido pela outra parte.

j. O autor ou o réu na reconvenção podem formular tutelas de urgência – liminares, ações possessórias, mandado de segurança, tutela antecipada, tutela específica, medidas cautelares, alimentos provisórios. O juiz decidirá se vai conceder ou não a tutela de urgência nesse momento.

Encerramento da fase ordinatória – art. 328, CPC - A fase dita até agora, é chamada de ordinatória. Não tendo mais nenhuma providência a ser tomada, passará ao julgamento do processo. O julgamento pó consistir em uma dessas decisões: extinção do processo, julgamento antecipado da lide ou saneamento do processo.

Extinção do processo

Sem resolução do mérito – art. 267, CPC. A sentença é terminativa pois não aprecia o mérito. Não há uma resposta direta ao pedido do autor.

1. Indeferimento da PI (295)2. Quando for abandonado por mais de um ano por negligência das partes (elas

requerem o sobrestamento, suspensão, por alguma razão. O juiz não pode de imediato extinguir o processo, as partes devem serem intimadas para que deem andamento ao processo no prazo de 48 horas)

3. Quando o autor abandonar a causa por mais de 30 dias, não promovendo os atos e diligências que lhe competir.

4. Quando tiver a ausência de pressupostos processuais (requisitos de existência ou desenvolvimento regular do processo);

5. Quando o juiz acolher alegação de perempção (quando por quatro vezes tiver entrado com ação, não continuando por 30 dias), litispendência ou coisa julgada;

6. Quando não concorrer a qualquer das condições da ação: possibilidade jurídica, legitimidade das partes e interesse processual.

7. Pela convenção/compromisso de arbitragem8. Quando o autor desistir da ação9. Quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal10. Quando ocorrer confusão entre autor e réu

Com resolução do mérito – art. 269, CPC. Profere sentença definitiva para extingui-lo, antecipadamente, apreciando o mérito.

I- Quando o juiz acolheu ou rejeitou o pedido do autor (julga procedente, parcialmente procedente)

II- Quando o réu reconhecer a procedência do pedido (na contestação ele deve reconhecer, não é confessar)

III- Quando as partes transigirem – acordo judicial.IV- Quando ocorrer a decadência e prescriçãoV- Quando o autor renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação (renunciar é

diferente de desistir, porque ele faz definitivamente).

Julgamento antecipado

O juiz examinará o pedido e proferirá sentença definitiva (solucionando a lide) antes da audiência de instrução e julgamento (julgar antecipadamente a lide), desde que o processo esteja maduro (já produziu todas as provas), e não haja necessidade de se produzir prova em audiência:

I- Quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de fato e de direito, não houver necessidade de produzir prova em audiência (ex: documento). Todas as questões do processo são de fato e de direito. Ex: condomínio move ação

de cobrança contra o condômino. O réu fará prova de que já pagou mediante testemunha. Isso não pode, porque a prova deve ser documental.

II- Quando ocorrer revelia – art. 319. Presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados na inicial.

Tutela antecipada – art. 273, CPC

OBS: Tutelas de urgência – Liminares (ações possessórias e mandado de segurança), Medidas cautelares, Tutelas (antecipada e específica – fazer, não fazer e entregar coisa certa) e Alimentos.

Conceito – tutela antecipada é a antecipação total ou parcial dos efeitos da sentença de mérito. Ao conceder a tutela o juiz antecipa alguns dos efetivos da sentença de mérito; É concedida “inaudita altera parte” (sem que se ouça a parte contrária). Ex: roubado o talão de cheque; tempos depois não pode comprar um carro porque tem uma restrição. O juiz concederá liminarmente a retirada do nome da pessoa. Se a posse for nova, pode conceder tutela de urgência nas ações possessórias, por meio de liminar, sem ouvir a parte contrária.

Requisitos

1. Genéricos: (art. 273, “caput”, CPC) – prova inequívoca (robusta, hábil, capaz de demonstrar que aquilo é verdadeiro e de formar a convicção do juiz) e verossimilhança da alegação. Constituir prova inequívoca = tem que ser prova documental, laudo.

2. Específicos:iii. Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação (art. 273, I) – Ex: se

não conseguir o remédio a pessoa pode morrer.iv. Abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu (art. 273,

II) – ex: arguir exceções sem fundamentos, contestar por contestar. Não cumpre o princípio da lealdade processual, e o juiz poderá inibir essa ação pelos atos contidos no art. 14. O autor precisa provar o abuso de direito de defesa ou a intenção protelatória.

Legitimidade

Art. 273, “caput” – pode o juiz conceder de ofício somente se houver requerimento das partes. Assim, as partes tem legitimidade para pedir tutela antecipada. O autor pode requerer quando promove a ação, o réu quando apresenta contestação ou reconvenção (passa a ser autor). O MP pode requerer a tutela, seja como autor ou custus legis.

Ação de caráter dúplice – ambas as partes formulam pedidos a seu favor. Pedido contraposto – art. 278, §1º, CPC

Momento da antecipação

Após a resposta do réu – é concedida por meio de decisão interlocutória, sem ouvir a parte contrário, devido ao abuso de direito de defesa ou atos protelatórios.

Na sentença – antes é por meio de decisão interlocutória, mas se for na sentença esta é única. Se ela for concedida na sentença a apelação interposta somente terá efeito devolutivo (devolve a instancia superior para que esta reveja o ato).

Em segundo grau de jurisdição – tutela antecipatória recursal. Se a parte não requereu na 1ª pode requerer na 2ª, desde que cumpra os requisitos. Quem analisa o pedido é o relator (quem vier a ser designado por sorteio para proferir o voto). Se ele julgar e conceder ou negar a tutela, cabe recurso chamado agravo regimental (porque a decisão é monocrática).

Reversibilidade – art. 273, §2º - o juiz só pode conceder se presentes os requisitos e se for reversíveis. Se não puder reverter, converte em perdas e danos. Ex: requer tutela antecipada para demolir a ponte, se ele conceder, vai demolir e não pode reverter.

Provisoriedade – art. 273, §4º - a tutela concedida pode ser alterada em qualquer momento, desde que não tenha transitado em julgado.

Pedido incontroverso - art. 273, §6º - requisito adicional. Ex: ação de cobrança de 30.000,00, o réu contesta e alega que deve apenas 10.000,00. O que é controvertido é o valor. O incontroverso é os 10.000,00. Pode o juiz conceder a tutela antecipada com relação ao pedido incontroverso.

Fungibilidade – art. 273, §7º, CPC – substituição. É possível a fungibilidade entre a tutela antecipada e cautelar. Ex: numa ação o autor formula um pedido de antecipado, mas não é caso disso, mas de tutela cautelar; pode o juiz conceder a tutela cautelar, desde que presentes os pressupostos das medidas cautelares: fumus boni iuris e periculum in mora. O juiz deve apensar em apartado e conceder a cautelar.

Efetivação (execução) – art. 273, §3º c.c 461, §§4º e 5º e 461-A. O juiz pode exigir, para efetivação, que o beneficiário faça uma caução. Para se tornar efetiva a execução da decisão que concede a tutela, é dado ao juiz instrumentos: multa diária, busca e apreensão, utilização de força judicial = meios para impor o cumprimento.

Audiência preliminar – art. 331, CPC

Se o juiz não extinguir o processo, ou não julgou antecipadamente a lide, designará audiência preliminar, em 30 dias, intimando as partes. A finalidade dessa audiência é tentar obter a conciliação entre as partes, ou, não sendo possível, promover o saneamento do processo. A lei diz é que o juiz deve fazer uma verificação: se entender que o direito que elas discutem é possível de transação (qualquer direito é possível de transação até mesmo os direitos indisponíveis; mas precisa verificar se é possível ser obtido acordo) designará a audiência preliminar. Se designar a audiência tentará a conciliação. Pode não designar se as circunstâncias evidenciam ser impossível a conciliação ou se for causas que versem sobre direitos que não permitem transação. É facultativa a presença das partes ou dos seus respectivos advogados. Podem se fazer representar por procurador (advogado ou não) preposto (apresentará a carta de preposição, mencionando que tem poderes para transigir). Só se fala em revelia na instrução e julgamento e não na preliminar.

A) Conciliação - art. 331, “caput” e §1º, CPC – pode o juiz promover a conciliação a qualquer hora. As partes ajustam, acordam. Esse acordo será reduzido a termo, as partes assinam, o juiz homologa por sentença. Se as partes não acordam, vai para a segunda fase.

B) Saneamento do processo – art. 331,§2º e 3º, CPC. Sanear o processo é eliminar todas as irregularidades. Pode se dar na audiência preliminar ou fora dela. Na preliminar, se não obtida a conciliação passa para o saneamento. Se o juiz entender que não haverá acordo, ao invés de designar audiência preliminar designa instrução e julgamento, e promove o saneamento por despacho saneador (decisão interlocutória). Para facilitar o prosseguimento do feito e completar o saneamento, pode o juiz tomar as seguintes providências:

a. Fixação dos pontos controvertidos – os pontos divergentes. Para evitar que as partes façam perguntas inoportunas, impertinentes. As provas devem se limitar a esses pontos.

b. Resolução de questões processuais pendentes – preliminares que o réu arguiu, que ainda não foram resolvidas. Ex: Pedido de tutela, exceções.

c. Determinação das provas a serem produzidas – pode indeferir provas arguidas e determinar a produção de provas que ainda podem ser produzidas.

d. Designação de audiência de Instrução e julgamento – para instrução oral. A designação só ocorrerá depois de completamente saneado o processo e desde que não haja prova a ser colhida em audiência. Não pode designar antes de solucionar preliminares processuais e definir quais questões serão objeto de prova em audiência. A frustração da conciliação nem sempre implica nessa audiência; pode o juiz se convencer e proferir sentença de mérito.

Teoria geral das provas

É tratado no CC e CPC; prevalece as regras do CPC porque este é mais elástico, inclui depoimento pessoal e inspeção judicial.

No processo civil se busca a verdade processual. As partes devem comprovar a verdade dos fatos que elas deduziram em juízo.

OBS: Indícios não são meios suficientes, mas juntos podem ser meio de convencer o juiz.

Conceito de provas – prova são os meios destinados a fornecer ao juiz o convencimento da verdade dos fatos deduzidos em juízo. São os meios que as partes devem se utilizar em juízo para demonstrar a verdade dos fatos alegados nas peças e levar o juiz a formar seu convenci.

Objeto da prova

A. Fatos da causa devem ser: controvertidos (porque se a parte contrária concorda, o fato não é controvertido, portanto não precisa ser provado em juízo), relevantes (ex: ação de ressarcimento de danos por acidente, não é relevante saber a cor do carro, mas sim quem deu causa ao acidente danoso, a extensão dos danos) e concludentes (deve ter correlação, corresponder com que se alega em juízo).

B. Destinatário da prova – pelo princípio do livre convencimento motivado do juiz, as partes tem a missão de demonstrar em juízo o que estão alegando para convencer o magistrado. Este deve motivar o seu convencimento.

C. Finalidade da prova – levar o juiz a formar o seu convencimento. Art. 130, CPC – O juiz preside o processo, portanto é o destinatário e quem determina quais provas deverão ser produzidas, ou se não é necessário produzir mais provas.

D. Momento – Depois da réplica, o juiz passa para a fase do ordenamento do processo e nesta fase, que o juiz vai decidir se vai continuar ou extinguir. Mas é no saneamento que o juiz vai deferir ou indeferir as provas que as partes pretendem produzir, ou determinar as provas que devem ser produzidas.

E. Princípio da identidade física – o juiz que instruir a causa é quem deve julgar, porque é quem está mais próximo da prova oral. Exceto se ele estiver doente, aposentado etc.

F. Pelo princípio da oralidade, a prova oral se dará se houver audiência de instrução e julgamento.

Não dependem de prova – art. 334, CPC:

A. Fatos notórios – são fatos de repercussão que não precisam ser provados em juízo. Ex: os jogos jurídicos são notórios para as cidades em que aconteceu; A CPI do cachoeira; feriados internacional; formula indi, olimpíadas; carnaval. São fatos trazidos ou não pela imprensa, de grande repercussão, ainda que não nacional.

B. Afirmados por uma parte e confessados pela outra – a parte admitiu como verdadeira. Essa confissão leva o fato a tornar-se incontroverso.

C. Tidos como incontroversos – a parte não contraria. D. Em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade – se houver a

recusa de fazer o exame DNA, presume verdadeiro. Se os fatos não forem contestados serão presumidos como verdadeiros.

Prova do direito – art. 337, CPC – Se a parte alegar direito municipal, estadual, consuetudinário ou estrangeiro, pode o juiz exigir que a parte faça prova desse direito, mas a prova se limitará ao teor (existe) ou vigência (vigor) do direito, da lei, norma. Para se provar o teor de uma norma municipal, a parte pode ir a prefeitura e pedir uma certidão de que a lei existe e esta em vigor. Nas leis estaduais, vai até o governo ou assembleia legislativa. Se os poderes se negarem a fornecer as informações o ofendido pode ingressar com habeas data. Se a norma for estrangeira, terá que obter um documento que prove que a lei foi aprovada e esta em vigor, além de uma tradução por tradutor juramentado. Com relação ao direito consuetudinário (usos e costumes que tenham reconhecimento porque estão registrados nas juntas comerciais), para provar basta obter a certidão desse direito.

Prova emprestada – uma prova produzida anteriormente tiver que ser usada; é obtida de um outro processo, ainda que as partes não tenham participado. Será provado com cópias de laudos, documentos que estão no outro processo.

Prova obtida ilicitamente – art. 5º, LVI, CF – não pode ser usada prova obtida ilicitamente. Estas são diferentes de provas ilícitas (art. 5º, III). Ex: prova ilícita – obtida por tortura; obtida ilicitamente – obtida por violação de correspondência, interceptação telefônica, sem autorização, gravar pessoa para provar infidelidade. Na obtida ilicitamente, o que não é

permitido é o meio em que ela é obtida e não a prova em si considerada. Cabe ao judiciário, por meio do princípio da proporcionalidade, admitir a prova obtida ilicitamente. Ex: provar que a babá bate nos filhos.

Ônus da prova - encargo, responsabilidade. Quem alega tem que provar. Não há penalidade se a parte não provar, mas ela enfrentará as consequências.

o Art. 333, CPC – Se o réu usar a defesa direta, o ônus da prova é do autor. Mas será do réu, se este se valer da defesa indireta apontando fatos impeditivos, modificativos ou do direito do autor.

o Art. 6º, VIII, CDC – o ônus da prova é do fabricante, comerciante, prestador de serviço. Provarão o mau uso do consumidor. Ex: usou outro combustível.> A inversão do ônus da prova – apesar do código determinar o ônus da prova pode a outra parte produzir uma contra prova, pode o juiz na sentença determinar a inversão do ônus da prova, mas nada impede que as duas partes apresentem contra provas e que o juiz inverta em outro momento, por despacho.

Provas em espécie: Depoimento pessoal e confissão

Depoimento pessoal – Arts. 342 a 347 CPC

Conceito – é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte no curso processual. Se aplica a ambas as partes (têm o ônus de comparecer em juízo e responder o que foi interrogado).

Característica: obrigatoriedade (art. 343, §1º, CPC – confissão ficta) Depoimento pessoal X interrogatório - A finalidade dos dois é a mesma, quando o juiz

convoca as parte ou uma delas, ou se deferir o pedido da parte, é para esclarecer fatos controvertidos que ele tenha duvida. O interrogatório é determinado pelo juiz de ofício. Já o depoimento é pedido pelas partes, o juiz apenas defere ou não. O interrogatório pode ser colhido em qualquer estado do processo, numa audiência qualquer específica para aquilo. O depoimento na de instrução e julgamento. Se a parte intimada para prestar depoimento não aparecer ou se recusa a depor, o juiz aplicará a pena de confissão (admite como verdadeiros os fatos favoráveis ao interesse da parte contrária). No interrogatório pode aplicar litigância de má fé, mas não aplicar pena de confissão.

Objetivo: provocar a confissão da parte e esclarecimento sobre os fatos discutidos na causa. Deve estar mencionado na intimação a advertência de que se a parte não aparecer ou se recusar a depor haverá presunção de veracidade.

Objeto – se limita aos fatos controvertidos no processo. Legitimidade (sujeito do depoimento pessoal) – Em regar é o autor e réu, mas essa regra

foi flexibilizada: pode um 3º confessar pela parte desde que cumpridos os requisitos do 342, §1º. Poderá o advogado ou o preposto se este tiver poderes específicos para confessar (661, §1º, CC). Os 3º intervenientes se sujeitam a depoimento pessoal.

Procedimento: i. Requerimento: procedimentos ordinários e sumários. O interessado deve requerer o

depoimento pessoal da parte contrária até o prazo de 15 dias antes da audiência. Em geral, é requerido na petição inicial ou contestação, mas pode ser em outro. Se o depoente morar fora da comarca, poderá ser ouvido através de carta precatória ou rogatória. A intimação deve ser feita pessoalmente com a advertência.

ii. Deferimento iii. Produção do depoimento– o depoente presta o compromisso de dizer a verdade, isso

equivale a um ônus, ou seja, se mentir será imputável a punição de falso testemunho. O depoimento das partes será tomado antes das testemunhas. Quem depõe primeiro é o autor, depois o réu. Se for litisconsorte o juiz determina quem vai depor primeiro. Só pode requerer esclarecimento da parte contrária e não um litisconsorte requerer esclarecimento de outro. O juiz preside e dirige a audiência, por isso o interrogatório será feito por ele diretamente à parte, que em princípio não pode ser representada pelo procurador. Depois serão feitas as perguntas do advogado da parte contrária e/ou do MP, mas estas serão dirigidas ao juiz que, julgando-as pertinentes as repetirá à parte. O advogado da própria parte não faz perguntas para evitar intromissão, mas pode pedir que o juiz esclareça pontos obscuros, o que pode ser feito ao final. O juiz chamará atenção se a parte estiver se comunicando com seu advogado. As respostas devem ser orais. O CPC admite a consulta a previas anotações, estas podem ser apresentadas ao juiz e ao advogado da parte contrária. Se for estrangeira, prestará depoimento através de intérprete. Pelo art. 344, a parte contraria devera ser retirada enquanto a outra presta depoimento, para não constranger e evitar intromissão. É vedado ao depoente que ainda não depôs, assistir o interrogatório da outra parte. Se for advogando em causa própria, neste caso o juiz nomeará um outro apenas para a fase do depoimento. Art. 345, CPC – Se no depoimento a pessoa se tornar evasiva (não sei, não me lembro), o juiz deverá analisar a questão da evasividade e os demais elementos de prova do processo e então poderá aplicar uma sanção, de falso testemunho. Art. 347 – escusa de depor – a pessoa pode se escusar, ou seja, tem um motivo justo para não depor: se o juiz perguntar algo acerca de um fato criminoso que o envolva, fatos torpes (repugnante), se por questão de estado (pastor, padre) ou profissão (advogado, médico), tiver que guardar sigilo. Se a ação envolver parentesco, não se aplica a escusa, porque só pode obter a prova com a confissão. Pode haver a antecipação do de depoimento pessoal em casos de urgentes, até mesmo antes do ajuizamento da causa ou antes da audiência de instrução e jul.

iv. Pena de confissão – é aplicada aquele que não aparece ou se recusa a depor. Admite como verdadeiros os fatos favoráveis ao interesse da parte contrária

Confissão – art. 348 a 354, CPC

Conceito – art. 348 – Quando a parte admite que um fato ocorreu sendo contrário a seu interesse e favorável a parte contrária. É a declaração, judicial ou extrajudicial, espontânea

ou provocada, em que um dos litigantes (capaz) admite a verdade, parcial ou total, de fatos alegados pela outra parte. Pode ser feita em juízo ou fora dele.

Requisitos – capacidade absoluta do confitente (não pode ser por representantes), licitude do objeto da confissão (direito disponível) e inexigibilidade de forma especial para a validade da confissão. Ex: provar o casamento só com certidão. A confissão é a rainha das provas, tem valor de prova legal que obriga ao juiz submeter-se aos seus termos ao julgar. Não será necessária nenhuma outra prova.

Natureza jurídica – a posição majoritária é ser meio de prova (prova atípica), apesar de muitos não a considerarem assim.

Elementos da confissão – objetivo (fatos litigioso reconhecido), subjetivo ou intencional (o animus de confessar por convicção própria; obter da parte contraria a confissão).

Espécies de confissão: essas confissões podem ser totais ou parciais. o Confissão judicial: confissão feita nos autos. Pode ser espontânea – resulta de

iniciativa própria, confessa numa petição, contestação, réplica, ou outra manifestação ou provocada – resulta de depoimento pessoal no interrogatório.

confissão expressa (na petição ); confissão ficta (quando a parte intimada para comparecer a audiência de

instrução e julgamento, não comparecer ou se comparecer e negar-se a depor, o juiz deve aplicar a pena de confissão quanto a matéria de fato ainda controvertida)

o Confissão extrajudicial: é obtida fora do processo, de forma escrita ou oral, por meio de procurador, desde que tenha poderes para isso. É feita perante a parte contrária ou 3º , ou mediante testamento(a pessoa não reconhece em vida). Ex: a pessoa alega que não é o pai, mas admite a outra pessoa que é; neste caso não pode aplicar de imediato a pena, o juiz deve fazer a analise do caso como um todo.

Confissão de litisconsortes – art. 350, CPC. Se um dos litisconsortes confessar, essa confissão não se estende ao demais. Limita-se a ele.

Direitos indisponíveis – art. 351, CPC – ações que dizem respeito ao Estado, parentesco, casamento, saúde. Nestes casos não se aplica a pena de confissão. OBS: Confissão é diferente de reconhecimento de direito, em que o réu reconhece o direito em que se funda a ação, ou seja, admite que a parte tem direito ao que esta pedindo. Na confissão, o réu ou autor pode admitir fatos que antes não admitia.

Confissão viciada – art. 352. Será viciada quando tiver vícios de consentimento: erro, dolo e coação. Não fala de simulação ou fraude. A doutrina e a jurisprudência acreditam que apesar de não reconhecer, se a confissão for obtida mediante esses vícios também será considerada viciada. A confissão viciada pode ser anulada. O confitente, para se esquivar dos efeitos da confissão viciada pode recorrer a: - Ação anulatória (352, I) > pode ser intentada se a sentença proferida tenha dado procedência ou improcedência valendo-se da confissão viciado (o magistrado reconheceu a confissão), desde que não tenha transitado em julgado.- Ação rescisória (352, II c.c 485 e SS) > será cabível quando não tiver transcorrido o prazo de 2 anos do transito em julgado da sentença de um processo em que foi obtida a confissão viciada.

As duas ações devem ser distribuídas por dependência. Se for requerido na inicial deverá requerer a suspensão do processo (art. 252, a), porque se decisão for procedente causará uma alteração na ação principal.

Prova documental – art. 364 a 395, CPC

É aquela que, se não for contradita, levará o juiz a formar seu convencimento.

1. Conceito – Documento = coisa capaz de representar um fato e destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo. Não se limita ao papel.

2. Autoria – quem redige o documentoa. Material – os documentos podem ser públicos (provêm de repartições

públicas), particulares (elaboradas pelas próprias partes)b. Intelectual – autógrafo (a própria parte faz a sua prova em juizo) ou

heterógrafo (produzido o documento por 3º).3. Meio de formação

a. Escritos – documentos normaisb. Gráficos – sinais gráficos: desenhos, pinturas, plantas de imóveis.c. Diretos – fotografia, fonografia, cinematografia.

Documentos públicos – são aqueles produzidos pelos entes públicos, ou por quem exercer funções delegadas pelo poder público.

Força probante –art. 364 – Em regra, tem fé pública, ou seja, presunção absoluta, são inquestionáveis. Não se coloca em dúvida o documento público, mas deve ter uma atenção porque há casos de fraude, então uma certidão lavrada em um cartório pode ser falsa. Assim, nem sempre o documento público será tido como verdadeiro.

Classificação – administrativos (diplomas escolares, contratos), judiciais (atos processuais, mandados de levantamento, certidões de objeto e pé) e extrajudiciais (produzidos pelos cartórios extrajudiciais, de títulos e documentos, de imóvel).

Documentos particulares ou privados Força probante – art. 368, 369, 370 e 371 – não gozam da presunção absoluta, mas sim

da relativa “júris tantum”. Se em relação aos documentos públicos as partes devem dar atenção, essa deve ser redobrada nos privados.

Telegramas – art. 374 e 375. Serve para notificar, constituir o devedor em mora. É válida se estiver assinado pelo remetente. Mas hoje existe o telegrama fonado ou via net. É essencial que o remetente peça a cópia confirmatória. Se quiser que só a pessoa receba, pede cópia confirmatória com A.R de mãos próprias.

Cartas e registros domésticos – art. 376. Ex: folinhas na geladeira, diários, cartas. Nota escrita pelo credor – art. 377. Dizendo recebi de X o valor Z. Não importa em que

papel foi feito, as sim o conteúdo. Livros comerciais – 378 a 382. As sociedades e empresas tem que manter livros

facultativos e obrigatórios. Estes revelam a situação patrimonial, econômica, as atividades. Ainda que eles não tenham assinatura o que vale é o conteúdo.

Reproduções mecânicas: art. 225, CC e 383, 384 e 385, CPC– fotografias, registros fonográficos e cinematográficos. As fotografias podem ser questionadas quando

apresentadas e pode ser exigido negativo ou cartão de memória. A imprensa precisa guardar suas imagens por 30 dias. Cabe a parte questionar a sua validade. Se não questionar o documento será válido.

Documentos eletrônicos (documentação digital). Lei 11.419/06 – Fax, computador. No Brasil, ainda há uma resistência quanto ao meio eletrônico, apoia o formalismo.

4. Produção da prova documentala. Proposição – 276, 282, 283 e 300. As partes devem juntar aos autos provas de

suas alegações. Se quiserem se valer de mais provas, precisarão requerer. Se for procedimento sumário ou ordinário, devem ser apresentadas na PI ou contestação, mas pode ser produzida em fases posteriores como na réplica ou tréplica. Todos os documentos devem ser juntados na ocasião da propositura da ação, somente em casos excepcionais, pode ocorrer do autor/impetrante pedir para o juiz exigir de uma autoridade a entrega de um documento.

b. Deferimento – o juiz deferirá a produção de provas, além daquelas que já foram produzidas, no momento do saneamento. Somente no MS a prova deve ser pré constituída.

c. Produção – é fazer com que ele penetre nos autos do processo e passe a integrá-lo como peça de instrução

5. Documento novo – art. 397 e 398 – As partes podem juntar documentos que ainda não estavam no processo, desde que justifique que ela desconhecia a existência dele quando deveria ter apresentado ou que era impossível a sua obtenção quando tinha que produzir. Pelo contraditório a parte contraria deve ser intimada para manifestar-se sobre o documento. Se ela não questionar o juiz considerara valido. Ex: contrapor documentos que foram apresentados pela outra parte.

6. Impugnação de documentos – são três os motivos que justificam a impugnação deles: 1. O documento foi produzido unilateralmente; 2. Falta de correlação; e 3. Ausência de autenticação mecânica (por cartórios extrajudiciais ou judiciais). Ex: cópias não autenticadas. Art. 365, IV – advogado pode dar autenticidade aos documentos. Não é exigido um carimbo, pode ser apenas uma declaração feita pelo advogado. OBS: qualquer copia pode ser declarada autêntica. A parte deve impugnar quando tiver oportunidade de se manifestar. Não é possível recorrer a sentença requerendo impugnação.

7. Desentranhamento de documentos – a retirada de documentos dos autos, somente se dará com autorização do juiz. Para desentranhar um documento é necessário deixar uma cópia dele no processo. Mesmo que este já esteja findo.

8. Incidente de falsidade documental – 390 a 395. A falsidade é crime. Pode um documento ser falso na sua elaboração ou no seu conteúdo. A falsidade material se verifica quando o documento foi forjado, adulterado. A falsidade ideológica (299 CP) se da em documento publico ou particular que tem inserida informação falsa. Deve ser arguido pela parte contrária no prazo da contestação ou no prazo de 10 dias desde o conhecimento da falsidade. Essas questões devem ser questionadas ou por impugnação ou declaração de falsidade. Se requerer a impugnação deve a parte indicar os motivos pelos quais acredita na falsidade, além das provas que ira produzir.

A outra parte pode requerer o desentranhamento do documento, que acontecerá apenas se a outra concordar, e assim acaba o incidente. Se ela não requerer o desentranhamento, o juiz nomeará um perito para analisar o documento. O juiz pode decidir na sentença ou por decisão interlocutória.

Prova testemunhal – art. 400 a 419, CPC

a) Conceito de testemunha – É o 3º capaz e estranho a relação processual que convocado deve comparecer em juízo para depor sobre os fatos controvertidos no processo, de acordo com as suas percepções sensórias (ex: pode ter ouvido).

b) Características da testemunha Pessoa física capaz de depor – somente pessoa física com capacidade mental, que

esteja em condições de prestar depoimento. Pessoa estranha ao processo – as partes não são testemunha. Pessoa que deve saber do fato litigioso. É diferente de “ouvi dizer”. No processo penal

existe a testemunha de canonização, que é chamada para falar bem do réu. No processo civil a testemunha é chamada para depor sobre fatos controvertidos

Pessoa que deve ser chamada a depor em juízo – a pessoa está obrigada a comparecer. O juiz pode coercitivamente obrigar a pessoa a ir.

Admissibilidade da prova testemunhal – art. 400 a 404, CPC – é admitida processualmente com algumas restrições. Mas o juiz tem que ter bom senso, porque ele não pode cercear o direito da parte de produzir prova devido ao rigor do CPC. Por isso a prova testemunhal é sempre admitida, salvo quando a prova do fato depender somente de prova documental ou prova pericial ou se já foi confessado pela parte diversa não há necessidade de prova testemunhal. Ex: ação de indenização pelos danos causados pelo vazamento do apartamento de cima. É preciso que tenha certeza de que de os danos foram causados pelo vazamento, o que se dá por meio de perícia. Ex: Nos processos em que o valor não exceda a 10 vezes o salário mínimo não cabe esse tipo de prova.

c) Pessoas incapazes de depor – art. 405, §1º - o interdito por demência (quem sofreu processo de interdição devido a problemas mentais ou por não poder praticar atos da vida civil); quem por problema de saúde, quando os fatos ocorreram, não tinha discernimento de entender ou na época do depoimento não tinha capacidade de transmitir o que sabe; quando menor de 16 anos no momento de prestar o depoimento; cego e surdo somente quando ele não puder transmitir: quando o conhecimento do fato depender da visão ou audição, e quando esta for anterior ao fato. Ex: o sinal estava fechado ou aberto. É permitido no processo civil o intérprete, que facilita a transmissão do conhecimento.

d) Impedidos de depor – art. 405, §2º - cônjuge (companheiros), ascendente ou descendente quer na linha colateral ou por consanguinidade ou afinidade; quem for parte na causa, o juiz, o tutor de uma das partes, o advogado, o perito, o MP. Se exigir o interesse publico, ou se não puder obter de outro modo fato que o juiz entende indispensável para decidir, poderá o juiz ouvi-los na situação de informantes. A testemunha presta o compromisso de dizer a verdade, enquanto o informante não; a este não será imputado a punição de falso testemunho. Se mentir não terá nenhuma consequência, não trás ônus nenhum.

e) Pessoas suspeitas de depor – art. 405, §3º : 1. Condenado por crime de falso testemunho, que tenha a sentença transitada em julgado. Para a doutrina, basta que ela responda por isso e já se tornará suspeita. 2. Quando por seus costumes não for digna de fé (por seu comportamento no meio social, não tem condições de prestar testemunho porque não tem credibilidade. Ex: alcoólatras, drogados). 3. O inimigo capital da parte ou amigo íntimo. 4. Quem tiver interesse no litígio (ter interesse de ajudar a parte, isso já é suficiente). Mas nada impede que sejam ouvidas na condição de informante, ou seja, independente de compromisso.

f) Produção da prova testemunhal – O rol deve conter a qualificação da testemunha (estado civil, profissão e endereço) e indicar o local de trabalho do militar (será convocada para comparecer a juízo neste local). Podem as partes assumir que a testemunha vai comparecer independente de intimação. Mas se ela não comparecer por justo motivo, ocorrerá preclusão. a. Rol de testemunhal – a parte pode arrolar 10 testemunhas, 3 para cada fato.

i. Procedimento sumário: art. 276, 278 c.c 407, CPC – deve a parte apresentar o rol na petição (se autor) ou na contestação (se réu). Não há outro momento.

ii. Procedimento sumaríssimo: art. 28, Lei 9.099 não precisa arrolar testemunhas previamente, basta que as testemunhas compareçam. Mas se quiser que ela seja intimada, deve apresentar o rol na petição ou contestação.

iii. Procedimento ordinário: art. 407, CPC- O rol deve ser apresentado na petição ou contestação. As partes podem apresentar no prazo de 10 dias antes da audiência de Instrução e julgamento se o juiz não fixar outro prazo (que não pode ser inferior a 10 dias).

iv. Impugnação do rol de testemunha – a impugnação pode ser pelo rol todo ou parcial. Pode impugnar porque o rol foi apresentado fora do prazo legal, ou pela falta de qualificação das testemunhas, isso porque a parte contrária deve saber quem são as testemunhas. Quando o juiz vai colher o depoimento é que o advogado vai impugnar o rol, no todo ou em parte. É diferente de contradita, porque esta é a recusa de determinada testemunha pela parte contrária ante a incapacidade, suspeição ou impedimento de depor.

b. Testemunha não é obrigada a depor sobre determinados fatos – art. 406, CPC – que lhe acarretem grave dano (se expõe ao ridículo), ou ao seu cônjuge, parentes, consanguíneos ou afim até 2º, ou se por dever de profissão tem que manter o sigilo. No primeiro caso não são obrigadas a depor, salvo nas questões relativas ao direito de família se não houver outro meio. No segundo, pode se recusar a depor.

c. Substituição das testemunhas – Art. 408 – se a testemunha falecer, se estiver com enfermidade que torna impossível o depoimento, ou se for procurada pelo oficial ou não encontrada pelo carteiro, poderá haver a sua substituição.

d. Momento da oitiva de testemunhas i. Audiência de instrução e julgamento – art. 410 – devem ser inquiridas (ouvidas)

na audiência de instrução e julgamento. Se não residir na comarca ou pais, será inquirida por carta rogatória, precatória. (art. 410, II)

ii. Art. 410, I c.c 846, 847 e 848 – Pode ser colhido o depoimento testemunhal antecipadamente, ainda que não tenha sido proposta a ação, ou se proposta não tenha sido designada a audiência de instrução e julgamento.

Poderá uma parte pretender antecipar o depoimento da parte (pessoal) ou de testemunha, se valendo de ação cautelar de produção antecipada de provas (art. 846 a 848) nos casos: se tiver que se ausentar do país definitivamente, se pela idade ou moléstia houver receio de que ao tempo da prova não possa depor.

iii. Se o juiz já designou a audiência de instrução e julgamento e a parte ou uma testemunha, por motivo grave, esteja impedida de comparecer, mas não de prestar depoimento, deve o advogado apresentar uma certidão comprovando a enfermidade, o juiz analisa a documentação e o designará local, dia e hora para que seja colhido o depoimento, quer pessoal quer testemunhal. É diferente da de cima, em que ainda não foi designada a audiência. Art. 410, III c.c 336, PU.

iv. Testemunhas deferidas – São deferidas porque gozam de uma prerrogativa. As autoridades públicas ou diplomáticas gozam do privilegio de poder escolher local, dia e hora em que serão inquiridos, ouvidos. Ex: Promotor, presidente.

e. Compromisso da testemunha – art. 415 – o juiz deve adverti a testemunha (compromissá-la) que precisa dizer a verdade, sob pena de ser processado pelo o crime de falso testemunho. Se o juiz não compromissar a testemunha, deve a parte requerer o compromisso da testemunha. O juiz não pode se recusar.

f. Contraditada a testemunha – art. 414, §1º - impugnar a testemunha por ser incapaz, impedida ou suspeita. Quando ela ingressa na sala, precisa informar suas qualificações. A contradita deve ser feita logo depois que a testemunha for qualificada e antes do juiz colher o depoimento e deve ser fundamentada (405, II). Se não o fizer neste momento, haverá preclusão. O juiz, se houver a contradita, perguntará a parte se ela se enquadra no 405 no (incapaz, impedida ou suspeita). Se ela negar pode se valer de prova documental ou testemunhal. O juiz pode acolher ou não. Da decisão cabe agravo oral.

g. Testemunhas referidas – art. 418, CPC- Deferida = tem a deferência legalmente estabelecida (411). A referida = citada, mencionada quer em depoimento pessoal ou mesmo em testemunhal. Pode o juiz de oficio ou a requerimento da parte, designar nova audiência para ser colhida a oitiva daquela pessoa referida.

h. Acareação de testemunhas – art. 418, II – uma testemunha não pode ouvir a outra. Primeiro ouve as testemunhas arroladas pelo autor depois pelo réu. Primeiro o juiz pergunta, depois o advogado que a requereu depois o da parte contrária. A acareação é colocar cara a cara e pode ser requerida, pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes quando os depoimentos das partes e testemunhas forem discrepantes. Pode ser acareação de testemunhas do mesmo polo, de polos diferentes, de uma parte e uma testemunha.

Prova pericial

Conceito – perícia: é meio de suprir a carência de conhecimentos técnicos para que o juiz possa apurar fatos litigiosos. Como o juiz não tem conhecimento específico de todos os assuntos e não pode deixar de julgar nenhuma causa ele precisa do auxílio de peritos (pessoas especializadas para examinar pessoas, coisas ou documentos envolvidos no litígio e formar sua convicção para julgar a causa com segurança). Ex: o juiz não pode fazer juízo de valor sobre assuntos médicos.

Pode consistir numa:

A) Declaração de ciência – quando relata as percepções, informações colhidas. Se apresenta como prova representativa de fatos verificados ou constatados. Ex: são descritos os danos sofridos pelo veículo acidentado; ou/e

B) Afirmação de um juízo – quando constitui parecer que auxilie o juiz na interpretação ou apreciação dos fatos da causa. Parecer que explica os fatos da causa. Ex: explica como ocorreu a colisão dos carros, e porque.

- Geralmente os pareceres periciais consistem em declaração e afirmação.

Tipos – art. 420 – a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

A) Exame – inspeção sobre coisas, pessoas ou documentos para a verificação de qualquer fato ou circunstância para a resolução do litígio.

B) Vistoria – é a inspeção sobre bens imóveis. Ex: se tiver divida com bancoC) Avaliação – apuração de valor, em dinheiro, de coisas, direitos ou obrigações em

litígio.

A perícia regulada no CPC é sempre judicial, porque é realizada em juízo, sobre o crivo do contraditório (busca-se o equilíbrio entre as partes, revelando o devido processo legal), por perito nomeado pelo juiz. Mas também existem perícias extrajudiciais (não são feitas sob o crivo do contraditório), promovidas por iniciativa das partes, através de técnicos particulares. Sua força de convencimento não será a mesma da perícia judicial, e o juiz examinará as informações como simples pareceres.

A pericia muitas vezes é custosa, por isso no JEC, numa ação de batida de carro, já se leva a pericia extrajudicial pronta para mostrar o valor do dano porque não cabe perícia, não pode ser feita prova judicial nos JECS (não é compatível com a lei 9.099).

Admissibilidade

Como é prova especial, a perícia só pode ser admitida pelo juiz quando a apuração do fato litigioso depender de conhecimentos técnicos ou especiais.

O juiz indeferirá a perícia quando:

I. A prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico (basta que sejam ouvidas as testemunhas e verificados os documentos juntados)

II. Se o fato foi confessado, se não é controvertido, ou se já esta de outro modo provado nos autos, a prova técnica torna-se desnecessária.

III. A verificação pretendida foi impraticável. É o caso de eventos transitórios que não deixam vestígios materiais para serem examinados.

- Pericia recai sobre o litigante (quem está litigando) – ex: ação de paternidade o exame de DNA deve ser feito no litigante. Em regra, ninguém deve ser coagido fisicamente a submeter-se a exame ou inspeção corporal, mas com a recusa, haverá a presunção de veracidade do fato que se desejaria provar por meio da perícia. Trata-se de presunção relativa, ou seja, cabe

prova em contrário e que não é formulada apenas com base na recusa. Deve estar em harmonia com o contexto probatório.

Perito – técnico escolhido e nomeado pelo magistrado, por meio do despacho saneador (audiência preliminar), que tem o encargo de assistir o juiz na prova do fato que depender de seu conhecimento técnico. Uma vez nomeado é considerado órgão auxiliar da Justiça.

Perícia complexa – tratando-se de perícia que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz pode nomear mais de um perito. Ex: lesões corporais e psíquicas.

Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou falsidade de documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficias especializados. Nos demais casos a escolha pode recair sobre pessoas de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe, salvo se na região não existir, e desde que detenha a necessária qualificação técnica.

Indicação de assistentes técnicos e quesitos – é permitido que os litigantes participem da perícia através da escolha de assistentes e formulação de quesitos. A qualificação profissional deles deve ser igual a dos peritos. Se nomear mais de um perito, as partes também podem designar assistentes diferentes. É essencial a congruência entre a matéria e a formação do perito.

Pode o perito ou assistente ser substituído quando: carecer de conhecimento específico ou sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo determinado.

Procedimento da prova pericial

O pedido de perícia pode ser formulado na PI, na contestação, na reconvenção ou na réplica (feita pelo autor). O juiz apreciará no despacho saneador. Se deferir a perícia, nomeará o perito e determinará a intimação das partes para que, em 5 dias, indiquem seus assistentes técnicos e indiquem os quesitos a serem respondidos.

Laudo – o trabalho do perito é reduzido a laudo, que será depositado em cartório, pelo menos 20 dias antes da audiência de instrução e julgamento. Se houver motivo legítimo, pode o juiz ampliar esse prazo. Os assistentes tem o prazo de 10 dias, da intimação das partes sobre a juntada do laudo, para apresentar o parecer. No curso da prova pericial, podem as partes apresentar quesitos suplementares, que aprovados pelo juiz, serão submetidos ao perito e assistente desde a outra parte.

Co ou sem laudo e pareceres designará o juiz audiência de instrução e julgamento. Mas a falta de laudo suspenderá a audiência e o juiz nomeará substituto.

Esclarecimentos – depois da juntada do laudo a parte pode desejar esclarecimentos do perito e do assistente, requerendo, ao juiz, por meio de petição, a sua intimação para a audiência e estabelecendo as perguntas (quesitos). Essa petição deve ser apresentada pelo menor 5 dias antes da audiência. Pode ser requerido pelo advogado.

Perícia oral – tem cabimento em causas que envolvam questões mais singelas e quando ao juiz for permitido dispensar o laudo e convocar o perito ou assistente para se pronunciarem na audiência a respeito das coisas que houverem informalmente examinado. É produzido na própria audiência.

Valor probante

O perito é apenas órgão auxiliar da Justiça e não substituto do juiz na apreciação do fato. Deve apenas apurar a existência do fato, auxiliando o juiz. Seu parecer é essencialmente opinativo, é apenas fonte de informação para o juiz, que pode formar o seu convencimento de modo contrário com base de outros elementos ou fatos provados. Se fosse ao contrário, deixaria de ser meio de prova.

Nova perícia

Quando o juiz entender que, não obstante o laudo, a matéria controvertida não ficou suficientemente esclarecida, se ele não se sentir seguro para julgar a causa (o laudo foi inconclusivo), poderá determinar, de ofício ou a requerimento das partes, a realização de nova perícia. É exceção é não faculdade da parte. O segundo laudo não invalida ou anula o primeiro. Ambos permanecerão nos autos e o juiz apreciara o valor de um e de outro.

Inspeção judicial

Conceito – é meio de prova que consiste na percepção sensorial direta do juiz sobre qualidades ou circunstancias corpóreas de pessoas ou coisas relacionadas com o litígio. Ao juiz e conferido o poder ex officio ou a requerimento da partes (o juiz deliberará sobre a conveniência; o indeferimento não se considera cerceamento de defesa) inspecionar pessoas e coisas, em qualquer fase do processo, a fim de esclarecer fatos para a decisão da causa. Também é meio de prova.

Objeto A) Pessoas - partes ou não do processo, desde que haja necessidade de verificar

seu estado de saúde, suas condições de vida etc. Ex: pode o juiz ir ao local em que a vítima está hospitalizada.

B) Coisas – móveis, imóveis, documentos arquivados que não podem ser retirados.C) Lugares – quando há a conveniência de se verificar as condições de uma via

publica, onde se deu o acidente, por exemplo. Quem delibera sobre a conveniência é o magistrado. O juiz pode deslocar-se e realizar a diligência no local onde se encontre a pessoa ou

coisa quando julgar necessário. Durante a inspeção ele pode ser assistido por peritos de sua escolha, se julgar conveniente. As partes tem o direito de assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem importantes.

Concluída a diligência o escrivão lavra o auto na inspeção judicial, mencionando tudo que for útil ao julgamento da causa. Não contem juízo de valor, é apenas uma averiguação.

Não cai na prova

Audiência de Instrução e saneamento

Na decisão ou despacho saneador é que o juiz designa a audiência, ou na audiência preliminar.

Princípios:

a) Da concentração da causa – num so ato se realização a conciliação, instrução e julgamento. Nem todos os casos será necessária a audiência de instrução, so quando houver necessidade de se colher prova oral. Se não houver necessidade de colheita de prova oral em audiência deve o juiz julgar antecipadamente a lide.

b) Princípio da imediatidade – o juiz estará em contato com as partes, os advogados, peritos, assistentes. Contato direito do juiz.

c) Princípio da oralidade – alguns atos são orais.d) Princípio da identidade física do juiz – o juiz que participar da audiência de

instrução e julgamento esta mais habilitado a promover a sentença. Nem sempre é assim.

Local: a audiência deve ser realizada na sede do juízo – art. 176

Horário: podem os atos serem praticados as 6 até 20 horas. Uma vez iniciada a audiência não poderá ser encerrada as 20 horas. Se a prova estiver sendo produzida, pode ultrapassar o horário.

Publicidade das audiências – como regra as audiências são públicas, mas desde que o juiz permite. Em alguns casos o juiz decreta sigilo judicial ou segredo de justiça. Nestes casos somente podem participar as partes e os advogados.

Participantes:

Advogados das partes – se eles não comparecerem nem justificarem e tiverem requerido prova oral, prejuízo da parte, porque ocorre a preclusão. Se ele justificar cabe o juiz adiar a audiência.

Partes – a parte estará obrigada a comparecer quando tiver que prestar depoimento e for intimada para tanto.

Testemunhas arroladas – devidamente convocadas. Se estas não comparecerem devera o juiz convocar nova audiência.

Perito e assistentes técnicos – nem sempre os peritos devem ser convocados, serão se for pedido esclarecimentos.

Ministério Público – se for intimado e não comparecer o juiz não designará e informará ao procurador geral de justiça. Mas se não for intimado, deve designar a audiência.

Da conciliação

Art. 125, IV - É obrigatório o juiz tentar conciliar as partes a qualquer momento.

Poderes de polícia

O juiz, na audiência tem dois poderes:

A) Preventivos – 445, I > alerta as partes para manter a boa ordem. B) Repressivos – 445, II > ordenar que se retire da sala os que se comportem

indevidamente. Pode requisitar força policial para manter a boa ordem.

Instrução e debates

a. Apregoar as partes e advogados – 450 > o juiz determina ao servidor que apregoie as partes, ou seja, chama-las. Apregoadas são introduzidas na sala de audiência.

b. Fixação dos pontos controvertidos – 331, §2º e 451 > na audiência preliminar, no saneamento, deve o juiz fixar os pontos controvertidos (em discussão). Em primeiro lugar tem o esclarecimento de peritos e assistentes técnicos, depois depoimento do autor e do réu, depois oitivas das testemunhas do autor e depois do réu. Podem adiar se as partes ou testemunhas justifiquem.

c. Ordem da prova oral – 452 > d. Adiamento da audiência – 453 > e. Encerrada a instrução processual: debates – 454 > no processo civil não há debates,

mas alegações finais orais. É a oportunidade que a parte te para fazer sua defesa final. O prazo é de 20 minutos para cada parte e MP, prorrogáveis por mais 10, se não houver litisconsortes, neste caso soma-se 30 minutos e divide-se para cada litisconsortes.

f. Memoriais – 454, §3º > se a causa for muito complexa, podem as alegações finais serem substituídas por memórias, ou seja, as alegações finais são escritas. O juiz fixa o prazo para isso. O juiz terá o prazo de 10 dias para proferir a sentença.

g. Julgamento da causa – 456

Matéria

petição inicial:competência interna, requisitos, emenda e aditamento, além  do indeferimento da petição inicial

resposta do réu: generalidades, contestação, princípios, defesa processual, defesa do mérito;

resposta do réu: exceções: incompetência, impedimento e suspeição; resposta do réu: reconvenção revelia julgamento conforme o estado do processo: extinção do processo, julgamento

antecipado da lide e audiência preliminar (saneamento do processo) tutela antecipada provas em espécie: depoimento pessoal, confissão, prova documental, prova

testemunhal e prova pericial