processo civil 13

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    1 edio 198946 edio 2014

  • CIP Brasil. Catalogao na fonte.Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    T289c

    Theodoro Jnior, Humberto.

    Curso de Direito Processual Civil Procedimentos especiais vol. III Humberto TheodoroJnior Rio de Janeiro: Forense, 2014.

    BibliografiaISBN 978-85-309-5428-4

    1. Processo civil. 2. Processo civil Brasil. I. Ttulo

    CDU 347.9 347.9(81) /341.46/

  • Aos meus pais,

    HUMBERTO THEODORO GOMES

    e

    ZENBIA FRATTARI GOMES,

    a homenagem da mais profundagratido pela lio de vida que,

    sabiamente, me prestaram econtinuam a prestar;

    e

    a tentativa modesta de externaro verdadeiro afeto filial, em plida

    retribuio pelo irresgatvel carinhocom que sempre me cercaram.

  • NDICE DA MATRIA

    Procedimentos Especiais

    Parte XVI Procedimentos Especiais de Jurisdio Contenciosa

    Captulo LVII Procedimentos Especiais

    199. Generalidades1.193. Conceito1.194. Razo de ser dos procedimentos especiais1.195. Tcnicas de especializao procedimental1.196. Complementao das regras procedimentais1.197. Pressupostos dos procedimentos especiais1.198. Erro na adoo do procedimento

    Captulo LVIII Ao de Consignao em Pagamento

    200. Os Fundamentos do Depsito em Consignao1.199. O direito de pagar1.200. A liberao natural e a liberao forada do devedor1.201. A ao de consignao em pagamento1.202. Histrico da consignao em pagamento

    201. O Procedimento da Consignao em Pagamento1.203. Natureza do instituto da consignao1.204. Natureza processual da ao de consignao1.205. Prestaes passveis de consignao1.206. Cabimento da consignao1.207. Liquidez da prestao devida1.208. Consignao principal e incidental1.209. Legitimao ad causam1.210. Competncia1.211. Consignao no local em que se acha a coisa devida1.212. Oportunidade da consignatria1.213. Objeto da consignao1.214. Obrigao de prestaes peridicas1.215. Limite temporal da admissibilidade do depsito das prestaes peridicas1.216. Quebra da sequncia de depsitos peridicos1.217. O procedimento especial da consignatria

  • 1.218. Obrigaes alternativas e obrigaes genricas1.219. Valor da causa1.220. Resposta do demandado1.221. Comparecimento do credor para receber1.222. No comparecimento e revelia do demandado1.223. Levantamento do depsito pelo devedor1.224. Contestao1.225. Matria de defesa1.226. Complementao do depsito insuficiente1.227. Sentena1.228. Consignao em caso de dvida quanto titularidade do crdito1.229. Particularidades da consignao por dvida1.230. A posio dos possveis credores1.231. Resgate da enfiteuse1.231-a. A consignao de aluguis e outros encargos locatcios1.231-b. A consignao de obrigao em dinheiro1.231-c. Conflito entre consignao em pagamento e execuo forada

    Captulo LIX Ao de Depsito

    202. O Depsito e sua Tutela Judicial1.232. Conceito e espcies de depsito1.233. Ao de depsito1.234. Histrico1.235. Natureza da ao1.236. Objeto da pretenso

    203. O Procedimento da Ao de Depsito1.237. Pressupostos da ao1.238. Legitimao1.239. Competncia1.240. Especialidade do procedimento1.241. Carter expedito do procedimento1.242. Priso civil1.243. Resposta do demandado1.244. Entrega da coisa1.245. Consignao do equivalente econmico1.246. Consignao da prpria coisa1.247. Contestao1.248. Sentena e execuo1.249. Outras providncias executivas1.250. Depositrio judicial1.251. Penhor mercantil, industrial e rural

  • 1.252. Alienao fiduciria em garantia

    Captulo LX Ao de Anulao e Substituio de Ttulos ao Portador

    204. Ttulos ao Portador1.253. Tutela processual do ttulo ao portador1.254. Ttulos ao portador tutelveis

    205. Procedimentos Destinados Tutela dos Ttulos ao Portador1.255. Procedimentos especiais referentes aos ttulos ao portador1.256. Ao de reivindicao1.257. Ao de anulao e substituio1.258. Legitimao1.259. Competncia1.260. Especialidade do procedimento (petio inicial e citaes)1.261. Justificao liminar1.262. Contestao1.263. Posio processual do devedor1.264. Sentena1.265. Ordem de substituio do ttulo1.266. Destruio do ttulo

    Captulo LXI Ao de Prestao de Contas

    206. Generalidades1.267. Conceito1.268. Ao de dar e ao de exigir contas1.269. Natureza jurdica1.270. Cabimento1.270-a. Prestao de contas e prescrio1.271. Legitimao e interesse1.272. Prestao de contas dos administradores judiciais1.273. Sociedade e prestao de contas1.274. Aes matrimoniais e prestao de contas1.275. Prestao de contas entre condminos1.276. Organizao das contas1.277. Prova das contas

    207. Ao de Exigir Contas1.278. Ao de exigir contas1.279. Procedimento da primeira fase1.280. Reconveno1.281. Sentena da primeira fase

  • 1.282. Procedimento da segunda fase1.283. Contas elaboradas pelo autor1.284. Sucumbncia

    208. Ao de Dar Contas1.285. Carter unitrio do procedimento1.286. Procedimento1.287. Sucumbncia

    209. Execuo Forada no Procedimento da Prestao de Contas1.288. Sentena e execuo

    Captulo LXII Aes Possessrias

    210. Generalidades1.289. A posse e seus efeitos1.290. A razo da tutela possessria1.291. O instituto da posse e a paz social1.292. O aspecto temporal da posse (fato duradouro e no transitrio)1.293. Natureza jurdica da posse1.294. Requisitos da tutela possessria

    211. Os Interditos Possessrios de Manuteno, Reintegrao e Proibio1.295. Origem dos interditos possessrios1.296. As aes possessrias1.297. Competncia1.298. Legitimao ativa1.299. Legitimao passiva1.299-a. Petio inicial1.300. Procedimento: as aes de fora nova e fora velha1.301. Medida liminar1.302. A deciso sobre a liminar1.303. Posse de coisas e posse de direitos1.304. O petitrio e o possessrio1.305. A exceo de propriedade no juzo possessrio1.306. Esclarecimento de um equvoco histrico a propsito da exceptio proprietatis no direito

    luso-brasileiro1.307. Natureza dplice das aes possessrias1.307-a. Liminar em favor do ru1.308. Natureza real das aes possessrias1.309. Natureza executiva do procedimento interdital1.310. Cumulao de pedidos1.311. Interdito proibitrio

  • 212. Alguns Incidentes Registrveis nos Interditos1.312. Embargos de terceiro1.313. Medida liminar e mandado de segurana1.314. Embargos de reteno1.315. Nomeao autoria e denunciao da lide

    Captulo LXIII Ao de Nunciao de Obra Nova

    213. Generalidades1.316. O direito de vizinhana e o direito de construir1.317. Nunciao de obra nova1.318. Conceito de obra nova

    214. Procedimento da Nunciao de Obra Nova1.319. Competncia1.320. Legitimao ativa1.321. Legitimao passiva1.322. Participao do cnjuge1.323. Embargo extrajudicial1.324. Cumulao de pedidos1.325. Embargo liminar1.326. Prosseguimento da obra1.327. Especializao do rito da nunciao de obra nova1.328. Sentena e execuo

    Captulo LXIV Ao de Usucapio de Terras Particulares

    215. Noes Gerais Sobre a Prescrio Aquisitiva1.329. Noo de usucapio1.330. Espcies de usucapio imobilirio no direito brasileiro1.331. Requisitos gerais do usucapio1.332. Requisitos do usucapio ordinrio1.333. Requisitos do usucapio extraordinrio1.334. Requisitos do usucapio especial

    216. Condies de Procedibilidade1.335. Legitimao ativa1.336. Legitimao passiva1.337. Competncia1.338. Conexo e litispendncia

    217. Procedimento

  • 1.339. Procedimento1.340. Petio inicial1.341. Citao1.342. Justificao preliminar1.343. Contestao1.344. Revelia1.345. Pendncia de possessria1.346. Ministrio Pblico1.347. Instruo e julgamento1.348. Sentena1.349. Coisa julgada1.350. Registro de imveis1.351. Usucapio como matria de defesa

    Captulo LXV Ao de Diviso e Demarcao de Terras Particulares

    218. Disciplina Geral do Procedimento Divisrio e Demarcatrio (Juzo Divisrio)1.352. Introito1.353. Noes gerais1.354. As aes divisrias1.355. Objetivo do procedimento demarcatrio e divisrio1.356. Carter unitrio do procedimento1.357. Procedimento1.358. Citao nica1.359. Natureza da ao1.360. Competncia1.361. Competncia em caso de cumulao de diviso e demarcao1.362. Competncia em caso de aes propostas separadamente

    219. Ao de Demarcao1.363. Legitimao ativa para o procedimento demarcatrio1.364. Legitimao passiva para a demarcao1.365. Cumulao de demarcatria e reivindicatria1.366. Demarcatria cumulada com queixa de esbulho1.367. Roteiro geral do procedimento demarcatrio

    220. Ao de Diviso1.368. Legitimao ativa para o procedimento divisrio1.369. Legitimao passiva para a diviso1.370. Litisconsrcio passivo necessrio1.371. Posio dos confrontantes na diviso1.372. Roteiro geral do procedimento divisrio

  • 221. Questes Comuns Diviso e Demarcao1.373. Diviso e demarcao de posse1.374. Questes possessrias1.375. Coisa julgada1.376. Resciso do julgado divisrio1.377. Exceo de prescrio1.378. Diviso e demarcao sumarssimas (jurisdio voluntria)1.379. Formalidades importantes no juzo divisrio1.380. Inpcia da petio inicial1.381. Execuo de sentena

    Captulo LXVI Inventrio e Partilha

    222. Disposies Gerais1.382. Introito1.383. Carter contencioso do inventrio1.383-a. Inventrio e partilha por via administrativa1.383-b. Regulamentao baixada pelo Conselho Nacional de Justia sobre o inventrio

    extrajudicial1.383-c. Execuo da partilha por via administrativa1.384. Inventrio negativo1.385. Competncia1.386. Universalidade do foro sucessrio1.387. Questes solucionveis no juzo sucessrio1.388. Administrao da herana1.389. O inventariante1.390. Encargos do inventariante1.391. Remoo do inventariante1.392. Legitimao para promover o inventrio

    223. Inventrio Judicial1.393. Procedimento1.394. Petio inicial1.395. Primeiras declaraes1.396. Citaes e intervenincias1.397. Impugnao dos citados1.398. Herdeiro omitido nas declaraes do inventariante1.399. Avaliao1.400. ltimas declaraes1.401. Clculo do imposto causa mortis1.402. Colaes1.403. Sonegados1.404. Pagamento de dvidas do morto

  • 224. Partilha1.405. Espcies de partilha1.406. Partilha judicial. Deliberao1.407. Esboo e lanamento da partilha1.408. A sentena da partilha1.409. O formal de partilha1.410. Emenda ou retificao da partilha1.411. Pacto de no partilhar

    225. Invalidao da Partilha1.412. Ao de anulao e ao rescisria de partilha1.413. Conceituao de partilha judicial1.414. Conceituao de partilha amigvel1.415. Casusmo da rescisria de partilha1.416. Ao de nulidade de partilha1.416-a. Ao de petio de herana

    226. Arrolamento1.417. Simplificao do inventrio1.418. Arrolamento sumrio do art. 1.0311.419. Arrolamento comum do art. 1.0361.419-a. Lei no 6.858, de 24.11.19801.419-b. Inventrio administrativo

    227. Disposies Comuns1.420. Medidas cautelares1.421. Sobrepartilha1.422. Curatela especial ao herdeiro1.423. Inventrios cumulados1.424. Honorrios de advogado1.425. Extino do processo por paralisao da causa1.426. Assistncia judiciria1.427. Terceiros prejudicados

    Captulo LXVII Embargos de Terceiro

    228. Generalidades1.428. Conceito1.429. Natureza jurdica1.430. Requisitos1.431. Ato judicial atacvel1.432. Penhora de bem alienado em fraude contra credores

  • 1.433. Casos especiais1.434. Embargos a atos do juzo divisrio1.435. Embargos do credor com garantia real1.435-a. Embargos e mandado de segurana

    229. Procedimento1.436. Legitimao ativa1.437. Legitimao passiva1.438. Oportunidade1.439. Competncia1.440. Procedimento1.441. Sentena

    Captulo LXVIII Habilitao

    230. Procedimento da Substituio da Parte Falecida1.442. Conceito1.443. Legitimidade para requerer a habilitao1.444. Competncia1.445. Procedimento1.446. Ao de habilitao1.447. Habilitao do adquirente e do cessionrio1.448. Efeito do deferimento da habilitao1.449. Habilitao direta nos autos do processo principal

    Captulo LXIX Restaurao de Autos

    231. Procedimento para Recuperar Autos Desaparecidos1.450. Conceito1.451. Objetivo do procedimento1.452. Legitimidade1.453. Competncia1.454. Procedimento1.455. Julgamento da restaurao1.456. Autos extraviados no tribunal1.457. Responsabilidade do causador do desaparecimento dos autos

    Captulo LXX Vendas a Crdito com Reserva de Domnio

    232. Procedimentos Relativos ao Pacto de Reserva de Domnio1.458. Conceito1.459. Procedimento da execuo do preo1.460. Procedimento da recuperao da prpria coisa

  • Captulo LXXI O Juzo Arbitral

    233. Procedimento da Arbitragem1.461. O juzo arbitral no direito brasileiro1.462. Disposies gerais1.463. Conveno de arbitragem1.464. Clusula compromissria1.465. Requisitos da clusula compromissria1.466. Execuo da clusula compromissria1.466-a. Clusula cheia e clusula vazia1.466-b. Direito intertemporal1.467. Autonomia da clusula compromissria1.468. Compromisso arbitral1.469. Extino do compromisso arbitral1.470. Os rbitros1.471. O procedimento1.472. Medidas cautelares1.472-a. Sentena arbitral1.472-b. Requisitos da sentena arbitral1.472-c. Recursos1.472-d. Nulidade da sentena arbitral1.472-e. Reconhecimento e execuo de sentenas arbitrais estrangeiras1.472-f. Natureza jurdica do novo juzo arbitral brasileiro1.472-g. Coexistncia de arbitragem e execuo judicial de ttulo executivo negocial

    Captulo LXXII Ao Monitria

    234. Noo Geral do Procedimento Monitrio1.473. Introito1.474. Necessidade de facilitar o acesso do credor ao ttulo executivo1.475. Em que consiste o procedimento monitrio

    235. A Ao Monitria no Cdigo de Processo Civil Brasileiro1.476. Condies de admissibilidade da ao monitria1.477. O procedimento monitrio brasileiro1.478. Objeto1478-a. Competncia1.479. Legitimidade ativa1.480. Legitimidade passiva1.481. Prova1.482. Procedimento1.482-a. Monitria contra a Fazenda Pblica

  • 1.483. Embargos ao monitria1.484. Coisa julgada

    Parte XVII Procedimentos Especiais de Jurisdio Voluntria

    Captulo LXXIII Jurisdio Voluntria

    236. Generalidades1.485. Introito1.486. Iniciativa do procedimento e participao dos interessados1.486-a. Litigiosidade incidental1.487. A funo do juiz1.488. Procedimentos

    Captulo LXXIV Alienaes Judiciais

    237. Procedimento das Alienaes Judiciais1.489. Alienaes judiciais1.490. Alienaes cautelares1.491. Iniciativa da medida1.492. Casos de alienao judicial expressos em lei1.493. Leilo1.494. Avaliao prvia1.495. Publicidade1.496. Arrematao1.497. Destino do produto da alienao1.498. Custdia do produto1.499. Outros bens alienveis judicialmente1.500. Bens indivisveis em inventrio e partilha1.501. Bens de rfos1.502. Alienao forada de bem indivisvel como forma de extino de condomnio1.503. Alienao irregular do bem comum indivisvel1.504. Procedimento especial da adjudicao

    Captulo LXXV Divrcio Consensual

    238. Procedimento do Divrcio Consensual1.504-a. Advertncia1.505. Noes introdutrias1.506. Natureza jurdica1.507. Requisitos1.508. Legitimao

  • 1.509. Competncia1.510. Petio inicial1.511. Procedimento1.512. Sentena de homologao1.513. Reconciliao do casal1.514. Reviso e resciso do acordo de separao ou divrcio1.514-a. Separao consensual e divrcio consensual por via administrativa1.514-b. Regulamentao baixada pelo Conselho Nacional de Justia sobre separao e

    divrcio consensuais1.514-c. Execuo do acordo de separao ou divrcio ajustado por escritura pblica

    Captulo LXXVI Testamentos e Codicilos

    239. Procedimento da Apresentao dos Testamentos em Juzo1.515. Objetivo do procedimento1.516. Competncia1.517. Procedimento1.518. Sentena1.519. Efeitos1.520. Busca e apreenso1.521. Testamento pblico1.522. Testamento particular1.523. Procedimento1.524. Testamentos martimo e militar e codicilo1.525. Testamenteiro

    Captulo LXXVII Herana Jacente

    240. Procedimento da Arrecadao de Herana Jacente1.526. Conceito moderno de jacncia da herana1.527. Competncia1.528. Legitimao1.529. Procedimento1.530. A administrao da herana jacente1.531. Habilitao1.532. Declarao de vacncia

    Captulo LXXVIII Bens de Ausente

    241. Procedimento da Arrecadao de Bens de Ausente1.533. Ausncia1.534. Pressupostos1.535. Competncia

  • 1.536. Fases do procedimento1.537. Procedimento da primeira fase1.538. Procedimento da sucesso provisria1.539. Converso da sucesso provisria em definitiva

    Captulo LXXIX Coisas Vagas

    242. Procedimento da Arrecadao das Coisas Vagas1.540. Conceito1.541. Legitimao1.542. Competncia1.543. Cabimento1.544. Procedimento

    Captulo LXXX Curatela dos Interditos e Tutela dos rfos

    243. Procedimento da Interdio e da Tutela1.545. Natureza jurdica da interdio1.546. Legitimado passivo1.547. Competncia1.548. Legitimidade para promover a interdio1.549. Petio inicial1.550. Procedimento1.551. Sentena1.552. Eficcia da sentena sobre atos do interditando1.553. Rescisria1.554. Levantamento da interdio1.555. Investidura dos curadores1.556. Remoo de curador1.557. Disposies comuns nomeao de tutor e curador

    Captulo LXXXI Organizao e Ficalizao das Fundaes

    244. Procedimento da Organizao e Fiscalizao das Fundaes1.558. Conceito de fundao1.559. Procedimento da instituio da fundao1.560. Estatutos confiados elaborao de terceiro1.561. Alterao do estatuto1.562. Extino da fundao

    Captulo LXXXII Especializao da Hipoteca Legal

    245. Procedimento da Especializao da Hipoteca Legal

  • 1.563. Conceito de hipoteca legal1.564. Competncia1.565. Legitimao1.566. Procedimento1.567. Bens insuficientes1.568. Especializao negocial1.569. Eficcia da hipoteca

    Parte XVIII Juizado Especial Civil

    Captulo LXXXIII As Pequenas Causas e o Acesso Justia

    246. Juizado Especial Civil ou Juizado de Pequenas Causas1.570. Introito1.571. Juizado Especial ou Juizado de Pequenas Causas?1.572. O Juizado Especial Civil1.573. Criao do Juizado Especial1.574. Aplicao subsidiria do Cdigo de Processo Civil1.575. Princpios informativos1.576. Princpio da oralidade1.577. Outros critrios informativos do procedimento do Juizado Especial1.578. Conciliao1.579. A facultatividade do Juizado Especial

    247. O rgo Judicante: Competncia e Composio1.580. Competncia1.581. Foro competente1.581-a. Conflito de competncia1.582. Competncia para execuo forada1.583. Limitaes competncia1.584. O rgo judicante1.585. Distribuio de funes: tarefa do juiz1.586. Tarefa do juiz leigo e dos conciliadores1.587. O juzo arbitral

    248. Partes1.588. Legitimao ad causam1.589. Legitimao ad processum1.590. Litisconsrcio e interveno de terceiros1.591. Interveno do Ministrio Pblico

    249. Os Atos Processuais e o Procedimento

  • 1.592. Os atos processuais e sua forma1.593. O procedimento1.594. A propositura da ao1.595. Citaes e intimaes1.596. Requisitos da citao1.597. Intimaes1.598. A audincia de conciliao, instruo e julgamento1.599. A resposta do ru1.600. As provas

    250. A Sentena e os Recursos1.601. A sentena1.602. Recursos1.602-a. Mandado de Segurana1.602-b. Uniformizao de jurisprudncia1.603. Extino do processo

    251. Execuo e Disposies Especiais1.604. Execuo forada1.605. As despesas processuais no Juizado Especial Civil1.606. Curadorias e assistncia judiciria1.607. Acordos extrajudiciais1.608. Ao rescisria1.609. Disposies finais sobre a organizao dos Juizados Especiais

    Captulo LXXXIV O Juizado Especial Federal

    252. As Pequenas Causas na Justia Federal1.610. A instituio do Juizado Especial Federal1.611. Disciplina legal1.612. Princpios informativos1.613. Competncia absoluta1.613-a. Conflito de competncia

    253. rgo Judicante1.614. Composio do rgo judicante1.615. Sesso de conciliao1.616. Competncia1.617. Causas de competncia dos Juizados Especiais Federais

    254. Partes1.618. Legitimao1.619. Interveno de terceiros e litisconsrcio

  • 1.620. Ministrio Pblico1.621. Jus postulandi e representao das partes

    255. Atos Processuais e Procedimento1.622. Princpios1.623. Atos de comunicao processual1.624. Uso de meios eletrnicos1.625. Prazos1.626. Petio inicial1.627. Resposta1.628. Excees1.629. Sesso de conciliao1.630. Instruo probatria1.631. A sentena e as mximas de experincia1.632. Reexame necessrio

    256. Sistema Recursal1.633. Recursos no Juizado Especial1.634. Recurso especial e recurso extraordinrio1.635. Incidente de uniformizao de jurisprudncia

    257. Execuo e Medidas Preventivas1.636. Execuo1.637. Medidas cautelares1.638. Antecipao de tutela

    Captulo LXXXV Os Juizados Especiais da Fazenda Pblica

    258 As Pequenas Causas da Fazenda Pblica no mbito dos Estados, Distrito Federal,Territrios e Municpios

    1.638-a. A instituio dos Juizados Especiais da Fazenda Pblica1.638-b. Disciplina legal1.638-c. Competncia absoluta

    259. rgo Judicante1.638-d. Composio do rgo judicante1.638-e. Competncia

    260. Partes1.638-f. Legitimao1.638-g. Ministrio Pblico1.638-h. Representao das partes

  • 261. Atos Processuais e Procedimento1.638-i. Atos de comunicao processual e prazos1.638-j . Petio inicial, citao e resposta1.638-k. Audincia de conciliao1.638-l. Instruo probatria1.638-m. Sentena e recurso de ofcio1.638-n. Tutela de urgncia (medidas cautelares e antecipatrias)

    262. Sistema Recursal1.638-o. Recursos nos Juizados Especiais da Fazenda Pblica1.638-p. Uniformizao de jurisprudncia1.638-q. Causas repetitivas1.638-r. Medidas de urgncia

    263. Sistema de Execuo de Sentena nos Juizados Especiais da Fazenda Pblica1.638-s. Cumprimento da sentena1.638-t. Obrigaes de fazer, no fazer ou de entrega de coisa1.638-u. Obrigaes de quantia certa

    Parte XIX Alguns Procedimentos Especiais Disciplinados fora do Cdigo de Processo Civil

    Captulo LXXXVI Aes Constitucionais

    264. A Constituio e o Processo1.639. O direito processual constitucional1.640. Os fundamentos do direito processual constitucional

    265. Mandado de Segurana1.641. Conceito1.642. Natureza da ao1.643. Legitimao ativa1.644. Legitimao passiva1644-a. Pessoas equiparadas s autoridades, para fins de mandado de segurana1.645. Ato de autoridade judicial1.645-a. Ato sujeito a recurso administrativo1.646. Litisconsrcio1.646-a. Assistncia1.647. Pressuposto especial do mandado de segurana: direito lquido e certo1.648. Procedimento1.648-a. Instruo por meio de documentos ainda no obtidos pelo impetrante1.649. Liminar1.649-a. Suspenso da Segurana

  • 1.650. Prazo decadencial para impetrar o mandado de segurana1.651. Competncia1.651-a. Desistncia do mandado de segurana1.652. Sentena e coisa julgada1.652-a. Inovaes processuais da Lei no 12.016, de 07.08.2009

    266. Mandado de Segurana Coletivo1.653. Conceito1.653-a. Direitos coletivos e direitos difusos1.654. Legitimao ativa1.655. Legitimao passiva1.656. Procedimento e competncia1.656-a. Liminar 267. Mandado de Injuno1.657. Conceito1.658. Objeto1.659. Pressupostos1.660. Legitimao1.661. Competncia1.662. Procedimento

    268. Habeas Data1.663. Conceito1.664. Natureza jurdica1.665. Legitimidade e interesse1.666. Objeto do habeas data1.667. Competncia1.668. Procedimento1.669. Cumprimento da sentena1.670. Coisa julgada

    269. Ao Popular1.671. Conceito1.672. Requisitos1.673. Atos atacveis pela ao popular1.674. Legitimao1.675. Procedimento1.676. Sentena1.677. Coisa julgada1.678. Execuo1.678-a. Prescrio

  • Captulo LXXXVII Aes Coletivas

    270. Ao Civil Pblica e Outras Aes Coletivas1.679. Histrico1.680. Direito material coletivo e direito processual coletivo1.681. Configurao dos direitos materiais tutelveis pela ao civil pblica1.681-a. Objeto da ao civil pblica1.682. Aes coletivas possveis aps o CDC1.683. Legitimao1.683-a. Ao coletiva por meio de associao1.683-b. Aes coletivas promovidas por sindicatos1.684. O Ministrio Pblico e a tutela coletiva dos direitos individuais homogneos1.684-a. Inqurito civil1.685. Competncia1.686. Procedimento1.687. Liminar1.688. Coisa julgada1.689. Execuo1.689-a. Execuo coletiva por meio de sindicato ou associao

    Captulo LXXXVIII Aes Locatcias

    271. Generalidades1.690. Dos procedimentos e suas disposies gerais1.691. Tramitao durante as frias forenses1.692. Competncia do forum rei sitae1.693. Valor da causa1.694. Atos de comunicao processual1.695. Ausncia de efeito suspensivo da apelao nas aes locatcias

    272. Ao de Despejo1.696. Natureza1.697. A fora executiva do procedimento1.698. A liminar na ao de despejo1.699. Legitimao1.700. Documentao da petio inicial1.701. Concordncia do locatrio com a pretenso do locador1.702. Denncia vazia1.703. Denncia cheia

    273. Ao de Despejo por Falta de Pagamento1.704. Cabimento1.705. Consequncia da cumulao de pedidos

  • 1.706. Purga da mora1.707. Reiterao abusiva da purga da mora1.708. Purga da mora e contestao

    274. Execuo da Sentena de Despejo1.709. Desocupao voluntria1.710. Execuo forada1.711. Execuo em caso de despejo cumulado com cobrana de aluguel1.712. Execuo provisria e cauo1.713. Abandono do imvel pelo locatrio

    275. Ao de Consignao de Aluguel e Acessrios da Locao1.714. Cabimento1.715. Legitimao1.716. Pressupostos1.717. Procedimento1.718. Petio inicial1.719. Depsito judicial1.720. Prestaes vincendas1.721. Revelia1.722. Contestao1.723. Reconveno1.724. Complementao do depsito aps a contestao1.725. Levantamento do depsito

    276. Ao Revisional de Aluguel1.726. Cabimento1.727. Natureza1.728. Legitimao1.729. Procedimento1.730. Petio inicial1.731. Aluguel provisrio1.732. Contestao1.733. Sentena1.734. Verbas de sucumbncia1.735. Execuo de sentena1.736. Acordo de desocupao

    277. Ao Renovatria1.737. Cabimento1.738. Natureza jurdica1.739. Legitimao1.740. Procedimento

  • 1.741. Petio inicial1.742. A defesa do locador1.743. Defesa baseada na ausncia dos pressupostos legais1.744. Defesa baseada no valor real da locao1.745. Defesa baseada em melhor proposta de terceiro1.746. Retomada para construo ou reconstruo1.747. Retomada para uso prprio1.748. Aluguel provisrio1.749. Sentena1.750. Sentena de retomada1.751. Execuo de sentena1.752. Indenizao de perdas e danos

    Captulo LXXXIX Aes Decorrentes de Leasing e Alienao Fiduciria

    278. Alienao Fiduciria em Garantia1.753. Introduo1.754. Remdios processuais utilizveis pelo credor fiducirio (coisas mveis)1.755. Busca e apreenso1.755-a. Legitimao ativa para a ao de busca e apreenso1.756. Ao de depsito1.757. Ao de execuo1.758. Execuo da alienao fiduciria de bem imvel

    279. Arrendamento Mercantil (Leasing)1.759. Noo de arrendamento mercantil1.760. Aes decorrentes do leasing1.761. Aspecto tributrio

    Bibliografia

    ndice Onomstico

    ndice Alfabtico de Assuntos

    ndice dos Fluxogramas

    Nota da Editora: o Acordo Ortogrfico foi aplicado integralmente nesta obra.

  • APRESENTAO

    NOTAS SOBRE O PROJETO DO NOVO CDIGO DE PROCESSO CIVIL DO BRASIL

    Continua sendo o Projeto de novo Cdigo de Processo Civil, ora em tramitao pela Cmarados Deputados (PL 8.046/2010), sem dvida, o tema de maior interesse no campo do DireitoProcessual brasileiro.

    No Projeto j aprovado pelo Senado e emendado na Cmara dos Deputados, mas aindapendente de votao no Plenrio, os procedimentos especiais, to numerosos no passado,deixaro de constituir um Livro prprio. Figuraro em ttulo do Livro I reservado ao Processo deConhecimento, em sequncia ou complementao ao procedimento comum.

    Vrios dos antigos procedimentos especiais contenciosos foram abolidos, devendo o seuobjeto doravante ser disputado pelo procedimento comum. o caso da ao de usucapio, daao de depsito, da ao de anulao de ttulos ao portador, da ao de nunciao de obra novae das aes relativas s vendas com reserva de domnio.

    A ao monitria, que havia sido extinta no Projeto do Senado, foi restabelecida peloSubstitutivo aprovado pela Comisso Especial da Cmara dos Deputados, com algumasdisposies interessantes, como a que prev sua admissibilidade em face da Fazenda Pblica,tema que atualmente objeto de controvrsia (art. 715, 6o). Ampliou-se o cabimento damonitria para abranger tambm as obrigaes de fazer ou no fazer (art. 715, III). Admitiu-se arescisria da deciso que defere a expedio do mandato de pagamento (art. 716, caput), quandoocorrer a constituio de pleno direito do ttulo executivo judicial por falta de pagamento e deoposio de embargos (art. 716, 3o). No caso de monitria contra a Fazenda Pblica noembargada, caber a remessa necessria ao tribunal de segundo grau de jurisdio (art. 716, 4o). Os embargos independero de segurana prvia do juzo e se processaro nos prprios autosda ao monitria (art 717, caput), com efeito suspensivo sobre o curso desta (art. 717, 4o). Foiprevista a reconveno vedada, porm, a reconveno reconveno (art. 717, 6o). Instituiu-se multa de dez por cento, aplicvel tanto ao autor como ao embargante para punir a conduta dem-f na propositura da ao ou dos embargos (art. 717, 10 e 11). Estendeu-se, finalmente, apossibilidade do parcelamento da dvida, quando a demandada a reconhece, no opondoembargos e deposita trinta por cento da obrigao, tal como ocorre nas execues por quantiacerta com base em ttulo extrajudicial (art. 716, 12).

    O Projeto estabelece um procedimento especial para, no transporte martimo, proceder regulao de avaria grossa pela via judicial (arts. 722 a 726).

    Outro procedimento especial foi criado pelo Substitutivo aprovado pela Comisso Especial,para as aes de famlia, entendidas como tais as que se processam de forma contenciosa emtorno de divrcio, separao, reconhecimento e extino de unio estvel, guarda, visitao efiliao (arts. 711 a 714). Manteve-se o procedimento traado por lei prpria para a ao dealimentos e para as demandas sobre interesse de criana ou adolescente, prevendo-se porm, aaplicao subsidiria das normas institudas para as aes de famlia (art. 708, pargrafonico). Valorizou-se o papel da mediao e da conciliao em tais aes (art. 709). O respectivoprocedimento principiar sempre pela citao para a audincia de mediao e conciliao

  • (art. 710, caput). Somente aps frustrao da busca de soluo consensual da controvrsia, quese abrir o prazo para oferecimento de contestao (art. 712). A interveno do MinistrioPblico, nas aes da espcie, somente se dar quando houver interesse de incapaz (art. 713).Nas causas em que se discutir fato relacionado a abuso ou alienao parental, o juiz, ao tomaro depoimento do incapaz, dever estar acompanhado por especialista (art. 714).

    Na Parte Geral, h previso do procedimento edital que impe a necessidade de citao deterceiros interessados eventuais (incertos ou desconhecidos), como ocorre nas aes deusucapio, nas aes de recuperao ou substituio de ttulo ao portador e em qualquer ao emque seja necessria, por determinao legal, a provocao, para participao no processo, deinteressados incertos ou desconhecidos (Projeto, art. 259). Prev-se, tambm na Parte Geral,uma tutela da evidncia em favor do depositante, a quem se assegura liminar para recuperar acoisa depositada, sob cominao de multa ao depositrio infiel, se tratar de pedidoreipersecutrio fundado em prova documental adequada do contrato de depsito (art. 306, III epargrafo nico). Esses provimentos particulares no chegam a constituir aes especiais, umavez que no passam de meros incidentes inseridos eventualmente no procedimento comum, aexemplo do que se d com as medidas de urgncia cautelares ou antecipatrias. Esses pequenosacrscimos procedimentais no desnaturam o procedimento comum nem justificam, realmente,a existncia de procedimentos especiais apartados do regime geral do processo de conhecimento,como bvio. Preenchem, por outro lado, a lacuna deixada pela abolio de procedimentosespeciais, cujas peculiaridades no regime atual so pequenas e podem ser atendidas mediantepoucos ajustes nas regras gerais do procedimento comum.

    Conservam-se como objeto de procedimentos especiais no Projeto Substitutivo da ComissoEspecial da Cmara: a ao de consignao em pagamento (arts. 553 a 563), a ao de exigircontas (arts. 564 a 567)1 e as aes possessrias (arts. 568 a 582), as aes de diviso e dedemarcao de terras particulares (arts. 583 a 613), a ao de dissoluo parcial de sociedade(arts. 614 a 624), o inventrio e a partilha causa mortis (arts. 625 a 688), os embargos de terceiro(arts. 689 a 696), a oposio (arts. 697 a 701), a habilitao (arts. 702 a 707), as aes de famlia(arts. 708 a 714), a ao monitria (arts. 715 a 717), a homologao do penhor legal (arts. 718 a721), a regulao de avaria grossa (arts. 722 a 726), a restaurao de autos (arts. 727 a 733). Emtodos esses procedimentos a especializao de rito decorre de imposio do direito material, umavez que sua tutela em juzo no seria adequada se submetido o litgio tramitao doprocedimento comum.

    Por outro lado, nas Disposies Finais e Transitrias do Projeto restou ressalvado quepermanecero em vigor as disposies especiais dos procedimentos regulados em outras leis,s quais o Cdigo s se aplica supletivamente (art. 1.059, 2o). o que se passa, entre outroscasos, com a ao popular (Lei no 4.717/1965), com a busca e apreenso de bens gravados dealienao fiduciria (Decreto-Lei no 911/1969), com as aes de desapropriao (Decreto-Leino 3.365/1941), com a execuo fiscal (Lei no 6.830/1980), com o habeas data (Lei no9.507/1997), com as aes locatcias (Lei no 8.245/1991), com o mandado de segurana (Lei no12.016/2009), com as aes declaratrias de constitucionalidade e inconstitucionalidade (Lei no9.868/1999) etc.

    Os procedimentos tradicionalmente nominados de jurisdio voluntria figuraro emCaptulo dos Procedimentos Especiais, dentro do Livro do Processo de Conhecimento (Captulo

  • XV do Ttulo III). O Projeto primitivo, fugindo da crtica que a doutrina costuma fazer ao nomeniuris jurisdio voluntria, preferia tratar os remdios utilizados na administrao judicial deinteresses privados singelamente como Procedimentos no contenciosos (arts. 685 a 729). OSubstitutivo aprovado pela Comisso Especial, todavia, houve por bem restabelecer anomenclatura atual do Cdigo em vigor, qual seja, a de procedimentos de jurisdio voluntria(arts. 734 a 786).

    Algumas aes especiais sofrero reduo de contedo e rito. A ao de prestao decontas, por exemplo, ser especial quando se tratar de exigir contas (art. 564). Por isso, o nomeda ao foi alterado, pelo Projeto, para ao de exigir contas. Sendo o caso de apresentarcontas a quem se recusa a aceit-las, a pretenso ser processada segundo o procedimentocomum.

    Na ao demarcatria, possvel dispensar-se a percia judicial se o imvel tiver sidosubmetido a georreferenciamento, com averbao no Registro de Imveis (Projeto, art. 588).No haver mais necessidade de trs peritos nos juzos decisrios (um agrimensor e doisarbitradores). Caber ao juiz, tanto nas aes de demarcao como de diviso, nomear um oumais peritos, conforme as necessidades do caso concreto (art. 605).

    Os embargos de terceiro restringir-se-o defesa contra constrio judicial indevida (art.689), mas a defesa da posse esbulhada pode acontecer tanto em face de ato ocorrido no processode conhecimento como no processo de execuo (art. 690). O remdio se aplicar, segundo oProjeto, tanto para tutelar a posse como o direito do embargante que seja incompatvel com o atoconstritivo (art. 689). A citao somente ser pessoal se o embargado no tiver procuradorconstitudo nos autos da ao principal (art. 692, 3o), o que quer dizer que a regra geral ser acitao do advogado da parte embargada. A hiptese aventada como exceo ser rara, j que difcil imaginar que algum seja beneficirio de ato constritivo sem que o tenha requerido pormeio de procurador, ou, como advogado, esteja atuando em causa prpria.

    No procedimento da restaurao de autos, a referncia contida no Projeto primitivo aoaproveitamento de autos suplementares para prosseguimento do processo (art. 628, pargrafonico) foi eliminada no substitutivo aprovado pelo Senado, a pretexto de que, segundo a ParteGeral, no haveria mais previso de autos suplementares na sistemtica projetada (art. 674). Otexto aprovado pela Comisso Especial, todavia, restaura a norma do Cdigo em vigor,estipulando que, verificado o desaparecimento dos autos principais, havendo autossuplementares, nestes prosseguir o processo (art. 727, pargrafo nico). O estranho que,diversamente do que se passa com o CPC em vigor (art. 159), o Projeto Substitutivo no regula aformao de autos suplementares.

    Registro, por fim, que a presente nota de apresentao das perspectivas do Projeto de umNovo Cdigo de Processo Civil para o Brasil levou em considerao a Emenda AglutinativaSubstitutiva Global preparada e aprovada pela Comisso Especial da Cmara dos Deputados paraemitir parecer ao Projeto de Lei no 8.046/2010 e outros. esse Substitutivo ao Projeto originriodo Senado Federal, ainda pendente de votao do Plenrio da Cmara, o objeto ora analisado esintetizado em suas linhas inovadoras mais marcantes.

    Belo Horizonte, 25 de novembro de 2013.

  • Humberto Theodoro Jnior

  • 1 O Projeto mantm como procedimento especial apenas a ao para exigir contas. Vale dizer

    que, para a apresentao de contas, o autor dever observar o procedimento comum.

  • PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

  • Parte XVIProcedimentos Especiais de Jurisdio Contenciosa

  • Captulo LVIIPROCEDIMENTOS ESPECIAIS

    199. GENERALIDADES

    Sumrio: 1.193. Conceito. 1.194. Razo de ser dos procedimentos especiais. 1.195.Tcnicas de especializao procedimental. 1.196. Complementao das regrasprocedimentais. 1.197. Pressupostos dos procedimentos especiais. 1.198. Erro naadoo do procedimento.

    1.193. Conceito

    Prev o atual Cdigo de Processo Civil, em matria de processo de conhecimento, umprocedimento ordinrio (Livro I, Ttulo VIII), um procedimento sumrio (Livro I, Ttulo VII,Captulo III) e vrios procedimentos especiais (Livro IV, Ttulo I).

    O ordinrio e o sumrio foram apreciados no estudo do processo de conhecimento, objetodo volume I deste Curso. Agora, resta examinar os procedimentos especiais, que o Cdigo divideem procedimentos especiais de jurisdio contenciosa e de jurisdio voluntria.

    A primeira parte do volume III do Curso ser dedicada aos procedimentos de jurisdiocontenciosa, que so aqueles em que realmente se desenvolve funo jurisdicional, ou seja,atividade estatal em busca de soluo jurdica a ser imposta soberanamente na soluo desituaes litigiosas. A jurisdio dita voluntria ou graciosa nem mesmo jurisdio, nosentido tcnico da expresso. Atravs dela o que se d atividade administrativa desempenhadaexcepcionalmente pelos rgos jurisdicionais. Sua presena nas leis processuais prende-seunicamente ao aspecto subjetivo dos agentes que dela se encarregam, e no natureza dafuno. Substancialmente, a atividade administrativa. Apenas subjetivamente judicial.

    Diante desse tipo de funo, portanto, pode-se falar em procedimento, e nunca emprocesso, expresso que a cincia jurdica atual reserva, com propriedade, para o mtodoespecfico de compor litgios atravs da soberania estatal.

    Processo , com efeito, o mtodo jurdico utilizado pelo Estado para desempenhar a funojurisdicional. Consiste, intrinsecamente, numa relao jurdica de direito pblico, formada entreautor, ru e juiz. Objetivamente, compe-se de uma sucesso de atos que se encadeiam desde apostulao das partes at o provimento final do rgo judicante, que por fim ao litgio, tudopresidido pela obrigatria dinmica do contraditrio.

    O procedimento justamente a maneira de estipular os atos necessrios e de concaten-los,de forma a estabelecer o iter a ser percorrido pelos litigantes e pelo juiz ao longo do desenrolarda relao processual.

    Para o geral dos litgios, o Cdigo prev o procedimento comum, que, por sua vez,

  • desdobrado em ordinrio e sumrio. Em razo da matria ou do valor da causa, simplifica-se orito e surge o sumrio (arts. 275 a 281). E para todas as demais hipteses, que no tenham sidocontempladas pela lei nem com o sumrio nem com algum procedimento especial, vigora oordinrio (art. 274).

    A par do procedimento comum, regulado no interior do processo de conhecimento,disciplina o Cdigo, em livro prprio, vrios procedimentos destinados a orientar a tramitaojudicial de certas pretenses que no encontrariam tratamento processual condizente dentro dosparmetros do procedimento ordinrio (Livro IV).

    Procedimentos especiais contenciosos, portanto, na estrutura do Cdigo de Processo Civil,so aqueles que se acham submetidos a trmites especficos e que se revelam total ouparcialmente distintos do procedimento ordinrio e do sumrio.1

    1.194. Razo de ser dos procedimentos especiais

    Por maior autonomia que se d ao processo e ao, o certo que ditos institutos noexistem por si nem se exaurem em si. Todo mecanismo processual nasceu e se aperfeioou emrazo da necessidade de eliminar, no seio da sociedade, os conflitos jurdicos, o que se conseguepor meio de definio e execuo, feitas por agentes estatais, dos direitos materiais envolvidos nolitgio. Em ltima anlise, o objeto visado pela prestao jurisdicional , pois, o direito subjetivodos litigantes em nvel substancial ou material.

    Sem dvida, a lei, adequada cincia processual moderna, procura instituir sistema detramitao das causas na Justia que se mostre o mais simples e o mais universal possvel, demaneira a permitir que o maior nmero imaginvel de pretenses possa ser acolhido, apreendidoe solucionado segundo um nico rito.

    Contudo, haver sempre algum detalhe da mecnica do direito material que, eventualmente,reclamar forma especial de exerccio no processo. O processo como disciplina formal no podeignorar essas exigncias de origem substancial, porque da prpria natureza das coisas que aforma se ajuste e se harmonize substncia.

    Positivada, destarte, a realidade da insuficincia do procedimento comum, no consegue olegislador fugir do nico caminho a seu alcance, que o de criar procedimentos outros cujandole especfica seja a adequao s peculiaridades de certos direitos materiais a seremdisputados em juzo. Os atos processuais so, a, concebidos e coordenados segundo um planoritualstico que tenha em vista unicamente a declarao e execuo daquele direito subjetivo deque se cuida.

    Assim, como anota Jos Alberto dos Reis, a criao de procedimentos especiais obedeceao pensamento de ajustar a forma ao objeto da ao, de estabelecer correspondncia harmnicaentre os trmites do processo e a configurao do direito que se pretende fazer reconhecer ouefetivar. a fisionomia especial do direito que postula a forma especial do processo.2

    No direito positivo brasileiro h procedimentos especiais disciplinados no Cdigo de ProcessoCivil e em leis extravagantes, como, v.g., o mandado de segurana, a ao popular, a busca eapreenso de bem gravado de alienao fiduciria, a execuo fiscal etc.

    Aqui e agora, o estudo ficar restrito aos procedimentos especiais de jurisdiocontenciosa codificados, que so os seguintes:

  • a) ao de consignao em pagamento (arts. 890-900);b) ao de depsito (arts. 901-906);c) ao de anulao e substituio de ttulos ao portador (arts. 907-913);d) ao de prestao de contas (arts. 914-919);e) aes possessrias (arts. 920-933);f) ao de nunciao de obra nova (arts. 934-940);g) ao de usucapio de terras particulares (arts. 941-945);h) ao de diviso e de demarcao de terras particulares (arts. 946-981);i) inventrio e partilha (arts. 982-1.045);j) embargos de terceiro (arts. 1.046-1.054);k) habilitao (arts. 1.055-1.062);l) restaurao de autos (arts. 1.063-1.069);m) vendas a crdito com reserva de domnio (arts. 1.070-1.071);n) arbitragem (Lei no 9.307, de 23.09.1996);o) ao monitria (arts. 1.102a-1.102c).Ao nomear o Livro IV e seus dois Ttulos, o Cdigo utilizou, adequadamente, a nomenclatura

    procedimentos especiais. Mas ao dar denominao a cada um dos procedimentos, em relaoa muitos deles o legislador deixou-se levar pela antiga praxe de trat-los como aes especiais.Essa impropriedade terminolgica, num Cdigo moderno como o nosso, poderia, perfeitamente,ter sido evitada.

    Na verdade, sendo una a jurisdio, como poder do Estado, uno tambm deve ser o direitode a ela se recorrer. O que variam so apenas as formas de exercitar esse mesmo direito,conforme a diversidade dos atos reclamados para adequar a forma substncia do direitosubjetivo litigioso.

    O uso de expresses como ao de consignao, ao de depsito etc. denotam apenasreminiscncias do anacrnico e superado conceito civilstico de ao, segundo o qual a cadadireito material corresponderia uma ao para proteg-lo na eventualidade de sua violao. Naverdade, porm, o que hoje se admite so procedimentos variados para deduzir pretensesrelativas a certos direitos materiais, pelo que o correto seria dizer procedimento da consignaoem pagamento, procedimento do depsito, procedimento da prestao de contas etc. emlugar de ao de consignao em pagamento, ao de depsito, ao de prestao decontas etc.

    1.195. Tcnicas de especializao procedimental

    Alm da criao de atos para a mais perfeita adequao do rito pretenso da parte, osprocedimentos especiais costumam inspirar-se em alguns outros objetivos, como, por exemplo:

    a) simplificao e agilizao dos trmites processuais, por meio de expedientes como o daliminar antecipatria de efeitos da tutela, o da reduo de prazos e o da eliminao de atosdesnecessrios;

    b) delimitao do tema que se pode deduzir na inicial e na contestao;c) explicitao dos requisitos materiais e processuais para que o procedimento especial seja

    eficazmente utilizado.

  • Uma outra caracterstica de vrios procedimentos especiais situa-se no fato de restaranulada a dicotomia entre ao de cognio e ao de execuo. Numa nica relaoprocessual, procedimentos como o das aes possessrias, de depsito, dos embargos de terceiro,da nunciao de obra nova etc. permitem que as atividades de declarao do direito e de suaexecuo se faam, desde logo, tornando desnecessria a actio iudicati em processo autnomoposterior.

    Tais procedimentos prestam-se, assim, a desenvolver mtodo de compor lides tanto com odireito como com a fora. 3 Compreendem, por isso, casos de acertamento com preponderantefuno executiva.4

    Essa tnica das chamadas aes executivas lato sensu faz com que no se possa conceituaros procedimentos especiais como simples apndice do processo de conhecimento. Mesclam-seem seu ritual, com efeito, as funes de declarao e realizao do direito, o que explica ejustifica o tratamento legislativo em livro prprio no cdigo, fora do processo de conhecimento edo processo de execuo, j que as fronteiras de ambos no so respeitadas no disciplinamentodos procedimentos ora cogitados.

    No cabe, outrossim, censura alguma a essa orientao unitria do legislador em tema deprocedimentos especiais. Isto porque, segundo advertncia de Ronaldo Cunha Campos, impe-sereconhecer um carter artificial na suposta autonomia da execuo de sentena. O processo decondenao , na verdade, um s. O processo dito de condenao contm a lide onde a pretenso contestada e tambm insatisfeita, de tal sorte que sua plenitude apenas se exaure quando,encerrada a execuo, a pretenso satisfeita. A prolao de sentena no esgota a funo doprocesso quando encerre esta lide, pois, a um s tempo, contesta-se e lesa-se uma pretenso. Detal sorte, e em essncia, a execuo sem dvida uma parte do processo, parte necessria, demodo que somente quando se executa que propriamente se exercita a Justia, segundo a velhae clssica lio de Pereira e Souza.5 Essa viso unitria do processo, no dizer de Ronaldo CunhaCampos, no representa uma posio de retorno ao passado do direito processual. muito maisa tentativa de superar inteis e trabalhosas cises no esforo nico de entregar a prestaojurisdicional.6

    Sobre a atualidade do tema da unidade da jurisdio e da inconvenincia de manter-se adualidade do processo de condenao e de execuo de sentena, ver nosso A Execuo deSentena e a Garantia do Devido Processo Legal.7 Foi, alis, esse sentido o que prevaleceu nasreformas impostas ao Cdigo de Processo Civil nos ltimos anos do sculo XX e nos primeiros dosculo XXI: a execuo de sentena deixou de ser objeto de uma ao separada para tornar-sesimples incidente ou complemento da ao em que se obtm a condenao de uma parte arealizar certa prestao em favor da outra (art. 475-I, com texto da Lei no 11.232, de 22.12.05).Pode-se registrar que o unitarismo que caracteriza algumas aes especiais tornou-se regra geralaplicvel a todos os procedimentos condenatrios, inclusive os que seguem o rito ordinrio.

    1.196. Complementao das regras procedimentais

    As regras do Cdigo sobre os procedimentos especiais no abrangem, evidentemente, todosos termos do processo. Cuidam, em princpio, apenas daquilo que especializa o rito para adequ-lo pretenso a cuja disciplina em juzo se destina. Por isso, naquilo em que o procedimento

  • especial for omisso incidiro as regras do procedimento ordinrio. o que dispe o art. 272,pargrafo nico: O procedimento especial e o procedimento sumrio regem-se pelasdisposies que lhes so prprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposies gerais doprocedimento ordinrio.

    1.197. Pressupostos dos procedimentos especiais

    Na busca de adequar a forma ao objeto da pretenso material do litigante, a lei, narealidade, impe ao autor a satisfao de dois nveis de requisitos para o uso regular e eficaz doprocedimento especial, a saber:

    a) requisitos materiais: a pretenso tem de situar-se no plano de direito material a quecorresponde o rito. Mas a inexistncia ou no comprovao do suporte substancial dessapretenso matria de mrito, que conduz improcedncia do pedido e no carncia de ao;

    b) requisitos processuais: os dados formais do procedimento especial costumam ser ligados arequisitos que condicionam a forma e o desenvolvimento vlidos do processo at o julgamento demrito. A falta desses requisitos conduz ineficcia da relao processual e sua extinoprematura, sem julgamento de mrito, como, por exemplo, se d com a ao de consignaoem pagamento, em que o autor no promove o depsito no prazo legal, ou na ao de nunciaode obra nova, quando o promovente no justifica in limine litis o embargo etc.

    1.198. Erro na adoo do procedimento

    No fatal nem irremedivel o erro na escolha do procedimento feito pelo autor ao propora ao. No sistema do cdigo, a regra a observar a do art. 250, onde se dispe que compete aojuiz adequar a forma ao pedido, anulando-se, na eventualidade de erro do litigante, apenas osatos incompatveis com o procedimento necessrio.

    A boa doutrina entende, sobre a matria, que, de fato, o procedimento no fica escolhada parte; mas ao juiz toca o dever de determinar a converso, quando possvel.8 No mesmosentido, tambm a jurisprudncia preconiza que a erronia de ritos no conduz inapelavelmente invalidade do processo e que ao juiz incumbe proceder adequao ao procedimento regular nomomento em que for detectada a irregularidade, aproveitando-se os atos j praticados, quesejam teis.9

    Naqueles casos em que o rito especial tenha por fito apenas abreviar a soluo do litgio, aadoo do rito ordinrio, em carter de substituio facultativa, no vedada s partes, mesmoporque a ampliao do debate no lhes causa prejuzo algum. Alis, a submisso do caso ao ritoordinrio, em hiptese de previso legal de rito especial, consta de regra expressa do cdigo, noque diz respeito cumulao de pedidos: Quando, para cada pedido, corresponder tipo diversode procedimento, admitir-se- a cumulao, se o autor empregar o ordinrio (art. 292, 2o).Logo, conclui-se que, para o nosso ordenamento jurdico, o procedimento especial, salvohipteses especialssimas, no imposio absoluta.

    Correta, nessa ordem de ideias, a jurisprudncia que admite, em havendo concordncia daspartes, a adoo do rito ordinrio para pretenso a que a lei previu procedimento especial.10Naturalmente, quando o procedimento especial corresponder a atos imprescindveis ao

  • processamento lgico da pretenso, essa substituio no ser admissvel. o que ocorre, porexemplo, com os termos prprios e insubstituveis da ao de diviso e demarcao, ou doinventrio e partilha, frente aos quais o rito ordinrio revela-se totalmente inadequado.

    J o inverso sempre impossvel. Se o pedido no est previsto para algum procedimentoespecial, somente pelo comum haver de ser processado em juzo. Se o ordinrio a valacomum onde desguam todos os pedidos para os quais a lei no tenha cogitado de rito especial, ocerto que os procedimentos especiais somente podem ser utilizados nas hiptesesespecificamente delimitadas pela lei. No tm as partes o poder de desvi-los para litgiosestranhos previso legal.

    Deve-se, contudo, evitar o fetichismo do apego exagerado ao nome das aes. Hoje, odireito processual totalmente avesso antiga praxe de nominar as aes conforme o direitomaterial questionado entre as partes. O que importa o pedido e a possibilidade, em tese, de suaapreciao na Justia. Assim, se o autor errou, dando causa nome de alguma ao especial,mas formulou, de fato, pedido dentro de termos que configuram o procedimento ordinrio, ouprocedimento especial diverso, nenhuma nulidade se decretar.11

    Se, por exemplo, a parte apresentou ao com o nome de embargos de terceiro, quando porsua condio de codevedor deveria propor embargos execuo, nada impede que sua aoerroneamente denominada seja processada como aquela que corresponde efetiva pretenso daparte, ou seja, como embargos de devedor. Isto possvel, naturalmente, desde que oajuizamento tenha ocorrido em tempo til e sob as demais condies de procedibilidade da aoincidental prpria.12

    , enfim, o pedido que serve para definir a adoo correta, ou no, do procedimentoespecial. Se o pedido no corresponde ao indicada pelo autor, cabe ao juiz ordenar aretificao do rito. Quando, porm, o pedido impossvel de ser atendido, porque o autor,materialmente, no detm o direito subjetivo arrolado na inicial, a hiptese no de carncia deao, nem de inadequao do rito, mas simplesmente de improcedncia do pedido. Assim, sealgum prope ao especial possessria sem ser, realmente, possuidor, ou se reivindica posse derea que ainda depende juridicamente de demarcao ou diviso, d-se a improcedncia dopedido, porque na realidade o pedido foi formulado dentro dos limites e requisitos doprocedimento escolhido. O que inexistia era o suporte ftico-jurdico para a acolhida do pedido.A sentena ser, destarte, de mrito, e no meramente terminativa.13

    H que se considerar, ainda, a hiptese de escolha de ao especial irredutvel aoprocedimento ordinrio. Se o autor no atende aos requisitos de admissibilidade do remdioprocessual proposto, dar-se- a carncia de ao, porque a inadequao da tutela pretendida considerada como hiptese de falta de interesse. Se, v.g., o demandante lana mo do mandadode segurana, sem a prova pr-constituda do pretenso direito lquido e certo,14 ser havido comocarecedor da ao mandamental, j que esta no se presta ao acertamento de direito subjetivoque no se apie em prova documental completa, desde logo deduzida em juzo.

  • 1 PALACIO, Lino Manual de Derecho Procesal Civil. 4. ed. Buenos Aires: Abeledo-Perrot,

    1977, vol. II, n. 471, p. 307.2 REIS, Jos Alberto dos. Processos Especiais. Coimbra: Coimbra Editora, 1982, vol. I, n. 1, p.

    2.3 SATTA, Salvatore. Direito Processual Civil. trad. de Luiz Autuori, da. 7. ed. de Padova. Rio

    de Janeiro: Borsoi, 1973, vol. II, n. 449, p. 681.4 SATTA, Salvatore. Op. cit., vol. II, n. 450, p. 682.5 PEREIRA E SOUZA, Joaquim Jos Caetano. Primeiras Linhas sobre o Processo Civil,

    anotadas por Teixeira de Freitas. 9. ed. Rio de Janeiro: Ed. Garnier, 1907, p. 305, nota 707.6 Voto proferido na Apel. Civ. no 20.873, do Tribunal de Alada de Minas Gerais, ac. de

    22.06.1982.7 THEODORO JNIOR, Humberto. A Execuo de Sentena e a Garantia do Devido

    Processo Legal. Rio de Janeiro: Ed. AIDE, 1987.8 NEGRO, Theotnio. Cdigo de Processo Civil e Legislao Processual em Vigor. 18. ed.

    So Paulo: Ed. RT, 1988, p. 148.9 TJSP, AI n. 56.763-1, ac. de 13.03.1985, Rel. Des. Oliveira Lima, in RT 597/68. Mais

    importante que a submisso s formas procedimentais a garantia constitucional de que alei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito (CF de 1988,art. 5o, no XXXV). O direito de ao um direito subjetivo pblico, consequentementenenhuma deciso pode impedir o acesso do cidado s vias jurisdicionais (A Constituio naViso dos Tribunais: Interpretao e Julgados Artigo por Artigo, Braslia, Saraiva, 1997, p. 76).A errnea denominao da ao no retira do autor o direito prestao jurisdicionalpostulada (STJ, 1a T., REsp no 402.390/SE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, ac. 04.11.2003,DJU de 24.11.2003, p. 217).

    10 NEGRO, Theotnio. Op. cit., p. 148; Julgados TACiv.SP, 47/65. No h nulidade naadoo do rito ordinrio ao invs do sumrio, salvo se demonstrado prejuzo, notadamenteporque o ordinrio mais amplo do que o sumrio e propicia maior dilao probatria (STJ,3a T., REsp no 737.260/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, ac. 21.06.2005, DJU de 1o.07.2005,p. 533).

    11 Desnecessrio nomear-se a ao, sendo mesmo irrelevante o nome que se lhe d. Adenominao da ao frmula convencional, que no prejudica os direitos das partesquando so expostos com preciso (TJSP, AI no 71.726-2, ac. de 04.04.1984, Rel. Des. LuizTmbara, in RT 586/79). O erro de nome no anula a ao, desde que o pedido foiformulado em termos hbeis (STF, AI no 91.528, ac. de 19.04.1983, Rel. Min. AlfredoBuzaid, in RTJ 107/646). No mesmo sentido: STF, RE no 98.559, in RTJ 106/1/160; TJRS, Ap.no 34.350, in RJTJRS 80/437; TJRS, Ap. no 597.238.104, in RJTJRS 187/368; TJMT, Ap. no9.511, in RT 517/173; 2o TACiv. SP, Ap. no 167.392, in RT 595/185; STJ, REsp. no 33.157-6/RJ, in DJU de 16.08.1993, p. 15.983; STJ, REsp. no 45.421-2/SP, in DJU de 05.05.1997, p.17.046; STJ, REsp. no 7.759, in DJU de 09.12.1991, p. 18.036; STJ, 4a T., REsp no 262.669/CE,Rel. Min. Slvio de Figueiredo, ac. 13.09.2000, DJU de 16.10.2000, p. 317; STJ, 1a T., REsp

  • no 402.390/SE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, ac. 04.11.2003, DJU de 24.11.2003, p. 217.12 NEGRO, Theotnio. Op. cit., p. 411, nota 7 ao art. 1.046.13 REIS, Jos Alberto dos. Op. cit., vol. I, n. 3, p. 15.14 Lei no 12.016/2009, art. 1o.

  • Captulo LVIIIAO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO

    200. OS FUNDAMENTOS DO DEPSITO EM CONSIGNAO

    Sumrio: 1.199. O direito de pagar. 1.200. A liberao natural e a liberao foradado devedor. 1.201. A ao de consignao em pagamento. 1.202. Histrico daconsignao em pagamento.

    1.199. O direito de pagar

    A obrigao, na sua estrutura de direito material, vnculo, sujeio coercitiva; , no dizerde Savigny , limitao da liberdade do reus debendi.

    Por isso, o direito no a concebe seno como situao jurdica passageira ou transitria, quenasce j com o destino de ser cumprida e de extinguir-se ao ser cumprida. De tal sorte, suaprpria extino apresenta-se como seu efeito principal ou cabal, que se cumpre e acaba pormeio do pagamento.

    O fim da obrigao l-se em Crome no jamais a durao ilimitada do vnculo, mas acessao dele mediante adimplemento; donde o adimplemento se manifesta como a formanatural de extino da obrigao.1

    Por ser, dessa forma, um constrangimento jurdico necessariamente temporrio, o libertar-se do vnculo obrigacional assume feio no de simples dever do sujeito passivo da obrigao,mas de verdadeiro direito dele.

    claro que o sujeito ativo tem grande interesse no cumprimento da obrigao, interesseque, obviamente, pode ser havido como principal, desde o momento da criao do vnculo entredevedor e credor. Para compelir o sujeito passivo e satisfazer dito interesse, a ordem jurdica pe disposio do credor as sanes do inadimplemento, dentre as quais se avulta a execuoforada da responsabilidade patrimonial.

    Mas fora de dvida que o devedor no pode ser deixado, indefinidamente, merc docredor malicioso ou displicente, nem pode permanecer para sempre sujeito ao capricho ou aoarbtrio deste. Vale dizer: a permanncia do devedor sob a sujeio do vnculo obrigacional nopode eternizar-se, nem seus efeitos podem depender exclusivamente da vontade do credor.2

    Da por que a lei no s obriga o devedor ao pagamento, como tambm lhe assegura odireito de pagar.

    Sendo, porm, a causa do no pagamento imputvel ao credor, toca ao devedor a faculdadee no a obrigao de depositar, j que a mora creditoris exclui a mora debitoris.3 Em outraspalavras: sendo a mora do credor, nenhuma sano a lei aplica ao devedor caso ele noprovidencie o depsito em consignao. justamente por isso que se afirma que tal depsito

  • faculdade e no obrigao.

    1.200. A liberao natural e a liberao forada do devedor

    No seu ciclo natural de existncia jurdica, a obrigao nasce de um fato jurdico lato sensue extingue-se pelo ato jurdico stricto sensu do pagamento, voluntariamente cumprido pelodevedor, perante o credor.

    Nessa ordem de ideias, o pagamento voluntrio ato jurdico bilateral, que reclama aparticipao do devedor, que cumpre a obrigao (seja legal, seja convencional), e do credor,que recebe a prestao devida.

    Dessa forma, s h pagamento em sentido estrito mediante acordo de vontades entre osolvens e o accipiens.

    Uma vez, porm, que o vnculo obrigacional no pode perdurar eternamente, cuida a lei deinstituir uma alternativa liberatria para o sujeito passivo, sempre que se torne invivel o acordoliberatrio entre as partes. Esse caminho o da consignao em pagamento:

    Considera-se pagamento, e extingue a obrigao, o depsito judicial ou emestabelecimento bancrio da coisa devida, nos casos e forma legais dispe o art. 334 do NovoCdigo Civil (CC de 1916, art. 972).

    Quer isto dizer que a ordem jurdica, diante da impossibilidade do pagamento voluntrio, pe disposio do devedor uma forma indireta de liberao, que prescinde do acordo de vontadescom o credor e que se apresenta com os mesmos efeitos prticos do adimplemento.

    Esse sucedneo do pagamento a consignao, cuja forma consiste no depsito judicial daquantia ou da coisa devida. O uso dessa via liberatria franqueado ao devedor, tanto quando ocredor se recusa injustificadamente a receber a prestao como quando o devedor no consegueefetuar validamente o pagamento voluntrio por desconhecimento ou incerteza quer em torno dequem seja o credor, quer em razo de sua ausncia ou no localizao ao tempo documprimento da obrigao (Cd. Civil de 1916, art. 973; CC de 2002, art. 335).

    Confere-se ao devedor, assim, uma forma cmoda e prtica para realizar uma espcie depagamento, que, prescindindo da cooperao do credor, atinge todos os efeitos jurdicos doadimplemento.4

    1.201. A ao de consignao em pagamento

    Como modalidade de extino da obrigao, o pagamento por consignao disciplinadopelo direito material, onde se regulam os casos em que essa forma de liberao admissvel equais so os requisitos de eficcia.

    Ao direito processual, todavia, compete regular o procedimento para soluo da pretensode consignar, uma vez que, em nosso ordenamento jurdico, o depsito liberatrio s vlido oueficaz, em regra, quando feito judicialmente.5

    No caso, porm, de dvida de dinheiro, permite-se o depsito bancrio da soma devida, comnotificao ao credor. Se no houver recusa, reputar-se- liberado o devedor da obrigao (Leino 8.951, de 13.12.1994).

    Recebe o nomem iuris de ao de consignao em pagamento o procedimento de

  • jurisdio contenciosa especialmente delineado pelo Cdigo de Processo Civil para apreciao esoluo do pedido consignatrio (arts. 890 a 900).

    1.202. Histrico da consignao em pagamento

    As razes da consignao situam-se no direito romano, onde o instituto se desdobrava emdois estgios fundamentais: a oblatio e a obsignatio.

    A oblatio compreendia a oferta real da prestao ao credor, que deveria ser feita no localdesignado para o pagamento e na presena de testemunhas. Fazia-se a oferta com o fito expressode libertar-se da obrigao, mas sua eficcia dependia de alguns requisitos como:

    a) sendo mvel a coisa devida, tinha de ser diretamente apresentada ao credor;b) em se tratando de dvida de dinheiro, tinha que compreender o capital e os juros devidos;c) o credor, a quem se fazia a oferta real, tinha que ter capacidade de receber.A obsignatio completava a oblatio, para que o devedor, uma vez observadas todas as suas

    solenidades, alcanasse a extino da obrigao. Tinha lugar quando se registrava a ausncia docredor ou a sua recusa em aceitar a oferta real. Consistia basicamente no depsito da coisa ouimportncia devida, feito em templo ou local designado pelo magistrado, tudo em invlucrodevidamente fechado e selado pela autoridade judicial. Quando a prestao se referia a umimvel, o bem era confiado guarda de um depositrio especialmente nomeado.

    Com a obsignatio operava-se a extino da obrigao e a completa liberao dos devedores,tanto principais, como acessrios.6

    Como se v, j no direito romano, a consignao tinha feies bem semelhantes s queostenta no direito atual, quais sejam, as de modalidade de pagamento compulsrio, por meio dedepsito judicial da res debita, com eficcia em tudo igual do adimplemento, para o devedor.

    O direito lusitano acolheu o instituto nas fontes romanas e no-lo transmitiu sem maiorestransformaes, conforme o testemunho de Corra Telles.7

    A denominao consignar, usada na presente forma especial de pagamento, vem do latimcum + signare, derivada do fato de que o depsito liberatrio se fazia, em Roma, por meio de umsaco que era fechado e lacrado com sinete.8

  • 201. O PROCEDIMENTO DA CONSIGNAO EM PAGAMENTO

    Sumrio: 1.203. Natureza do instituto da consignao. 1.204. Natureza processual daao de consignao. 1.205. Prestaes passveis de consignao. 1.206. Cabimentoda consignao. 1.207. Liquidez da prestao devida. 1.208. Consignao principal eincidental. 1.209. Legitimao ad causam. 1.210. Competncia. 1.211. Consignaono local em que se acha a coisa devida. 1.212. Oportunidade da consignatria.1.213. Objeto da consignao. 1.214. Obrigao de prestaes peridicas. 1.215.Limite temporal da admissibilidade do depsito das prestaes peridicas. 1.216.Quebra da sequncia de depsitos peridicos. 1.217. O procedimento especial daconsignatria. 1.218. Obrigaes alternativas e obrigaes genricas. 1.219. Valorda causa. 1.220. Resposta do demandado. 1.221. Comparecimento do credor parareceber. 1.222. No comparecimento e revelia do demandado. 1.223.Levantamento do depsito pelo devedor. 1.224. Contestao. 1.225. Matria dedefesa. 1.226. Complementao do depsito insuficiente. 1.227. Sentena. 1.228.Consignao em caso de dvida quanto titularidade do crdito. 1.229.Particularidades da consignao por dvida. 1.230. A posio dos possveiscredores. 1.231. Resgate da enfiteuse. 1.231-a. A consignao de aluguis e outrosencargos locatcios. 1.231-b. A consignao de obrigao em dinheiro. 1.231-c.Conflito entre consignao em pagamento e execuo forada.

    1.203. Natureza do instituto da consignao

    H antiga polmica sobre a natureza jurdica da consignao: se seria um instituto de direitomaterial ou de direito processual. A divergncia era mais relevante ao tempo em que acompetncia legislativa era diversa para o direito substancial e para o instrumental. Com aunificao dessa competncia em torno da Unio, tornou-se pequeno o interesse acerca do tema.

    De qualquer maneira, urge distinguir a consignao como modalidade de extino dasobrigaes, e a ao de consignao como procedimento atravs do qual se exercita em juzo apretenso de consignar.

    Naturalmente, todas as normas que cuidam da criao e extino das obrigaes so dedireito material. A forma, contudo, de atuarem as regras materiais em juzo, diante de umasituao litigiosa, evidentemente regida pelo direito processual.

    Assim, as regras que cuidam da consignao como meio de liberar o devedor da obrigao,como sucedneo do pagamento, estipulando condies de tempo, lugar e modo para sua eficcia,

  • bem como prevendo os casos de cabimento dessa especial forma liberatria, integram o campodo direito substancial. Enquanto ao direito processual pertence apenas a rea do procedimento daao consignatria.9

    Uma vez que a pretenso de consignar ordinariamente se exercita em juzo, a consignaoem pagamento envolver, na prtica, sempre regras promscuas de contedo material e formal.O que leva doutrina abalizada a consider-la instituto de natureza hbrida, ou seja, pertencenteao direito processual no que tange forma pela qual se realiza; e ao direito substancial, quantoaos efeitos de direito civil que produz.10

    Por outro lado, competindo ao mesmo Poder a atribuio de legislar tanto sobre o direitomaterial como sobre o processual, indiferente a incluso de regras procedimentais em sede dedireito substancial ou vice-versa. O que deve prevalecer , de fato, o contedo da norma e no ortulo que lhe d o legislador. Assim, se alguma regra material em tema de consignao includa em cdigo processual ou em lei extravagante destinada a regular matria procedimental,essa regra, sendo posterior ao Cdigo Civil ou a outra lei material reguladora do pagamento porconsignao, deve prevalecer, porque oriunda de fonte competente para derrogar o direito civil,comercial, tributrio etc.

    1.204. Natureza processual da ao de consignao

    Os procedimentos especiais quase nunca so institutos de natureza processual nica, pois, namaioria das vezes, representam figuras hbridas, onde se somam atos executivos com atoscognitivos, em dosagens variveis.

    Na ao de consignao em pagamento vamos encontrar, segundo a estruturao que lhe do direito brasileiro, uma predominncia de atividade de conhecimento, de contedo declaratrio.Mas a executividade se mostra tambm presente em dosagem bastante significativa, pois oprocesso permite que atos materiais sejam praticados dentro da relao processual, comafetao de bens que migram de um patrimnio a outro, provocando a extino, desde logo, darelao jurdica obrigacional deduzida em juzo. No h condenao, mas permisso a que odevedor, numa execuo s avessas, provoque o credor a vir receber o que lhe devido, sobpena de extinguir-se a dvida mediante o depsito judicial da res debita. No se d uma execuoem processo apartado, pois tudo ocorre dentro de uma s relao processual, cuja sentena finaltem, no caso de procedncia do pedido, a fora de declarar a eficcia extintiva do depsito feitopelo devedor, aps a citao do credor in limine litis.

    Considera-se a ao predominantemente declarativa, porque o ato de depsito, objeto dojulgamento final, da parte e no do juzo. A sentena se limita a reconhecer a eficcialiberatria do depsito promovido pelo devedor. O que extingue, portanto, a dvida no asentena, mas o depsito do devedor. A sentena proclama apenas essa extino.

    A estrutura executiva, no entanto, est tambm presente, uma vez que o credor no convocado apenas para discutir a pretenso do devedor, mas sim para, desde logo, receber o bemdevido. A citao tem, destarte, a mesma natureza cominatria do preceito da ao executivapura: vir receber, sob pena de depsito, equivale, sem dvida, mesma estrutura processual dovir pagar sob pena de penhora. A diferena localiza-se apenas na carga de compulsoriedade:na execuo pura, o ato material da penhora j ato de agresso estatal perpetrado pelo Poder

  • Pblico, enquanto o ato de depsito, na consignatria, ainda ato de autonomia de vontade doautor, que pode revog-lo a qualquer momento, enquanto no operada a litis contestatio. Da anatureza predominantemente cognitiva da ao de pagamento por consignao.

    1.205. Prestaes passveis de consignao

    L-se no art. 890 do Cd. Proc. Civil que a ao de consignao tem fora de liberar odevedor nos casos de depsito de quantia ou coisa devida.

    No apenas, pois, as dvidas de dinheiro, mas tambm as de coisa, certa ou incerta, fungvelou no fungvel, mvel ou imvel, podem autorizar o pagamento por consignao. Excluem-sede seu mbito to somente as obrigaes negativas e as de puro facere.

    Realmente, no se pode pensar em depsito da prestao, quando esta conste de umaabsteno do prprio devedor (obrigao de no fazer), posto que a execuo in casu puro atodo sujeito passivo, que independe de qualquer cooperao do credor no atingimento do respectivoadimplemento. Igualmente, no se pode cogitar do depsito quando o obrigado deva apenas umaprestao de fazer ao credor. O puro facere, obviamente, no dispe de corporalidade necessriapara permitir o seu depsito em juzo. Mas, se a prestao de fazer daquelas em que aprestao de servio redunda na criao de algum objeto corpreo, j ento o devedor termeios de se utilizar da consignao para libertar-se, judicialmente, da obrigao contrada.

    1.206. Cabimento da consignao

    O art. 890 do Cd. de Proc. Civ. dispe que, nos casos previstos em lei, poder o devedor outerceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignao da quantia ou coisa devida.

    V-se, diante desse texto, que a legislao processual procurou restringir-se ao mbito daatividade procedimental, resguardando para o direito civil e demais ramos do direito material aespecificao dos casos em que se admite a extino da obrigao pela via do depsito judicial.

    As principais fontes do direito de consignar encontram-se no Cdigo Civil de 1916, art. 973(CC de 2002, art. 335) e no Cdigo Tributrio Nacional (art. 164).11

    Todos esses permissivos legais referem-se a embaraos enfrentados pelo devedor na buscade libertar-se da obrigao, de sorte a no conseguir efetuar o pagamento ou no lograr efetu-locom segurana jurdica de plena eficcia.

    Ao permitir o depsito judicial liberatrio, cuida a lei, pois, de contornar situaes como:a) a da impossibilidade real do pagamento voluntrio:1. por recusa injusta de receber a prestao por parte do credor; ou por2. ausncia, desconhecimento ou inacessibilidade do sujeito ativo da obrigao; eb) a da insegurana ou risco de ineficcia do pagamento voluntrio:1. por recusa do credor de fornecer a quitao devida;2. por dvida fundada quanto pessoa do credor;3. por litigiosidade em torno da prestao entre terceiros;4. por falta de quem represente legalmente o credor incapaz.Procura a lei, dessa maneira, evitar que o devedor fique merc do arbtrio ou da malcia

    do credor, ou que corra o risco de pagar mal e no conseguir meios hbeis para a extino da

  • obrigao, em casos de dvidas quanto pessoa e aos direitos do possvel credor.So, destarte, pressupostos do pagamento por consignao:a) a mora do credor; oub) o risco de pagamento ineficaz.12Incumbe ao autor da ao de consignao em pagamento demonstrar na petio inicial e

    provar na fase de instruo processual a ocorrncia de alguma dessas hipteses, sob pena de serhavido como improcedente o seu pedido, e como inoperante o depsito da res debita em juzo.

    1.207. Liquidez da prestao devida

    A consignao em pagamento no , na realidade, mais do que uma modalidade depagamento, ou seja, o pagamento feito em juzo, independentemente da anuncia do credor,mediante depsito da res debita.

    Disso decorre que somente quando possvel o pagamento voluntrio (no praticado apenasem virtude de obstculo de fato) que admissvel ser a alternativa da ao consignatria paraliberar o devedor que no encontra meios de pagar sua dvida na forma normal.

    O art. 336 do Cd. Civil atual no deixa lugar a dvidas quando dispe que o pagamento porconsignao se sujeita aos mesmos requisitos de eficcia do pagamento voluntrio.

    Lembra, ento, o magistrio de Lus Machado Guimares que somente a dvida lquida ecerta se mostra exigvel, de modo a tornar cabvel o respectivo pagamento. que, enquanto nose apura o quantum debeatur, no h condies de exigir o respectivo pagamento. E, semexigibilidade da dvida, inadmissvel a mora creditoris, que , inquestionavelmente, um dospressupostos fundamentais da ao consignatria.

    Com efeito, dispe o art. 960 do Cd. Civil (CC de 2002, art. 397) que o inadimplemento daobrigao, positiva e lquida, no seu termo constitui de pleno direito em mora o devedor. Queristo dizer que o conceito legal da mora envolve, necessariamente, os elementos da liquidez daprestao e do vencimento da obrigao. certo que o texto legal cuida da mora debitoris e o quese exige para a consignao a mora creditoris. Mas as duas figuras jurdicas so simtricas, demaneira que basta inverter-se a posio dos sujeitos da relao jurdica para ter-se, com osmesmos elementos, a configurao da mora accipiendi. E, assim, no h como cogitar-se demora, seja do devedor, seja do credor, a no ser perante dvida lquida e vencida.13

    O requisito da liquidez e certeza da obrigao, todavia, no equivale indiscutibilidade dadvida, nem a simples contestao do credor existncia ou ao quantum da obrigao conduznecessariamente ao reconhecimento da sua iliquidez e gera a improcedncia da consignao.

    A liquidez e a certeza, tal como se passa na execuo forada, so dados objetivos, paraexame do julgador in limine litis, em face do ttulo jurdico invocado pelo autor para justificar suapretenso de tutela jurisdicional.

    A contestao do credor dado unilateral e subjetivo, que, por si s, no tem o poder detornar ilquida ou incerta a obrigao. Instruda a causa, caber ao juiz a apurao de se tratar ouno de dvida lquida e certa.

    S afinal, depois de exaurida a atividade probatria das partes, que ser possvel acompleta e definitiva apreciao da matria articulada na resposta do credor. E, ento, ser noesprito do julgador que haver de se formar o juzo definitivo em torno da liquidez e certeza da

  • obrigao litigiosa, de incio executada por meio do depsito judicial.O evidente, na espcie, que no se pode realizar, na abertura do processo, qualquer

    depsito, para, mais tarde, apurar e acertar a existncia da dvida e o respectivo quantum. Nessesentido que a melhor doutrina, seguida pela jurisprudncia dominante, sempre afirmou que:

    Inadmissvel que, fazendo o depsito, se reserve o devedor o direito de discutir asubstncia da obrigao que, com o depsito, pretende solver. Nem tampouco a consignaoadmissvel com o fito de antecipar e desviar da ao, em processo prprio, a deciso de dvidase divergncias ocorrentes entre as partes acerca de seus respectivos direitos.14

    O problema da liquidez como requisito da consignatria , alis, uma questo de pura lgica,dada a impossibilidade de se pagar o ilquido.15 Se o depsito tem de ser feito de maneiracompleta, a tempo e modo, como consignar a coisa ou a quantia ainda no determinada deforma definitiva?

    Principiando-se a consignatria pelo depsito da res debita e limitando-se o julgamento declarao de eficcia ou no do mesmo depsito para extinguir a obrigao em mora, maisdo que lgico que s a prestao adrede liquidada pode ser objeto do procedimento especial deque se cogita.

    No se pode entrever nessa ao um caminho de acertamento de relaes jurdicas incertasou imprecisas. Se o vnculo jurdico existente entre as partes no revela, prima facie, uma dvidalquida e certa, no tem condies o devedor de compelir o credor a aceitar ou reconhecer umdepsito liminar como hbil a realizar a funo de pagamento.

    Assim como o credor no pode executar o devedor por obrigao ilquida (CPC, art. 586),tambm no juridicamente possvel a consignao de obrigao da mesma natureza, posto quea ao consignatria no nada mais do que uma execuo forada s avessas (ou seja,execuo de obrigao movida pelo devedor contra o credor).

    Se, pois, num determinado relacionamento jurdico, como, v.g., o de indenizao de perdase danos por ato ilcito ou de pagamento de obrigao contratual pendente de apurao de preoou cotaes variveis, ainda no dispe o devedor de um ttulo jurdico que lhe precise o quantumdebeatur, no se pode falar em obrigao lquida e certa, nem tampouco em mora, seja solvendi,seja accipiendi.

    Ento, a lei s faculta ao credor a execuo depois do acertamento judicial da pretensolitigiosa por sentena exequvel e, do mesmo modo, s depois que facultada ao devedor aconsignao judicial.16

    No se admite, portanto, que o autor da consignao venha a utilizar o procedimentoespecial dos arts. 890-900 para impor o depsito de uma prestao cuja existncia jurdicapressuponha sentena constitutiva, como as oriundas de inadimplemento contratual ou deanulao de negcio jurdico por vcio de consentimento ou vcio social.17 Enquanto, pelas viasordinrias, no se apurar a existncia definitiva da obrigao e no se definir, com preciso, oseu montante, a iliquidez e incerteza afetaro o relacionamento jurdico das partes einviabilizaro o depsito em consignao.

    A sorte da ao consignatria, enfim, est ligada indissociavelmente ao depsito inicial dares debita. Se, portanto, na sentena prolatada aps a discusso entre as partes e depois deconvenientemente instrudo o processo, tem o juiz elementos para reconhecer que o depsitofeito pelo devedor corresponde, com exatido, ao objeto ou quantia devida, procedente ser

  • declarado o seu pedido inicial. Se, por outro lado, aps o debate da causa, o juzo formado noesprito do magistrado for o de impreciso quanto dvida ou ao seu respectivo quantum, arejeio do pedido ser imperativa.

    No inteiramente correto, nem pode ser aceito sem reservas, o entendimento singelo deque a ao de consignao em pagamento no se presta para discutir a origem e qualidade dadvida, nem para solucionar dvidas e controvrsias instaladas entre as partes, como consta dealguns arestos. O importante no afastar do campo da consignao a possibilidade de toda equalquer discusso em torno da obrigao: o que realmente decisivo apurar se h norelacionamento jurdico dos litigantes, desde logo, condies para o juiz de determinar a liquideze certeza da obrigao e, principalmente, de comprovar se o depsito feito pelo devedorcorresponde, no tempo, modo e montante, a essa mesma liquidez e certeza.

    No , em suma, a discusso da dvida que gera sua iliquidez ou incerteza, mas o prpriottulo jurdico do dbito, apurado e bem definido aps a instruo da causa, que h de convencero juiz acerca de ser ou no lquida e certa a obrigao disputada nos autos.

    Na realidade, tendo o juiz que reconhecer, para a procedncia da consignatria, que odepsito foi feito a tempo e modo e pelo montante devido, jamais haver como acolher-seconsignao de obrigao ilquida, por absoluta impraticabilidade de reconhecimento daintegralidade ou no do depsito promovido in limine litis.18

    As questes de alta indagao, em outras palavras, no se excluem da ao especial deconsignao, por mais intrincadas e complexas que se mostrem, mas o que no pode faltar,como requisito preliminar de admissibilidade da causa, a prvia comprovao, a cargo doautor, de uma relao jurdica certa quanto sua existncia, e lquida quanto ao seu objeto.19

    Deve-se, portanto, considerar superada a antiga concepo da consignatria comoexecuo inversa, que tornava inadmissvel discusso sobre validade e interpretao declusulas contratuais.20 A jurisprudncia atual firme no sentido de que a ao comporta ampladiscusso sobre a natureza, a origem e o valor da obrigao, quando controvertidos, podendo odebate, de tal sorte, versar sobre o an e o quantum debeatur,21 mesmo que se tenha queexaminar intrincados aspectos de fato e complexas questes de direito.22

    1.208. Consignao principal e incidental

    O procedimento da ao de consignao em pagamento, tal como se acha regulado pelosarts. 890 a 900 do Cd. Proc. Civ., um procedimento especial, subordinado e limitado afundamentos restritos, tanto na propositura do pedido como na resposta do demandado.

    Deve-se reconhecer, todavia, que, diante do permissivo do art. 292 do Cd. Proc. Civil,mostra-se perfeitamente admissvel a cumulao do pedido consignatrio com outros pedidosdiferentes, num mesmo processo, desde que, desprezado o rito especial da ao de consignaoem pagamento, e verificada a unidade de competncia, observe-se o procedimento ordinrio.

    Da falar-se, em doutrina, de ao consignatria principal e ao consignatria incidente.Por ao consignatria principal entende-se a que tem por nico objetivo o depsito da res debitapara extino da dvida do autor.

    O depsito em consignao, por outro lado, incidente, quando postulado em pedidocumulado com outras pretenses do devedor. Assim, perfeitamente possvel pedir-se, por

  • exemplo, o depsito do preo para se obter acolhida do pedido principal relativo ao direito depreferncia; ou, em qualquer contrato sinalagmtico, admissvel o pedido de depsito daprestao prpria, para se executar a outra a cargo do demandado; ou ainda, num caso deresciso contratual, pode o autor, desde logo, requerer a declarao de dissoluo do negcio,seguida do depsito da clusula penal ou de qualquer encargo convencional que lhe caiba naextino do vnculo.23

    O pedido de depsito incidente, conforme as circunstncias, tanto pode referir-se a umaprovidncia prvia como a uma medida final ou a posteriori. No primeiro caso, ocorrer odenominado depsito preparatrio da ao; e, no ltimo, o depsito se apresentar, geralmente,como efeito da sentena e requisito de sua execuo.

    Em qualquer das hipteses, porm, o pedido de depsito incidente tem como caractersticaseu aspecto acessrio e secundrio. pelo julgamento do pedido principal, cumulado ao dedepsito, que se definiro a sorte e a eficcia da consignao, de maneira que, rejeitado aquele,no tem condies de subsistir o depsito por si s.

    Sendo, outrossim, acessrio o depsito, no to relevante, na espcie, a liquidez e certezada obrigao, em carter preliminar, pelo menos. que, nestes casos de cumulao de pedidos,a certeza jurdica e a liquidez da obrigao sero alcanadas, via de regra, pela soluo dopedido principal. Se o depsito foi preparatrio e estiver menor do que o dbito proclamado nasentena, oportunidade ter o autor de completar a consignao, na fase executria, se a tantono se opuser algum preceito de direito material. Se o depsito for daqueles que, normalmente,se cumprem na fase de execuo, o problema da liquidez e certeza inexistir, porque, ao tempoda consignao, esse requisito j estar definitivamente acertado.

    Note-se, por ltimo que, na generalidade das prestaes ilquidas ou incertas, semprecabvel a cumulao sucessiva de apurao e declarao do quantum debeatur com o pedidoconsequente de autorizao para depsito liberatrio a posteriori. Nessas aes, que seguem o ritoordinrio, e no o da consignao em pagamento, nada impede, tambm, que o autor, desdelogo, deposite em juzo o valor em que provisoriamente estima sua dvida, o qual estar sujeito areajustes da sentena final, mas que poder muito bem ser aceito pelo demandado, comantecipao para o desate da lide, em modalidade de autocomposio.24

    A propsito dessas duas modalidades de pretenso de depositar o quantum debeatur, Pontesde Miranda usa as denominaes de ao de consignao proposta em via principal eincidente.25

    1.209. Legitimao ad causam

    So sujeitos legtimos para figurar na relao processual as pessoas envolvidas na lide, isto ,os titulares dos interesses conflitantes.

    No caso sub cogitatione, a lide envolve, do lado ativo, o devedor e, do lado passivo, o credor,ou os diversos pretensos credores, na hiptese de dvida quanto ao legtimo titular do crdito. So,em suma, os sujeitos da lide as pessoas interessadas na obrigao e em sua extino.

    Alis, ao cuidar da consignao como fato jurdico extintivo da obrigao, o direito materialprev que para que a consignao tenha fora de pagamento se