processo civil 15

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    "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e no mais lutando por dinheiro epoder, ento nossa sociedade poder enfim evoluir a um novo nvel."

  • Edies anteriores

    1 edio 19852 edio 19863 edio 19874 edio 19885 edio 19896 edio 19917 edio 19918 edio 19929 edio 199210 edio 199311 edio 199312 edio 199313 edio 199414 edio 199415 edio 199416 edio 199517 edio 199518 edio 199619 edio 199720 edio 199720 edio 1997 2 tiragem21 edio 199722 edio 199723 edio 199824 edio 199825 edio 199826 edio 1998 2 tiragem27 edio 199928 edio 199929 edio 199930 edio 199930 edio 2000 2 tiragem31 edio 200032 edio 2000

  • 33 edio 200034 edio 200035 edio 200036 edio 200136 edio 2001 2 tiragem37 edio 200137 edio 2001 2 tiragem38 edio 200238 edio 2002 2 tiragem38 edio 2002 3 tiragem38 edio 2002 4 tiragem38 edio 2002 5 tiragem38 edio 2002 6 tiragem39 edio 200339 edio 2003 2 tiragem39 edio 2003 3 tiragem39 edio 2003 4 tiragem40 edio 200340 edio 2003 2 tiragem40 edio 2003 3 tiragem41 edio 200441 edio 2004 2 tiragem41 edio 2004 3 tiragem41 edio 2004 4 tiragem41 edio 2004 5 tiragem42 edio 200542 edio 2005 2 tiragem42 edio 2005 3 tiragem43 edio 200544 edio 200644 edio 2006 2 tiragem44 edio 2006 3 tiragem45 edio 200646 edio 200747 edio 200747 edio 2007 2 tiragem

  • 47 edio 2007 3 tiragem47 edio 2007 4 tiragem47 edio 2007 5 tiragem47 edio 2007 6 tiragem48 edio 200848 edio 2008 2 tiragem49 edio 200850 edio 200950 edio 2009 2 tiragem51 edio 201051 edio 2010 2 tiragem51 edio 2010 3 tiragem52 edio 201152 edio 2011 2 tiragem52 edio 2011 3 tiragem53 edio 201253 edio 2012 2 tiragem54 edio 201355 edio 2014CursoVol.

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    Curso de Direito Processual Civil Teoria geral do direito processual civil eprocesso de conhecimento vol. I Humberto Theodoro Jnior Rio de Janeiro:Forense, 2014.

    Bibliografia

  • ISBN 978-85-309-5405-51. Processo civil. 2. Processo civil Brasil. I. Ttulo.

    CDU: 347.9 347.9(81)/341.46/

  • A meus pais,

    HUMBERTO THEODORO GOMES

    e

    ZENBIA FRATTARI GOMES,

    a homenagem da mais profundagratido pela lio de vida que,

    sabiamente, me prestaram econtinuam a prestar;

    e

    a tentativa modesta de externaro verdadeiro afeto filial, em plida

    retribuio pelo irresgatvel carinhocom que sempre me cercaram.

  • NDICE DA MATRIA

    Apresentao

    Teoria Geral do Direito Processual Civil

    Parte I Noes Fundamentais

    Captulo I Conceito, Histria e Fontes do Direito Processual Civil

    1o Direito Processual Civil1 Noes gerais2 Definio3 Natureza4 Relaes com outros ramos do Direito5 Objetivo5-a Novos rumos do direito processual civil5-b Universalidade dos problemas do processo moderno

    2o Histria do Direito Processual Civil6 Origens7 Evoluo: mundo clssico. Grcia8 O processo civil romano9 Processo comum10 O processo civil moderno (fase cientfica)11 Direito processual civil brasileiro12 Regulamento no 73713 Cdigos estaduais14 Cdigos unitrios15 O novo Cdigo15-a A reforma do Cdigo e a evoluo do direito processual civil15-b A busca da efetividade da tutela jurisdicional

    3o Fontes do Direito Processual Civil16 Noes gerais17 Lei processual17-a A Constituio e os tratados18 A lei processual no tempo

  • 19 A lei processual no espao20 Interpretao das leis processuais

    4o Princpios Informativos do Direito Processual21 Noes gerais: princpios universais21-a Princpios gerais especficos do direito processual civil22 Princpios informativos do processo: princpio do devido processo legal22-a Processo legal e processo justo22-b Direito e processo: instrumentalidade efetiva e celeridade procedimental22-c Processo justo e princpio constitucional da legalidade23 Princpio inquisitivo e princpio dispositivo24 Princpio do contraditrio25 Princpio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdio26 Princpio da boa-f e da lealdade processual27 Princpio da verdade real28 Princpios informativos do procedimento: princpio da oralidade29 Princpio da publicidade30 Princpio da economia processual30-a Durao razovel do processo31 Princpio da eventualidade ou da precluso

    Captulo II Jurisdio, Processo e Ao

    5o Jurisdio32 Imperatividade da ordem jurdica33 Justia privada e justia pblica34 Jurisdio35 Caractersticas da jurisdio36 Imparcialidade e disponibilidade37 Objetivo da jurisdio37-a Efetividade da tutela jurisdicional38 Princpios fundamentais39 Jurisdio civil40 Jurisdio contenciosa e jurisdio voluntria41 Substitutivos da jurisdio41-a A evoluo da jurisdio individual para a jurisdio coletiva41-b Panorama global do aprimoramento da jurisdio, na evoluo do Estado de Direito

  • 6o Processo42 Conceito42-a A importncia da definio e estabilizao do objeto do processo43 Processo e procedimento43-a Caractersticas do procedimento44 Autonomia do processo45 Espcies de processo46 Funes do processo47 Independncia dos processos47-a Tutela ordinria e tutelas diferenciadas47-b Tutela ordinria e tutela de urgncia47-c Tutela sancionatria e tutela inibitria

    7o Ao48 O monoplio estatal da justia49 A ao: direito subjetivo prestao jurisdicional50 Autonomia do direito de ao51 A evoluo do conceito de ao51-a Prestao jurisdicional e tutela jurisdicional51-b A constitucionalizao do direito de ao. Restaurao do conceito de ao de direito

    material52 Condies da ao53 Enumerao e conceituao das condies da ao53-a Condies da ao estatudas pelo Cdigo de Processo Civil53-b Limites temporais da apreciao das condies de ao54 Pressupostos processuais54-a Inter-relacionamento entre pressupostos processuais, condies da ao e mrito da causa54-b Os pressupostos processuais e a nulidade do processo55 Classificao das aes55-a Ao e pretenso55-b Ao e causa55-c Elementos identificadores da causa56 A defesa do ru57 Espcies de resposta

    Captulo III Elementos e Efeitos do Processo

    8o Elementos do Processo

  • 58 Viso dinmica e esttica do processo59 A relao processual60 Classificao dos elementos do processo

    9o Efeitos da Relao Processual61 Noes gerais62 Direitos processuais63 Obrigaes processuais64 Deveres processuais65 nus processuais

    Parte II Sujeitos do Processo

    Captulo IV Partes e Procuradores

    10 Partes66 Partes67 Nomenclatura68 Substituio processual69 Substituio de parte (alienao do bem litigioso)70 Capacidade processual71 Capacidade processual das pessoas casadas72 Curatela especial73 Representao das pessoas jurdicas e das pessoas formais74 Incapacidade processual e irregularidade de representao

    11 Deveres e Direitos das Partes e Procuradores75 Deveres75-a Inovao da Lei no 10.358, de 27.12.200176 Responsabilidade das partes por dano processual76-a Direitos76-b Direito especial dos litigantes idosos e portadores de doenas graves

    12 Despesas e Multas77 nus financeiro do processo78 Antecipao das despesas79 A sucumbncia e as obrigaes financeiras do processo80 Ressalvas aos efeitos da sucumbncia80-a Extino do processo por perda do objeto

  • 81 Sucumbncia recproca82 Realizao da obrigao de pagar as despesas processuais83 Multas84 Honorrios de advogado85 Cabimento dos honorrios86 Inoperncia da sucumbncia87 Fixao dos honorrios88 Alguns casos especiais de fixao de honorrios89 Execuo dos honorrios de sucumbncia89-a Incluso dos honorrios advocatcios no ressarcimento de perdas e danos90 Assistncia judiciria

    13 Advogados91 Capacidade de postulao92 O mandato judicial93 Direitos e deveres

    14 Substituies das Partes e Procuradores94 Substituio de parte95 Substituio do advogado

    Captulo V Pluralidade de Partes

    15 Litisconsrcio96 Pluralidade de partes97 Classificaes98 Espcies de litisconsrcio99 Sistema do Cdigo100 Casos legais de litisconsrcio101 Litisconsrcio necessrio102 Litisconsrcio necessrio no observado na propositura da ao103 Litisconsrcio facultativo recusvel104 Posio de cada litisconsorte no processo105 Autonomia dos litisconsortes para os atos processuais

    16 Interveno de Terceiros106 Conceito107 Classificaes

  • 17 Oposio108 Conceito109 Competncia110 Procedimento111 Julgamento da oposio

    18 Nomeao Autoria112 Conceito113 Pressuposto da nomeao autoria114 Procedimento114-a Recurso

    19 Denunciao da Lide115 Conceito115-a. Responsabilidade civil do Estado e direito regressivo contra o funcionrio causador do

    dano116 Obrigatoriedade da denunciao da lide116-a Casos de no cabimento da denunciao da lide117 Objetivo do incidente118 Legitimao119 Procedimento120 Efeitos da denunciao da lide120-a Recursos120-b Execuo da sentena120-c Execuo da sentena pelo denunciante121 Denunciaes sucessivas

    20 Chamamento ao Processo122 Conceito123 Casos de admissibilidade do incidente124 Procedimento124-a Chamamento ao processo nas aes do consumidor124-b O chamamento ao processo em caso de seguro de responsabilidade civil

    21 Assistncia125 Conceito126 Pressupostos da interveno127 Assistncia simples e assistncia litisconsorcial

  • 128 Cabimento e oportunidade da interveno assistencial129 Procedimento130 Poderes e nus processuais do assistente130-a Assistncia provocada130-b O recurso de terceiro prejudicado

    Captulo VI Sujeito Especial do Processo

    22 O Ministrio Pblico131 Conceito132 Funes133 Natureza134 Ministrio Pblico como parte135 Ministrio Pblico como custos legis136 Ausncia do Ministrio Pblico no processo137 rgos do Ministrio Pblico138 Princpios e garantias

    Captulo VII Juzes

    23 Competncia139 Conceito140 Distribuio da competncia141 Classificao da competncia

    24 Competncia Internacional142 Noes gerais143 Espcies de competncia internacional144 Competncia concorrente e litispendncia

    25 Competncia Interna145 Noes gerais146 Competncia em matria civil147 Competncia da Justia Federal148 Competncia das Justias Estaduais

    26 Critrios de Determinao da Competncia Interna149 Generalidades150 Competncia do foro e competncia do juiz

  • 151 Diviso da competncia do foro152 Cumulatividade de juzos competentes153 Perpetuatio iurisdictionis

    27 Competncia em Razo do Valor da Causa e em Razo da Matria154 Competncia em razo do valor da causa155 Competncia em razo da matria

    28 Competncia Funcional156 Conceito157 Classificao

    29 Competncia Territorial158 Conceito159 Foro comum160 Foros subsidirios ou supletivos161 Foros especiais162 Aes reais imobilirias163 Foro da sucesso hereditria e da ausncia164 Foro da Unio e dos Territrios Federais165 Foros ratione personae166 Foro das pessoas jurdicas166-a Foro dos Estados e Municpios167 Foros ratione loci em matria de obrigaes168 Foro relativo arbitragem168-a Foro do idoso

    30 Modificaes da Competncia169 Competncia absoluta e competncia relativa170 Prorrogao de competncia171 Prorrogao legal171-a Intensidade da conexo172 Efeito prtico173 Preveno174 Outros casos de prorrogao legal175 Conexo entre ao penal e ao civil176 Prorrogao voluntria176-a Derrogao de foros especiais institudos por leis de ordem pblica

  • 176-b Prorrogao de competncia em caso de foro de eleio ajustado em contrato de adeso

    31 Declarao de Incompetncia177 Verificao de competncia178 Exceo de incompetncia179 Incompetncia absoluta179-a Foro de eleio e declinao de competncia (contrato de adeso)

    32 Conflito de Competncia180 Noes gerais181 Procedimento do conflito182 Efeitos do conflito

    Captulo VIII rgos Judicirios e Auxiliares da Justia

    33 Organizao Judiciria183 O Poder Judicirio brasileiro184 Duplo grau de jurisdio185 Jurisdio extraordinria186 Competncia187 Disciplina da magistratura

    34 rgos Judicirios188 Juzes189 Requisitos de atuao do juiz190 Garantias da magistratura191 Poderes e deveres do juiz191-a Atividade criativa do juiz192 Responsabilidade do juiz193 Garantia de imparcialidade do juiz194 Casusmo legal194-a Juiz-testemunha195 Excluso do juiz suspeito ou impedido

    35 Auxiliares da Justia196 O juzo197 Escrivo198 Oficial de justia199 Perito

  • 200 Depositrio e administrador201 Intrprete202 Outros auxiliares eventuais

    Parte III Atos Processuais

    Captulo IX Fatos Jurdicos Processuais

    36 Atos Processuais203 Conceito204 Agentes205 Atos do processo e atos do procedimento206 Classificao dos atos processuais207 Forma dos atos processuais208 Publicidade209 Meios de expresso209-a O uso de sistema de transmisso de dados209-b O grande programa de implantao do processo eletrnico no Brasil209-c O processo eletrnico no STF

    37 Atos da Parte210 Conceito e classificao211 Eficcia dos atos das partes212 Peties e autos suplementares213 Cotas marginais e lineares nos autos

    38 Atos do Juiz214 Atividade processual do juiz215 Atos decisrios216 Definies legais217 Deciso interlocutria218 Despachos219 Sentena220 Atos no decisrios221 Forma dos atos decisrios

    39 Atos do Escrivo ou do Chefe de Secretaria222 Documentao e comunicao dos atos processuais223 Autuao

  • 224 Termos processuais225 Forma dos termos

    Captulo X O Ato Processual no Tempo e no Espao

    40 O Tempo e o Lugar dos Atos Processuais226 O tempo227 Feriados e frias forenses228 O lugar

    41 Prazos229 Disposies gerais230 Classificao231 Natureza dos prazos232 O curso dos prazos233 Contagem dos prazos: termo inicial233-a Contagem dos prazos no processo eletrnico234 Prazos para recurso234-a Cincia inequvoca235 Termo final236 Precluso237 Prazos para as partes238 Prazos para o juiz e seus auxiliares239 Prazos para o Ministrio Pblico e a Fazenda Pblica240 Verificao dos prazos e penalidades: prazos dos serventurios241 Inobservncia de prazo da parte242 Inobservncia dos prazos do juiz

    Captulo XI O Intercmbio Processual

    42 Atos de Comunicao Processual e Atos Fora da Circunscrio Territorial do Juzo243 Intercmbio processual244 Forma dos atos de comunicao244-a A comunicao eletrnica245 Atos processuais fora dos limites territoriais do juzo246 Requisitos das cartas247 Cumprimento das cartas248 Cartas urgentes

  • 249 Custas nas cartas250 Cartas rogatrias

    43 Citao251 Conceito252 Suprimento da citao253 Destinatrio da citao inicial254 Local da citao255 Impedimento legal de realizao da citao256 Modos de realizar a citao257 Citao por oficial de justia258 Citao com hora certa259 Citao pelo Correio260 Citao por edital260-a Citao por meio eletrnico261 Responsabilidade do promovente da citao-edital262 Efeitos da citao263 Preveno264 Litispendncia265 Litigiosidade266 Mora267 Prescrio268 Antecipao do efeito interruptivo da prescrio268-a A fora de interpelao reconhecida citao

    44 Intimaes269 Conceito270 Forma271 Intimao pelo escrivo ou oficial de justia272 Aperfeioamento da intimao273 Intimao em audincia274 Intimao por edital ou com hora certa275 Efeitos da intimao275-a Intimao pessoal do rgo do Ministrio Pblico, do Defensor Pblico e do Procurador

    da Fazenda Pblica

    Captulo XII Outros Atos Processuais

  • 45 Registro, Distribuio e Valor Da Causa276 Noes introdutrias277 Registro278 Distribuio279 Distribuio por dependncia279-a Distribuio por dependncia como medida de coibio m-f processual280 Valor da causa281 Impugnao ao valor da causa

    Captulo XIII Vcios Do Ato Processual

    46 Nulidade282 Conceito283 Espcies de vcios do ato processual284 Atos inexistentes284-a Noo de nulidade285 Atos absolutamente nulos286 Atos relativamente nulos287 Nulidade do processo e nulidade do ato processual288 Sistema de nulidades do Cdigo289 Nulidades cominadas pelo Cdigo290 Nulidades da citao e intimao291 Arguio das nulidades292 Momento da arguio293 Decretao de nulidade294 Efeitos da decretao

    Parte IV Instaurao, Crise e Fim do Processo

    Captulo XIV Formao, Suspenso e Extino do Processo

    47 Introduo295 Noes gerais

    48 Formao do Processo296 O processo297 Sujeitos da relao jurdico-processual298 Incio do processo

  • 299 Formao gradual da relao processual300 Estabilizao do processo301 Alterao do pedido302 Alteraes subjetivas

    49 Suspenso do Processo303 Conceito304 Os casos de suspenso do processo305 Suspenso por morte ou perda de capacidade processual306 Suspenso por conveno das partes307 Suspenso em razo de exceo308 Suspenso por prejudicialidade309 Prejudicialidade e conexo310 Suspenso por motivo de fora maior311 Outros casos legais de suspenso312 Frias e suspenso do processo

    50 Extino do Processo (I)313 Encerramento da relao processual314 Extino do processo sem julgamento do mrito315 Indeferimento da inicial316 Abandono da causa317 Ausncia de pressupostos processuais318 Perempo319 Litispendncia e coisa julgada320 Condies da ao320-a Perda de objeto321 Conveno de arbitragem322 Desistncia da ao323 Intransmissibilidade da ao324 Confuso entre autor e ru325 Efeito da extino do processo sem julgamento do mrito326 Iniciativa da extino do processo326-a Saneamento do processo, quando o defeito for suprvel

    51 Extino do Processo (II)327 Extino do processo com resoluo de mrito

  • 328 Acolhimento ou rejeio do pedido329 Reconhecimento do pedido pelo ru330 Transao330-a Retratao e resciso de transao331 Prescrio e decadncia331-a A prescrio e os diversos tipos de ao332 Renncia ao direito

    Processo de Conhecimento

    Parte V Processo e Procedimento

    Captulo XV Procedimento Comum e Procedimentos Especiais

    52 Processo e Procedimentos de Cognio333 Processo334 Procedimento335 Procedimentos no processo de cognio336 Procedimentos especiais: jurisdio contenciosa e jurisdio voluntria337 Esquema do procedimento ordinrio338 Fases do procedimento ordinrio339 Fase postulatria340 Fase saneadora341 Fase instrutria342 Fase decisria342-a Adequao do procedimento

    53 Procedimento Sumrio343 Causas de rito sumrio343-a Elenco das causas sujeitas ao procedimento sumrio344 Outras causas de procedimento sumrio345 Indisponibilidade do rito sumrio346 O procedimento347 A petio inicial e seu despacho348 A citao e a resposta do ru349 Audincia de conciliao349-a Audincia de instruo e julgamento350 Revelia

  • 351 Declaratria incidental, interveno de terceiros, litisconsrcio e assistncia352 Direito intertemporal

    Parte VI Procedimento Ordinrio

    Captulo XVI Fase de Postulao

    54 Petio Inicial353 Petio inicial354 Requisitos da petio inicial355 Despacho da petio inicial356 Casos de indeferimento da petio inicial356-a Indeferimento da petio inicial com base em prescrio357 Extenso do indeferimento357-a Julgamento imediato do pedido na apreciao da petio inicial357-a-1 Intimao da sentena prima facie357-b Recurso contra o julgamento prima facie357-c Preservao do contraditrio e ampla defesa358 Efeitos do despacho da petio inicial

    55 O Pedido359 Petio inicial360 Pedido361 Requisitos do pedido361-a Pedido em ao relacionada com contratos financeiros362 Pedido concludente363 Pedido genrico364 Pedido cominatrio365 Pedido alternativo366 Pedidos sucessivos367 Pedido de prestaes peridicas368 Pedido de prestao indivisvel369 Pedidos cumulados370 Espcies de cumulao de pedidos371 Interpretao do pedido372 Aditamento do pedido372-a Modificao do pedido372-b Antecipao de tutela no processo de conhecimento

  • 372-c Fungibilidade das medidas cautelares e antecipatrias372-d A efetivao da tutela antecipada372-e Tutela antecipada parcial372-f Recurso manejvel diante do deferimento da tutela antecipada

    56 A Resposta do Ru373 A defesa do ru374 A resposta do ru375 Espcies de defesa376 Defesa processual377 Defesa de mrito378 Reconveno379 Sntese

    57 Contestao380 Conceito381 Contedo e forma da contestao382 nus da defesa especificada383 Preliminares da contestao384 Conhecimento ex officio das preliminares385 Rplica ou impugnao do autor

    58 Excees386 Conceito387 Prazo388 Efeito da exceo389 Exceo de incompetncia. Cabimento390 Procedimento391 Excees de impedimento e de suspeio

    59 Reconveno392 Conceito393 Pressupostos da reconveno393-a Reconveno e compensao394 Procedimento394-a Reconveno sem contestao395 Extino do processo principal

    60 Revelia e Reconhecimento do Pedido

  • 396 Revelia397 Os efeitos da revelia398 Alterao do pedido399 Reconhecimento da procedncia do pedido

    Captulo XVII Fase de Saneamento

    61 Providncias Preliminares400 Conceito401 Rplica do autor402 Revelia e provas403 Interveno do Ministrio Pblico404 Ao declaratria incidental405 Outras providncias preliminares

    62 Julgamento Conforme o Estado do Processo406 Conceito407 Extino do processo408 Julgamento antecipado da lide408-a Audincia preliminar

    63 Saneamento do Processo409 Despacho saneador410 Cabimento411 Contedo412 Efeito preclusivo413 Formas do despacho saneador

    Captulo XVIII Fase Probatria

    64 A Prova414 Conceito415 Caractersticas da prova416 Objeto da prova417 Finalidade e destinatrio da prova418 Valorao da prova419 O sistema do Cdigo420 Poder de instruo do juiz

  • 421 nus da prova422 Sistema legal do nus da prova422-a Conflito de verses sobre o fato constitutivo do direito do autor422-b Distribuio dinmica do nus da prova422-c nus da prova nas aes do consumidor423 Conveno sobre nus da prova424 Meios de prova424-a Prova por presuno424-b Presuno legal e fico legal425 Procedimento probatrio426 Instruo por meio de carta427 Dever de colaborao com a Justia

    65 Depoimento Pessoal428 Conceito429 Sano decorrente do nus de prestar depoimento pessoal430 Legitimao para o depoimento431 Objeto do depoimento pessoal432 Procedimento

    66 Confisso433 Conceito434 Requisitos da confisso435 Classificaes436 Efeitos da confisso437 Indivisibilidade da confisso438 Valor da confisso extrajudicial

    67 Exibio de Documento ou Coisa439 Conceito440 Oportunidade da medida441 Legitimao442 Procedimento e efeitos da exibio requerida contra parte443 Procedimento e consequncias da exibio requerida contra terceiro

    68 Prova Documental444 Conceito445 Fora probante dos documentos

  • 446 Documentos pblicos447 Documentos particulares448 Valor probante do documento particular449 Telegramas, cartas, registros domsticos450 Livros comerciais450-a Documentos arquivados em meio eletromagntico451 Reproduo de documentos particulares452 Reprodues mecnicas de coisas ou fatos453 Documentos viciados em sua forma454 Falsidade documental455 Espcies de falsidade456 nus da prova457 O incidente de falsidade458 Procedimento do incidente de falsidade458-a Facultatividade do incidente de falsidade459 Produo da prova documental460 Desentranhamento de documentos

    69 Prova Testemunhal461 Conceito462 Valor probante das testemunhas463 Direitos e deveres da testemunha464 A produo da prova testemunhal464-a Inovao do procedimento da prova testemunhal (Lei no 10.358, de 27.12.2001)

    70 Prova Pericial465 Conceito466 Admissibilidade da percia467 O perito468 O procedimento da prova pericial469 Valor probante da percia470 Nova percia

    71 Inspeo Judicial471 Conceito472 Procedimento

    72 Audincia de Instruo e Julgamento

  • 473 Audincia474 Caractersticas da audincia475 Atos preparatrios476 Adiamento da audincia477 Antecipao de audincia478 Conciliao479 Procedimento da conciliao480 Instruo e julgamento481 Documentao da audincia

    Captulo XIX Fase Decisria

    73 Noes Introdutrias482 Conceito de processo483 Contedo e finalidade do processo

    74 Sentena484 Definio legal e classificao doutrinria485 Natureza da sentena definitiva486 Funo da sentena definitiva486-a Funo da sentena terminativa

    75 Estrutura e Formalidades da Sentena487 Contedo da sentena488 Relatrio489 Motivao490 Dispositivo da sentena491 Condies formais da sentena492 Clareza493 Preciso493-a A preciso da sentena que tenha por objeto obrigao de fazer ou no fazer493-a-1 Regras especiais de tutela s obrigaes de entrega de coisa493-a-2 Regras especiais de tutela das obrigaes de quantia certa493-a-3 Sentena condenatria ilquida493-b Princpio da demanda e princpio da congruncia494 Publicao e intimao da sentena495 Efeitos da publicao496 Correo e integrao da sentena

  • 496-a Nulidade da sentena ultra petita, citra petita e extra petita496-b Interpretao da sentena

    76 Classificao das Sentenas497 Classificaes498 Sentenas declaratrias499 Sentenas condenatrias500 Sentena constitutiva501 Momento de eficcia da sentena502 Multiplicidade de efeitos da sentena

    77 Efeitos da Sentena503 Conceito504 Entrega da prestao jurisdicional504-a Classificao das sentenas quanto aos efeitos505 Hipoteca judiciria506 Outros efeitos secundrios da sentena

    78 Coisa Julgada507 A conceituao de coisa julgada no novo Cdigo507-a Sentena, efeitos e coisa julgada507-b Coisa julgada administrativa507-c Coisa julgada total e parcial508 Coisa julgada formal e material508-a Terminologia do julgamento de mrito509 Fundamento da autoridade da coisa julgada510 Arguio da coisa julgada510-a Dimenses possveis da exceo de coisa julgada510-b Efeitos positivos e negativos da coisa julgada511 Precluso

    79 Limites da Coisa Julgada512 Limites objetivos513 Motivos da sentena514 Verdade dos fatos515 Questes prejudiciais516 Questes implicitamente resolvidas516-a A eficcia preclusiva da coisa julgada

  • 517 Duplo grau de jurisdio (remessa ex officio ou reexame necessrio)517-a Inovaes da Lei no 10.352, de 26.12.2001, sobre reexame necessrio518 Limites subjetivos518-a Expanso dos limites subjetivos para alm das partes do processo518-b Coisa julgada nas aes coletivas519 Causas de estado520 Relaes jurdicas continuativas e outros casos de rejulgamentos520-a Limites temporais da coisa julgada520-b Extenso da coisa julgada ao terceiro adquirente do bem litigioso521 Execuo forada e coisa julgada

    Parte VII Recursos

    Captulo XX Sistema Recursal do Processo Civil

    80 Recursos522 Conceito523 Fundamento do direito de recurso524 Atos sujeitos a recurso525 Recursos admissveis525-a Reclamao526 Correio parcial526-a A tcnica de julgamento dos recursos526-b Reformatio in pejus

    81 Princpios Gerais dos Recursos527 Duplo grau de jurisdio528 Legitimao para recorrer528-a Particularidades do recurso de terceiro529 Legitimidade do Ministrio Pblico para recorrer530 Pressupostos objetivos do recurso531 Recorribilidade da deciso532 Tempestividade532-a Recurso interposto antes da publicao do julgado532-b Recurso interposto antes do julgamento de embargos de declarao pendentes533 Casos especiais de interrupo do prazo de recurso534 Singularidade do recurso535 Adequao e fungibilidade dos recursos

  • 536 Preparo537 Motivao e forma537-a Efeitos do recurso537-b Efeito substitutivo538 Renncia e desistncia em matria de recursos539 Aceitao expressa ou tcita da sentena540 Recurso adesivo540-a Julgamento singular e coletivo do recurso em segundo grau540-b A recorribilidade necessria da deciso singular do relator

    82 A Apelao541 Conceito541-a A nova definio de sentena e sua repercusso na esfera recursal542 Interposio da apelao543 Efeitos da apelao543-a Inovao da Lei no 10.352, de 26.12.2001, a respeito do efeito devolutivo da apelao543-a-1 Questo de fato e questo de direito543-a-2 Polmica acerca da inovao operada no 3o do art. 515543-a-3 Prescrio e decadncia543-a-4 A apelao e as nulidades sanveis do processo543-b Inovao da Lei no 10.352, de 26.12.2001, a respeito do efeito suspensivo da apelao544 Recebimento da apelao544-a A irrecorribilidade da sentena proferida em conformidade com smula do STJ ou do

    STF544-b Juzo de retratao: reexame dos pressupostos de admissibilidade da apelao j

    recebida544-c Juzo de retratao: reexame da matria decidida na sentena apelada por ato de seu

    prprio prolator545 Desero546 Prazo para interposio da apelao547 Julgamento em segunda instncia

    83 Agravo548 Conceito549 Espcies de agravo550 Agravo retido550-a Agravo retido interposto oralmente550-b Juzo de retratao no agravo retido550-c Agravo retido aps a sentena

  • 551 Agravo de instrumento551-a Formao do instrumento do agravo552 Efeitos do agravo de instrumento553 Processamento do agravo de instrumento553-a Inovaes registradas a partir das Leis nos 10.352/2001 e 11.187/2005554 O contraditrio554-a Outras observaes sobre o atual regime do agravo de instrumento554-b Formao da coisa julgada antes do julgamento do agravo

    84 Embargos Infringentes555 Conceito555-a Embargos infringentes em julgamento de apelao556 Processamento557 Embargos adesivos557-a Outras observaes sobre os embargos infringentes557-b Inovaes da Lei no 10.352, de 26.12.2001, sobre os embargos infringentes557-c Legitimao para embargar557-d Particularidades dos embargos infringentes em face da exceo de prescrio

    85 Embargos de Declarao558 Conceito559 Pressupostos dos embargos de declarao559-a. Compreenso extensiva do cabimento dos embargos de declarao560 Procedimento561 Efeito interruptivo561-a Efeito suspensivo561-b Efeito integrativo562 Embargos manifestamente protelatrios

    86 Uniformizao da Jurisprudncia563 Recurso de revista564 Uniformizao da jurisprudncia565 Pressupostos do incidente566 Legitimao para a provocao do incidente567 Apreciao do incidente567-a A uniformizao de jurisprudncia no mbito dos Juizados Especiais568 Smula jurisprudencial568-a Smula vinculante

  • 568-b Regulamentao da smula vinculante

    87 Recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justia569 Introito570 Recurso ordinrio para o Supremo Tribunal Federal571 Recurso extraordinrio572 Pressupostos do recurso extraordinrio572-a Repercusso geral das questes constitucionais debatidas no recurso extraordinrio572-b Conceituao legal de deciso que oferece repercusso geral572-c Procedimento no STF572-d Reflexos da deciso acerca da repercusso geral572-e O procedimento regimental de apreciao da arguio de repercusso geral pelo

    Plenrio do STF572-f Formas de soluo tcita da arguio de repercusso geral572-g Recursos manejveis contra as decises locais, aps o pronunciamento do Supremo

    Tribunal Federal sobre a arguio de repercusso geral572-h Reteno dos recursos extraordinrios repetitivos573 Funo do recurso extraordinrio574 Efeitos do recurso extraordinrio574-a Obteno de efeito suspensivo excepcional para o recurso extraordinrio575 Processamento do recurso extraordinrio575-a Agravo nos prprios autos contra a inadmisso do recurso extraordinrio575-b O preparo dos recursos para o STF e para o STJ575-c O recurso extraordinrio por via eletrnica575-d Julgamento do recurso e julgamento da causa576 Poderes do relator576-a Recursos para o Superior Tribunal de Justia576-b Recurso especial576-c Jurisprudncia formada antes da Constituio de 1988576-d Jurisprudncia do STJ formada aps a Constituio de 1988576-e Recurso especial fundado em dissdio jurisprudencial576-f Obteno de efeito suspensivo excepcional para o recurso especial576-g O recurso especial e as causas repetitivas576-h Procedimento traado nas causas repetitivas para observncia do tribunal de origem576-h-1 Desistncia do recurso padro576-i Procedimento traado nas causas repetitivas para observncia do STJ576-j Efeitos do acrdo da Seo ou da Corte Especial do STJ nas causas repetitivas576-l Regulamentao regimental e direito intertemporal nas causas repetitivas576-m Concomitncia de recurso extraordinrio e recurso especial576-n Concomitncia de embargos infringentes e recursos para o Supremo Tribunal Federal ou

  • Superior Tribunal de Justia576-o Embargos admissveis nos julgamentos do Superior Tribunal de Justia576-p Embargos perante o Supremo Tribunal Federal576-q Reclamao perante o STF e o STJ576-r Recurso especial ou extraordinrio retido576-s Destrancamento dos recursos retidos576-t Fora vinculante das decises do Supremo Tribunal Federal 88 Direito intertemporal em matria de recursos577 Posio do novo Cdigo578 Princpios norteadores do direito intertemporal dos recursos

    Parte VIII O Processo nos Tribunais

    Captulo XXI Noes Gerais

    89 O Processo nos Tribunais579 Duplo grau de jurisdio580 Competncia dos tribunais581 Caractersticas dos processos de competncia originria dos tribunais582 Casos de competncia originria dos tribunais583 Posio da matria no novo Cdigo de Processo Civil584 O funcionamento dos tribunais585 O sistema de julgamento dos tribunais585-a Inovaes da Lei no 10.352, de 26.12.2001, sobre os julgamentos pelos tribunais585-b Adiamento e retomada do julgamento de tribunal

    90 Homologao de Sentena Estrangeira586 A eficcia da sentena estrangeira587 O sistema nacional588 A homologao da sentena estrangeira589 Natureza da deciso homologatria590 O procedimento591 A execuo

    91 Declarao de Inconstitucionalidade592 O controle da constitucionalidade no direito brasileiro593 Regulamentao legal594 O incidente de arguio de inconstitucionalidade nos tribunais595 Objeto da arguio de inconstitucionalidade

  • 596 Iniciativa de arguio597 Momento da arguio598 Competncia para apreciar o cabimento do incidente599 O julgamento da arguio

    92 Ao Rescisria600 Conceito601 Pressupostos602 Casos de admissibilidade da rescisria603 Prevaricao, concusso ou corrupo do juiz (art. 485, I)604 Impedimento ou incompetncia absoluta do juiz (art. 485, II)605 Dolo da parte vencedora (art. 485, III)606 Coluso para fraudar a lei (art. 485, III)607 Ofensa coisa julgada (art. 485, IV)608 Violao de literal disposio de lei (art. 485, V)608-a Ofensa norma constitucional (ainda o art. 485, V)609 Falsidade de prova (art. 485, VI)610 Documento novo (art. 485, VII)611 Confisso, desistncia ou transao invlidas (art. 485, VIII)612 Erro de fato (art. 485, IX)613 Atos judiciais no sujeitos ao rescisria613-a Sentena homologatria em processo contencioso614 Legitimao614-a Competncia615 O pedido: judicium rescindens e judicium rescissorium616 Multa de 5% sobre o valor da causa617 A execuo da sentena rescindenda618 Indeferimento da inicial619 Procedimento620 Natureza e contedo da deciso620-a A rescisria e os direitos adquiridos por terceiros de boa-f620-b Preservao de efeitos da sentena rescindida621 Rescisria de rescisria622 Prazo de propositura da ao rescisria622-a Resciso de sentena complexa ou de coisa julgada formada progressivamente622-b A Smula no 401 do Superior Tribunal de Justia622-c Prorrogao de competncia do STF e do STJ em matria de rescisria

  • 623 Sentena nula de pleno direito

  • Nota da Editora: o acordo ortogrfico foi aplicado integralmente nesta obra.

  • APRESENTAO

    1. Introduo

    O grande acontecimento de 2010 em matria de direito processual foi a submisso aoCongresso Nacional do projeto de um novo Cdigo de Processo Civil (Projeto Legislativo no166/2010, de iniciativa da Presidncia do Senado Federal).1 Sua tramitao j se concluiuperante o Senado, onde se aprovou o substitutivo do Relator, Senador Valter Pereira, o qual,atualmente, tramita pela Cmara dos Deputados (Projeto de Lei no 8.046/2010).

    Muito se discutia sobre a convenincia, ou no, de dotar o Pas de uma nova codificao,tendo em vista o reconhecimento, pela maioria, da boa qualidade tcnica do Cdigo em vigor. Noentanto, a frequncia com que este vinha sendo submetido a constantes emendas acabou porgerar, nos ltimos tempos, um clima social de desconfiana, com srias repercusses sobre osentimento de segurana jurdica em torno da prestao jurisdicional civil entre ns. Era, de fato,aconselhvel que fosse aplacado o verdadeiro furor renovativo com que se comandava a onda dereformas parciais da atual lei processual civil. Nessa quadra, venceu a ideia de que a adoo deum novo Cdigo, alm de incorporar ao direito positivo institutos instrumentais modernos,realizaria a relevante tarefa de pr cobro ao ambiente desagregador implantado pela onda cadavez mais intensa e desordenada de emendas pontuais.

    2. Processo justo

    A Comisso de Juristas, nomeada pela Presidncia do Senado, orientou-se, na elaborao doanteprojeto, pelos princpios universalmente preconizados para as leis processuais, que aspirem adotar o Estado Democrtico de Direito de um processo justo, e que se apresentam, na ordemconstitucional, como a garantia a todos de acesso a uma tutela jurisdicional efetiva. Como talentende-se aquela que, a par de viabilizar a composio dos conflitos com total adequao aospreceitos do direito material,2 o faa dentro de um prazo razovel e sob mtodo presidido pelasexigncias da economia processual, sempre assegurando aos litigantes o contraditrio e a ampladefesa (CF, art. 5o, LXXVIII).3

    A propsito do iderio do processo justo, prevalece na conscincia da civilizao de nossotempo a concepo de que um Cdigo moderno, republicano e democrtico, h de observar ummodelo social de processo, que esteja atento s exigncias da instrumentalidade, da efetividadee da presteza na promoo da tutela aos direitos subjetivos em crise. Em tal modelo, como inegvel, no podem merecer guarida as espertezas do litigante no manejo das puras tcnicasprocedimentais e argumentativas como a causa do resultado da disputa traada em juzo. Para oprocesso justo (aquele exigido pelo Estado Democrtico de Direito), o mais importante que oprocesso seja construdo e manejado para possibilitar a descoberta da verdade dos fatos, demaneira que s ganhe a causa a parte que tiver a verdade do seu lado, esta e no a outra aparte que tem razo e que, por isso, ter sua situao jurdica protegida pelo provimentojudicial.4 Foram esses os critrios a que recorreram os encarregados da redao da pea que seconverteu no Projeto Legislativo no 166/2010 do Senado (atual Projeto de Lei no 8.046/2010 daCmara Federal).

  • 3. A diviso de matrias efetuadas pelo Projeto

    No tocante ao Livro I do Cdigo atual, a primeira grande inovao do Projeto, nos termos emque foi aprovado no Senado e encaminhado Cmara Federal, a criao de uma Parte Geralque se destina definio e sistematizao dos institutos processuais que sero aplicados aosdiversos processos e procedimentos, regulados nos livros subsequentes e que, assim, passam adesempenhar o papel de Parte Especial. Dessa forma, a Codificao projetada desdobrou-se,originariamente, em cinco Livros, assim classificados:

    I Parte geral;II Do processo de conhecimento e cumprimento da sentena;III Do processo de execuo;IV Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnao das decises judiciais;V Das disposies finais e transitrias.

    O esquema aqui esboado foi idealizado pelo Projeto visando atingir cinco objetivos:

    a) estabelecer, atravs, sobretudo, da Parte Geral, uma expressa e implcita sintonia finacom a Constituio Federal;5

    b) criar condies para que o juiz se aproxime ao mximo da verdade real e possa decidir alide de forma mais rente realidade ftica subjacente causa;6

    c) simplificar e facilitar o acesso tutela jurisdicional, resolvendo problemas e reduzindo acomplexidade de subsistemas, como, por exemplo, o recursal;7

    d) cumprir a garantia de durao razovel e de economia processual, dando todo orendimento possvel a cada processo em si mesmo considerado;8

    e) imprimir, em suma, maior grau de organicidade ao sistema, dando-lhe, assim, maiscoeso.9

    O Projeto ainda no teve sua discusso encerrada na Cmara Federal, mas a ComissoEspecial designada para apreci-lo j aprovou um substitutivo que ora se acha em debate noPlenrio daquela Casa. O formato dado ao Novo Cdigo pela Comisso Especial bastantediferente daquele que foi votado no Senado, muito embora permanea o seu contedo dentro dasmesmas linhas mestras traadas no Projeto originrio. A distribuio da matria feita em umaParte Geral e em uma Parte Especial, com as seguintes subdivises:

    PARTE GERAL, composta dos seguintes Livros:LIVRO I Das normas processuais civis;LIVRO II Da funo jurisdicional;LIVRO III Dos sujeitos do processo;LIVRO IV Dos atos processuais;LIVRO V Da tutela antecipada;LIVRO VI Formao, suspenso e extino do processo.

  • PARTE ESPECIAL, dividida nos seguintes Livros:LIVRO I Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentena;LIVRO II Do processo de execuo;LIVRO III Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnao das decises judiciais;LIVRO COMPLEMENTAR Das disposies finais e transitrias.

    4. Supresses simplificadoras

    Desaparecem os livros dedicados ao Processo Cautelar e aos Procedimentos Especiais. Atutela de urgncia passa a ser abordada na Parte Geral como simples incidente processual,dispensando para sua administrao o exerccio de uma ao distinta e a formao de umprocesso separado do principal. Deu-se s medidas cautelares o mesmo tratamento incidentalque hoje se dispensa tutela antecipada pelo art. 273 do Cdigo em vigor, tendo sido, assim,unificado o regime procedimental dessas duas modalidades da tutela de urgncia. Ao lado dasmedidas de urgncia propriamente ditas, disciplinou-se o regime particular da tutela daevidncia, prestvel independentemente dos requisitos gerais das providncias cautelares eantecipatrias, e em prestgio da presteza da resposta jurisdicional pronta e imediata.

    Para ambas as tutelas de urgncia somente se haver de recorrer a uma ao, quando oprovimento emergencial for postulado anteriormente propositura da demanda principal. Nohaver, entretanto, dois processos. A petio inicial, quando posteriormente vier a ser formulada,ser apresentada dentro dos prprios autos em que se deu trmite medida de urgncia. Umnico processo, portanto, ser utilizado, quando necessrio, para a apreciao dos pleitos deurgncia e de mrito (Projeto, arts. 282 e 286).

    O substitutivo aprovado pela Comisso Especial reuniu a tutela de urgncia (medidascautelares conservativas e as antecipatrias satisfativas) e a tutela da evidncia num nico Livro,a que atribuiu a denominao geral de Tutela Antecipada (Livro V da Parte Geral),desdobrando-o em dois Ttulos: o primeiro cuida das Disposies Gerais observveis tanto nastutelas de urgncia como nas de evidncia; o Ttulo II cuida da tutela cautelar requerida emcarter antecedente. No Ttulo I, h captulos separados para a tutela de urgncia e para a tutelada evidncia, alm de um captulo para as disposies gerais pertinentes s duas modalidades detutela antecipada.

    Os Procedimentos Especiais, como variaes da atividade cognitiva, deixaro de constituirobjeto de livro prprio, passando a figurar em Ttulo do Livro da Parte Especial dedicado aoProcesso de Conhecimento (Ttulo III do Livro I). Imaginou-se na primeira verso do Projetoque seria conveniente a reduo dos procedimentos especiais. No entanto, o que prevaleceu noSubstitutivo da Comisso Especial foi, ao contrrio, a sua ampliao, de modo que passaram afigurar no novo Cdigo dezesseis procedimentos, alm do comum. Dentre os novos, merecemdestaque os destinados Ao de Dissoluo Parcial de Sociedade e s Aes de Famlia.

    Por sua vez, os recursos e a ao rescisria formaro o livro especial destinado disciplinados processos nos tribunais (Livro III da Parte Especial), ao qual se integram procedimentosimportantes, como o da Resoluo de Demandas Repetitivas e o da Reclamao.

    Manter-se-o as duas vias de execuo atualmente existentes: a do cumprimento das

  • sentenas e a da execuo dos ttulos extrajudiciais. Aquela como incidente do processo em quea sentena tiver sido pronunciada (Ttulo II, Livro I, da Parte Especial) e esta como aoexecutiva autnoma (Livro II da Parte Especial).

    5. Constitucionalizao do processo

    Sendo certo que o processo civil contemporneo se acha constitucionalizado, uma vez queseus princpios bsicos correspondem a direitos fundamentais assegurados pelo EstadoDemocrtico de Direito, o Projeto reserva um Ttulo do Livro I da Parte Geral para enumerar asNormas Fundamentais que regero a aplicao das normas processuais, todas diretamenteinspiradas na Constituio, e de modo particular, nos Direitos e Garantias Fundamentais, tudocom o propsito de ressaltar os vnculos obrigatrios entre a ordem processual e a ordemconstitucional.

    Vale a pena remontar ao texto dos artigos que compem o Captulo I do referido Ttulo, naverso do Substitutivo aprovado pela Comisso Especial:

    Art. 1o. O processo civil ser ordenado e disciplinado conforme as normas desteCdigo.

    Art. 2o. O processo comea por iniciativa da parte e se desenvolve por impulsooficial, salvo as excees previstas em lei.

    Art. 3o. No se excluir da apreciao jurisdicional ameaa ou leso a direito. 1o permitida a arbitragem, na forma da lei. 2o O Estado promover, sempre que possvel, a soluo consensual dos conflitos. 3o A conciliao, a mediao e outros mtodos de soluo consensual de conflitos

    devero ser estimulados por magistrados, advogados, defensores pblicos e membros doMinistrio Pblico, inclusive no curso do processo judicial.

    Art. 4o. As partes tm direito de obter em prazo razovel a soluo integral do mrito,includa a atividade satisfativa.

    Art. 5o. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se deacordo com a boa-f.

    Art. 6o. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,em tempo razovel, deciso de mrito justa e efetiva.

    Art. 7o. assegurada s partes paridade de tratamento no curso do processo,competindo ao juiz velar pelo efetivo contraditrio.

    Art. 8o. Ao aplicar o ordenamento jurdico, o juiz atender aos fins sociais e sexigncias do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana eobservando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e aeficincia.

    Art. 9o. No se proferir deciso contra uma das partes sem que esta sejapreviamente ouvida.

    Pargrafo nico. O disposto no caput no se aplica:I tutela antecipada de urgncia;

  • II s hipteses de tutela antecipada da evidncia previstas no art. 306, incisos II e III;III deciso prevista no art. 716.Art. 10. Em qualquer grau de jurisdio, o rgo jurisdicional no pode decidir com

    base em fundamento a respeito do qual no se tenha oportunizado manifestao daspartes, ainda que se trate de matria aprecivel de ofcio.

    Art. 11. Todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, efundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade.

    Pargrafo nico. Nos casos de segredo de justia, pode ser autorizada somente apresena das partes, de seus advogados, de defensores pblicos ou do Ministrio Pblico.

    Art. 12. Os rgos jurisdicionais devero obedecer ordem cronolgica de conclusopara proferir sentena ou acrdo.

    (...)

    Duas inovaes podem ser, de incio, apontadas como consequncias da visoconstitucionalizada do processo civil: a) a regulamentao do incidente da desconsiderao dapersonalidade jurdica, que, atualmente, falta de sistematizao legal, nem sempre tem seprocessado com a necessria submisso aos ditames do contraditrio e ampla defesa (CF, art. 5o,LV); b) a instituio de um incidente para superar a dificuldade e inconvenincias das causasrepetitivas, que no s atravancam o servio forense, inviabilizando o ideal de celeridade daprestao jurisdicional, por seu elevado e incontrolvel volume assumido na atual sociedadecaracterizada pela massificao geral das relaes de consumo e da interferncia do poderpblico no domnio econmico, como acarretam, com inevitvel frequncia, quebra da garantiaconstitucional de tratamento igual para todos perante a lei (CF, Prembulo e art. 5o, caput).

    6. Incidente de desconsiderao da personalidade jurdica

    A desconsiderao da personalidade jurdica prevista, segundo os casos elencados no direitomaterial, tanto para que se alcance a responsabilidade do scio por obrigaes contradas emnome da sociedade, como a da pessoa jurdica por negcios realizados pelo scio,individualmente, mas em prol de interesses da sociedade.10

    O procedimento figura, no Projeto, entre os Captulos da Interveno de Terceiros (arts.133 a 137 da verso substitutiva do Projeto) e seu objetivo , acima de tudo, fazer com que aquesto seja solucionada luz das regras traadas pelo direito material (Cdigo Civil, art. 50) eque o provimento a seu respeito seja preparado e pronunciado com estrita observncia garantiaconstitucional do devido processo legal (CF, art. 5o, LIV) e especificamente com respeito aocontraditrio e ampla defesa (CF, art. 5o, LV).

    No haver necessidade de se promover uma ao ordinria apartada para que adesconsiderao se d. Mas o incidente, admissvel em qualquer processo ou procedimento,haver sempre de se desenvolver com obedincia ao princpio do contraditrio, tal como exige aConstituio.11

    Em casos de urgncia, em que se configure o risco de dano ou desvio de bens, o credorpoder se valer da tutela cautelar, observados os seus requisitos e procedimentos. O que no setolera que os atos executrios definitivos sobre bens de quem no parte no processo sejam

  • levados a efeito de forma autoritria e ao arrepio do direito de defesa em contraditrio pleno. Aresponsabilidade do terceiro (scio ou administrador) somente poder encontrar reconhecimentoe execuo definitivos aps soluo do incidente processado segundo os ditames do processojusto.

    Ainda visando evitar risco de dano aos interesses do credor, prev o Projeto que, uma vezacolhido o pedido de desconsiderao, a alienao ou onerao de bens, havida em fraude deexecuo, ser ineficaz em relao ao requerente (art. 137).

    7. Incidente de resoluo de demandas repetitivas

    A era dos processos massificados levou implantao, no regime atual do processo civil, demedidas que pudessem contornar a avalanche de feitos, tanto nas instncias inferiores como nostribunais superiores do Pas. Surgiram, nos ltimos anos, para enfrentar esse gravssimoproblema, que prenunciava um verdadeiro impasse geral na prestao de justia, medidas comoa smula vinculante do STF (EC no 45/2004) e o regime de repercusso geral como pressupostodo recurso extraordinrio (Lei no 11.418/2006; CPC, art. 543-A), alm da tramitao especial,com eficcia cumulativa para todos os recursos oriundos de causas repetitivas, tanto para oextraordinrio (Lei no 11.418/ 2006; CPC, art. 543-B) como para o especial (Lei no 11.672/2008;CPC, art. 543-C). Ainda, no terreno das causas seriadas, inovaes para abreviar julgamentosoriginrios e recursais foram criadas para o primeiro e segundo graus de jurisdio, com opropsito de adotarem-se mecanismos para permitir a rejeio liminar das demandas iguais aoutras j decididas pelo mesmo juiz (Lei no 11.277/2006; CPC, art. 285-A) e para vedar recursode apelao contra a sentena pronunciada em conformidade com smula do STF ou do STJ (Leino 11.276/2006; CPC, art. 518, 1o).

    Nessa mesma linha de racionalizao do tratamento das demandas massificadas, o Projetosubstitutivo cria um incidente, a ser instaurado nos tribunais de segundo grau, a que atribui onomen iuris de Incidente de resoluo de demandas repetitivas (arts. 988 a 999). Por seuintermdio, os processos identificados como relativos mesma questo de direito so paralisadosat que o tribunal julgue a tese comum, com eficcia para todo o conjunto de demandas iguais.

    Alm de evitar o inconveniente de decises conflitantes, o incidente de resoluo dedemandas repetitivas enseja enorme economia processual, uma vez que dezenas, centenas ou atmilhares de demandas iguais podero ser resolvidas praticamente de uma s vez.

    8. Estmulo justia coexistencial

    O Projeto valoriza e estimula a prtica da justia coexistencial, dando nfase s soluesconciliatrias, para facilitar que a composio do litgio seja construda pelas prprias partes, namedida do possvel.

    Para tanto, o processo de conhecimento principiar, em regra, por uma audincia preliminar,a que as partes devero comparecer pessoalmente e na qual se buscar a soluo conciliatria,com o auxlio de conciliador ou mediador (art. 335). Prev a participao, nessa fase processual,de auxiliares da justia, especializados em conciliao e mediao, sempre que possvel (arts.166a 176), com o que se aliviar o juiz do esforo conciliatrio e prestigiar a contribuio de

  • agentes capacitados busca de soluo consensual para os litgios. Caber aos Tribunaisempenharem-se na instituio desses quadros especializados, cumprindo programas deotimizao dos servios judicirios estimulados pelo Conselho Nacional da Justia.

    Ainda dentro da perspectiva social da composio do litgio, o Projeto Substitutivo prev eamplia as hipteses de interveno do amicus curiae, tornando-a possvel em todos os graus dejurisdio (art. 138).

    9. Simplificao do procedimento comum

    No haver mais dois ritos para o procedimento comum. Aboliu-se o procedimento sumrioe o procedimento unificado foi simplificado e compatibilizado com as metas da eficincia eeconomia processual.

    O prazo de contestao ser contado da audincia de conciliao, se esta no chegar soluo negocial (art. 336). Quando o juiz reconhecer que o caso no comporta conciliao, nopromover a audincia preliminar e ordenar a imediata citao do ru, caso em que o prazopara contestao ser contado a partir da juntada do respectivo mandado ou de outroscomprovantes legais do ato citatrio (arts. 336, III, c/c art. 231).

    No haver mais reconveno em pea separada. Em qualquer ao ser lcito ao ru, se foro caso, formular pedido reconvencional na prpria contestao (art. 344). O Projeto Substitutivoacolhe a tese atualmente admitida pela doutrina de que o ru pode apresentar reconvenoindependentemente de formular contestao (art. 344, 7o).

    10. Simplificao das intervenes de terceiro

    Desaparecer a figura autnoma da nomeao autoria, passando o seu objeto a ser tratadoem preliminar da contestao, com possibilidade de emenda da inicial para correo do defeitoda propositura da ao (art. 339).

    Os atuais Chamamento ao processo e Denunciao da lide se mantero regulados emCaptulos distintos. O Chamamento, segundo o texto oriundo do Senado, teria seu alcanceampliado, de modo a alcanar, expressamente, no s os devedores solidrios, mas todos os que,por lei ou contrato, possam ser corresponsveis pela dvida comum (art. 319, IV). Seria o caso,por exemplo, do segurador de responsabilidade civil, entre outros. O Substitutivo da ComissoEspecial, todavia, suprimiu o inciso IV. No creio, no entanto, que por exigncia do direitomaterial, casos de corresponsabilidade no solidria, e que, portanto, no se enquadram nadenunciao da lide, fiquem impedidos de encontrar melhor soluo na figura do chamamentoao processo, malgrado ausncia de previso no texto processual respectivo.

    A denunciao da lide, que no texto do Senado transformar-seia na denunciao emgarantia, conservou no Substitutivo da Comisso Especial a denominao atual, reduzindo-se, asua aplicao, apenas aos casos de direito regressivo propriamente ditos (art. 125, I e II) eexcluindo a eventualidade de sucessivas denunciaes nos mesmos autos. Possveis direitosregressivos do denunciado contra seus antecessores sero executados parte, em ao prpria(art.125, 2o). H previso, ainda, da possibilidade de a sentena condenatria do denuncianteser executada contra o denunciado, por fora do direito regressivo contra este reconhecido (art.

  • 128, IV).A par da simplificao do tratamento dispensado denunciao da lide e ao chamamento ao

    processo, o Projeto chancelado pela Comisso Especial insere no Ttulo da Interveno deTerceiros incidentes novos como os Captulos pertinentes Desconsiderao da PersonalidadeJurdica (arts. 133 a 137) e ao Amicus Curiae (art. 138).

    11. Saneamento do processo

    Se no obtida a conciliao, nem verificada a extino prematura do processo (art. 364), adeclarao de saneamento acontecer depois de cumprida a fase postulatria, nestacompreendidas as providncias preliminares (arts. 354 a 360).

    Ser na deciso de saneamento que o juiz proceder delimitao dos pontos controvertidos, especificao das provas cabveis e designao da audincia de instruo e julgamento,quando necessria (art. 364). O Projeto consagra o princpio da cooperao, prevendo apossibilidade de o juiz, nas causas complexas, designar audincia para o saneamento realizar-secom a efetiva participao das partes, notadamente em relao ao esclarecimento de suasalegaes (art. 364, 3o).

    12. Instruo probatria

    Na Parte Especial, no Livro reservado ao Processo de Conhecimento, o Projeto Substitutivoda Comisso Especial contm importantes posicionamentos em torno das provas utilizveis emjuzo:

    a) os meios moralmente legtimos para demonstrao da verdade so permitidos, ainda queno especificados no Cdigo, desde que possam influir eficazmente na convico do juizem torno da verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa (art. 376);

    b) o dispositivo do Projeto primitivo (art. 257, pargrafo nico) segundo o qual as provasobtidas por meio ilcito no seriam sumria e absolutamente desprezadas, cabendo ao juizapreci-las luz da ponderao dos princpios e dos direitos fundamentais envolvidos ,foi excludo pelo substitutivo aprovado no Senado;

    c) admitida a prova emprestada, ou seja, a colhida em outro processo, cabendo ao juizatribuirlhe o valor que considerar adequado, respeitando-se sempre o contraditrio (art.379);

    d) permitir-se ao juiz a distribuio do nus da prova diferentemente da regra legal comum(art. 380), para atribu-lo parte que estiver em melhores condies de produzi-la,cabendo-lhe, porm, faz-lo em deciso fundamentada e com respeito ao contraditrio(art. 380, 1o). A medida ser sempre excepcional e ter de levar em conta ascircunstncias da causa e as peculiaridades do fato a ser provado. A parte onerada ter deser intimada da deliberao, a tempo de se desincumbir a contento do encargo que lhe forcometido. Segundo o princpio do contraditrio e ampla defesa, no ser tolervel ainverso a posteriori, ou seja, aquela efetuada pelo juiz no momento de prolatar a sentena,

  • porque incompatvel com o processo justo, no qual a surpresa sempre vista comoofensiva ao princpio do contraditrio. De forma alguma se admitir que a inverso resultenuma situao em que a desincumbncia do encargo pela parte seja impossvel ouexcessivamente difcil (art. 380, 2o). Admitiu-se, ainda, a possibilidade de inverso donus da prova por conveno das partes, que, entretanto, no ser lcita quando recairsobre direito indisponvel ou tornar excessivamente difcil a uma parte o exerccio dodireito (art. 380, 3o);

    e) ao juiz no dado se valer de regras de experincia comum e de experincia tcnicapara substituir a prova pericial, quando esta for o meio recomendado pela lei para aapreciao da verdade do fato litigioso (art. 382);

    f) embora se imponha parte a obrigao de depor e de praticar os atos determinados pelojuiz durante a instruo probatria, o Projeto em seu texto atual ressalva o direito de noproduzir prova contra si prpria (art. 386).

    13. Rejeio liminar da demanda

    Alm dos casos tradicionais de indeferimento da petio inicial, o Projeto institui apossibilidade de rejeio liminar da prpria demanda (isto , a decretao de improcednciaprima facie do pedido formulado pelo autor). Isto acontecer, antes mesmo de citado o ru, nashipteses elencadas no art. 333, ou seja, quando o pedido contrariar:

    a) smula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justia (art. 333, I);b) acrdo proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justia em

    julgamento de recursos repetitivos (art. 333, II);c) entendimento firmado em incidente de resoluo de demandas repetitivas ou de assuno

    de competncia (art. 333, III);d) norma jurdica extrada de dispositivo expresso de ato normativo (art. 333, IV);e) enunciado de smula de Tribunal de Justia sobre direito local (art. 333, V).

    Outro caso previsto como autorizador do decreto de Improcedncia Liminar do Pedido aquele em que se verifica, desde logo, a ocorrncia de decadncia ou de prescrio (art. 333, 1o).

    14. Tutela de evidncia

    Sob o rtulo de tutela da evidncia, o Projeto Substitutivo da Comisso Especial permiteque, em carter definitivo ou provisrio, a lide seja, no todo ou em parte, sumariamente resolvidaem desfavor do ru, nas circunstncias do art. 306. Independentemente do risco de danoirreparvel ou de difcil reparao, ser deferida ao autor a tutela antecipada sempre que:

    a) ficar caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio daparte (art. 306, I);

    b) as alegaes de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese

  • firmada em julgamento de casos repetitivos ou em smula vinculante (art. 306, II);c) se tratar de pedido reipersecutrio fundado em prova documental adequada do contrato de

    depsito, caso em que ser decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sobcominao de multa (art. 306, III).

    Nas hipteses dos incisos II e III do art. 306, a deciso pode ser proferida liminarmente; j nocaso do inciso I, o decisrio acontecer aps a resposta do demandado. Em todos os incisos,porm, esto envolvidas questes de mrito, que o juiz apreciar para julgamento liminar dademanda (incisos I e II) ou para deferimento de antecipao de tutela (inciso III).

    O Projeto primitivo cogitava de tutela da evidncia em outras situaes, as quais o Substitutivopreferiu tratar como hipteses de julgamento parcial antecipado da lide, como (i) quando acontrovrsia formada entre o pedido e a contestao referir-se apenas a algum dos pedidos ouparcela deles (art. 363, I), ou (ii) quando o juiz estiver em condies de imediato julgamento, emvirtude da revelia do ru ou da desnecessidade de produo de outras provas (art. 363, II, c/c362).

    15. Incompetncia, suspeio e impedimento do juiz

    No haver mais exceo de incompetncia processada em autos apartados. Poucoimportando seja a incompetncia absoluta ou relativa, sua arguio ser feita em preliminar dacontestao (art. 338, II).

    As arguies de suspeio ou de impedimento sero feitas em petio endereada ao juiz dacausa (art. 146). Se reconhecer a suspeio ou impedimento, ordenar a remessa dos autos aoseu substituto legal. Caso contrrio, determinar a autuao em apartado da petio e, depois deaduzir suas razes em quinze dias, ordenar a remessa dos autos da arguio ao tribunal (art. 146, 1o).

    Distribudo o feito, no Tribunal, o relator poder process-lo sem efeito suspensivo, caso emque o processo principal continuar correndo perante o juiz da causa (art. 146, 2o); ou,atribuindo efeito suspensivo ao incidente, passar para o juiz substituto legal a competncia paraas medidas de urgncia, permanecendo o processo principal suspenso at o julgamento doincidente pelo Tribunal (art. 146, 3o).

    16. Simplificao do sistema recursal

    O Projeto procurou simplificar o sistema recursal hoje adotado pelo Cdigo, com as seguintesmedidas:

    a) eliminou o agravo retido e, para suprir sua falta, instituiu-se o protesto contra as decisesinterlocutrias quando no cabvel o agravo de instrumento (art. 1.022, 1o). Aimpugnao de tais decises ter de ser feita em preliminar da apelao contra a decisofinal, ou nas contrarrazes (art. 1.022, 2o).

    b) eliminou os embargos infringentes;c) o efeito suspensivo da apelao, que fora excludo pelo projeto primitivo, foi restabelecido

  • pelo Substitutivo da Comisso Especial (art. 1.025, caput). Ampliaram-se, porm, os casosem que a sentena permite execuo imediata, independentemente da apelao (art.1.025, 1o), mas na dependncia de pedido da parte, a ser apreciado pelo relator (art.1.025, 3o);

    d) a petio da apelao ser endereada ao juiz de primeiro grau (art. 1.023), mas o juzo deadmissibilidade ficar a cargo do relator, no tribunal (art. 945, III) ao qual se poderpleitear a atribuio de eventual efeito suspensivo. Para tanto, dever o apelantedemonstrar (i) a probabilidade de provimento do recurso; ou (ii) o risco de dano grave e dedifcil reparao, desde que relevante a fundamentao (art. 1.025, 4o);

    e) o agravo de instrumento ser cabvel contra as decises interlocutrias apenas quando:1. concederem, negarem, modificarem ou revogarem a tutela antecipada (art. 1.028,

    I);2. versarem sobre o mrito da causa (art. 1.028, II);3. rejeitarem a alegao de conveno de arbitragem (art. 1.028 III);4. versarem sobre o incidente de desconsiderao da personalidade jurdica (art. 1.028,

    IV);5. negarem o pedido de gratuidade da justia ou acolherem o pedido de sua revogao

    (art. 1.028, V);6. determinarem a exibio ou posse de documento ou coisa (art. 1.028, VI);7. exclurem litisconsorte (art. 1.028, VII);8. indeferirem o pedido de limitao do litisconsrcio (art. 1.028, VIII);9. admitirem ou inadmitirem a interveno de terceiros (art. 1.028, IX);10. versarem sobre competncia (art. 1.028, X);11. determinarem a abertura de procedimento de avaria grossa (art. 1.028, XI);12. indeferirem a petio inicial da reconveno ou a julgar liminarmente improcedente

    (art. 1.028, XII);13. redistriburem o nus da prova (art. 1.028, XIII);14. converterem a ao individual em coletiva (art. 1.028, XIV);15. alterarem o valor da causa antes da sentena (art. 1.028, XV);16. decidirem o requerimento de distino na hiptese do art. 1050, 13, I (art. 1.028,

    XVI);17. proferidas na fase de liquidao ou de cumprimento de sentena e nos processos de

    execuo e de inventrio (art. 1.028, XVII);18. resolverem o requerimento previsto no art. 990, 4o (art. 1.028, XVIII);19. indeferirem prova pericial (art. 1.028, XIX);20. no homologarem ou recusarem aplicao a negcio processual celebrado pelas

    partes (art. 1.028, XX).f) para evitar os abusos da reiterao indefinida de embargos de declarao, o Projeto

    Substitutivo da Comisso Especial prev a inadmisso de novos recursos da espcie, quandoos dois anteriores houverem sido considerados protelatrios (art. 1.039, 4o). Alm disso,

  • ampliou-se a regulamentao dos referidos embargos, de modo a dar soluo adequada avrios problemas com que a jurisprudncia vem se debatendo, como, v.g.:

    1. incluso do erro material como uma das hipteses de cabimento dos embargos (art.1.035, III);

    2. definio de deciso omissa (art. 1.035, pargrafo nico);3. necessidade da intimao do embargado para manifestar-se, quando o eventual

    acolhimento do recurso possa implicar modificao do decisrio (art. 1.036, 2o);4. julgamento monocrtico dos embargos quando a deciso recorrida tambm tiver sido

    pronunciada de maneira unipessoal (art. 1.037, 1o);5. possibilidade de se conhecer dos embargos de declarao como agravo interno,

    desde que determinada previamente a intimao do recorrente para, no prazo decinco dias, complementar as razes recursais, ajustando-as s exigncias aplicveisao recurso disciplinado pelo art. 1.034 (especialmente em seu 1o);

    6. estipulao de prazo para complementao ou alterao das razes do recursoprincipal interposto antes dos embargos declaratrios, quando o julgamento desteshouver alterado a deciso embargada (art. 1.037, 3o);

    7. possibilidade de julgamento do recurso principal independentemente de ratificao,se os embargos de declarao forem rejeitados ou no alterarem a concluso dojulgamento anterior (art. 1.037, 4o);

    8. configurao do prequestionamento por meio dos embargos de declarao, mesmoque o tribunal de origem os inadmita ou os rejeite, desde que o Tribunal Superiorreconhea a existncia de erro, omisso, contradio ou obscuridade no acrdorecorrido (art. 1.038);

    9. negativa de efeito suspensivo aos embargos de declarao (art. 1.039, caput),havendo, porm, possibilidade de suspenso dos efeitos da deciso embargada por atodo juiz ou do relator, em caso de probabilidade de provimento do recurso ou de riscode dano grave ou de difcil reparao (art. 1.039, 1o).

    g) no campo dos recursos extraordinrio e especial algumas inovaes importantes foramintroduzidas pelo Projeto, na verso da Comisso Especial:

    1. no haver mais juzo de admissibilidade no tribunal de origem, de modo que osrecursos subiro ao respectivo Tribunal Superior to logo ultrapassado o prazo decontrarrazes (art. 1.043, pargrafo nico);

    2. o STF e o STJ podero desconsiderar vcio formal de recurso tempestivamenteinterposto ou determinar sua correo, desde que no o repute grave (art. 1.042, 3o);

    3. foi regulamentada, com detalhes, a competncia para concesso de efeito suspensivoao recurso extraordinrio ou especial (art. 1.042, 5o);

    4. previu-se a possibilidade e a forma de converter o recurso especial em recursoextraordinrio, quando versar sobre questo constitucional (art. 1.045). Admitiu-se,tambm, a converso do extraordinrio em especial quando o STF considerar reflexaa ofensa Constituio (art. 1.046);

  • 5. admitido o recurso extraordinrio ou o especial, o STF ou o STJ julgar a causa,aplicando o direito (art. 1.047, caput), caso em que ser devolvido ao TribunalSuperior o conhecimento no s do fundamento pelo qual se deu o conhecimento,como dos demais e de todas as questes relevantes para a soluo do captuloimpugnado (art. 1047, pargrafo nico);

    6. a suspenso dos processos pendentes provocada pelo incidente de repercusso geraldurar por um ano, prazo previsto para o julgamento do recurso extraordinrioacontecer. Ultrapassado dito termo sem que o julgamento ocorra, cessar asuspenso em todo o territrio nacional, voltando os processos ao seu curso normal(art. 1.048, 9o e 10);

    7. a escolha do caso paradigma, nas hipteses de recursos repetitivos, feita no tribunalde origem no vincula o Tribunal Superior, de modo que o relator poder selecionaroutros recursos representativos da controvrsia, que contenham argumentaoabrangente e discusso a respeito da mesma questo a ser decidida (art. 1.049, 4oa 6o);

    8. tambm no caso dos recursos repetitivos, o Projeto marca o prazo de um ano parajulgamento no STF ou no STJ, findo o qual cessar a suspenso dos processos, queretomaro seu curso normal (art. 1.050, 5o);

    9. assegurado parte o direito de requerer o prosseguimento do seu processomediante demonstrao de que a questo nele tratada diferente daquela a serjulgada no recurso especial ou extraordinrio afetado (art. 1.050, 9o);

    10. a competncia para apreciar o pedido foi distribuda entre o juiz, o relator do tribunalde origem e o relator do Tribunal Superior, conforme o estgio em que osobrestamento houver ocorrido (art. 1.050, 10);

    11. o julgamento do recurso paradigma, na instncia superior, permite parte desistir daao paralisada pelo mecanismo dos recursos repetitivos (art. 1.054, 1o), podendofaz-lo sem depender do consentimento do ru, ainda que a contestao j tenha sidoproduzida (art. 1.054, 3o).

    h) os embargos de divergncia, segundo o texto da Comisso Especial, no sero maisexclusivos dos julgamentos do STF e do STJ. Cabero, tambm, nos tribunais inferioresquando, nas causas de competncia originria, o acrdo de turma divergir do julgamentode qualquer outro rgo do mesmo tribunal (art. 1.056, IV). No STJ os embargos dedivergncia interrompem o prazo para interposio de recurso extraordinrio por qualquerdas partes (art. 1.057, 1o).

    17. Ao rescisria

    Alteraes principais no regime da ao rescisria, segundo o Substitutivo da ComissoEspecial:

    a) possibilidade de resciso de deciso transitada em julgado que, embora no sendo demrito, no permita a repropositura da demanda ou impea o reexame do mrito (art. 978,

  • 2o);b) cabimento da rescisria que tenha por objeto apenas um captulo da deciso (art. 978,

    3o);c) rescindibilidade da deciso proferida em procedimento de jurisdio voluntria (art. 978,

    4o);d) reconhecimento da legitimidade para mover a rescisria quele que no foi ouvido no

    processo no qual era obrigatria sua interveno (art. 979, IV);e) estipulao do teto de mil salrios mnimos para o depsito correspondente multa cabvel

    para o caso de inadmissibilidade ou improcedncia da rescisria, declarada porunanimidade de votos (art. 980, 2o);

    f) previso de que o prazo decadencial de dois anos para propositura da ao rescisria seextinguir em dois anos contados do trnsito em julgado da ltima deciso proferida noprocesso (art. 987), havendo regras especiais para os casos de prova nova (art. 987, 2o) epara as hipteses de simulao ou coluso das partes bem como para o Ministrio Pblicoque no interveio no processo (art. 987, 3o).

    18. guisa de concluso

    Todos que se debruam sobre a anlise do problema da demora e deficincia da prestaojurisdicional em nosso tempo reconhecem que no est propriamente na legislao processual asua principal causa. Na verdade, o processo no funciona bem no s no Brasil, mas em todolugar, por motivos localizados na organizao e no sistema de trabalho dos servios judicirios.

    Conforme temos reiteradamente ressaltado, o que, na dura e crua realidade, temcomprometido a eficincia da prestao jurisdicional entre ns , em primeiro lugar, a precriaorganizao dos servios judicirios, sempre carentes de recursos e pessoal adequados ao melhordesempenho do enorme e crescente volume da litigiosidade prpria da convivncia social dentrode um Estado Democrtico de Direito.

    Em segundo lugar, o pecado mais grave que se comete contra a boa e justa tutelajurisdicional devida a todos que por ela clamam reside na viso excessivamente tecnicista dodireito processual. A preocupao dominante entre os doutrinadores e os operadores do processo,com inevitveis reflexos sobre a obra do legislador, no consegue se afastar do equacionamentocientfico das grandes figuras e categorias as quais joga o ramo autnomo do Direito denominadodireito processual.

    No isso, todavia, o que se espera de um seguimento do Direito eminentementeinstrumental, nem foi para esse fim que a ordem constitucional moderna concebeu o acesso justia como um direito fundamental, caracterizado pela plenitude e efetividade.

    Ao contrrio do que se passa com os processos anglo-saxnico e francs, em que o direitoprocessual se apresenta caracterizado por regras objetivas e funcionais, despreocupadas com otecnicismo, visando sempre, e sobretudo, propiciar o acesso justia e a efetividade doprocesso,12 o nosso direito processual anseia por um primado tecnocientfico e dentro dessetecnicismo exacerbado que suas regras so interpretadas pela doutrina e aplicadas pelos tribunais,quase sempre.

  • Para se pensar numa ampla e verdadeira reforma de nosso processo civil urge, antes de tudo,mudar essa tica deformadora do verdadeiro papel reservado prestao jurisdicional. preciso, urgentemente, substitu-la pela objetiva e singela busca da justa e adequada realizaodo direito material na soluo do conflito deduzido em juzo.

    No pela teoria cientfica que complica e tumultua o procedimento judicial, mas sim peloesprito objetivo capaz de hierarquizar os valores constitucionais e processuais segundo escala depriorizao dos resultados prticos delineados pela lei e, acima de tudo, pelos direitos e garantiasfundamentais, que se pode imaginar a implantao bem-sucedida do processo justo. O teorismoobstaculiza ou dificulta o acesso justia, enquanto o procedimentalismo despretensioso, prticoe objetivo o facilita e viabiliza.

    O excesso de tcnicas, na verdade, favorece muito mais a uma concepo pragmtica doprocesso (isto , aquela que no dispensa grande relevncia ao seu resultado prtico). No entanto,o enfoque objetivo centrado, sobretudo, nos efeitos concretos da tutela propiciada pelo processoaos direitos materiais ameaados ou lesados o que, de forma programtica, realmente seempenha, longe do teorismo estril, na persecuo dos fins sociais do processo justo.

    , destarte, uma regulamentao nova compromissada com a instrumentalidade adequada realizao plena e efetiva do direito material em jogo no litgio, singela, clara, transparente esegura quanto ao procedimento, o que se pode esperar de um novo Cdigo. Que seja superior svaidades do tecnicismo e que seja concebido com firmeza, objetividade e coerncia com oprograma moderno do processo justo. Que, enfim, os rgos encarregados da prestaojurisdicional se preparem, convenientemente, para p-lo em prtica, com fidelidade letra, aoesprito e aos propsitos da reforma.

    Nessa linha de preocupao, Kazuo Watanabe exalta a excelncia de um ensaio recente daautoria de Paulo Eduardo Alves da Silva, no qual se destaca a mudana de enfoque que o autorfez no estudo dos problemas que afetam a justia e o processo, desviando o ponto fundamentalda anlise para o modus operandi do sistema de justia, e no mais para a interpretao,aplicao e alterao das leis processuais.13

    Muito me apraz recomendar a leitura da preciosa obra, cuja relevncia, na opinio doProfessor Watanabe, est no apenas nas informaes, constataes e estudos nela contidos,mas principalmente no fato de representar uma importante contribuio ao aperfeioamento dasprticas de gesto da justia e do processo judicial,14 fornecendo dados de direito local ecomparado que certamente provocaro o interesse dos pesquisadores empenhados nos estudosrelacionados melhoria do sistema de justia de nosso pas.

    Registro, por fim, que a presente nota de apresentao das perspectivas do Projeto de umNovo Cdigo de Processo Civil para o Brasil levou em considerao a Emenda AglutinativaSubstitutiva Global preparada e aprovada pela Comisso Especial da Cmara dos Deputados paraemitir parecer ao Projeto de Lei no 8.046/2010 e outros. esse Substitutivo ao Projeto originriodo Senado Federal, ainda pendente de votao do Plenrio da Cmara, o objeto ora sintetizadoem suas linhas inovadoras mais marcantes.

    Belo Horizonte, 13 de novembro de 2013.Humberto Theodoro Jnior

  • ________________1 Outra inovao relevante se deu no texto atual do Cdigo de Processo Civil para substituir o

    agravo de instrumento pelo agravo nos prprios autos nos casos de inadmisso do recursoextraordinrio ou especial no tribunal de origem (Lei no 12.322, de 09.09.2010, que alterou oart. 544 do CPC, com vacatio legis de noventa dias a contar da publicao que se deu noDirio Oficial, do dia 10.09.2010).

    2 A Exposio dos Motivos do Anteprojeto ressalta a lio de BARBOSA MOREIRA, segundoa qual querer que o processo seja efetivo querer que desempenhe com eficincia o papelque lhe compete na economia do ordenamento jurdico. Visto que esse papel instrumentalem relao ao direito substantivo, tambm se costuma falar da instrumentalidade doprocesso. Uma noo conecta-se com a outra e por assim dizer a implica. Qualquerinstrumento ser bom na medida em que sirva de modo prestimoso consecuo dos fins daobra a que se ordena; em outras palavras, na medida em que seja efetivo. Vale dizer: serefetivo o processo que constitua instrumento eficiente da realizao do direito material(BARBOSA MOREIRA, Jos Carlos. Por um processo socialmente efetivo. Revista deProcesso, So Paulo, v. 27, no 105, p. 181, jan./mar. 2002).

    3 um verdadeiro trusmo a proclamao a todo instante reiterada de que justia tardonha no justia, mas rematada e evidente injustia. Por isso, a Exposio de Motivos atenta liode CNDIDO DINAMARCO, reitera a advertncia, que presidiu confeco doAnteprojeto, de que o processo, alm de produzir um resultado justo, precisa ser justo em simesmo, e portanto, na sua realizao, devem ser observados aqueles Standards previstos naConstituio Federal, que constituem desdobramento do due process of law (DINAMARCO,Cndido Rangel. Instituies de direito processual civil. 16. ed. So Paulo: Malheiros, 2009,apud Exposio de Motivos do Anteprojeto do novo Cdigo de Processo Civil. Braslia, SenadoFederal, 2010, nota 6).

    4 Souza, Miguel Teixeira de. Um novo processo civil portugus: la recherche du tempsperdu? Novos rumos da Justia Cvel. Coimbra: Centro de Estudos Judicirios, 2009, p. 17.

    5 Exposio de Motivos, cit.6 Idem.7 Idem.8 Idem.9 Idem.10 Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine combater a utilizao indevida do

    ente societrio por seus scios, o que pode ocorrer tambm nos casos em que o sciocontrolador esvazia o seu patrimnio pessoal e o integraliza na pessoa jurdica, conclui-se, deuma interpretao teleolgica do art. 50 do CC/02, ser possvel a desconsiderao inversa dapersonalidade jurdica, de modo a atingir bens da sociedade em razo de dvidas contradaspelo scio controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma (STJ, 3a T.,REsp. no 948.117/MS, Rel.a Min.a Nancy Andrighi, ac. 22.06.2010, Revista Dialtica deDireito Processual, v. 91, p. 156).

  • 11 A desconsiderao da personalidade jurdica configura-se como medida excepcional. Suaadoo somente recomendada quando forem atendidos os pressupostos especficosrelacionados com a fraude ou abuso de direito estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente seforem verificados os requisitos de sua incidncia, poder o juiz, no prprio processo deexecuo, levantar o vu da personalidade jurdica para que o ato de expropriao atinja osbens da empresa (STJ, 3.a T., REsp. no 948.117/MS, op. cit. loc. cit).

    12 MARQUES, Luiz Guilherme. O processo civil francs. Revista da EMERJ, Rio de Janeiro, v.13, n. 49, pp. 81-82, 2010. Observa o autor, com largo apoio na doutrina local, que no hpreocupao, regra geral, no processo civil francs com o tecnicismo, sendo, alis, a prpriaredao do NCPC tida como de pouca tcnica, se comparada com o Cdigo italiano e at obrasileiro. Entretanto, mostra-se o Processo Civil francs como verdadeiro exemplo paraas ideias modernas do acesso justia e da efetividade do processo; a primeira atravs doprimor de organizao da assistncia judiciria, e a segunda, dentre outros institutos, apresteza dos rfrs e das injunes de fazer e de pagar; o Processo Civil francs atende aoque afirma Herv Croze quando diz que um bom Direito deve ser simples e compreensvelpor todos (grifamos) (op. cit., p. 139).

    13 WATANABE, Kazuo. Prefcio. In: SILVA, Paulo Eduardo Alves da. Gerenciamento deprocessos judiciais. So Paulo: Saraiva, 2010, p. 16.

    14 WATANABE, Kazuo. Op. cit., p. 17.

  • TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    Parte INoes Fundamentais

    Captulo ICONCEITO, HISTRIA E FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    1o DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    Sumrio: 1. Noes gerais. 2. Definio. 3. Natureza. 4. Relaes com outros ramos doDireito. 5. Objetivo. 5-a. Novos rumos do direito processual civil. 5-b. Universalidade dosproblemas do processo moderno.

    1. Noes gerais

    Impossvel a vida em sociedade sem uma normatizao do comportamento humano. Dasurgir o Direito como conjunto das normas gerais e positivas, disciplinadoras da vida social.

    Mas no basta traar a norma de conduta. O equilbrio e o desenvolvimento sociais socorrem se a observncia das regras jurdicas fizer-se obrigatria.

    Assim, o Estado no apenas cuida de elaborar as leis, mas, especificamente, institui meios deimposio coativa do comando expresso na norma.

    Por outro lado, diante da complexidade com que se travam as relaes sociais, impossvelevitar conflitos de interesse entre os cidados, ou entre estes e o prprio Estado, a respeito dainterpretao dos direitos subjetivos e da fiel aplicao do direito objetivo aos casos concretos.

    Para manter o imprio da ordem jurdica e assegurar a paz social, o Estado no tolera ajustia feita pelas prprias mos dos interessados. Divide, pois, suas funes soberanas, de moldea atender a essa contingncia, em atividades administrativas, legislativas e jurisdicionais.

    A funo administrativa diz respeito gesto ordinria dos servios pblicos e incumbe aoPoder Executivo. A legislativa consiste em traar, abstrata e genericamente, as normas deconduta que formam o direito objetivo, e cabe ao Poder Legislativo. A terceira a jurisdio,que incumbe ao Poder Judicirio, e que vem a ser a misso pacificadora do Estado, exercidadiante das situaes litigiosas. Atravs dela, o Estado d soluo s lides ou litgios, que so osconflitos de interesse, caracterizados por pretenses resistidas, tendo como objetivo imediato aaplicao da lei ao caso concreto, e como misso mediata restabelecer a paz entre osparticulares e, com isso, manter a da sociedade.1

  • Para cumprir essa tarefa, o Estado utiliza mtodo prprio, que o processo, que recebedenominao de civil, penal, trabalhista, administrativo etc., conforme o ramo do direito materialperante o qual se instaurou o conflito de interesses.

    Para regular esse mtodo de composio dos litgios, cria o Estado normas jurdicas queformam o direito processual, tambm denominado formal ou instrumental, por servir de forma ouinstrumento de atuao da vontade concreta das leis de direito material ou substancial, que h desolucionar o conflito de interesses estabelecido entre as partes, sob a forma de lide.

    2. Definio

    Na verdade, ou na essncia, o direito processual um s, porquanto a funo jurisdicional nica, qualquer que seja o direito material debatido, sendo, por isso mesmo, comuns a todos osseus ramos os princpios fundamentais da jurisdio e do processo.2

    Convenincias de ordem prtica, no entanto, levam o legislador a agrupar as normasprocessuais em cdigos ou leis especializadas, conforme a natureza das regras aplicveis soluo dos conflitos, e da surgem as divises que individuam o direito processual civil, o direitoprocessual penal, o direito processual do trabalho etc.

    Diante desse quadro, o Direito Processual Civil pode ser definido como o ramo da cinciajurdica que trata do complexo das normas reguladoras do exerccio da jurisdio civil.3

    V-se, logo, que no pode o direito processual civil confundir-se com uma simples parcela dodireito material, devendo ser afastada a antiga denominao de direito adjetivo, por designadorade uma dependncia que a cincia jurdica moderna repele peremptoriamente.

    A autonomia do direito processual civil, frente ao direito substancial, inegvel e secaracteriza por total diversidade de natureza e de objetivos. Enquanto o direito material cuida deestabelecer as normas que regulam as relaes jurdicas entre as pessoas, o processual visa aregulamentar uma funo pblica estatal. Seus princpios, todos ligados ao direito pblico a quepertence, so totalmente diferentes, portanto, daqueles outros que inspiram o direito material,quase sempre de ordem privada.

    Contudo, no apenas as questes de direito civil so solucionadas atravs do processo civil,mas tambm as de direito comercial e at as de direito pblico no penal que no caibam aoutros ramos especializados do direito processual.

    Funciona o direito processual civil, ento, como principal instrumento do Estado para oexerccio do Poder Jurisdicional. Nele se encontram as norma