processo administrativo fiscal

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RFB SUMÁRIO MÓDULO I PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ALTERAÇÕES MP 449/2008 Formalização do Crédito Tributário na Receita Federal Requisitos para emissão do Auto de Infração Requisitos para emissão da Notificação Fiscal Requisitos de Constituição contidos no Artigo 142 do CTN Recomendações gerais sobre a Constituição do Crédito Tributário Requisitos da Impugnação / Defesa Regras da Revelia Regras da Preclusão Produção de Provas Requerimento para Extinção do Processo Extinção do Processo sem Julgamento do Mérito Extinção do Processo com Julgamento do Mérito Prazos de Primeira Instância Início da contagem de Prazos Recomendações para fazer a Defesa Decisão de Primeira Instância Efeitos da decisão de Primeira Instância Recursos cabíveis contra decisão de Primeira Instância Recurso Voluntário Recomendações gerais para elaboração do Recurso Voluntário Decisão do Conselho de Contribuintes Recursos cabíveis contra decisão do Conselho Embargos de Declaração Recurso Especial Agravo Recurso Voluntário Requerimento de Erro Decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais Sustentação Oral nos Julgamentos Previsão Legal Necessidade de Realização Conhecimento Técnico do Processo Modelo de Construção da Sustentação Oral Recomendações Básicas para fazer a Sustentação Oral Fluxograma do Processo Administrativo na Receita Federal Dr.ª Alessandra Cunha Pereira OAB/SC 13.367 1

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RFB

SUMÁRIOMÓDULO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ALTERAÇÕES MP 449/2008

Formalização do Crédito Tributário na Receita Federal Requisitos para emissão do Auto de Infração Requisitos para emissão da Notificação Fiscal Requisitos de Constituição contidos no Artigo 142 do CTN Recomendações gerais sobre a Constituição do Crédito Tributário Requisitos da Impugnação / Defesa Regras da Revelia Regras da Preclusão Produção de Provas Requerimento para Extinção do Processo

Extinção do Processo sem Julgamento do Mérito Extinção do Processo com Julgamento do Mérito

Prazos de Primeira Instância Início da contagem de PrazosRecomendações para fazer a DefesaDecisão de Primeira Instância Efeitos da decisão de Primeira Instância Recursos cabíveis contra decisão de Primeira Instância Recurso Voluntário

Recomendações gerais para elaboração do Recurso Voluntário Decisão do Conselho de ContribuintesRecursos cabíveis contra decisão do Conselho

Embargos de Declaração Recurso Especial AgravoRecurso Voluntário Requerimento de Erro

Decisão da Câmara Superior de Recursos FiscaisSustentação Oral nos Julgamentos

Previsão LegalNecessidade de RealizaçãoConhecimento Técnico do Processo Modelo de Construção da Sustentação Oral Recomendações Básicas para fazer a Sustentação Oral

Fluxograma do Processo Administrativo na Receita Federal

MÓDULO II

Modelos de casos reais de Peças ProcessuaisAuto de Infração da Receita Federal sobre Omissão de Receita Defesa do Contribuinte / SRFRecurso VoluntárioEmbargos de DeclaraçãoRecurso Especial – Divergência

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Agravo – Despacho que nega seguimento do Recurso Especial MÓDULO III

Jurisprudências do Conselho Administrativo e Câmara Superior aplicável no Processo

Súmulas do CARF e CSRF

Ação Judicial x Processo AdministrativoCompetência de ConstitucionalidadeConstituição do Crédito Tributário para evitar a DecadênciaDecisão do Supremo Tribunal FederalMesmo ObjetoPrevalência da decisão Judicial sobre a AdministrativaRenúncia ao PAF

Admissibilidade dos RecursosDepósito de 30% para garantiaIntempestividadePedido de ReconsideraçãoPerda do ObjetoRecurso HierárquicoRecurso EspecialRequisitos dos arts. 15, 16 e 33 do decreto nº 70.235/72Recurso de OfícioSupressão de Instância “Refomatio in Pejus”

Aplicação do art. 142 ao PAF/SRFDecisão do Processo MatrizEmbargos de DeclaraçãoMatéria PreclusaNulidades

Apreciação completa da Defesa e do RecursoAusência de descrição dos fatos e fundamentos da ExigibilidadeAutoridade IncompetenteArt. 147 § 1º do CTNArt. 59 do decreto 70.235/72Cerceamento de DefesaCiência da Exigência Tributária e da DecisãoConstituição do Crédito TributárioContradição entre Fatos e Fundamento legalDecisão ContraditóriaDecisão que aproveita ao ContribuinteDecisão sem FundamentaçãoDescrição Incompleta do Ilícito / Falta de ClarezaErrônea eleição do Sujeito PassivoInépciaLançamento ComplementarLocal da lavratura do Auto de InfraçãoNotificação – RequisitosOficialidadeTermo de início da FiscalizaçãoSupressão de Instância

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DecadênciaProdução de Provas

Acréscimo Patrimonial a descobertoAuditoria de ProduçãoDepósito BancárioDesclassificação ContábilDiligênciasDocumentos InidôneosErro de FatoEscritura PúblicaFato SupervenienteGastos incompatíveis com a RendaGlosa de DespesasLaudo TécnicoNotificação Fiscal – Não AtendimentoOmissão de ComprasOmissão de ReceitaOmissão de RendimentosÔnus da ProvaPeríciaPresunçãoProva EmprestadaPassivo FictícioSaldo Credor de CaixaSubfaturamentoSuprimento de Numerário

Suspensão da Exigibilidade

MÓDULO IV

Coletânea da Legislação Processual AdministrativoDecreto nº 70.235/72 – Instituiu o Processo AdministrativoLei nº 9.784/99 – Princípios do Processo AdministrativoDecreto nº 4.523/2002Decreto nº 2.346/1997Instrução Normativa nº 264/2002 da Secretaria da Receita FederalPortaria nº 117/2007 do Ministério da Fazenda

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MÓDULO 1 - Formalização do Crédito Tributário pela Receita Federal

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ALTERAÇÕES MP 449/2008

IMPORTANTE: As principais alterações, com relação a unificação do Conselho de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos FISCAIS, será realmente efetivada em 180 dias, a partir de 04.12.2008, enquanto isso, continuam as mesmas disposições anteriores.

A MP 449/2008, a partir de 04.12.2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, alterou alguns artigos do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, relativo ao Processo Administrativo Tributário.

UNIFICAÇÃO DOS CONSELHOS DE CONTRIBUINTES E CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS NO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

Conforme art. 43 da MP 449/2008 , convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, bem como a Câmara Superior de Recursos Fiscais foram unificados e criado o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, transferindo-se a esse novo órgão as atribuições e competências dos extintos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Assim, as disposições da legislação tributária em vigor, que se refiram aos Conselhos de Contribuintes e à Câmara Superior de Recursos Fiscais devem ser entendidas como pertinentes ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme art. 47 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009.

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que substitui o Conselho de Contribuintes e Câmara Superior de Recursos Fiscais terá competência para julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância (Delegacias de Julgamento), bem como recursos especiais, sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Importante: o Ministério de Estado da Fazenda terá 180 (cento e oitenta) dias, a partir de 04.12.2008l, para instalar o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, bem como elaborar o seu regimento interno, enquanto não instalado, permanece a competência dos atuais Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

ESTRUTURAÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

A estrutura e composição do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais foi dada pelas alterações promovidas pelo art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou os artigos 25, 26 e 37 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais será constituído por seções e pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. As seções serão especializadas por matéria e constituídas por câmaras. As câmaras poderão ser divididas em turmas.

O Ministro de Estado da Fazenda poderá criar, nas seções, turmas especiais, de caráter temporário, com competência para julgamento de processos que envolvam valores reduzidos ou matéria recorrente ou de baixa complexidade, que poderão funcionar nas cidades onde estão localizadas as Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil.

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Na composição das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais, será respeitada a paridade entre representantes da Fazenda Nacional e representantes dos contribuintes. Os cargos de Presidente das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais serão ocupados por conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que, em caso de empate, terão o voto de qualidade, e os cargos de Vice-Presidente, por representantes dos contribuintes.

Os conselheiros serão designados pelo Ministro de Estado da Fazenda para mandato, limitando-se as reconduções, na forma e no prazo estabelecidos no regimento interno.

Constituição da Câmara Superior de Recursos Fiscais

A Câmara Superior de Recursos Fiscais será constituída por turmas, compostas pelos Presidentes e Vice-Presidentes das câmaras.

As turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais serão constituídas pelo Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (ocupado por conselheiros representantes da Fazenda Nacional), pelo Vice-Presidente (ocupado por conselheiro representante dos contribuintes), pelos Presidentes e pelos Vice-Presidentes das câmaras. Em caso de empate nos julgamentos, o Presidente dará o voto de qualidade (desempate).

Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, no prazo de 15 (quinze) dias da ciência do acórdão ao interessado:

a) do Procurador da Fazenda Nacional de decisão não-unânime de Câmara, turma de Câmara ou turma especial, quando for contrária à lei ou à evidência da prova;

b) do contribuinte ou do Procurador da Fazenda Nacional de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Das decisões de Câmara, de turma de Câmara ou de turma especial que der provimento a recurso de ofício, caberá recurso voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias, à Câmara Superior de Recursos Fiscais.

SÚMULAS VINCULANTES

A Câmara Superior de Recursos Fiscais poderá, nos termos do regimento interno, após reiteradas decisões sobre determinada matéria e com a prévia manifestação da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, editar enunciado de súmula que, mediante aprovação de dois terços dos seus membros e do Ministro de Estado da Fazenda, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos da administração tributária federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial.

A Câmara Superior de Recursos Fiscais poderá rever ou cancelar súmula, de ofício ou mediante proposta apresentada pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional ou pelo Secretário da Receita Federal do Brasil.

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LIMITAÇÕES NOS JULGAMENTOS

No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, exceto na existência de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:

a) que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal;

b) que fundamente crédito tributário objeto de: b1) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda

Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522/ 2002; b2) súmula da Advocacia-Geral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73/93; ou b3) pareceres do Advogado-Geral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do

art. 40 da Lei Complementar nº 73/93.

PRESCRIÇÃO DE CRÉDTIDOS TRIBUTÁRIOS

Menciona o art. 48 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que a prescrição dos créditos tributários, inclusive das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/91 e as de outras entidades e fundos (terceiros), pode ser reconhecida de ofício pela autoridade administrativa.

NÃO É NECESSÁRIO O LANÇAMENTO DE OFÍCIO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO OBJETO DE DEPÓSITO JUDICIAL

O art. 49 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, determinou que prescinde do lançamento de ofício destinado a prevenir a decadência (art. 63 da Lei nº 9.430/96), o crédito tributário relativo a tributo sujeito ao lançamento por homologação, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso II do art. 151 do Código Tributário Nacional (depósito judicial).

REABERTURA DE PROCEDIMENTO FISCAL EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO JÁ AUDITADO

Menciona o art. 53 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que em relação aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é possível mais de um procedimento de fiscalização sobre o mesmo período de apuração de um mesmo tributo, mediante ordem emitida por autoridade administrativa competente, nos termos definidos pelo Poder Executivo, portanto estendo o reexame também às contribuições previdenciárias, fato que na legislação tributária federal já existia tal disposição.

INTIMAÇÃO POR EDITAL

Conforme art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 23 do Decreto nº 70.235/72, permite a intimação por Edital do sujeito passivo que tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal da Receita Federal do Brasil.

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INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO

Consoante art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 23 do Decreto nº 70.235/72, dispõe que o prazo de intimação feita por meio eletrônico é de:

a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo;

b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto em "a"; ou

c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.

PROCESSO ELETRÔNICO – AUTORIDADE PREPARADORA

Segundo o art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 24 do Decreto nº 70.235/72, determina quando o ato de preparação do processo for praticado por meio eletrônico, a administração tributária poderá atribuir o preparo do processo a unidade da administração tributária diversa da unidade de jurisdição do sujeito passivo. OUTRAS ALTERAÇÕES

O art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, alterou o art. 9º do Decreto nº 70.235/72, objetivando adaptar as regras do processo administrativo federal às exigências de contribuições previdenciárias e do Simples Nacional.

Igualmente, foi revogado o parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235/72 que previa reabertura do prazo de impugnação quando do agravamento da exigência pela decisão

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FORMALIZAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIONA RECEITA FEDERAL

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AUTO DE INFRAÇÃO

FORMALIZAÇÃFORMALIZAÇÃOO

NOTIFICAÇÃO FISCAL

Lavrado por auditor fiscal da Receita Federal

– fiscalização externa.

Expedida pelo órgão que

administra o tributo –

fiscalização

Comentário

A legislação indica a forma que a administração pública deve constituir o crédito tributário a seu favor, relacionando o Auto de Infração e Notificação Fiscal como os únicos meios de formalizar a exigência da obrigação tributária.

Se a exigência se der por meios diversos do modelo da lei – ex. Aviso de Cobrança – o lançamento é tido como irregular, levando o processo fiscal a extinção sem analisar o mérito da exigência, ou seja, a exigência não pode se formalizar por meios e procedimentos diferentes da lavratura do Auto de Infração ou Notificação Fiscal.

Se por ocasião da formalização, seja ela por Auto de Infração ou Notificação Fiscal, for constatado que a conduta do contribuinte tida como irregular, infringiu a legislação de outros tributos além do fiscalizado, a autoridade irá emitir um Auto ou Notificação para cada imposto ou contribuição, e como conseqüência se “a comprovação dos atos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova, as exigências relativas ao mesmo sujeito passivo, serão objeto de um só processo, contendo todas as notificações de lançamento e autos de infração.”

(Fonte da informação – art. 9º do Decreto nº 70.235/72)

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REQUISITOS PARA EMISSÃO DO AUTO DE INFRAÇÃO

Nas fiscalizações externas, realizadas pelos Auditores da Receita Federal, se a autoridade não concordar com os lançamentos realizados pelo contribuinte na apuração e cálculo dos tributos federais, constituirá a nova relação tributária com o recálculo do tributo, formalizando este valor de crédito tributário na figura do Auto de Infração, que terá obrigatoriamente os seguintes requisitos de ordem formal, previstos em lei:

1. A qualificação do autuado/contribuinte,com indicação completa do nome, endereço e

inscrição CNPJ;2. O local, a data e a hora da lavratura;3. Descrição do fato tido como irregular, de forma clara e inteligível, para que o contribuinte

possa exercer o seu direito de defesa;4. O dispositivo legal infringido e a penalidade aplicável que corresponde ao fato tido como

irregular;5.5. A determinação da exigência – o valor do tributo e seus respectivos encargos – e a

intimação para pagá-la ou impugná-la no prazo de trinta dias;6. A assinatura do autuante (fiscal), a indicação do seu cargo ou função na Receita Federal e

seu respectivo número de matrícula;7. Elementos de prova – artigo 9o – Termos , laudos e depoimentos indispensáveis.

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REQUISITOREQUISITOSS

Qualificação do Autuado

AUTO DEAUTO DE INFRAÇÃOINFRAÇÃO

Local, Data e Hora

Descrição do Fato

Dispositivo Legal

Infringido

Determinação da Exigência

Assinatura do Autuante

Elementos de Prova

Comentário

A ausência de algum destes requisitos de ordem formal na emissão do Auto de Infração, é tido

pela jurisprudência administrativa com nulidade do procedimento e como conseqüência a

extinção do processo fiscal sem o julgamento do mérito.

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REQUISITOS PARA EMISSÃO DA NOTIFICAÇÃO FISCAL

A notificação fiscal por sua vez, será emitida pelo órgão que administra o tributo nas fiscalizações internas, com objetivo de constituir uma nova relação tributária com o recálculo do tributo, que terá obrigatoriamente os seguintes requisitos de ordem formal, previstos em lei:

1. A qualificação completa do notificado/ contribuinte, com nome, endereço e inscrição no CNPJ ou CPF do MF;

2. O valor do crédito tributário e o prazo para seu recolhimento ou impugnação;3. Disposição legal infringida, se for o caso;4. A assinatura da notificação pelo chefe do órgão expedidor ou de outro servidor público

autorizado, e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula;5. Se a notificação de lançamento for emitida por processo eletrônico, fica dispensada a

assinatura do chefe do órgão ou servidor autorizado;6. Elementos de prova indispensáveis – termos, laudos e depoimentos.

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REQUISITOREQUISITOSS

Qualificação completa

NOTIFICAÇÃONOTIFICAÇÃO FISCALFISCAL

Valor do crédito

Disposição legal

infringida

Assinatura - chefe do

órgão expedidor

Processo eletrônico, dispensa

Elementos de prova

indispensáveis

Comentário

A ausência de algum destes requisitos – a exemplo do Auto de Infração -, é tido pela

jurisprudência administrativa com nulidade do procedimento e como conseqüência a extinção

do processo fiscal sem o julgamento do mérito.

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REQUISITOS DE CONSTITUIÇÃO CONTIDOS NO ARTIGO 142 DO CTN

Além dos requisitos formais para a emissão do Auto de Infração e Notificação Fiscal, na constituição do crédito tributário em favor do fisco, deve a autoridade fiscal se pautar também pelos requisitos formais do art. 142 do Código Tributário Nacional, ou seja, soma-se os requisitos da emissão da lavratura do auto com os previstos no art. 142 CTN.

A ausência dos requisitos do art. 142 na lavratura do auto leva a nulidade do lançamento, segundo a orientação unânime da jurisprudência administrativa do Conselho e Câmara Superior.

Vale a pena detalhar os requisitos do art. 142 do CTN, conforme narramos:

a) Fato Gerador – verificar inicialmente se o contribuinte fiscalizado praticou a conduta econômica tida como hipótese de incidência – no caso do IRPJ a existência de lucro líquido;

b) Matéria Tributável – aplicar e verificar se a legislação foi corretamente observada no lançamento tributário pelo contribuinte ou pelo fiscal na formalização do crédito tributário;

c) Montante do Tributo – calcular o montante de tributo devido, discriminado o valor do TRIBUTO, MULTA e JUROS – ser for o caso;

d) Contribuinte – neste lançamento a autoridade deverá nominar o contribuinte infrator da norma tributária;

e) Penalidade – propor a aplicação na penalidade cabível a conduta irregular do contribuinte.

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REQUISITOS

FatoGerador

ART.142 CTN

MatériaTributável

Montante Do Tributo

Contribuinte

Penalidade

Comentário

Com todos estes requisitos de ordem formal – se cumpridos – dá-se o

nascimento da obrigação tributária pelo lançamento e também abre

prazo para a impugnação deste mesmo lançamento por parte do

contribuinte – inicia-se o processo fiscal.

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RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

ANÁLISE PRELIMINAR DA AUTUAÇÃO:

1) Leitura atenta ao auto de infração ou notificação fiscal, com objetivo de verificar se todos os requisitos estão presentes na sua emissão;

2) No caso de auto de infração, conferir se o fato descrito está claro e propicia uma boa defesa ao contribuinte;

3) No caso de notificação fiscal, verificar se o tributo já não está pago;

4) Verificar: se ocorreu o fato gerador da obrigação tributária colocada no AUTO ou na NOTIFICAÇÃO; a matéria tributável; se o montante do tributo devido corresponde à base de cálculo; se o contribuinte/autuado ou notificado é o sujeito passivo daquele tributo; e se a penalidade é cabível ao fato tido como irregular – art. 142 do Código Tributário Nacional;

5) Verificar se o agente atuante é capaz ou se não é suspeito/ Art. 18 da Lei 9.784/99.

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REQUISITOS DA IMPUGNAÇÃO/DEFESA

Se o contribuinte não concordar com a lavratura do Auto de Infração ou Notificação Fiscal, deverá formalizar a sua discordância por meio de sua Defesa ou Impugnação no processo fiscal, oferecendo uma resistência a pretensão contida no lançamento feito pela autoridade fiscal, que terá também os seguintes requisitos formais:

1) A defesa (reclamação ou impugnação) ao Auto de Infração ou Notificação será sempre formulada por escrito, dirigida à autoridade julgadora e na qual constarão o nome completo do contribuinte, endereço e inscrição no CNPJ;

2) Manifestação precisa e específica sobre todos os fatos narrados no Auto de Infração ou Notificação;

3) Exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos, pelo contribuinte, contra a exigência fiscal;

4) A defesa será instruída com todos os documentos em que se fundamentam as alegações do contribuinte;

5) Requerer a improcedência da exigência fiscal com ou sem julgamento do mérito (pedido), devendo ainda formular pedido de diligências ou perícia, expondo os motivos que a justifiquem, com indicação dos quesitos investigativos referentes aos exames desejados, bem como, no caso da perícia, nome, endereço e qualificação profissional de seu perito.

A ausência de um destes requisitos de ordem formal levará ao insucesso da defesa, independentemente do contribuinte ter ou não razão quanto a exigência tributária contida no auto ou notificação, por expressa previsão legal contida no art. 17 do Decreto nº 70.235/72.

Para melhor visualizar a necessidade do contribuinte em fazer uma boa peça de defesa, descreveremos as conseqüências advindas da ausência dos requisitos:

a) Escrita- se não for formalizada por escrito será inexistente, validando totalmente a exigência em favor do fisco;

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REQUISITOS DA DEFESA

ESCRITA MANIFESTAÇÃO

QUANTO A ACUSAÇÃO

PRODUÇÃO DE PROVAS

RAZÕES DE FATO E DIREITO

REQUERIMENTOS

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b) Manifestação Quanto a Acusação – se o contribuinte não se manifestar sobre os fatos constitutivos da infração, relatados no auto ou notificação, estes serão tidos com verdadeiros – revelia;

c) Razões de Fato e Direito – terá ainda o contribuinte de articular na defesa as razões fáticas e as de direito que impendem a constituição do crédito tributário em favor do fisco – convencer a autoridade julgadora se o fiscal tem ou não razão;

d) Produzir Provas – quanto aos fatos articulados na manifestação da acusação e nas razões fáticas de improcedência da exigência;

e) Requerimentos Para Extinção do Processo – sem julgamento do mérito quando houver nulidades – requisitos formais - e com julgamento do mérito quanto a obrigação, além do pedido de produção de provas.

Estes são os requisitos de ordem formal que não podem ser esquecidos pelo contribuinte na elaboração de sua defesa administrativa.

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REGRAS DA REVELIA

Quanto a revelia no Processo Fiscal, relatamos o seguinte:

1. Os fatos afirmados por uma parte e não impugnados pela parte contrária presumem-se verdadeiros;

2. No processo administrativo, a exemplo do judicial, cabe ao contribuinte a impugnação de todos os fatos articulados no Auto de Infração ou na Notificação Fiscal. Deixando de impugnar algum fato, ele passa a ser verdade para o julgador;

3. Se na constituição do crédito tributário, formalizado pelo Auto de Infração ou Notificação Fiscal, faltar algum elemento de prova indispensável à comprovação da irregularidade tributária, não ocorrerá a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo agente fiscal e decorrentes daquele documento faltante;

4. A presunção de veracidade aplica-se tão-somente aos fatos constitutivos e não propriamente de direito; ou seja, a falta de impugnação destes (de direito) não gera necessariamente a procedência do Auto de Infração ou Notificação Fiscal.

Assim, recomenda-se que o contribuinte na sua peça de defesa não deixe de se manifestar sobre todos os fatos articulados pelo fiscal no auto de infração, sob pena de se aplicar a regra/princípio da revelia em favor do fisco.

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REVELIA

CONCEITO PRESUNÇÃO DE

VERACIDADE

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

REGRAS DA PRECLUSÃO

No Processo Fiscal, - a exemplo do judicial – os atos processuais tem um determinado prazo fixado na legislação para a sua produção, ou seja, tem um momento adequado para acontecer, dos quais destacamos:

a) Defesa – trinta dias após a intimação;

b) Produção de Prova Documental – junto com a Defesa, em anexo;

c) Produção de Prova Pericial – com requerimento expresso na peça de Defesa, indicando os quesitos, assistente técnico, etc.;

d) Impugnação aos Fatos Articulados pelo Fiscal no Auto de Infração – no momento da Defesa.

Se o contribuinte não pratica ou produz o ato processual no momento adequado ele está impedido de praticar em outro prazo ou momento, operando-se a preclusão processual.

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PRECLUSÃO

CONCEITO MOMENTO DA

PRODUÇÃO

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PRODUÇÃO DE PROVAS

São as regras da prova a ser produzida no Processo Fiscal, pelo fiscal no Auto de Infraçao e contribuinte na Defesa, a saber:

1) Ao emissor do auto de infração cabe a prova dos fatos por ele alegados e que fundamentam a exigência tributária, como elemento indispensável à comprovação da infração. Artigo 333 CPC;

2) Ao contribuinte cabe a prova dos fatos que, de modo direto ou indireto, atestam a inexistência das afirmações contidas no auto de infração ou notificação fiscal.

3) Não dependem de prova: os fatos notórios de conhecimento de todos; aqueles afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; os admitidos no processo como incontroversos; aqueles em cujo favor milita a presunção legal de existência ou de veracidade – omissão da receita no IR;

4) A prova documental produzida pelo Fisco deve ser formalizada junto com o auto de infração ou notificação fiscal, e a produzida pelo contribuinte junto com a impugnação/contestação/defesa;

5) Diligências e perícias devem ser requeridas pelo contribuinte na contestação/impugnação, com necessidade de expor os motivos que a justifiquem e com indicações de quesitos; no caso de perícia, também na própria impugnação deve ser indicado o nome, endereço e qualificação do perito da empresa;

6) Não cabe produção de prova testemunhal ou depoimento pessoal.

Com estas regras, define-se claramente a quem cabe o ônus e momento propício para a sua produção.

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PRODUÇÃO DE PROVAS

ÔNUS DOCUMENTAL

PERÍCIA

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

REQUERIMENTO PARA EXTINÇÃO DO PROCESSO

O processo administrativo fiscal é extinto pelas autoridades julgadoras, desde que conste no requerimento da defesa, com Julgamento do Mérito acolhendo ou rejeitando a pretensão do fisco, contida no auto ou notificação. Pode ainda, a extinção se dar Sem o Julgamento do Mérito, onde a extinção se da por uma nulidade do procedimento de constituição do crédito tributário.

Aconselhamos que se faça dois pedidos autônomos na peça de impugnação – com e sem mérito, condição para que o julgador extinga o processo analisando as duas situações.

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EXTINÇÃO DOPROCESSO

Sem Julgamento Sem Julgamento do Méritodo Mérito

Com Julgamento Com Julgamento do Méritodo Mérito

REQUERIMENTOREQUERIMENTO

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO

Nas seguintes situações, o contribuinte deve explicar na peça de defesa a extinção do processo sem o julgamento do mérito, incluindo a pretensão no requerimento:

1) Quando o julgador extingue o processo sem acolher ou rejeitar a pretensão do Fisco, em decorrência do vício na emissão;

2) Incompetência absoluta - quando o Auto de Infração ou Notificação Fiscal for lavrado por servidor que não tem competência para fiscalizar - nulidade;

3) Requisitos formais para nulidade do Auto de Infração ou Notificação Fiscal: quando faltar a qualificação completa do contribuinte, ou a indicação do local, a data e a hora da lavratura; quando faltar a narração dos fatos que deram ensejo à autuação; ou se a narração não corresponder à infração apontada; ou se a narração for confusa e dificultar o direito de defesa;

4) Litispendência - quando já houver autuação ou notificação no mesmo sentido;

5) Coisa julgada – quando a exigência tributária se reproduz em exigência idêntica a outra que já foi julgada no mérito em outro processo administrativo ou judicial.

Tal situação de nulidade deverá ser demonstrada e provada na peça de defesa – razões de fato e direito – seguida de pedido expresso de extinção do processo por nulidade – sem julgamento do mérito.

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NULIDADESNULIDADES

ConceitoIncompetência Absoluta

Requisitos Formais

Litispendência

Coisa Julgada

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EXTINÇÃO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DO MÉRITO

1. Quando o julgador acolher ou rejeitar a pretensão fiscal exigida no Auto de Infração, manifestando-se sobre o mérito;

2. Nega-se todos os fatos articulados no Auto de Infração ou Notificação Fiscal em oposição à pretensão da exigência tributária – contestação absoluta;

3. O autuado poderá admitir os fatos que são articulados no Auto de Infração ou Notificação, negando-lhes, no entanto as conseqüências jurídicas expostas na constituição do crédito tributário pelo Auto ou Notificação;

4. O autuado poderá admitir todos os fatos e suas respectivas conseqüências, mas aduzirá outros fatos que impeçam, modifiquem ou extingam a pretensão do Fisco. Exemplo: praticou o fato gerador do tributo, mas já pagou (fato extintivo);

5. Prescrição/decadência – se o fato gerador do tributo já tiver acontecido há mais de cinco anos, não cabe sua constituição através de Auto de Infração ou Notificação Fiscal.

A peça de defesa, com pedido expresso de julgamento de mérito, terá como decisão o acolhimento ou rejeição da pretensão fiscal, contida no auto ou notificação por parte da autoridade julgadora.

Nestes casos, a decisão deve dar uma solução para a controvérsia entre fisco e contribuinte, pondo fim ao litígio com julgamento.

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MÉRITOMÉRITO

Contestação Absoluta

Fatos Articulados

Pretensão Do Fisco

Prescrição / Decadência

Conceito

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

PRAZOS DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

Apresentação da Defesa Para apresentar impugnação/defesa o ao Auto de Infração ou Notificação Fiscal: 30 dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. A defesa deve ser dirigida ao Delegado da Receita Federal do domicílio do contribuinte;

Agravamento da Exigência Na hipótese de agravamento da exigência fiscal decorrente de decisão em 1ª Instância, o prazo de 30 dias para apresentação de nova impugnação /defesa começará a fluir a partir desta nova intimação - Artigo 18 § 3o;

Contagem 1º) Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição pública onde tramita o processo administrativo - Artigo 5o;

2º) Os prazos são contínuos, e a contagem inicia-se no primeiro dia útil subseqüente à data da notificação ou intimação, incluindo-se o último.

Voltar ao Sumário

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PRAZOS PRAZOS 1ª INSTÂNCIA1ª INSTÂNCIA

ApresentaçãApresentação o dada

DefesaDefesa

AgravamentAgravamento o da da

ExigênciaExigência

ContagemContagem

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

INÍCIO DA CONTAGEM DE PRAZOS

Observação: Também admitida a intimação por meio Observação: Também admitida a intimação por meio ELETRÔNICOELETRÔNICO, a partir da Lei , a partir da Lei 11.196 de 2005, que alterou o art. 23, inciso III, do Decreto 70.235/7211.196 de 2005, que alterou o art. 23, inciso III, do Decreto 70.235/72

A intimação visa dar conhecimento ao contribuinte da ocorrência de determinado ato ou procedimento no âmbito do Processo Fiscal, a fim de que o intimado, tome ciência do fato ocorrido e pratique os atos necessários para o prosseguimento do processo.

No Processo Fiscal da União, o contribuinte é intimado dos seguintes atos processuais:

a) da lavratura do Auto de Infração ou Notificação Fiscal;

b) da decisão administrativa de primeira instância;

c) da decisão administrativa do CARF – segunda instância;

d) da decisão administrativa da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Esta intimação será feita da seguinte forma, a critério da autoridade:

I. Pessoal – realizada na figura do contribuinte ou de alguém que o represente, provada com a assinatura do mesmo, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;

II. Via Postal, telegráfica ou qualquer outro meio com prova de recebimento - no domicílio tributário eleito pelo próprio contribuinte; e

III. Edital – se não for possível a intimação pessoal ou postal, será publicado, uma única vez, em órgão de imprensa oficial local, ou afixado em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação.

IV. Eletrônico – no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; e ainda no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; mediante o endereço

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DELEGACIADELEGACIA JULGAMENTOJULGAMENTO

CARF -CARF - CONSELHOCONSELHO

ADMINISTRATIVADMINISTRATIV

CAMARACAMARA SUPERIOR DE SUPERIOR DE

RECURSOSRECURSOS FISCAISFISCAIS

INTIMAÇÃOINTIMAÇÃO

PESSOALPESSOAL POSTALPOSTAL EDITALEDITAL

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. O endereço eletrônico somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informar-lhe-á as normas e condições de sua utilização e manutenção.

E por último, considera-se feita a intimação – data que começa a fluir o prazo para prática do ato processual:

a) Pessoal – da data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação no caso de recusa;

b) Postal - da data do recebimento, ou se omitida, 15 dias após a sua expedição; e

c) Edital – 15 dias após a publicação ou a fixação do edital.

d) Eletrônico – 15 (quinze) dias contados da data registrada: no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; ou no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo

Estes são os meios de intimação utilizados, nas instâncias administrativas, no processo fiscal dos tributos da União e administrados pela Receita Federal.

Base: art. 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972

RECOMENDAÇÕES PARA FAZER A DEFESA

Não perder o prazo para apresentar a impugnação/defesa – 30 dias da intimação do Auto de Infração ou Notificação Fiscal;

Alegar, na impugnação, todas as defesas que tiver contra a exigência tributária, ainda que sejam incompatíveis entre si, pois na eventualidade do julgador não acolher uma delas possa examinar a outra, expondo as razões de fato e de direito;

Explicar as deficiências processuais, quando existirem, com objetivo de extinguir o processo sem julgamento do mérito;

Verificar: se ocorreu o fato gerador da obrigação tributária colocado no Auto ou na Notificação, a matéria tributável; se o montante do tributo corresponde à base de cálculo; se o autuado/notificado é o sujeito passivo daquele tributo; se a penalidade corresponde ao fato tido como irregular;

Manifestar-se precisamente sobre todos os fatos descritos como irregulares no Auto de Infração ou na Notificação Fiscal;

Usar todos os meios de prova para desconstituir a exigência fiscal – documental e pericial;

Pesquisar na jurisprudência administrativa e judicial se existe pronunciamento sobre a matéria objeto da autuação, utilizando-se também desta fonte para impugnar a exigência;

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Evitar a confissão de condutas irregulares que possam ensejar a abertura de processo criminal por sonegação fiscal – crimes contra a ordem tributária.

DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

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DECISÃODECISÃO

REQUISITOREQUISITOSS

CONTEÚDOCONTEÚDO

Compete exclusivamente aos Delegados da Receita Federal titulares de Delegacias (decisão colegiada) especializadas em julgar;

Reconhecer a procedência ou improcedência da exigência tributária, expondo claramente as razões de fato e de direito que repousa a solução da controvérsia entre Fisco e contribuinte – com base em pedidos de extinção do processo com ou sem julgamento do mérito;

O julgador terá que analisar todas as questões de fato e de direito expostas na exigência tributária, bem como as questões de resistência expostas na impugnação;

A ausência de apreciação parcial ou total sobre razões de ordem fática ou jurídica – pelo julgador -, expostas pelo Fisco ou contribuinte, representa ofensa

REQUISITREQUISITOSOS

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Voltar ao SumárioEFEITOS DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

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Julgamento - é o pronunciamento do Delegado da Receita Federal em colegiado sobre os fatos e direitos sobre os quais se fundamenta a exigência tributária e sobre a resistência oposta pelo contribuinte;

Conteúdo – a decisão conterá relatório resumido do Auto de Infração ou Notificação Fiscal, bem como das razões de defesa suscitadas na impugnação contra a exigência tributária;

Reconhecer a revelia do contribuinte quanto aos fatos expostos na autuação e não contestados na impugnação;

CONTEÚDOCONTEÚDO

EFEITOS EFEITOS

DEFINITIVDEFINITIVOO

SUSPENSIVSUSPENSIVOO

Quando o contribuinte deixou de fazer, no prazo de 30 dias, o recurso voluntário contra decisão a ele desfavorável, bem como quando deixou de impugnar total ou parcialmente a exigência tributária, onde o órgão preparador fará a cobrança amigável do débito tributário; não obtendo êxito nesta

Quando for interposto recurso pela parte vencida no prazo legal, onde o órgão preparador fará a remessa para julgamento em 2ª instância – Conselho de Contribuintes. Este recurso suspende a exigibilidade do crédito tributário.

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RECURSOS CABÍVEIS CONTRA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

RECURSO VOLUNTÁRIO

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RECURSOS RECURSOS

VOLUNTÁRIVOLUNTÁRIOO

OFÍCIOOFÍCIO

contra decisão total ou parcialmente desfavorável ao contribuinte –

dentro de trinta dias da intimação

de decisão desfavorável ao fisco, total ou

parcial, será o recurso feito pela

própria autoridade julgadora, mediante

RECURSORECURSOVOLUNTÁRIOVOLUNTÁRIO

FUNÇÃOFUNÇÃO PRAZOPRAZO

Reformar a decisão de primeira instância,

contrária ao contribuinte.

ADMISSIBILIDAADMISSIBILIDADEDE

Arrolamento de bens – equivale a 30% da exigência contida na decisão – Decreto

nº 70.235/72 (NÃO mais exigido –ADI RFB Nº 9 DE

05/06/07)

30 dias da data da ciência

da decisão.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASILRFB Nº 9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007

Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art. 1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, declara:

Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já efetuados.

CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO

Verificar se todos os fatos e razões de direito relatados na impugnação foram analisados pelo julgador de primeira instância; caso haja apreciação parcial, deve-se pedir nulidade do julgamento com base no princípio constitucional da ampla defesa;

De decisão que seja total ou parcialmente desfavorável ao contribuinte, deverá ser interposto recurso voluntário num prazo de 30 (trinta) dias da ciência da decisão. É requisito deste recurso o arrolamento;

Endereçar o recurso para o Conselho de Contribuintes, observando a seguinte competência por matéria:

Primeira Seção do CARF. Segunda Seção do CARF Terceira Seção do CARF Turmas Especiais são reguladas, no que couber, pelas disposições deste Regimento

aplicáveis ao CARF.

Base: artigos 2º , 3º e 4º do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF 256/2009 de 22.06.2009.

Verificar se existe jurisprudência do Conselho de Contribuintes sobre a matéria objeto do julgamento, bem como citá-lo ao recurso

DECISÃO DO CARF - CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

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DECISÃODECISÃO

CONTEÚDCONTEÚDOO

EFEITOSEFEITOS

CONTEÚDOCONTEÚDO

EFEITOSEFEITOS

A decisão será escrita, redigida na forma de acórdão ou resolução, assinada pelo relator e pelo presidente do CARF, e dela constará o nome dos conselheiros presentes, especificando-se, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos;

A decisão do CARF deverá apreciar todos os fatos e fundamentos colocados no recurso que pleiteia a reforma da decisão de 1ª instância, iniciando pelas questões preliminares (que acarretam a extinção do processo sem julgamento do mérito) e, se superadas as preliminares, passa-se para o mérito;

O julgamento que acolhe ou rejeita o pedido de

DEFINITIVO

SUSPENSIVO

quando o contribuinte ou o Fisco deixam de interpor recurso contra decisão do CARF a eles desfavorável, ou se este recurso não for aceito. O órgão preparador fará a cobrança amigável do débito tributário; não obtendo êxito nesta cobrança amigável, o débito será inscrito em dívida ativa e encaminhado para cobrança judicial.quando for interposto recurso pela parte vencida no prazo legal, onde o órgão preparador fará a remessa à Câmara Superior de Recursos Fiscais . Este recurso continua mantendo suspensa a exigibilidade do crédito tributário.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

RECURSOS CABÍVEIS CONTRA DECISÃO DO CARF

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

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RECURSOSRECURSOS

EmbargoEmbargos des de

DeclaraçDeclaraçãoão

RecursoRecurso EspecialEspecial

Agravo –Agravo – Não Não mais mais previstoprevisto após

RecursoRecurso VoluntárVoluntár

ioio

RequerimeRequerimento dento de ErroErro

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

FUNÇÃO PRAZOS

FUNÇÃO

– tem como finalidade completara decisão omissa ou, ainda, torná-la clara quando houver obscuridade, dúvida ou contradição do julgado em relação aos fatos e matéria de direito; ou seja, visa completar ou esclarecer o julgado do Conselho de Contribuintes – prazo para interposição: 5 (cinco) dias após a ciência do acórdão.

PRAZOS

5 (cinco) dias contados da ciência da decisão do Conselho de Contribuintes, interrompendo o prazo para interposição de recurso especial ou voluntário;

No caso de interposição, o prazo para qualquer recurso fica suspenso até o pronunciamento sobre a omissão ou o esclarecimento, recomeçando a contagem, 32

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

RECURSO ESPECIAL

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FUNÇÃO

À Câmara Superior de Recursos Fiscais, com objetivo de reformar a decisão do Conselho de Contribuintes nos seguintes casos: decisão não unânime da Câmara do Conselho de Contribuintes, quando for contrária à lei ou à evidência de prova – privativo do procurador da Fazenda Nacional; de decisão que der a lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara do Conselho de Contribuintes ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais, cabendo ao recorrente

PRAZO 15 (quinze) dias, contados da data da decisão do Conselho de Contribuintes.

ADMISSIBILIDADE

ADMISSIBILIDADE

Na feitura de Recurso Especial à Câmara Superior por divergência de entendimento das Câmaras, deverá ser demonstrada fundamentadamente a divergência argüida, indicando a decisão divergente e comprovando-a mediante apresentação de cópia autenticada de seu inteiro teor ou de cópia da publicação em que tenha sido divulgada, ou mediante cópia de publicação de até duas ementas, cujos acórdãos serão examinados pelo Presidente da Câmara recorrida. O não cumprimento destas

RECURSO ESPECIAL

FUNÇÃO PRAZOS

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

AGRAVO

RECURSO VOLUNTÁRIO

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FUNÇÃO

Caso o Presidente da Câmara do Conselho impeça indevidamente a subida do Recurso Especial, poderá ser interposto recurso de Agravo, com o objetivo de fazer subir o processo. Este agravo deve ser dirigido/endereçado ao Presidente da própria Câmara Superior.

PRAZOS5 (cinco) dias, contados da ciência do despacho que negou seguimento ao recurso especial.

FUNÇÃO

À Câmara Superior de Recursos Fiscais – contra decisão de Câmara do Conselho de Contribuintes que julgar procedente recurso de ofício (quando o contribuinte obtém êxito em 1ª instância e este julgamento é reformado no Conselho de Contribuintes). Este recurso deve ser dirigido ao presidente

PRAZOS 30 (trinta) dias, contados da ciência do acórdão.

AGRAVO

FUNÇÃO PRAZOS

RECURSO VOLUNTÁRIO

FUNÇÃO PRAZOS

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

REQUERIMENTO DE ERRO

Artigo 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma, mediante requerimento de conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda Nacional, do titular da unidade da administração tributária encarregada da execução do acórdão ou do recorrente.

§ 1º Será rejeitado de plano, por despacho irrecorrível do presidente, o requerimento que não demonstrar com precisão a inexatidão ou o erro.

§ 2º Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá propor que a matéria seja submetida à deliberação da turma.

§ 3º Do despacho que indeferir requerimento previsto no caput, dar-se-á ciência ao requerente.

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De cálculo ou escrita. Art 66 Portaria MF

256/2009

Art. 65 Portaria MF

256/2009

REQUERIMENTO DE ERRO

FUNÇÃO PRAZOS

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DECISÃO DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

SUSTENTAÇÃO ORAL NOS JULGAMENTOS

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DECISÃODECISÃO

Trânsito Trânsito em Julgadoem Julgado

Não cabe mais recurso no intuito de reformar o teor da decisão; o processo administrativo transita em julgado, produzindo decisão definitiva. Se desfavorável ao contribuinte, o débito será encaminhado para cobrança amigável. Não tendo sucesso tal cobrança, segue para

Desta decisão cabe embargos de declaração, quando existir no acórdão obscuridade, dúvida ou contradição entre o acórdão e seus fundamentos, ou se for omitido ponto sobre o qual deveria ter se posicionado a Câmara; ou seja, a finalidade dos embargos é completar a

Embargos Embargos dede

Declaração Declaração

SUSTENTAÇAOSUSTENTAÇAO ORALORAL

Câmara SuperiorCâmara Superior de Recursosde Recursos

Art. 58 do Regimento Interno – Anexo II – Portaria MF

256/2009

Art. 58 do Regimento Interno – Anexo II – Portaria

MF 256/2009

Conselho deConselho de ContribuintesContribuintes

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Anteriormente previsto no art. 31 Anexo I da Portaria MF 147/2007

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Previsão Legal

A sustentação oral é de suma importância, embora não seja obrigatória, pois nela o Defensor expõe diretamente aos julgadores os argumentos e seus respectivos fundamentos que respaldam a legitimidade da sua pretensão, sendo inclusive, tão importante quanto as peças de defesa e do próprio recurso, aumentando significativamente a possibilidade de êxito.

Muitos pontos controvertidos que circulam a solução do problema podem ser esclarecidos oralmente perante os julgadores, que na maioria das vezes acaba influenciando no voto dos conselheiros.

Aqueles que desejarem fazer sustentação oral terão que cumprir os seguintes requisitos de ordem formal:

a) Acompanhar a pauta com o dia e hora para o julgamento dos processos, a qual deverá estar fixada em lugar visível e acessível ao público, no prédio onde será realizada a sessão; publicada no Diário Oficial da União, com 8 (oito) dias de antecedência, no mínimo; ou ainda será divulgada na página do Conselho de Contribuintes, na internet;

b) Anunciada a sessão para o julgamento do processo – no dia e hora previstos na pauta - pelo presidente, aguarda-se a leitura do relatório pelo relator do processo e novamente o presidente passa ao defensor a oportunidade da sustentação oral, por quinze minutos, prorrogáveis por igual período.

A sustentação oral pode ser feita nos julgamentos do processo fiscal perante o CARF e Câmara Superior de Recursos Fiscais, no dia e hora marcados na pauta de julgamento

Recomendamos que o defensor tenha um bom conhecimento técnico do processo e das razões de fato e de direito que legitimaram a sua pretensão, sem contar a clareza na exposição dos argumentos perante os julgadores.

Recomendamos também que o defensor requeira a sustentação oral expressamente de dois a cinco dias antes da pauta ou ainda, poderá requerer nos recursos voluntário ou especial, conforme a instância de julgamento.

Portaria MF 256/2009 – ART.58 ANEXO II

Artigo 58. Anunciado o julgamento de cada recurso, o presidente dará a palavra, sucessivamente:

I - ao relator, para leitura do relatório;

II - ao recorrente ou ao seu representante legal para, se desejar, fazer sustentação oral por 15 (quinze) minutos, prorrogáveis por igual período;

III - à parte adversa ou ao seu representante legal para, se desejar, fazer sustentação oral por 15 (quinze) minutos, prorrogáveis por igual período; e

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Necessidade de Realização

A sustentação oral é o recurso que produz os melhores resultados nos processos fiscais e judiciais, pois é o único momento em que todos os julgadores param para ouvir a pretensão da parte. Chega a ser mais importante que a defesa ou qualquer outro recurso.

Assim, o profissional que deseja obter resultados de êxito não poderá se furtar de expor aos julgadores as razões de fato e de direito que podem levar à improcedência da exigência fiscal, contida nos auto de infração ou notificação fiscal.

Conhecimento Técnico do Processo

O primeiro requisito para expor na sustentação oral será as razões de fato e direito, o orador terá que ter conhecimento de todos os atos e peças processuais contidos no processo, a saber:

a) as razões de fato e de direito que originaram a lavratura do auto de infração, e se o mesmo possui todos os requisitos formais para a sua emissão;

b) quanto à peça de defesa – os argumentos de fato e direito articulados pelo contribuinte contra a exigência tributária;

c) quanto à decisão de 1ª instância – os argumentos de fato e direito que fundamentaram a decisão, avalizando a lavratura do auto de infração ou a defesa;

d) sobre o recurso voluntário – as razões de fato e direito expostos no recurso com objetivo de reformar a decisão de primeira instância;

e) se os fatos articulados em todas as peças processuais foram devidamente comprovados por quem alegou – citar e questionar a produção de provas;

f) se as razões de direito expostas nas peças – fundamentação jurídica – são aplicáveis ao caso concreto; e

g) pesquisar e citar a jurisprudência sobre o caso em pauta – passando inicialmente pelas administrativas e depois as judiciais.

Se o orador tiver este conhecimento do processo – conteúdo e fundamentação – está apto tecnicamente a realizar a sustentação oral perante o Conselho de Contribuintes e Câmara Superior de Recursos Fiscais.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Modelo de Construção da Sustentação Oral

1º1º Início -Início - Cumprimento ao Presidente, Relator do processo e demais membros, boa tarde;

2º2º Introdução da Sustentação -Introdução da Sustentação -Breve retrospectiva do processo, falando sucintamente sobre o auto de infração, defesa, decisão ou recurso;

3º3ºDesenvolvimento das Razões de Fato e Direito – 70 % do tempoDesenvolvimento das Razões de Fato e Direito – 70 % do tempo

1 Fato colocado no auto de infração e decisão de 1ª instância

Argumentação fática colocada na defesa e no recurso para levar a improcedência da exigência;

2 Direito que fundamenta a decisão

Razões jurídicas que respaldam a necessidade de reforma da decisão

3 Produção de provas Documentos e perícia que atestam a necessidade da reforma;

4 Citar referências doutrinárias e jurisprudências.

4º4º Conclusão da Sustentação -Conclusão da Sustentação - Citar literalmente que está concluindo – final – resumo sintético e direto de forma persuasiva;

5º5º Requerimento -Requerimento -Senhores Julgadores, julguem o processo no intuito de reformar a decisão, desobrigando a empresa;

6º6º Agradecimento -Agradecimento -Obrigado pela atenção e uma boa tarde.

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Recomendações Básicas para Fazer a Sustentação Oral

1º) 1º) Aparência -Aparência -

a) Higiene pessoal – cabelo, barba, unhas limpas e bem cuidadas;

b) Roupas – limpas e bem passadas, adequadas para o meio – combinado os itens.

2º) 2º) Voz -Voz -Não fale muito depressa, dê ênfase aos pontos que julgar importantes no processo, mudando o tom, sem fazer muito alarme, usar o silêncio para conclusão de raciocínio; dos julgadores.

3º) 3º) Linguagem -Linguagem -Evite vícios de expressões como: né, é, tá, entendeu, tipo assim, percebe; Termos vulgares; Ironia na colocação do tema; Palavrões; Expressões melosas.

4º) 4º) Postura Física -Postura Física -Não colocar as mãos nos bolsos ou na cintura;cruzar os braços; tocar a boca ou o nariz com as mãos; apoiar-se em uma só perna; não ser excessivamente humilde ou arrogante.

5º) Dimensionar o Tempo -5º) Dimensionar o Tempo - Se tem quinze minutos para fazer a sustentação, divida e calcule o tempo segundo a construção da sustentação.

6º) Leituras -6º) Leituras -Não fique o tempo todo lendo; dimensione o tempo para que os julgadores possam te ouvir – não use mais de 50% com leitura de texto.

7º) Recursos -7º) Recursos -

a) tenha cópia do processo em mãos, cite as páginas e o teor das informações – marque previamente onde estão;

b) tenha em mãos fichas de anotações do processo – firmes de preferência – com os pontos centrais da construção da sustentação, devidamente numerados.

8º) Ensaio -8º) Ensaio -Antes de fazer a sustentação no Conselho de Contribuintes, ensaie em caso ou no escritório, simulando a própria sustentação – coloque pessoas para acompanharem e sugerirem mudanças.

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FLUXOGRAMA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NA RECEITA FEDERAL

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AUTO DE INFRAÇÃOU ou NOTIFICAÇÃO

FISCAL

IMPUGNAÇÃO ou DEFESA PELO

CONTRIBUINTE

DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA/DELEGADO

RECURSO PARA REFORMAR DECISÃO

DE 1ª INSTÂNCIA

1ª SEÇÃO 2ª SEÇÃO 3ª SEÇÃO

CARF CARF CARF

RECURSO PARA REFORMAR DECISÃO

DO CONSELHO

CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO MÓDULO 1

Assinale a alternativa correta:

01 - O Auto de Infração lavrado pelo Agente Fiscal da Receita Federal possui alguns requisitos para ter validade frente ao ordenamento jurídico, qual deles não faz parte da relação:

a)b)c)d)

a descrição do fato;a disposição legal infringida e a penalidade aplicável;a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de sua matrícula;a autoridade julgadora a quem deve ser dirigida a defesa.

02 – A notificação fiscal exigindo o recolhimento da COFINS será expedida:

a)b)c)d)

pelo agente fiscal lotado na Receita Federal;pela Receita Federal com assinatura do chefe do órgão expedidor;por qualquer servidor da Receita Federal;pelo Superintendente da Receita Federal.

03 – Qual o prazo para o Contribuinte oferecer impugnação ao Auto de Infração lavrado por servidor da Receita Federal:

a)b)c)d)

30 dias, contados da data da lavratura do Auto de Infração; 30 dias, contados da data em que foi feita a intimação;15 dias, contados da data da lavratura do Auto de Infração;15 dias, contados da data em que foi feita a intimação.

04 – Na impugnação ou defesa, o contribuinte deverá impugnar, sob pena de revelia ou preclusão do direito:

a)b)c)

d)

a inconstitucionalidade da lei em que repousa a exigência tributária;a irregularidade da lei em que repousa a exigência tributária;os motivos de fato e ou de direito em que se fundamenta o Auto de Infração, os pontos de discordância, razões e provas que possuir;articular em excesso de argumentos, tornando a leitura da defesa pela autoridade cansativa.

05 – Qual ao momento apropriado para produção de prova documental:

a)b)c)

d)

a qualquer momento, desde que antes da decisão de primeira instância;junto com a impugnação;no oferecimento do recurso ao Conselho dos Contribuintes, após a decisão de primeira instância e antes da publicação da pauta de julgamento pelo Conselho;após o término do trâmite do processo fiscal, antecedendo o trânsito em julgado.

06 - O pedido de perícia deve ser requerido pelo Contribuinte em qual momento processual, se necessário: a) com a impugnação, expondo os motivos em que as justifiquem, com formulação de

quesitos referentes ao exame desejado, com indicação do nome, endereço e qualificação

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b)

c)d)

profissional do perito;a qualquer tempo, desde que antes da decisão de primeira instância, indicando os quesitos e nome do seu perito,em nenhum momento, pois não existe produção de prova pericial no processo administrativo;após o trânsito em julgado, antecedendo a inscrição do débito na dívida ativa.

07 – O Contribuinte será intimado dos atos processuais pelos seguintes meios:

a)b)c)d)

pessoal, por via postal, eletrônico e por edital;pessoal, pela internet, pela televisão ou rádio AM;por via postal, pela rádio FM do domicílio do Contribuinte e por jornal de grande circulação;por qualquer meio de comunicação, podendo a intimação ocorrer de forma pessoal, postal, edital, televisão, rádio AM/FM enfim, jornais e até revista.

08 – O julgamento em primeira, segunda e terceira instâncias dos Tributos Federais coordenados pela Receita Federal compete, respectivamente:

a)b)c)d)

aos Delegados da Receita Federal, CARF e Câmara de Recursos Fiscais;aos Delegados da Receita Federal, CARF e Ministros da Fazenda;aos Delegados da Receita Federal, CARF, Pleno do Conselho; Nenhuma das respostas acima, pois só existem duas instâncias.

09 – Nome dos recursos de primeira para segunda instância no âmbito dos tributos administrados pelo Governo Federal:

a)b)c)d)

recurso de ofício e recurso voluntário;recurso de ofício e recurso especial;recurso voluntário e recurso especial;embargos declaratórios e recurso voluntário.

10 – Os atos e termos lavrados por autoridades incompetentes são:

a)b)c)d)

nulos;improcedentes;ineptos;inconstitucionais.

11 - Qual das condutas abaixo caracteriza cerceamento de defesa, e como conseqüência são nulos os provenientes desta irregularidade:

a)

b)

c)

d)

não apreciação, pelo julgador de primeira instância, de todos os argumentos expostos na Defesa do Contribuinte;a ausência de descrição da conduta tida como irregular pelo agente fiscal ao lavrar o Auto de Infração;decisão de primeira instância desprovida de embasamento fático e jurídico, condenando o Contribuinte por conduta diversa ao da contida no Auto de Infração;todas as condutas acima representam cerceamento de defesa.

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12 - Compete a Câmara Superior de Recursos Fiscais julgar recurso especial interposto pelo Contribuinte contra:

a)

b)c)d)

decisão que der a lei tributária interpretação divergente de que lhe tenha dado outra Câmara do Conselho de Contribuintes ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais;decisão de primeira instância para o Conselho de Contribuintes, visando a sua reforma;decisão contraditória e obscura, visando corrigir a deficiência;decisão não unânime da Câmara do Conselho de Contribuintes, quando for contrária a lei ou a evidência de prova.

13 – O que não é verdadeiro quanto ao julgamento de primeira instância:

a)

b)c)

d)

o julgador terá que analisar todas as questões de fato e de direito expostas no Auto de Infração e respectiva Impugnação;fundamentar a decisão em direito diverso do da solução da lide;a decisão conterá relatório resumido do Auto de Infração, bem como as razoes de defesa suscitadas na Impugnação;reconhecer a revelia do contribuinte quanto aos fatos expostos na autuação e não contestados pelo contribuinte na Impugnação.

14 – Qual dos recursos não existe no âmbito dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal:

a)b)c)

d)

voluntário e de oficio com objetivo de reformar a decisão de primeira instância;embargos de declaração e agravo;recurso de reconsideração, com objetivo de reformar a decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais;recurso especial e voluntário contra a decisão do Conselho de Contribuintes.

15 – Qual dos prazos de segunda instância não está corretamente indicado:

a)

b)c)

d)

embargos de declaração – 5 dias, contados da ciência da decisão do CARF;recurso voluntário – 15 dias, contados da ciência do acórdão;recurso especial – 15 dias, contados da data da ciência da decisão do CARF;agravo – 5 dias, contados da ciência do despacho que negou seguimento ao recurso.

outros

16 – Qual o nome do recurso a ser interposto pelo contribuinte com objetivo de reformar a decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais:

a)b)c)d)

embargos de declaração;recurso especial;recurso voluntário;não existe recurso.

17 – O que não é verdadeiro com relação à Câmara Superior de Recursos Fiscais:

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a)b)c)d)

da decisão da Câmara cabe recurso hierárquico ao Ministro da Fazenda;da decisão proferida pela Câmara não cabe mais recurso no intuito de reformá-la;da decisão da Câmara cabem apenas embargos declaratórios;é a última instância administrativa do processo fiscal.

18 – Quantas e quais são as instâncias administrativas nos âmbito dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal:

a)

b)

c)

d)

três; primeira instância – Delegacia da Receita Federal, segunda instância – CARF e terceira instância – Câmara Superior de Recursos Fiscais;duas; primeira instância CARF e segunda instância – Câmara Superior de Recursos Fiscais;três; primeira instância – Unidade de Julgamento Singular, segunda instância – CARF e terceira instância – Ministro da Fazenda;uma; CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

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MÓDULO 2

MODELOS DE CASOS REAIS DE PEÇAS PROCESSUAIS

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MODELOS

DEFESA

RECURSO VOLUNTÁRIO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

RECURSO ESPECIAL

AUTO DE INFRAÇÃO

AGRAVO

SUSTENTAÇÃO ORAL

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AUTO DE INFRAÇÃO DA RECEITA FEDERAL SOBRE OMISSÃO DE RECEITA

FATOFATO Depósitos bancários não contabilizados e sem origem.

CONSEQUÊNCIACONSEQUÊNCIA Omissão de receita combinado com arbitramento de lucro.

CÓPIA DO AUTO EM ANEXO CÓPIA DO AUTO EM ANEXO

CÓPIA DO AUTO DE INFRAÇÃO

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______ Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCALAUTO DE INFRAÇÃO

Imposto de Renda Pessoa JurídicaUnidade Número do MPF

DRF CIDADE 0000000000/0000

ContribuinteRazão Social CPF/CNPJ:

Número: Telefone:

Cidade/UF: CEP:

DRF CIDADE

Data:

19/11/2003

Hora:

12:40

Demonstrativo do Crédito Tributário em R$

IMPOSTOCód.Receita-DARF

2917

Valor

207.419,10

JUROS DE MORA (calculados até 31/10/2003)

MULTA PROPORCIONAL (Passível de Redução)

VALOR DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO APURADO

Valor

42.636,70Valor

155.564,31Valor

405.620,11Valor por extenso

QUATROCENTOS E CINCO MIL, SEISCENTOS E VINTE REAIS E ONZE CENTAVOS.

Descrição dos Fatos e Enquadramento LegalA descrição dos fatos que originaram o presente Auto e os respectivos enquadramentos

legais encontram-se em folhas de continuação anexas.

Intimação Fica o contribuinte intimado a recolher ou impugnar, no prazo de 30 (trinta) dias contados

da ciência deste auto de infração, nos termos dos arts. 5°, 15, 16 e ,17 do Decreto nº 70.235/72, com as alterações introduzidas pelas Leis nº 8.748/93 e nº 9.532/97, o débito para com a Fazenda Nacional, constituído pelo presente Auto de Infração, cujo montante acima discriminado será recalculado, na data do efetivo pagamento, de acordo com a legislação aplicável.

Será concedida redução de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da(s) multa(s) passível (eis) de redução, se o pagamento for efetuado até o vencimento desta intimação, ou de 40% (quarenta por cento) sobre o valor desta(s) multa(s), se for requerido parcelamento do débito no prazo legal de impugnação. Esta intimação é válida, também, para cobrança amigável.

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Auditores-Fiscais da Receita FederalMatrícula:

Assinatura:

Ciência do Contribuinte/ResponsávelDeclaro-me ciente deste Auto de Infração e seus anexos, dos quais recebi cópia.

Cargo:

Data: Assinatura:

MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______ Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO

ContribuinteCNPJ:

Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)Imposto de Renda Pessoa Jurídica

Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte supracitado, efetuamos o presente Lançamento de Ofício, nos termos do art. 926 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda 1999), tendo em vista que foram apuradas as infração(ões) abaixo descrita(s), aos dispositivos legais mencionados.

Razão do arbitramento no(s) período(s) : 03/200206/200209/2002 12/2002

Arbitramento do lucro que se faz tendo em vista que a escrituração mantida pelo contribuinte é imprestável para determinação do Lucro Real, em virtude dos erros e falhas abaixo enumeradas:1) Livros diário e razão escriturados de forma global e resumida, com lançamentos por partidas mensais. Intimado a regularizar a contabilidade, nos termos da legislação comercial e fiscal, o contribuinte declarou-se impossibilitado.2) O contribuinte deixou de escriturar contas bancárias de sua titularidade, evidenciando mais uma vez a não confiabilidade de sua escritura contábil, e sua imprestabilidade para a apuração do lucro real.Enquadramento Legal:A partir de 01/04/1999Art. 530, inciso II, do RIR/99.

001 - DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOSDEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA

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Omissão de receitas operacionais, caracterizada pela falta de contabilização de depósitos bancários, conforme extratos bancários (fls. a ) e "Demonstrativos dos valores depositados em contas-correntes bancárias não contabilizados" (fls. a ).

Através do nosso Termo de Início de Fiscalização (fls. ), intimamos o contribuinte a apresentar os extratos das contas-correntes bancárias de sua titularidade.

Do confronto dos extratos (fls. a ) com o livro razão (fls. a ), constata-se que não foi escriturada a movimentação das contas-correntes de titularidade da empresa, junto as seguintes instituições: Banco I Banco B. Também não foi contabilizado o movimento da conta-corrente bancária no H, nos meses de março, maio e outubro.

Através do nosso Termo de Intimação n° 08 (fls. a ), intimamos o contribuinte a comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos depositados nas contas-correntes bancárias, cujos valores não foram escriturados.

Na resposta o contribuinte restringiu-se a informar que os valores dos depósitos não contabilizados são compatíveis com as vendas (fls. ), não os vinculando com quaisquer vendas ou outras receitas, e tampouco não apresentando quaisquer documentos.

De acordo com o artigo 287 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR / 99,

MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO

ContribuinteCNPJ:

Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)Imposto de Renda Pessoa Jurídica

caracterizam-se como omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nesta operação.

Conforme se depara do exame da legislação, o fato de o contribuinte não haver contabilizado os depósitos, e depois, ao ser intimado, não apresentar quaisquer documentos, que vinculassem os depósitos com as vendas registradas, caracteriza que os depósitos foram oriundos de receitas não contabilizadas, e conseqüentemente não oferecidas à tributação.

Os valores dos depósitos bancários, caracterizados como omissão de receitas, sujeitam-se ao regime de apuração do lucro arbitrado, já que é este o regime de apuração que está sujeito o contribuinte no ano-calendário de 2002.

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Como até maio/2002 o contribuinte só auferia receita com a revenda de mercadorias, os valores das receitas omitidas sujeitaram-se ao percentual de 9,6% para fins de arbitramento do lucro. A partir de junho/2002 o contribuinte passou a auferir receitas de prestação de serviços, e de acordo com o artigo 537 do RIR/99, no caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas, não sendo possível identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela que corresponder o percentual mais elevado, ou seja, no presente caso, face a não prestação de esclarecimentos pelo contribuinte, dos valores dos depósitos não contabilizados, aplicamos o percentual a que se sujeita a prestação de serviços.

Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%)

31/03/2002 R$ 143.148,09 75,00

31/03/2002 R$ 141.030,63 75,00

31/03/2002 R$ 63.700,15 75,00

30/06/2002 R$ 262.826,07 75,00

30/06/2002 R$ 173.923,69 75,00

30/06/2002 R$ 138.790,20 75,00

30/09/2002 R$ 201.233,58 75,00

30/09/2002 R$ 111.192,53 75,00

30/09/2002 R$ 78.183,80 75,00

30/12/2002 R$ 231.931,94 75,00

30/12/2002 R$ 302.481,78 75,00

30/12/2002 R$ 272.443,23 75,00

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃOContribuinte

CNPJ:

Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)Imposto de Renda Pessoa Jurídica

ENQUADRAMENTO LEGAL

Arts. 27, inciso I, e 42 da Lei n° 9.430/96;Arts. 532 e 537 do RIR/99.

002 - RECEITAS OPERACIONAIS (ATIVIDADE NÃO IMOBILIÁRIA) REVENDA DE MERCADORIAS

Em 13 de agosto de 2003,demos início à ação fiscal junto ao contribuinte, sendo que o mesmo foi intimado a apresentar sua escrituração contábil, livros diários e razão do ano-calendário de 2002.

Do exame dos referidos livros, constatamos duas irregularidades que implicam em arbitramento do lucro para fins tributários:

1) Os livros foram escriturados de forma resumida em partidas mensais, sem a adoção de livros auxiliares, o que inviabiliza a ação fiscal de verificação da exatidão do lucro real declarado pela empresa, e por si só autoriza o arbitramento dos lucros.

Para tentar sanar a irregularidade, o contribuinte foi intimado, através do Termo de intimação n° 000 (19/08/2003), Termo de Reintimação fiscal (05/09/2003), Termo de Intimação Fiscal nº 000 (01/10/03), a apresentar a escrituração de acordo com o disposto na legislação, ou seja, com lançamentos individualizados e diários, sendo que após transcorridos 50 dias da primeira intimação, em 09/10/03, o contribuinte informou que não é possível apresentar a escrituração contábil diária, devido ao curto prazo de tempo, e também pelo fato de a contabilidade ser efetuada em escritório terceirizado (fls. ).

2) Além da irregularidade acima, constatamos que o contribuinte não contabilizou as seguintes contas-correntes bancárias movimentadas:Banco I, Banco do B. Também não foi contabilizado o movimento da conta-corrente bancária no H, nos meses de março, maio e outubro. Os extratos bancários das contas correntes não escrituradas encontram-se às fls. a .

Em decorrência das irregularidades apontadas, procedemos ao arbitramento do lucro, de acordo com o disposto no inciso I e inciso II, alínea "a", do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000 de 26/03/99.

As receitas abaixo foram contabilizadas pelo contribuinte (fls. ) e estão sujeitas ao

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arbitramento, conforme artigo 531 do RIR/99.

Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%)

31/03/2002 R$ 194.893,88 75,00

31/03/2002 R$ 156.395,35 75,00

31/03/2002 R$ 218.950,56 75,00

30/06/2002 R$ 194.797,46 75,00

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INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃOContribuinte

CNPJ:

Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)Imposto de Renda Pessoa Jurídica

30/06/2002 R$ 145.509,50 75,00

30/06/2002 R$ 159.012,21 75,00

30/09/2002 R$ 391.549,59 75,00

30/09/2002 R$ 421.154,54 75,00

30/09/2002 R$ 310.672,93 75,00

31/12/2002 R$ 308.157,28 75,00

31/12/2002 R$ 397.390,67 75,00

31/12/2002 R$ 426.311,39 75,00ENQUADRAMENTO LEGAL

Arts. 532 do RIR/99.

003 - RECEITAS OPERACIONAIS (ATIVIDADE NÃO IMOBILIÁRIA) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERAIS

Receitas de prestação de serviços, escrituradas às fls. 14 do razão (fls. ) do contribuinte, sujeito ao arbitramento do lucro, conforme detalhado na infração acima.

Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%)

30/06/2002 R$ 10.000,00 75,00

30/09/2002 R$ 10.000,00 75,00

30/09/2002 R$ 10.000,00 75,00

30/09/2002 R$ 10.000,00 75,00

31/12/2002 R$ 10.000,00 75,00

31/12/2002 R$ 10.000,00 75,00

31/12/2002 R$ 10.000,00 75,00ENQUADRAMENTO LEGAL

Arts. 532 do RIR/99.

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃOContribuinte

CNPJ:

Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)Imposto de Renda Pessoa JurídicaNo que se refere à atualização monetária e às penalidades aplicáveis, os enquadramentos legais correspondentes constam dos respectivos demonstrativos de cálculo.

Fazem parte integrante do presente Auto de Infração todos os termos, demonstrativos, anexos e documentos nele mencionados.

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______Secretaria da Receita Federal

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Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃOContribuinte

CNPJ: Período Base

2002Razão Social

Imposto sobre Receita da AtividadeTrimestre

Descrição Ativ.Moeda Multa (%)

Valor ApuradoCoeficiente

(%) Lucro Arbitrado

1 R$ 75,00DEP. BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS

347.878,87 9,60 33.396,37

REVENDA DE MERCADORIAS 570.239,79 9,60 54.743,02

2 R$ 75,00DEP. BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS

436.749,76 9,60 41.927,98

138.790,20 38,40 53.295,44REVENDA DE MERCADORIAS 499.319,17 9,60 47.934,64PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERAIS

10.000,00 38,40 3.840,00

3 R$ 75,00DEP. BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS

390.609,91 38,40 149.994,21

REVENDA DE MERCADORIAS 1.123.377,06 9,60 107.844,20PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERAIS

30.000,00 38,40 11.520,00

4 R$ 75,00DEP. BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS

806.856,95 38,40 309.833,07

REVENDA DE MERCADORIAS 1.131.859,34 9,60 108.658,50PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERAIS

30.000,00 38,40 11.520,00

Infrações ApuradasTrimestre Multa (%) Valor Tributável Alíquota (%) Imp.Apurado(R$)

1 75,00 88.139,39 15,00 13.220,90

2 75,00 146.998,05 15,00 22.049,70

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3 75,00 269.358,40 15,00 40.403,76

4 75,00 430.011,57 15,00 64.501,73

Cálculo do Imposto AdicionalTrimestreMulta(%)

Valor Decl. (R$)Val. Apurado(R$)

Base Tributável Aliquota (%) Imp.Adic.Dev.(R$)

1 0,0075,00 88.139,39 60.000,00 0,00 0,00

2 0,0075,00 146.998,05 60.000,00 0,00 0,00

86.998,05 10,00 8.699,80

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃOContribuinte

CNPJ: Período Base

2002Razão Social

Cálculo do Imposto Adicional

3 0,0075,00 269.358,40 60.000,00 0,00 0,00

209.358,40 10,00 20.935,84

4 0,0075,00 430.011,57 60.000,00 0,00 0,00

370.011,57 10,00 37.001,15

Imposto Apurado em R$ por Percentual de MultaTrimestre Multa Espécie de Imposto Imposto Apurado

1 75,00 Imposto Apurado 13.220,90Imposto Adicional 2.813,93

---------------------(=) Total Devido 16.034,83

2 75,00 Imposto Apurado 22.049,70Imposto Adicional 8.699,80

---------------------(=) Total Devido 30.749,50

3 75,00 Imposto Apurado 40.403,75Imposto Adicional 20.935,84

---------------------(=) Total Devido 61.339,59

4 75,00 Imposto Apurado 64.501,73Imposto Adicional 37.001,15(-) Imp. Declarado 2.207,70

---------------------(=) Total Devido 99.295,18

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Folha: ______Secretaria da Receita Federal

INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃOContribuinte

CNPJ:

Razão Social

Valores em R$Fato Gerador Multa (%) Juros de MoraVencimento Imposto Valor (%) Valor

03/2002 75,0030/04/2002 16.034,83 12.026,12 30,48 4.887,41

06/2002 75,0031/07/2002 30.749,50 23.062,12 26,20 8.056,36

09/2002 75,0031/10/2002 61.339,59 46.004,69 21,73 13.329,09

12/2002 75,0031/01/2003 99.295,18 74.471,38 16,48 16.363,84

---------------------------------------

----------------------

Totais 207.419,10 155.564,31 42.636,70

Enquadramento Legal

MULTAS PASSÍVEIS DE REDUÇÃOFatos Geradores a partir de 01/01/1997. 75,00 % Art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96.

JUROS DE MORA

A PARTIR DE JANEIRO DE 1997 (p/Fatos Geradores a partir de 01/01/97): percentual equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente.Art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96.

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DEFESA DO CONTRIBUINTE / SRF

FATOFATOAceita acusação e nega os efeitos.

RAZÕES DE FATORAZÕES DE FATOContabilização dos depósitos em livros auxiliares e lastreados em operações de compra e venda de mercadorias, com emissão de notas fiscais.

RAZÕES DE DIREITORAZÕES DE DIREITONão cabimento do arbitramento de lucro

PROVASPROVASPerícia.

PEDIDOPEDIDOImprocedência da autuação.

* MODELO DE DEFESA EM ANEXO * MODELO DE DEFESA EM ANEXO

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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTOS DE CIDADE-UF.

MPF n° ......IRPJ

W LTDA ME, pessoa jurídica de direito privado, com sede na rua .............., nº ...., Bairro ............. em Cidade-UF, CEP n°........, inscrita no CNPJ sob o n.º 00.000.000/0000-00 (doc.01), vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar

Impugnação

ao Auto de Infração contra ela lavrado relativamente ao COFINS, o que faz com base nos artigo 14 e seguintes do Decreto nº 70.235/72, com alterações feitas pelas Leis nºs 8.748/93 e 9.532/97, em virtude dos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

1) Fatos que originaram a Autuação Fiscal

A empresa atua no comércio atacadista de mercadorias atendendo um número muito grande de pequenos comerciantes situados em ............ e circunvizinhança, sendo esta a base territorial da autuada.

Os produtos objetos de revenda são bebidas alcoólicas, cerveja, refrigerantes e gás de cozinha, sendo que afora as chamadas bebidas quentes todos os demais itens possuem o ICMS retido na fonte por mecanismo de substituição tributária, e os tributos federais – PIS/COFINS/CSSL e IR – são calculados por ocasião da ocorrência dos seus respectivos fatos geradores.

O gás não tem tributação de PIS/COFINS.

Tal comércio gera uma margem de lucro líquido muito pequena, sendo que, na maioria das vezes, não é nada compensador o desenvolvimento desta atividade, conforme se demonstra pela própria contabilidade do período-base de 2002.

Uma das peculiaridades deste setor da economia em razão do número elevado de transações comerciais, é que os cheques de terceiros/ consumidores são utilizados pelos comerciantes varejistas para pagamento de seus fornecedores, fornecedores atacadistas (p.ex a W), empregados, tributos e outros, tudo no intuito de economizar a CPMF.

A W, que é comerciante atacadista, por sua vez, fica com o encargo de receber cheques de terceiros e depositá-los na sua conta corrente e passa a pagar os seus inúmeros fornecedores com estes valores – prática utilizada por todos os comerciantes atacadistas e varejistas.

No intuito de controlar com eficiência este sistema de pagamentos e recebimentos, a empresa resolveu centralizar na conta “caixa” toda esta movimentação financeira,

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criando um livro auxiliar que demonstrasse o movimento diário dos pagamentos e recebimentos, já que o livro diário não fornecia com detalhes a movimentação financeira da empresa.

Estes cheques de terceiros – que na maioria das vezes nem eram clientes diretos da W – foram depositados no ano de 2002 em contas bancárias nos bancos I, B e H como muito bem constatou a auditora fiscal que lavrou o respectivo auto de infração.

Tais contas, embora não possuíssem um registro escrito na contabilidade, eram interligadas de fato com a conta “caixa”, cujos valores não foram omitidos da tributação do IR/PIS/COFINS/CSLL, como quis demonstrar a autoridade fiscal. Em verdade, todas as movimentações destas contas bancárias foram escrituradas numa única conta contábil com desmembramentos no livro auxiliar denominado de “movimento de caixa”, conforme se verá quando da realização da perícia contábil.

Ocorre que a auditora fiscal houve por bem em desconsiderar toda a contabilidade tornando-a imprestável para a apuração do lucro real, bem como adicionou os depósitos bancários como não contabilizados, considerando estes como omissão de receita.

Diante desta verificação por parte da auditora, esta lavrou quatro autos de infração contra a W, a saber: o primeiro a título de Imposto de Renda, o segundo para a CSLL, o terceiro para o PIS, e o quarto e último, para a COFINS.

Em razão destes fatos elencados e nos termos do artigo 15 e seguintes do Decreto nº 70.235, elabora-se a presente impugnação ao Auto de Infração emitido para a exigência da COFINS da impugnante, a qual entende não ser cabível o respectivo arbitramento de lucro.

2) Do Não-cabimento do Arbitramento de Lucro

A legislação tributária relaciona, de forma taxativa, as hipóteses em que a autoridade administrativa pode desconsiderar a grandeza oferecida a tributação pelo contribuinte - Lucro Líquido – e passe a mensurar este mesmo lucro pelo método de arbitramento com valores diferentes do apontado pelo contribuinte. Noutras palavras, o fiscal despreza o lucro líquido apurado pelo contribuinte nos livros fiscais/contábeis e atribui outro no lugar deste.

A hipótese escolhida pela fiscal repousa sobre o artigo 530, inciso II, do RIR/99, conforme reproduzimos para esclarecer o seu próprio conteúdo:

“Art. 530 – O imposto devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n.8.981 de 1995, artigo 47 e lei n.9430, de 1996, art. 1°): (omissis) II – a escrituração a que tiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a)identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b)determinar o lucro real;”

Na opinião da fiscal, a escrituração contém erros e falhas –

“lançamentos por partidas mensais” – que tornam a contabilidade imprestável, para apuração do lucro real, ou seja, na sua opinião “os lançamentos por partidas mensais geram automaticamente a

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imprestabilidade para a apuração do lucro real” – cujo fundamento repousa sobre o artigo. 530, II, ‘b’, do RIR/99.

Senhor Julgador, a escrituração do livro diário por partidas mensais, combinado com a escrituração do livro caixa auxiliar, por onde passaram todos os pagamentos e recebimentos no ano-base de 2002 de forma diária, não permitem o arbitramento do lucro, conforme demonstramos através da jurisprudência administrativa:

“DEPÓSITO BANCÁRIO NÃO CONTABILIZADO – Logrando o contribuinte comprovar que o movimento bancário, embora não registrado em conta apropriada, figura no movimento da conta ‘caixa’, insubsistente torna-se o arbitramento dos lucros.”(AC CSRF/01-1 1163/91, DO 26.10.94)

Mais clara está a posição do Conselho de Contribuintes sobre a matéria em questão:

“DESDOBRAMENTO DOS REGISTROS CONTÁBEIS – Não dá causa ao arbitramento do lucro a manutenção, pela pessoa jurídica, de escrituração resumida do livro Diário, quando ficar comprovado: a) que não lhe é dado prazo razoável para proceder ao desmembramento das diversas contas; b) a contribuinte promoveu, na fase impugnativa, discriminação das parcelas contabilizadas de forma resumida; c) a documentação comprobatória foi colocada a disposição do fisco; e d) não foram apontadas falhas ou irregularidades que tornassem imprestável a escrituração mantida pela empresa e, de conseqüência, impedisse a apuração do lucro real.” (AC 1° CC 101-84.273/92, DO 20.06.94)

Tal acórdão revela e demonstra que o arbitramento do lucro deve ocorrer somente em casos extremos, e também que devem ser cumpridos os quatro mandamentos de ordem material, conforme narrado no texto acima, para dar validade a conduta do agente fiscal.

Dos quatro mandamentos, a impugnante irá demonstrar que a conduta do arbitramento não satisfaz nenhuma delas, conforme iremos descrever utilizando-se da seqüência do próprio acórdão:

a) primeiro ; a auditora fiscal determinou que a empresa regularizasse a contabilidade sem explicar que queria, na realidade, o desmembramento das contas de forma diária com o objetivo de identificar o Lucro Líquido pelo método real – o auto de infração não cumpre o primeiro requisito de validade;

b) segundo ; o contribuinte demonstrará, quando da perícia, acompanhada por perito e auditor fiscal o desmembramento da conta caixa e justificará o movimento bancário no livro auxiliar – segundo requisito que leva o auto à improcedência;

c) terceiro ; toda a documentação dos lançamentos de forma resumida – onde se identifica perfeitamente o lucro líquido – esteve à disposição da fiscal, que poderia verificar perfeitamente a existência ou não do Lucro Real, ou seja, a autoridade administrativa tinha como identificar o lucro real pelos documentos – terceiro requisito que leva o auto à improcedência;

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d) quarto e último requisito; a contabilidade foi dada como imprestável pelo simples fato de ser resumida e mensal. Não se apontaram as deficiências e situações que não permitiram visualizar o lucro líquido pelo método de lucro real – o arbitramento também não satisfaz o último requisito de validade.

E, a doutrina da renomada jurista Maria Rita Ferragut só vem reforçar os argumentos acima expendidos. Veja-se o contido às fls. 144 da sua obra intitulada “Presunções no Direito Tributário”:

“Os vícios, erros ou deficiências só legitimam a utilização do arbitramento se os mesmos tornarem a documentação imprestável para os fins a que se destina, vale dizer, se comprometerem a descoberta do objeto que se pretende provar. Se o Fisco tiver meios para sanar os erros apontados, deve suprir oficiosamente tais irregularidades. Exemplo típico é o da escrituração contábil que, por ser composta por milhares de lançamentos, é altamente passível de erro. Isso não significa, no entanto, que o erro em um ou mais lançamentos comprometa o valor probatório do conjunto, que apenas será afetado se, e quando, tornar impossível a prova do objeto principal a que visa, tais como o lucro, o faturamento etc.”

E mais adiante, às fls. 152 da mesma obra, prossegue:

“ Além disso, temos também que, com o advento da Lei nº 9.784, de 29.01.99, que regula o processo administrativo federal, ao contribuinte é permitido produzir provas até o momento da decisão administrativa de primeiro grau1, o que provavelmente deverá alterar o entendimento da jurisprudência administrativa federal. Assim, caso o contribuinte tenha se recusado a colaborar com a fiscalização e, após o arbitramento, apresente todos os documentos inicialmente solicitados, o ato jurídico deverá ser alterado ou anulado, aplicando-se ao contribuinte multa por infração a dever instrumental, nos termos da lei disciplinadora da matéria.. Não poderá, no entanto, deixar de ter seus documentos apreciados pela Administração, em face da alegação da incondicionalidade do arbitramento2.”

Vê-se claramente, pela orientação do Conselho de Contribuintes, da própria Câmara Superior de Recursos Fiscais e da melhor doutrina, que na presente investigação fiscal não caberia o arbitramento do lucro em face do desmembramento da conta “Caixa” em livros auxiliares quais permitem facilmente identificar a movimentação financeira da impugnante e da ausência dos quatro requisitos formais firmados pelo Conselho de Contribuintes.

3) Do Prazo Insuficiente para a Atualização da Contabilidade

A própria auditora fiscal confessa que o prazo foi insuficiente para atualização da contabilidade, conforme narramos:

1 É o que estabelece o artigo 38 da Lei 9.784/99, conforme a seguir: “O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada de decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo”.2 Decidiu a 2ª Turma do TRF da 4ª Região (proc. nº 0435475, Relator Desembargador Teori Albino Zavascki, v.u.) o seguinte: “Tributário. Imposto de Renda. Arbitramento. Também no lançamento por arbitramento vigora o princípio da verdade real. Assim, se, no curso do prazo para impugnação do auto de infração, a empresa apresentou declaração de renda formada à base de escrituração regularizada e apurando prejuízo, incabível a sustentação, pura e simples, do lançamento por arbitramento antes efetuado. Sentença mantida”.

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“Para tentar sanar a irregularidade, o contribuinte foi intimado, através do Termo de Intimação nº ... (19/08/2003), Termo de Reintimação Fiscal (05/09/2003), Termo de Intimação Fiscal nº ... (01/10/2003), a apresentar a escrituração de acordo com o disposto na legislação, ou seja, com lançamentos individualizados e diários, sendo que após transcorridos 50 dias da primeira intimação, em 09/10/2003, o contribuinte informou que não é possível apresentar a escrituração contábil diária, devido a curto prazo de tempo, e também pelo fato de a contabilidade ser efetuada em escritório terceirizado.” (Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal(is) – Auto de Infração)

Vê-se claramente que para passar de lançamentos mensais e resumidos para lançamentos diários e desmembrados de todo o ano de 2002, o prazo de 50 dias dados pela fiscal era humanamente impossível de ser cumprido pela estrutura contábil do contribuinte.

Empresas pequenas não dispõem de recursos financeiros e humanos para executar tarefas de tal magnitude em tão curto espaço de tempo, ou seja, doze meses de contabilidade diária jamais conseguiriam ser executados em 50 dias de trabalho.

O único livro que a empresa conseguiu produzir neste lapso de tempo – inobstante a impossibilidade de juntá-lo aqui em razão do volume de documentação que o subsidia e justifica - mesmo as pessoas que trabalham na contabilidade, trabalhando ainda em torno de 18 horas diárias, foi o Livro Auxiliar que demonstra e abre toda a movimentação financeira e bancária da empresa, inclusive com a escrituração das contas bancárias e depósitos citados como “omissão de receita”.

Sr. Julgador, o senhor bem sabe como agente fiscal que este tempo deferido pela fiscal é insuficiente para abrir e especificar todas estas movimentações apontadas; por maior boa vontade que se tenha. É por esta razão que a perícia aqui é importante, pois somente com o acompanhamento do agente fiscal na especificação de toda esta documentação é que se estará fazendo homenagem a verdade material.

Após e tão somente após o acompanhamento e análise das especificações da movimentação bancária no livro auxiliar pelo perito e auditor fiscal é que se poderá apurar verdadeiramente os fatos, as operações que constituem cada lançamento apontado e aí sim a tributação.

Do contrário estar-se-á fazendo da exigüidade de tempo a arma, a mola mestra, justificadora do arbitramento e não a efetiva imprestabilidade da contabilidade como deve em tese ocorrer.

A jurisprudência tem entendido que o pouco tempo deferido para atualizar os livros contábeis e fiscais dados pelas autoridades nas suas respectivas intimações, onde geralmente o contribuinte não consegue cumprir o prazo, não podem servir como base de fato para propor o arbitramento. Vejamos o teor de algumas delas:

“IRPJ – ARBITRAMENTO DE LUCROS – O arbitramento de lucros, por desclassificação da escrita contábil, é procedimento extremo. Tal medida deve ser aplicada quando o contribuinte, intimado de forma clara e objetiva para providencia a regularização da escrita, concedendo-se prazo razoável para seu

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atendimento, deixar de atender à fiscalização.”(Acórdão n.CSRF/01-04.557 – DOU de 11.08.03)

“Arbitramento. O lapso de tempo de algumas horas para apresentação de documentos, com ausência de negativa, mas tão só resposta que naquele espaço de tempo alguns livros não eram entregues, não justifica a tributação por arbitramento, que é forma de apuração do lucro, em regra, mais gravosa, não podendo prescindir da real e efetiva tentativa do Fisco em apurar o devido pela forma completa.” (Processo nº 01-02.590, CSRF-1ª Turma, unânime, Rel. Celso Alves Feitora, publ. 13/08/99, p. 05)

“Imposto de renda pessoa jurídica – Lucro Arbitrado – Não merece prosperar o lançamento decorrente de arbitramento de lucros da pessoa jurídica, se a autoridade fiscal não aprecia durante o procedimento, petição a ela dirigida no sentido de que lhe seja concedido prazo para reconstituição de Livro Caixa, dado como extraviado. Por se constituir em medida extrema, a aplicação do arbitramento só deve ser utilizado como último recurso, por ausência absoluta de outro elemento que forneça os dados necessários à verificação da base imponível do tributo. Decorrência – Imposto de renda na fonte – Tratando-se de lançamento reflexo, a decisão prolatada no lançamento matriz, é aplicável, no que couber, ao decorrente, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Recurso provido.” (Processo nº 105-12.987, 1º CC/Federal - 5ª Câmara, maioria, Rel. Luiz Gonzaga Nóbrega, publ. 11/02/00, p. 07)

Portanto, em não tendo sido dado tempo hábil ao contribuinte para a atualização e especificação da escrita contábil, resta improcedente o auto de infração.

4) Dos Depósitos Bancários

Na realidade, Senhor Julgador, a única irregularidade identificada pela autoridade fazendária resume-se no fato de que o “contribuinte deixou de escriturar contas bancárias de sua titularidade” cuja conduta acabou levando ao arbitramento do lucro, ou seja, a fiscal não constatou nenhuma omissão real de receita na contabilidade – até porquê, não existe a dita ocultação de fatos econômicos a tributação de IR/PIS/COFINS/CSLL, como se verá com a abertura dos registros constante do livro auxiliar, em fase de perícia.

Tais depósitos bancários, conforme já demonstrado, foram reconhecidos e escriturados de forma indireta na conta “caixa” sem ter registro na contabilidade. Sendo mais claro, isto quer dizer que a contabilidade pecou por uma irregularidade de ordem formal e não material como quis demonstrar a autoridade fiscal.

Neste sentido, veja-se a posição do Conselho de Contribuintes sobre a questão em pauta:

“Vícios formais, passíveis de regularização, não são suficientes para determinar o arbitramento do lucro, quando existe a escrituração e a documentação em que ela se fundamenta, à época em que ocorre a fiscalização, e essa escrituração e documentação são, desde logo, colocados a disposição do fisco, para seu exame. (AC 1° C.C. 105-3.920/89 – DO 14/09/90)

O não registro contábil das contas-correntes no presente caso não representa uma omissão de receita, mas sim, mero erro de formalidade quanto ao procedimento já

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que as mesmas, de forma indireta foram reconhecidas pelos livros auxiliares da conta-caixa. Temos então que o numerário depositado nas contas em questão, possuem identificação e estão perfeitamente lastreados em operações comerciais. Basta agora pela escrituração do livro auxiliar checar todas estas operações e suas justificativas.

Esta checagem poderia ter sido realizada pelo agente fiscalizador, apenas levaria um tempo significativo e foi por isto que ela preferiu o arbitramento.

Senhor Julgador; por este livro auxiliar vê-se que os depósitos bancários representam um ingresso de receita/numerário por conta de venda de mercadorias, respaldado no faturamento, conforme se atesta pelos lançamentos diários.

Assim, tais depósitos não podem ser considerados ou taxados como “Omissão de Receita” já que os mesmos são lastreados em INÚMERAS operações comerciais devidamente oferecidas a tributação do IR/CSLL/PIS/COFINS. Resta claro que os depósitos não estão soltos ou não justificados como diz no auto de infração.

Na realidade, os valores de tais depósitos são as próprias receitas declaradas e devidamente tributadas pelo fisco federal, ou seja, estes valores estão embutidos dentro do valor já tributado, não constituindo em receita nova ou ocultada da tributação.

Tal procedimento de arbitramento acabou por tributar duas vezes a mesma grandeza econômica, o que é inaceitável perante o nosso sistema de tributação.

5) Dos Percentuais de Arbitramento

Se permanecer este arbitramento – o que achamos difícil - o percentual de lucro dos 2°, 3° e 4° trimestres de 2002 devem ser revistos, pois a suposta omissão de receita, que não existe, não advém da prestação de serviços e sim da revenda de mercadorias, ou seja, o coeficiente de arbitramento deve ser reduzido de 38,40% para 9,6% sobre os respectivos “depósitos bancários não contabilizados”, já que os mesmos são lastreados em revenda de mercadorias.

Tal afirmativa advém do próprio Livro Auxiliar que registrou a movimentação financeira, inclusive a bancária no ano de 2002, identificando perfeitamente os depósitos com a venda de mercadorias, sendo neste caso proibida a adição do percentual mais elevado de lucro, conforme preconiza o art. 537 do RIR/99 – art.24 §1° da Lei nº 9.249/95.

Tal adequação de percentual deve ser feito também em razão do art.2° da Lei n° 9.784/99, o qual reproduzimos:

“Art. 2°- A Administração Pública obedecerá dentre outros, os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”

Adicionar o percentual mais elevado da prestação de serviços – 38,40% - sobre os depósitos bancários não contabilizados (contabilizados indiretamente pelo livro auxiliar a ser verificado em perícia), presumindo que eles advém exclusivamente de receita omitida de serviços e não de revenda de mercadorias, fere-se de morte os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e moralidade.

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Primeiro; se a prestação de serviços representa menos de 3% do total das receitas, não é razoável que todos ingressos de receitas por depósitos bancários sejam reconhecidas por receita omitida de serviços, ou seja, no mínimo há que se considerar 97% dos depósitos como de revenda de mercadoria e 3% de serviços. Isto é o razoável.

Segundo; tal adição também deixou de ser proporcional para atender os interesses da fiscalização, que passou a taxar com o maior percentual a receita quando deve fazê-la com o menor. O fato econômico merecia ser tratado e taxado na proporção do ingresso das receitas, na seguinte ordem: 97% para revenda de mercadorias e 3% para prestação de serviços. Mas, nada disto ocorreu em total afronta a proporcionalidade.

Terceiro e último; o princípio da moralidade que se resume na ética e no bom senso da autoridade e que deveria também estar presente como coeficiente de arbitramento o percentual menos gravoso para a revenda de mercadorias – 97% da receita omitida e 3% para prestação de serviços – sob pena de atribuir ao fisco o enriquecimento ilícito.

Assim, diante desta argumentação, se prosperar o arbitramento – o que achamos difícil – os percentuais devem ser revistos para 9,6% sobre o total dos depósitos não contabilizados que em verdade foram contabilizados indiretamente no livro auxiliar, onde se demonstra o registro de seu trânsito.

Das Provas a Serem Produzidas

NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL

Inicialmente cumpre-se dizer que o livro auxiliar demonstra o trânsito dos depósitos bancários citados no auto de infração, bem como a movimentação financeira e bancária da empresa, que determina claramente a possibilidade de identificação e determinação do Lucro Real.

Senhor julgador o livro auxiliar em conjunto com os documentos que lastreiam as operações realizadas e lá lançadas são, em razão do volume (mais de 15 caixas de documentos), impossíveis de serem anexados e aportados aqui na impugnação. Veja-se o entendimento doutrinário no sentido:

...“Embora não explicitado no Decreto em apreço, deve-se concluir somente justificável a formulação de pedidos de diligência ou perícias, pelo Reclamante, quando a matéria de fato, ou assunto de natureza técnica, cuja comprovação não possa ser feita no corpo dos autos, quer pelo volume de papéis envolvidos na verificação, quer pela impossibilidade de se deslocar os elementos examináveis..... ( in Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado – pág 196 – Marcos Vinicius Neder e Maria Teresa Martínez López – editora Dialética)

E mais; apenas com a checagem destes documentos em fase de perícia, com a verificação dos desdobramentos dos lançamentos contidos no livro auxiliar ao livro caixa é que se poderá verificar – em verdade material, a existência de lucro ou não.

Por isto apenas com a perícia, irá se comprovar a possibilidade de apuração do lucro real, bem como validar a contabilidade considerando-a como prestável na determinação do lucro, com auxílio de livros e documentos.

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Para tanto, formulamos os seguintes quesitos:

- Constatar nos autos de infração se há alguma intimação da fiscal no intuito de solicitar que a empresa regularizasse a contabilidade pelo método de desmembramento de contas, especificando claramente as contas e como fazê-lo;

- A empresa possui livro auxiliar com desmembramento das contas feitas de forma resumida no livro diário. Tal livro configura-se como livro auxiliar de forma a determinar o lucro real?;

- Depois de verificado pelo auditor fiscal/perito a documentação apontada, seja livro auxiliar de caixa e documentações comprobatórias das operações lá lançadas, é possível a apuração do lucro pelo método real? Se positivo, qual o valor deste lucro?

- Checando o livro auxiliar e a documentação pertinente esclarecer se a mera omissão dos registros contábeis das contas tornava a contabilidade da impugnante como imprestável de forma a justificar o arbitramento?

- O Livro Auxiliar, apontado com a devida documentação justificadora dos lançamentos, sana esta irregularidade formal?

- Esclareça o senhor perito se o prazo de 50 dias, determinado pela fiscal para fins de regularizar os seus livros fiscais, se deu de forma suficiente ou insuficiente em face do volume de documentação e operações mercantis realizadas.

Como perito técnico indica-se:

Sr.

Do Requerimento

Diante do exposto, requer-se seja julgada procedente a presente Impugnação, para fins de reconhecer a improcedência do auto de infração em epígrafe, entendendo que não cabe arbitramento de lucro no presente caso.

Se entender por cabível o arbitramento, seja determinada a revisão do lucro arbitrado para os 2, 3 e 4 trimestres passando percentual de 38,40% para 9,6%.

Seja realizado o julgamento simultâneo dos autos de infração de IR/PIS/COFINS e CSLL todos pertinentes ao Mandado de Procedimento Fiscal de n. 00/000000/03 em razão da conexão e das provas acostadas ao presente auto de infração, conforme determina inclusive o §1° do artigo 9° do Decreto 70.235/72 e a competência do 1°Conselho de Contribuintes.

E, por último, a produção de prova pericial, conforme motivação e quesitos apontados.

Nestes Termos,Pede Deferimento.

Cidade, 22 de dezembro de 2003.

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

W LTDA ME

RECURSO VOLUNTÁRIO

VISAVISAReformar a decisão de primeira instância.

DESTINODESTINOCARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

REQUISITOREQUISITONÃO MAIS NECESSÁRIO o Arrolamento de bens – 30% da decisão conforme ADI RFB Nº 9 DE 05/06/07

* MODELO DE RECURSO EM ANEXO * MODELO DE RECURSO EM ANEXO

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTOS DE CURITIBA/PR

PAF n.º 242532/15-00

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA, com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar

RECURSO VOLUNTÁRIO

com objetivo de reformar a decisão de primeira instância prolatada pela DJR/n.º ...., de 12 de janeiro de 2004, o que faz com base e na forma do artigo 33 do Decreto 70.235/72 e das razões de fato e de direito em anexo, requerendo que as mesmas sejam processadas com posterior encaminhamento ao Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda para conhecimento e julgamento.

Nestes Termos,Pede Deferimento.

Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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EGRÉGIO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

COLENDA CÂMARA

Recorrente : DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA.Recorrida : SECRETARIA DA RECEITA FEDERALProcesso : 00000000000/00-00

1. BREVE RETROSPECTIVA DOS FATOSA empresa foi autuada pelo Auditor da Receita Federal (AI nº .....)

em 30/09/2002, em razão de ter recolhido a contribuição da COFINS – contribuição para o financiamento da seguridade social - no período de abril/95 a dezembro/96 com valores inferiores ao previsto na legislação, o que de fato é verdadeiro

E, tempestivamente, protocolou a sua defesa administrativa, apontado a decadência para se constituir o crédito tributário da COFINS, que no seu ver seria de 5 (cinco) anos e não 10 (dez) como pretende o agente fazendário.

Questionou ainda a aplicação da multa e de seu confiscatório.

Na seqüência foi prolatada a decisão de 1ª Instância, avalizando o ponto de vista do emissor do auto de infração, entendendo que o prazo decadencial da COFINS seria de dez anos – dentro do prazo decadencial – e que a multa e juros estão previstos no ordenamento jurídico.

Em face da posição e conteúdo da decisão de primeira instância, não restou outra solução senão interpor o presente recurso voluntário para que o Egrégio Conselho de Contribuintes reforme esta decisão, no intuito de levar a improcedência da exigência contida no auto de infração.

2. DA DECADÊNCIA

A exigência fiscal a título de COFINS, conforme demonstrada no auto de infração, diz respeito a débitos que não foram pagos no período de abril/95 a dezembro/96, que na versão do contribuinte, o direito da Fazenda em constituir o crédito já decaiu relativamente a este período, uma vez que este crédito já foi tacitamente homologado após o transcurso do prazo de cinco anos a que se refere o Código Tributário Nacional.

Só para elucidar, vale a pena reproduzir o artigo 173, I do Código Tributário Nacional que reza pela decadência:

“ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;”

Como se vê, em se tratando a COFINS de tributo submetido a esta norma, o transcurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da autoridade administrativa, é circunstância que EXTINGUE o crédito tributário com caráter de definitividade.

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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Além do inciso I do art. 173 (CTN) ter disciplinado expressamente a respeito da decadência do que diz respeito aos tributos, o mesmo Código Tributário a estabeleceu como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, a COFINS recolhida nos meses de abril/95 a dezembro/96 está tacitamente homologada, respectivamente desde janeiro de 2001.

Observe-se que o presente auto de infração versa justamente sobre débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno.

Ocorre que tanto o início da ação fiscal até a efetiva lavratura do Auto de Infração (30/09/02) se deram APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa à COFINS de abril/95 a dezembro/96.

Assim, o período supra apontado, e no qual o auto de infração aponta ter havido recolhimento de COFINS a menor, não pode ser objeto de exigência fiscal, por ocorrência de decadência do direito da Fazenda Pública em constituir o crédito tributário.

E decadência, nos termos da Constituição Federal, é instituto de

disciplina única e exclusiva através de lei complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;”

Ora, Senhores, a Constituição é explícita neste sentido: a competência é de LEI COMPLEMENTAR, e não LEI ORDINÁRIA. Ora, a Lei 8.212 a que se refere a decisão recorrida não se adequou às exigências constitucionais para disposição acerca da matéria. Portanto, é irrelevante que aponte a decadência como sendo de dez anos. Ora, se a prescrição não é tema de sua competência, o que referida lei disciplinou a respeito não tem o condão de reger a matéria, por inconstitucionalidade inequívoca.

Sobretudo, é de se observar que a Constituição Federal de 1988, ao definir a competência para instituição de contribuições sociais, expressamente fez remessa a este dispositivo do artigo 146:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua autuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigo 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”

Neste sentido, por dispor a respeito de normas gerais de direito tributário, o Código Tributário Nacional foi assim recepcionado pela Constituição de 1988. Assim,

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o prazo decadencial para tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador.

É flagrante assim que, por ter sido atingido pela decadência, não há como a Fazenda Pública pretender rever lançamento já tacitamente homologado.

Observe-se que, além de a decadência constituir circunstância EXTINTIVA do crédito tributário, também o é a homologação do lançamento feito pelo contribuinte:

“VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º.” (Art. 156 do CTN)

Ora, o decurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da Fazenda Pública, equivale à homologação por parte da autoridade administrativa, cuja ocorrência de forma tácita, da mesma forma que a expressa, EXTINGUE o crédito tributário.

Assim estando o crédito tributário relativamente aos meses apontados no Auto de Infração (abril /95 a dezembro/96) não mais pode ser objeto de nova constituição.

Este, aliás, é o entendimento deste próprio Conselho de Contribuintes, como demonstramos:

“ A teor do artigo 146, inciso III, letra ‘b’ da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. Não obstante, a Lei 8.212/91, em seu artigo 45, caput e inciso I ter prescrito o prazo decadencial para a contribuições sociais, em 10 (dez) anos, tal determinação, como se viu, está eivada de vício de inconstitucionalidade. Vale dizer, a lei ordinária não tem o condão de substituir a lei complementar.” (D.O.U. 1 de 13.4.99, p. 4 / Processo n.º 13629.000269/98-56, Recurso n.º 118.017, 1º Conselho de Contribuintes, 3ª Câmara, Acórdão n.º 103-19.879, Sessão de 23.2.99)

Na sétima Câmara do mesmo Conselho, no mesmo sentido da terceira, teve o seguinte entendimento:

“ CSLL. Decadência. Contribuições sociais. Lei ordinária. Prazo de dez anos. Improcedência em face de dispositivo constitucional. A teor do art. 146, inciso III, letra ‘b’, da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.”(Ac un da 7ª C do 1º CC – nº 107-06.900 – Rel. Cons. Neycir de Almeida – j 04.12.02 - DOU 1 24.04.03, p. 40 – ementa oficial)

A jurisprudência do Conselho de Contribuintes, diz com todas as letras, que o prazo decadencial para constituir o crédito tributário pelo auto de infração é de cinco anos e não dez como consta na decisão de primeira instância, que merece ser reformada.

Vê-se claramente que os argumentos da decadência são suficientes para reformar a decisão de primeira instância, bem como para levar a improcedência da exigência contida no auto de infração, objeto do presente processo fiscal.

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3. DO CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA

Como aponta o Auto de Infração, a multa aplicada à autuada é de 75%, incidentes sobre a diferença tributada.

E, nos termos aqui já demonstrados, esta tributação pretendida é irregular e ilegal (principal), uma vez que pretende exigir contribuição já atingida pelo instituto da decadência; da mesma forma, portanto, é a multa respectiva. É o princípio de direito estabelecido no Código Civil de que a obrigação acessória segue a sorte da principal.

Ora, é absolutamente imoral se pretender exigir tributo de cujo direito o Fisco já decaiu e o qual já se encontra tacitamente homologado desde janeiro/01. Mais imoral ainda é imputar multa, ainda mais de 75%, incidente sobre crédito tributário já extinto nos termos expressos do Código Tributário Nacional.

Senhor julgador, a Administração Pública deve reger seus atos por uma ordem de princípios, relacionados no próprio texto da ordem constitucional, tratando-se de norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata:

“CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

Neste sentido, constata-se que além de a exigência de tributo já extinto ser ilegal, a aplicação de multa de 75% muito se aproxima de imoral, uma vez que incide sobre crédito tributário já homologado pelo decurso do prazo de cinco anos.

Sobretudo, é de se considerar que o próprio Conselho de Contribuintes reconhece que a regência da prescrição e da decadência opera-se nos termos do CTN, o qual estabelece o prazo de cinco anos - a contar da ocorrência do fato gerador - quanto ao tributos sujeitos ao lançamento por homologação.

Desta forma, não há como se pretender exigir multa sobre crédito tributário que a própria Administração Pública, através de seus órgãos julgadores administrativos, entendeu ser indevido.

E, ainda que se entenda pela legitimidade da exigência principal, a imposição de multa de 75% não se reveste do mesmo caráter.

A Lei 9.298/96 estipula que a multa não pode exceder a 2%, tendo em vista que este percentual diz referência aos casos de não cumprimento de obrigação.

E, segundo entendimento mais recente de nossos tribunais e de doutrinadores, no caso de concurso de Leis, deve-se aplicar a mais benéfica ao contribuinte, dando ênfase à máxima in dubio pro reo, no caso in dubio pro contribuinte, visto tratar-se do elemento mais fraco na relação.

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Desta forma, a multa deve ser reduzida ao patamar de 2%, por mais benéfica.

Ademais, o Supremo Tribunal Federal, corte máxima no país, tem entendido que as multas aplicadas em decorrência de infrações tributárias não podem exceder 30% do valor do tributo devido. Observe-se, a respeito, o voto do Ministro Xavier de Albuquerque:

“... Conheço o Recurso e lhe dou parcial provimento para julgar procedente o Executivo Fiscal, salvo quanto à multa moratória que, fixada em nada menos que 100% do imposto devido, assume feição confiscatória. Reduzo-a para trinta por cento, base que reputo razoável para a reparação da impontualidade do contribuinte.” (RTJ 96/1254)

Observe-se que tanto há a feição confiscatória que o próprio Código Tributário Nacional explicitou que, decorrido o prazo de cinco anos, há homologação tácita como circunstância extintiva do crédito tributário.

Ou seja, a relação tributária existente entre o contribuinte e o Fisco federal relativamente à COFINS de abril/95 a dezembro/96 já se perfez com todos os seus elementos - ocorrência do fato gerador, pagamento da contribuição devida e posterior homologação. Assim, no presente momento, quanto a tal tributo não há mais relação jurídica a ser discutida.

Sobretudo, não há o mínimo indício de fraude, dolo ou simulação, tanto é que foi possível para a fiscalização apurar as supostas ‘bases de cálculo’. E, quanto a elas, o próprio termo de verificação fiscal confirmou a idoneidade da escrituração fiscal:

“ 2. CONFIRMAÇÃO DE BASE DE CÁLCULO As planilhas apresentadas pelo Contribuinte (fls. ) foram cotejadas com os documentos fiscais - Livro de Apuração de ICMS e documentos auxiliares (fls. ), cujo resultado não apresentou divergência relevante de valores”.

Diante disto, temos o seguinte panorama: o contribuinte adimpliu com suas obrigações fiscais, em nenhum momento dificultou ou impôs empecilhos à realização da fiscalização, e não realizou ato fraudulento (como reconhece a própria fiscalização). E, sobretudo, o crédito tributário relativo à presente exigência fiscal foi devidamente homologado de forma tácita, nos expressos termos do CTN. Ora, se a conduta da empresa/autuada está corroborada pela legislação tributária complementar, qual é o motivo para que o Fisco impute a ela multa que representa 75% deste crédito já extinto?

Na verdade, mesmo que mantida a exigência fiscal, está nitidamente comprovada a boa-fé da autuada no exercício de suas atividades. E, paralelamente, está consubstanciada a desídia por parte da Administração Fazendária, que fiscalizou a empresa apenas após a perfeita extinção do crédito tributário.

Certamente a multa de 75% quanto a tal circunstância, além de consubstanciar ilegalidade, tem uma feição de confiscar do contribuinte quase a totalidade do valor que não é mais devido à Fazenda pela efetivação da homologação, extinção e decadência do crédito tributário.

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Assim, acaso mantida a exigência, frente às circunstâncias e estando reconhecida a lisura na escrituração fiscal da empresa, é de se reduzir a multa ao percentual de 30%, montante aceito pelo Supremo Tribunal Federal, como acima demonstrado:

“ICM. REDUÇÃO DE MULTA DE FEIÇÃO CONFISCATÓRIA.Tem o STF admitido a redução de multa moratória imposta com base em lei, quando assume ela, pelo seu montante desproporcionado, feição confiscatória.Dissídio de jurisprudência não demonstrado.Recurso extraordinário não conhecido.” (2ª T. STF, RE 91.707/MG, DJ 20.02.80, p. 000512)

A orientação do Supremo Tribunal Federal é de reduzir a multa para

patamares aceitáveis – no caso seria de 75% para 30%.

4. DO ARROLAMENTO DE BENS – REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE

A lei nº 10.522/2002 estipula como requisito de admissibilidade do recurso voluntário o arrolamento dos bens e direitos do recorrente, no valor equivalente a 30% (trinta por cento) da exigência fiscal definida na decisão.

O arrolamento deve ser formalizado preenchendo-se o anexo I aprovado pela IN SRF 264/2002, documento esse que instrui o presente Recurso Voluntário.

5. DO REQUERIMENTO

Diante do exposto, requer-se seja provido o presente recurso, para fins de reformar a decisão recorrida e reconhecer e declarar a ocorrência de decadência da Fazenda Pública quanto ao direito de constituir o crédito tributário relativo à COFINS de abril/95 a dezembro/96, reconhecendo a improcedência da exigência contida no auto de infração.

Em caso de manutenção da exigência fiscal, requer-se determinar a redução da multa para 30% (trinta por cento), nos termos do entendimento do Supremo Tribunal Federal.

E ainda, requer a autora do recurso o direito de sustentar oralmente, perante este Conselho, conforme determina o Regimento Interno.

Nestes Termos,Pede Deferimento.

Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda. P/P Fulano de Tal

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

VISAVISAClarear as omissões, obscuridades e contradições dos Acórdãos do Conselho de Contribuintes e Câmara Superior de Recursos Fiscais.

REQUISITOREQUISITO Demonstrar a omissão, obscuridade e contradição – com requerimento de clareamento.

* MODELO DE EMBARGOS EM ANEXO * MODELO DE EMBARGOS EM ANEXO

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ILUSTRÍSSIMO SENHOR RELATOR DO 1ª SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS – 3ª CÂMARA

AI nº .........

PÍ VEÍCULOS LTDA, já devidamente qualificada no processo administrativo em referência, vem por intermédio de seus procuradores à presença do Senhor Relator propor,

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

do Acórdão proferido na sessão de 22.02.2004, de nº 108-06.001, DOU dia 20.05.2004 em razão do mesmo ter omissões, obscuridades e contradições a seguir apontadas.

1. CABIMENTO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

No referido Acórdão, que apreciou a decadência, não determinou quando o prazo decadencial começa a fluir, conforme reproduzimos:

“IRPJ – PRAZO DECADENCIAL – O prazo decadencial é contado pela regra do art. 173, inciso I, do Código Tributário Nacional.Negado provimento ao Recurso.”(nº 108-06.001 – DOU 22.05.2004)

Vê-se então, que a decisão deixou de fixar no prazo o início da contagem, que na versão da Fazenda começa a fluir no primeiro dia do exercício seguinte e na do contribuinte começa o prazo com a entrega da declaração.

Inclusive esta foi uma das argumentações de direito debatida entre o fisco e o contribuinte no processo fiscal, e razão para a interposição do presente embargos, que poderá onerar ou desonerar a empresa do recolhimento do IR do ano de 1996.

Se for da entrega da declaração o contribuinte está desobrigado do recolhimento do IR – período base 1996 e for do primeiro dia do próximo exercício, estará obrigado ao recolhimento do IR/96.

Para clarear a situação, vale a pena repetir a posição da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que fixou o início da contagem do prazo com a entrega da declaração:

“IRPJ – Decadência – No caso do IRPJ, o prazo decadencial tem seu início quando da entrega da declaração de rendimentos. Recurso Provido.”(Proc. 11.080.000033/92-72 – sessão 17/12/98, Acórdão CSRF nº 01-02.536)

Assim está pacífica na Câmara Superior de Recursos Fiscais a data de início de contagem do prazo decadencial.

2. REQUERIMENTO

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Face ao exposto, requer-se ao Senhor Relator esclarecer e manifestar-se sobre a questão aqui levantada, fixando a data de fluência do prazo – se da declaração ou do primeiro dia do exercício seguinte.

Nestes TermosP.E. Deferimento

Curitiba, 22 de maio de 2004.

PI VEÍCULOS LTDAP/P Fulano de Tal

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RECURSO ESPECIAL - DIVERGÊNCIA

VISAVISA Reformar a decisão de 2ª instância – Conselho de Contribuintes.

ADMISSIBILIDADE/ADMISSIBILIDADE/REQUISITOREQUISITO Divergência de interpretação.

DESTINODESTINOCâmara Superior de Recursos Fiscais.

* MODELO DE RECURSO ESPECIAL EM ANEXO * MODELO DE RECURSO ESPECIAL EM ANEXO

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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA ... CÂMARA DO .... CONSELHO DE ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS – CARF

PAF n.º ..........

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA, com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar

RECURSO ESPECIAL

com objetivo de reformar a decisão proferida pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Acórdão nº ......, de 12 de agosto de 2004, o que faz com base e na forma do artigo 7º, anexo I, da Portaria nº 55/98 e das razões de fato e de direito em anexo, requerendo que as mesmas sejam processadas com posterior encaminhamento a Câmara Superior de Recursos Fiscais, para conhecimento e julgamento.

Nestes Termos,Pede Deferimento.

Ponta Grossa/PR, 15 de agosto de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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EGRÉGIA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

Recorrente : DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA.Recorrida : SECRETARIA DA RECEITA FEDERALProcesso : 00000000000/00-00

1. BREVE RETROSPECTIVA DOS FATOSA empresa foi autuada em 30/09/2002, em razão de ter recolhido a

contribuição da COFINS, no período de abril/95 a dezembro/96 com valores inferiores ao previsto na legislação, o que de fato é verdadeiro

E, tempestivamente, protocolou a sua defesa administrativa, apontado a decadência para se constituir o crédito tributário da COFINS, que no seu ver seria de 5 (cinco) anos e não 10 (dez) como pretende o agente fazendário.

Na seqüência foi prolatada a decisão de primeira instância, confirmando a tese dos dez anos. Novamente foi proposto recurso para a segunda instância insistindo na teses dos cinco anos, recurso voluntário.

Subiu o recurso para o Conselho de Contribuintes e os seus julgadores também se filiaram a tese dos dez anos, ou seja, o Conselho validou a autuação e a respectiva decisão de primeira instância, embora existisse posição divergente de outras câmaras do Conselho.

Em face da posição e conteúdo da decisão de segunda instância, não

restou alternativa senão interpor o presente Recurso Especial por divergência de interpretação, para que a Câmara Superior de Recursos Fiscais reforme esta decisão, no intuito de levar a improcedência da exigência contida no auto de infração.

2. DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO POR DIVERGÊNCIA

O Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, determina que o Recurso Especial deverá “demonstrar, fundamentadamente, a divergência argüida, indicando a decisão divergente e comprovando-a mediante a apresentação de cópia autenticada de seu inteiro teor ou de cópia de sua publicação que tenha sido divulgada, ou mediante cópia de publicação de até duas ementas, cujos acórdãos serão examinados pelo Presidente da Câmara recorrida.” – art. 7º, anexo I, Portaria nº 55/98.

Para que este recurso seja admitido e apreciado na Câmara Superior de Recursos Fiscais, a recorrente discorre sobre a seguinte estratégia, a saber:

a) primeiro, demonstrará, fundamentadamente, a divergência que tenha dado outra Câmara do Conselho de Contribuintes ou da própria Câmara Superior de Recursos Fiscais;

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b) segundo, indicará a decisão divergente e comprovando-a mediante a juntada de cópia de publicação de até duas ementas – acórdão.

Para cumprir a formalidade da alínea “a” acima, passamos a reproduzir a ementa do acórdão do presente processo, que está assim redigida:

“Normas Gerais – Decadência – É de dez anos o prazo de decadência das contribuições para seguridade social.A lei nº 8.212/91 prevê prazos diferentes para a decadência das contribuições sociais, em dez anos, nos termos do seu art. 45, caput e inciso I – Lei específica.”(Processo 242532/15-00 – caso concreto da requerente)

Da 3ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, temos a seguinte ementa:

“ A teor do artigo 146, inciso III, letra ‘b’ da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. Não obstante, a Lei 8.212/91, em seu artigo 45, caput e inciso I ter prescrito o prazo decadencial para a contribuições sociais, em 10 (dez) anos, tal determinação, como se viu, está eivada de vício de inconstitucionalidade. Vale dizer, a lei ordinária não tem o condão de substituir a lei complementar.” (D.O.U. 1 de 13.4.99, p. 4 / Processo n.º 13629.000269/98-56, Recurso n.º 118.017, 1º Conselho de Contribuintes, 3ª Câmara, Acórdão n.º 103-19.879, Sessão de 23.2.99)

Na sétima Câmara do mesmo Conselho, no mesmo sentido da terceira, teve o seguinte entendimento:

“ CSLL. Decadência. Contribuições sociais. Lei ordinária. Prazo de dez anos. Improcedência em face de dispositivo constitucional. A teor do art. 146, inciso III, letra ‘b’, da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.”(Ac un da 7ª C do 1º CC – nº 107-06.900 – Rel. Cons. Neycir de Almeida – j 04.12.02 - DOU 1 24.04.03, p. 40 – ementa oficial)

A divergência de interpretação das normas que regulam o prazo decadencial das contribuições sociais é cristalina, se vale o prazo dos dez anos previsto no art. 45 da lei nº 8.212/91 ou cinco anos previsto no art. 173 do Código Tributário Nacional.

A ementa do presente processo fixa o prazo decadencial de dez anos e as ementas que servem de paradigma já dizem que este mesmo prazo é de cinco anos – o mesmo problema com as soluções divergentes de solução, o que terá que ser pacificado e unificado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Resta muito bem demonstrado e devidamente fundamentada a divergência do tribunal administrativo sobre o prazo decadencial das contribuições sociais, inclusive com a indicação de dois acórdãos em sentido contrário, cujas cópias de publicação são anexadas ao presente recurso especial.

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3. DAS RAZÕES DE DIREITO PARA REFORMA DA DECISÃO DE 2ª INSTÂNCIA

A exigência fiscal a título de COFINS, conforme demonstrada no auto de infração, diz respeito a débitos que não foram pagos no período de abril/95 a dezembro/96, que na versão do contribuinte, o direito da Fazenda em constituir o crédito já decaiu relativamente a este período, uma vez que este crédito já foi tacitamente homologado após o transcurso do prazo de cinco anos a que se refere o Código Tributário Nacional.

Só para elucidar, vale a pena reproduzir o artigo 173, I do Código Tributário Nacional que reza pela decadência:

“ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;”

Como se vê, em se tratando a COFINS de tributo submetido a esta norma, o transcurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da autoridade administrativa, é circunstância que EXTINGUE o crédito tributário com caráter de definitividade.

Além do inciso I do art. 173 (CTN) ter disciplinado expressamente a respeito da decadência do que diz respeito aos tributos, o mesmo Código Tributário a estabeleceu como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, a COFINS recolhida nos meses de abril/95 a dezembro/96 está tacitamente homologada, respectivamente desde janeiro de 2001.

Observe-se que o presente auto de infração versa justamente sobre débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno.

Ocorre que tanto o início da ação fiscal até a efetiva lavratura do Auto de Infração (30/09/02) se deram APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa à COFINS de abril/95 a dezembro/96.

Assim, o período supra apontado, e no qual o auto de infração aponta ter havido recolhimento de COFINS a menor, não pode ser objeto de exigência fiscal, por ocorrência de decadência do direito da Fazenda Pública em constituir o crédito tributário.

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E decadência, nos termos da Constituição Federal, é instituto de disciplina única e exclusiva através de lei complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;”

Ora, Senhores, a Constituição é explícita neste sentido: a competência é de LEI COMPLEMENTAR, e não LEI ORDINÁRIA. Ora, a Lei 8.212 a que se refere a decisão recorrida não se adequou às exigências constitucionais para disposição acerca da matéria. Portanto, é irrelevante que aponte a decadência como sendo de dez anos. Ora, se a prescrição não é tema de sua competência, o que referida lei disciplinou a respeito não tem o condão de reger a matéria, por inconstitucionalidade inequívoca.

Sobretudo, é de se observar que a Constituição Federal de 1988, ao definir a competência para instituição de contribuições sociais, expressamente fez remessa a este dispositivo do artigo 146:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua autuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigo 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”

Neste sentido, por dispor a respeito de normas gerais de direito tributário, o Código Tributário Nacional foi assim recepcionado pela Constituição de 1988. Assim, o prazo decadencial para tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador.

É flagrante assim que, por ter sido atingido pela decadência, não há

como a Fazenda Pública pretender rever lançamento já tacitamente homologado.

Observe-se que, além de a decadência constituir circunstância EXTINTIVA do crédito tributário, também o é a homologação do lançamento feito pelo contribuinte:

“VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º.” (Art. 156 do CTN)

Ora, o decurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da Fazenda Pública, equivale à homologação por parte da autoridade administrativa, cuja ocorrência de forma tácita, da mesma forma que a expressa, EXTINGUE o crédito tributário.

Assim estando o crédito tributário relativamente aos meses apontados no Auto de Infração (abril /95 a dezembro/96) não mais pode ser objeto de nova constituição.

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Vê-se claramente que os argumentos da decadência são suficientes para reformar a decisão de primeira instância, bem como para levar a improcedência da exigência contida no auto de infração, objeto do presente processo fiscal.

4. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se que o presente recurso seja inicialmente admitido e no mérito provido, no sentido de reformar a decisão do Conselho de Contribuintes, reconhecendo que o prazo decadencial das contribuições sociais é de cinco anos, regendo-se pelo Código Tributário Nacional.

Como conseqüência reconheça também a improcedência da exigência fiscal contida no auto de infração.

E por último, requer ainda o direito da parte de realizar sustentação oral perante este Câmara Superior, nos termos do Regimento Interno.

Nestes Termos,Pede e Espera Deferimento.

Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda. P/P Fulano de Tal

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AGRAVO – DESPACHO QUE NEGA SEGUIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

VISAVISADar seguimento ao recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais – obstaculizado pelo Presidente da Câmara do Conselho de Contribuintes.

DESTINATÁRIODESTINATÁRIOPresidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

* MODELO DE AGRAVO EM ANEXO * MODELO DE AGRAVO EM ANEXO

Observação: O Regulamento interno do CARF e da CSRF não prevê o AGRAVO, no entanto, o AGRAVO ,como recurso, consta dos art. 496, 522 e seguintes do CPC – Código de Processo Civil, o qual deve ser utilizado com legislação suplementar. Motivo pelo qual mantemos neste estudo o AGRAVO, como um recurso cabível por analogia ao CPC.

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AO ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA, com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar

RECURSO DE AGRAVO

com objetivo de dar seguimento do Recurso Especial em direção à Câmara Superior de Recursos Fiscais, cujo prosseguimento foi obstaculizado pelo indeferimento emanado pelo Presidente do 1º Conselho de Contribuintes, o que faz com base nos artigos 35 do Regimento Interno do Conselho e 9º do Regimento da Câmara Superior e nas razões de ordem fática e jurídica que passa a expor.

1. DO CABIMENTO DO AGRAVO

Sr. Julgador, o contribuinte em pauta teve como indeferido o seguimento pelo senhor Presidente da 2a. Câmara do 1o. Conselho de Contribuintes da Fazenda Nacional de seu Recurso Especial com a seguinte decisão:

“Indefiro o seguimento do presente Recurso Especial posto que o contribuinte não demonstrou de forma suficiente, através das ementas apresentadas, a divergência necessária do § 2o. do artigo 33 do RICC”

A decisão transcrita aponta que o contribuinte não demonstrou de forma suficiente a divergência entre as ementas o que lhe fez concluir pela ausência de demonstração.

Pois bem, de acordo com o artigo 9o, § 2o. do RICSRF. Apenas naqueles casos em que ocorrer a falta de juntada da ementa que comprove a divergência, fica vedado o reexame da admissibilidade do Recurso Especial.

No caso em pauta, a juntada das ementas, tal e qual prescreve o § 2 o. do artigo 7o. do RICSRF, se deu através do DOU n.º XXX datado de 00.00.0000, e do DOU n.º YYY datado de 00.00.0000, ambas fotocópias constantes às fls. 183 e 184 deste processo.

Assim, sendo, é cabível o pedido ora posto de reexame de admissibilidade e seguimento do Recurso Especial.

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2. DA DECISÃO AGRAVADA

Como já dito, a decisão agravada obstou o seguimento do Recurso Especial posto que o contribuinte não demonstrou de forma suficiente a divergência necessária.

Releva-se para análise duas questões importantes:

1o. – a norma pede demonstração da divergência apenas e;2o. – as ementas apontadas, por si só, nitidamente demonstram a

divergência.

3. DA DIVERGÊNCIA

Senhor julgador, tanto o artigo 33 § 2o. do RICC/FN quanto o artigo 7o. § 2o. do RICSRF/FN traduzem que o requisito de admissibilidade do seguimento do Recurso Especial é a DEMONSTRAÇÃO FUNDAMENTADA DA DIVERGÊNCIA.

Neste aspecto, veja-se que o contribuinte às fls, do Recurso Especial demonstrou e fundamentou a diversidade de entendimento que há entre Xª e Yª Câmara do 1 o. Conselho de Contribuintes.

Fundamentar aqui significa dar as razões de direito sob a qual se assenta a divergência, e isto, foi realizado pelo contribuinte.

De acordo com o vocabulário jurídico, “fundamento exprime sempre a série de circunstâncias que autorizam a prática de um ato, mostrando-se jurídico ou de direito, quando fundadas em regras jurídicas, e de fato, quando decorrentes de acontecimentos vistos.” (In Vocabulário Jurídico, pg. 333. 12a. edição.)

Ora Senhor Julgador, o contribuinte não apenas demonstrou a divergência transcrevendo, indicando e apontando a aplicação da Súmula 76 deste órgão julgador.

E mais, fundamentou também o cabimento e seguimento do Recurso Especial no princípio da verdade material que é o princípio maior do processo administrativo, independentemente de se estar tratando de um caso de arbitramento.

Ademais, os princípios jurídicos nem sempre estão expressos em norma, mas são verificados em condutas e entendimentos e por este motivo tornam-se princípios.

Tanto é que a ementa transcrita e apontada diz:

“Imposição ao julgador de tentar buscar a verdade material, a fim de que a decisão não cometa erro de se tributar o que não é passível de incidência.”

Como se vê, não houve insuficiência de demonstração de divergência, tampouco ausência de demonstração de divergência e menos ainda insuficiência de fundamentação de divergência.

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4. REQUERIMENTO

Ante ao contido no presente Agravo, requer-se seja este conhecido e provido para que se reexamine o seguimento do Recurso Especial e se dê seguimento ao mesmo.

Pede-se deferimento.

Cidade, 10 de janeiro de 2003

Distribuidora de Medicamentos São Paulo LtdaP/P – Fulano de Tal

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO MÓDULO 2

Assinale a alternativa correta:

01. Qual das alternativas abaixo não é verdadeira em relação ao auto de infração reproduzido no presente módulo:

a)

b)

c)

d)

O motivo determinante para o arbitramento do lucro tributável foi a escrituração imprestável para apuração do IR pelo método de lucro real;A não contabilização dos depósitos bancários pelo contribuinte, após a intimação para apresentar as justificativas, representou uma omissão de receita;O valor do crédito tributário apurado no presente auto corresponde a R$ 405.620,11, sendo R$ 207.419,10 de imposto, R$ 42.636,70 de juros de mora e R$ 155.564,31 a título de multa punitiva;O período fiscalizado corresponde ao ano base de 2001 e exercício de 2002.

02. Com relação a defesa, assinale a alternativa que não corresponde a realidade:

a)b)

c)

d)

A peça processual contém todos os requisitos formais para a sua validade;A razão de fato argüida na defesa que pode levar a improcedência do auto se resume na apresentação do “Livro Caixa Auxiliar”, por onde passaram todos os pagamentos e recebimentos no ano-base 2002;Que os depósitos bancários não estavam a margem da tributação, existia apenas uma omissão formal de registro das contas na contabilidade;Não foi requerido perícia nos termos do decreto 70.235/72.

03. Com relação ao recurso voluntário, o que é verdadeiro:

a)b)

c)

d)

Deixou de fazer o arrolamento de bens em 30% do valor da decisão; Toda a tese de necessidade de reforma da decisão de primeira instância repousa sobre a decadência;Faltou o pedido para que o contribuinte possa realizar a sustentação oral no Conselho de Contribuintes;Não existe nas peças argumentação de fato para reforma da decisão de primeira instância apenas de direito.

04. Os embargos de declaração do modelo visa:

a)

b)c)

Clarear a decisão do Conselho de Contribuintes fixando a data de fluência do prazo da decadência – se da declaração ou do primeiro dia no exercício seguinte;Reformar a decisão do Conselho de Contribuintes, fixando o prazo de decadência;Reformar a decisão em razão das obscuridades, omissões e contradições apontadas.

05. O que é verdadeiro em relação ao recurso especial - modelo:

a)

b)

c)

Não foi demonstrada a divergência de interpretação sobre a decadência – requisito de admissibilidade do recurso;Não foram apresentadas as razões de direito para reformar a decisão do Conselho de Contribuintes;Foi garantido o arrolamento de bens – condição para admissibilidade do recurso;

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d) O contribuinte requereu a sustentação oral.06. Sobre o recurso de agravo o que é verdadeiro:

a)

b)c)

Foi demonstrado claramente o cabimento do agravo e feito pedido expresso para seguimento do recurso especial;Não foi demonstrado o despacho que indeferiu o seguimento do recurso especial;Não existe argumentação de fato e direito que justifique o seguimento do recurso especial.

07. Relacione a primeira com a segunda:

a)

b)

c)

Recurso Especial

Embargos de Declaração

Defesa

Para impugnar a exigência contida no auto de infração.

Para reformar a decisão do Conselho de Contribuintes.

Para clarear a decisão do Conselho de Contribuintes e Câmara Superior.

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MÓDULO 3

JURISPRUDÊNCIAS DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E CÂMARA SUPERIOR APLICÁVEL NO PROCESSO

SÚMULAS DO CARF E CSRF

ENUNCIADOS DE SÚMULAS APROVADOS PELO PLENO E PELAS TURMAS DA CSRF NAS SESSÕES REALIZADAS EM 8.12.2009 - Portaria CARF 106/2009

I. Súmulas aprovadas no Pleno da CSRF na sessão de 8 de dezembro de 2009

Enunciado

A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64.

Enunciado

A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº- 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.

Enunciado

É válido o lançamento formalizado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo.

Enunciado

O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.

Enunciado

Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.

Enunciado

Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes.

Enunciado

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal.

Enunciado

A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros.

Enunciado

A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício.

Enunciado

Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas.

Enunciado

O art. 11, § 3º, da Lei nº- 9.311/96, com a redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplica-se retroativamente.

II. Súmulas aprovadas pela 1ª Turma da CSRF na sessão de 8 de dezembro de 2009

Enunciado

A inobservância do limite legal de trinta por cento para compensação de prejuízos fiscais ou bases negativas da CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o tributo que deixou de ser pago em razão dessas compensações o foi em período posterior, caracteriza postergação do pagamento do IRPJ ou da CSLL, o que implica em excluir da exigência a parcela paga posteriormente.

Enunciado

Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindo-se a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto nº 70.235/72.

III. Súmulas aprovadas pela 2ª Turma da CSRF na sessão de 8 de dezembro de 2009

Enunciado

O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário.

Enunciado Dr.ª Alessandra Cunha Pereira

OAB/SC 13.36796

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Os valores recebidos pelos técnicos residentes no Brasil a serviço da ONU e suas Agências Especializadas, com vínculo contratual, não são isentos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.

Enunciado

A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício.

Enunciado

A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000.

Enunciado

Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação.

Enunciado

Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda.

Enunciado

Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica inapta não se enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração.

Enunciado

O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidroelétricas.

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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ANEXO II

CONSOLIDAÇÃO DAS SÚMULAS DOS CONSELHOS DE CONTRIBUINTES

Enunciado

Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.

Súmulas 1 do 1º e 2º CC

Enunciado

O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.

Súmulas 2 do 1º e 2º CC

Enunciado

Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa.

Súmula 3 do 1º CC.

Enunciado

A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.

Súmulas 4 do 1º e 3º CC e 3 do 2º CC

Enunciado

São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

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Page 99: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Súmulas 5 do 1º CC e 7 do 3º CC

Enunciado

É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte.

Súmulas 6 do 1º CC e 4 do 2º CC

Enunciado

A ausência da indicação da data e da hora de lavratura do auto de infração não invalida o lançamento de ofício quando suprida pela data da ciência.

Súmula 7 do 1º CC

Enunciado

O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.

Súmula 8 do 1º CC e 5 do 2º CC

Enunciado

É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário.

Súmula 9 do 1º CC e 6 do 2º CC

Enunciado

O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos.

Súmula 10 do 1º CC Dr.ª Alessandra Cunha Pereira

OAB/SC 13.36799

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Enunciado

Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.

Súmulas 11 do 1º CC e 7 do 2º CC

Enunciado

Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.

Súmula 12 do 1º CC

Enunciado

Menor pobre que o sujeito passivo crie e eduque pode ser considerado dependente na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, desde que o declarante detenha a guarda judicial.

Súmula 13 do 1º CC

Enunciado

A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.

Súmula 14 do 1º CC

Enunciado

A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar Nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.

Súmula 15 do 1º CC e Súmula 11 do 2º CC

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

100

Page 101: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Enunciado

O direito ao aproveitamento dos créditos de IPI decorrentes da aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos cuja saída seja com isenção ou alíquota zero, nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, alcança, exclusivamente, os insumos recebidos pelo estabelecimento do contribuinte a partir de 1º de janeiro de 1999.

Súmula 8 do 2º CC

Enunciado

Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo.

Súmula 9 do 2º CC

Enunciado

A aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.

Súmula 10 do 2º CC

Enunciado

Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei Nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário.

Súmula 12 do 2º CC

Enunciado

Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.

Súmula 13 do 2º CC

Enunciado Dr.ª Alessandra Cunha Pereira

OAB/SC 13.367101

Page 102: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu.

Súmula 1 do 3º CC

Enunciado

É nulo o ato declaratório de exclusão do Simples que se limite a consignar a existência de pendências perante a Dívida Ativa da União ou do INSS, sem a indicação dos débitos inscritos cuja exigibilidade não esteja suspensa.

Súmula 2 do 3º CC

Enunciado

A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas.

Súmula 3 do 3º CC

Enunciado

Não compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil promover a restituição de obrigações da Eletrobrás nem sua compensação com débitos tributários.

Súmula 6 do 3º CC

Dr.ª Alessandra Cunha PereiraOAB/SC 13.367

102

Page 103: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

ANEXO III

CONSOLIDAÇÃO DAS SÚMULAS DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS - CARF

Súmula CARF Nº 1

Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.

Súmula CARF Nº 2

O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.

Súmula CARF Nº 3

Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa.

Súmula CARF Nº 4

A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.

Súmula CARF Nº 5

São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.

Súmula CARF Nº 6

É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte.

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Súmula CARF Nº 7

ausência da indicação da data e da hora de lavratura do auto de infração não invalida o lançamento de ofício quando suprida pela data da ciência.

Súmula CARF Nº 8

O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.

Súmula CARF Nº 9

É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário.

Súmula CARF Nº 10

O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos.

Súmula CARF Nº 11

Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.

Súmula CARF Nº 12

Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.

Súmula CARF Nº 13

Menor pobre que o sujeito passivo crie e eduque pode ser considerado dependente na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, desde que o declarante detenha a guarda judicial.

Súmula CARF Nº 14 Dr.ª Alessandra Cunha Pereira

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A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.

Súmula CARF Nº 15

A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar Nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.

Súmula CARF Nº 16

O direito ao aproveitamento dos créditos de IPI decorrentes da aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos cuja saída seja com isenção ou alíquota zero, nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, alcança, exclusivamente, os insumos recebidos pelo estabelecimento do contribuinte a partir de 1º de janeiro de 1999.

Súmula CARF nº 17

Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo.

Súmula CARF nº 18

A aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.

Súmula CARF Nº 19

Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei Nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário.

Súmula CARF Nº 20

Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.

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Súmula CARF Nº 21

É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu.

Súmula CARF Nº 22

É nulo o ato declaratório de exclusão do Simples que se limite a consignar a existência de pendências perante a Dívida Ativa da União ou do INSS, sem a indicação dos débitos inscritos cuja exigibilidade não esteja suspensa.

Súmula CARF Nº 23

A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas.

Súmula CARF Nº 24

Não compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil promover a restituição de obrigações da Eletrobrás nem sua compensação com débitos tributários.

Súmula CARF Nº 25

A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64.

Súmula CARF Nº 26

A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.

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Súmula CARF Nº 27

É válido o lançamento formalizado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo.

Súmula CARF Nº 28

O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.

Súmula CARF Nº 29

Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.

Súmula CARF Nº 30

Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes.

Súmula CARF Nº 31

Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal.

Súmula CARF Nº 32

A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros.

Súmula CARF Nº 33

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A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício.

Súmula CARF Nº 34

Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas.

Súmula CARF Nº 35

O art. 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com a redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplica-se retroativamente.

Súmula CARF Nº 36

A inobservância do limite legal de trinta por cento para compensação de prejuízos fiscais ou bases negativas da CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o tributo que deixou de ser pago em razão dessas compensações o foi em período posterior, caracteriza postergação do pagamento do IRPJ ou da CSLL, o que implica em excluir da exigência a parcela paga posteriormente.

Súmula CARF Nº 37

Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindo-se a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto nº 70.235/72.

Súmula CARF Nº 38

O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário.

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Súmula CARF Nº 39

Os valores recebidos pelos técnicos residentes no Brasil a serviço da ONU e suas Agências Especializadas, com vínculo contratual, não são isentos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.

Súmula CARF Nº 40

A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício.

Súmula CARF Nº 41

A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000.

Súmula CARF Nº 42

Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação.

Súmula CARF Nº 43

Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda.

Súmula CARF Nº 44

Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica inapta não se enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração.

Súmula CARF Nº 45

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O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidroelétricas.

Base: Portaria CARF 106/2009 - Divulga os enunciados de súmulas aprovados nas sessões do Pleno e das Turmas da CSRF realizados em 8.12.2009 e dá outras providências.

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AÇÃO JUDICIAL X PROCESSO ADMINISTRATIVO

Competência de Constitucionalidade

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – Ex.: 1990 – INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI – Falece competência ao Conselho de Contribuintes, órgão integrante do Poder Executivo, para apreciar a constitucionalidade das leis, atribuição exclusiva do Supremo Tribunal Federal. Recurso negado. (Processo nº 11080.004838/91-84, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 03/06/98, Acórdão nº 102-43.071)

NORMAS PROCESSUAIS – ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – ESFERA ADMINISTRATIVA – IMPOSSIBILIDADE – O processo administrativo não é sede adequada para as discussões sobre ilegalidade ou inconstitucionalidade de norma ou de exigência tributária, posto que as declarações em tal sentido, mesmo em caráter incidental, são de competência exclusiva do Poder Judiciário. Preliminar rejeitada. ITR – LANÇAMENTO – Quanto à IN-SRF 58/96, esta fixou o VTNm para o lançamento de 1996 e o que se discute é o lançamento de 1995. Recurso negado. (Processo nº 19127.000401/90-73, Sessão de 14/03/00, Recorrente: Contribuinte, Acórdão nº 203-06.387 )

EX. 1992 – CSLL – IPC/BTNF – INCONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS – Falece competência ao Conselho para declaração originária de inconstitucionalidade de atos normativos, ante o princípio do plenário, prerrogativa esta outorgada pela Constituição Federal ao Poder Judiciário, eis que, em matéria de direito administrativo, presumem-se constitucionais todas as normas emanadas dos Poderes Legislativo e Executivo. Em sede administrativa somente é dado a apreciação de inconstitucionalidade ou ilegalidade após a consagração pelo plenário do STF (art. 97, 102, III, ‘a’ e ‘b’ da CF). Recurso improvido. (Processo nº 10850.000631/98-12, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 105-13.013)

SIMPLES – ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – Este Colegiado Administrativo não é competente para apreciar ou declarar a inconstitucionalidade de lei tributária, competência exclusiva do Poder Judiciário – OPÇÃO – Conforme dispõe o item XIII do artigo 9º da Lei nº 9.317/96, não poderá optar pelo Simples a pessoa jurídica que preste serviços profissionais de professor ou assemelhados. Recurso negado. (Processo nº 10830.002432/99-40, Sessão de 11/5/00, Acórdão nº 202-12.174, Recorrente: Contribuinte)

Constituição do Crédito Tributário para Evitar a Decadência

FINSOCIAL – CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO SUB JUDICE. DEPÓSITOS CONVERTIDOS EM RENDA – O lançamento de ofício efetuado para prevenir a decadência do crédito tributário sub judice, desde que mantenha suspensa sua exigibilidade, não fere o ordenamento jurídico pátrio, não havendo, portanto, razão para o seu cancelamento. Os depósitos judiciais convertidos em renda deverão ser utilizados para liquidar, na quantia correspondente, a exigência. Recurso negado. (Processo nº 10630.000303/93-51, Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 203-05.970, Recorrente: Contribuinte)

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Decisão do Supremo Tribunal Federal

FINSOCIAL – Não cabe reparo, por parte da autoridade administrativa, às sentenças judiciais, prolatadas em mandado de segurança, já transitadas em julgado, tendo-se como devida a exoneração na parte que exceder a alíquota dos 0,5%. MULTA DE OFÍCIO – É devida a exclusão da exigência de multa de ofício no seu valor total, conforme o art. 63 da Lei 9.430/96 c/c o art. 106, II, ‘c’ do CTN. TRD – Cabe a exclusão da parcela de juros calculados pela aplicação da TRD no período compreendido entre 04/02/91 e 29/07/91, conforme art. 1ºda IN-SRF 32/97. Recurso de ofício a que se nega provimento. (Processo nº 10880.029076/91-96, Sessão de 13/03/00, Recorrente: Contribuinte, Acórdão nº 202-11.929, Recorrente: Delegacia Federal de Julgamento)

PIS/PATURAMENTO – INCONSTITUCIONALIDADE – Reconhecida a inconstitucionalidade do PIS exigido na forma dos Decretos-Leis nº 2.445 e 2.449/88 e suspensa a execução de tais normas por Resolução do Senado da República (nº 49/95), nulo o auto de infração neles calcado. Recurso provido. (Processo nº 10850.002064/95-22, Sessão de 18/08/99, Acórdão nº 201-03.086, Recorrente: Contribuinte)

Mesmo Objeto

NORMAS PROCESSUAIS – PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL – A propositura de ação judicial somente prejudica o processo administrativo se ambos possuírem o mesmo objeto. RECURSO VOLUNTÁRIO – As decisões de caráter formal das Delegacias de Julgamento são suscetíveis de revisão por meio de recurso voluntário dirigido aos Conselhos de Contribuintes, por não existir norma que vede o acesso à instância recursal nesses casos. Reformada a decisão recorrida terminativa, o processo deverá retornar à instância a quo para proferir nova decisão. Recurso provido. (Processo nº 10783.006154/96-88, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 203-06.159, Recorrente: Contribuinte)

NORMAS PROCESSUAIS – PRELIMINAR – Ação judicial proposta pelo contribuinte contra a Fazenda Nacional, antes ou após o lançamento do crédito tributário, com idêntico objeto, impõe a renúncia, de modo definitivo, às instâncias administrativas de primeiro e segundo graus, determinando o encerramento do processo fiscal na via administrativa, sem apreciação do mérito. Recurso não conhecido nesta parte. COFINS – DEPÓSITO JUDICIAL – INCIDÊNCIA DE MULTA MORATÓRIA – Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do CTN. Recurso parcialmente provido na matéria não alcançada pela ação judicial. (Processo nº 10680.002285/95-17, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 203-05.983, Recorrente: Contribuinte)

Prevalência da Decisão Judicial sobre a Administrativa

AÇÃO JUDICIAL – CONCOMITÂNCIA COM PROCESSO ADMINISTRATIVO – IMPOSSIBILIDADE – A semelhança de causa de pedir, expressada no fundamento jurídico de ação cautelar com fundamento da exigência consubstanciada em lançamento impede o prosseguimento do processo administrativo no tocante aos fundamentos idênticos, prevalecendo a solução do litígio através da ação judicial provocada. Diferentemente, quando a matéria objeto do pedido é diversa, deverá ser conhecida. JUROS DE MORA – Os juros de mora independem da forma através de lançamento e serão devidos sempre que o principal for recolhido a destempo.

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Recurso negado. (Processo nº 13888.000594/97-22, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 108-06.021)

FINSOCIAL – 1 – As questões postas ao conhecimento do Judiciário implicam em impossibilidade de discutir o mesmo mérito na instância administrativa, seja antes ou após o lançamento, posto que as decisões daquele Poder têm ínsitas os efeitos da res judicata. Todavia, nada obsta que se conheça do recurso quanto à legalidade do lançamento em si, que não o mérito litigado no Judiciário. 2 – Não subsiste a multa de ofício cobrada se anteriormente ao lançamento o contribuinte tenha ajuizado writ para discutir a matéria objeto do lançamento (Lei 9.430/96, Art. 63, e §§). Contudo, em relação aos juros moratórios, só são cabíveis se provado que o depósito foi posterior ao prazo para pagamento do mesmo. Mas, em tal caso, a matéria ficará vinculada aos termos da ação no mandado de segurança. 3 – Através da IN-SRF 032/97, reconheceu a Administração que a TRD não deve ser aplicada no período compreendido entre 04 de fevereiro e 29 de julho de 1991. Recurso voluntário parcialmente provido. (Processo nº 13805.010041/95-71, Sessão de 14/09/99, Acórdão nº 201-73.105, Recorrente: Contribuinte)

PROCESSO ADMINISTRATIVO-FISCAL – Havendo decisão judicial desfavorável à recorrente, quanto à matéria dos autos, não há como o Conselho de Contribuintes pronunciar-se a respeito do litígio, devendo seguir o decidido na esfera judicial, considerando a prevalência da decisão judicial sobre a administrativa. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 13005.000219/96-35, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 103-20.200)

NORMAS PROCESSUAIS – DECISÃO JUDICIAL – DEFINITIVAMENTE – Tendo transitado em julgado a decisão judicial que tem idêntico objeto ao do processo administrativo, deve a mesma, por sua definitividade, ser totalmente acatada pela autoridade administrativa. Recurso não conhecido, por opção pela via judicial. (Processo nº 10930.001157/94-87, Sessão de 13/09/00, Acórdão nº 203-06.803, Recorrente: Contribuinte)

NORMAS PROCESSUAIS – MEDIDA JUDICIAL – A submissão de matéria à tutela autônoma e superior do Poder Judiciário, prévia ou posteriormente ao lançamento, inibe o pronunciamento da autoridade administrativa sobre o mérito da incidência tributária em litígio. Recurso não conhecido. (Processo nº 10783.008661/97-28, Sessão de 23/02/2000, Acórdão nº 202-11.851, Recorrente: Contribuinte)

Renúncia ao PAF

NORMAS PROCESSUAIS – PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL – DESISTÊNCIA DA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA – A teor do que dispõe o art. 38, parágrafo único, da Lei nº 6.830/80, a propositura de ação judicial por parte do contribuinte importa em renúncia do poder de recorrer na esfera administrativa. Para os efeitos dessa norma jurídica, pouco importa se a ação judicial foi proposta antes ou depois da formalização do lançamento. Precedentes jurisprudenciais do Superior Tribunal de Justiça. Recurso não conhecido. (Processo nº 10980.012679/97-52, Sessão de 12/04/2000, Acórdão nº 203-06.516, Recorrente: Contribuinte)

PIS – 1) PROCESSSO ADMINISTRATIVO FISCAL – AÇÃO JUDICIAL E ADMINISTRATIVA CONCOMITANTES – IMPOSSIBILIDADE. A busca da tutela jurisdicional do Poder Judiciário, mediante ingresso de mandado de segurança, importa renúncia ao litígio administrativo e impede a apreciação das razões de mérito, por parte da autoridade administrativa, tornando-se definitiva a exigência tributária nesta esfera. 2) JUROS DE MORA – Em lançamento efetuado para evitar a decadência, não tem amparo a exigência de juros de mora,

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quando há depósito do valor integral. Recurso provido em parte. (Processo nº 10680.002158/98-34, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 202-11.991, Recorrente: Contribuinte)

RECURSO VOLUNTÁRIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – A apresentação de ação judicial anterior à ação fiscal importa na renúncia de discutir a matéria objeto da ação judicial na esfera administrativa, uma vez que as decisões judiciais se sobrepõem às administrativas, sendo analisados apenas os aspectos do lançamento não abrangidos pela liminar. Preliminar rejeitada. Recurso parcialmente conhecido e negado. (Processo nº 10735.000710/95-05, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/06/2000, Acórdão nº 108-06.139)

IRPF – VIA JUDICIAL – A opção do contribuinte pela via judicial implica na renúncia à instância administrativa, sendo definitivo o lançamento. Recurso não conhecido. (Processo nº 10805.000023/96-09, Recorrente: Antônio Carlos dos Santos, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 102-44.134)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – A discussão da mesma matéria jurídica junto ao Poder Judiciário, mesmo anterior à ação fiscal, importa na renúncia de discutir a matéria objeto da ação judicial na esfera administrativa, uma vez que as decisões judiciais se sobrepõem às administrativas, sendo analisados apenas os aspectos do lançamento não abrangidos pela ação judicial.

COMPENSAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LIMITAÇÃO – A partir da vigência das disposições do art. 42 da Lei nº 8.981/95, a compensação da base de cálculo negativa da Contribuição Social está limitada a 30% da base de cálculo da contribuição do período. Preliminar rejeitada e negado provimento ao recurso. (Processo nº 10980.002575/98-10, Recurso nº 120.118, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 103-20.151)

ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS

NÃO será exigido Depósito de 30% para Garantia

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB Nº 9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art. 1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, declara: Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo

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providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já efetuados. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Intempestividade

ICMS – RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. – Em tal circunstância deixa-se de conhecer do apelo por absoluto impedimento. Preliminar da Representação da Fazenda de não conhecimento do recurso acolhida por unanimidade. (Processo 6.242.952-6, Acórdão 921/2003, 1a. Câmara, Relator: Ademir Furlanetto)

IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA – A impugnação apresentada fora do prazo, além de não instaurar a fase litigiosa do processo, acarreta a preclusão processual, o que impede o julgador, de primeiro ou de segundo grau, de conhecer as razões de defesa, mesmo que o lançamento padeça de vício que o torne nulo. Não obstante, nada impede que a autoridade lançadora determine, de ofício, o cancelamento de exigência fundada em lançamento que entenda eivado de nulidade, mormente após a edição da Instrução Normativa nº 54/97. Recurso provido. (Processo nº 13710.000438/94-03, Matéria: IRPF, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 06/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.825)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PRAZOS – PEREMPÇÃO – Não se toma conhecimento do recurso apresentado, após o prazo regulamentar, estabelecido pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de marco de 1972. Recurso não conhecido, por perempto. (Processo nº 13116.000098/95-39, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 202-11.526, Recorrente: Contribuinte)

NOTIFICAÇÃO POR PROCESSO ELETRÔNICO – PRAZO PRÉ-ESTABELECIDO PARA IMPUGNAÇÃO – TEMPESTIVIDADE – Existindo dúvida quanto ao prazo de impugnação, em virtude de estar consignado em campo próprio data de vencimento da obrigação, e esta seja posterior ao prazo impugnatório de 30 dias da ciência, prevalece, para todos os efeitos, a data de vencimento, mesmo que se faça constar prazo diferente para impugnação.

NORMAS PROCESSUAIS – PEREMPÇÃO – não se conhece do Recurso Voluntário, quando interposto após o transcurso do prazo estabelecido no art. 33 do Decreto 70.235/72. Recurso não conhecido. (Processo nº 13739.000713/90-66, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99)

NORMAS PROCESSUAIS – IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA – Não se conhece do recurso quando não instaurado o litígio. Recurso não conhecido. (Processo nº 10726.000584/98-04, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 21/10/99, Acórdão nº 106-11.020)

IRPF – PEREMPÇÃO – O prazo para apresentação de recurso voluntário ao Conselho de Contribuintes é de trinta dias a contar da ciência da decisão de primeira instância.

INTIMAÇÃO – É válida a ciência na data do recebimento no endereço da empresa do contribuinte quando se mostraram infrutíferas tentativas de entrega na residência que estava fechada. Sendo o contribuinte pessoa conhecida, os correios entregaram a correspondência na sede da empresa à esposa do cidadão, sendo portanto improcedente a alegação de tempestividade do recurso por ter sido a intimação entregue em endereço diverso do eleito na declaração. (Processo nº 10215.0003709/97-54, Matéria: IRPF, Exercício 1993, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/08/00, Acórdão nº 102-44.361)

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RECURSO VOLUNTÁRIO – INTIMAÇÃO POR EDITAL – PRAZO PARA A PROTOCOLIZAÇÃO – Considera-se formalizado a destempo o recurso voluntário que ataca decisão recorrida após o percurso do prazo de 30 dias do respectivo edital de intimação da r. decisão recorrida naquela hipótese em que o contribuinte não é encontrado dentro da forma habitual para recepcionar a manifestação da Autoridade Julgadora. Recurso não conhecido. (Processo nº 13706.003867/94-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.721)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO – TEMPESTIVIDADE – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – O termo inicial para contagem do prazo para interposição do recurso à decisão de primeira instância, é a data em que o sujeito passivo desta tomou ciência, em todos os seus termos, de forma a permitir o pleno exercício do direito de defesa. A ausência de apreciação, pelo julgador singular, de todos os argumentos apresentados pela defesa, aliada à juntada adicional de provas, pelo fisco, durante a fase impugnatória, sem a competente devolução do prazo para impugnação, constitui preterição do direito de defesa e determina a declaração de nulidade da decisão de primeiro grau, a teor do disposto no artigo 59, inciso II, do Decreto 70.235/72. Recurso conhecido. Decisão de primeiro grau anulada. (Processo nº 13705.000775/91-64, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/07/00, Acórdão nº 105-13.197)

Pedido de Reconsideração

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO JÁ ABOLIDO PELO DECRETO Nº 75.445/75 – MANDADO DE SEGURANÇA – Acolhe-se o pedido de reconsideração em cumprimento de decisão judicial. Indeferido o apelo, todavia, se fatos novos, capazes de alterar a decisão anterior, não são trazidos ao processo. Recurso improvido. (Processo nº 13738.000121/84-94, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/04/99/97, Acórdão nº 101-92.651)

Perda do Objeto

IRPF – FALTA DE OBJETO - Não cabe apreciação de recurso, uma vez que já foi realizado parcelamento do débito tributário junto à Receita Federal. Entende-se que a autoridade fiscal ao realizar o parcelamento já incluiu junto ao débito principal os encargos moratórios. Recurso não conhecido. (Processo nº 11070.l001768/97-81, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/06/99, Acórdão nº 102-43.793)

PIS – DECRETOS-LEIS Nº 2.445 E 2.449/88 – Decisão judicial transitada em julgado, favorável ao contribuinte, implica no cancelamento do auto de infração com o mesmo objeto. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13805.007919/94-73, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 202-11.772, Recorrente: Delegacia Federal de Julgamento)

FALTA DE OBJETO AO RECURSO – O pagamento integral do crédito tributário, mantido pela autoridade julgadora de primeira instância, extingue a fase litigiosa do procedimento, por conseqüência o recurso apresentado perde o objeto. Recurso não conhecido. (Processo nº 10070.001941/93-17, Recorrente: Contribuinte, Seção de 23/02/00, Acórdão nº 106-11.159)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO NÃO CONHECIDO – A extinção do crédito tributário, pelo pagamento, é incompatível com o ato de recorrer e inibe a atuação deste Conselho. Não existe mais o lançamento sobre qual este colegiado deve exercer controle de

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legalidade. Recurso não conhecido. (Processo nº 10880.014780/95-03, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/02/00, Acórdão nº 106-11.164)

NORMAS PROCESSUAIS – PARCELAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO APÓS A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO – A decisão do contribuinte, após a interposição do recurso, de reconhecer o crédito tributário mediante o parcelamento do valor exigido, representa a desistência do litígio, tornando o recurso voluntário carente de objeto. Recurso não conhecido. (Processo nº 10930.002281/96-11, Sessão de 06/07/99, Acórdão nº 201-72.925, Recorrente: Contribuinte)

Recurso Hierárquico

CONSTITUCIONAL, TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA - ato de secretário de Estado – processo administrativo fiscal – decisão por maioria do conselho de contribuintes – recurso exclusivo do representante da fazenda – previsão legal – alegação de violação aos princípios da isonomia processual, do devido processo legal e da ampla defesa – legalidade do ato impugnado – recurso ordinário – improvimento. I – Na espécie, tem respaldo na legislação de regência, o recurso administrativo exclusivo interposto pelo Representante da Fazenda contra decisão do conselho de contribuintes, quando a decisão é de câmara ou acordada por menos de ¾ (três quartos) do Conselho Pleno, desfavorável à Fazenda, for dívida ativa e deixar de determiná-la, desde que findo o procedimento administrativo (artigo 266, inciso II do Decreto-lei n.º 5/75) II – Compete ao Secretário de Estado da Fazenda julgar, em instância especial, os recursos de decisão do Conselho de Contribuintes, interpostos pelo Representante da Fazenda (artigo 124 do Decreto n.º 2.473/79) III – Não há como caracterizar pela via do mandamus, no caso, violação aos princípios da isonomia processual, do devido processo legal e da ampla defesa. IV – Recurso improvido. (STJ – 1a. T – RO em MS 2000/0040290-7 – Rel. Min. Garcia Vieira – DJ 22/10/2001, pg. 266)

Recurso Especial

RECURSO DE DIVERGÊNCIA – Não se conhece do recurso, quando não caracterizada a divergência do julgado. Recurso não conhecido. (Processo nº 13973.000096/96-94, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/05/99, Acórdão CSRF nº 01-02.688)

RECURSO ESPECIAL – PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE EM CASO DE DIVERGÊNCIA. – A admissibilidade do recurso especial em face de divergência entre o acórdão recorrido e dado paradigma haverá de ser sustentado em diversidade de critério de julgamento de tal maneira que a diferenciação da matéria fática ensejando conclusões opostas entre um e outro não traduz possibilidade de conhecimento do apelo, conforme orientações jurisprudenciais em sentido contrário. Recurso não conhecido. (Processo nº 10850.000349/92-59, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.705).

RECURSO ESPECIAL – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - O recurso especial previsto no art. 32, I do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, aprovado pela Portaria Ministerial nº 55, de 06 de março de 1998, tem por pressuposto decisão não unânime que contrarie a lei e a evidência de prova, cabendo à Procuradoria da Fazenda Nacional demonstrar, fundamentadamente, a ocorrência desses fatos, objetivando sua admissão na instância especial. Recurso especial não conhecido. (Processo nº 10140.001461/96-29, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.722).

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ESPECIAL – A norma disciplinadora de admissibilidade do recurso especial contra decisão não unânime, quando contrária à lei ou à evidência de prova, de interposição privativa do Procurador da Fazenda Nacional, não estabelece que deva ser demonstrada divergência entre julgados como condição ao seu seguimento à Câmara Superior de Recursos Fiscais.

IRPJ – Exercícios de 1986 a 1990 – LANÇAMENTO – DECADÊNCIA – Inicia-se a contagem do prazo decadencial de cinco anos, para o Fisco efetuar o lançamento suplementar, na data do lançamento primitivo, o qual considera-se definitivamente constituído no ato da entrega da declaração anual de rendimentos. Preliminares rejeitadas. Recurso provido. (Processo nº 10768.019497/91-03, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 10/05/99, Acórdão CSRF nº 01-02.675)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA – DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL – OCORRÊNCIA – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO – A petição deverá demonstrar fundamentadamente a divergência argüida e indicar decisão divergente, comprovando-a mediante a apresentação de cópia autenticada de seu inteiro teor ou de cópia da publicação em que tenha sido divulgada, ou mediante cópias de publicações de até duas ementas (Art. 31, § 1º do Regimento Interno do Primeiro Conselho de Contribuintes, aprovado pela Portaria Ministerial nº 537/92). Recurso não conhecido. (Processo nº 10850.001048/92-98, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/03/00, Acórdão CSRF nº 01-02.855)

RECURSO ESPECIAL – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE – O recurso especial previsto no artigo 30, I do Regimento Interno do Primeiro Conselho de Contribuintes, baixado pela Portaria MEFP nº 537, de 17/07/92, tem por pressuposto decisão não unânime que contrarie a lei ou evidência de prova, cabendo à Procuradoria da Fazenda Nacional demonstrar a ocorrência desses fatos para que o recurso possa ser admitido na via estreita da instância especial.

DECORRÊNCIA – O não conhecimento do recurso especial, no processo matriz, por falta de preenchimento dos pressupostos para sua admissibilidade, acarreta o mesmo destino em relação ao recurso apresentado no processo decorrencial, baseado nos mesmos fundamentos do recurso interposto no processo principal. Recurso não conhecido. (Processo nº 10665.000127/93-78, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 10/07/00, Acórdão CSRF nº 01-03.014)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. Não de conhece do recurso especial quando o contribuinte não logra comprovar fundamentadamente o dissídio jurisprudencial. Recurso não conhecido. (Processo nº 10980.008212/93-66, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 11/07/00, Acórdão CSRF nº 01.03-054)

RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA – ADMISSIBILIDADE – Para que se caracterize a divergência jurisprudencial a que se refere o inciso II do art. 30 da Portaria nº 537/92, é necessário

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que se demonstre contradição com decisão de outra Câmara deste Conselho. Recurso não conhecido. (Processo nº 10945.003058/94-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/99, Acórdão CSRF nº02-0.820)

RECURSO ESPECIAL – PREQUESTIONAMENTO – CONHECIMENTO – Não se conhece de recurso especial no que diz respeito a matéria não prequestionada. Recurso especial não conhecido. (Processo nº 11080.001052/92-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.717)

RECURSO ESPECIAL – REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE –Somente é cabível a interposição de recurso especial, no caso de julgamento contrário à lei ou à evidência de prova, de decisão não unânime de Câmara de Conselho de Contribuintes. Não se conhece de recuso especial interposto pela Fazenda Nacional quando não preenchido o pressuposto para sua admissibilidade. Recurso não conhecido. (Processo nº 10880.022468/89-73, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-02.911)

Requisitos dos Artigos 15, 16 e 33 do Decreto 70.235/72

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO VOLUNTÁRIO – Interposição sem os requisitos mínimos necessários ao desenvolvimento válido do apelo (art. 15, 16 e 33, do Decreto nº 70.235/72). Ausência de declinação da parte que se recorre, da decisão singular, e pedido estranho à matéria em exame. Recurso não conhecido. (Processo nº 10540.001936/96-74, Sessão de 02/06/98, Acórdão nº 203-04.551, Recorrente: Contribuinte)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO INEPTO – A parte não pode deixar de atender os requisitos mínimos insertos nas normas processuais, mesmo quando se trate de recurso interposto em processo presidido pelo princípio da informalidade. No Processo Administrativo Fiscal, regulado pelo Decreto 70.235/72, tanto a impugnação quanto o recurso voluntário hão de atender os requisitos enumerados os artigo 16 e 33. Do contrário, opera-se a inépcia. Recurso não conhecido. (Processo nº 10925.004343/96-81, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 203-06.172, Recorrente: Contribuinte)

Recurso de Ofício

ICMS – TRANSPORTE DE MERCADORIAS DESACOMPANHADAS DA DOCUMENTAÇÃO FISCAL REGULAMENTAR. ILÍCITO TRIBUTÁRIO NÃO MATERIALIZADO. – Estando comprovado que a nota fiscal correspondente aos tributos e que os acompanhava tinha destino certo, já que havia ocorrido apenas mudança de endereço da destinatária com prévia comunicação ao Fisco, conforme restou demonstrado, mantém-se a decisão singular que cancelou o lançamento do imposto e da multa do artigo 55, par. 1o., inciso VI, aliena ‘a’, da Lei n.º 11.580/96. recurso de ofício não provido por unanimidade. (Processo 6.868.403-8, Acórdão 937/2003, 1a. Câmara).NORMAS PROCESSUAIS – RECURSO DE OFÍCIO – Nos termos do artigo 34, I, do Decreto 70.235/72, c/c a Portaria MF nº 333, de 11/12/97, os Delegados de Julgamentos da Receita Federal recorrerão de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Como, no caso, o valor exonerado é inferior, a decisão de primeira instância é definitiva, nos termos do art. 42, parágrafo único, do Decreto 70.235/72, não cabendo recurso de

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ofício. Recurso de ofício não conhecido. (Processo nº 10108.000509/95-14, Sessão de 18/08/99, Acórdão nº 201-73.091, Recorrente: Delegacia de Julgamento).

ICMS – FALTA DE REGISTRO DE NOTA FISCAL NO LIVRO DE ENTRADA. SUPOSIÇÃO. Comprovando o registro da nota fiscal no livro de entrada, mantém-se a decisão singular que cancelou o feito. Recurso de ofício não provido por unanimidade. (Acórdão nº 880/2003 – 1ª Câmara).

Supressão de Instância

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – Inexistindo decisão de primeira instância, deixa-se de tomar conhecimento do recurso. Recurso não conhecido por falta de objeto. (Processo nº 10183.000694/96-62, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 203-05.982, Recorrente: Contribuinte).

Reformatio in pejus

“A cominação prevista na (...), é reservada aos casos de simples atraso de pagamento do imposto em operações regularmente registradas. No caso dos autos, porém, trata-se de ocultação de operações. É, pois, caso de sonegação capitulável na (...). A correção, nesta fase do processo, implicaria em ‘reformatio in pejus’. Por outro lado, não se tratando de cifra elevada, a economia processual não justificaria a anulação do processo para retificação do auto.” (Proc. DRT n.º 3 – 2270/78, Rel. Antônio Pinto da Silva, 1a. C do TIT / SP, publ. Boletim TIT n.º 97, em 09.02.80).

APLICAÇÃO DO ART.142 AO PAF/SRF

COOPERATIVAS – LANÇAMENTO – RESULTADO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS – Cumpre à autoridade administrativa na atividade de lançamento determinar com precisão a base de cálculo da contribuição, face ao disposto no art. 142, do Código Tributário Nacional, não podendo, portanto, prosperar a exigência que, em desacordo com a jurisprudência da Câmara Superior de Recursos Fiscais, lança a contribuição sobre o resultado líquido da cooperativa, ao invés de fazê-lo sobre os resultados na atividade financeira desenvolvida com não cooperados. Recurso improvido. (Processo nº 13830.000340/93-18, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.719)

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – LANÇAMENTO – Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante de tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível (art. 142 do CTN). A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente a qualificação do autuado; o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; a disposição legal infringida, se for o caso; a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula (art. 11 do Decreto 70.235/72).

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RECURSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Nula a decisão de primeira instância administrativa que não contempla em exame todos os elementos processuais e faz coisa julgada quanto ausente regular, necessário e indispensável ato de lançamento. Decisão nula.(Processo nº 13820.000073/96-79, Recorrente: Delegacia de Julgamento).

IRPJ – COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS – Comprovada a existência de prejuízos fiscais, à vista da declaração retificadora entregue antes da ação fiscal, improcedente o lançamento fundado na declaração original. Recurso improvido. (Processo nº 10435.000437/98-92, Recurso nº 123.349, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 10/11/00, Acórdão nº 103-20.449).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Ilegitimidade do sujeito passivo que não consta da notificação do lançamento impugnado e que nem foi intimado para o pagamento ou defesa da exigência. Recurso não conhecido. (Processo nº 13842.000349/96-42, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 203-06.113, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DO LANÇAMENTO – É nula a exigência fiscal constituída através de lançamento que não atenda às determinações previstas nos artigos 142 do CTN e 11 do Decreto nº 70.235/72. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13986.000061/96-42, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 21/10/99, Acórdão nº 106-11.017).

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – É nula a notificação de lançamento que não preencha todos os requisitos formais indispensáveis, previsto nos incisos I a IV e § único do art. 11 do Decreto nº 70.235/72. (Proc. nº 10845.005036/92-01, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/99, Acórdão CSRF nº 01-02.750)

IRPJ – NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – A atividade de lançamento é plenamente vinculada, cabendo ao autuante comprovar que a situação concreta corresponde à hipótese legal que define a infração imputada ao sujeito passivo, principalmente quando se trata de omissão de receitas. A autoridade fiscal deve identificar com segurança o dispositivo legal infringido e a matéria dimensível, pressupostos fundamentais para validade do lançamento do crédito tributário. Não o fazendo, impõe-se o cancelamento do lançamento de ofício.

CSLL – IRRF – LANÇAMENTOS REFLEXOS – Julgado improcedente o lançamento principal (IRPJ) igual sorte colhe os lançamentos ditos decorrentes, face ao nexo de causa e efeito que os vincula. Recurso provido. (Processo nº 10768.015007/97-78, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 103-20.260).

ICMS – VENDAS NÃO REGISTRADAS – LEVANTAMENTO IMPRECISO. A presunção de vendas não registradas requer provas concretas e inequívocas para caracterizar a sonegação. É preciso que o fato gerador do tributo tenha contornos perfeitamente nítidos e individuados (art. 142 do CTN), a falta destes inquina o cancelamento da decisão singular que dispensou o imposto e adequou a penalidade para a prevista na Lei 8.933/89, Art. 66, § 1º, inc. IV, alinea ‘a’. Preliminar argüida pelo sujeito rejeitada sem divergência. Recursos de ofício e voluntário conhecidos. O primeiro não provido à unanimidade e o segundo provido por maioria. (Processo nº 6.085.465-3 / PR, Recorrentes: Contribuinte e Secretaria da Fazenda, Sessão de 17/12/97, Acórdão nº 1.482/97).

ICMS – FALTA DE PAGAMENTO DO IMPOSTO. Não identificada, com precisão, a verdadeira origem do crédito tributário, improcede a medida por inobservância do disposto no art.

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142 do CTN. Recurso ordinário provido. Decisão unânime. (Processo nº 6.126.694-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/06/99, Acórdão nº 0513/99).

ICMS – NULIDADE DA MEDIDA FISCAL. A falta de clareza e precisão no lançamento acarreta sua nulidade. Recurso ordinário conhecido. Preliminar de nulidade acolhida sem divergência. (Processo nº 6.002.103-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/05/99, Acórdão nº 0470/99 – 3ª Câmara).

DECISÃO DO PROCESSO MATRIZ

CONTRIBUIÇÃO PARA O FINSOCIAL – DECORRÊNCIA – Se dois ou mais lançamentos repousam no mesmo suporte fático, a decisão de mérito proferida num neles deve ser estendida aos demais, guardando, assim, uniformidade nos julgados. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10880.012231/97-76, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/03/00, Acórdão nº 101-93.021).

NULIDADE – DECORRÊNCIA – Em se tratando de processo administrativo, a anulação pelo Conselho de Contribuintes da decisão de primeira instância proferida no processo matriz acarreta igual destino à decisão dada no processo reflexo. (Processo nº 10880.023674/93-87, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/05/99, Acórdão nº 107-05.809).

IRPF – DECORRÊNCIA – O decidido no julgamento do processo matriz do imposto de renda pessoa jurídica, faz coisa julgada no processo decorrente, no mesmo grau de jurisdição, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles existente. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10435.000011/95-78, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 108-05.936).

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – DECORRÊNCIA – Tratando-se de lançamento reflexivo, a decisão proferida no processo matriz se aplica ao julgamento do processo decorrente, dada a íntima relação de causa e efeito que vincula um ao outro. Recurso conhecido e provido. (Processo nº 13709.001820/92-76, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/05/00, Acórdão nº 01-02.920).

AUTOS DE INFRAÇÃO LAVRADOS EM PROCEDIMENTO DECORRENTE DE FISCALIZAÇÃO DA ÁREA DO IPI. O fato descrito (notas fiscais não contabilizadas) tem efeito autônomo na apuração de tributos e contribuições em cuja base de cálculo o faturamento da empresa influencie, independentemente da caracterização de infração relativa à legislação do IPI.IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – Notas fiscais não escrituradas obtidas juntamente a clientes, constituem meio de prova a caracterizar omissão de receitas.IRPJ-IRRF-CSLL – Sobre o valor da receita omitida incidem o Imposto de Renda Pessoa Jurídica, o Imposto de Renda na Fonte, e a Contribuição Social sobre o Lucro. Recurso improvido. (Processo nº 10820.000376/99-09, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 101-93.148).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Sempre que ocorrer omissão em julgamento regularmente procedido, no acórdão ou na parte expositiva do voto, é de se proceder a novo julgamento visando suprir a omissão. O acolhimento dos embargos declaratórios, outrossim, limita a apreciação aos itens nele constantes, visando exclusivamente sanar as omissões ou falhas.

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RERRATIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO – No caso foi procedida retificação para apreciar a exigência decorrente relativa ao imposto de renda na fonte (imposto sobre o lucro líquido – ILL), com provimento baseado na inaplicabilidade dos art. 35 da Lei 7.714/88 e ratificação quanto aos demais itens constantes do julgamento. Foi ratificado o Acórdão nº 105-12.417, de 03 de junho de 1988. Recurso provido. (Processo nº 10980.014549/92-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 105-13.129).

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO – PRESSUPOSTOS – As obscuridades, dúvidas, omissões ou contradições contidas no acórdão podem ser saneadas através de embargos de declaração, previstos no art. 27 do Regimento Interno do Conselho de Contribuintes.

PIS – Cancela-se os autos de infração do PIS lavrados com base nos Decretos 2.445 e 2.449, ambos de 1988, atingidos pelo incidente de inconstitucionalidade.FINSOCIAL – Em virtude da relação da causa e efeito entre o lançamento principal do IRPJ e o do Finsocial, deve ser exonerada a exigência desta contribuição relativa ao ano de 1992.Embargos de Declaração acolhidos. (Processo nº 10183.001213/94-56, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 12/07/00, Acórdão nº 108-06.154).

NORMAS PROCESSUAIS – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RERRATIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO – Constatado no Acórdão nº 107-03.165 divergência em relação ao período fiscalizado, procedem os embargos de declaração propostos. (Processo nº 10280.002200/91-62, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 107.06-020).

IRPF – ERRO MATERIAL – Reconhecida a ocorrência de obscuridade, dúvida ou erro material em Acórdão, impõe-se a sua correção, como imperativo da boa aplicação da legislação tributária. (Processo nº 11060.001682/95-04, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 102-44.017)

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO – PRESSUPOSTOS – As obscuridades, dúvidas, omissões ou contradições contidas no acórdão podem ser sanadas através de Embargos de Declaração, previstos no art. 27 do Regimento Interno do Conselho de Contribuintes, constante da Portaria MF nº 55/98.(Processo nº 13924.000149/96-61, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 108-06.001).

MATÉRIA PRECLUSA

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE – PRECLUSÃO – Diligência não argüida na impugnação, quando se estabelece o litígio, e vem a ser demandada apenas na petição recursal, constitui matéria preclusa da qual não toma conhecimento em respeito ao duplo grau de jurisdição a que está submetido o Processo Administrativo Fiscal. Recurso negado. (Processo nº 13707.002985/92-85, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 106-11.068).

IRPJ – 1988 – AUSÊNCIA DE ALEGAÇÕES DE MÉRITO – Limitando-se o contribuinte a alegar a decadência do IRPJ, e sendo esta afastada por força de acórdão da Egrégia CSRF, é de ser mantida a tributação. Recurso negado. (Processo nº 10835.000340/94-99, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 108-06.194).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – MATÉRIA PRECLUSA – FALTA DE OBJETO – Se o contribuinte expressamente concorda com as conclusões contidas na decisão de 1º

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grau, se limitando a requerer, na 2ª instância, a compensação do débito com pretensos créditos resultantes de retenção de imposto de renda na fonte em períodos-bases anteriores ao do lançamento de ofício, sem que o tivesse feito na instância inferior, não se conhece do recurso voluntário interposto, por absoluta falta de objeto. Recurso não conhecido. (Processo nº 10183.000698/98-85, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/00, Acórdão nº 105-13.282).IRPF – EXERCÍCIOS 1993 e 1994 – PRECLUSÃO – A falta de questionamento de itens de lançamento, ou a sua contestação genérica, sem formulação de argumentos ou apresentação de provas, ocasiona a definitividade da exigência. O julgamento deve cingir-se aos estritos limites do peticionado. APLICAÇÃO DE PENALIDADES – Ocorrendo lançamento ex officio, incabível a aplicação de multa por atraso na entrega de Declaração de Rendimentos. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10935.002113/95-79, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/12/99, Acórdão nº 102-43.532).

IRPJ – MATÉRIA PRECLUSA – A matéria não questionada na fase preliminar do processo administrativo não pode ser analisada na segunda instância. Recurso negado. (Processo nº 13147.000023/05-45, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/09/98, Acórdão nº 102-43.369).

PIS – IMPUGNAÇÃO. Conforme determina o art. 17 do Decreto 70.235/72, considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente impugnada. MULTA DE OFÍCIO. Por força do disposto no art. 44 da Lei 9.430/96, c/c o art. 106 do CTN, é de se reduzir a multa de ofício de 100% para 75%. Recurso provido em parte. (Processo nº 10510.002687/96-18, Sessão de 11/05/00, Acórdão nº 201-73.807, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – MATÉRIA PRECLUSA - Questão não provocada a debate em primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo, com a apresentação da petição impugnatória inicial, e que somente vem a ser demandada na petição de recurso, constitui matéria preclusa, da qual não se toma conhecimento. Recurso negado.(Processo nº 10183.000343/96-98, Sessão de 17/08/99, Acórdão nº 202-11.388, Recorrente: Contribuinte).

NULIDADES

Apreciação Completa da Defesa e do Recurso

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NORMAS PROCESSUAIS – Quando um novo lançamento é feito, o contribuinte deverá ser intimado a pagar o valor apresentado ou impugná-lo. Apresentada a impugnação, o juiz singular deverá apreciar os argumentos trazidos, pois não o fazendo, ocorrerá supressão de instância. Processo que se anula a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10950.000576/94-72, Sessão de 18/09/99, Acórdão nº 202-11.455, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DE DECISÃO SINGULAR – Caso o contribuinte apresente alegações acompanhadas de provas e estas não forem apreciadas em primeira instância, ocorrerá supressão de instância, se, porventura, o julgador de segundo grau resolve apreciar as razões aduzidas na instância inferior. Processo que se anula a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10850.002375/96-63, Sessão de 28/10/99, Acórdão nº 202-11.640, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DA DECISÃO – PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA – É nula, por cerceamento de direito de defesa, a decisão na qual, não sendo feitas as

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diligências necessárias para busca da verdade material e conseqüentemente não tendo sido analisado o mérito, não foram apreciados os argumentos apresentados pelo contribuinte, contrários ao indeferimento do pleito. Preliminar acolhida. (Processo nº 10280.001379/99-89, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 106-11.402)

Voltar ao SumárioPROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA – Não pode a segunda instância conhecer e decidir matéria que não foi posta ao conhecimento da instância inferior, sob pena de ferir o duplo grau de jurisdição, e, com ele, o devido processo legal. Neste sentido, quanto ao prazo de vencimento do lançamento refeito e encargos moratórios, deve a autoridade julgadora monocrática sobre eles manifestar-se, para então, se for o caso, retornarem os autos a este Colegiado. Recurso não conhecido. (Processo nº 13153.000285/95-58, Sessão de 09/11/99, Acórdão nº 201-73.263, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE – É nula a decisão singular que não aborda matéria contida na impugnação e que não faz parte da ação judicial. Processo que se anula, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10825.001144/94-97, Sessão de 05/07/00, Acórdão nº 203-06.653, Recorrente: Contribuinte).

IRPF – NULIDADE DE DECISÃO – A falta de apreciação dos argumentos expendidos na impugnação acarreta nulidade da decisão proferida em primeira instância. Preliminar acolhida.(Processo nº 11080.003903/95-32, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/05/00, Acórdão nº 106-11.304).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFSA – A ausência de apreciação, pelo julgador singular, de todos os argumentos e documentos apresentados na fase impugnatória, constitui preterição do direito de defesa e determina a declaração de nulidade da decisão de primeiro grau, a teor do disposto no artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/72. Recurso conhecido. Decisão de primeira instância anulada. (Processo nº 13603.001058/00-15, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 105-13.328).

NULIDADE – É nula a decisão que enfrenta fatos e enquadramento diferentes do quecompuseram o litígio. Decisão de primeira instância anulada. (Processo nº 10880.023665/93-96, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/11/99, Acórdão nº 107-05.800).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – DECISÃO QUE DEIXA DE APRECIAR FUNDAMENTO EXPENDIDO PELO SUJEITO PASSIVO – Deixando a decisão de apreciar relevante argumento expedido em sua defesa pelo contribuinte, deve ela ser anulada para que outra seja proferida em boa e devida forma. (Processo nº 10680.008880/94-02, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 105-13.084).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – Em respeito ao duplo grau de jurisdição, anula-se o processo a partir da decisão de primeira instância que não se manifestou sobre elementos probatórios apresentados pelo contribuinte. Processo que se anula, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10108.000879/96-14, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 203-05.995, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE – Decisão a quo que tomou impugnação por pedido de retificação. Supressão de instância. Processo que se anula, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10120.001751/95-20, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 203-06.258, Recorrente: Contribuinte).

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NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE – Anula-se a decisão, que deixa de apreciar o mérito ao argumento de que houve renúncia à esfera administrativa, quando a matéria levada à discussão ante o Poder Judiciário não é a mesma que foi objeto do lançamento. Processo que se anula, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10768.027455/95-34, Sessão de 14/09/99, Acórdão nº 202-11.489, Recorrente: Contribuinte).NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DE DECISÃO SINGULAR – Estando tempestiva a impugnação, com base no que preceitua o inciso II do § 2º do art. 23 do Decreto 70.235/72 e suas alterações, a recusa do julgador a quo em apreciar a impugnação acarreta a nulidade da decisão, por preterição do direito de defesa e, assim, a supressão de instância se, porventura, o julgador de segundo grau resolve apreciar as razões aduzidas na instância inferior. Processo que se anula, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 13876.000233/90-11, Sessão de 06/07/99, Acórdão nº 202-11.299, Recorrente: Contribuinte).

ICMS – NULIDADE DO ATO DECISÓRIO. Nulo é o ato que não analisa as preliminares argüidas pelo sujeito passivo em afronta ao princípio esculpido no art. 5º LV da Constituição Federal. Deve o processo retornar à autoridade a quo para novo julgamento. Recurso voluntário conhecido e preliminar de nulidade acolhida à unanimidade. (Processo nº 6.145.180-3 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/03/99, Acórdão nº 0170/99).

ICMS – NULIDADE DO ATO DECISÓRIO. A não apreciação de toda a matéria fática e de direito contida na reclamação do contribuinte conduz à nulidade do ato decisório. Desta forma, deve o processo retornar à instância a quo para novo julgamento. Preliminar de nulidade da decisão invocada pelo sujeito passivo acolhida à unanimidade. (Processo nº 6.145.180-3 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 28/06/99, Acórdão nº 0520/99 – 1ª Câmara).

Ausência de Descrição dos Fatos e Fundamentos da Exigibilidade

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DE AUTUAÇÃO – Carece de fundamento a pretensão de nulidade de autuação por falta de tipificação e enquadramento legal, quando esta descreve, com exatidão, os seus fundamentos materiais e indica o dispositivo legal pertinente.

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – Insustentável a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando o contribuinte impugna, em minúcias, as matérias, de direito e de fato, que sustentam a autuação.

IRPF – AUMENTO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Embora levado à tributação na Declaração Anual de Ajuste, em face do disposto nos artigos 114 e 116, I, do CTN e Leis 7.713/88, artigo 2º e nº 8.147/90, art. 3º § 1º, a apuração de eventual aumento patrimonial a descoberto é mensal, devendo ter em conta todas as disponibilidades do contribuinte até o mês do evento. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10183.000065/98-59, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/11/99, Acórdão nº 104-17.260).

IPI – AUTO DE INFRAÇÃO – Defeito de elaboração. Nulidade. Argüida pelo contribuinte e reconhecida pela Procuradoria da Fazenda Nacional. A peça básica com descrição incompleta dos fatos e incorreto enquadramento legal deve ser anulada, posto que desatende o artigo 10, incisos III e IV, do Decreto 70.235/72, ensejando sua nulidade. Dá-se provimento ao recurso, para anular o processo, ab initio. (Processo nº 10768.005909/93-29, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/11/99, Acórdão CSRF nº 02-0.836).

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU – NULIDADE – Se o autuado deixou de contraditar parte da matéria tributável por falta de clareza do auto de infração, somente vindo a fazê-lo no recurso, nula é a decisão de primeiro grau que a manteve. (Processo nº 10680.019139/99-55, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 106-11.236).

IRPF – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – PRESSUPOSTOS PREVISTOS NO ARTIGO 10 DO DECRETO Nº 70.235/72 – NULIDADE – O lançamento tributário, por constituir-se ato administrativo, está adstrito ao princípio da legalidade, e portanto deve obedecer rigorosamente ao requisito previsto em lei, sob pena de ser nulo. Tal entendimento é corolário do princípio maior que assegura direito ao contraditório e à ampla defesa, que impõem a correta tipificação do fato e adequação no enquadramento legal da infração averiguada. Recurso provido. (Processo nº 10680.005598/98-43, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 102-43.924).

LANÇAMENTO SEM ENQUADRAMENTO LEGAL – NULIDADE – A ausência no lançamento da capitulação prevista para as infrações imputadas ao contribuinte, implica em nulidade da exigência, uma vez que foi emitido em desacordo com o disposto no artigo 142 da Lei 5.172/66 (CTN) e no artigo 11 do Decreto nº 70.235/72. Lançamento anulado. (Processo nº 10660.000170/93-56, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 104-17.440).

RECURSO DE OFÍCIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DOS LANÇAMENTOS – São nulos os autos de infração cuja descrição dos fatos contém rasuras, emendas e entrelinhas, em flagrante cerceamento do direito de defesa.

DECORRÊNCIA – PIS/RECEITA OPERACIONAL, PIS/REPIQUE, COFINS, IMPOSTO DE RENDA NA FONTE E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – Tratando-se de lançamento reflexivo, a decisão proferida, no que couber, ao lançamento relativo ao imposto de renda pessoa jurídica é aplicável ao lançamento decorrente, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10907.000132/97-23, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 108-05.954).

NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – CAPITULAÇÃO LEGAL E DESCRIÇÃO DOS FATOS INCOMPLETA – O auto de infração deverá conter, obrigatoriamente, entre outros requisitos formais, a capitulação e a descrição dos fatos. Somente a ausência total destas formalidades é que implicará na invalidade do lançamento, por cerceamento do direito de defesa. Ademais, se a pessoa jurídica revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendo-as, uma a uma, de forma meticulosa, mediante extensa e substanciosa impugnação, abrangendo não só outras questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa.

NULIDADE DO PROCESSO FISCAL POR VÍCIO FORMAL – O auto de infração e demais termos do processo fiscal são nulos nos casos previstos no art. 59 do Decreto 70.235/72 (Processo Administrativo Fiscal).

IR FONTE – ADIANTAMENTO SALARIAL – Não se equiparam a adiantamento salarial, portanto não se sujeitam ao imposto de renda na fonte, valores entregues ou colocados à disposição do assalariado, descontáveis a futuro, que não estejam íntima e diretamente vinculados a serviços prestados ou em curso no mês em que se concretizar tal entrega; embora rotulados, por vezes, como adiantamento salarial pelo empregador, conceituam-se como empréstimos, nos termos dos artigos 1256, 1262 e 1264 do Código Civil.

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DIREITO TRIBUTÁRIO – INSTRUÇÃO NORMATIVA – NORMA COMPLEMENTAR - A instrução normativa, como norma complementar, utilizada no sentido de esclarecer e/ou regulamentar atos constitutivos do direito tributário, não pode alterar definições de mútuo. Preliminares rejeitadas. Recurso de ofício negado. Recurso voluntário provido. (Processo nº 14052.000972/93-49,.Recorrentes: Delegacia de Julgamento e Contribuinte, Sessão de 17/09/99, Acórdão nº 104-17.205)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DE AUTUAÇÃO – FALTA DE DESCRIÇÃO ADEQUADA DO OBJETO DO LITÍGIO – Se o contribuinte, na peça impugnatória, demonstra pleno conhecimento do objeto do litígio e de seus fundamentos materiais, não há sustentação à pretensão de nulidade de autuação por falta de descrição adequada no objeto do litígio.IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA – Não se decide matéria inquestionada porque provado o fundamento e a legitimidade da pretensão fiscal.IRPF – AUMENTO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Embora levado à tributação na Declaração Anual de Ajuste, em face ao disposto nos artigos 114 e 116, I, do CTN e Leis nº 7.713, de 1988, art. 2º, e nº 8.134, de 1990, art. 3º, § 1º, a apuração de eventual aumento patrimonial a descoberto é mensal, devendo ter em conta todas as disponibilidades do contribuinte até o mês do evento. Preliminar rejeitada. Recurso provido. (Processo nº 10293.000831/96-21, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/11/99, Acórdão 104-17.250)

Autoridade Incompetente

IRPJ – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DA AUTORIDADE MONOCRÁTICA – NULIDADE – É nula a decisão proferida por autoridade que anteriormente tenha participado do trabalho de auditoria, do qual resulte o Ato Administrativo de Lançamento para exigência do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Recurso conhecido, preliminar acolhida. (Processo nº 10380.002182/97-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 101-93.123).

DELEGACIA DE JULGAMENTO – COMPETÊNCIA – É vedado à autoridade julgadora proceder a ajustes do lançamento, de modo a alterar a fundamentação e agravar a exigência. Preliminar acatada. (Processo nº 10660.000887/97-02, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 104-17.299).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DA DECISÃO – Compete aos Delegados da Receita Federal, titulares de Delegacias especializadas em atividades concernentes a julgamento de processos, os julgamentos em primeira instância de processos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Processo que se anula, a partir da decisão singular, inclusive. (Processo nº 10880.0140181/95-46, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 203-06.286, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – COMPETÊNCIA – Ao Segundo Conselho de Contribuintes não foi outorgada a competência para apreciar questões de mérito relativas a pedidos de parcelamento, ainda que apresentadas com pedido incidental de compensação. Recurso não conhecido. (Processo nº 10830.006543/96-18, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 202-11.768, Recorrente: Contribuinte).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – É nula a decisão do Delegado da Receita Federal de Julgamento, quando, na época, a autoridade competente já havia examinado a matéria. (Processo nº 10109.000897/93-53, Recorrente: Contribuinte).

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NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE ABSOLUTA – Decisão prolatada por autoridade incompetente torna-se impossível de ser revista pelo órgão julgador de segunda instância. Devolução dos autos à autoridade competente para proferir a decisão pertinente. Anula-se a decisão de primeira instância. Processo que se anula, a partir da decisão singular, inclusive. (Processo nº 10768.003306/97-41, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 201-73.478, Recorrente: Delegacia de Julgamento).

Art. 147 § 1º do CTN

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DE DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – O disposto no art. 147, § 1º, do CTN, não elide o direito de o contribuinte impugnar o lançamento, ainda que este tenha por base as informações prestadas pelo próprio declarante na DIRF recusa do julgador singular, em apreciar as razões da impugnação, acarreta a nulidade da decisão, por preterição do direito de defesa. Processo que se anula a partir da decisão singular, inclusive. (Processo nº 10925.004446/96-14, Sessão de 09/11/99, Acórdão nº 203-06.029, Recorrente: Contribuinte).

Art. 59 do Decreto 70.235/72

IRPF – NULIDADE – As nulidades do lançamento são somente aquelas expressamente previstas no art. 59 do PAF.GANHO DE CAPITAL – A desapropriação por acordo judicial é uma das formas de alienação previstas na legislação. Recurso negado. (Processo nº 10820.003092/96-87, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 102-44.121).

Cerceamento de Defesa

ICMS – CERCEAMENTO DE DEFESA. Ante a falta de juntada de documentos que embasassem a autuação, caracteriza-se cerceamento de defesa. Preliminar de nulidade da decisão singular acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.092.413-9 / PR, Recorrente: Contribuinte, Publicado em 03/06/98, Acórdão nº 0151/98).

ICMS – CERCEAMENTO DE DEFESA – NULIDADE. O fisco reteve na Agência de Rendas os livros e documentos fiscais necessários à produção de provas por parte do contribuinte. Assim, violou-se o direito constitucional à ampla defesa. Preliminar de nulidade invocada pelo sujeito passivo acolhida por maioria. (Processo nº 6.122.675-3 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/03/99, Acórdão nº 0186/99 – 1ª Câmara).

ICMS – LANÇAMENTO NULO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA PELA DESCRIÇÃO INCOMPLETA DO ILÍCITO TRIBUTÁRIO. Não pode a lavratura do auto de infração pecar pela sua concisão, deixando de explicitar os reais motivos que levaram ao ato de lançamento. Desta forma, deve ser declarada a nulidade ab initio do procedimento. Preliminar argüida pelo contribuinte acolhida por maioria. (Processo nº 6.130.801-6 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 0159/00 – 1ª Câmara).

Ciência da Exigência Tributária e da Decisão

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PRAZO – PEREMPÇÃO – Comprovado nos autos a nulidade da intimação do auto de infração, tem-se o contribuinte por intimado na data em que lhe é dada ‘vista’ dos autos e toma ciência da acusação nele contida, contando-se daí o prazo de 30 (trinta) dias para a apresentação de sua impugnação. (Processo nº 10850.000339/94-67, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/11/99, Acórdão nº 107-05.794).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – Incabível a argüição de nulidade do procedimento, quando a ciência da exigência tributária deu-se na pessoa responsável de fato pela pessoa jurídica, constituída mediante instrumento de procuração com amplos poderes de gestão e específicos para representação da pessoa jurídica junto aos órgãos públicos nacionais, legitimando de forma incontestável a ação fiscal, inclusive, pela circunstância da mesma ter se pronunciado na época própria e na forma da lei. Preliminar de nulidade rejeitada e negado recurso quanto ao mérito. (Processo nº 10935.002197/95-69, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/99, Acórdão CSRF nº 01-02.757).

INTIMAÇÃO ENVIADA AO DOMICÍLIO FISCAL – REGULARIDADE – A intimação por via postal considera-se perfeita quando o AR tenha sido encaminhado para o domicílio fiscal do contribuinte, ainda que recebido pelo porteiro.INTEMPESTIVIDADE – Não se toma conhecimento do mérito do recurso interposto fora do trintídio legal. Recurso parcialmente conhecido e negado. (Processo nº 10980.009202/98-52, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 108-06.254).

NORMAS PROCESSUAIS – PROCEDIMENTO FISCAL – PRELIMINAR DE NULIDADE – Não é nulo o auto de infração quando o contribuinte, após sua lavratura, tem acesso aos autos na repartição fazendária. Preliminar rejeitada. ESPONTANEIDADE DO SUJEITO PASSIVO – A simples comunicação interna em nome de terceiros, por si só, não cientifica o sujeito passivo do início do procedimento fiscal. É espontânea a retificação da DCTF antes do início do procedimento fiscal. Preliminar de nulidade de auto de infração acolhida sob o aspecto da denúncia espontânea. Recurso provido. (Processo nº 10907.001350/98-11, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 201-73.668, Recorrente: Contribuinte).

ICMS – VÍCIO DE INTIMAÇÃO DA PEÇA BÁSICA. I – Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém de atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa, ex vi legis do art. 234 do CPC. II – A intimação para que o autuado integre a instância administrativa deve ser feita, ainda que alternativamente por via postal, na pessoa legalmente habilitada a representar o sujeito passivo, art. 56, inc. V, alínea ‘a’ item 1. da Lei nº 11.580/96. III – Inobservados estes preceitos, nulos são os atos a partir da peça básica. Preliminar de nulidade do procedimento a partir da peça básica acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.122.988-4 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/99, Acórdão nº 0044/99).

ICMS – NULIDADE – CIÊNCIA NO AUTO DE INFRACÃO POR PESSOA ESTRANHA AO QUADRO SOCIETÁRIO. Comprovado que a ciência do auto de infração deu-se em pessoa estranha, são nulos os atos praticados a partir daquela data, devendo ser promovida nova notificação aos atuais sócios. Preliminar de nulidade proposta pela representação da Fazenda acolhida sem divergências. (Processo nº 6.139.113-4 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/07/99, Acórdão nº 0587/99).

ICMS – NOTIFICAÇÃO DE DECISÃO SINGULAR NA PESSOA DE EX-SÓCIOS. Como a empresa teve continuidade e a autuação está em nome desta, a notificação há que ser feita na pessoa de sócios remanescentes ou continuadores ou a quem legalmente os represente, e não em nome dos sócios anteriores. Nulidade da intimação. Preliminar acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.076.110-8 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/04/99, Acórdão nº 0304/99).

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ICMS – VÍCIO NA CIÊNCIA DA DECISÃO. Não tendo sido entregue ao sujeito passivo cópia do parecer que fundamentou a decisão mediante recibo na 1ª via da mesma peça processual, nulo é o procedimento administrativo a partir desta, ex vi legis art. 56, § 1º, inc. VII, alínea ‘a’, Lei 11.580/96 e Norma de Procedimento Fiscal nº 50/99, que deu nova redação ao subitem 4.5.1.2. da NPF 16/93.

Voltar ao SumárioPreliminar de nulidade de procedimento por vício na intimação da decisão, acolhida por unanimidade.

ICMS – VÍCIO DE INTIMAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO DE INSTÂNCIA. Segundo a lei processual vigente, só se adota a ciência via edital quando resultarem infrutíferas as diligências encetadas no sentido de localizar o sujeito passivo. E este rito, pelo que se depreende dos autos, não foi fielmente seguido pelo Fisco, acarretando a nulidade do procedimento a partir da intimação da peça básica. Preliminar de não conhecimento por intempestividade do recurso rejeitada. Preliminar de nulidade por vício formal da intimação invocada pela recorrente acolhida. Decisão por maioria. (Processo nº 6.030.077-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/10/97, Acórdão nº 1.186/97 – 2ª Câmara)

ICMS – INTIMAÇÃO NULA. Havendo provas nos autos da possibilidade de ser procedida a intimação da peça básica pessoalmente, na pessoa do representante legal da empresa, incorreta a efetividade de forma diversa. Preliminar de nulidade da intimação da peça básica, argüida pela representação da Fazenda, acolhida. Decisão unânime. (Acórdão nº 975/2003 – 1ª Câmara)

Constituição do Crédito Tributário

CSLL – DOCUMENTO DE COBRANÇA DOMICILIAR – Inadmissibilidade de instalação da lide através de Documento de Cobrança Domiciliar por falta de atendimento dos artigos 9º e 10º do Decreto nº 70.235/72. Recurso não conhecido. (Processo nº 10830.001880/95-10, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/08/00, Recorrente: Contribuinte)

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DO LANÇAMENTO – Nulo o lançamento quando não houver nos autos uma das peças hábeis a formalizar a exigência, auto de infração ou notificação de lançamento regular. Preliminar acolhida. (Processo nº 10166.007091/95-09, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 106-11.061)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO DE OFÍCIO – Não se conhece do recurso interposto pelo contribuinte contra Aviso de Cobrança resultante de processamento de dados por ele declarados à repartição fiscal, uma vez que este não configura litígio na forma regulada pelo Decreto 70.235/72. Recurso não conhecido. (Processo nº 13123.000021/99-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/05/99, Acórdão nº 105-13.191)

ANULAÇÃO DE PROCESSO – Em observância ao consignado no Decreto nº 70.235/72, anula-se o processo administrativo quando do mesmo não faz parte a notificação de lançamento, item imprescindível para análise do processo. Processo cancelado por falta de notificação. (Processo nº 10620.000298/98-28, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/02/00, Acórdão nº 102-44.146)

PIS – AVISO DE COBRANÇA – INEXISTÊNCIA DE LANÇAMENTO – O indeferimento de cancelamento do crédito, inserto em mero aviso de cobrança, sem o decorrente lançamento do crédito tributário em auto de infração ou notificação, não é recorrível para o Segundo Conselho de Contribuintes, à míngua de previsão no Decreto nº 70.235/72. Não se conhece do recurso

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voluntário. (Processo nº 10880.011716/96-71, Sessão de 08/06/00, Acórdão nº 203-06.624, Recorrente: Contribuinte)

Contradição entre Fatos e Fundamento Legal

ICMS – DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO – PENALIDADE. Evidenciando-se que a infração descrita na peça básica não coincide com os fatos coligados na instrução probatória, cancela-se de ofício a exigência. Preliminar de nulidade do auto de infração proposta pela Fazenda acolhida. Recurso ordinário conhecido e procedimento ab inicio anulado de ofício. Decisão por maioria. (Processo nº 6.051.102-0 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/06/97, Acórdão nº 0790/97, 3ª Câmara)

ICMS – DESCRIÇÃO DO ILÍCITO FISCAL QUE NÃO SE COADUNA COM A PENALIDADE APLICADA – NULIDADE. É nulo ab initio o procedimento que tipifica infração em dispositivo legal diverso daquele em que os fatos narrados subsumem-se. Preliminar argüida de ofício acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.133.195-6, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 22/03/99, Acórdão nº 0231/99, 1ª Câmara).

ICMS – AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Descrevendo mercadoria diversa da especificada nos documentos que sustentam a exigência, nula, por vício formal, a peça básica. Recurso ordinário conhecido para, de ofício, declarar-se nulo o lançamento. Decisão unânime.

(Acórdão nº 968/2003 – 1ª Câmara)

Decisão Contraditória

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – É nula a decisão de primeira instância que, em suas conclusões, diverge do julgamento prolatado. (Processo nº 10945.005464/98-00, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 12/11/99, Acórdão nº 107-05.811).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADES – DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – É nula, por cerceamento do direito de defesa, a decisão que tenha cancelado a notificação de lançamento, dando continuidade ao feito sem refazimento do ato, se apresentando assim, contraditória em sua conclusão.NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO – AUSÊNCIA DE REQUISITOS ESSENCIAIS – O ato administrativo deve se revestir de todas as formalidades exigidas em lei, sendo nulo por vício de forma a notificação de lançamento que não contiver todos os requisitos previstos como obrigatório pelo art. 11 do Decreto 70.235/72. Preliminares acolhidas. (Processo nº 11080.002326/95-69, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 106-11.111)

Decisão que Aproveita ao Contribuinte

NULIDADE PROCESSUAL – SUPERAÇÃO EM FACE DO PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL – Não é de se proclamar a nulidade de certos atos praticados em desconformidade com a Lei e com a coisa julgada administrativa quando a decisão de mérito aproveita ao contribuinte.DIFERENCIAL IPC/BTNF – SALDO DE CORREÇÃO MONETÁRIA DEVEDOR – A jurisprudência e a própria Lei 8.200/91, ao admitirem a manipulação irregular de índices de correção monetária em certo período-base, dentro do regime de competência, autorizam o

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contribuinte a fruição do real índice inflacionário para a materialização e apuração de seu saldo devedor de correção monetária. Recurso provido. (Processo nº 13909.000121/96-95, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 103-20.266)

NORMAIS PROCESSUAIS – NULIDADE DE LANÇAMENTO – Não será pronunciada ou declarada a nulidade do auto de infração, mesmo que o instrumento mediante a qual foi formalizada a exigência do crédito tributário encontre-se com vícios, quando a decisão acerca do mérito do lançamento for favorável ao sujeito passivo da relação jurídico-tributária.

IRPJ – LUCRO PRESUMIDO – OMISSÃO DE RECEITAS – São inaplicáveis as disposições contidas no artigo 43 da Lei 8.541/92, as empresas tributadas com base no lucro presumido, tendo em vista que as respectivas prescrições alcançam exclusivamente os contribuintes tributados com base no lucro real. OMISSÃO DE RECEITAS – Será descaracterizado o lançamento tributário cuja irregularidade apontada como omissão de receita, no Auto de Infração, não estiver suficientemente comprovada como realizadora da hipótese de incidência dos tributos e contribuições.

PROCESSOS REFLEXOS – PIS/RECEITA OPERACIONAL – COFINS – ILL – CSLL – Respeitando-se a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo principal será aplicada aos processos tido como decorrentes, face a íntima relação de causa e efeito. Recurso provido. (Processo nº 13802.000521/94-54, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 102-20.414).

Decisão sem Fundamentação

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL INCORRETA – ANULAÇÃO – Cabe ser anulada, no sentido de ser proferida outra, a decisão de primeira instância lastreada em fundamentação legal incorreta. Processo anulado, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 13119.000221/95-28, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 203-06.492, Recorrente: Contribuinte).

NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – Nula é a decisão de primeira instância que deixe de motivar de maneira clara e precisa o indeferimento do pedido de restituição. Preliminar acolhida. (Processo nº 13710.000486/97-91, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 106-11.081).

Descrição Incompleta do Ilícito / Falta de Clareza

ICMS – FALTA DE CLAREZA NA DESCRIÇÃO DO ILÍCITO TRIBUTÁRIO. A dificuldade na determinação do tipo infracional e a incerteza quanto à correção da penalidade aplicada induz à nulidade do lançamento. Preliminar argüida de ofício acolhida por maioria.(Processo nº 6.157.217-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/99, Acórdão nº 0706/99 – 1ª Câmara).

ICMS – PEÇA INICIAL – FALHA NA DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO – NULIDADE. Não há na peça inicial a descrição clara e precisa da infração cometida, exigida por lei. Ademais, a decisão singular alcançou resultado diferente do contido na peça inaugural. Conseqüentemente nula a medida fiscal. Procedimento anulado de ofício por unanimidade.(Processo nº 6.260.338-7 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/04/00, Acórdão nº 0175/00 – 2ª Câmara).

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ICMS – LANÇAMENTO NULO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA PELA DESCRIÇÃO INCOMPLETA DO ILÍCITO TRIBUTÁRIO. Não pode a lavratura do auto de infração pecar pela sua concisão, deixando de explicitar os reais motivos que levaram ao ato de lançamento. Desta forma, deve ser declarada a nulidade ab initio do procedimento. Preliminar argüida pelo contribuinte acolhida por maioria. (Processo nº 6.130.887-3 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 0156/00 – 1ª Câmara).

Errônea eleição do sujeito passivo

ICMS – ERRÔNEA ELEIÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. Autuou-se o transportador por indicação de destinatário falso em documentação fiscal, quando tal penalidade tem como destinatário o emitente da documentação. Correta a representação da Fazenda ao levantar a preliminar de nulidade por errônea eleição. Preliminar acolhida. Unânime. (Processo nº 3.729.074-0 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 01/10/97, Acórdão nº 1.132/97, 3ª Câmara).

ICMS – ELEIÇÃO ERRÔNEA DO SUJEITO PASSIVO. O fisco desconsiderou documento que continha informação incompleta, cuja responsabilidade era do remetente da mercadoria, descabendo a imputação pelo ilícito ao destinatário. Preliminar de errônea eleição do sujeito passivo, argüida pela Representação da Fazenda, acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.161.661-1 / PR, Matéria: ICMS, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/05/00, Acórdão nº 0247/00 - 1ª Câmara).

Inépcia

NORMAS PROCESSUAIS DE DIREITO PÚBLICO TRIBUTÁRIO – PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PÚBLICO – A inépcia é figura estranha ao processo administrativo fiscal, o qual é regido, expressa e exclusivamente, pelo Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, e alterações posteriores. RENDIMENTOS DA ATIVIDADE RURAL – COMPROVAÇÃO – Os valores declarados a título de rendimentos da atividade rural sem estarem respaldados em documentação hábil e idônea que confirmem sua origem, sofrem tributação normal justamente com rendimentos das demais atividades. Recurso negado. (Processo nº 10680.012067/97-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 106-11.070).

NORMAS GERAIS DE DIREITO PÚBLICO TRIBUTÁRIO – PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PÚBLICO – A inépcia é figura estranha ao processo administrativo fiscal, o qual é regido, exclusivamente, pelo Dec. 70 235, de 06 de março de 1972, e alterações posteriores. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE

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RENDIMENTOS – IRPF – A PARTIR DE JANEIRO DE 1995, com a entrada em vigor da Lei nº 8.981/95, à apresentação da declaração de rendimentos fora do prazo fixado, ainda que dela não resulte imposto devido, sujeitará a pessoa física a multa mínima de 200 UFIR. Recurso negado. (Processo nº 13888.001070/97-77, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 106-11.242).

Lançamento Complementar

LANÇAMENTO ANULADO POR VÍCIO FORMAL – A revisão de lançamento em reexame de exercício já fiscalizado, com inobservância do requisito fixado no art. 906 – RIR/99, acarreta a nulidade do auto de infração complementar resultante do procedimento, por vício formal. Preliminar acolhida. (Processo nº 11050.000816/98-79, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 106-11.060).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Ocorrendo inovação da exigência primitiva, deve ser instaurado auto de infração complementar e se verificadas neste novas irregularidades processuais insanáveis, é de ser anulado; providência que, todavia, não se adota, por força do § 3º do art. 59 do Decreto nº 70.235/72. MÉRITO – Critério de arbitramento que não se ajusta à sistemática do IPI e que implicou apuração de valores superiores aos devidos e recolhidos pelo contribuinte. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10875.001376/95-59, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 202-11.767).

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – NOTIFICAÇÃO ELETRÔNICA DE LANÇAMENTO SUPLEMENTAR IRPJ. É nula a notificação de lançamento suplementar emitida por meio eletrônico, quando não observado o rito procedimental previsto na IN-SRF nº 94/97, que tem aplicação retroativa. (Processo nº 13215.000163/98-51, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 107-05.892).

AUTO DE INFRAÇÃO COMPLEMENTAR – INOVAÇÃO DE LANÇAMENTO – CANCELAMENTO DO AUTO DE INFRAÇÃO PRECEDENTE – Inovado o precedente pelas substituição do primitivo por Auto de Infração complementar, não subsiste razão jurídica para mantença do anterior. Recurso ex officio improvido.(Processo nº 13215.000136/95-16, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 10/11/00, Acórdão nº 103-20.452)

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO– Duplo grau de jurisdição. Ocorrendo inovação dos fundamentos da autuação na decisão de primeiro grau, há que ser proferida nova decisão monocrática, no resguardo do princípio constitucional da amplitude do direito de defesa e do duplo grau de jurisdição. Processo que se anula a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10865.000322/97-57, Sessão de 14/09/99, Acórdão nº 203-05.878, Recorrente: Contribuinte).

Local da Lavratura do Auto de Infração

COFINS – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – I – NULIDADE – Não é considerado nulo o auto de infração preparado fora do local da verificação da falta, se a autoridade autuante dispunha dos elementos necessários à constituição do crédito tributário e a intimação tenha sido feita pessoalmente – II – A multa cabível no lançamento de ofício é a capitulada no art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96, por inteligência da ementa desse mesmo diploma legal. Recurso a que se nega

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provimento. (Processo nº 10980.003363/96-15, Sessão de 17/08/99, Acórdão nº 202-11.405, Recorrente: Contribuinte).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PRELIMINARES – AUTO DE INFRAÇÃO – LOCAL DA LAVRATURA – O artigo 10º do decreto 70.235/72 exige que a lavratura do Auto de Infração se faça no local da verificação da falta, o que não significa o local em que foi praticada a infração e sim onde esta foi constatada, não impedindo que isto ocorra dentro da própria repartição, presentes os elementos necessários para fundamentar a autuação e notificado o sujeito passivo, dando-lhe acesso a todos os elementos e termos que fundamentaram a autuação e a oportunidade para contestar a pretensão fiscal, não dá causa a nulidade.REVISÃO SUMÁRIA DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – Não constitui irregularidade, a revisão do lançamento pela autoridade competente que está prevista no artigo 149 do Código Tributário Nacional e artigo 623, parágrafo 1º do Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 85.450/80.EXCESSO DE EXAÇÃO – Não configura excesso de exação o procedimento da autoridade administrativa que atua dentro dos limites impostos pela lei. IRPJ – LUCRO INFLACIONÁRIO – O lucro inflacionário diferido em montante superior ao autorizado pela legislação tributária, traz como conseqüência cálculo a maior do lucro inflacionário realizado nos períodos posteriores bem como do saldo do lucro inflacionário acumulado. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10480.004684/98-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 103-20.246).PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – Não dá causa à nulidade do lançamento a lavratura de Auto de Infração na repartição fiscal, se o sujeito passivo tomou ciência deste, e se na sua feitura, foram atendidos todos os pressupostos estabelecidos pelo Decreto 70.235/72. Igualmente, não se pode cogitar de nulidade, ao argumento de que a ação fiscal foi concluída após passados mais de sessenta dias do seu início, posto que esse fato apenas devolve ao contribuinte a espontaneidade em relação aos atos anteriormente praticados. As nulidades, no processo administrativo fiscal, são elencadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72. Recurso a que se nega provimento. (Processo nº 10909.000090/97-00, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 201-73.132, Recorrente: Contribuinte).

Notificação – Requisitos

NORMAS PROCESSUAIS – NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO – NULIDADE – AUSÊNCIA DE REQUISITOS ESSENCIAIS – O ato administrativo deve se revestir de todas as formalidades exigidas em lei, sendo nulo por vício de forma a notificação de lançamento que não contiver todos os requisitos prescritos como obrigatórios pelo artigo 11 Decreto 70.235/72. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13805.009853/96-08, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 14/04/98, Acórdão nº 106-10.080).

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – LANÇAMENTO – NULIDADE – É nula a notificação de lançamento que não preenche os requisitos formais indispensáveis previstos no art. 142 da Lei nº 5.172/66 (CTN) e nos incisos I a IV e parágrafo único do art.11 do Decreto nº 70. 235/72

RECURSO DE OFÍCIO – Reexaminados os fundamentos legais e as provas constantes dos autos e verificada a correção da decisão singular, é de negar-se provimento ao recurso de ofício. Recurso de ofício não provido. (Processo nº 10280.002082/97-23, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 17/03/00, Acórdão nº 105-13.136).

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO – É de decretar-se a nulidade da notificação de lançamento que não atende os requisitos do art. 5º, da Instrução Normativa SRF nº 54, de 13.06.97, que consigna o entendimento da administração tributária sobre a matéria. Recurso provido. (Processo nº 13811.000409/93-14, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 108-05.971).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO DE OFÍCIO – NOTIFICAÇÃO ELETRÔNICA DE LANÇAMENTO – NULIDADE DE LANÇAMENTO. Cancela-se a notificação de lançamento suplementar do imposto de renda pessoa jurídica emitida por meio de processamento eletrônico, decorrente de revisão de declaração de rendimentos, quando não forem observadas as disposições contidas no art. 11 do Decreto 70.235/72, como também os procedimentos previstos na IN-SRF nº 94/97. (Processo nº 10280.001832/97-86, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 108-06.126).

IRPF – NOTIFICAÇÃO ELETRÔNICA – NULIDADE – O Código Tributário Nacional em seu artigo 142 preconiza ser a atividade de lançamento privativa da autoridade administrativa, ao que estabelece o art. 11 do Decreto 70.235/72 como requisito obrigatório à notificação a referência ao nome, cargo e matrícula do responsável. Consistindo a notificação do lançamento no ato de formalização da exigência do tributo, sendo essencial à formulação da defesa pelo contribuinte, é inadmissível a preterição dos requisitos essenciais quando de sua emissão, causa, portanto, de nulidade do lançamento. Preliminar acolhida. (Processo nº 10725.000428/96-19, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 106-11.079).

Voltar ao SumárioRECURSO EX OFFICIO – IRPJ – NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO SUPLEMENTAR – Sobejamente justificada pelo julgador a quo a insubsistência da Notificação de Lançamento Suplementar que não contém a indicação do nome e do número da matrícula do servidor responsável/competente pela sua emissão, é de se negar provimento ao recurso de ofício interposto contra a decisão que dispensou parte do crédito tributário lançado. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13126.000095/96-21, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 12/11/99, Acórdão nº 107-05.810).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DO LANÇAMENTO – É nulo o lançamento cientificado ao contribuinte através de notificação em que não constar nome, cargo e matrícula da autoridade responsável pela notificação. Preliminar acolhida. (Processo nº 10880.009379/95-99, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 106-11.442).

IRPJ – Comprovado nos autos que a notificação de lançamento não continha identificação do fiscal responsável por sua emissão, com indicação do respectivo número da matrícula, como determina o art. 11 incisos III e IV do Decreto nº 70.235/72, é nulo o lançamento por falta dos requisitos indispensáveis à sua validade. Recurso de ofício improvido. (Processo nº 13808.001806/97-31, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 107-06.030).

PRELIMINAR DE NULIDADE – As questões preliminares levantadas não figuram nart. 59 do Processo Administrativo Fiscal como causa de nulidade do auto de infração. Só se cogita da declaração de nulidade quando o mesmo for lavrado por pessoa incompetente.

QUESTÕES DE MÉRITO – VIA JUDICIAL – A propositura, pelo contribuinte, de ação na via judicial para o mesmo fim, importa em renúncia do direito de recorrer na esfera administrativa, frente à opção superior e autônoma da via judicial. Preliminares rejeitadas. Recurso negado. (Processo nº 10680.006570/98-60, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 102-43.921)

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NULIDADE DO LANÇAMENTO – Intimação assinada por agente do fisco exigindo a apresentação de documento para exame, ainda que carecedor de competência para a formalização da exigência tributária, não compromete o lançamento se este tiver sido constituído por autoridade competente, com observância das normas legais.

NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – Não se verificando os fatos alegados pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade por cerceamento do direito de defesa.

IRPF – FALTA DE RETENÇÃO DO IMPOSTO – A falta de retenção na fonte, bem como a informação incorreta prestada pela fonte pagadora, não desonera o beneficiário dos rendimentos da obrigação de incluí-los, para tributação, na declaração de rendimentos, ainda que conste do informe de rendimentos como isentos ou não tributáveis.

MULTA DE OFÍCIO – Não comporta multa de ofício o lançamento constituído com base em valores espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido a erro pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração de rendimentos. Preliminares rejeitadas. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13884.001188/98-25, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 04-17.411)

Oficialidade

NDE DA DECISÃO – INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE – Não pode a autoridade administrativa sobrestar o julgamento de parte da matéria impugnada, devendo a prestação jurisdicional ser completa. Anulada a decisão de primeiro grau. (Processo n º 10880.045481/94-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/2000, Acórdão nº 101-93.141)PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração impulsionar o processo até sua decisão final. Não pode a autoridade administrativa sobrestar o julgamento de parte do processo.NULIDADE – Anula-se a decisão se a autoridade não se pronunciou expressamente sobre todos as matérias impugnadas. (Processo nº 13808.003258/96-58, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 101-92.939)

Termo de Início da Fiscalização

ESPONTANEIDADE – NULIDADE DA AÇÃO FISCAL – INOCORRÊNCIA – O termo de início da fiscalização tem validade por prazo superior a sessenta dias, com exceção, tão-somente, para a espontaneidade do contribuinte, que é readquirida após o transcurso do referido prazo. Por força desse entendimento, o disposto no artigo 47 da Lei 9.430/96 aplica-se uma única vez, quando do início da fiscalização. Recurso negado. (Processo nº 10380.018597/99-21, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/00, Acórdão nº 108-06.155)

NULIDADE – FALTA DE TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZAÇÃO – Tendo a autoridade administrativa procedido em conformidade com o exposto no art. 196 da Lei 5.172, de 25 de outubro e 1966, combinado com o art. 7º do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, não há se cogitar em nulidade do lançamento.

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NULIDADE – QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO – Tendo a autoridade administrativa procedido em conformidade com o exposto no art. 197, II da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional) e estando esta plenamente recepcionada pela Constituição Federal de 1988, não há cogitar-se em nulidade do lançamento.IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – LANÇAMENTO COM BASE EXCLUSIVAMENTE EM DEPÓSITO BANCÁRIO – CANCELAMENTO – Estão cancelados, pelo art. 9º inciso VII do Decreto-lei nº 2.471, de 1988, os débitos de imposto de renda que tenham por base a renda presumida através de arbitramento sobre os valores de extratos ou de comprovantes bancários, exclusivamente. Os depósitos bancários não constituem, por si só, fato gerador do imposto de renda, pois não caracterizam disponibilidade econômica de renda e proventos. O lançamento baseado em depósitos bancários só é admissível quando ficar comprovado o nexo causal entre o depósito e o fato que representa omissão de rendimento. Preliminares rejeitadas. Recurso provido. (Processo nº 13971.000017/97-82, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/08/99, Acórdão nº 104-17.152).

Supressão de Instância

NORMAS PROCESSUAIS – SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA – Devolve-se à autoridade julgadora a quo o exame de matéria que o contribuinte só teve conhecimento após a decisão de primeira instância. Recurso não conhecido. (Processo nº 10530.000547/99-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 106-11.398).

DECADÊNCIA

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – DECADÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO OCORRIDA – Não entregue a declaração de rendimentos dentro do respectivo exercício, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial é o primeiro dia útil do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Tributa-se o acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte. Recurso negado. (Processo nº 13830.000286/98-71, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 106-11.433).

NORMAS GERAIS – DECADÊNCIA – É de 10 (de) anos o prazo de decadência das contribuições para a seguridade social.CSLL – A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro é o resultado do exercício, apurado de acordo com a legislação comercial, tomado antes da provisão para o imposto de renda e ajustado pelas adições e exclusões previstas na lei. O diferimento do lucro inflacionário é procedimento específico do Imposto de Renda, não afetando a base de cálculo da Contribuição Social. Recurso negado. (Processo nº 10435.001213/97-90, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão nº 108-06.247).

IRPF – PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO – A apresentação da impugnação suspende o início da contagem da prescrição em virtude da consolidação do lançamento somente poder ocorrer por ocasião da decisão definitiva na esfera administrativa. A partir da ciência da decisão definitiva, inicia-se o prazo para a Fazenda cobrar o seu crédito já líquido e certo, e também o prazo prescricional. Este é o entendimento, não só deste Tribunal Administrativo mas também do Supremo Tribunal Federal (art. 151 a 174).

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ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Constitui rendimento sujeito ao imposto as quantias correspondentes ao acréscimo do patrimônio da pessoa física, quando esse acréscimo não foi justificado pelos rendimentos tributáveis na declaração, por rendimentos não tributáveis ou por rendimentos tributados exclusivamente na fonte (RIR/80, arts. 20 e 39 inciso III). Omitidos, na declaração, rendimentos comprovados de aluguéis, mantém-se a exigência. Recurso negado. (Processo nº 10830.007777/93-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 102-44.131).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – DECADÊNCIA – Com a lavratura do Auto de Infração, consuma-se o lançamento do crédito tributário (art. 142, CTN). Por outro lado, a decadência só é admissível no período anterior a essa lavratura. Depois, entre a ocorrência dela e até que flua o prazo para interposição de recurso administrativo, ou enquanto não for decidido o recurso dessa natureza de que se tenha valido o contribuinte, não mais corre prazo para a decadência; e ainda não se iniciou a fluência de prazo para prescrição. PROVA – A produção de provas que objetivem desfazer a imputação irrogada é atribuição de quem as alega, no caso, a recorrente, que não fez, apesar da oportunidade para tal (art. 333, I, CPC). ACRÉSCIMO PATRIMONIAL NÃO JUSTIFICADO – Constatando-se os equívocos no lançamento, devem ser alterados os valores considerados na análise da evolução patrimonial, acertando-se a efetiva exigência. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10768.010757/98-61, Matéria: IRPF, Exercício 1993, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 11/05/00, Acórdão nº 104-17.464)

IRPJ E OUTROS – DECADÊNCIA – LANÇAMENTO DE OFÍCIO – 1) O Imposto de Renda, antes do advento da Lei nº 8.383, de 30/12/91, era um tributo sujeito ao lançamento por declaração, operando-se o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante o disposto no art. 173 do Código Tributário Nacional. A contagem do prazo de caducidade seria antecipado para o dia seguinte à data da notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento ou da entrega da declaração de rendimentos (CTN, art. 173 e seu § único c/c art. 711 e §§ do RIR/80). 2) Tendo sido o lançamento de ofício efetuado na fluência do prazo de cinco anos contado a partir da entrega da declaração de rendimentos, improcede a preliminar de decadência do direito de a Fazenda Nacional lançar o tributo. Recurso provido. (Processo nº 10850.002168/93-66, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 13/09/99, Acórdão CSRF nº 01-02.785)IRPJ – EXERCÍCIO DE 1991 – LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO – DECADÊNCIA – O Imposto de Renda-Pessoa Física, no exercício em destaque, é tributo sujeito ao lançamento por declaração, operando-se o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante o disposto no art. 173 do Código Tributário Nacional. A contagem do prazo de caducidade antecipava-se para o dia seguinte à data da notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento ou da entrega da declaração de rendimentos (CTN, art. 173 e seu parágrafo único). Tendo sido o lançamento de oficio efetuado na fluência do prazo de cinco anos contados a partir da entrega da declaração de rendimentos, improcede a preliminar de decadência do direito da Fazenda Nacional lançar o tributo. Recurso provido. (Processo nº 10280.001576/96-37, Matéria: IRPF, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 10/07/00, Acórdão CSRF nº 01-03.016)

PRELIMINAR DE DECADÊNCIA – A Câmara Superior de Recursos Fiscais uniformizou jurisprudência no sentido de que a partir da Lei 8.383/91 o IRPJ sujeita-se a lançamento por homologação. Assim sendo, o prazo para efeito da decadência é de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador.IRPJ – BASE DE CÁLCULO – Tendo o contribuinte, sucessivamente intimado a apresentar seus livros comerciais e fiscais, declarado formalmente não tê-los escriturado e estar impossibilitado de fazê-lo, a autoridade fiscal está autorizada a arbitrar o lucro, obedecendo os critérios estabelecidos

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na lei. A apresentação dos livros na fase da impugnação não surte qualquer efeito em relação ao lançamento, eis que não existe arbitramento condicional. IRPJ – ARBITRAMENTO DE LUCRO – COEFICIENTES – Incabível a majoração do coeficiente com base no art. 7º da Portaria MF 524/93, por ter a autoridade, ao determiná-la, exorbitado da delegação concedida. IRRF – LANÇAMENTO DECORRENTE. Sendo base de cálculo do IRRF o lucro arbitrado para efeito do IRPJ, a redução da base de cálculo deste acarreta redução do imposto de renda de fonte.CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – A base de cálculo prevista no art. 2º, § 2º, da Lei 7.789/88 só se aplica às pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração fiscal completa. Recurso provido em parte. (Processo nº 10320.002239/97-89, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 101-93.113)

NORMAS GERAIS – DECADÊNCIA – O prazo para o Fisco efetuar o lançamento do imposto de renda sobre os rendimentos auferidos pelas pessoas físicas no exercício de 1994, ano base de 1993, é de cinco anos, contado a partir do primeiro dia do ano de 1995 ou a partir da entrega da declaração de rendimentos do exercício de 1994 se anterior, uma vez que, de acordo com a legislação vigente no período, o lançamento do imposto de renda das pessoas físicas amolda-se à sistemática de lançamento por declaração nos termos do art. 173 do Código Tributário Nacional - CTN.

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – SALDO DAS DISPONIBILIDADES EM 31 DE DEZEMBRO – Exercício 1994. Justifica o lançamento do imposto de renda com base no acréscimo patrimonial a descoberto quando os rendimentos declarados não são suficientes para suportar os gastos efetuados.

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – DESPESAS COM DEPENDENTES – Não há que se considerar como dispêndio no demonstrativo de evolução patrimonial, o valor referente a desconto de dependente pelo simples fato do contribuinte ter utilizado como dedução na declaração de rendimentos. A utilização de valor referente a dependente, não autoriza considerar tal parcela como dispêndio nos meses do respectivo ano-base para fins de apuração de acréscimo patrimonial a descoberto, se não comprovado o efetivo dispêndio. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10680.016528/98-20, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 106-11.115)

IRPJ –DECADÊNCIA – No caso do IRPJ, o prazo decadencial tem seu início quando da entrega da declaração de rendimentos Recurso provido. (Processo nº 11080.002176/93-42, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 06/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.802)

IRPJ – LANÇAMENTO EX OFFICIO – PRAZO DECADENCIAL – Tratando-se de lançamento de ofício, o prazo decadencial é contado pela regra do art. 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10980.000033/92-72, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/12/98, Acórdão CSRF nº 01-02.536)

IRPF – DECADÊNCIA – No lançamento por homologação, presente a hipótese de dolo, fraude ou simulação (art. 150 par. 4º - CTN), o prazo decadencial começa a fluir no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I – CTN), extinguindo-se o direito da Fazenda de constituir o crédito tributário, decorridos cinco anos. Recurso provido. (Processo nº 10935.001744/94-53, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.843)

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECADÊNCIA – Lançamento por homologação – Dolo ou Fraude – Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando ocorrer dolo, fraude ou simulação, caracterizados pela utilização de notas fiscais inidôneas, a contagem do prazo para decadência do direito de a Fazenda Nacional formular a exigência tributária se dará na forma prevista no artigo 173 do CTN. Preliminar acolhida.

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PRELIMINAR DE DECADÊNCIA – O direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário decai após decorridos cinco anos contados a partir da notificação do lançamento primitivo ou do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ocorre a figura da decadência quando a autoridade autuante promove a lavratura do novo auto de infração, com base no inciso II do artigo 173 do CTN, tendo, porém, alterado o valor tributável. Recurso provido. (Processo nº 10630.000336/98-14, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/02/00, Acórdão nº 107-05.897)

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Constituem rendimento bruto sujeito ao imposto de renda, as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Recurso negado. (Processo nº 10850.002638/97-51, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 106-11.128)

ICMS – DECADÊNCIA. Procedido o lançamento após prazo de cinco anos dos fatos geradores (art. 150, § 4º, CTN), extinto está o crédito tributário porquanto as notas fiscais além de emitidas, foram lançadas e contabilizadas, inexistindo qualquer omissão formal que pudesse ser argüida e deslocada a regra ao preceituado no art. 173 do CTN. Preliminar acolhida. (Processo nº 6.128.922-4 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/12/99, Acórdão nº 0995/99 – 2ª Câmara)

PRODUÇÃO DE PROVAS

Acréscimo Patrimonial a Descoberto

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Classifica-se como omissão de rendimentos a variação positiva no patrimônio do contribuinte, sem justificativa em rendimentos tributáveis, não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte. Correta a inclusão dos saldos existentes em contas bancárias de titularidade do contribuinte no demonstrativo de evolução patrimonial, uma vez que o mesmo tem por objetivo espelhar as mutações patrimoniais ocorridas no ano-calendário. Recurso negado. (Processo nº 10120.003775/95-69, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 106-11.324)

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Não tendo o contribuinte logrado êxito em comprovar, na forma da lei, sua variação patrimonial, deve ser mantida a tributação do acréscimo patrimonial a descoberto, caracterizado pela omissão de rendimentos.

RENDIMENTOS SUJEITOS AO CARNÊ-LEÃO - O imposto devido pelas pessoas físicas sob a forma de recolhimento mensal (carnê-leão) não pago deve observar as normas contidas na Instrução Normativa nº 46/97 Recurso parcialmente provido. (Processo nº 11080.006177/93-57, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/99, Acórdão nº 106-10.640)

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO NA VENDA DEAUTOMÓVEL – Não logrando a autoridade a quo caracterizar de modo irrefutável o acréscimo patrimonial a

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descoberto que demonstraria a omissão de rendimentos à tributação, não existe base legal para a imposição de tributo direto sobre a renda pessoal. Recurso provido.(Processo nº 10480.014474/94-18, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 102-44.095)

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Tendo sido comprovada com documentos hábeis e idôneos a asseveração do contribuinte, afasta-se a exigência tributária calculada com base no acréscimo patrimonial justificado. (Processo nº 11020.001377/95-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 102-44.116)

Auditoria de Produção

IPI – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – I) A falta apurada no confronto da produção calculada com base em elementos subsidiários com a produção registrada pelo estabelecimento configura omissão de receitas, por presunção legal (RIPI/82, Art. 343, § 1º). II) O cálculo da produção, a partir de elementos subsidiários, deverá, necessariamente, ser apoiada em dados consistentes. RETROATIVIDADE BENIGNA – Ex vi do disposto no artigo 45 da Lei nº 9.430/96, a multa prevista no art. 364, inciso II do RIPI/82, deve ser reduzida, in casu, para 75% (CTN, art. 106, II, ‘c’). Recurso provido em parte. (Processo nº 10768.018829/92-79, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 202-11.513, Recorrente: Contribuinte)

IPI – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – Se do levantamento de produção do estabelecimento industrial resultar um estoque final de insumo menor do que o estoque final constante dos registros da empresa, estará identificado indício de compra de matéria-prima sem emissão de nota fiscal. Tal indício, por absoluta falta de lógica, não autoriza a presunção de produção e venda de produtos sem emissão de nota fiscal, o que ocorreria se o estoque final encontrado na auditoria de produção fosse maior do que o estoque final registrado. Recurso improvido. (Processo nº 10283.001764/93-29, Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 201-73.181, Recorrente: Contribuinte)IRPJ E CSL – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – FALTA DE REGISTRO DE COMPRAS DE INSUMOS – OMISSÃO DE RECEITAS – A falta de registro de compras de insumos pode, de um lado, revelar a ocorrência de omissão de receitas, mas, de outro, diminui o custo dos produtos vendidos, tomando, assim, o fato tributariamente irrelevante. Essa conclusão lógica decorre do próprio procedimento de auditoria de produção que apura falta de insumos, ou seja, a de que houve o registro de vendas sem a apropriação dos correspondentes custos. Recurso especial a que se nega provimento. (Processo nº 10380.000481/93-34, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-02.944)

IPI – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – Lançamento feito com a metodologia da auditoria de produção em que restou provada a saída de produtos sem registros fiscais. Autuação com base no artigo 343 do RIPI/82. Apuração de entrada de matérias-primas em quantidade menor do que a quantidade necessária para a produção já registrada. Falta de enquadramento no art. 173 § 1º ‘b’. Provimento parcial para excluir da exigência os valores calculados nos meses em que se apurou a entrada de matérias-primas sem registro e redução em 10% sobre a quantidade de produtos saídos nos outros meses. Recurso provido em parte. (Processo nº 10983.003097/96-10, Sessão de 07/06/00, Acórdão nº 201-73.855, Recorrente: Contribuinte)

IRPJ – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – Restando demonstrada de forma inequívoca a existência de omissão no registro de receitas operacionais a partir de diferença manifesta na produção contabilizada e materializada nos levantamentos das matérias-primas, demais insumos e estoques – vis-a-vis à comercialização de itens específicos, impõe-se a contra-prova contundente para se impugnar o levantamento fiscal. A

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correlação entre peso e unidade física tende a se aproximar de limite numérico estável, com grau de segurança verossímil quanto maior fora sua amostra. Os itens que não se prestam ao uso, produção ou à utilização concorrentes não necessitam da existência de outros indícios para que se convalide o acerto do seu levantamento.

VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TIRBUTÁRIA – INCIDÊNCIA DA TRD COMO JUROS DE MORA – Os juros de mora equivalentes à Taxa Referencial Diária somente têm lugar a partir do advento do art. 3º inciso I da Medida Provisória nº 298, de 29.07.1991 (DOU de 30.07.1991), convertida na Lei nº 8.218, de 29.08.1991. A TRD é uma taxa de juros fixada por lei (art. 161, § 1º do CTN), conforme assentou o Egrégio Supremo Tribunal Federal, inocorrendo, por conseguinte, qualquer lesão ao artigo 192 § 3º da Constituição Federal, tendo em vista que este dispositivo, além de não ser auto aplicável, refere-se, tão-somente, aos empréstimo intermediados por instituições financeiras. (Processo nº 13805.005182/92-47, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/06/00, Acórdão nº 103-20.317)

Depósito Bancário

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – Os depósitos bancários, por si só, não representam disponibilidade econômica ou jurídica de renda e não constituem fato gerador do imposto. Ilegítimo o lançamento com base apenas em extratos ou depósitos bancários, quando não demonstrada qualquer relação entre os valores depositados e supostas receitas auferidas e não declaradas.

PIS – COFINS – IRRF – CSL – Tratando-se do mesmo suporte fático, e não havendo apenas aspectos específicos a serem apreciados, aos lançamentos decorrentes aplica-se o decidido no principal. Recurso provido. (Processo nº 10880.043389/96-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 108-05.978)

ARBITRAMENTO – EXTRATOS BANCÁRIOS – IRPJ E OUTROS – É inadmissível o lançamento baseado exclusivamente em extratos bancários. Preliminar rejeitada. Recurso provido. (Processo nº 10980.007780/92-22, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 108-05.981)

OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – IRPJ/CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – TRIBUTAÇÃO EM SEPARADO – LEI 8.541/92 – MICROEMPRESA – As disposições versando a tributação em separado de omissão de receita da pessoa jurídica, na vigência da Lei nº 8.541/92 (tributação em separado) não se aplicam à pessoa jurídica submetida à tributação pelo regime da microempresa nem para o IRPJ nem para a Contribuição Social.OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – ELEMENTOS INDICIÁRIOS E SUBSIDIÁRIOS DA ACUSAÇÃO – Sem o aprofundamento maior da evolução de depósitos bancários, é insustentável a mantença do lançamento, até porque somente a partir da vigência da Lei 9.430/96 é que o legislador estabeleceu mecanismos apropriados para a sustentação de omissão de receita em face da não comprovação da pertinente origem e sob as ressalvas ali estabelecidas. Recurso ex officio improvido. (Processo nº 10915.003541/98-35, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 07/06/00, Acórdão nº 103-20.316)

IRPJ – CSL – FINSOCIAL – PIS – OMISSÃO DE RECEITAS OPERACIONAIS – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – ANO DE 1991 – A tributação com base nos valores dos depósitos bancários somente é possível se a fiscalização lograr vinculá-los às transações comerciais da pessoa jurídica e/ou demonstrar, de alguma maneira, que as importâncias depositadas deixaram de ter como contrapartida receitas registradas em seus livros comerciais e fiscais. Recurso especial a que

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se nega provimento. (Processo nº 10630.000397/95-66, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 13/03/00, Acórdão CSRF nº 01-02.863)

PRELIMINAR – QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO – Mediante intimação escrita, os bancos, casa bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios e atividades de terceiros. Até ter sua inconstitucionalidade declarada pelo STF, o art. 18 da Lei nº 8.021/90 continua eficaz e desta forma, instaurado o devido procedimento administrativo fiscal, pode a autoridade administrativa, independentemente de autorização, requerer cópias dos extratos bancários.

OMISSÃO DE RENDIMENTOS – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Mantém-se o lançamento embasado em demonstrativo que reflete a movimentação bancária. Recurso negado. (Processo nº 10830.006422/94-23, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 106-11.228)

IRPF – INCONSISTÊNCIA DA PROVA – DEMONSTRAÇÃO DE ORIGEM – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – A prova produzida pela fiscalização é inconsistente para a finalidade que se propõe, de vez que considera como rendimentos os valores dos cheques sem demonstrar sua origem, não podendo, por esta razão, serem utilizados para compor a apuração de variação patrimonial. Recurso provido. (Processo nº 10380.004601/95-06, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 19/03/98, Acórdão nº 106-10.032)

IRPF – LANÇAMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS – Depósitos feitos em contas bancárias, comprovadamente em nome do contribuinte, e não consignadas em sua declaração de bens que nos termos do art. 51 da lei 4.069/62 é parte integrante da declaração de rendimento, autorizam o lançamento de ofício embasado no arbitramento do lucro tributável, de acordo com os elementos que se dispuser (RIR/80, art. 678, III).

URP – DIFERENÇA SALARIAL – Embora a título de indenização, são tributáveis os rendimentos concedidos através de ação trabalhista, por corresponderem a reposição de perda salarial, a diferença de vencimentos, os juros e a correção monetária, não tendo como isentá-los por falta de amparo legal devendo compor a base de cálculo do imposto de renda. Recurso negado. (Processo nº 10380.01381/96-12, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 102-44.087)

OMISSÃO DE RECEITAS – É ilegítimo o lançamento do imposto de renda que teve como base de cálculo, apenas, valores consignados de extratos ou depósitos bancários, por constituir simples presunção que não confere consistência ao lançamento. Recurso provido. (Processo nº 10835.000313/95-05, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/97, Acórdão nº 105-13.025)

LANÇAMENTO – NULIDADE – PROVA OBTIDA ATRAVÉS DE QUEBRA NÃO AUTORIZADA DE SIGILO BANCÁRIO – A prova de requisição de extratos bancários pelo órgão fiscalizador e o seu espontâneo atendimento pela instituição financeira deve estar devidamente documentada nos autos, sob pena de não pode poder considerar tal prova lícita para alicerçar lançamento, posto que obtida mediante quebra não autorizada de sigilo bancário. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10768.009898/97-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 106-11.067)

IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITO BANCÁRIO – No arbitramento, em procedimento de ofício, efetuado com base em depósito bancário, nos termos do § 5º do art. 6º da Lei nº 8.021, de 1990, é imprescindível seja comprovada a

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utilização dos valores depositados como renda consumida, evidenciados sinais exteriores de riqueza, visto que, por si só, depósitos bancários não constituem fato gerador do imposto de renda pois não caracterizam disponibilidade de renda e proventos. O lançamento assim constituído só é admissível quando ficar comprovado o nexo causal entre o depósito e o fato que represente omissão de rendimento. Negado provimento ao recurso especial. (Processo nº 10410.002316/92-12, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-02.932)

Desclassificação Contábil

IRPJ – BENS DO ATIVO PERMANENTE REGISTRADOS COMO DESPESA – Configura-se como despesa indedutível os gastos com bens e serviços que, pela sua própria natureza de permanência no ativo e patrimônio da pessoa jurídica, deverão ser imobilizados por não se enquadrarem como simples dispêndios de conservação, manutenção, reposição ou reparo.GLOSA DE CUSTOS – DESPESAS/CUSTOS DEDUTÍVEIS – Somente poderá ser considerada operacional e dedutível a despesa para a qual for demonstrada a estrita conexão do gasto com a atividade explorada pela pessoa jurídica, bem como é conditio sine qua non que atenda às exigências legais revestindo-se do caráter de usualidade, normalidade e necessidade para a manutenção da atividade e produção dos rendimentos, não enquadrando-se nesse conceito dispêndios efetuados por mera liberalidade.GLOSA DE CUSTOS – DESPESAS/CUSTOS NÃO COMPROVADOS – São considerados indedutíveis os custos e despesas, cuja efetiva realização e pagamentos não forem devidamente comprovados pelo sujeito passivo, através de documentação hábil e idônea.LEI Nº 8.383/91 – INCONSTITUCIONALIDADE E SUA VIGÊNCIA E EFICÁCIA – INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À IRRETROATIVIDADE E À ANUALIDADE NA UTILIZAÇÃO DA UFIR – Para fins do disposto no inciso II do art. 897 do CTN, a atualização monetária do tributo não representa majoração ou modificação da respectiva base de cálculo e do seu fato gerador. A publicação da lei, por outro lado, fixa a sua existência e identifica a sua vigência.SELIC – TAXA REFERENCIAL DE JUROS – É legitima a aplicação da SELIC como taxa de juros de mora sobre os valores dos créditos tributários devidos e não pagos no prazos fixados pela lei, como forma de compensar a Fazenda Pública pelo atraso do sujeito passivo em cumprir com as respectivas obrigações tributárias.PROCESSOS REFLEXOS – IRF – Não há incidência do ILL quando inexista no contrato social da pessoa jurídica, constituído sob a forma societária LTDA, cláusula com previsão de distribuição automática dos lucros aos sócios da pessoa jurídica.CSLL – Respeitando-se a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo principal será aplicada aos processos tidos como decorrentes, face a intima relação de causa e efeito. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10166.008245/96-99, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 103-20.304)

Diligências

ERRO NA DENOMINAÇÃO – INDEFERIMENTO - A ‘prova pericial’ que deseja , não pode ser deferida pelo simples motivo de que tal meio de prova não foi instituído por lei no processo administrativo fiscal. O Estado de São Paulo, não tem um corpo de ‘peritos’ e nem mantém qualquer sistema assemelhado, como o existente no âmbito federal, onde os próprios agentes fiscais realizam o trabalho. Tal procedimento, deixo aqui registrado, não tem qualquer identidade com a prova pericial contemplada pelo Código de Processo Civil. O inciso LV do art. 5º da Constituição Federal é bem claro, quando diz: ‘ art. 5º - LV – os litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os

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meios e os recursos a eles inerentes.’ (Edda Gonçalves Maffei, da 7ª Câmara Suplementar/SP, na decisão do Processo DRT nº 1 – 22.131/88 (sessão de 20.12.94, publicado no Boletim TIT/SP nº 291, em 27.04.96), para aceitar pedido de perícia, levou em conta que o princípio da ampla defesa e do contraditório só cabe em relação aos meios e os recursos inerentes).

Documentos Inidôneos

IPI – CRÉDITOS BÁSICOS – GLOSA – 1 – O creditamento básico (art. 82, I, RIPI/82) pressupõe a entrada de mercadorias no estabelecimento industrial (art.97, I, RIPI/82). 2 – Provando o fisco que as notas fiscais que deram margem o crédito de IPI nela destacados são inidôneas, não tendo a mercadoria lá descrita saído do estabelecimento supostamente remetente, e não provando a autuada que a mercadoria entrou em seu estabelecimento, é descabido o respectivo crédito (RIPI, art. 252). 3 – A multa do art. 364, III, do RIPI/82, com o advento da Lei nº 9430, art. 45, que deu nova redação ao art. 80 da Lei nº 4.502/64 (base legal do art. 364 do RIPI), foi reduzida para 150% (cento e cinqüenta por cento). Em função do instituto da retroatividade benigna (CTN, art. 106, II, c), devem ser estas aplicadas in casu. Recurso voluntário parcialmente provido. (Processo nº 13802.000291/96-68, Sessão de 18/08/99, Acórdão nº 201-73.059, Recorrente: Contribuinte)

ITR – TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE DA PROPRIEDADE – Restando comprovado, através de documentos hábeis e idôneos, a ocorrência de transferência da titularidade do imóvel rural, cancela-se o lançamento. Recurso provido. (Processo nº 13737.000407/91-94, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 203-06.232, Recorrente: Contribuinte)

IPI – NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS – Irreparável a exigência do tributo lançado ex officio, em decorrência de glosa de créditos básicos, com cominação da pena capitulada no art. 80 inciso II da Lei 4.502/64 – redução dada pelo art. 45 da Lei nº 9.430/96 – bem como a imposição da multa prevista no art. 365, caput e inciso II, do RIPI/82, quando devidamente comprovada a utilização de notas fiscais emitidas por quem não deu saída aos produtos nela discriminados. MULTA PUNITIVA (RIPI/82, ART. 365, II) – A atualização monetária da base de cálculo da multa desde a data da infração até a sua constatação pela Fazenda Nacional somente tem amparo na legislação tributária para os fatos geradores ocorridos a partir de 09.05.94 (MP nº 492/94, art. 4º e 7º). Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13831.000123/97-33, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 202-11.834, Recorrente: Contribuinte)

IRPF – CUSTO DA PRODUÇÃO – O custo da construção de casas ou edifícios deve ser comprovado através de notas fiscais de aquisição de materiais, recibos/notas fiscais de prestação de serviços e comprovantes de pagamentos junto aos órgãos controladores. A falta ou insuficiência de comprovação autoriza o arbitramento com base nas tabelas divulgadas pelo SINDUSCON. O arbitramento é medida extrema para os casos de falta de declaração dos valores despendidos na construção ou, quando insuficientes, porém se o contribuinte declara determinado valor e o comprova com documentos referentes à aquisição de materiais e pagamentos de mão de obra, cabe à fiscalização provar com base na planta, no memorial descritivo e através de verificação da obra que não são suficientes para realização do empreendimento. A declaração de rendimentos acompanhada das comprovações quando solicitadas faz prova a favor do contribuinte, e no caso da construção inverte-se o ônus da prova quando a autoridade julgar o valor declarado inexistente. Em se tratando de galpão comercial, se a autoridade lançadora utiliza determinado percentual aplicado ao CUB, deve ser método uniforme, tanto para calcular a metragem resultante da parte comprovada, como da não comprovada. Recurso provido. (Processo nº 11020.00027/97-41, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/00, Acórdão nº 102-44.402)

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IRPF – DESPESAS MÉDICAS – Comprovado que a empresa emissora dos recibos não existia de fato, indedutíveis os recibos apresentados. Recurso negado. (Processo nº 10480.014108/96-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 102-44.085)

DESPESA ODONTOLÓGICA – GLOSA – Não se admite deduções com despesasodontológicas comprovadas, apenas, através de recibo fornecido por profissional indiciado por emissão graciosa de recibos, ou seja, sem a devida prestação do serviço. Recurso negado. (Processo nº 11080.010606/94-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/98, Acórdão nº 106-10.606)

IRPF – PENSÃO JUDICIAL – DESPESAS COM INSTRUÇÃO – Estandodevidamente comprovada a realização e pagamento de instrução, pelo alimentante, por força do acordo homologado judicialmente, deve ser aceita a dedução, obedecidos os limites legais, muito embora tenha sido considerada como pensão judicial na sua declaração anual de ajuste. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10680.004418/98-24, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 104-17.554)

DECLARAÇÃO – MULTA ACESSÓRIA POR OMISSÃO DE INFORMAÇÃO DE PAGAMENTOS – NÃO PROCEDÊNCIA – Uma vez demonstrado pelo contribuinte, documentalmente, que a prestação de serviço advocatício foi realizada gratuitamente, e não apresentada prova em contrário pela fiscalização, há de se reconhecer a improcedência do lançamento da multa regulamentar. Recurso provido. (Processo nº 10650.000982/97-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 106-11.444)

IRPF – DEDUÇÕES – DESPESAS MÉDICAS – A intenção do legislador foi permitir a dedução de despesas com a manutenção da saúde humana, assim pode a autoridade fiscal perquirir se os serviços efetivamente foram ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto aquele que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não sejam habilitados. O documento por si só não autoriza a dedução, mormente quando não há prova efetiva de que os serviços foram prestados.

AGRAVAMENTO DA MULTA – Comprovada adulteração da documentação pelo confronto entre as vias do emissor e do tomador dos serviços é cabível a aplicação da multa majorada. Recurso negado. (Processo nº 11040.000085/99-15, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão nº 102-44.452)

IRPF – DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E OUTRAS DEDUTÍVEIS – A efetividade do pagamento a título de despesas odontológicas não se comprova com mera exibição de recibo, mormente quando o contribuinte não carreou para os autos qualquer prova adicional da efetiva prestação dos serviços e existem fortes indícios de que os mesmos não tenham sido prestados. Recurso negado. (Processo nº 13686.000082-98-03, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/03/00, Acórdão nº 102-44.154)

IRPF – DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS – Admite-se a dedução dos valores correspondentes a despesas com tratamentos médicos e odontológicos realizados pelo contribuinte e seus dependentes legais, devidamente comprovados através de recibos firmados e pessoalmente reconhecidos pelos profissionais prestadores dos serviços. Recurso negado. (Processo nº 10725.001802/96-31, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 102-44.094)

IRPF – DESPESA MÉDICA – DEDUTIBILIDADE – RECIBO – DOCUMENTO HÁBIL – ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO – Os recibos, desde que atendidos os requisitos do art. 85 do RIR/94, são documentos hábeis para comprovar os dispêndios e embasar a sua dedutibilidade. Para desqualificar determinado documento é preciso comprovar que o mesmo contenha algum vício. A

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boa-fé é que se presume, enquanto que a má-fé precisa ser comprovada. Recurso provido. (Processo nº 10680.005911/98-43, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 102-44.040)

IRPF – REVISÃO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – INCLUSÃO DE DESPESAS MÉDICAS – Face aos princípios da impessoalidade e da verdade material, que regem a atuação da Administração Pública, uma vez revista a declaração de rendimentos da recorrente, não deveria o autuante considerar somente os fatos que a desfavorecem, mas também os fatos devidamente provados que a beneficiam. Recurso provido. (Processo nº10730.001868/98-69, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/11/99, Acórdão nº 106-11.063)

IRPF – DEDUÇÕES – DESPESAS ODONTOLÓGICAS – Apresentado o recibo de prestação de serviços, sendo o profissional qualificado e estando em atividade na época da emissão do documento, inverte-se o ônus da prova, cabendo à fiscalização provar que os serviços não foram prestados ou que o documento é falso para que possa glosar o documento apresentado. Recurso provido. (Processo nº 10166.012578/98-57, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/08/00, Acórdão nº 102-44.379)

ICMS – ACUSAÇÃO INFUNDADA DE DECLARAÇÃO FALSA DA ORIGEM DAS MERCADORIAS. TRÂNSITO PELO TERRITÓRIO PARANAENSE. AUTO DE INFRAÇÃO INCONSISTENTE. No documento da operação discutida há indicação do local de carregamento das mercadorias, fato que por si só esclarece o equívoco cometido e comprova a inexistência da irregularidade apontada. Falta de legitimidade do poder tributante em lançar imposto e multa sobre mercadorias em trânsito pelo território paranaense. Recurso ordinário provido por unanimidade. (Acórdão nº 1147/2003 – 1ª Câmara)

Erro de Fato

RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO – Somente é admissível quando comprovado o erro de fato. São imprestáveis os laudos emitidos por pessoas inabilitadas e sem a comprovação dos critérios e fontes nele inseridos. Recurso negado. (Processo nº 13963.000049/95-24, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 104-17.441)

PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – ERRO DE FATO – É de ser admitido o erro de fato para conduzir à revisão do lançamento, eis que, se o lançamento há de ser feito de acordo com o tipo abstrato da norma, há de conformar-se à realidade fática. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13886.000149/98-54, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 105-13.024)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU – Quando a decisão de primeiro grau reconhece que houve erro de processamento e restabelece os valores declarados na declaração de rendimento regularmente apresentada, o lançamento deve ser cancelado. Recurso voluntário provido. (Processo nº 10768.007577/98-10, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/08/00, Acórdão nº 101-93.164)

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COMPENSAÇÃO – CARÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO – Não há como se acatar pedido de compensação face a constatação de inúmeros erros contábeis que impedem a confirmação dos valores lançados na Declaração de Rendimentos. Recurso negado.(Processo nº 13973.000153/97-15, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/06/00, Acórdão nº 107-06.004)

NORMAS PROCESSUAIS – ERRO DE FATO – Sendo manifesta a contradição entre os fatos indicados da decisão de 1º grau e os indicados no Auto de Infração e seus anexos, impõe-se o saneamento do procedimento com anulação da aludida decisão, para que outra seja prolatada na boa e devida forma, prosseguindo-se no feito, como de direito. Nulidade de decisão de primeiro grau. (Processo nº 10735.000655/98-33, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 101-93.122)

NOTA: Erro de fato é o erro que recai sobre uma das qualidades de determinado objeto ou de certas pessoas.

Escritura Pública

NULIDADE – COMPETÊNCIA – Conhecido pela autoridade o litígio, preventa a jurisdição e prorrogada a competência, independente da alteração do domicílio fiscal do contribuinte ou para quem dirigido o recurso. PROVA – Para que se admita a prevalência de contrato particular frente ao instrumento público, é imprescindível que o conjunto probatório possua elementos irrefutáveis, de forma a firmar a convicção do julgador. Preliminar rejeitada Recurso negado. (Processo nº 13807.001107/97-74, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/05/00, Acórdão nº 102-44.268)

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL – AQUISIÇÃO DE IMÓVEL – RECIBO DE ARRAS – ESCRITURA PÚBLICA – Não obstante o recibo de arras constitua verdadeiro contrato de compra e venda, há de prevalecer o valor constante na escritura pública, haja vista que a assinatura aposta naquele recibo, cotejada com outras, nos autos, firmadas pelo sujeito passivo, não é em nada sequer semelhante. Também não se pode infirmar tratar-se de assinatura de procurador estabelecido, não havendo nos autos prova desse instrumento. Negado provimento ao recurso especial. (Processo nº 11080.001584/93-13, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-02.930)

IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – ESCRITURA PÚBLICA – indispensável que seja produzida prova cabal pelo contribuinte no sentido de que a forma de pagamento do imóvel foi realizada de maneira diferente daquela consignada no instrumento público. Não logrando fazê-lo, há que ser mantida a fé pública inerente à declaração prestada ao Tabelião, pelo que o pagamento foi realizado no ato da lavratura da escritura pública.GANHO DE CAPITAL – O cancelamento da escritura pública não logra afastar o fato gerador da exação, tendo sido verificada a situação objetivamente definida na lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Recurso negado. (Processo nº 11073.000078/98-92, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 106-11.056)

IRPF – GANHO EM ALIENAÇÃO IMOBILIÁRIA – FORÇA PROBANTE DE INSTRUMENTO PÚBLICO – Nas operações relativas a alienação imobiliária, a escritura, lavrada em cartório, é o instrumento constitutivo e translativo de propriedade. O documento público, assim, faz prova não só da operação do ato, mas, também, dos fatos que o tabelião declarar que ocorreram em sua presença.

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ANTECIPAÇÃO MENSAL DE IMPOSTO – Provado nos autos ter o contribuinte pago o valor do imposto mensal, ainda que a título de recolhimento mensal complementar, quando da entrega da declaração mas devidamente atualizado desde o mês do respectivo vencimento, incabível sua exigência a título de falta de recolhimento de carnê-leão, com multa de ofício, tendo o contribuinte apenas incidido em mora. VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – INCIDÊNCIA DA TRD COMO JUROS DE MORA – Por força do disposto no art. 101 do CTN e § 4º do artigo 1º da Lei de Introdução do Código Civil Brasileiro: a Taxa referencial Diária – TRD só poderia ser cobrada, como juros de mora, a partir de mês de agosto de 1991, quando entrou em vigor a Lei 8.218/91. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 11050.001886/93-85, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 104-17.331)

Fato Superveniente

DOCUMENTOS SUPERVENIENTES – Documentos trazidos em fase de recurso e devidamente autenticados pela autoridade fiscal, em pedido de diligência, merecem acolhida do julgador, como prova legítima a favor do contribuinte. Recurso provido. (Processo nº 10510.001710/96-94, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/06/99, Acórdão nº 102-43.777)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Proferida decisão pela Câmara, não há como se falar em modificação da decisão por fatos supervenientes, salvo se apresentados em fase de embargos de declaração de recurso especial. Decisão mantida. (Processo nº 10825.000545/98-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 105-13.146)

PROCESSO ADMINISTRATVO FISCAL – NULIDADES – Instaurado o litígio, os novos argumentos e provas apresentados pelo sujeito passivo, relativo às matérias já questionadas, após o prazo previsto no art. 15 do Decreto nº 70.235/72 e antes da decisão, devem ser apreciadas quando do julgamento, sob pena de caracterizar-se o cerceamento do direito de defesa e nulidade da decisão assim proferida. Preliminar acolhida. Nula a decisão recorrida. (Processo nº 13822.000097/95-72, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 103-20.213)

IRPF – DOCUMENTOS SUPERVENIENTES – Sendo confirmado pela autoridade fiscal de 1ª instância que o livro caixa trazido aos autos, após pedido de diligência, confere com o original, não há que se falar em arbitramento na atividade rural, uma vez que o livro juntamente com os documentos que o embasam, são elementos suficientes para que a autoridade proceda o trabalho fiscal. Recurso provido. (Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 102-44.086)

Gastos Incompatíveis com a Renda

IRPF – GASTOS INCOMPATÍVEIS COM A RENDA DISPONÍVEL – BASE DE CÁLCULO – PERÍODO-BASE DE INCIDÊNCIA – APURAÇÃO MENSAL – O imposto de renda das pessoas físicas, a partir de 01/01/89, será apurado, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, incluindo-se, quando comprovada pelo fisco, a omissão de rendimentos apuradas através de planilhamento financeiro (“fluxo de caixa”), onde serão considerados todos os ingressos e dispêndios realizados no mês pelo contribuinte. Entretanto, por inexistir a obrigatoriedade de apresentação de declaração mensal de bens, incluindo dívidas e ônus reais, o saldo de disponibilidade pode ser aproveitado no mês subseqüente, desde que seja dentro do mesmo ano-base. Assim, somente poderá ser aproveitado, no ano subseqüente, o saldo de disponibilidade que constar da declaração de imposto de renda-declaração de bens, devidamente lastreado em documentação hábil e idônea.

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IRPF – CONTRIBUINTE SOB PROCEDIMENTO FISCAL – NUMERÁRIO DECLARADO SEM SUPORTE – Valores declarados fora de prazo e sob procedimento de ofício como ‘dinheiro em espécie’, ‘dinheiro em caixa’, ‘disponibilidade em moeda nacional’ e outras rubricas semelhantes não podem ser aceitos para justificar fontes de recursos, salvo prova inconteste de sua existência no término do ano-base em que tal disponibilidade for declarada.IRPF – MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO – MULTA ACUMULADA – INOCORRÊNCIA DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA – A penalidade prevista no art. 8º do Decreto-lei nº 1.968/82, incide quando ocorrer falta ou insuficiência de recolhimento de imposto, apresentada ou não a declaração de rendimentos. Em se tratando de lançamento formalizado segundo o disposto no art. 676 do Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 85.450/80 ou artigo 889 do Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 1.041/94, cabe tão-somente a aplicação da multa específica para lançamento de ofício. Impossibilidade de simultânea incidência de ambos os gravames. (Processo nº 10176.000641/98-93, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 104-17.215)

Glosa de Despesas

IRPJ – GLOSA DE DESPESAS – Improcede a glosa de despesas de juros e correção monetária sobre empréstimos bancários quando a empresa comprova sua efetividade por meio de documentos hábeis e idôneos, acatados pela fiscalização em diligência realizada a pedido da autoridade julgadora.CSL e IRRF – LANÇAMENTOS DECORRENTES – O decidido no julgamento do lançamento principal no imposto de renda pessoa jurídica faz coisa julgada nos decorrentes, no mesmo grau de jurisdição, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles existente. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13962.000059/98-12, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 17/08/00, Acórdão nº 108-06.209)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Não demonstrada pelo contribuinte a destinação dos cheques compensados, em valores e datas coincidentes com as despesas/aquisições a que se referem, fica justificada a glosa de valores a débito de caixa efetivado pela fiscalização.PIS – COFINS – IR FONTE – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – DECORRÊNCIA – O decidido no lançamento do IRPJ acompanha o decidido nos lançamentos decorrentes, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles. Negado provimento ao recurso. (Processo nº10640.002691/98-36, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 02/07/00, Acórdão nº 107-06.016)

ENCARGOS FINANCEIROS SOBRE EMPRÉSTIMOS – Sua dedução como despesa operacional está condicionada à sua comprovação através de documentos hábeis e idôneos, excluindo-se da tributação a parte comprovada na fase impugnatória.COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS – Correta a compensação de parte da matéria tributável com prejuízos fiscais anteriores efetivamente compensáveis.MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO – Com a edição da Lei nº 9.430/96, a multa de lançamento de ofício de 100% deve ser convolada para 75%, tendo em vista o disposto no art. 106, inciso II, letra ‘c’ do CTN e em consonância com o ADN nº 01/97. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LANÇAMENTO DECORRENTE – O julgamento no processo principal faz coisa julgada no lançamento decorrente, no mesmo grau de jurisdição, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles existente. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13802.001513/96-23, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 25/02/99, Acórdão nº 101-92.577)

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IRPJ – CUSTOS NÃO COMPROVADOS – São indedutíveis os custos ou despesas não apoiados em documentação fiscal hábil e idônea que comprove sua efetividade e necessidade. Todavia, custos ou despesas apropriados irregularmente por erro formal são passíveis de correção.BENS DE NATUREZA PERMANENTE – Despesas incorridas em mais de um período-base deverão ser diferidas e deduzidas a partir de quando o bem estiver em funcionamento.CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – LANÇAMENTO DECORRENTE – A solução dada ao litígio principal repercute nos acessórios pela íntima relação de fato existente entre ambos. CORREÇÃO MONETÁRIA DE BALANÇO – Impossibilidade de acolhimento de CM de balanço com base no Plano Verão quando feita a destempo, além de ser realizada sem considerar todos os efeitos da correção monetária, prorrogando prazo para compensação de prejuízo sem fundamentação legal. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10850.002162/98-94, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 108-06.048)

IRPJ – CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS – DEDUTIBILIDADE – São documentos hábeis para comprovar os custos e as despesas operacionais as notas fiscais, faturas/duplicatas e recibos, desde que indiquem as partes, as operações realizadas e respectivos valores, de modo a se poder aferir a necessidade e a normalidade dos dispêndios. Cabível a glosa quando deixarem de ser comprovadas as operações.IRPJ – GLOSA DE DESPESAS COM REPARO E CONSERVAÇÃO – Não ficando provado nos autos que as despesas realizadas a título de reparos e conservação resultaram no aumento da vida útil do imóvel em mais de um ano, não é cabível a capitalização dos dispêndios. A simples consideração de que a quantidade de bens utilizados teria sido elevada, não é o bastante para corroborar a ação fiscal.IRPJ – CONTRATOS FIRMADOS COM ENTIDADES GOVERNAMENTAIS – Nos termos do artigo 282 do RIR/80 e do artigo 360 do RIR/94, é permitido à contribuinte, no caso, empresa prestadora de serviços fornecidos através de contratos com base em preço unitário, para pessoa jurídica de direito público; empresa sob seu controle; empresa pública; sociedade de economia mista ou sua subsidiária, diferir a tributação do lucro até a sua realização. TRIBUTAÇÃO REFLEXIVA – COFINS – Não conhecida a exigência principal, que manteve parcialmente a exigência em relação ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, aplica-se aos litígios decorrentes ou reflexos relativos a Contribuição Social sobre o Lucro, PIS/Repique e IRFonte. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13923.000018/97-66, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 107-05.864)

IRPJ – DESPESAS INDEDUTÍVEIS – Incabível a glosa de despesas quando não comprovada sua desnecessidade para a consecução do objetivo social, sendo insuficiente a mera constatação de eventuais irregularidades fiscais por parte dos prestadores de serviços.

CONSERVAÇÃO DE BENS – Ilegítima a pretensão fiscal de exigir correção monetária sobre dispêndios com reparos de bens, desprovido de comprovação de aumento da vida útil superior a um ano. DESPESAS FINANCEIRAS – Legítima a dedutibilidade de encargos financeiros com empréstimos contratados em condições usuais de mercado, independentemente do mutuante constituir entidade financeira.POSTERGAÇÃO DE RECEITA – Incomprovada a ocorrência de situação que configure a postergação do reconhecimento de receitas, insubsiste a exigência a este título. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10070.001070/93-04, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 108-06.081)

Laudo Técnico

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ITR – VTN TRIBUTADO – LAUDO DE AVALIAÇÃO INCONSISTENTE – REDUÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – O documento que apenas informa a distribuição da propriedade rural e seu valor afigura-se inconsistente para reduzir o CTN tributado, posto que, para tal finalidade, o mesmo deve ser elaborado por laudo de avaliação de acordo com as normas da ABNT. Recurso negado. (Processo nº 13122.000020/95-16, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 203-06.535, Recorrente: Contribuinte)

ITR – Ao contribuinte caberia trazer matéria de prova para elidir o mérito do auto de infração. Não foi apresentado o laudo técnico para o fim colimado. Recurso negado. (Processo nº 10675.0-1767/96-47, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 201-73.410, Recorrente: Contribuinte)

ITR – APURAÇÃO DO VTN – FORMALIDADES – A fixação da base de cálculo do imóvel em valor inferior ao VTNm somente pode ser feita se acompanhada de prova idônea, mormente em se tratando do Valor de Terra Nua e das benfeitorias. Apenas pode ser aceito para esses fins laudo de avaliação que contenha os requisitos legais exigidos, dentre os quais, ser elaborado de acordo com as normas da ABNT por perito habilitado, com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica registrada no órgão competente. Recurso negado. (Processo nº 13127.000252/96-15, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 203-06.269, Recorrente: Contribuinte)

ITR – VTN – Logrando o contribuinte comprovar com base em Laudo Técnico de avaliação assinado por profissional habilitado, ou emitido por entidade de reconhecida capacitação técnica, que o VTN utilizado como base de cálculo do lançamento não reflete o valor real do imóvel, cabe ao julgador administrativo a prudente critério rever a base de cálculo (art. 3º, § 4º, Lei nº 8.847/94). ÍNDICE DE APROVEITAMENTO DO IMÓVEL. O aproveitamento do imóvel, para fins de se beneficiar de alíquota menor na sua tributação deve ser acompanhado de documentação idônea e apta demonstrando o efetivo aproveitamento da área durante o período atingido pela tributação. Recurso provido em parte. (Processo nº 10183.003361/95-03, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 201-73.758, Recorrente: Contribuinte)

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Notificação Fiscal – não atendimento

ICMS – DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. NÃO ATENDIMENTO DE NOTIFICAÇÃO FISCAL. Ainda que não atendidas as notificações no tocante à apresentação de todos os documentos solicitados, a protocolização de justificativa antes da ação fiscal ilide a infração. Recurso ordinário provido por unanimidade. (Acórdão nº 1141/2003 – 1ª Câmara)

Omissão de Compras

IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA – OMISSÃO DE COMPRAS – A simples constatação de omissão de compras na escrituração do contribuinte, a despeito de constituir-se em irregularidade que pressupõe omissão de receita na data de seus pagamentos, não autoriza a tributação de receitas obtidas pelo somatório dos valores não escriturados, por irreal a base de cálculo e o período de apuração, necessitando de um aprofundamento da auditoria para verificar o real valor omitido.

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DECORRÊNCIA – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – O entendimento emanado em decisão relativa ao auto de infração do imposto de renda pessoa jurídica é aplicável às demais contribuições dele decorrentes, em virtude da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Recurso provido. (Processo nº 10880.060814/93-43, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 108-06.074)

IRPJ – LEVANTAMENTO DE ESTOQUE – OMISSÃO DE VENDAS E OMISSÃO DE COMPRAS – Não pode o fisco valer-se da presunção iuris tantum de omissão de receitas, apurada a partir de diferenças de estoque, quando não produz a prova inequívoca e irrefutável de que tais diferenças efetivamente ocorreram, sob pena de fragilidade do lançamento e ofensa ao princípio da tipicidade cerrada, que há de prevalecer na constituição do crédito tributário.COFINS – CSL – PIS – DECORRÊNCIA – Tratando-se da mesma matéria fática, aplica-se aos lançamentos decorrentes a decisão proferida no principal, naquilo em que não há matéria específica a ser apreciada. Preliminar rejeitada. Recurso provido. (Processo nº 10469.003731/97-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/09/00, Acórdão nº 108-06.233)

IPI – COMPRAS NÃO REGISTRADAS – Eventuais indícios de omissão de registro de receitas, como os evidenciados pela falta de registro de compras efetuadas pela pessoa jurídica, requerem, para comprovação do fato de que os correspondentes pagamentos foram feitos com recursos movimentados à margem da escrituração, maior empenho e um aprofundamento nas investigações por parte da fiscalização. Por outro lado, comprovado que a contribuinte, ao vender tais produtos, emitiu Notas Fiscais para acobertar as operações, a conclusão inevitável é que as omissões anteriormente efetivadas acabaram, por ter, ainda que de forma parcial, seus resultados oferecidos à tributação, sem qualquer redução a título de custos (CSRF, Acórdão nº 01-1.052/90, publ. D. 06/10/94). Recurso provido. (Processo nº 10109.001486/96-56, Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 203-06.589, Recorrente: Contribuinte)

OMISSÃO DE RECEITAS – COMPRAS SEM COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO – Embora registradas as aquisições no Livro de Entrada num exercício, com vencimento para o exercício seguinte, não podem ser consideradas desembolso, na conta Fornecedores, se não comprovado o respectivo pagamento. Documentos que deixam dúvidas quanto a sua origem, seu registro fiscal num exercício e seu efetivo pagamento no exercício seguinte, não são suficientes para afastar a presunção de omissão de receita, referente à conta fornecedores.PIS/RECEITA OPERACIONAL – Lançamento da contribuição para o PIS efetuado com base nos decretos 2.445 e 2.449/88 que tiveram suas execuções suspensas porque declarados inconstitucionais pela Resolução do Senado Federal nº 49 de 09 de outubro de 1995, são nulos de pleno direito, devendo a autoridade lançadora proceder novo lançamento com fulcro na Lei Complementar nº 07, de 07 de setembro de 1970 e Lei Complementar nº 17 de 12 de dezembro de 1973.FINSOCIAL/FATURAMENTO – Fica cancelado o lançamento relativo à contribuição ao Fundo de Investimento-FINSOCIAL exigida das empresas exclusivamente vendedoras de mercadorias e mistas, com fundamento no artigo 9º da Lei nº 7.689/88, na alíquota superior as 0,5% (meio por cento), na forma definida na MP nº 1.142/95 e suas reedições. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10280.000987/95-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 105-13.006)

IRPJ – COMPRAS OMITIDAS – A falta de escrituração de aquisição de mercadorias autoriza a presunção de que os valores dos respectivos custos foram pagos com recursos oriundos de receitas omitidas.DECORRÊNCIA – O decidido no processo principal acompanha os processos decorrentes face à íntima relação de causa e efeito entre ambos. Recurso provido parcialmente. (Processonº 10293.000919/94-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 107-05.742)

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Omissão de Receita

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Uma vez que não comprovada origem dos depósitos bancários, presume-se omissão de receitas. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13805.002683/92-90, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/05/00, Acórdão nº 107-05.964)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Caracteriza a prática de omissão de receitas a faltade contabilização de notas fiscais de venda de mercadorias e serviços, emitidas em duplicidade (paralelas), constatada pela fiscalização, mormente quando não contraditada, de forma a permitir a identificação de vícios, a prova produzida pelo Fisco, justificando, assim, a aplicação de multa de ofício agravada.NULIDADE DE ATOS E TERMOS PROCESSUAIS – O Auto de Infração e os demais termos do processo fiscal somente serão anulados nos casos previstos no art. 59 do Decreto nº 70.235/72.IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E COFINS – PROCESSOS DECORRENTES – Tratando-se da mesma matéria fática, a decisão dada ao lançamento principal constitui coisa julgada em relação à autuação reflexiva.JUROS MORATÓRIOS – TAXA SELIC – Mantêm-se a incidência de juros de mora, com base na taxa SELIC, tal como previsto na legislação de regência, pois, falece competência a este órgão jurisdicional administrativo para se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de norma regulamentar emanada do Poder Legislativo, a qual se reveste, intrinsecamente, da presunção de validade e certeza até o pronunciamento final pelo Poder Judiciário a respeito da matéria. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10120.002164/97-00, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 102-20.265)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Deve ser mantida a exigência de omissão de receitas, quando constatado pela fiscalização a venda de veículos usados e não registrados na escrituração comercial, através do cotejo entre a relação fornecida à fiscalização pelo contribuinte e documento de uso interno apreendido na empresa. Devendo, para efeito de quantificar a base tributável, ser considerado o custo de aquisição dos bens alienados, informados no mesmo documento que serviu de base para identificar a omissão de recita. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E COFINS – PROCESSOS DECORRENTES – Tratando-se da mesma matéria fática, a decisão dada ao lançamento principal constitui coisa julgada em relação à autuação reflexiva. Recurso provido parcialmente. (Processo nº 13884.002033/99-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 103-20.153)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – Salvo na hipótese em que a legislação expressamente autoriza o emprego da presunção, a acusação de omissão de receitas há que se fundar em provas concretas e hábeis, de modo a caracterizar com inarredável certeza a ocorrência da infração. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10983.005629/98-70, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 108-06.089)

OMISSÃO DE RECEITA – VEÍCULOS PARA REVENDA – PROVAS – Não logrando o sujeito passivo comprovar a regular aquisição de veículos existentes em seu pátio, configurada resta a omissão de receita pelo pagamento com receitas não registradas. IRPJ – IRF E CSL – Estando incorretas as bases de cálculo e o enquadramento legal das exigências, devem ser excluídas as exigências a despeito de demonstrada a omissão de receita.COFINS – DECORRÊNCIA – Provada a omissão de receitas, correta a exigência desta contribuição, cujo lançamento se conforma com a legislação de regência. Recurso provido parcialmente. (Processo nº 13808.000158/94-35, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/05/00, Acórdão nº 103-20.288)

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IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – NOTAS FISCAIS PARALELAS – Demonstrado que o sujeito passivo emitia notas fiscais paralelas, sem escriturá-las nos livros fiscais e comerciais, para subtrair receitas do crivo de tributos e contribuições, o lançamento deve ser mantido com a multa qualificada. As mercadorias constantes das notas fiscais paralelas eram entregues por transportadora mediante a emissão de Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas e eram cobradas através de estabelecimentos bancários (cobrança bancária e ordens de pagamento).TRIBUTAÇÃO REFLEXA – PIS/FATURAMENTO – COFINS – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE RECEITA OMITIDA – O julgamento proferido no lançamento principal é aplicável aos litígios reflexivos, dada a relação de causa e efeito que vincula um ao outro. Negado provimento ao recurso voluntário. (Processo nº 10735.001404/97-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/03/00, Acórdão nº 101-92.999)

OMISSÃO DE RECEITA – A acusação de omissão de receita deve estar comprovada nos autos. Em se tratando de contrato de prestação de serviços sendo prestadoras de serviços solidárias sociedade estrangeira e sua subsidiária nacional, se as contratantes eram solidariamente responsáveis pelas obrigações contratualmente assumidas, a obscuridade do contrato no que trata da definição de custos e despesas de cada contratante não é suficiente para concluir que todos os serviços foram de responsabilidade da empresa nacional, sendo integralmente sua a receita a eles correspondente.PASSIVO FICTÍCIO – A contabilização de obrigações inexistentes ou a manutenção, no passivo, de obrigações já pagas, autorizam a presunção de omissão de receitas. Recurso de ofício a que se nega provimento. Recurso voluntário provido em parte. (Processo nº 10070.000536/92-74, Recorrentes: Contribuinte e Delegacia de Julgamento, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 101-93.126)

ARBITRAMENTO DE LUCROS – LUCRO PRESUMIDO – O fato de a pessoa jurídica não fazer jus a regime de lucro presumido pelo qual optara, não implica necessariamente no arbitramento de seus lucros, sendo dispensável que a fiscalização comprove que ela não possuía os livros comerciais obrigatórios para que, sob esse fundamento, possa arbitrar-lhe os lucro.OMISSÃO DE RECEITAS – ‘NOTAS CALÇADAS’ – A prática de notas calçadas em que a via destinada ao registro de suas vendas figura por valor inferior ao valor real da operação configura caso de omissão de receitas operacionais e justifica o lançamento efetuado pela Fisco para cobrar as diferenças do imposto.PIS/FATURAMENTO E COFINS – DECORRÊNCIA – Reconhecida no processo principal a ocorrência de omissão de recitas, impõe-se a mantença do lançamento das contribuições em tela sobre os valores desviados da tributação.MULTA AGRAVADA – ‘NOTAS CALÇADAS’ – A prática de ‘nota calçada’ caracteriza a intenção de burlar a vigilância da autoridade fazendária, impedindo-lhe o conhecimento do fato gerador do imposto, e enseja a aplicação da multa qualificada de que trata o art. 992, II, do RIR/94, c/c a Lei nº 9.430/96, Art. 44, II. Recurso provido em parte. (Processo nº 10920.000411/99-90, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão nº 107-06.076)

OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA NÃO CONFIGURADA – O confronto entre a movimentação bancária contabilizada e a receita auferida, principalmente nos postos de gasolina quando reconhecidamente existe a chamada ‘troca de cheques’ em fins de semana para atendimento à clientela e fornecimento de capital de giro, não é suficiente para caracterizar o desvio de receita por parte da pessoa jurídica, sendo necessário maior aprofundamento na investigação para a comprovação da omissão, sob pena da tributação meramente sobre depósitos bancários. Recurso provido. (Processo nº 10630.000783/90-25, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/03/00, Acórdão CSRF nº 01-02.877)

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IRPF – EX. 1990 – OMISSÃO DE RECEITAS – PROCEDIMENTOS DEAPURAÇÃO – Mantém-se o lançamento por omissão de rendimentos, quando comprovada a utilização de extratos bancários de forma subsidiária e suplementar no procedimento de fiscalização, demonstrados sinais exteriores de riqueza, e não logrando o contribuinte comprovar a origem dos recursos utilizados nas operações. Inaplicável, no caso concreto, entendimento advindo do decreto-lei nº 2.471/88, que dispôs sobre o cancelamento de exigências de crédito tributário, baseados exclusivamente em depósitos bancários. Preliminares rejeitadas. Recurso negado. (Processo nº 10435.000764/92-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/97, Acórdão nº 102-42.299)

Omissão de Rendimentos

IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA – No arbitramento, em procedimento de ofício, efetuado com base em depósito bancário de origem não comprovada, é imprescindível que seja comprovada a utilização dos valores depositados como renda consumida. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10580.003020/95-10, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 102-44.346)

IRPF – EX: 1992 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – PROVA – Demonstrados, através de informações ou documentos carreados aos autos, os valores efetivamente recebidos, comprovados por intermédio de realização de diligência, a base tributável deve ser adequada, reduzindo-se a exigência de imposto suplementar lançado. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13601.000034/93-02, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/12/99, Acórdão nº 102-32.542)

OMISSÃO DE RENDIMENTOS – Compete ao contribuinte comprovar a origem dosrecursos aplicados na aquisição de bens ou direitos. Recurso negado. (Processo nº 10835.002100/97-07, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 102-44.024)

Ônus da Prova

MATÉRIA DE PROVA – ÔNUS DA PROVA – Compete ao contribuinte fornecer elementos à fiscalização para demonstrar a legitimidade das despesas financeiras deduzidas. Não o fazendo, procede a glosa. Recurso a que se nega provimento. (Processo nº 10280.002449/97-36, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 101-92.920)

CONSTITUIÇÃO DE PROVA – Diante do princípio da inocência presumida e do devido processo legal, cabe à fiscalização constituir prova capaz de gerar o lançamento por omissão de rendimentos. Recurso provido. (Processo nº 13805.001061/97-59, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 106-10.971)

Perícia

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DILIGÊNCIA – DESCABIMENTO – Não é de ser acolhido pedido de diligência formulado pelo recorrente para obtenção de informações que ele próprio poderia trazer aos autos, máxime para contraditar base de cálculo do imposto sobre a qual não existe fundada dívida. Recurso negado. (Processo nº 11618.000815/99-14, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 106-11.450)

NORMAS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO – PEDIDO DE PERÍCIA – Nega-se o pedido de perícia quando o mesmo é formulado sem atender as normas legais, especialmente o art. 16, inciso IV, § 1º do Decreto 70.235/72 com a redação dada pelo art. 1º da Lei 8.747/93.IRPJ – CORREÇÃO MONETÁRIA – Os bens destinados à exploração do objeto social ou à manutenção das atividades da pessoa jurídica são classificados em conta do ativo permanente.Pedido de perícia rejeitado. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10630.000659/95-19, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 107-05.818)

NORMAS PROCESSUAIS – CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA – O indeferimento do pedido de perícia pelo julgador de primeira instância, por entendê-la desnecessária ao deslinde da lide fiscal e, ainda, porque a lei atribui ao contribuinte a opção de apresentar laudo técnico de avaliação do respectivo imóvel rural, quando este discordar no VTNm tributado, não se configura cerceamento do direito de defesa. Preliminar rejeitada. ITR – VTN – BASE DE CÁLCULO – RETIFICAÇÃO – Requisitos do § 4º do artigo 3º da Lei nº 8.847/94 e do item 12.6 da NE/SRF nº 02/96 inexistentes. Incabível a retificação do VTNm tributado, pela ausência de laudo técnico de avaliação do respectivo imóvel rural. Recurso a que se nega provimento. (Processo nº 10489.000352/97-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/03/00, Acórdão nº 203-06.454)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PROVA PERICIAL – Indefere-se quando o fato que se pretende provar é irrelevante para a solução da lide. IRPF – DEDUÇÕES – DESPESAS MÉDICAS – Em tema de deduções de despesas médicas, tem por assentada a jurisprudência deste Conselho que os comprovantes apresentados pelo contribuinte não podem ser aceitos se o fisco demonstrar de forma inequívoca sua inidoneidade. Recurso negado. (Processo nº 13855.000454/97-31, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 106-11.082)

PERÍCIA – A perícia se reserva à elucidação de pontos duvidosos que requerem conhecimentos especializados para o deslinde do litígio, não se justificando quando o fato puder ser demonstrado pela juntada de documentos.IRPJ – SUPRIMENTO DE CAIXA – Os suprimentos de caixa realizados por parte dos sócios da pessoa jurídica, a título de aumento de capital ou empréstimos em dinheiro, sem prova da boa origem e efetiva entrega dos mesmo, autoriza a presunção legal de omissão de receitas nos termos do disposto no artigo 181 do RIR/80.PASSIVO FICTÍCIO – A permanência no passivo do balanço da empresa de obrigações já pagas caracteriza omissão no registro de receitas.TRIBUTAÇÃO REFLEXIVA – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, PIS/FATURAMENTO, PIS/DEDUÇÃO E FINSOCIAL/FATURAMENTO – Tratando-se de tributação reflexa, o decidido com relação ao principal (IRPJ) constitui prejulgado às exigências fiscais decorrentes, no mesmo grau de jurisdição administrativa, em razão de terem suporte fático em comum. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10120.003604/91-42, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 107-05.813)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – NULIDADE – 1) A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las

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necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28. Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendo-se, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à parte modificada (Art. 18 § 3º Decreto 70.235/72). 2) O ato administrativo ilegal não produz qualquer efeito válido entre as partes, pela evidente razão de que não se pode adquirir direito contra a lei. A nulidade reconhecida, seja pela Administração ou pelo Judiciário, opera-se ex tunc, isto é, retroage às suas origens e alcança todos os seus efeitos passados presentes e futuros em relação às partes, só se admitindo exceção para com os terceiros de boa-fé, sujeitos às suas conseqüências reflexas. Anula-se o processo, a partir da decisão de primeira instância, tomando-a como despacho interlocutório, em que se tenha por determinada a providência inscrita no § 3º do art. 18 do Decreto 70.235/72. (Processo nº 13964.000080/94-00, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 201-73.487)

ICMS – INFRAÇÃO PRESUMIDA DE NÃO-PAGAMENTO DO IMPOSTO POR SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. AUTO DE INFRAÇÃO INCONSISTENTE. Os documentos apresentados comprovam a inexistência da irregularidade apontada e cancelam o feito. Recurso de ofício improvido por unanimidade. (Acórdão nº 1146/2003 – 1ª Câmara)

Presunção

IPI – LANÇAMENTO – Para infirmar o valor lançado, incumbe ao contribuinte provar, ainda que parcialmente, a inconsistência da apuração fiscal, em face da presunção de verdade que milita a favor das declarações de agentes públicos e das disposições do Processo Administrativo Fiscal. Recurso negado. (Processo nº 10880.007236/95-61, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 202-11.530)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ESCLARECIMENTOS – Os esclarecimentos prestados pelo contribuinte no curso do procedimento fiscal somente podem ser descartados com elementos seguro de prova ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão (DL 5.844, de 1943, art. 97, § 1º; Decreto 3.000, de 1999 art. 845, § 1º).IRPF – PRESUNÇÕES – Mesmo as presunções, quando legal e expressamente autorizadas como fundamento da imposição tributária, se fundam em fatos concretos objetivos, sólidos em sua estruturação. (art. 148 CTN)IRPF – SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA – Depósitos bancários, per se, não constituem renda, nem integram o conceito de sinal exterior de riqueza – gastos incompatíveis com as disponibilidades comprovadas. Constituem mero indício e que, em procedimento de ofício, compete ao Fisco a prova do benefício do contribuinte. Recurso provido. (Processo nº 10140.002411/98-58, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 103-17.438)

IRPF – PROVA – A presunção, independentemente de qualquer autorização legalespecífica, deve ser admitida, desde que se trate de uma presunção relativa, ensejando à parte contrária a oportunidade de provar que aquele fato não é verdadeiro. Um presunção que admita prova em contrário. A presunção absoluta é inadmissível. Recurso provido. (Processo nº 10650.000994/97-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 102-43.994)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – PRESUNÇÕES LEGAIS – A constatação no mundo factual de infrações capituladas como presunções legais iuris tantum, tem o condão de transferir o ônus probante da autoridade fiscal para o sujeito passivo da relação jurídico-tributária, o qual, para elidir a respectiva imputação, deverá produzir provas hábeis e irrefutáveis da não ocorrência de infração. (art. 148 CTN)

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ÔNUS DA PROVA – Na relação jurídico tributária o onus probandi incumbit ei qui dicidit. Inicialmente, cabe ao Fisco investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário, no sentido de realizar o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. Ao sujeito passivo, entretanto, compete, igualmente, apresentar os elementos que provam o direito alegado, bem assim elidir a imputação das irregularidade apresentada.SUPRIMENTO DE NUMERÁRIOS – O suprimento de valores pelos sócios da pessoa jurídica sujeita-se à comprovação de requisitos essenciais, cumulativos e indissociáveis, no tocante à origem e a efetividade de entrega dos recursos, os quais deverão ser coincidentes em datas e valores.PASSIVO FICTÍCIO – Configura a hipótese legal de omissão de receita revelada pela inequívoca demonstração de ofício da presunção juris tantum de passivo fictício, quando a pessoa jurídica não lograr comprovar o valor constante do saldo da conta fornecedores constante no balanço, através de documentação hábil e idônea suficiente a ilidir a imputação.OMISSÃO DE RECEITAS – RECOMPOSIÇÃO DE RESULTADO DO PERÍODO – Em respeito ao princípio da legalidade, que norteia as exações tributárias, somente poderá ser exigido tributo quando houver a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese de incidência prevista em abstrato na lei, transmudando-se em fato gerador e fazendo nascer a obrigação tributária, na constituição do crédito tributário pelo lançamento deverá ser respeitada a forma de tributação adotada pelo sujeito passivo e compensados os prejuízos porventura existentes.APURAÇÃO DE RESULTADO ANUAL – IRPJ E CSLL – OMISSÃO DE RECEITAS – No lançamento do crédito tributário relativo às omissões de receitas no ano calendário de 1995 deverá ser respeitada a opção da pessoa jurídica pela forma de tributação dos seus resultados com base em periodicidade anual.PROCESSO REFLEXOS – IRF, PIS E COFINS – OMISSÃO DE RECEITAS - Configurada a omissão de receitas é legítima a exigência do IRF e das contribuições sociais sobre elas incidentes quando caracterizada a ocorrência do respectivo fato gerador de cada exação.IRF, PIS E COFINS – Respeitando-se a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo principal, no que couber, será aplicada ao processo tido como decorrente, face à íntima relação de causa e efeito. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10530.000407/98-71, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão nº 103-20.397)

ICMS – SAÍDAS DE MERCADORIAS SEM EMISSÃO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL – PRESUNÇÃO DE FRAUDE – IMPROCEDÊNCIA DA EXIGÊNCIA – PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE. A presunção de fraude levada a cabo pelo Fisco é inconsistente, pois sequer restou comprovada nos autos a certeza da veracidade e autenticidade inconteste do ponto de partida que levou à presunção. Tal imposição fiscal fere o princípio constitucional da estrita legalidade. Recurso voluntário conhecido e provido por unanimidade. (Processo nº 6.081.777-4 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 01/03/99, Acórdão nº 0134/99)

ICMS – SAÍDAS OCULTADAS DA TRIBUTAÇÃO – ARBITRAMENTO –PRESUNÇÃO. Não pode prevalecer a exigência fiscal sob a presunção de saídas ocultadas à tributação, quando não demonstrado inequivocamente, nos autos, para quais documentos está se arbitrando a base de cálculo e quais critérios foram adotados. Recurso voluntário provido por unanimidade. (Processo nº 6.129.140-7 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/05/99, Acórdão nº 0396/99)

ICMS – PRESUNÇÃO DE SAÍDAS DE MERCADORIAS SEM EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS – LEVANTAMENTO FÍSICO COM INCORREÇÕES – QUANTIFICAÇÃO DO PRODUTO RESULTANTE DO PROCESSO INDUSTRIAL EM RELAÇÃO AOS DIVERSOS TIPOS DE MATÉRIA-PRIMA COM BASE APENAS NO FATOR PESO – INSEGURANÇA DA MEDIDA. Considerando que as embalagens produzidas pelo sujeito passivo são comercializadas por unidade de milheiro, torna-se falho o critério utilizado para mensuração de um possível ilícito. Além do mais, ficaram faltando maiores elementos de convicção e provas documentais que permitissem determinar a ocorrência de infração, motivo pelo

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qual mantém-se o julgamento singular que cancelou o lançamento do crédito tributário. Recurso de ofício não provido por unanimidade. (Processo nº 6.147.665-2 / PR, Recorrente: Secretaria da Fazenda, Sessão de 24/04/00, Acórdão nº 0206/00)

ICMS – FALTA DE EMISSÃO DE DOCUMENTO FISCAL – PRESUNÇÃO. Não pode prevalecer medida fiscal calcada exclusivamente em elementos indiciários sem que se tenha elaborado levantamento físico-quantitativo para apurar a realidade da movimentação do período discutido. Recurso de reconsideração da Fazenda conhecido e não provido por maioria. (Processo nº 6.045.754-9, Recorrente: Secretaria da Fazenda, Sessão de 25/04/00, Acórdão nº 0164/00).

Prova Emprestada

PIS/FATURAMENTO – PROVA EMPRESTADA – A prova emprestada do fisco estadual, não justifica a exigência na área federal. Não deve ser admitida a lavratura de auto de infração com base em prova emprestada pelo fisco estadual, quando os elementos carreados aos autos não são suficientes à verificação da ocorrência do fato gerador do imposto de renda e à determinação da matéria tributável. Recurso a que se dá provimento. (Processo nº 10665.001294/92-64, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 28/01/00, Acórdão nº 105-13.076)

Passivo Fictício

IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE – CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS – CONTRIBUIÇÃO PARA O FINSOCIAL – CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS – A apreciação de constitucionalidade ou não de lei é matéria da exclusiva competência do Poder Judiciário.NOTAS FISCAIS CALÇADAS, PASSIVO FICTÍCIO E OMISSÃO DE COMPRAS – Para que se possa abater do montante tributado a título de receitas por notas fiscais calçadas os valores tributados como passivo fictício e omissão de compras, necessário se faz que o contribuinte demonstre que estes últimos valores foram pagos com o numerário proveniente do ‘calçamento’ dos documentos fiscais.FATO GERADOR DO PIS – O fato gerador da contribuição para o PIS, nos termos do art. 3º , ‘b’ e § único do art. 6º da Lei Complementar 07/70 tem como pressuposto de fato o exercício da atividade empresarial, e sua base de cálculo é o faturamento verificado no 6º mês anterior ao da incidência.

COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS RECOLHIDOS A MAIOR – Caso sejam devidamente comprovados e não tenham ainda sido aproveitados pelo sujeito passivo, os recolhimentos a maior de PIS e do FINSOCIAL podem ser compensados com valores lançados de ofício do PIS e da COFINS, entendendo-se que o pedido formulado no curso do procedimento fiscal supre o estatuído no art. 16 da IN SRF 21/97. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13963.000108/96-72, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/03/00, Acórdão nº 101-92.994)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – PASSIVO FICTÍCIO – A alegação de que a omissão de receita verificada em um período foi reconhecida e corrigida em período posterior, antes da autuação fiscal, há de vir acompanhada de prova idônea da regularização e do pagamento dos tributos daí decorrentes. Inexistindo essa prova, persiste a exigência lançada de ofício.IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – SALDO CREDOR DE CAIXA – A apuração de saldo credor da conta caixa autoriza a presunção de omissão de receita, incumbindo ao sujeito passivo a prova contrária.

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IRPJ – DESPESAS NÃO COMPROVADAS – Persistindo a falta de comprovação de parte das despesas operacionais glosadas, deve subsistir o lançamento.IRRF – DISTRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA AOS SÓCIOS – PRESUNÇÃO LEGAL – Na vigência do art. 8º do Decreto-Lei nº 2.065/83, considera-se automaticamente distribuída aos sócios a diferença verificada na determinação dos resultados da pessoa jurídica, decorrente de omissão de receita e glosa de despesas não comprovadas, sujeitando-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 25%.PIS/DEDUÇÃO – PIS/FATURAMENTO – FINSOCIAL – LANÇAMENTOS DECORRENTES – Tratando-se de lançamentos decorrentes, e não havendo matéria específica, de fato ou de direito, a ser analisada, aplica-se aos lançamentos decorrentes, o decidido no principal. Recurso a que se nega provimento. (Processo nº 10410.000737/91-19, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 108-06.196)

OMISSÃO DE RECEITA – PASSIVO FICTÍCIO – PROVA DE LIQUIDAÇÃO – A não comprovação pelo contribuinte do trânsito, na contabilidade, do pagamento de obrigações, e obrigações constantes no balanço de encerramento, sem prova de sua efetiva liquidação em período subseqüente, configura hipótese de constituição de passivo fictício, ficando o fisco autorizado a presumir a omissão de receitas.TRIBUTAÇÃO REFLEXA – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – COFINS – PIS/REPIQUE – O resultado do processo principal aproveita os reflexos da relação de causa e efeito existente entre eles. Preliminar rejeitada. Recurso voluntário negado. (Processo nº 13819.002392/98-74, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 16/03/00, Acórdão nº 108-06.055)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – PASSIVO FICTÍCIO – Descabe a presunção de omissão de receitas se comprovado em diligência que o valor indevidamente mantido no passivo compensa-se com idêntico valor pendente em conta do ativo, como decorrência de simples erro de escrituração (registro em duplicidade).IRPJ - SUBAVALIAÇÃO DE ESTOQUE FINAL – Contatado por meio de diligência que a suposta subavaliação de estoque, decorrente de mero erro de escrituração, não causou majoração indevida do custo dos produtos vendidos, o lançamento não pode ser mantido. IRPJ – GLOSA DE CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – A duplicidade de registro de compra em contas de estoque (ativo) não autoriza a glosa do respectivo valor a título de custo dos produtos vendidos, se comprovado em diligência fiscal que o valor contabilizado em duplicidade não transitou pelas contas que formam os custos do período-base. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10283.004157/96-45, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 14/07/00, Acórdão nº 101-93.120)

Saldo Credor de Caixa

OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – Ocorrendo saldo credor na conta caixa, sem que o sujeito passivo comprove erros na escrituração e a conciliação da conta, autoriza a presunção de omissão de receita. Para ilidir a imputação, o contribuinte deve apresentar esclarecimento plausíveis. MULTA CONFISCATÓRIA – Falece competência ao Conselho para declaração originária de inconstitucionalidade de atos normativos, ante o princípio do plenário, prerrogativa este outorgada pela Constituição Federal ao Poder Judiciário, eis que, em matéria de direito administrativo, presumem-se constitucionais todas as normas emanadas dos Poderes Legislativo e Executivo. Em sede administrativa somente é dado a apreciação de inconstitucionalidade ou ilegalidade após a consagração pelo Plenário do STF (art. 97, 102, III, ‘a’ e ‘b’ da CF).

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PIS, COFINS, IRF E CSL – Aplicam-se a estas exigências decorrentes as mesmas exigidas no processo matriz, vez que não há fatos novos. Preliminar rejeitada e recurso improvido. (Processo nº 10945.009173/97-10, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 105-13.012)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – SALDO CREDOR DE CAIXA – Cabe à recorrente por meio de provas indiscutíveis, mostrar e afastar a conclusão das autoridades de fiscalização em razão dos fatos apurados. Intimado o sujeito passivo a comprovar os saldos credores sem que as provas viessem aos autos do processo para o julgamento da matéria, e diante das circunstâncias levantadas pelo Fisco, não há fundamentos para contestar o lançamento efetuado. DECORRÊNCIA – IRF-CSSL – FINSOCIAL – PIS – A decisão dada no julgamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica estende-se aos lançamentos decorrentes pela relação de causa e efeito. (Processo nº 10108.000156/97-70, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/05/99, Acórdão nº 107-05.638)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – Se o contribuinte não logra afastar a apuração de saldo credor de caixa, subsiste incólume a presunção de receitas omitidas em montante equivalente.TRIBUTAÇÃO REFLEXIVA – PIS – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE – COFINS – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – Dada a íntima relação de causa e efeito que vincula um ao outro, a decisão proferida no lançamento principal é aplicável aos lançamentos reflexivos. Recurso não provido. (Processo nº 13308.000203/98-61, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 21/10/99, Acórdão nº 105-12.973)

OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – LUCRO PRESUMIDO – PROVAS – Comprovado o excesso de dispêndio em relação aos gastos efetivos, caracterizada restou a omissão de receita. A prova concluída ao final do exercício é legítima a despeito dos recolhimentos mensais do imposto sob a forma de lucro presumido. Retificado o valor da omissão em vista das provas apresentadas e da diligência efetivada.IRPF E IRF – Insubsistentes os lançamentos de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Imposto de Renda na Fonte com base no art. 43 e 44 da Lei nº 8.541/92, uma vez inaplicáveis às empresas tributadas com base no lucro presumido, bem como por instituir uma base de cálculo (lucro presumido) em 100% da receita bruta, por afrontar o art. 3º do CTN.EXIGÊNCIAS DECORRENTES – PIS – COFINS E CSL – Logrando o sujeito passivo afastar parte das provas pela omissão de receita imputada pelo Fisco, mantém-se os lançamentos destas Contribuições nas parcelas não infirmadas. Recurso provido parcialmente. (Processo nº 10825.001547/97-14, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 103-20.222)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – Comprovado que determinados cheques emitidos pela contribuinte, contabilizados a débito da conta caixa, porém resgatados através do sistema de compensação bancária, destinaram-se a pagamentos de obrigações da empresa efetuados à margem da escrituração contábil, correta a exclusão de tais valores para determinação do saldo credor de caixa. O artigo 180 do RIR/80 autoriza a tributação de omissão de receitas com base em saldo credor de caixa, sem restrição de a presunção legal ser aplicada ao maior saldo credor do período, que se traduz em um os dois critérios utilizáveis para quantificar o saldo credor. Dar provimento ao recurso especial. (Processo nº 10820.000467/90-16, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 06/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.817)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SALDOR CREDOR DE CAIXA – INOCORRÊNCIA – A presunção de omissão de receitas, caracterizada pelo saldo credor da conta Caixa, somente ocorre quando a fiscalização, mediante adoção de critério técnico consistente, observados os princípios contábeis geralmente aceitos, constata a saída de recursos em volume superior ao saldo existente naquela conta, em determinada data.

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PIS/RECEITA OPERACIONAL – DECORRÊNCIA – Face a edição da Resolução nº 49, de 09/10/95, do Senado Federal, suspendendo a execução dos Decretos-leis nº 2.445 e 2.449, ambos de 1988, impõe-se o cancelamento da exigência, quando lastreada nos citados dispositivos legais. IRPJ – DESPESAS – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO – Somente são admitidos como dedutíveis os gastos que, além de preencherem os requisitos da necessidade, normalidade e usualidade, apresentarem-se com a devida comprovação, com documentos hábeis e idôneos. Se faz necessária, também, a comprovação de que estas despesas correspondem a bens ou serviços efetivamente recebidos e pagos ao fornecedor/prestador.IRPJ – DEPÓSITO ESPECIAL REMUNERADO – VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA – Deve ser apropriada pelo regime de competência, como variação monetária ativa, a contrapartida decorrente da atualização monetária de depósito especial remunerado, referente a cruzados novos bloqueados.IRPJ – EMPRÉSTIMO ENTRE PESSOAS JURÍDICAS LIGADAS – As operações de mútuo realizadas entre empresas coligadas, controladas e interligadas, dão ligar à aplicação da regra contida no art. 21 do Decreto-lei nº 2.065/83, obrigando a mutuante a apropriar, como rendimentos tributáveis, a atualização monetária dos empréstimos concedidos.

IMPOSTO DE RENDA NA FONTE E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PROCESSOS DECORRENTES – Tratando-se da mesma matéria fática, a decisão dada ao lançamento principal constitui coisa julgada em relação à autuação reflexiva. Recurso provido parcialmente. (Processo nº 10835.000405/91-32, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/06/99, Acórdão nº 102-20.021)

Subfaturamento

IRPJ – DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS – Para que se configure o tipo tributário, cuja descrição indica a alienação de participação societária por valor de mercado, objetivamente mensurado, se apresentada consistentemente superior ao preço praticado na alienação à pessoa ligada. Recurso voluntário conhecido e provido. (Processo nº 10880.019482/89-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 105-13.273)

ADUANEIRO – INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA – Equipamento faturado por valor inferior aos do outro, da mesma marca, do mesmo fabricante e com as mesmas especificações, importado anteriormente. Caracterizado o subfaturamento. Provido o recurso da Fazenda Nacional. (Processo nº 10845.000681/92-41, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 19/10/00, Acórdão CSRF nº 03-03.066)

VALOR ADUANEIRO – SUBFATURAMENTO – A ocorrência de subfaturamento do valor da transação nas operações de importação não pode ser presumida, baseado apenas em listas sugestivas de preços, ou no fato de haver vinculação entre comprador e vendedor. Há de estar inequivocamente comprovado, por meios e elementos hábeis, e obedecendo o rito previsto nas normas de regência. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10831.000027/93-73, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 18/10/99, Acórdão CSRF nº 03-03.056)

Suprimento de Numerário

SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO – O suprimento de Caixa realizado mediante o artifício do registro de vendas a prazo como se fossem efetuadas à vista configura omissão de receitas.TRIBUTAÇÃO REFLEXA – Devido à relação de causa e efeito a que se vincula ao lançamento principal, o mesmo procedimento deverá ser adotado com relação aos lançamentos reflexos, em

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virtude da sua decorrência. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 13602.000200/94-61, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/05/00, Acórdão nº 105-13.195)

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA – SUPRIMENTO DE CAIXA – Nos termos do § 3ºdo art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/77, para que se possa elidir a presunção de omissão de receita, decorrente de suprimento de numerário, não basta comprovar o pagamento do empréstimo, contraído pela pessoa jurídica junto a instituição financeira, é também necessária e obrigatória a prova da origem dos valores utilizados para tal fim. O registro contábil sem qualquer documento emitido por terceiros que o lastre não é meio de prova. Recurso negado. (Processo nº 10435.000554/95-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/08/98, Acórdão nº 102-43.243)

IRPJ – SUPRIMENTOS DE NUMERÁRIOS – O suprimento de valores pelos sócios da pessoa jurídica sujeita-se à comprovação de requisitos essenciais, cumulativos e indissociáveis, no tocante à origem e efetividade da entrega dos recursos, que deverão ser coincidentes em datas e valores. Não satisfaz como prova hábil, a fim de elidir a imputação, a simples apresentação de argumentos desacompanhados de provas documentais.PASSIVO FICTÍCIO – Configura-se como presunção legal relativa, capitulada como omissão de receita, a constatação da operação fictícia revelada pela manutenção no passivo de obrigações já pagas, cuja imputação não seja elidida pelo sujeito passivo. (Processo nº 10880.008010/97-85, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 103-20.274)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS OPERACIONAIS – SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO – Não comprovada por documentação hábil e idônea, coincidentes em datas e valores, a efetividade da entrega do numerário à pessoa jurídica e a origem dos recursos utilizados na integralização do capital em moeda pelos sócios, constitui indício veemente de que tais recursos são originários de receitas não registradas, com supedâneo no art. 181 do RIR/80.LANÇAMENTOS DECORRENTES – PIS – COFINS – CSLL – IRRF – Mantido o lançamento de IRPJ, igual tratamento deve ser dado aos lançamentos reflexos, face à relação de causa e efeito existente entre eles.JUROS DE MORA – TAXA SELIC – O art. 13 da Lei nº 9.065/95 estabelece a aplicação de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC para os débitos tributários não pagos até o vencimento.MULTA DE OFÍCIO – A cominação de multas e sua redução são matérias restritas à lei, a teor do art. 97 do CTN, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicá-la com as reduções previstas na legislação. As multas aplicáveis no lançamento de ofício são as previstas no art. 4º inciso II da Lei nº 8.218/91 combinado com o art. 44, I, da Lei nº 9.430/96, por força do art. 6º, II, ‘c’ da Lei nº 5. 172/66 – CTN. Recurso não provido. (Processo nº 10835.000579/98-47, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/03/00, Acórdão nº 103-20.254)

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – SUPRIMENTOS DE CAIXA – A falta de comprovação pela empresa, da efetividade do suprimento de caixa realizado por sócio, e que ele dispunha, na mesma data, de recursos suficientes, de fonte comprovada, admite a presunção que os valores supridos têm origem em receitas omitidas do giro comercial da própria empresa. TRIBUTAÇÃO REFLEXA: IRRF – PIS – COFINS – CSL – Aplica-se à exigência dita reflexa o que foi decidido quanto a exigência matriz pela íntima relação de causa e efeito entre elas. Recurso negado. (Processo nº 10945.004001/99-49, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 108-06.186)

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IRPJ – OMISSÃO NO REGISTRO DE RECEITAS. I – SUPRIMENTOS DE CAIXA – A presunção legal descrita pelo art. 181 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto nº 85.450, de 1980, não contempla os casos de empréstimos concedidos por pessoa jurídica, notadamente quando esta não assume a condição de sócia da mutuária. Uma vez comprovado o efetivo ingresso e a origem dos recursos, descabe a tributação por omissão no registro de receitas . II – RECEITAS NÃO ESCRITURADAS - As eventuais divergências verificadas entre os registros efetuados no Livro Registro de Saída e Apuração do ICMS e aqueles constantes da escrituração contábil, quando decorrentes do cumprimento da determinação imposta por legislação tributária que disciplina a incidência de tributo instituído por Estado da Federação, por si só, não tipificam omissão no registro de receitas. Caberia à fiscalização, no caso, apresentar provas convincentes que corroborassem sua assertiva. III – ADIANTAMENTOS POR CONTA DE CONTRATOS DE CÂMBIO. No caso de adiantamentos efetuados por conta de contratos de câmbio, a conversão da moeda estrangeira se faz pela taxa de câmbio vigente na data do recebimento do crédito. Insubsistente a exigência de imposto calcada em presunção de haver ocorrido omissão no registro de receitas. IV – POSTERGAÇÃO DO PAGAMENTO DO IMPOSTO- Observado o regime de competência para apropriação da receita, inocorre a hipótese de postergação de pagamento do Imposto de Renda. Recurso conhecido e provido. (Processo nº 10845.000343/98-18, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/99, Acórdão nº 101-92.521)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO – Legítima a tributação dos suprimentos quando não comprovada, com documentação hábil e idônea, a origem e efetiva entrega dos recursos aportados pelos sócios à pessoa jurídica. Procede a exigência de valores depositados em conta da empresa quando esta, devidamente intimada, não logra demonstrar que não se originaram de suas operações.VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS – MÚTUO – Cabível a exigência quando a mutuante não reconhece a correção monetária oficial a teor do art. 21 do Decreto-lei nº 2.053/83.TRIBUTAÇÃO REFLEXA – PIS, FINSOCIAL E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – Mantida a exigência principal, idêntica decisão aplica-se aos procedimentos reflexos devido à estreita relação de causa e efeito existente. Recuso negado. (Processo nº 10855.000126/96-39, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 108-06.271)

SOCIEDADES COOPERATIVAS – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – Situam-se fora docampo de incidência da CSL, os resultados obtidos pelas cooperativas nos atos cooperados, conforme definidos no artigo 79 da Lei 5.769/71. Recurso provido. (Processo nº 10640.002534/98-58, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 19/10/00, Acórdão nº 108-06.273)

SUPRIMENTOS DE CAIXA – A escrituração comercial deve apresentar-se em documentação adequada a comprovar o registro efetuado. Desta forma, a ausência de comprovação da origem do valor suprido é indício que autoriza a presunção legal de omissão de receita de que trata o § 3ºdo art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/77, cumprindo à empresa desfazê-la, com a juntada de documentos hábeis e idôneos coincidentes em datas e valores.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – COFINS – Em se tratando de contribuições lançadas com base nos mesmos fatos que ensejaram o lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a decisão de mérito prolatada em relação àquele tributo constitui prejulgado na decisão relativa a estas contribuições.FONTE – DECORRÊNCIA – A tributação reflexa na fonte deve ser consentânea com o que for decidido no processo matriz, devendo-se excluir da incidência tributária as importâncias decorrentes das parcelas que não forem mantidas no processo principal.PIS/FATURAMENTO – De acordo com as Leis Complementares 07/70 e 17/73, o fato gerador da contribuição é o faturamento; a base de cálculo, o faturamento de seis meses atrás e a alíquota 0,75%. Em conseqüência, não pode prosperar o lançamento que, com base em legislação ordinária,

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declarada inconstitucional pela Suprema Corte, adote base de cálculo e alíquota que não estejam em conformidade com as estabelecidas na lei complementar. Dar provimento parcial ao recurso. (Processo nº 10640.000759/98-05, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 107-05.820)

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE

Acórdão nº 203-06.041ITR – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE – MULTA – JUROS – CORREÇÃO MONETÁRIA. 1 – De acordo com o inciso III do artigo 151 do CTN, as reclamações suspendem a exigibilidade do crédito tributário, não havendo imposição de multa por ocasião da decisão de primeira instância favorável parcialmente ao Contribuinte, que reconhece expressamente equívocos na formulação da base de cálculo. 2 – São devidos juros e correção monetária. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10840.005330/92-17, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/11/99, Acórdão nº 203-06.041)

ITR – EXIGILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – MULTA DE MORA – A impugnação, e a conseqüente suspensão da exigibilidade do crédito tributário, transporta o seu vencimento para o término do prazo assinado para o cumprimento da decisão definitiva no processo administrativo. JUROS DE MORA – É cabível a aplicação de juros de mora, por não se revestirem os mesmos de qualquer vestígio de penalidade pelo não pagamento do débito fiscal, sim que compensatórios pela não disponibilização do valor devido ao erário. (Decreto-lei nº 1.736/79, art. 5º). Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13923.000022/96-22, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 203-06.041)

IR – MULTA DE MORA – INAPLICABILIDADE DIANTE DA SUSPENSÃO DA EXIGÊNCIA DO TRIBUTO – Estando suspensa a exigibilidade do tributo, mercê de impugnação da peça básica, não se aplica a multa de mora ou de ofício, por força do art. 151, III do CTN. Nega-se provimento ao recurso especial. (Processo nº 13153.000027/95-62, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/06/99, Acórdão CSRF nº 02.0.775)

NORMAS PROCESSUAIS – DEPÓSITO JUDICIAL – INCIDÊNCIA DE MULTA MORATÓRIA – Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do CTN. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10880.001540/99-82, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 203-05.981)

COFINS – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – DEPÓSITOS JUDICIAIS INSUFICIENTES – A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não alcança valores que não estejam afeiçoados os requisitos do art. 151 do CTN, ensejando a sua constituição acrescida dos consectários legais. A insuficiência de depósitos judiciais enseja o lançamento de ofício sobre o valor faltante, devidamente acrescido de penalidade sobre o valor remanescente. MULTA DE OFÍCIO – A teor do art. 44 da Lei nº 9.430/96, as multas de ofício são de 75%. Recurso provido em parte. (Processo nº 13739.000351/93-10, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 201-73.581)

FINSOCIAL – DEPÓSITO JUDICIAL – MULTA PROPORCIONAL – Comprovada a conversão em renda da União dos depósitos judiciais efetuados tempestivamente e em montante suficiente para extinguir o crédito tributário, improcede a exigência do tributo, e também a multa de

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ofício. Recurso provido. (Processo nº 10945.005945/98-35, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/05/00, Acórdão nº 202-12.087)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO MÓDULO 3

Assinale a alternativa correta:

01. O ingresso de ação judicial visando anular o lançamento feito por auto de infração, gera quais reflexos no processo administrativo:

a)

b)

c)

Importa em renúncia do processo administrativo, uma vez que as decisões judiciais se sobrepõem as administrativas;Os dois processos correm de forma autônoma, valendo a primeira decisão que for proferida, que der trânsito em julgado; O contribuinte não pode ingressar em juízo enquanto houver processo administrativo tramitando.

02. A apresentação fora do prazo da defesa e recursos ocorre a:

a)b)c)

Preclusão processual;Cerceamento do direito de defesa;Revelia;

03. Se o julgador de primeira instância não apreciar todas as razões de fato e direito colocadas na defesa pelo contribuinte, e este argüir a ausência de apreciação no recurso voluntário, caberá ao Conselho de Contribuintes:

a)

b)

Anular a decisão de primeira instância, devendo o processo retornar à instância de primeiro grau para novo julgamento; Simplesmente reformar a decisão, julgando o processo de acordo com as razões de fato e direito expostos no auto administrativo.

04. Com relação a produção de provas, a quem cabe o ônus da prova segunda a jurisprudência:

a)

b)

Fisco

Contribuinte

Acréscimo patrimonial a descoberto.Depósito bancário sem origem.Omissão de compras. Passivo fictício.Saldo credor de caixa.Suprimento de numerário sem origem.

05. Qual dos atos processuais abaixo deve ser anulado, para outro ser proferido em seu lugar:

a)b)c)d)

Decisão que não aprecia os argumentos apresentados pelo contribuinte; Decisão que enfrenta fatos e fundamentos diferentes do que compuseram o litígio;Decisão que deixa de se manifestar sobre a produção de provas do contribuinte;Todas as alternativas são verdadeiras.

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MÓDULO 4

COLETÂNEA DA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL - ADMINISTRATIVO

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LEGISLAÇÃLEGISLAÇÃOO

Decreto Decreto nº 70.235/72nº 70.235/72

LeiLeinº 9.784/99nº 9.784/99

DecretoDecretonº 4.523/2002nº 4.523/2002

DecretoDecretonº 2.346/97nº 2.346/97

PortariaPortarianº 1.265/99 -nº 1.265/99 -

SRFSRF

PortariaPortarianº 259/2001 -nº 259/2001 -

MFMF

InstruçãoInstrução NormativaNormativa

nº 264/2002 -nº 264/2002 -

PortariaPortarianº 55/98 - MFnº 55/98 - MF

PortariaPortarianº 333/97 - MFnº 333/97 - MF

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DECRETO Nº 70.235/72 – INSTITUIU O PROCESSO ADMINISTRATIVO

Auto de Infração; Notificação Fiscal; Impugnação do contribuinte; Intimação; Julgamento em primeira instância; Julgamento em segunda instância; Eficácia e execução das decisões; Nulidades;

LEI Nº 9.784/99 –PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Princípios do processo administrativo; Direitos do administrado; Deveres do administrado; Impedimentos e da suspeição do fiscal.

DECRETO Nº 4.523/2002

Arrolamento de bens para interposição de Recurso Voluntário – da 1ª para 2ª instância.

(NÃO MAIS NECESSÁRIO O ARROLAMENTO DE BENS)

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB Nº 9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art. 1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, declara: Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já efetuados. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

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DECRETO Nº 2.346/97

Decisões do Supremo Tribunal Federal frente às decisões administrativas.

(Art. 1º ao 12º)

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 264/2002 DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

(NÃO MAIS NECESSÁRIO O ARROLAMENTO DE BENS)

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB Nº 9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art. 1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, declara: Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já efetuados. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Arrolamento de bens para seguimento do Recurso Voluntário.

PORTARIA Nº 117/2007 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA

O Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes (RICC), constante Portaria MF 147/2007, dispõe sobre a composição dos Conselhos de Contribuintes é a seguinte:

PORTARIA Nº 1.265/99 DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais; Regimento Interno do Conselho de Contribuintes.

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