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SALVADOR 2007 Denise Maranhão Carlos André Teixeira Tiago Marques Araújo Teixeira PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS, UTILIZANDO METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO: APLICAÇÃO DA ACBR EM ESTUDO DE CASO NA RMS

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Page 1: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

SALVADOR 2007

Denise Maranhão Carlos André Teixeira

Tiago Marques Araújo Teixeira

PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS, UTILIZANDO METODOLOGIAS DE

ANÁLISE DE RISCO: APLICAÇÃO DA ACBR EM ESTUDO DE CASO NA RMS

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ESCOLA POLITÉCNICA - UFBA DEPARTAMENTO DE HIDRAULICA E SANEAMENTO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA

Denise Maranhão Carlos André Teixeira

Tiago Marques Araújo Teixeira

PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS,

UTILIZANDO METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO: APLICAÇÃO DA ACBR EM ESTUDO DE CASO NA RMS

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gerenciamento de Tecnologias Ambientais e Tecnologias, da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof.ª Iara Brandão de Oliveira.

Salvador 2007

Page 3: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Composição Molar da Gasolina por Tipo de Grupo e Nº de Carbonos 10

Tabela 2.2 Causa dos Acidentes em Postos de Combustíveis 13

Tabela 2.3 Normas Técnicas para Postos de Combustíveis 19

Tabela 2.4 Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo - Maio de 2006 22

Tabela 2.5 Autuações em Postos de Combustíveis na Bahia 23

Tabela 2.6 Legislações Municipais Relacionadas à Instalação de Posto de Combustíveis em Salvador

26

Tabela 2.7 Classificação de Áreas e de Ações de Resposta para Tipo 1 – Risco Imediato 33

Tabela 3.1 Concentrações de COV das Amostras de Solo 57

Tabela 3.2 Resultados das Amostras Geotécnicas 59

Tabela 3.3 Resultados do Levantamento Topográfico Relativo dos Poços e da Medição do Nível d’Água e Fase Livre

63

Tabela 3.4 Resultados das Análises Químicas do Solo - BTEX E TPH - (mg/Kg) 70

Tabela 3.5 Resultados das Análises Químicas do Solo - PAH - (mg/Kg) 70

Tabela 3.6 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - BTEX E TPH - (mg/L)

71

Tabela 3.7 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - PAH - (mg/L) 71

Tabela 3.8 Levantamento dos Cenários de Exposição 72

Tabela 3.9 Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para BTEX e TPH (mg/Kg)

75

Tabela 3.10 Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/Kg)

75

Tabela 3.11 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção e NABR para BTEX e TPH - (mg/L)

76

Tabela 3.12 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/L)

76

Tabela 3.13 Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para BTEX (mg/Kg) 80

Tabela 3.14 Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para PAH - (mg/Kg) 81

Tabela 3.15 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMEA para BTEX (mg/L)

81

Tabela 3.16 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMAE para PAH - (mg/L)

82

Page 4: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Processos de Transporte do NAPL na Subsuperfície 8

Figura 2.2 Cenário Hipotético de Contaminação 29

Figura 2.3 Elementos da Análise de Risco em Níveis (ASTM) 30

Figura 2.4 Fluxograma Geral de Abordagem da ACBR 31

Figura 2.5 Tabela de Nível de Avaliação Baseados no Risco – Benzeno 35

Figura 2.6 Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicação da Metodologia ACBR

39

Figura 2.7 Estrutura Conceitual do Modelo C Soil 41

Figura 2.8 Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias de Remediação de Solo 45

Figura 2.9 Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias de Remediação de Água Subterrânea

46

Figura 2.10 Técnicas de Remediação Implantadas no Estado de São Paulo – Período de2002 até maio de 2006

47

Figura 3.1 Foto Aérea do Local 50

Figura 3.2 Croqui do Posto de Gasolina 52

Figura 3.3 Mapa de Isoconcentrações de COV (ppm) e a Planta Situação da Área 56

Figura 3.4 Mapa de Localização das Sondagens e Distribuição dos Resultados Analíticos em Solo

58

Figura 3.5 Perfis Litológicos e Construtivos das Sondagens e Poços, com as Concentrações de COV em Profundidade

60

Figura 3.6 Mapa de Localização dos Poços Instalados, Distribuição dos Resultados Analíticos em Água e Mapa Potenciométrico

61

Figura 3.7 Seção Hidrogeológica A-A’ e Distribuição Vertical das Concentrações de COV (ppm)

67

Page 5: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

1.1 OBJETIVO GERAL 6

1.1.2 Objetivos Específicos 6

1.1.3 Estrutura da Monografia 6

2 REVISÃO TEÓRICA 7

2.1 CONTAMINAÇÃO DE SOLO E ÁGUA SUBTERRÂNEA POR COMBUSTÍVEIS AUTOMOTIVOS

7

2.2 CONTAMINAÇÃO NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS E EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO

12

2.3 LEGISLAÇÕES FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS E NORMAS TÉCNICAS RELACIONADAS AO FUNCIONAMENTO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

17

2.4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO RBCA (ASTM E 1739 – 95) E ACBR (CETESB 10/2006/C)

27

2.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCO C- SOIL 40

2.6 TECNOLOGIAS DE REMEDIAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS 44

3 MATERIAIS E MÉTODOS 48

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO POSTO COMBUSTÍVEL NA RMS E DA ÁREA DE ESTUDO

49

3.2 INVESTIGAÇÕES REALIZADAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ACBR

53

3.2.1 Investigação Preliminar, Coleta de Dados Básicos e Atendimento Emergencial

53

3.2.2 Investigações Confirmatórias 54

3.2.2.1 Atividade de Sondagem do Solo, Instalação de Poços e Coletas de Amostras 54

3.2.2.2 Levantamento Topográfico, Mapa Potenciométrico da Área e Espessura da Fase Livre nos Poços de Monitoramento

63

3.2.2.3 Ensaio de Permeabilidade 64

3.2.2.4 Estudo de Caracterização Geológica e Hidrogeológica Local 66

3.2.2.5 Estudo de Caracterização da Contaminação Local e Resultados das Análises Químicas

68

Page 6: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

3.3 MODELO CONCEITUAL DE EXPOSIÇÃO 72

3.4 ANÁLISE DE RISCO UTILIZANDO A METODOLOGIA ACBR 74

3.4.1 Análise de Risco – Nível 1 74

3.4.2 Análise de Risco – Nível 2 78

3.5 COMENTÁRIOS SOBRE O ESTUDO DE CASO E RECOMENDAÇÕES AO EMPREENDEDOR

83

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 85

4.1 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS EM SÃO PAULO

85

4.2 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS NA BAHIA

85

4.3 O ESTUDO DE CASO 86

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 88

REFERÊNCIAS 90

ANEXOS 94

ANEXO I: Planilhas do RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3 b. 94

Page 7: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

3

1 INTRODUÇÃO

No Brasil existem cerca de 36.000 postos que envolvem a revenda de combustíveis

(AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2005) e abastecem diariamente milhares de

veículos automotores, o principal meio de transporte nacional. Estes postos estão distribuídos

em todas as regiões do país, mas se concentram, principalmente, nas regiões de maior

densidade populacional, por haver uma maior concentração de veículos e, conseqüentemente,

um maior mercado consumidor. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo –

ANP, São Paulo é o estado que possui maior número de postos, seguido por Minas Gerais,

Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e na sétima colocação a Bahia

(GOUVEIA, 2004, p. 9).

Já há algum tempo, os postos de serviço têm sido fonte de preocupação motivada

pelos riscos sócio-ambientais e de segurança relacionados às suas atividades. Os combustíveis

são produtos tóxicos que podem contaminar fontes de abastecimento de água devido à

presença na sua constituição de hidrocarbonetos monoaromáticos como benzeno, tolueno,

etilbenzeno e xilenos (denominados BTEX), considerados substâncias perigosas por serem

depressantes do sistema nervoso central, além de causar leucemia (CORSEUIL; MARINS,

1997, p. 2). Também são produtos inflamáveis, podendo causar acidentes com incêndio e

explosão, caso ocorra o acúmulo de combustíveis em locais confinados como caixas de

telefonia e cabos elétricos, subsolo de edificações, dentre outros ambientes.

Os acidentes ambientais em postos estão relacionados, principalmente, com

vazamentos e derramamentos de combustíveis gerados por falhas construtivas (ex.: corrosão

em tanques e tubulações, ausência de pavimentação) e falhas operacionais (ex.: vazamentos

durante a operação de abastecimento dos veículos e vazamentos durante o descarregamento

de combustível do caminhão tanque) que atingem o solo e a água subterrânea. Esses acidentes

ocorrem com maior freqüência em instalações de postos antigos, com tanques, tubulações e

bombas com vinte anos de operação, em estabelecimentos ainda não licenciados e fora dos

padrões atualmente exigidos.

Os registros de acidentes ambientais atuais revelam que os postos de serviço são um

dos principais causadores deste tipo de ocorrência no país, justificando os motivos de

preocupação da sociedade em geral. De acordo com os dados do órgão ambiental do Rio de

Janeiro, Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), de 1983 a 2003, os

Page 8: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

4

postos foram responsáveis por 12% dos atendimentos de emergência realizados no estado,

ficando na quarta posição das atividades com maior incidência de acidentes (GOUVEIA,

2004, p.16). Em São Paulo, dados do ano de 2006 revelam que os postos contribuíram com

73% da contaminação no estado, sendo a atividade que mais contamina, seguida das

atividades industriais com 16% (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO

AMBIENTAL, 2006).

Antes de 2000, os postos de combustíveis já eram fiscalizados pelos estados e/ou

prefeituras, através de suas secretarias e órgãos ambientais, entretanto esta fiscalização não

era tão criteriosa como atualmente. A partir da Resolução Conama nº 273, de 29 de novembro

de 2000, o licenciamento de postos de combustíveis se tornou obrigatório em todo território

nacional, exigindo que todos os estados ou municípios fiscalizem esta atividade. Com base

nessa Resolução, surgiram legislações estaduais mais específicas, definindo, inclusive,

critérios construtivos mínimos com base em normas técnicas da ABNT.

O aumento da fiscalização dos órgãos ambientais aos postos de combustíveis gerou

um incremento na identificação de áreas contaminadas e também nas cifras envolvidas para

descontaminar esses locais. As metas de descontaminação a serem atingidas para água

subterrânea tinham como referência padrões de potabilidade da água para o consumo humano,

tornando necessários investimentos financeiros altos para atingir estes valores que muitas

vezes não eram alcançados.

Para o proprietário do posto as conseqüências das contaminações são graves, pois

muitas vezes é necessária à interdição do posto com paralisação das vendas, são aplicadas

multas e, segundo dados da EPA, o custo de recuperação ambiental é da ordem de US$ 125

mil para extração do combustível e tratamento do solo na área de um posto e nas

circunvizinhanças (EPA, 2002b apud KAIPPER, 2003, p. 5).

O impacto econômico da contaminação é, de fato, um problema. Os custos de

remediação são elevados e algumas áreas contaminadas são de instalações abandonadas,

algumas de empresas falidas, dificultando a definição dos responsáveis pelo crime ambiental.

Para tentar resolver esta questão, em 2005 o estado de São Paulo elaborou um projeto de lei

(PL 368/2005), similar ao Superfund nos EUA, para a criação de um Fundo Estadual para

Prevenção e Remediação de Áreas Contaminadas – FEPRAC, visando financiar inicialmente

as remediações de áreas contaminadas sem responsáveis identificados (FURTADO, 2005);

entretanto esse projeto de lei ainda não foi aprovado e a sua operacionalização ainda está

sendo bastante discutida.

Page 9: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

5

O alto custo e dificuldades tecnológicas associadas à remediação de solos e aqüíferos

contaminados tornaram necessário desenvolver metodologias de avaliação de áreas

degradadas utilizando considerações de análises de risco como ferramenta para tomada de

decisão. Com isso, evita-se a utilização de critérios únicos, tais como os padrões de

potabilidade de água, em locais de pouco risco ao meio ambiente e a população, evitando-se

grandes gastos. Assim os padrões são estabelecidos considerando-se as condições e os riscos

do local contaminado, relacionados à saúde humana e ao meio ambiente.

Devido à tendência crescente do uso dos mananciais de água subterrânea, áreas

densamente povoadas e altos custos envolvidos em remediação de áreas contaminadas; a

avaliação de risco é fundamental para que soluções sejam tomadas com menores custos, mas

sem detrimento da saúde pública. No Brasil, as avaliações de riscos das áreas contaminadas

por vazamentos de combustíveis são realizadas, principalmente, com base na metodologia

ACBR (Ações Corretivas Baseada no Risco), adaptada da metodologia da norma norte

americana ASTM E1739 – 95.

Esta monografia avalia os procedimentos de investigação e avaliação de contaminação

em postos de combustíveis do estado da Bahia, que possui atualmente cerca de 1700 postos

(AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2005). Desde 2002, os postos estão passando

pelo processo de licenciamento e por uma maior fiscalização por parte do órgão ambiental do

estado, tendo sido já identificadas diversas áreas contaminadas por estes estabelecimentos.

Sabe-se que a manutenção adequada da saúde pública passa pelo controle das fontes

para abastecimento de água potável, destaca-se o cuidado para evitar a contaminação dos

solos e águas subterrâneas cujos maiores causadores são os vazamentos e derramamentos de

postos de combustíveis, tema desta monografia. Este trabalho também responde questões

relacionadas à contaminação do solo e águas subterrâneas por postos de combustíveis. Como

ocorre o fenômeno de contaminação? Qual a origem da contaminação? Quais são as

legislações ambientais que regulamentam a atividade dos postos de combustíveis? O que é

avaliação de risco e como é feita? Quais são os riscos envolvidos em uma contaminação por

combustíveis? Quais são as técnicas de remediação mais aplicadas para contaminação por

postos de combustíveis? Como poderia ter sido evitada a contaminação?

Page 10: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

6

1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desta monografia é apresentar procedimentos de investigação e

avaliação da contaminação em postos de combustíveis, utilizando o método de análise de

risco ACBR, aplicado ao estudo de caso realizado no estado da Bahia.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para alcançar este objetivo geral, o trabalho tem os seguintes objetivos específicos:

a) comparar as legislações do estado da Bahia que disciplinam as atividades dos postos de

combustíveis com referência as legislações de São Paulo;

b) investigar a contaminação em um posto de gasolina na Região Metropolitana de Salvador

– RMS, como estudo de caso;

c) fazer a avaliação de risco do local utilizando a metodologia de Análise de Risco ACBR;

d) sugerir um programa de monitoramento ou recomendações para remediação da área

contaminada.

1.1.3 Estrutura da Monografia

Esta monografia foi elaborada com base em pesquisa bibliográfica executada pelos

autores do trabalho, bem como em resultados oriundos da execução de trabalhos técnicos

relacionados a este assunto, obtidos na atividade profissional dos mesmos.

O texto da monografia é composto de cinco capítulos. O segundo capítulo apresenta

a revisão teórica sobre os assuntos: contaminantes e o fenômeno de contaminação por

combustíveis automotivos, a origem da contaminação em postos de combustíveis e

equipamentos de prevenção, legislações pertinentes, métodos de avaliação de risco (ACBR e

C-Soil) e técnicas de remediação mais utilizadas para postos de combustíveis.

Page 11: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

7

O capítulo três destina-se a Materiais e Métodos. É feita uma análise de risco pela

metodologia ACBR para um caso de contaminação por um posto combustível ocorrido em

Salvador-BA. Neste estudo de caso, primeiro caracteriza-se o cenário de contaminação, com

informações sobre as atividades do posto, equipamentos existentes no local e informações dos

arredores; depois são descritas todas as atividades de atendimento emergencial, investigação

e análise de risco seguindo a metodologia ACBR utilizada pela CETESB para atendimento

deste tipo de ocorrência no estado de São Paulo.

No capítulo quatro, relativo a Resultados e Discussões, são apresentados alguns

aspectos relevantes identificados na aplicação da análise de risco ACBR realizada para o

estudo de caso.

As Conclusões e Recomendações são apresentadas no capítulo cinco, nas quais se

destacam algumas observações e oportunidades de melhorias identificadas na aplicação da

análise de risco ACBR e na Norma Técnica do CRA NT 002/2006, recém publicada no

Estado da Bahia.

2 REVISÃO TEÓRICA

2.1 CONTAMINAÇÃO DE SOLO E ÁGUA SUBTERRÂNEA POR COMBUSTÍVEIS

AUTOMOTIVOS

De acordo com as estatísticas da CETESB, entre o período de 1984 até novembro de

2006 (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006), nas

ocorrências de vazamentos de tanques em postos de combustíveis no estado de São Paulo, os

produtos mais identificados nestes acidentes são a gasolina e o óleo diesel, com percentuais de

71,1% e 18,6%, respectivamente.

Um vazamento de gasolina ou óleo diesel se assemelha ao comportamento de um

contaminante não miscível a água, também chamado de NAPL (Non Aqueous Phase Liquids

– Fase Líquida Não Aquosa).

Por serem menos denso que a água (light), ambos seguem o comportamento do

LNAPL, geralmente caracterizada por duas regiões na subsuperfície, a área da fonte (LNAPL

Page 12: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

8

puro) e uma pluma de contaminação, na qual os contaminantes orgânicos hidrofóbicos

(COHs) vão se espalhar na franja capilar da zona saturada, enquanto a fração dissolvida é

transportada com o fluxo da água subterrânea.

Após o derramamento de um NAPL na superfície do terreno, o líquido migra para

baixo através da zona não saturada do subsolo. Há então, a formação de gânglios do líquido,

que ficam retidos nos poros do solo, criando uma fase denominada residual. No caso dos

LNAPLs, o líquido se deposita no topo da franja capilar. Em presença dos NAPLs com

densidade maior que a da água (Dense Non Aqueous Phase Liquids - DNAPLs), o líquido

continua a migrar para baixo através da zona saturada, até toda a sua massa ser distribuída

como fase residual ou até encontrar uma camada impermeável, formando uma fase livre.

A concentração dos contaminantes orgânicos na subsuperfície pode ser afetada por

vários processos. Normalmente esses processos incluem: a infiltração do NAPL na zona

insaturada da subsuperfície pelas forças gravitacional e de capilaridade, migração no topo da

franja capilar e expansão do NAPL no lençol freático (pluma de contaminação), dissolução do

NAPL na água, transporte com a água subterrânea em direção a juzante, bem como perdas por

vaporização, sorção e biodegradação (como pode ser visto na figura 2.1) (POWERS et al.,

2001 apud KAIPPER, 2003, p.28)

Figura 2.1: Processos de Transporte do NAPL na Subsuperfície

Fonte: POWERS et al., 2001 apud KAIPPER

Infiltração através da zona insaturada

Expansão no lençol freático

Dissolução de espécies químicas para água subterrânea (zona saturada)

Co-solvênciaLimitações taxa transporte água/NAPL

Avecção e Dispersão comSorção e Biodegradação

Volatilização

SASC

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

9

Ressalta-se ainda que a distribuição dos contaminantes dos combustíveis não se

restringe apenas ao solo e a água subterrânea, existem outros processos de transporte, ou seja

da distribuição da contaminação. Os contaminantes podem ser adsorvidos pelo solo,

dissolverem-se na água, podem ser transferidos do solo para água, volatilizarem do solo ou

água para o ar ou podem ser sorvidos do solo por plantas e outros vegetais. Um composto

também pode sofrer degradação foto ou microbiológica. A tendência de um composto se

mover será definido pelas suas propriedades físico-químicas (densidade, solubilidade em

água, coeficientes de partição octanol/água - Kow, coeficientes de partição carbono

orgânico/água - Koc, pressão de vapor e constante de Henry), as quais irão interferir no

transporte e destino do mesmo (JERNIGAN et al., 1990 apud KAIPPER, 2003, p.28).

Os vários processos de transporte dos contaminantes também determinam diferentes

rotas de exposição aos seres vivos, pois a contaminação humana pode ocorrer não somente

através da ingestão direta da água e contato com a pele durante o banho, mas também por

inalação do vapor que migraram por entre os poros do solo, por exemplo.

Óleo diesel e gasolina são combustíveis produzidos a partir do petróleo pelo processo

de craqueamento ou destilação do óleo cru que separa as diversas frações de acordo com as

aplicações definidas para as mesmas. Quanto ao petróleo, é uma mistura complexa de

hidrocarbonetos gerados ao longo de milhões de anos (15 a 500 milhões de anos) da

decomposição da matéria orgânica de plantas aquáticas e animais pré-históricos. A

composição do petróleo pode variar dependendo da fonte e do histórico geológico de cada

jazida. Estão presentes, no petróleo, diversas classes de hidrocarbonetos como os alcanos,

alcenos, alcinos, cicloalcanos (comumente chamados de naftenos), aromáticos, etc.

O óleo diesel é formado por um mistura de destilados intermediários do óleo cru do

petróleo, com hidrocarbonetos variando de C8 a C30, sendo composto de aproximadamente

40% de n-alcanos, 40% de iso e cicloalcanos, 20% de hidrocarbonetos aromáticos e menores

porcentagens de enxofre, nitrogênio e compostos oxigenados. No entanto, a composição de

um óleo diesel específico dependerá da fonte do petróleo e dos métodos utilizados para

produzi-lo (processos de destilação e outros). No diesel também poderão ser adicionados

vários tipos de aditivos (inibidores de corrosão, surfactantes e aditivos para melhorar a

estabilidade e ignição) (LEE et al., 1992 apud KAIPPER, 2003, p. 11).

Na investigação de contaminação por óleo diesel, para presença de hidrocarbonetos

totais de petróleo (HTP) são analisadas amostras de água subterrânea e solo. Neste grupo

existe um subgrupo de hidrocarbonetos com característica mais tóxica e que demanda uma

Page 14: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

10

maior preocupação, denominado de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), do qual

fazem parte os seguintes compostos: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno,

antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno,

benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(g,h,i)perileno e

indeno(1,2,3-cd)pireno. A maior presença de HPAs nas amostras de água subterrânea e solo

pode caracterizar uma maior toxicidade da contaminação. Sabe-se que os HPAs e seus

derivados estão associados ao aumento da incidência de câncer no homem (Netto et al., 2000).

Nos EUA, a EPA estabeleceu a inclusão destes 16 HPAs na lista dos contaminantes orgânicos

prioritários, motivado pelo alto grau de toxicidade, potencial carcinogênico e mutagênico e ao

fato de serem resistentes à biodegradação (GABARDO et al., 1995; FRAN LAI et al., 1995;

BOUZIGUE et al., 1999; MANOLE et al.,1999 apud KAIPPER, 2003, p.12)

Quanto à gasolina é constituída basicamente por hidrocarbonetos com número de

carbonos que variam de 4 a 8, podendo chegar até 12 carbonos. Estes hidrocarbonetos são, em

geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por

moléculas de menor cadeia carbônica; eles têm estruturas moleculares diversas e podem estar

classificados em grupos de acordo com os tipos de cadeias carbônicas: n-parafinas,

isoparafinas, naftênicos, olefínicos e aromáticos. A composição molar da gasolina está

apresentada na tabela 2.1.

Tabela 2.1: Composição Molar da Gasolina por Tipo de Grupo e Nº de Carbonos

Nº de

Carbonos n-Parafinas

Isoparafinas

Naftênicos

Olefínicos

Aromáticos

Percentual

por igual nº

de carbono

C4 1,94 - - - - 1,94

C5 1,61 3,60 0,29 0,05 - 5,55

C6 0,27 2,00 0,21 0,04 0,04 2,56

C7 0,05 1,74 0,14 - 50,90 52,80

C8 6,41 27,60 2,29 - 0,08 36,40

C9 - 0,40 - - - 0,40

C10 - 0,01 0,02 - 0,02 0,052

C11 - 0,01 - - - 0,01

Percentual

por Grupo 10,28 35,40 2,95 0,09 51,04 -

Fonte: CATALUÑA; SILVA, 2005.

Page 15: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

11

A formulação da gasolina pode demandar a utilização de diversas correntes nobres

oriundas do processamento do petróleo como nafta leve (produto obtido a partir da destilação

direta do petróleo), nafta craqueada que é obtida a partir da quebra de moléculas de

hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos), nafta reformada (obtida de um processo que

aumenta a quantidade de substâncias aromáticas), nafta alquilada (de um processo que produz

iso-parafinas de alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), etc.

Os maiores problemas relacionados com a contaminação por gasolina são atribuídos à

presença dos hidrocarbonetos monoaromáticos denominados BTEX (benzeno, tolueno,

etilbenzeno e xilenos), constituintes da gasolina mais solúveis em água e com maior potencial

de migração na água subterrânea, contribuindo para expansão da pluma de contaminação.

Estes contaminantes também são considerados substâncias perigosas por serem depressantes

do sistema nervoso central e podem causar leucemia (CORSEUIL; MARINS, 1997, p. 2). Dos

BTEX, o benzeno é considerado o mais tóxico e o mais solúvel em água. O padrão de

potabilidade do benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, listados na tabela de Padrão de

Aceitação para Consumo Humano da Portaria 518 de 2004 do Ministério da Saúde, são os

respectivos valores máximos permitidos: 5 µg/l, 0,17 mg/L, 0,2 mg/L e 0,3 mg/L.

Outro fator importante que deve ser considerado na avaliação da contaminação por

gasolina é que este combustível é comercializado, na maioria dos estados brasileiros, através

de uma mistura de 80 % de gasolina e 20% álcool etílico anidro combustível (AEAC), ou o

etanol anidro (conforme disposto na Resolução do Conselho Interministerial do Açúcar e do

Álcool (CIMA), n.º 35, de 22 de fevereiro de 2006). Estudos revelaram que o etanol presente

na gasolina comercial brasileira aumenta a solubilização dos hidrocarbonetos de petróleo na

água através do efeito de co-solvência, ou seja, as plumas de compostos BTEX poderão ter

maiores concentrações em derramamentos de gasolina misturada com etanol do que em

derramamentos de gasolina pura. (KAIPPER, 2003, p. 34). Análises experimentais realizadas

em laboratório revelaram que o aumento da massa total de BTEX atingiu aproximadamente

30%, para uma fração de etanol na fase aquosa de 10%. Este efeito foi mais significativo para

os xilenos que são os compostos menos solúveis dentre os BTEX. Como o efeito de co-

solvência é maior para os constituintes da gasolina mais hidrofóbicos (COH- Compostos

Orgânicos Hidrofóbicos), é provável também que altas concentrações de etanol na água do

aqüífero facilitem uma maior solubilização de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos - HPA,

que, conforme já apresentado são altamente nocivos à saúde humana (FERNANDES;

CORSEUIL, 1999).

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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Outro produto adicionado à gasolina brasileira é o MTBE (éter metílico terc-butílico),

mas neste caso quase que exclusivamente no estado do Rio Grande do Sul, utilizado como

substituto do etanol. Embora não tenha o efeito de co-solvência do álcool, não aumentando a

solubilidade dos hidrocarbonetos de petróleo na água, o MTBE tem outros efeitos danosos

como causar odor e sabor à água, mesmo em baixas concentrações (100 µg/L); resistência à

degradação biológica; suspeitas de ser um agente potencialmente cancerígeno aos seres

humanos; além de causar dor de cabeça, náuseas, dificuldade de respiração, irritação nasal e

nos olhos, desorientação e erupções na pele. Atualmente existe um movimento internacional

contra o uso do MTBE na gasolina; o estado da Califórnia proibiu a utilização em 1999 e

depois a EPA recomendou a eliminação do uso deste produto em todo os EUA.

Além de todo o risco à saúde humana, a adição de agentes oxidantes (álcool e MTBE,

dentre outros) também influencia na composição da gasolina e consequentemente no

comportamento dos seus constituintes no aqüífero e no solo.

2.2 CONTAMINAÇÃO NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS E EQUIPAMENTOS DE

PREVENÇÃO

A contaminação de solos e águas subterrâneas causada pelos postos de serviço é, na

grande maioria dos casos, provocada por vazamentos em tanques e tubulações subterrâneas ou

constantes e sucessivos extravasamentos junto às bombas e bocais de enchimento. De acordo

com um estudo realizado pela CETESB, das causas dos acidentes nos postos de combustíveis

em São Paulo, entre o período de 1984 até novembro de 2006, verificaram-se as porcentagens

apresentadas na tabela 2.2:

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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Tabela 2.2: Causa dos Acidentes em Postos de Combustíveis

Causas %

Tanque 31,5

Passivo Ambiental 17,7

Tubulação 16,3

Extravasamento 8,1

Descarte 5,4

Outros 5,4

Desativado 4,6

Tubulação e Tanque 4,0

Bomba 3,0

Não identificada 2,1

Caixa separadora 1,8 Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)

Geralmente os acidentes são percebidos somente após o afloramento do produto em

galerias de esgoto, redes de drenagem de águas pluviais, no subsolo de edifícios, em túneis,

escavações e poços de abastecimento d'água.

Os vazamentos em tanques de armazenamento de combustíveis que apresentou o

maior percentual (31,5%) são gerados principalmente por corrosão nos pontos de solda das

chapas causadas por agentes do subsolo (acidez, salinidade, correntes elétricas, umidade,

flutuação do lençol freático, concentração de oxigênio no solo, etc). Estatísticas norte-

americanas recentes indicam que 91% dos tanques subterrâneos sofrem corrosão a partir do

seu exterior, enquanto que, apenas 9% deles sofrem corrosão a partir da parte interna. A

corrosão a partir da parte interna dos tanques subterrâneos está normalmente relacionada aos

componentes do produto comercializado, como é o caso do óleo diesel com altos teores de

enxofre, que facilita a degradação das chapas metálicas, sendo que a oxidação tenderá a ser

mais intensa na parte vazia dos tanques, pela presença de oxigênio.

A corrosão nada mais é do que a reversão natural dos metais para sua condição mais

estável, como são originalmente encontrados na natureza, isto é, sob a forma de mineral; o

metal deixa seu estado metaestável e retorna espontaneamente a sua forma combinada

(oxidada). A maior ou menor durabilidade do tanque à corrosão depende também das

proteções aplicadas a sua chapa metálica (exemplo de proteções: parede dupla de aço-

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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carbono, revestimento externo reforçado, parede dupla com externa não-metálica, proteção

catódica, etc.).

Os tanques de parede dupla, sendo a parede externa não-metálica, são denominados

tanques jaquetados e apresentam um grande avanço no controle de vazamentos. Esses tanques

são construídos com duas paredes e com um sensor especial instalado no espaço intersticial

com pressão negativa. Este sensor será acionado pela alteração da pressão interna, provocada,

tanto pela entrada de ar ou da água do lençol freático por falta de estanqueidade da parede

externa; como pela entrada do produto por falta de estanqueidade da parede interna.

A maioria desses tanques jaquetados é construída com dois materiais distintos, sendo

que a parede interna, a exemplo do modelo convencional, é construída com aço-carbono,

enquanto a parede externa é construída com uma resina termofixa, não sujeita à corrosão, a

qual fica em contato direto com o solo. Alguns outros modelos de tanques possuem as duas

paredes fabricadas com resina.

Esses tanques novos possuem grandes câmaras de calçada, as quais possibilitam o

acesso à boca de visita e a visualização das suas tubulações. Qualquer vazamento ocorrido

nessas tubulações será contido no interior da câmara, podendo ser facilmente identificado.

Infelizmente, os tanques ainda utilizados hoje, foram instalados há vinte anos atrás e não

possuem estas proteções, por isso estão sendo trocados por outros mais resistentes. Ressalta-

se que os pontos de vazamentos não são exclusivamente dos tanques, mas tubulações e

conexões que também sofrem o efeito da corrosão ou rupturas por torções.

Normalmente os vazamentos em tanques combustíveis não são grandes, mas pequenas

infiltrações (de 2 a 3 litros por dia) que com dez, quinze anos de operação acabam

contaminando o subsolo, águas subterrâneas e superficiais, atingindo outras áreas fora do

limite do posto. Por isso, existe uma grande dificuldade em detectar estes pequenos

vazamentos, eles passam despercebidos pelos administradores dos postos, que só tomam

providências quando há uma perda significativa de combustível. Estas pequenas perdas são

consideradas por estes administradores como resultantes do processo de colocação do

combustível nos tanques dos veículos e dos níveis normais de evaporação. A ausência de

sensores capazes de detectar vazamentos reduz a sensibilidade de controle das perdas de

combustíveis.

Além da corrosão em tanques e tubulações existem outros aspectos que têm igual

importância como fontes de derramamentos ou vazamentos de combustíveis, por exemplo,

alguns aspectos construtivos do posto podem propiciar rotas de migração dos combustíveis. A

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)

destaca os mais significativos:

a) as trincas ou afundamentos existentes no piso das pistas de abastecimento do posto,

reflexos do esforço mecânico imposto pela circulação de veículos no local,

principalmente, veículos pesados (caminhões e carretas). Nestas condições, as tubulações

e tanques subterrâneos estão sujeitos aos efeitos da vibração e da movimentação do solo,

podendo gerar rupturas, principalmente nas conexões.

b) não pavimentação da pista de abastecimento ou construção com blocos de concreto,

asfalto ou paralelepípedos, os quais permitem que, durante as operações de

descarregamento ou de abastecimento dos produtos, qualquer vazamento superficial de

combustível, se infiltre no solo.

c) a ausência de canaleta ou canaleta direcionada para via pública e não para um separador

água e óleo. Desta forma, os produtos extravasados acumulam-se nas calçadas e sarjetas,

atingindo as galerias de águas pluviais ou de esgotos, gerando atmosferas inflamáveis em

seu interior.

d) falta de estanqueidade das bombas de abastecimento. Neste caso é recomendável a

utilização de câmara de contenção impermeável que impede o contato direto do produto

vazado com o solo.

e) instalação com tubulações metálicas galvanizadas convencionais que são mais

susceptíveis a vazamentos, pois são mais sujeitas à fragilização por esforço mecânico.

f) câmara de calçada da boca de descarga de combustível não impermeabilizada e sem área

de contenção para caso de eventuais extravasamentos no descarregamento de combustível,

sendo comum observar a presença de combustível acumulado nas bocas de descarga ou a

presença de solo impregnado com o produto ao redor das mesmas.

g) manutenções das válvulas extratoras (conhecidas também como válvulas de pé) que ao

serem reinstaladas inadequadamente podem gerar vazamentos, os quais são visualmente

detectados pela presença de produto impregnado na parte superior da válvula de

abastecimento ou impregnado no solo, ao redor e no interior da câmara de calçada.

h) extravasamento nos respiros durante as operações de descarga do produto, devido ao

excessivo enchimento dos tanques.

i) vazamentos através das conexões e tubulações do sistema de filtragem de óleo diesel. Os

vazamentos podem ser visualmente detectados através da impregnação externa do

equipamento, das suas tubulações expostas e do piso ao seu redor.

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j) as caixas separadoras de água e óleo estão sujeitas à ocorrência de trincas em sua estrutura

ou mesmo ao extravasamento por excessivo acúmulo de resíduos.

Outros fatores importantes que contribuem para a contaminação são os aspectos

operacionais, alguns deles relacionados à falta de treinamento ou imprudência no serviço.

Segundo a CETESB, dentre esses se destacam:

a) o controle de estoque através do método manual (considerado muito rudimentar), que

utiliza uma régua de medição, cuja confiabilidade não é total, pois existe a possibilidade de

que as pequenas variações no volume do produto estocado não sejam detectadas ou sejam

consideradas como perdas aceitáveis associadas à evaporação do produto.

b) vazamentos durante a operação de abastecimento dos veículos. Dentre as principais causas,

destacam-se as falhas operacionais no acionamento do sistema automático de bloqueio do

fluxo dos bicos de abastecimento e a movimentação do veículo durante o abastecimento.

c) vazamento durante a operação de descarregamento de combustível próximo aos bocais de

descarga, provocados pelo transbordamento do tanque ou pelo derramamento do produto

ainda presente na tubulação de descarga do caminhão-tanque, ao final da operação.

Em razão deste grande número de fatores que podem gerar contaminações ambientais,

as agências reguladoras estão sendo mais rigorosas, atualmente, com relação às instalações e

os equipamentos utilizados na operação de um posto de combustível. Tanto em postos novos

ou reformados, existem várias proteções que estão sendo solicitadas através de normas

regulamentadas pelos órgãos ambientais estaduais. O CRA, em sua Norma Técnica NT-

002/2006, define que o posto que possua tanque subterrâneo deverá atender a norma brasileira

NBR 13786 da ABNT (Posto de Serviço – Seleção dos Equipamentos para Sistemas para

Instalações Subterrâneas de Combustíveis). Já a CETESB, tem procedimento próprio para

licenciamento de postos o qual estabelece exigências técnicas para as novas instalações de

tanques subterrâneos, chamados Sistemas de Armazenamento Subterrâneo de Combustível -

SASC. Algumas exigências para os SASC são:

a) tubo de descarga com câmara de calçada impermeável e estanque para contenção de

derramamentos;

b) descarga selada (bocal adaptador para descarga selada);

c) válvula anti-transbordamento, instalada no tubo de descarga do tanque;

d) tanque de parede dupla com monitoramento intersticial ligado a sistema de monitoramento

contínuo, construídos de acordo com a norma NBR 13785;

e) câmara de acesso à boca de visita do tanque, estanque e impermeável;

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2007 Monografia I

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f) unidades de abastecimento (bomba) com câmara de contenção estanque e impermeável

com sensor de detecção de líquidos ligado a sistema de monitoramento contínuo;

g) unidades de abastecimento (bomba) com válvula de retenção junto à bomba (check valve);

h) eliminação da válvula de pé;

i) válvula de segurança ou sentinela para as unidades de abastecimento que trabalham sob

pressão positiva;

j) tubulações subterrâneas flexíveis e não metálicas atendendo as especificações previstas na

norma NBR 14722;

k) equipamentos de proteção para sistema de filtragem de diesel;

l) cada tanque ou compartimento deve possuir tubulação de respiro independente.

m) pista de abastecimento coberta;

n) piso da pista de abastecimento em concreto armado com sistema de drenagem;

o) piso da área de descarga em concreto armado e com sistema de drenagem direcionado

para sistema de tratamento de efluentes;

p) sistema de drenagem e sistema de tratamento de efluentes constituído de caixa de areia e

separador água-óleo com placas coalescentes para efluentes gerados na pista de

abastecimento.

O Procedimento para Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas de

Combustíveis da CETESB vai além das exigências técnicas citadas acima, mas define uma

série de critérios necessários para construção, instalação e operação de postos de

combustíveis, importantes para prevenir e detectar possíveis vazamentos de combustíveis.

2.3 LEGISLAÇÕES FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS E NORMAS TÉCNICAS

RELACIONADAS AO FUNCIONAMENTO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

A Lei Federal nº6938/81, regulamentada pelo Decreto Federal nº 99274/90, dispõe-se

sobre a Política Nacional de Meio Ambiente e menciona que as atividades de armazenamento

de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo, geração de resíduos e emissões

atmosféricas são atividades potencialmente poluidoras.

O exercício da atividade do comércio varejista de combustíveis é regulamentada

através da Lei 9478/97, chamada Lei do Petróleo. Essa lei estabelece como função da Agência

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Nacional de Petróleo (ANP) – órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia – a

regulação, contratação e fiscalização do setor, incentivando a livre concorrência e o

desenvolvimento nacional, com responsabilidade pela preservação do interesse público e do

meio ambiente. Além desta lei existem a Portaria nº 9/97 do Ministério de Minas e Energia e

as Portarias nº 116/00 e nº 32/01 da ANP que regulamentam o exercício desta atividade;

enquanto a Resolução Conama nº 237/90 regulamenta os critérios para utilização do sistema

de licenciamento como instrumento de gestão ambiental e define que as atividades de

comércio varejista de combustíveis estão sujeitas ao licenciamento ambiental.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) começou a elaborar normas

técnicas voltadas para o armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis, seus

equipamentos e acessórios de tanques combustíveis, em 1992, e, a partir de 1997, passou a

publicar as primeiras normas para disciplinar as atividades de postos e sistemas retalhistas de

combustíveis, por meio da Comissão de Estudos para Líquidos Inflamáveis e Combustíveis.

Essas normas tratam da construção, instalação e sistemas de proteção de tanques aéreos e

subterrâneos, detecção de vazamentos em SASC, poço de monitoramento para detecção de

vazamento, controle de estoque e remoção e destinação de tanques subterrâneos usados,

dentre outras. Elas tomaram como referência as normas internacionais, especificamente a

norte-americana.

Desde que a ABNT publicou estas normas, as instalações de tanques e acessórios em

postos de combustíveis melhoraram bastante (GOUVEIA, 2004, p. 38), pois os equipamentos

tornaram-se mais seguros, através de adoção de materiais mais adequados, de melhor

tecnologia e com características mais rígidas de construção, como por exemplo, o controle de

rastreabilidade do material usado na confecção dos tanques.

Na tabela 2.3 são apresentadas as normas em vigor que abragem os postos de

combustíveis.

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Tabela 2.3: Normas Técnicas para Postos de Combustíveis

N° Número Título 1 NBR 13212:2004 Posto de serviço – Construção de tanque atmosférico subterrâneo em

resina termofixa reforçada com fibras de vidro, de parede simples ou dupla

2 NBR 13312:2003 Posto de serviço - Construção de tanque atmosférico subterrâneo em aço-carbono

3 NBR 13781:2001 Posto de serviço - Manuseio e instalação de tanque subterrâneo de combustíveis

4 NBR 13782:2001 Posto de serviço - Sistemas de proteção externa para tanque atmosférico subterrâneo em aço-carbono

5 NBR 13783:2005 Posto de serviço - Instalação do sistema de armazenamento subterrâneo de combustíveis – SASC

6 NBR 13784:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Seleção de métodos para detecção de vazamentos e ensaios de estanqueidade em sistemas de abastecimento subterrâneo de combustíveis (SASC)

7 NBR 13785:2003 Posto de serviço - Construção de tanque atmosférico de parede dupla, jaquetado

8 NBR 13786:2005 Posto de serviço - Seleção dos equipamentos para sistemas para instalações subterrâneas de combustíveis

9 NBR 13787:1997 Controle de estoque dos sistemas de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC) nos postos de serviço

10 NBR 13895:200 Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem - Procedimentos 11 NBR 14605:2000 Sistema de drenagem oleosa 12 NBR 14606:2000 Entrada em espaço confinado 13 NBR 14639:2001 Instalações elétricas 14 NBR 14722:2001 Tubulação não metálica 15 NBR 14867:2002 Tubos metálicos flexíveis 16 NBR 14973:2004 Remoção e destinação de tanques subterrâneos usados 17 NBR 15005:2003 Válvula antitransbordamento 18 NBR 15015:2006 Válvulas de esfera flutuante 19 NBR 15072:2004 Construção de tanque atmosférico subterrâneo ou aéreo em aço-carbono

ou resina termofixa reforçada com fibra de vidro para óleo usado 20 NBR 15118:2004 Câmaras de contenção construídas em polietileno 21 NBR 15138:2004 Armazenagem de combustível - Dispositivo para descarga selada 22 NBR 15139:2004 Armazenagem de combustível - Válvula de retenção instalada em linhas

de sucção 23 NBR 15205:2005 Armazenamento de combustível – Revestimento interno de tanque

instalado, com a criação de parede dupla e espaço intersticial 24 NBR 15288:2005 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis — Posto

revendedor veicular (serviços) — Plano de atendimento a emergências (PAE)

25 NBR 15427:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Válvula de segurança da mangueira

26 NBR 15428:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Manutenção de unidade de abastecimento

27 NBR 17505-1:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 1: Disposições gerais

28 NBR 17505-2:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 2: Armazenamento em tanque e em vasos

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29 NBR 17505-3:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 3: Sistemas de tubulações

30 NBR 17505-4:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 4: Armazenamento em recipientes e em tanques portáveis

31 NBR 17505-5:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 5: Operações

32 NBR 17505-6:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 6: Instalações e equipamentos elétricos

33 NBR 17505-7:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 7: Proteção contra incêndio para parques de armazenamento com tanques estacionários

Fontes: Associação Brasileira de Indústria de Equipamentos para Postos de Serviço –

ABIEPS e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2006)

Em 2000 foi publicada a Resolução Conama nº 273/00, determinando que o

licenciamento dos postos e sistemas retalhistas passe a ser obrigatório. O não cumprimento

desta resolução sujeita os proprietários, arrendatários ou responsáveis pelo estabelecimento,

ou pelos equipamentos, à penalidades como, multas, suspensão parcial ou total das atividades

dos postos, cancelamento da licença de funcionamento ou de permissão para continuar

operando, dentre outras medidas.

A Resolução nº 273/00 também estabelece como competência do órgão ambiental

estadual ou municipal a responsabilidade de exigir que os empreendedores das atividades de

postos e sistemas retalhistas de combustíveis obtenham as seguintes licenças ambientais:

a) Licença Prévia-LP: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento

aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo

os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua

implementação;

b) Licença de Instalação-LI: autoriza a instalação do empreendimento com as especificações

constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle

ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo determinante;

c) Licença de Operação-LO: autoriza a operação da atividade, após a verificação do efetivo

cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental

e condicionantes determinados para a operação.

As Licenças Prévias e de Instalação poderão ser expedidas concomitantemente, a

critério do órgão ambiental competente.

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2007 Monografia I

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Em dezembro de 2002 foi estabelecida a Resolução Conama nº 319/02 dando nova

redação a Resolução Conama nº 273/00, dispondo sobre a prevenção e controle da poluição

em postos de combustíveis. Esta nova resolução dá ênfase aos equipamentos e sistemas

destinados ao armazenamento e distribuição de combustíveis automotivos, assim como a sua

montagem e instalação, determinando que os mesmos devam ser avaliados quanto à sua

conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade.

No âmbito estadual, as agências ambientais começaram a controlar as atividades de

postos e sistemas retalhistas de combustíveis em períodos distintos e de formas distintas. No

estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, desde 1997 o programa de regularização destas

atividades é realizado pelo serviço de emergência ambiental e o serviço de petróleo e

petroquímica. Ressalta-se que, por meio de acordo entre os sindicatos de classes e

distribuidores, o cadastramento exigido pela Resolução Conama nº 273/00 foi dispensado, já

que os postos estão licenciados ou em fase de licenciamento no órgão ambiental do estado

FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler 33).

Em São Paulo, A CETESB já exercia ação fiscalizadora e de caráter corretivo

mediante a aplicação de penalidades de advertências e multas desde 1984, com base na Lei

Estadual nº 997, de 31 de maio de 1976, e em seu regulamento aprovado pelo Decreto nº

8468, de setembro de 1976 (GOUVEIA, 2004, p. 35).

Em 2001, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo promulgou a

resolução nº 5/01, que estabeleceu a obrigatoriedade do cadastramento e licenciamento dos

postos e sistemas retalhistas de combustíveis. A partir desta resolução, os postos de

combustíveis do estado de São Paulo passaram a ser mais fiscalizados e por isso foram

identificadas novas fontes de contaminação de solo e águas subterrâneas, sendo atualmente, a

atividade que mais contribui para a contaminação do meio ambiente em São Paulo, conforme

publicado pela própria CETESB em seu site. A tabela 2.4 apresenta a relação de áreas

contaminadas no estado de São Paulo por região e atividade econômica, conforme registro de

maio de 2006.

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2007 Monografia I

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Tabela 2.4: Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo – Maio de 2006

Região/Atividade Comercial Industrial Resíduos Postos de

combustível

Acidentes

desconhecidos

Total

São Paulo 27 45 20 406 2 500

RMSP – outros 14 73 11 253 4 355

Interior 48 89 23 409 12 581

Litoral 10 32 11 70 1 124

Vale do Paraíba 1 20 0 83 0 104

Total 100 259 65 1.221 19 1.664

Percentual (%) 6 16 4 73 1 100

Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)

Como pode ser verificado na tabela 2.4, os eventos de contaminação por postos de

combustíveis se destacam em todas as regiões. Segundo a CETESB, a contribuição de 73% do

número total de áreas contaminadas registradas atribuídas aos postos de combustíveis é

resultado do desenvolvimento do programa de licenciamento que se iniciou em 2001 com a

publicação da Resolução CONAMA Nº 273 de 2000. (COMPANHIA DE TECNOLOGIA

DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006).

Em janeiro de 2006, a CETESB promulgou a Decisão da Diretoria nº 010-2006-C,

estabelecendo novos procedimentos para licenciamento de posto e sistemas retalhistas de

combustíveis e outras disposições. O licenciamento de postos passou a ser regulamentado

pelos seguintes anexos e sub-anexos dessa Decisão:

a) Anexo I – Procedimento para Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas

de Combustíveis – Roteiro Único

b) Anexo II – Quadros de Exigências para o Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas

Retalhistas de Combustíveis, contendo 4 sub-anexos;

c) Anexo III – Roteiro de Inspeção de Tanques Aéreos de Armazenamento de Combustíveis

e suas Tubulações

d) Anexo IV – Procedimento para Identificação de Passivos Ambientais em

Estabelecimentos com Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis (SASC),

contendo 3 sub-anexos: tabela para determinação do número de sondagens, procedimento

para avaliação de gases no solo e procedimento para amostragem de água subterrânea;

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2007 Monografia I

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e) Anexo V – Procedimento para Identificação de Passivos Ambientais em Estabelecimentos

com Sistema de Armazenamento Aéreo de Combustíveis (SAAC), contendo um único sub

anexo para amostragem de água subterrânea;

f) Anexo VI – Procedimento para Remoção de Tanques e Desmobilização de Sistema de

Armazenamento e Abastecimento de Combustíveis, contendo um único sub anexo para

avaliação de gases no solo;

g) Anexo VII – Ações Corretivas Baseadas em Risco (ACBR) Aplicadas a Áreas

Contaminadas com Hidrocarbonetos Derivados de Petróleo e Outros Combustíveis

Líquidos – Procedimentos, contendo 3 sub-anexos: tabelas de referência dos Níveis

Aceitáveis Baseados no Risco (NABR), bibliografia consultada, glossário de termos

utilizados no ACBR.

Na Bahia, o licenciamento de postos de combustíveis começou a partir de 28 de Junho

de 2002, através da promulgação da Resolução CEPRAM nº 2986, regulamentada pela Norma

Técnica NT-005/02. Após essa resolução, a fiscalização a estes estabelecimentos aumentou e

desde então, vários postos de combustíveis e depósitos de derivados de petróleo já foram

multados pelo CRA, devido a vários tipos de irregularidades (ausência de licença ambiental,

contaminação do solo e águas subterrâneas, descarte de efluentes líquidos e resíduos sólidos

de forma inadequada, dentre outras). Tomando como referência a planilha de controle de

multas de infração do CRA, disponibilizada no próprio site do órgão (CENTRO DE

RECURSOS AMBIENTAIS, 2006) verifica-se um número significativo de autuações sobre

estes estabelecimentos, conforme quadro abaixo.

Tabela 2.5: Autuações em Postos de Combustíveis na Bahia

Ano Nº de Multas Percentual Entre Todas as Autuações (%)

Valor das Multas

2003 39 14,9

2004 10 5,0

2005 19 7,2

Média de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00

Valor Máximo de R$ 40.000,00

Fonte: CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS, 2006.

Não foi possível determinar a origem das irregularidades, mas as causadas por

contaminação do solo e águas subterrâneas devem ter uma parcela significativa do total,

devido à idade avançada dos tanques ainda não trocados por novos e o não atendimento as

normas construtivas e de instalação destes equipamentos (NBR-13.312 e NBR-13.788).

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2007 Monografia I

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Em 2006, a Norma Técnica NT-005/02 passou por modificações importantes e agora a

legislação que regulamenta este assunto é a Resolução CEPRAM nº 3656, de 25 de agosto de

2006, através da Norma Técnica NT-002/2006. Essa norma ficou mais criteriosa do que a

anterior pela exigência de atendimento a padrões normativos; e maior número de medidas

preventivas para o controle dos impactos relacionados à atividade dos postos de combustíveis.

Outros aspectos apresentados nessa nova norma técnica podem ser destacados como avanço,

como por exemplo:

a) relação de normas da ABNT e legislações relacionadas ao assunto mais completa, com a

inclusão de um tópico exclusivo para as normas de referência e documentos de referência;

b) necessidade de licenciamento para desativação de postos de combustíveis;

c) licenciamento de postos de combustíveis poderá ser realizado pelos municípios;

d) aumento da Capacidade de Armazenamento - CA e a diferenciação entre sistemas de

armazenamento exclusivos para líquidos e para líquido e gases;

e) maior aderência entre as exigências para licenciamento com padrões normativos

existentes, esclarecendo para o empreendedor o padrão que deverá ser seguido.

f) disposições específicas separadas para sistemas com tanques subterrâneos, tanques aéreos

e sistema de abastecimento de gás natural. Observa-se nestas medidas a determinação de

freqüência para execução de testes de estanqueidade e testes hidrostáticos;

g) disposições específicas para o atendimento de emergência ambiental e remediação,

apresentando, na própria norma do CRA, a lista de valores para avaliação da qualidade do

solo e água subterrânea;

h) maior clareza na relação de informações e documentos que devem ser fornecidos ao CRA,

de acordo com o estágio de funcionamento do estabelecimento e ao atendimento a padrões

normativos (1- empreendimentos novos, 2- empreendimentos operando e reformados de

acordo com o padrão estabelecido e 3- empreendimentos operando mas com reformas fora

do padrão estabelecido).

De acordo com esta nova norma do CRA, os postos de combustíveis devem ser

classificados segundo sua capacidade de armazenamento. As instalações classificadas como

de porte MICRO ou PEQUENO serão objeto de Licença Simplificada (LS); as de Porte

MÉDIO, GRANDE ou EXCEPCIONAL serão objeto de Licença de Implantação (LI) e

Licença de Operação (LO). Ficam dispensadas do licenciamento ambiental as instalações

aéreas com capacidade total de armazenamento menor ou igual a 15 m³ (quinze metros

cúbicos), desde que destinadas exclusivamente ao abastecimento do detentor das instalações.

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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Apesar da NT-002/2006 estabelecer um melhor controle do processo de licenciamento

ambiental e da prevenção dos impactos ambientais relacionados às atividades dos postos de

combustíveis; esta norma não define padrões a serem seguidos para as medidas corretivas

necessárias, em caso de acidentes ambientais tipo vazamentos e derramamentos de

combustíveis. Como por exemplo, é pedido que o empreendedor tome ações cabíveis

imediatas para controle de situações de emergência, mas não se estabelecem quais e nem que

norma de referência poderia ser seguida. O Plano de Atendimento de Emergência pede que

atenda a NR 23 do MTR, mas esta norma regulamentadora está relacionada apenas a proteção

contra incêndios, não estabelece os requisitos para combater os vazamentos e derramamentos

de combustíveis. Como eliminar de imediato o vazamento ou transbordamento do produto?

Como retirar ou coletar o produto que vazou? Como esvaziar um tanque que está sob suspeita

de vazamento? Como medir e eliminar os riscos de explosividade em ambientes fechados? É

necessário definir os requisitos mínimos para que o empreendedor possa ter uma equipe

capacitada e possa atuar adequadamente em todos os tipos de emergências. É necessário

definir padrões mínimos de: nº de pessoas da equipe de atendimento de emergência, EPIs,

ferramentas e equipamentos de monitoramento necessários, treinamentos, dentre outros.

Atualmente a definição das ações corretivas para vazamentos e derramamentos está a cargo

apenas do empreendedor, o CRA fica apenas responsável em aprovar ou não. A NT -

002/2006 poderia ter estabelecido que o Plano de Atendimento a Emergência seguisse uma

norma mais abrangente, não restrita a incêndios e explosões e que atendesse a realidade dos

postos de abastecimento.

Uma questão importante que também deve ser ressaltada é que atualmente o CRA não

realiza atendimento emergencial em postos de combustíveis (GOUVEIA, 2004, p. 9), ou seja,

o órgão não dispõe de uma equipe especializada e preparada que possa apoiar e orientar no

local, os atendimentos aos casos de emergências. Em caso de acidentes, apenas o corpo de

bombeiros e a defesa civil irão atuar para ajudar na solução do problema.

Em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, os atendimentos as

emergências relacionadas a vazamentos e derramamentos de combustíveis de postos de

serviços também são realizados pelos bombeiros e defesa civil, mas contam com o apoio de

equipe de emergências do órgão ambiental (GOUVEIA, 2004, p. 9). A Bahia é o sétimo

estado do Brasil em número de postos de combustíveis (1246 postos em 2002, segundo a

ANP), e é o maior em número de postos no norte-nordeste. Portanto, em áreas metropolitanas

como Salvador, com cerca de duzentos postos revendedores (SINDICATO DE

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS, 2006), o órgão ambiental deveria ter uma equipe

para pronto atendimento a emergências ambientais. No momento, faltam legislações que

propiciem a criação e participação desta equipe especializada, pois é no órgão ambiental que

estão as informações e o conhecimento que ajudariam a extinguir o problema.

No município de Salvador, para que um posto de combustível, ou qualquer outro

estabelecimento comercial, seja instalado, é necessário atender as disposições dos seguintes

instrumentos legais, conforme apresentado na tabela 2.6:

Tabela 2.6: Legislações Municipais Relacionadas à Instalação de Posto de Combustíveis em Salvador

INSTRUMENTOS LEGAIS DESCRIÇÃO

Lei 3377/84 - Lei do Ordenamento

do Uso e da Ocupação do Solo

Lei 3.903/88 - Código de Obras

Estas leis estabelecem aspectos construtivos que devem ser

obedecidos para que o empreendimento obtenha o Alvará de

Construção e depois o Alvará de Funcionamento

Decreto nº 13.131/01 Complementa as leis nº 3377 e nº 3903 e determina através do

artigo 3 que fossem atendidas as regulamentações: Portarias da

ANP nº 116/00 e nº 32/01, a Norma Técnica NBR12.236/1994,

Resolução Conama nº 273/00, Portarias do INMETRO nº 75/96

e nº 32/97

No artigo 4 do Decreto nº 13.131, é estabelecido que a cada três anos, o posto de

combustível deverá requerer a vistoria da Superintendência de Controle e Ordenamento do

Solo do Município – SUCOM, objetivando verificar o atendimento às questões de segurança

do estabelecimento (SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE E ORDENAMENTO DO

USO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR, 2006). Para que seja feita a vistoria, o

posto deverá apresentar os certificados do corpo de bombeiros, órgão ambiental, ANP e

INMETRO. Este Decreto alinhou a legislação municipal às principais regulamentações

federais e estaduais relacionadas à atividade dos postos de combustíveis, entretanto, faltam

legislações municipais específicas que melhor regulamentem este assunto. Esta demanda

poderá ser suprida futuramente pela Superintendência do Meio Ambiente – SMA do

município, criada em 28 de dezembro de 2004, que tem como uma de suas competências o

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licenciamento ambiental (SUPERINTENDÊNCIA DE MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO

DE SALVADOR, 2006).

2.4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO RBCA (ASTM E 1739 – 95) E ACBR

(CETESB 10/2006/C)

A forma tradicional de se fazer o gerenciamento de áreas contaminadas é baseado no

perigo que a contaminação representa, sendo direcionado para que a massa de contaminantes

presentes no local seja reduzida a níveis naturais (chamado background) ou atinja os valores

de referência conservativos estabelecidos por agências reguladoras. Esta abordagem tem

como foco à “limpeza total” dos locais, a níveis que permitam sua re-utilização, independente

do fim a que se destinam. A experiência ao longo do tempo demonstrou que tal sistemática

não é eficaz na utilização de recursos, tanto humano quanto financeiro e tecnológico, pois

freqüentemente o benefício final não é proporcional à quantidade de esforços, e os riscos de

exposição aos contaminantes não são suficientemente minimizados.

Visando um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, foi desenvolvida uma

abordagem para o gerenciamento de áreas contaminadas, não mais baseada no perigo, mas

sim no risco que este perigo representa. Esta filosofia foi inicialmente desenvolvida pela

agência ambiental americana Environmental Protection Agency - EPA e posteriormente

homologada pela American Society for Testing and Materials - ASTM, e vem sendo utilizada

cada vez mais pelos órgãos ambientais e pela indústria do mundo inteiro para a identificação e

diagnóstico de áreas contaminadas e determinação da necessidade de ações corretivas.

Uma dessas abordagens de análise de risco é denominada Risk-Based Corrective

Action – RBCA, descrita pela norma norte-americana ASTM E1739 – 95 Standard Guide for

Risk-Based Corrective Action - RBCA Applied at Petroleum Release Sites. O RBCA utiliza

métodos de avaliação de exposição e risco, bem como modelos matemáticos de transporte de

contaminantes. Esta metodologia fornece subsídios técnicos a um processo mais racional de

tomada de decisões relacionadas à alocação de recursos em uma determinada área, definindo

a necessidade e a prioridade de ações corretivas, os graus de remediação aceitáveis em relação

à saúde e ao meio ambiente, e as alternativas tecnológicas aplicáveis a cada caso. Os graus de

remediação são estabelecidos tendo em vista valores-alvo a serem atingidos para as

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2007 Monografia I

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concentrações dos contaminantes de interesse no ambiente impactado. Abaixo do valor-alvo é

considerado que não existem efeitos adversos inaceitáveis aos receptores do determinado

local.

A grande vantagem de uma análise de risco baseia-se no fato de poder avaliar uma

determinada área isoladamente, ou mesmo parte desta área individualmente. Desta forma, é

possível estabelecer medidas de remediação específicas para cada nível de risco identificado.

Através da identificação e quantificação, os riscos, quando considerados não aceitáveis, terão

que ser estabelecidas algum tipo de intervenção para poder reduzir a níveis aceitáveis.

O tipo de intervenção que pode ser direto ou indireto é definido em função das

características da área (residencial, industrial, comercial) ou das exigências das partes

envolvidas (proprietários, órgão ambientais, sociedade em geral). A intervenção direta

significa a aplicação de medidas de remediação para redução dos níveis de contaminantes. Já

a intervenção indireta pode ser a aplicação de mecanismos que impeçam o contato entre os

potenciais receptores e as vias de exposição relevantes, não caracterizando desta forma o

conceito de risco.

O RBCA, por utilizar uma análise direcionada, precisa estabelecer um modelo

conceitual específico para cada local a ser avaliado, de tal forma que permita um

entendimento qualitativo da atual situação da área em questão. Este modelo inicial é

normalmente estabelecido com base nos dados obtidos, após as investigações preliminares de

reconhecimento do site, e por coleta de dados, que devem informar:

a) histórico de uso da área, fontes de contaminação, contaminantes de interesse, extensão do

meio afetado, os potenciais receptores, vias de transporte e exposição;

b) características da área e seu contexto local e regional (informações da geologia,

hidrogeologia, topografia);

c) utilização atual e futura do local.

Conforme mostrado na figura 2.2, o modelo conceitual apresenta uma visão global da

área com base nas informações disponíveis, dentre elas: potenciais fontes de contaminação,

receptores, mecanismos de transporte e vias de exposição.

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Figura 2.2: Cenário Hipotético de Contaminação

A visualização mostrada na figura 2.2 ajuda a identificar a necessidade de ações

iniciais de controle de perigos potenciais, de determinar as incertezas e apontar a necessidade

de informações adicionais que confirmem ou não as hipóteses assumidas inicialmente. O

modelo conceitual deve ser considerado como uma ferramenta dinâmica, necessária para

aplicação da metodologia RBCA, devendo ser atualizado de acordo com o avanço do

conhecimento do site no decorrer do processo da análise de risco. Desta forma se garantirá

que aspectos fundamentais para a determinação de soluções aceitáveis para o gerenciamento

das áreas contaminadas não sejam esquecidos.

Além do modelo conceitual, a metodologia RBCA utiliza uma abordagem escalonada

em três níveis para a identificação e gerenciamento de riscos. Ressalta-se que em cada nível, é

feita uma avaliação para trabalhar diferentes graus de informação, mas em todos os níveis são

asseguradas premissas que garantam a proteção à saúde, à segurança e ao meio ambiente.

Quanto mais alto o nível da abordagem, maior será o grau de detalhamento necessário

às informações coletadas, assim como mais rigorosos serão os modelos matemáticos

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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aplicados, tornando a definição dos riscos cada vez mais precisa sob as condições específicas

de cada área. Após conclusão de cada nível, poderá ser necessário definir alguma ação de

intervenção (ex.: interdição e isolamento da área, remediação, monitoramento) ou deverá ser

dada continuidade à análise, em níveis mais avançados.

Este procedimento possibilita a otimização de planejamento e de recursos, de acordo

com a especificidade do caso. A análise de risco com a abordagem em níveis é ilustrada na

figura 2.3.

Figura 2.3: Elementos da Análise de Risco em Níveis (ASTM) Fonte: ASTM, 2000.

Visando adaptar a metodologia RBCA às condições específicas locais no Brasil, em

2000, a Câmara Ambiental do Comércio de Derivados de Petróleo desenvolveu um

procedimento chamado de Ações Corretivas Baseadas no Risco (ACBR) para o

gerenciamento da contaminação em postos de serviços, bases de distribuição de combustíveis,

terminais ou em outras áreas, onde sejam manipulados e/ou armazenados compostos

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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derivados de petróleo. Além desta adaptação, o procedimento ACBR teve também como

objetivo, estabelecer tabelas de referência para a análise de nível 1, considerando o risco à

saúde humana e dados específicos para o estado de São Paulo (CÂMARA AMBIENTAL DO

COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO

DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000).

O fluxograma apresentado na figura 2.4 do procedimento ACBR, trás uma visão geral

da metodologia de avaliação de risco:

Figura 2.4: Fluxograma Geral de Abordagem da ACBR Fonte: CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO

ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000.

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De acordo com o procedimento da ACBR, a metodologia desenvolve-se da seguinte

forma:

a) Primeira etapa: começa por investigações preliminares com o objetivo de confirmar a

existência de vazamento e/ou contaminação, a existência de risco e elaborar o modelo

conceitual inicial da área. As principais atividades realizadas na investigação preliminar

são:

- Coleta de informações sobre as instalações, as operações realizadas no local, os produtos

manuseados, o histórico de ocorrências e a existência de estudos anteriores;

- Realização de inspeções na área do estabelecimento e nas edificações vizinhas,

principalmente no sistema hidráulico, sanitário e elétrico, de modo a identificar a existência

de indicadores de contaminação (presença de produto e vapores em ralos, pias, caixas de

passagem, caixas de inspeção, etc.);

- Levantamento do uso e ocupação do solo em um raio de 100 metros;

- Identificação dos receptores potenciais (trabalhadores do posto, trabalhadores eventuais,

moradores da vizinhança, etc.) e das vias de exposição existentes na área (ex.: ingestão de

água, contato dermal, inalação, etc.).

Com base na investigação preliminar deve ser desenvolvido um modelo conceitual

visando à identificação dos cenários de exposição atuais e potenciais. Para definição dos

cenários de exposição devem ser obtidas as seguintes informações: meio impactado (ex.: solo,

água, ar) fontes primárias (ex.: tanques subterrâneos) e fontes secundárias de poluição (ex.:

solo contaminado); compostos químicos de interesse (CQI) para a área; mecanismos de

transporte (ex.: volatização, lixiviação, dispersão atmosférica) e dos caminhos de exposição

(ex.: uso de água contaminada de poços de abastecimentos, obras de abertura de piso no local,

serviços de varrição); vias de ingresso (ex.: ingestão de água, contato dermal, inalação,

consumo de vegetais contaminados); receptores atuais e potenciais, dentro e fora da área

impactada.

Vale ressaltar que o modelo conceitual do site deve ser atualizado á medida que sejam

obtidas novas informações relevantes e/ou mais detalhadas sobre a área, ou caso ocorra

alguma modificação relacionada ao uso e ocupação das áreas do entorno à contaminação.

A definição do modelo conceitual de exposição permitirá que a área seja classificada

com base no risco que possa oferecer à saúde humana, à segurança da população, ao

patrimônio e ao meio ambiente. Esta classificação será importante para orientar a

implementação, ou não, de ações emergenciais, destinadas a minimizar os riscos agudos e

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torná-los aceitáveis, bem como de ações que contenham a expansão dos contaminantes em

todas as fases (produto livre, dissolvido ou na forma de vapor). A tabela 2.7 apresenta um

exemplo de classificação de áreas e de ações de resposta que podem ser adotadas em função

dos cenários observados.

Tabela 2.7: Classificação de Áreas e de Ações de Resposta para Tipo 1 – Risco Imediato

CRITÉRIOS PARA ENQUADRAMENTO EXEMPLOS DE AÇÕES DE RESPOSTA

- Níveis de explosividade que possam causar riscos à

segurança das pessoas ou ao patrimônio estão presentes

em uma residência ou em outra construção.

- Produto em fase livre está presente em quantidades

significativas na superfície do solo, em corpos d’água

superficiais, em outras linhas de utilidades que não sejam

as de suprimento de água ou em galerias de águas

pluviais.

- Um poço ativo de suprimento de água, uma linha de

abastecimento de água, ou tomada superficial de água para

consumo humano estão impactados ou imediatamente

ameaçados.

- As concentrações de vapor ou partículas no ambiente

excedem as concentrações de referência de uma exposição

aguda.

- Vapores em níveis explosivos estão presentes em

sistema(s) de utilidade(s) subsuperficial, mas nenhuma

construção ou residência foi afetada.

- Um habitat sensível (manguezais, restinga, mata

atlântica, etc.), áreas de proteção ambiental ou receptores

sensíveis (espécies economicamente importantes, espécies

em perigo ou ameaçadas) estão impactados ou afetados.

Notificar as autoridades apropriadas, donos das

propriedades, partes potencialmente afetadas e

avaliar a necessidade de:

- Evacuar a vizinhança imediata e dar inicio às

medidas de mitigação tais como ventilação.

- Prevenir a migração futura de produto em fase livre

por meio de medidas de contenção apropriadas,

instituir recuperação de produto em fase livre, e

restringir o acesso à área.

- Notificar usuário(s), prover fonte alternativa de

água, controlar hidraulicamente a água contaminada,

e tratar a água no ponto de consumo.

- Instalar barreiras de vapor (tampões, espumas, e

assim por diante), remover fonte, ou restringir o

acesso à área afetada.

- Evacuar os ocupantes e dar início às medidas de

mitigação tais como ventilação da área ou

pressurização do prédio.

- Minimizar a extensão do impacto com medidas de

contenção e implementar gerenciamento do habitat

para minimizar a exposição.

Fonte: CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000.

No procedimento da ACBR existem outros exemplos de ações para outros níveis de

risco, como os riscos de curto prazo (0 a 2 anos), riscos de longo prazo (mais do que 2 anos) e

nenhum risco demonstrável.

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Uma vez feita a investigação preliminar e, em caso de necessidade, realizadas as ações

emergenciais, passa-se para a segunda etapa.

b) Segunda etapa: investigação confirmatória cujo principal objetivo é confirmar a existência

de contaminação em subsuperfície, localizando os pontos de maiores concentrações dos

compostos químicos de interesse (CQI).

Nesta etapa são geradas informações que poderão ser utilizadas na avaliação no nível

1. Sendo assim, as investigações de campo são conduzidas com o foco na identificação das

concentrações dos CQI para cada meio impactado que foi considerado como fonte secundária

de contaminação em pelo menos um cenário de exposição.

Através da investigação confirmatória, o modelo conceitual deve ser atualizado a

partir dos dados obtidos, podendo haver uma reclassificação da área. Esta reclassificação deve

ser considerada quando informações adicionais obtidas indicarem uma mudança expressiva

nas condições da área, ou caso ocorra alguma mudança significativa no quadro da

contaminação da área devido à implementação das ações de resposta.

Após atualização do modelo conceitual, prossegue-se para uma nova etapa.

c) Terceira etapa: avaliação da área no nível 1. Para isto é feita a comparação das maiores

concentrações dos CQI observadas na área de estudo com os valores calculados dos

Níveis de Avaliação Baseados no Risco - NABR, também denominado de RBSL (Risc-

Based Screening Levels), que estão apresentados em forma de tabela e podem ser

encontrados no procedimento da ACBR. A título de exemplo, uma dessas tabelas está

apresentada na figura 2.5, para o composto químico de interesse benzeno.

Os valores dos NABR indicados nestas tabelas foram calculados através de fórmulas

matemáticas que relacionam parâmetros toxicológicos, de exposição, do meio físico e

características físico-químicas dos CQI. Estas fórmulas estão apresentadas no procedimento

ACBR. Cada NABR foi calculado de forma restritiva e conservadora, sendo adotados os

valores correspondentes à mediana dos dados identificados para as propriedades inerentes ao

meio físico representativo do Estado de São Paulo, e valores conservadores relativos aos

parâmetros de exposição. Para cada cenário de exposição a ser avaliado no nível 1, foi

calculado um valor de NABR correspondente.

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Figura 2.5: Tabela de Nível de Avaliação Baseados no Risco – Benzeno. Fonte: CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO

DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000.

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De acordo com o procedimento do ACBR os pontos de exposição (POE) são

considerados como os pontos de potencial contato entre um receptor e um meio contaminado

e os pontos de conformidade (POC), são os locais selecionados entre as áreas de fonte e os

pontos potenciais de exposição, onde as concentrações dos CQI, devem estar abaixo, ou nos

níveis alvo determinados para o meio.

Na avaliação de nível 1 é feita uma comparação das concentrações encontradas na área

com os valores dos NABR das tabelas de referência, onde os pontos – POE e os pontos – POC

são assumidos de forma conservadora como estando sobre a área-fonte, onde as mais altas

concentrações dos CQI foram identificadas. Entretanto, esta comparação também deve

considerar as concentrações de background dos CQI, uma vez que os NABR podem, por

vezes, ser inferiores às concentrações de background. Outros critérios de referência também

podem ser adotados para auxiliar na avaliação no nível 1, como por exemplo:

- critérios estéticos associados ao local estudado e à sua vizinhança;

- valores de background para a região;

- legislações municipais ou estaduais;

- determinações decorrentes, por exemplo, de acordos firmados entre a agência ambiental,

o ministério público e o proprietário da área.

Após a comparação das concentrações dos CQI com os NABR correspondentes inicia-se

outra etapa.

d) Quarta etapa: esta etapa corresponde a um processo de avaliação da necessidade de algum

tipo de ação na área (ex: monitoramento, remediação, controle institucional, controle de

engenharia, etc.), ou de passar para um nível mais alto da avaliação de risco.

Caso as concentrações encontradas na área estejam de acordo com os NABR e outros

critérios estabelecidos, deve-se avaliar a possibilidade de se monitorar a área impactada e as

áreas próximas, segundo um plano de monitoramento, não sendo necessárias ações imediatas

de remediação. Já se os níveis de concentração observados na área ultrapassarem os NABR,

deverá ser avaliada a necessidade de adotar medidas de remediação, ou a possibilidade de

investigações adicionais na área para passar de nível.

No caso da implantação de um programa de ação corretiva, as metas propostas com

base nos dados levantados devem ser avaliadas levando-se em consideração a viabilidade

técnico-econômica de implementação. Um programa de remediação deve proporcionar a

combinação entre a remoção da fonte, técnicas de tratamento e tecnologias de contenção,

assim como controles institucionais e de engenharia.

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2007 Monografia I

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Se as metas de remedição forem consideradas impraticáveis ou se existe alguma

limitação tecnológica ou financeira, devem-se conduzir os trabalhos para um nível de maior

detalhamento de informações, considerando a coleta de dados adicionais da área para

desenvolvimento da Concentração Meta Específica da Área - CMEA nos níveis 2 e/ou 3.

Nível 2 - Deverão ser calculadas as concentrações - CMEA específicas para a área em

estudo, sendo que estas servirão como base para os programas de ações corretivas (projetos de

remediação e/ou monitoramento).

Ressalta-se que existem outras fontes que denominam os CMEA de SSTL (Níveis

Alvo Específicos da Área - Site-Specific Target Levels).

No nível 2 devem ser estabelecidos os pontos de conformidade - POC e calculadas as

CMEA para os compostos químicos de interesse - CQI, assim definidos para o POC, para a

área-fonte e para os pontos de exposição - POE. Também devem ser identificados os cenários

de exposição indireta a serem avaliados (cenário indiretos são aqueles em que o risco é

avaliado para um meio que não está em contato direto com os receptores, mas que poderá

afetá-los em decorrência do transporte do CQI no meio físico). O nível 2 do ACBR possibilita

o cálculo da CMEA considerando múltiplos cenários de exposição.

As CMEA são calculadas através da associação entre dados obtidos por meio da

investigação adicional e dos resultados do modelamento matemático de transporte e atenuação

desenvolvido com dados específicos da área em estudo. Desta forma é possível quantificar as

concentrações teóricas nos POE e POC, utilizando como concentrações iniciais as obtidas nas

áreas fonte da contaminação.

A definição dos modelos matemáticos de transporte e atenuação de contaminantes em

meio saturado e não saturado utilizados no nível 2 deve ser feita em função da complexidade

de cada meio contaminado e da importância de cada cenário de exposição a ser avaliado.

Podem ser utilizados modelos matemáticos analíticos, numéricos ou até mesmo a combinação

dos dois tipos de modelagem. Associados aos modelos de transporte de contaminantes, é

possível utilizar modelos que estimam as taxas de bioatenuação específicas para a área em

estudo.

As concentrações nos POE e POC, no nível 2, também podem ser obtidas por meio de

medidas diretas em campo, ou pela realização de análises químicas de amostras de solo, água

e ar.

Depois de calculada as CMEA para cada cenário de exposição e CQI considerado para

a área, estas concentrações devem ser comparadas com as concentrações observadas nos POE

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2007 Monografia I

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e POC, identificando-se os cenários que apresentam concentrações no POE e POC acima das

CMEA.

Caso as CMEA estejam abaixo das concentrações observadas nos POE e POC, deve-

se elaborar um plano de monitoramento considerando os POC como ponto de interesse para o

cenário avaliado, não sendo necessárias ações imediatas de remediação. No entanto, se os

níveis de concentração observados na área ultrapassarem as CMEA calculadas para cada

cenário avaliado, deverá ser verificada a necessidade de adotar medidas de remediação, ou a

possibilidade de investigações adicionais para passagem ao nível 3.

Se a opção selecionada for o desenvolvimento e implantação de um projeto de

remediação, deve ser realizada uma avaliação das técnicas de remediação aplicáveis ao caso

para identificar a alternativa de melhor relação custo-benefício para atingir as metas definidas

pelas CMEA.

Projetos detalhados e desenvolvimento das especificações necessárias devem ser

realizados para instalação e operação do sistema de remediação proposto. O sistema ou a ação

de remediação deve funcionar até quando as concentrações dos CQI não mais estiverem

acima das CMEA, nos POE, POC e/ou áreas-fonte. Um plano de monitoramento será

necessário para demonstrar a efetividade das ações de remediação implementadas, podendo

confirmar uma pior, melhor ou inalterada condição da contaminação da área.

O programa de ação corretiva é concluído quando as metas de remediação são

atingidas ou quando tiver sido demonstrado que as CMEA foram atingidas nos POE, POC ou

áreas-fonte; e assim, o monitoramento do local é encerrado, pois a área não apresentará mais

riscos. Caso tenham sido exigidos controles institucionais (formas de restrição ao uso ou

acesso ao local, ex: cercas, muros, etc) eles devem permanecer instalados.

Em janeiro de 2006, a CETESB revisou o procedimento da ACBR apresentando um

conjunto de novos procedimentos para licenciamento de postos e sistemas retalhistas de

combustíveis, através da Decisão da diretoria da CETESB nº 010-2006-C. Este novo

procedimento estabelece claramente as ações que devem ser tomadas no decorrer da análise

de risco, conforme apresentado na figura 2.6.

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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Figura 2.6: Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicação da Metodologia

ACBR Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a)

Nota-se, como principais mudanças, o direcionamento das ações corretivas a serem

tomadas. Estas ações corretivas são denominadas de ações respostas, são estabelecidas três

ações respostas ao longo da análise de risco. A ação resposta 1 é determinada para atender ao

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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risco imediato; a ação resposta 2 é para eliminar a fase livre; e a ação resposta 3 é para atingir

as metas de remediação (NABR ou CMEA). Estas ações são tomadas de acordo com a

evolução de investigação do caso e da análise custo beneficio e as atividades que as compõe

estão listadas no procedimento. Observa-se que na análise de risco nível 1, diferentemente do

procedimento ACBR anterior, os valores encontrados do site são comparados com os valores

de intervenção da CETESB – Lista de Valores Orientativos (COMPANHIA DE

TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2005d) e depois com os valores NABR

(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a) que

também estão diferentes dos valores do procedimento anterior.

2.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCO C- SOIL

A Holanda foi o primeiro país a desenvolver padrões de qualidade para solos e águas

subterrâneas utilizando critérios numéricos para controle e prevenção da poluição. A Lei de

Proteção do Solo de 1994 do Ministério da Habitação, Planejamento Espacial e Meio

Ambiente - VROM estabeleceu os padrões holandeses atualmente em vigor. Os valores

propostos por esta Lei resultaram de pesquisas científicas e conhecimentos adquiridos através

de modelos matemáticos de análise de risco.

O modelo de análise de risco C-SOIL foi desenvolvido para avaliar a exposição

humana à solos contaminados. Os modelos matemáticos do CSOIL incorporam a:

a) distribuição entre as fases do solo;

b) transferência a partir das diferentes fases do solo para o meio (interface) de contato;

c) exposição direta e indireta.

Os cálculos do C-SOIL tem como ponto de partida o conteúdo do solo (Van Den

BERG, 1991/1994). Segundo a teoria da fugacidade de MACKAY e PATERSON (1981) é

calculada a distribuição entre as fases móveis do solo (água intersticial e vapor). As rotas de

exposição disponíveis no modelo são: inalação de ar; inalação de partículas de solo; absorção

dermal a partir do solo; ingestão de solos; consumo de água; inalação durante o banho;

absorção dermal durante o banho; consumo de produtos agrícolas. O conceito do modelo

CSOIL é apresentado na figura 2.7.

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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Conteúdo Representativonos Solos

Concentração nosVapores do Solo

Ingestão, Inalaçãoe Absorção Dermal

de Solo

Inalação eAbsorção

Dermal do Ar

Adsorção eAcúmulo naVegetação

Consumode

Vegetação

Concentração nasÁguas Intersticiais

Transporte paraa Superfície

Transporte para asÁguas Subterrâneas

Transporte paraÁguas de

Abastecimento

Permeação Através das Águas deAbastecimento

Diluição no ArInterno e Externo

Ingestão de Água deAbastecimento, Contato

Dermal e Inalação Duranteo Banho

Distribuiçãoentre asFraçõesdo Solo

Processosde

Transferência

ExposiçãoDireta

ExposiçãoIndireta

Figura 2.7: Estrutura Conceitual do Modelo C-Soil Fonte: COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a

O modelo matemático C-Soil foi conceitualmente desenvolvido pelo Instituto de

Saúde Pública e Proteção Ambiental da Holanda – RIVM e transformado em uma planilha

eletrônica pela empresa Tauw Milieu, com o nome comercial “XS”. O C-Soil é fundamentado

na metodologia de análise de risco e baseia-se através da Norma Holandesa de Proteção aos

Solos em dois níveis de qualidade de solos e águas subterrâneas, denominados: S (Valor de

Referência) e I (Valor de Intervenção).

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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O Valor de Referência S foi definido em função do risco potencial a ecossistemas,

indicando assim a qualidade ambiental para todos os propósitos de utilização. Já o Valor de

Intervenção I foi definido com base no risco potencial a seres humanos e ecossistemas. Estes

dois níveis permitem definir a qualidade ambiental do meio, classificando-o numa escala de

limpo até severamente poluído.

Além dos valores de Referência S e I, há um terceiro, denominado T (Valor de Alerta),

o qual pode ser considerado como “levemente poluído”, utilizado para a indicação da

necessidade de investigações adicionais. É importante ressaltar que este valor não se baseia

em avaliações de risco, mas sim, à média aritmética entre os valores S e I.

Os valores de referência S, T e I definidos pela Norma Holandesa (também conhecida

por Lista Holandesa) independem da utilização do solo, isto é, correspondem a um único

cenário padrão de uso, aplicável a áreas residenciais, industriais, reservas naturais, dentre

outras.

Caso seja excedido algum valor de intervenção (I), o conceito genérico adotado para a

remediação é o estabelecimento das características multifuncionais do solo. Nos casos em que

a remediação não é viável, devido aos efeitos adversos da remediação ao meio ambiente, ou

por problemas e limitações técnicas e/ou econômicas, devem ser adotadas medidas de

prevenção à exposição, tais como o isolamento ou contenção da contaminação. Esta decisão

deve ser tomada com base nos resultados da análise de risco específica para o local.

A decisão sobre a necessidade de remediação é baseada na avaliação da situação caso

a caso, ou seja, nos riscos específicos existentes em cada área. A Lista Holandesa não define

valores-padrão para diferentes tipos de utilização uma vez que o risco pode variar em função

da utilização específica do solo. Ou seja, para cada situação devem ser definidos os riscos

específicos em função de variáveis tais como: tipo de solo, utilização, características das

edificações e infra-estrutura existente, além do comportamento humano naquela região.

A avaliação do risco de um contaminante envolve a comparação entre o nível de

exposição máxima tolerável e a ingestão total estimada (somatória de todas as vias de

exposição). È considerado que uma contaminação de solo ou água subterrânea não é aceitável

se o risco à saúde pública exceder o Risco Máximo Tolerável (RMT).

O RMT pode ser considerado como a dose máxima de um contaminante ingerida pelo

organismo exposto, no caso, o homem, sem que hajam efeitos adversos em períodos

prolongados de exposição.

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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Inicialmente, deve-se fazer uma distinção entre os tipos de contaminantes avaliados

pelo modelo C-SOIL, os quais são divididos em dois grupos: não-carcinogênicos e

carcinogênicos.

Para compostos carcinogênicos, o valor do RMT calculado pelo modelo C-SOIL,

baseado no peso corpóreo, corresponde a dose de contaminante que gera um risco adicional

de ocorrer um caso de tumor letal em 10.000 indivíduos expostos durante toda a vida, ou seja,

um fator de 10-4.

Para compostos não-carcinogênicos, o RMT para a ingestão, determinado através do

TDI (Tolerable Daily Intake) ou Ingestão Diária Tolerável corresponde à quantidade de

contaminante, expressa com base no peso corpóreo, a qual um ser humano pode ser

diariamente exposto, ao longo de toda sua vida, sem sofrer efeitos adversos à saúde. Caso o

valor de TDI não seja conhecido, o modelo utiliza, ou a Dose de Referência (RfD – Reference

Dose) definida pela EPA - USA, ou a Ingestão Diária Aceitável (ADI – Acceptable Daily

Intake), definida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Para uso no Brasil, especificamente no estado de São Paulo, a CETESB utilizou o

modelo C-SOIL para elaborar a Lista de Valores Orientadores para Solo e Águas Subterrânea.

Em 2005, esta Lista foi revisada, tendo sido aprovada pela Diretoria da CETESB através do

documento Nº 195-2005- E. Diferentemente da Lista Holandesa, a CETESB determinou os

valores de intervenção para diferentes cenários e padrões de uso. Foram considerados valores

de intervenção distintos para áreas agrícolas, residenciais e industriais. A CETESB indica

seus valores referenciais da seguinte forma:

VRQ (Valor de Referência de Qualidade) é a concentração de determinada substância

no solo ou na água subterrânea, que define um solo como limpo ou a água subterrânea com

qualidade natural; e foi determinado com base em interpretação estatística de análises físico-

químicas de amostras de diversos tipos de solos e amostras de águas subterrâneas de diversos

aqüíferos do estado de São Paulo. Deve ser utilizado como referência nas ações de prevenção

da poluição do solo e das águas subterrâneas e de controle de áreas contaminadas.

VP (Valor de Prevenção) é a concentração de determinada substância, acima da qual

podem ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea. Este valor

indica a qualidade de um solo capaz de sustentar as suas funções primárias, protegendo-se os

receptores ecológicos e a qualidade das águas subterrâneas. Foi determinado para o solo com

base em ensaios com receptores ecológicos. Deve ser utilizado para disciplinar a introdução

de substâncias no solo e, quando ultrapassado, a continuidade da atividade será submetida a

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2007 Monografia I

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nova avaliação, devendo os responsáveis legais pela introdução das cargas poluentes proceder

o monitoramento dos impactos decorrentes.

VI (Valor de Intervenção) é a concentração de determinada substância no solo ou na

água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde

humana, considerado um cenário de exposição genérico. Para o solo, foi calculado utilizando-

se procedimento de avaliação de risco à saúde humana para cenários de exposição Agrícola

(considerada como Área de Proteção Máxima – APMax), Residencial e Industrial. Para a água

subterrânea, consideraram-se, como valores de intervenção, as concentrações que causam

risco à saúde humana listadas na Portaria 518, de 26 de março de 2004, do Ministério da

Saúde - MS, complementada com os padrões de potabilidade do Guia da Organização

Mundial de Saúde - OMS de 2004, ou calculados segundo adaptação da metodologia da OMS

utilizada na derivação destes padrões. Em caso de alteração dos padrões da Portaria 518 do

MS, os valores de intervenção para águas subterrâneas serão conseqüentemente alterados. A

área será classificada como “Área Contaminada sob Investigação” quando houver constatação

da presença de contaminantes no solo ou na água subterrânea em concentrações acima dos

Valores de Intervenção (VI), indicando a necessidade de ações para resguardar os receptores

de risco.

A lista da CETESB tem sido largamente referenciada e utilizada por praticamente

todos os demais órgãos ambientais brasileiros para definir a necessidade de medidas de

proteção e/ou remediação do solo e águas subterrâneas, visando a proteção das pessoas e do

meio ambiente. Ela está sendo utilizada atualmente na norma técnica do CRA, a NT-002/2006

e no atual procedimento da CETESB para aplicação da ACBR (COMPANHIA DE

TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a); os Valores de Intervenção (VI)

estão sendo utilizados para efeito de comparação com as concentrações obtidas na área

impactada.

2.6 TECNOLOGIAS DE REMEDIAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

Os principais contaminantes presentes nos postos de combustíveis são o óleo diesel e a

gasolina. Estes compostos orgânicos se comportam nas diversas zonas do solo como um

LNAPL (Light Non Aqueous Phase Liquids) e, de acordo com este comportamento, existe

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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uma grande variedade de processos físico-químicos e biológicos que podem ser aplicados na

remoção destes hidrocarbonetos no solo e na água subterrânea. Processos como extração de

vapores do solo (SVE), recuperação de produto livre, bioventilação, extração com solventes,

incineração, torres de aeração, adsorção em carvão ativado, biorreatores, biorremediação no

local, entre outros, tem sido usados para remover contaminantes orgânicos de águas

subterrâneas e solos. Estes processos podem ser implementados para controlar o movimento

de plumas (contaminantes), tratar águas subterrâneas, e/ou descontaminar solos.

As tecnologias mais utilizadas nos EUA para remediação de solos e águas

subterrâneas contaminadas por vazamentos em tanques subterrâneos de armazenagem

(Underground Storage Tanks-UST) são as que estão apresentadas nos gráficos das figuras 2.8

e 2.9.

Figura 2.8 - Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias

de Remediação de Solo Fonte: EPA, 2004.

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Figura 2.9: Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias

de Remediação de Água Subterrânea Fonte: EPA, 2004.

Estes dois gráficos foram obtidos através do relatório da EPA “Cleaning Up the

Nation’s Waste Sites: Markets and Technology Trends- Edição 2004” (CLEANING UP THE

NATION’S WASTE SITES, 2006), que foi baseado em pesquisas realizadas por esta agência

em 1995 e em 2001. Nesta pesquisa os dados não são exclusivamente de tanques subterrâneos

de postos de combustíveis, mas também de indústrias, de particulares, do governo, dentre

outros.

No Brasil, não foram identificados dados gerais de técnicas de remediação mais

aplicadas no país; entretanto, a CETESB possui estatísticas para o estado de São Paulo. De

acordo com o gráfico abaixo é possível verificar as técnicas mais utilizadas para remediação

neste estado. Este estudo considerou dados desde 2002 até maio de 2006.

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Figura 2.10: Técnicas de Remediação Implantadas no Estado de São Paulo – Período de 2002 até maio de 2006

Fonte: COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006

As informações do gráfico mostram que o bombeamento e tratamento e a recuperação

de fase livre foram as técnicas mais empregadas no tratamento das águas subterrâneas,

enquanto a extração de vapores e a remoção de solo/resíduo destacam-se como as técnicas

mais utilizadas para os solos.

Para definir a melhor técnica de remediação de uma área contaminada de um posto

combustível é necessário fazer um diagnóstico da área. Este diagnóstico visa obter de uma

forma geral as informações necessárias para tomar esta decisão, as quais são:

a) informações gerais do local: nº de tanques, nº de bombas de combustíveis, área de

lavagem, lojas, uso de poços de abastecimento, oficinas mecânica, etc.;

b) histórico das atividades no local para verificar se já ocorreu algum acidente;

c) característica do entorno: existência de córregos, lagos, praia, escolas, creches, hospitais,

etc;

d) características geológicas: tipo de solo, perfil litológico, permeabilidade do solo e

condutividade hidráulica, nível d’água, fluxo da água subterrânea, etc.;

348 276176152

11371

46 37

1411 9 9 9

7 64 3

2 2

11

10

100

1000

Bom

beamento e tratam

ento

Recuperação de fase livre

Extração de vapores

Rem

oção de solo/resíduo

Extração m

ultifásica

Air sparging

Atenuação natural m

onitorada

Barreira hidráulica

Cobertura do resíduo/solo contam

inado

Biorem

ediação

Biosparging

Oxidação/redução quím

ica

Outros

Encapsulam

ento geotécnico

Barreira física

Bioventing

Lavagem de solo

Biopilha

Barreira reativa

Fitorremediação

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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e) características da contaminação: principais contaminantes presentes na água, no solo e no

ar, delimitação da pluma de contaminante, estimativa do volume de contaminante

liberado, taxas de migração e direções do fluxo do contaminante, etc.

Após o diagnóstico ambiental, também é importante realizar a avaliação de risco para

verificar quais são os cenários de exposição mais críticos e determinar a meta de remediação

que deverá ser atingida.

Em alguns casos de contaminação em postos de combustíveis, também poderá ser

necessário realizar ensaios pilotos para verificar a viabilidade técnica e econômica do projeto,

dimensionar o tamanho do sistema de remediação (nº de poços, raio de influência dos poços,

capacidade dos equipamentos de bombeamento e tratamento, parâmetros de operação, etc),

estimar o tempo da remediação e as taxas de remoção dos contaminantes. Atualmente, nos

casos de contaminação em postos de combustíveis têm se evitado realizar ensaios pilotos

devido aos custos envolvidos, mas eles são fundamentais para o sucesso da remediação no

menor tempo e custo possível.

De acordo com as informações obtidas no diagnóstico da contaminação, da análise de

risco do local e dos ensaios pilotos será possível definir a melhor técnica de remediação para a

área.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para atender o objetivo deste trabalho, que foi o de apresentar os procedimentos de

investigação e avaliação da contaminação em postos de combustíveis aplicando a metodologia

de avaliação de risco, tomou-se um caso real de contaminação em um posto de gasolina que

ocorreu nos primeiros anos de 2000, na Região Metropolitana de Salvador.

Foi utilizado neste estudo um procedimento específico da CETESB, que orienta passo

a passo à coleta de dados para identificação de passivos ambientais em estabelecimento com

tanques subterrâneos.

Na aplicação da metodologia da avaliação de risco do caso em questão, também foi

utilizado um procedimento da CETESB. Embora os procedimentos sejam para episódios que

ocorrem no estado de São Paulo, o procedimento foi adaptado ao cenário na RMS, utilizando-

se os dados fornecidos pela empresa de consultoria que atendeu a este evento de

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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contaminação. O fluxograma aplicado neste procedimento está apresentado na figura 2.6, do

item 2.4, referente ao “Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicação da

Metodologia ACBR”.

Algumas informações relativas ao local serão omitidas neste trabalho apenas para

efeito de não-identificação do estabelecimento, mas não prejudicará a caracterização do

estudo de caso.

Ressalta-se que os itens seguintes também foram elaborados com informações obtidas

através da investigação preliminar.

Neste tópico serão apresentadas as características da área que foi utilizada como

estudo de caso para aplicação da metodologia ACBR, objeto de estudo para esta monografia

de especialização.

O posto de combustível que serviu como estudo de caso desta monografia, está

localizado próximo à região central da cidade, conforme apresentado na foto aérea do local

(figura 3.1).

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO POSTO COMBUSTÍVEL NA RMS E DA ÁREA DE

ESTUDO

O posto opera à cerca de 15 anos com uma área de serviços de aproximadamente

3.000 m², onde estão presentes: área de tancagem, área de abastecimento, área para troca de

óleo, loja de conveniência, escritórios e depósito.

O posto possui seis tanques subterrâneos de combustível com capacidade para 15.000

litros cada um, todos em aço carbono simples, sendo 2 destinados ao armazenamento de

gasolina comum, 1 para gasolina aditivada, 2 para diesel comum e 1 para álcool comum.

Estes tanques são abastecidos à distância e os bocais de descarregamento localizam-se a 20

metros da área de tancagem.

Este posto está situado em uma região plana (declividade menor que 5%), de uma

avenida com fluxo de veículos intenso na cidade de Salvador. A área é caracterizada por uma

ocupação predominantemente comercial. Nos arredores (raio de 100 metros) localizam-se

dois terrenos desocupados, uma loja de pneus e edifícios comerciais. Próximo ao local existe

um riacho que se posiciona à jusante do site. De acordo com a ABNT/NBR 13.786 de

Page 54: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Figura 3.1 – Foto Aérea do Local

Localização aproximada do posto de combustível

Usuario
50
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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

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Agosto/2001 que classifica as instalações através da análise do ambiente entorno, este

estabelecimento se enquadra na Classe 3, em função da presença do riacho à jusante ou nas

proximidades. Vale ressaltar que, tal como o riacho, o posto se encontra no fundo de um vale.

Os combustíveis são comercializados através de 4 ilhas de abastecimento com 4

bombas quádruplas em cada uma, sendo 2 ilhas responsáveis pela distribuição de gasolina

comum/aditivada, 1 para álcool comum e gasolina comum/aditivada e 1 para diesel comum e

álcool. Para a comercialização do diesel existe um equipamento de filtragem que se localiza

no limite leste do posto.

A área da troca de óleo localiza-se em um espaço apropriado com um elevador

hidráulico. O óleo queimado é armazenado em um tanque subterrâneo de aço carbono e,

posteriormente, destinado a venda através de empresa devidamente licenciada.

O posto não opera com lavagem de automóveis e a caixa de areia existente no local

apresentava boas condições de uso.

Aparentemente as instalações dos postos encontravam-se em boas condições físicas e

de limpeza, mas foi possível observar algumas manchas de óleo próximas às câmaras de

descarga de combustível dos tanques. Não existia, na ocasião da investigação, tanques ou

linhas desativadas.

O diagnóstico das instalações do posto mostrou as seguintes não conformidades: o

posto não possui serviço público de abastecimento e a água utilizada no mesmo é proveniente

de um poço cacimba, com aproximadamente 8,0 metros de profundidade. Os arredores do

posto possuem serviço de abastecimento público de água. Na área do posto não existem

caixas separadora água/óleo. A área de distribuição de combustíveis é pavimentada com

concreto e o piso no entorno é coberto com bloquetes, entretanto esta área de abastecimento

não possui canaletas para coleta de produtos derramados, assim como não possui o necessário

separador água/óleo. Durante a inspeção ao posto, foi possível observar algumas trincas no

piso concretado. A figura 3.2 apresenta o croqui do posto de gasolina do estudo de caso.

Page 56: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Ilha de abastecimento

Filtro para óleo diesel

Tanque de combustível

Poço de abastecimento

Drenagem

F

ES

CR

ITÓ

RIO

Canteiro

Canteiro

LOJA DE PNEUS

F

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IÊN

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SIT

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RR

EN

OB

AL

DIO

TERRENO BALDIO

p/ centro

p/ orla marítima

Escala Gráfica

0 5 10m

GC

GC

AC

DC

DC

6

GA

DC/AC

AC/GA/GC

GC/GA/GC

GC/GA/GC

LEGENDA:

Figura 3. 2 - CROQUI DO POSTO DE GASOLINA

Usuario
52
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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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3.2 INVESTIGAÇÕES REALIZADAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ACBR

3.2.1 Investigação Preliminar, Coleta de Dados Básicos e Atendimento Emergencial

Uma equipe de atendimento de emergência de uma empresa de consultoria ambiental

foi chamada para investigar o problema quando funcionários do posto observaram o

aparecimento de combustível no poço de abastecimento de água. Segundo informações de

funcionários do posto, cerca de um mês antes da data do atendimento de emergência ocorreu

uma perda no estoque de óleo diesel que eles achavam ter sido decorrente de um defeito em

uma das bombas de abastecimento do posto.

O poço de abastecimento possui aproximadamente 8,0 metros de profundidade e o

nível d’água no local é raso, próximo a 3,0m, devido a planície de inundação do riacho a

jusante. Feita a investigação no poço, constatou-se a presença de 50 cm de fase livre de óleo

diesel de coloração clara no poço, também foi observado que as paredes internas das caixas

d’água do posto encontravam-se impregnadas com óleo diesel e a água apresentava

iridescência, indicando a existência de combustível no local.

Continuando a investigação preliminar, foi constatado que o posto não tinha plantas de

localização, desenhos ou lay out das suas instalações superficiais ou subterrâneas, o que teve

que ser providenciado. Continuando, foram investigados os níveis de explosividade (LIE –

limite inferior de explosividade) através de explosímetro calibrado, em vários pontos do posto

(pias, ralo, vasos sanitários, caixas de esgoto, caixas de inspeção, etc.) e nos arredores, mas

não foram identificados vapores em concentração explosiva. Não foram observados vestígios

de combustível na área externa ao posto.

A seguir, foram considerados como os receptores potenciais do local (on site) os

trabalhadores fixo do posto (frentistas, gerente do posto e recepcionista da loja de

conveniência) e os trabalhadores de obras eventuais. Foram considerados receptores

potenciais fora do local (off site) os trabalhadores dos edifícios comerciais vizinhos.

Após a investigação e coleta de informações, a equipe de atendimento de emergência e

seu supervisor determinaram, em função do risco imediato existente na área, as seguintes

AÇÕES DE RESPOSTA 1 segundo o fluxograma da metodologia ACBR da figura 2.6:

a) relato sobre a contaminação no local para o proprietário e funcionários do posto;

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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b) desativação do poço de abastecimento do posto através da paralisação do bombeamento e

utilização de suas águas;

c) remoção da bomba elétrica do poço;

d) remoção da fase livre existente no poço;

e) lavagem das caixas d’água do posto;

f) ligação do posto com a rede de abastecimento público disponível no local.

3.2.2 Investigações Confirmatórias

Após o atendimento emergencial iniciou-se uma nova etapa, a investigação

confirmatória. Esta investigação teve como principal objetivo obter novos dados para que

fosse elaborado o modelo conceitual.

Na etapa de investigação confirmatória foi desenvolvida uma série de atividades de

investigação e estudos do solo e da água subterrânea para que o modelo conceitual pudesse

contemplar a origem dos contaminantes, o meio impactado, os meios de transporte, as vias de

ingresso e as populações receptoras potenciais. Nos tópicos a seguir são apresentados as

atividades e os estudos realizados.

3.2.2.1 Atividade de Sondagem do Solo, Instalação de Poços e Coletas de Amostras

A investigação confirmatória do solo e águas subterrâneas iniciou-se através da

avaliação da concentração de gases do solo para identificar as áreas de maior indício de

contaminação, para depois definir os pontos de sondagem. Este procedimento é adequado

para postos de combustíveis com área total acima de 1000m², de acordo com o procedimento

da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL,

2006b) e o próprio procedimento da empresa de consultoria contratada para cuidar deste caso.

Foi realizado o mapeamento dos vapores no solo superficial (Soil Gas Survey), através

da realização de 44 furos de 1” distribuídos em uma malha regular de 5 x 5 m, abrangendo a

área de tancagem e distribuição, com leituras dos compostos orgânicos voláteis (COV) a 0,5 e

Page 59: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

55

0,9 m de profundidade. Utilizou-se nesta amostragem uma máquina perfuratriz com broca

para realizar os furos no piso. Logo após a perfuração, foi introduzido nos furos do piso, uma

sonda que tem no seu interior uma mangueira acoplada a um analisador de gás. O analisador

capta os gases através dos pequenos furos existentes na extremidade inferior da sonda e

determina a concentração de COV em ppm.

Neste mapeamento de vapores do solo não ocorreu a influência de gases não

relacionados a combustíveis, como sulfeto de hidrogênio e metano que podem induzir a um

falso indício de contaminação. Na área mapeada não havia tubulações ou caixas de esgoto

próximas. A figura 3.3 apresenta o mapa de isoconcentrações de COV e a planta situação da

área.

Após a avaliação da concentração de gases do solo foi possível definir o número de

sondagens necessárias. É importante salientar que o procedimento atual da CETESB

(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006b) difere do

procedimento que a empresa de consultoria adotou para definir o número de sondagens e o

número de amostras de água e solo. A CETESB estabelece o número de sondagens de acordo

com duas tabelas, uma tabela para nível de água até 15 metros de profundidade e outra para

nível de água mais profundo (acima de 15 metros). Por sua vez, cada tabela relaciona-se com

a área do posto e com o número de tanques subterrâneos, definindo assim o número de

sondagens, sendo que para cada sondagem é necessário coletar uma amostra de água e uma de

solo. De acordo com o procedimento da CETESB deveriam ter sido realizadas 5 sondagens, e

coletadas 5 amostras de água e 5 amostras de solo.

O procedimento da empresa de consultoria baseou-se nos resultados obtidos através do

Soil Gas Survey e considerando os pontos a jusante dos equipamentos como potenciais fontes

de contaminação (tanques, bombas de abastecimento, filtro de diesel e bocais de descarga),

definindo, assim, que seriam necessárias 9 sondagens de reconhecimento (S-01 a S-09) e 1

sondagem para coleta de amostra geotécnica (S-10).

As sondagens de reconhecimento tiveram por objetivo a delimitação da extensão da

eventual pluma de fase livre, a identificação das diferentes litologias, a avaliação de indícios

de contaminação no solo e água subterrânea e a coleta de amostras de solo para análises

químicas e geotécnicas. Das 9 sondagens de reconhecimento realizadas, em 4 delas foram

coletadas amostras de solo. Estas sondagens foram realizadas com trado manual e outras

ferramentas manuais, sendo os equipamentos e as ferramentas descontaminados ao término de

Page 60: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Figura 3. 3. - MAPA DE ISOCONCENTRAÇÕES DE COV (ppm) E PLANTA DE SITUAÇÃO DA ÁREA

TABELA DE TANQUES

TANQUE CAPACIDADE PRODUTO1 15.000L Gasolina comum2 15.000L Gasolina aditivada3 15.000L Gasolina comum4 15.000L Álcool comum5 15.000L Diesel comum6 15.000L Diesel comum

< 50

50 a 100

101 a 250

251 a 500

501 a 1.000

CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)

1.001 a 2.000

2.001 a 5.000

5.001 a 10.000

> 10.000

ES

CR

ITÓ

RIO

Canteiro

Canteiro

G-23(50)

G-24(150)

G-38(110)

G-18(130)

G-17(225)

G-16(520)

G-22(620)

G-25 (1100)

G-26(11000)

G-27(11000)

G-35(2750)

G-36(290)

G-34(250)

G-33(450)

G-32(1000)

G-30(2090)

G-29(3300)

G-20(700)

G-14(2200)

G-15(470)

G-21(1650)

G-28(6600)

G-19(220)

G-13(1000)

G-31(1000)

G-12(11000)

G-1(11000)

G-2(150)

G-11(1100)

G-39(500)

G-40(50)

G-41(300)

G-3(100)

G-10(11000)

G-44(100)

G-43(50)

G-42(40)

G-4(1100)

G-5(2970)

G-8(4950)

G-6(450)

G-7(250)

LOJA DE PNEUS

G-9(11000)

G-38(450)

F

VE

ST

IÁR

IO

TR

OC

AD

LE

OL

OJA

DE

CO

NV

EN

IÊN

CIA

DE

SIT

O

TE

RR

EN

OB

AL

DIO

TERRENO BALDIO

p/ centro

p/ orla marítima

Escala Gráfica

0 5 10m

1

2

3

4

5

6

Ilha de abastecimento

Filtro para óleo diesel

Tanque de combustível

Linhas de distribuição( )

Pontos de medição de COV

Concentrações de COV (ppm)

Poço de abastecimento

Drenagem

localização inferida

(250)

G-1

F

6

DC/AC

AC/GA/GC

GC/GA/GC

GC/GA/GC

LEGENDA:

Usuario
56
Page 61: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

57

cada sondagem. A figura 3.4 apresenta a localização das sondagens de reconhecimento com

os resultados analíticos de solo das amostras coletadas.

Os compostos químicos de interesse (CQI) para a amostragem de solo foram definidos

em função da comercialização de gasolina e diesel no estabelecimento. Foram analisados os

compostos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) e TPH (hidrocarbonetos totais de

petróleo), sendo que nas amostras que obtiveram concentrações de TPH maior que 400

mg/kg, também foram analisados os compostos PAH (hidrocarbonetos policíclicos

aromáticos).

Durante as sondagens para a avaliação dos indícios de contaminação no solo, foram

efetuadas leituras de COV a cada 0,5 m perfurado, utilizando-se o ionizador de chama

(GASTECH – Modelo 1238 ME, GASTECH Inc., EUA), além da classificação táctil e visual.

A empresa de consultoria, assim como a CETESB, possui procedimento padrão para realizar a

leitura de COV do solo coletado nas sondagens, estabelecendo a forma como deve ser feita a

coleta da amostra, como deve ser medido o gás e como a amostra deve ser preservada e

identificada, nos casos em que forem encaminhadas para laboratório.

A tabela 3.1 apresenta as concentrações de COV encontradas em função da

profundidade das amostras de solo e localização.

Tabela 3.1: Concentrações de COV das Amostras de Solo

Amostra Profundidade Localização COV (ppm)

S-2 0,5 Entre a área de abastecimento e o escritório administrativo 2750 S-3 2,5 Entre os tanques de gasolina comum e gasolina aditivada >11000 S-6 1,5 Próximo aos bocais de enchimento dos tanques >11000 S-8 3,0 À jusante da ilha de abastecimento de diesel comum 1650

Obs: Durante a realização das sondagens constatou-se a presença de 10 cm de fase livre de óleo diesel no ponto S-8.

A sondagem S-10 foi efetuada fora da pluma de contaminação, a fim de executar

ensaios geotécnicos visando à determinação de parâmetros do solo, tais como, da

granulometria, umidade natural, porosidade, densidade e conteúdo de matéria orgânica. Essas

informações são necessárias para a análise de risco, pois são os dados de entrada dos modelos

matemáticos. Foram coletadas 3 amostras de solo da sondagem S-10 (AG-10a, AG-10b e AG-

10c) e encaminhadas a um laboratório credenciado para este tipo de análise.

Page 62: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Ilha de abastecimento

Filtro para óleo diesel

Tanque de combustível

Linhas de distribuição( )

Poço de abastecimento

Drenagem

Sondagens de reconhecimento

Pontos de amostragem de solo

localização inferida

LEGENDA:

F

ES

CR

ITÓ

RIO

Canteiro

Canteiro

LOJA DE PNEUS

F

VE

ST

IÁR

IO

TR

OC

AD

LE

OL

OJA

DE

CO

NV

EN

IÊN

CIA

DE

SIT

O

TE

RR

EN

OB

AL

DIO

TERRENO BALDIO

Escala Gráfica

0 5 10m

GC

GC

AC

GC

DC

6

S-01

S-01

S-02

S-10

S-05 S-02 S-01

S-08

S-09

S-06

S-07

S-04S-03

Gasolina comum

GA

p/ centro

p/ orla marítima

DC/AC

AC/GA/GC

GC/GA/GC

GC/GA/GC

Número da amostra

RESULTADOS ANALÍTICOS

Benzeno (mg/Kg)

Etilbenzeno (mg/Kg)TPH (C5-C10) (mg/Kg)TPH (C10-C30) (mg/Kg)

Tolueno (mg/Kg)Xilenos (mg/Kg)

Figura 3. 4. - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS SONDAGENS E DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS ANALÍTICOS EM SOLO

S-02/0,5 m

S-02/0,5m0,04

0,62

150,1

0,913

216

23400

S-03/2,5m<0,0005

0,056

0,2245

0,79

126

345

S-06/1,5m<0,0005

<0,0005

<0,0005

<0,0005

<0,1

<10

S-08/3,0m0,0056

<0,0212

0,424

0,14

57,1

2410

Usuario
58
Page 63: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

59

O perfil litológico da sondagem S-10 encontra-se na figura 3.5. Esta figura apresenta

os perfis litológicos e construtivos das sondagens e poços, com as concentrações de COV em

profundidade e os indícios de contaminação encontrados nas perfurações realizadas durante o

trabalho. Os resultados das análises geotécnicas seguem na tabela 3.2.

Tabela 3.2: Resultados das Amostras Geotécnicas

Sondagem/

Amostra

Prof.

Amostrada

(m)

Umidade

Volumétr.

(cm3/cm3)

Porosidade

(cm3/cm3)

Densidade

Solo

(g/cm3)

Argila

(%)

Silte

(%)

Areia

Total

(%)

Matéria

Orgânica

(g/dm3)

AG-10a 1,4 na na na na na na 7

AG-10b 1,5 0,4455 0,5025 1,37 34 42 24 -

AG-10c 3,2 na na na na na na 10

na: - não analisado

Com base nos dados obtidos através das sondagens de reconhecimento foram

instalados 4 poços de monitoramento (PM-1 a PM-4), sendo construídos em PVC

geomecânico com 2” de diâmetro, seguindo a norma ABNT/NBR 13.895 (Construção de

Poços de Monitoramento e Amostragem - Procedimentos). A instalação desses poços teve

como objetivos permitir a coleta de dados para delimitar a pluma de contaminação, monitorar

a fase livre de combustível sobrenadante ao aqüífero freático, verificar variações no nível

d’água, obter a direção do fluxo subterrâneo e permitir a amostragem de água subterrânea. O

procedimento da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO

AMBIENTAL, 2006b) determina que a construção dos poços de monitoramento deva seguir a

norma NBR 13.895, mas também estabelece algumas especificações adicionais para

construção destes poços (uso de tubo geomecânico para revestimento e filtro do poço além de

outras determinações construtivas do filtro e pré-filtro). Alguns cuidados também são

lembrados com relação ao desenvolvimento dos poços e o tempo de resguardo do poço para

posterior amostragem.

A figura 3.6 apresenta o mapa de localização de todos os poços de monitoramento

instalados, bem como os resultados analíticos na água subterrânea e o mapa potenciométrico.

Page 64: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Piso de concreto

Piso de bloquete

Aterro arenoso, podendo conter contribuiçõesargilosas, com coloração variando de branco a marrom, contendo brita e entulho

Argila pouco arenosa de cor vermelha

Argila pouco compactada por vezes arenosade cor laranja a avermelhada

Argila plástica de cor cinza por vezes comgrãos de quartzo

Argila pouco arenosa de cor marrom acinza escuro, por vezes com matériaorgânica

Argila arenosa com coloração variandoentre cinza e vermelha com grânulos dequartzo e seixos laterita]

Areia argilosa de cor acinzentada

Nível d’ água

Concentrações de COV (ppm)

Presença de fase livre de Diesel

0.0

PR

OF

UN

DID

AD

E (

m)

< 50 1.001 a 2.000

50 a 100 2.001 a 5.000

101 a 250 5.001 a 10.000

251 a 500 > 10.000

501 a 1.000

(140)

***D

Figura 3. 5 - PERFIS LITOLÓGICOS E CONSTRUTIVOS DAS SONDAGENS E POÇOS, COM A CONCENTRAÇÃO DE COV EM PROFUNDIDADE

(5,20)

PM

Tampa de proteção

Identificação do poço

PERFIL ESQUEMÁTICO DO POÇO

Cap superior

Cap inferior

Filtro (tubo ranhurado )

Pré-filtro (areia grossa)

Tubo liso geomecânico

Profundidade (m)

Selo de bentonitaSelo de concreto

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

(180) (2750)

(1650)

(1210)

(1540)

(170)(170)

(1100)

(1000)

(1760)

(650)

(1100)

(1210)

(5610)

(11000)

(11000)

(2200)

(170)(170)

(240)

(180)

(50)

(240)

(40)

(50)

(50)

(80)

(60)

(50)

(25)

(450)

(620)

(11000)

(400)

(100)

(70)

(80)

(60)

(1000)

(80)

(170)

(1320)

(1320)

(1650)

(170)

(100)

(75)

(50)

(100)

(75)

(100)

(150)

(30)

(60)

(400)

(4,50)

(3,50)

(5,20)

(5,30)

(5,20)

(1,50)

(6,0) (6,0)

(3,50)

(0,60)

(3,20)

(2,80)

(3,00)

(3,50)

(2,80)

(3,00)

(2,70)

(3,40)

S-10S-9 / PM-03S-8 / PB-01

S-7S-6 / PM-02S-5 / PM-01S-4 / PM-04

S-3S-2S-1

CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)

***D

LEGENDA:

Usuario
60
Page 65: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Ilha de abastecimento

Filtro para óleo diesel

Tanque de combustível

Linhas de distribuição( )localização inferida

Poços de monitoramento

Poços de bombeamento(presença de fase livre)

Poço de abastecimento

Drenagem

Carga hidráulica (m)(leitura em 15/12/2001)

Linhas equipotenciais (m)

Direção do fluxo subterrâneo

Seção hidrogeológica

F

ES

CR

ITÓ

RIO

Canteiro

Canteiro

LOJA DE PNEUS

F

VE

ST

IÁR

IO

TR

OC

AD

LE

OLO

JAD

EC

ON

VE

NIÊ

NC

IA

DE

SIT

O

TE

RR

EN

OB

ALD

IO

TERRENO BALDIO

p/ centro

p/ orla marítima

Escala Gráfica

0 5 10m

GC

GC

AC

GC

DC

6

GA

PM-3

PM-4

PM-02

PM-1

PB-01

PB-01

PM-1

DC/AC

AC/GA/GC

GC/GA/GC

GC/GA/GC

LEGENDA:

96,60

97,40

97,30

97,20

97,10

97,00

96,90

(97,267)

(97,267)

(96,920))

(97,438)

(97,320)

(97,341)

A

A

A’

A'

Figura 3. 6 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS INSTALADOS, DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOSANALÍTICOS EM ÁGUA E MAPA POTENCIOMÉTRICO

Número da amostra

RESULTADOS ANALÍTICOS

Benzeno (mg/L)

Etilbenzeno (mg/L)TPH (C5-C10) (mg/L)TPH (C10-C30) (mg/L)

Tolueno (mg/L)Xilenos (mg/L)

PM-1

<0,0005

<0,0005

<0,0005

<0,0005

0,20

<0,1

PM-1

0,009

0,0188

0,0035

0,0015

0,90

0,90

PM-2

<0,0005

<0,0005

<0,0005

<0,0005

<0,1

<0,1

PM-3

0,0319

0,0186

0,0442

0,0034

0,45

0,5

PM-4

Usuario
61
Page 66: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

62

Para amostragem de água subterrânea foi adotado o procedimento padrão da empresa

de consultoria e norma da ABNT/NBR 13.895. Os poços de monitoramento foram

devidamente purgados para remoção da água estagnada, as amostras foram coletadas através

de bailer, identificadas e preservadas em recipiente refrigerado. O poço de abastecimento do

posto (PA-1) e o PB-1 não foram amostrados, porque apresentavam fase imiscível de

combustível (óleo diesel) na data da coleta.

As amostras de solo e água subterrânea foram enviadas para dois laboratórios

credenciados, um no Canadá e outro no Brasil, para análise dos parâmetros pré-estabelecidos.

Os envios dessas amostras aos laboratórios foram acompanhados por relatórios de cadeia de

custódia (Chain-of-Custody Record) para assegurar o rastreamento de eventuais desvios.

Também foram enviadas amostras para controle de qualidade (branco de campo e branco de

lavagem de equipamento).

Nas 4 amostras de água subterrânea e nas 4 amostras de solo foram analisados os

parâmetros BTEX e TPH. De acordo com o procedimento da empresa de consultoria, as

análises do parâmetro PAH dependem das concentrações de TPH detectadas nas amostras.

Desse modo, só foram analisados PAH na água subterrânea quando a concentração de TPH

ultrapassou 325 µg/L e, no solo, quando a concentração de TPH ultrapassou 400 mg/kg. O

procedimento da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO

AMBIENTAL, 2006b) é diferente, pois estabelece que sempre devem ser analisados os

parâmetros BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) e PAH, e caso existam indícios

de contaminação por óleo lubrificante, ou as amostras tenham sido coletadas em áreas de

troca de óleo e de armazenagem de óleo usado, também devem ser analisado o parâmetro

TPH.

As sondagens nas quais não foram instalados os poços de monitoramento foram

preenchidas com bentonita umedecida e depois cobertas com cimento na superfície para evitar

que derramamentos de produtos químicos atinjam futuramente o subsolo e as águas

subterrâneas.

Devido a presença da pluma de fase livre, identificada inicialmente na sondagem S-8,

foi instalado 1 poço de bombeamento de 4”, em PVC geomecânico, seguindo a norma

ABNT/NBR 13.895, visando a realização de um ensaio de bombeamento e a remoção do

produto sobrenadante ao lençol freático. Esta ação de recuperação da fase livre, adotada pela

empresa de consultoria, está de acordo com a determinação da CETESB e é uma das ações

integrantes da AÇÃO DE RESPOSTA 2 (vide o fluxograma da metodologia ACBR, figura

Page 67: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

63

2.6). Este órgão também determina que ao ser identificada a presença de fase livre na água

subterrânea, ou solo, deve ser realizada investigação detalhada da área, com a delimitação das

plumas de fase livre, dissolvida e retida no solo, bem como deve ser iniciada avaliação de

risco, com o objetivo de definir a forma de intervenção a ser adotada na área.

3.2.2.2 Levantamento Topográfico, Mapa Potenciométrico da Área e Espessura da Fase Livre

nos Poços de Monitoramento

Dando continuidade as etapas referentes a investigação confirmatória da área, foi

realizado o levantamento topográfico do posto de combustível e a cota topográfica dos poços

de monitoramento para determinação do mapa potenciométrico. Este levantamento

topográfico é feito através do processo de nivelamento geométrico com irradiações a partir de

um ponto com cota conhecida. As cotas topográficas determinadas são relativas, tendo-se

arbitrado o valor 100,00 m como datum.

A Tabela 3.3 apresenta os resultados do levantamento topográfico do posto, do

monitoramento do nível d’água e fase livre dos poços de monitoramento instalados.

Tabela 3.3: Resultados do Levantamento Topográfico Relativo dos Poços

e da Medição do Nível d’Água e Fase Livre

Sondagem

Poço Cota

do

Poço (m)

Prof. do

Nível

D’Água (m)

Espessura da

Fase

Livre (cm)

Carga

Hidráulica

(m)

S-5 PM-01 100,087 2,820 - 97,267

S-6 PM-02 99,895 2,975 - 96,920

S-9 PM-03 99,938 2,500 - 97,438

S-4 PM-04 100,000 2,680 - 97,320

S-8 PB-01 100,015 2,765 11,0 97,341

- Ausente

Page 68: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

64

O monitoramento do nível d’água foi realizado no mesmo dia da amostragem de água

subterrânea e, durante o monitoramento, foi detectada presença de fase livre de diesel, de

coloração clara, no PB-1 (11,0 cm), localizado a jusante da ilha de abastecimento de óleo

diesel, e no poço de abastecimento do posto.

Com os valores do nível freático medidos nos poços de monitoramento e

bombeamento foi possível traçar um mapa potenciométrico através da interpolação dos

valores de carga hidráulica em linhas equipotenciais. Traçando-se as linhas de fluxo de água

subterrânea na área do posto, observa-se que o escoamento da água subterrânea está no

sentido do riacho, conforme a figura 3.6.

É importante salientar que o procedimento da CETESB (COMPANHIA DE

TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006b) determina que todos os poços

de monitoramento devem estar a jusante dos equipamentos do posto (tanques, filtros, bocais

de descarga e unidades de abastecimento). Após a elaboração do mapa potenciométrico, caso

algum poço esteja à montante de um equipamento e não tenha sido constatada contaminação

na amostra de água nele coletada, este procedimento determina que seja instalado um poço

adicional (ou quantos sejam) à jusante do equipamento. Aplicando este procedimento a este

estudo de caso, a posição do poço PM-03 deve ser reavaliada e, se necessário, instalar outro

poço em um ponto mais a jusante dos tanques de combustíveis, já que não foi constatada

contaminação na sua amostra de água e ele encontra-se praticamente a montante dos

equipamentos.

3.2.2.3 Ensaio de Permeabilidade

O ensaio de permeabilidade é necessário para definir a condutividade hidráulica do

solo em questão. A condutividade hidráulica é um parâmetro que determina a habilidade do

aqüífero em conduzir água sob a influência do gradiente de uma superfície potenciométrica.

Quanto maior a condutividade hidráulica, mais rapidamente o aqüífero conduzirá a água

(CLEARY, 1989). Este parâmetro é depois utilizado para calcular a taxa de migração da água

subterrânea, que será apresentado no próximo tópico. O estudo está descrito de acordo com a

metodologia utilizada pela empresa de consultoria.

Page 69: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

65

O ensaio realizado foi do tipo carga variável “Bail Test” (FREEZE; CHERRY, 1979),

seguindo procedimento interno da empresa de consultoria. Foi realizado no poço de

monitoramento (PM-1) através da extração do maior volume possível de água do poço,

acompanhando-se a recuperação do nível d’água até sua estabilização (nível estático original

ou pelo menos 70% dessa recuperação). As medidas de nível são efetuadas em intervalos de

aproximadamente 30 segundos com o uso de medidor elétrico com precisão de 0,5 cm. Para

tratamento dos dados, o método analítico utilizado para determinação da condutividade

hidráulica foi o de Bouwer e Rice (1976 apud FETTER, 1994). Este método foi desenvolvido

para poços parcialmente ou totalmente penetrantes em aqüíferos não confinados. A equação

de BOUWER & RICE é a seguinte:

K = [r2. ln(Re/R) . ln(h0/ht)] / 2.L.t

Onde:

K = condutividade hidráulica (cm/s)

r = raio do poço (cm)

R = raio do centro do poço até o material componente do aqüífero (cm)

Re = raio efetivo de influência do ensaio de variação do nível da água (cm)

L = comprimento do filtro (cm)

h0 = nível da água no poço no início da recuperação, t=0, (cm)

ht = nível da água no poço após o início da recuperação, t>0, (cm)

t = tempo (s)

O método foi aplicado com a utilização do software Aquifer Test for Windows, versão

2.5 (Waterloo Hydrogeologic Inc.), que possibilita ao usuário definir características

geométricas do poço e do aqüífero, permitindo também, o ajuste manual da reta aos dados de

campo, obtendo-se assim o valor da condutividade hidráulica. O valor da condutividade

hidráulica (K) calculado para o poço de monitoramento ensaiado (PM-1) foi de 4,45 x 10-5

cm/s.

Page 70: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

66

3.2.2.4 Estudo de Caracterização Geológica e Hidrogeológica Local

A caracterização geológica e hidrogeológica da área são importantes para compor o

modelo conceitual de exposição. De acordo com o relatório da empresa de consultoria, o

município de Salvador localiza-se regionalmente sobre rochas arqueanas pertencentes ao

Cinturão Salvador – Curaçá, estas rochas são, principalmente, gabros/basaltos e

tonalitos/dacitos, granulitizados de filiação toleítica. Tendo em vista que o posto localiza-se

em região de vale e nas proximidades de curso d’água, a geologia mais provável deve

corresponder a depósitos eólicos e aluviais quaternários. As sondagens de reconhecimento na

área do posto de combustível permitiram determinar as seguintes unidades litológicas (do

topo para a base):

a) aterro arenoso, com porções argilosas, coloração variando de branco a marrom, contendo

brita e entulho, com espessuras variando de 0,5 a 2,0 metros;

b) lentes de argila pouco arenosa de cor vermelha, com espessuras de até 0,4 metros;

c) areia argilosa de cor acinzentada, com espessura de até 1,0 metro;

d) argila pouco compactada, por vezes arenosa, de cor laranja a avermelhada, com espessura

indeterminada;

e) camadas com espessura indefinida de argila plástica de cor cinza, por vezes com grãos de

quartzo;

f) argila pouco arenosa de cor marrom a cinza escura, por vezes com matéria orgânica;

g) argila arenosa com coloração variando entre amarelo, cinza e vermelho, com grânulos de

quartzo e seixos de laterita.

As sondagens realizadas na área do posto permitiram a avaliação do solo até a

profundidade máxima de 6,0m. Com base nestas sondagens, foi possível identificar um

aqüífero freático com profundidade de aproximadamente 3,0 metros. A análise do mapa

potenciométrico apresentado na figura 3.6 evidenciou que o sentido preferencial do fluxo é de

Norte para Sul, seguindo para o riacho.

Na figura 3.7 que apresenta a seção hidrogeológica A-A’, é possível observar o

sentido do fluxo subterrâneo e os valores de permeabilidade do substrato. A localização desta

seção (corte A-A’) encontra-se representada na figura 3.6.

Page 71: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

NNW

0 2 4 6m

Escala Gráfica

101

1001

99

98

97

96

95

94

93

CO

TA

RE

LA

TIV

A (

m)

SSE

Figura 3. 7 - SEÇÃO HIDROGEOLÓGICA A -A' E DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)

< 50

50 a 100

101 a 250

251 a 500

501 a 1.000

> 1.000

PM-01 PA S-2 PB-01 S-3 PM-02

A A’Área deAbastecimento

NNW

0 1 2 3m

Escala Gráfica

101

1001

99

98

97

96

95

94

93

CO

TA

RE

LA

TIV

A (

m)

SSE

PM-01 PA S-2 PB-01 S-3 PM-02

A A’Área deAbastecimento

Piso de bloquete

Aterro arenoso, podendo conter contribuiçõesargilosas, com coloração variando de branco a marrom, contendo brita e entulho

Argila pouco arenosa de cor vermelha

Argila pouco compactada por vezes arenosade cor laranja a avermelhada

Argila plástica de cor cinza por vezes comgrãos de quartzo

Argila pouco arenosa de cor marrom acinza escuro, por vezes com matériaorgânica

Areia argilosa de cor acinzentada

Nível d’ água

Presença de fase livre de Diesel

Carga hidráulica (m)

Condutividade hidráulica (cm/s)

Direção do fluxo subterrâneo

CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)

(95,435)

K

(97,40)

(97,49)

(97,05)

-5K = 4,45 x 10 cm/s

LEGENDA:

Usuario
67
Page 72: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

68

A velocidade de migração das águas subterrânes foi calculada em função do padrão de

fluxo e dos parâmetros hidrogeológicos do aqüífero, de acordo com a Lei de Darcy, através da

expressão:

VK in e

=.

= (4,45 x 10-5 cm/s * 2,5 x10-2 ) / 7x10-2 = (1,59 x10-5 cm/s) * (365*24*60*60) s = 5,0

m/ano

onde:

V = Velocidade das águas subterrâneas (L/T)

K = Condutividade hidráulica (L/T)

i = Gradiente hidráulico (L/L)

ne = Porosidade efetiva (L3/L3)

O gradiente hidráulico médio é da ordem 2,5 %. A porosidade efetiva média pode ser

estimada em torno de 7 % para este aqüífero (FETTER, 1994). Empregando-se a

condutividade hidráulica (K = 4,45 x 10-5 cm/s) obtida a partir do poço PM-1 segundo o

cálculo apresentado no item 3.2.2.3, estima-se a velocidade de 5,0 m/ano para a migração das

águas subterrâneas na área estudada. Este dado será importante para a avaliação de risco da

área, pois a velocidade de migração das águas subterrâneas contribui para a propagação da

contaminação. Vale salientar que o comportamento da pluma de contaminantes é influenciado

não só pelas condições hidrodinâmicas e características do aqüífero (a velocidade das águas

subterrâneas é um destes parâmetros), mas também pelas propriedades físico-químicas dos

componentes dos combustíveis.

3.2.2.5 Estudo de Caracterização da Contaminação Local e Resultados das Análises Químicas

Para caracterização da contaminação do posto avaliou-se os resultados do

monitoramento de compostos orgânicos voláteis - COV realizados nas atividades de

sondagens da empresa de consultoria (figura 3.3). Assim sendo, verificaram-se as seguintes

observações importantes:

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

69

a) valores de COV superiores a 1000 ppm, distribuídos por toda a área de tancagem e

abastecimento de combustíveis, sendo as concentrações mais elevadas (11.000 ppm)

localizadas entre os tanques de gasolina e álcool e a jusante de duas ilhas de distribuição;

b) valores de COV acima de 600 ppm em todo perfil, nos pontos S-2 (localizado entre o poço

de abastecimento do posto e as ilhas de distribuição) e S-3 (situado entre os tanques de

gasolina comum e aditivada). As sondagens S-6 (nas proximidades dos bocais de

descarregamento à distância), e S-8 (a jusante da ilha de abastecimento de diesel),

indicaram concentrações de COV acima de 1000 ppm nas proximidades da franja capilar;

c) presença de fase livre de óleo diesel na sondagem S-8 (situada a jusante da ilha de

abastecimento de diesel) e no poço de abastecimento do posto.

Com base nessas informações, foi dado prosseguimento ao estudo de caracterização da

contaminação local, conforme descrito anteriormente. Foram realizadas coletas de amostras

de solo e água subterrânea. Os resultados analíticos das quatro amostras de solo estão

apresentados nas tabelas 3.4 e 3.5 e na figura 3.4, tendo-se verificado que:

a) em relação aos parâmetros BTEX, as maiores concentrações foram detectadas na amostra

S-2. (localizada entre o poço de abastecimento do posto e a ilha de distribuição de óleo

diesel e álcool), com 0,04 mg/Kg de benzeno, 0,913 mg/Kg de etilbenzeno, 0,62 mg/Kg

de tolueno e 150,1 mg/L de xilenos.

b) entre os hidrocarbonetos totais de petróleo (TPH) as concentrações dos compostos de

cadeias mais longas (TPH C10-C30), relacionados ao óleo diesel, predominaram em

relação aos hidrocarbonetos com cadeias mais curtas (TPH C5-C10) relacionados à

gasolina.

c) os parâmetros PAH das amostras S-2 e S-8 foram acenafteno, antraceno, fluoranteno,

fluoreno, naftaleno, fenantreno e pireno nas duas amostras analisadas, com maiores

concentrações pertencentes à amostra S-2, (localizada entre o poço de abastecimento do

posto e a ilha de distribuição de óleo diesel e álcool).

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

70

Tabela 3.4: Resultados das Análises Químicas do Solo - BTEX E TPH - (mg/Kg)

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH

(C5-C10)

TPH

(C10-C30)

S-2 0,50 0,04 0,913 0,62 150,1 216 23400

S-3 2,50 <0,0005 0,79 0,056 0,2245 126 345

S-6 1,50 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,1 <10

S-8 3,00 0,0056 0,14 <0,0212 0,424 57,1 2410

Tabela 3.5: Resultados das Análises Químicas do Solo - PAH - (mg/Kg)

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)

antraceno

Benzo(a)

pireno

Benzo(b)

fluoranteno

S-2 0,5 0,79 <0,2 0,37 <0,2 <0,2 <0,2

S-8 3,0 0,16 <0,01 0,13 <0,01 <0,01 <0,01

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Benzo (g,h,i)

perileno

Criseno Dibenzo

(a, h)

antraceno

Fluoranteno Fluoreno Indeno

(1,2,3-cd)

pireno

S-2 0,5 <0,2 <0,2 <0,2 0,39 2,9 <0,2

S-8 3,0 <0,01 <0,01 <0,01 0,07 0,86 <0,01

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)

fluoranteno

S-2 0,5 16 7,7 0,51 <0,2

S-8 3,0 3,3 1,7 0,11 <0,01

Para a amostragem de água subterrânea, foram coletadas 1 amostra em cada poço de

monitoramento (PM-1, PM-2, PM-3 e PM-4), totalizando 4 amostras de água, destacaram-

se as seguintes observações (vide também as tabelas 3.6 e 3.7 abaixo e a Figura 3.6):

a) o poço de monitoramento PM-4, localizado a jusante da ilha de abastecimento de gasolina

comum/aditivada apresentou as concentrações mais elevadas de benzeno, etilbenzeno e

xilenos. As maiores concentrações de tolueno e TPH C5-C10 e C10-C30 foram detectadas

na amostra proveniente do poço de monitoramento PM-2, localizado a jusante dos bocais

de descarregamento à distância.

b) o poço de bombeamento PB-1 e o poço de abastecimento do posto (PA-1) não foram

amostrados, uma vez que apresentavam fase imiscível de óleo diesel na época da

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

71

amostragem. Ressalta-se que o PA-1 apresentava 50 cm de fase livre de diesel quando foi

feito o atendimento de emergência.

c) foram realizadas análises de PAH apenas nas amostras PM-2, e PM-4, uma vez que

somente estas apresentaram teores de TPH C10-C30 superior a 0,35 mg/L. Estas análises

detectaram traços de acenafteno, fluoreno, naftaleno e fenantreno, sendo as maiores

concentrações encontradas no PM-2.

Tabela 3.6: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - BTEX E TPH - (mg/L)

Amostra/

Poço

Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH

(C5-C10)

TPH

(C10-C30)

AA-1/PM-1 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,1 0,20

AA-2/PM-2 0,009 0,0015 0,0188 0,0035 0,90 0,90

AA-3/PM-3 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,1 <0,1

AA-4/PM-4 0,0319 0,0034 0,0186 0,0442 0,5 0,45

Tabela 3.7: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - PAH - (mg/L)

Amostra/

Poço

Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)

antraceno

Benzo(a)

Pireno

Benzo(b)

fluoranteno

AA-2/ PM-2 0,00006 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001

AA-4/ PM-4 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001

Amostra/

Poço

Benzo (g,h,i)

perileno

Criseno Dibenzo

(a, h)

antraceno

Fluoranteno Fluoreno Indeno

(1,2,3-cd)

pireno

AA-2/ PM-2 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 0,00001 <0,00002

AA-4/ PM-4 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00002

Amostra/

Poço

Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)

fluoranteno

AA-2/ PM-2 0,017 0,00008 <0,00001 <0,00001

AA-4/ PM-4 0,00003 <0,00001 <0,00001 <0,00001

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72

3.3 MODELO CONCEITUAL DE EXPOSIÇÃO

As investigações preliminar e confirmatória permitiram que a empresa de consultoria

construísse um modelo conceitual mais detalhado da área, visando uma melhor identificação

dos seus cenários de exposição.

Os cenários de exposição identificados pela empresa de consultoria são apresentados

resumidamente na Tabela 3.8, a seguir:

Tabela 3.8: Levantamento dos Cenários de Exposição

Receptores no Local Cenários de Exposição

Trabalhadores Fixos do Posto 1 - Inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes

abertos.

2 - Inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes

fechados

3 - Inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em

ambientes abertos.

4 - Inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em

ambientes fechados.

6 - Ingestão de água subterrânea contaminada a partir do poço de

abastecimento.

7 - Contato dérmico com água subterrânea contaminada a partir da

lixiviação do solo subsuperficial.

Trabalhadores de Eventuais

Obras no Posto

1 - Inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes

abertos.

5 - Ingestão, contato dérmico e inalação de vapores e partículas, a partir do

solo superficial contaminado.

6 - Ingestão de água subterrânea contaminada a partir do poço de

abastecimento.

Receptores Externos Cenários de Exposição

Tabalhadores Comerciais dos

Arredores

4 - Inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em

ambientes fechados.

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2007 Monografia I

73

A descrição detalhada dos cenários de exposição vem a seguir:

a) inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes abertos. Esta exposição

está associada aos vapores que são gerados a partir da fase retida no solo subsuperficial

que migram ao longo da zona não saturada até ambientes abertos (não confinados),

podendo ser inalados por trabalhadores do posto (fixos e de eventuais obras);

b) inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados. Exposição

está associada aos vapores que são gerados a partir da fase retida no solo subsuperficial

que migram ao longo da zona não saturada até ambientes fechados (confinados), podendo

ser inalados apenas pelos trabalhadores fixos do posto;

c) inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes abertos.

Exposição está associada aos vapores que são gerados a partir dos compostos dissolvidos

na água subterrânea que migram ao longo da zona não saturada até ambientes abertos,

podendo ser inalados pelos trabalhadores fixos do posto;

d) inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes fechados.

Exposição está associada aos vapores que são gerados a partir dos compostos dissolvidos

na água subterrânea que migram ao longo da zona não saturada até ambientes fechados

(confinados), podendo ser inalados pelos trabalhadores fixos do posto e por trabalhadores

fora do posto (a pluma de contaminação possivelmente extrapola os limites do posto);

e) ingestão, contato dérmico e inalação de vapores e partículas, a partir do solo superficial

contaminado. A exposição está associada às partículas de solo superficial contaminado

que são ingeridas, entram em contato com a pele dos receptores e que são inaladas em

ambientes abertos (não confinados). Este cenário está associado a trabalhadores de

eventuais obras que possam vir a ocorrer no posto, pois estariam em contato direto com o

solo, vapores e partículas contaminadas;

f) ingestão de água subterrânea contaminada a partir do poço de abastecimento. A

exposição está associada à água subterrânea contaminada pelo solo subsuperficial ou por

outra fonte, por meio da migração dos contaminantes para o poço de abastecimento,

podendo ser ingerida por trabalhadores do posto (fixos e de eventuais obras). Ressalta-se

que o posto não é servido pela rede pública de abastecimento de água (EMBASA);

g) contato dérmico com água subterrânea contaminada a partir da lixiviação do solo

subsuperficial. A exposição está associada à lixiviação do solo subsuperficial afetado,

gerando contaminação da água subterrânea que migra para o poço de abastecimento cuja

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

74

água é utilizada para lavagem e banho podendo os contaminantes serem absorvidos pela

pele dos trabalhadores fixos do posto.

De acordo com o procedimento da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE

SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a) utiliza-se um fluxograma para facilitar a

identificação dos cenários de exposição, através de etapas seqüenciais de identificação do

compartimento do meio físico impactado, mecanismos de transporte, vias de exposição e

receptores atuais e potenciais para o local. A empresa de consultoria também utilizou estes

fluxogramas.

3.4 ANÁLISE DE RISCO UTILIZANDO A METODOLOGIA ACBR

3.4.1 Análise de Risco – Nível 1

Seguindo as etapas apresentadas no fluxograma da ACBR (figura 2.6), a investigação

confirmatória foi realizada. Devido à presença de fase livre na água subterrânea foi

implementada a AÇÃO RESPOSTA 2 (vide item 3.2.2.1 - Atividade de Sondagem do Solo,

Instalação de Poços e Coletas de Amostras), com delimitação da pluma de fase livre e

instalação de um poço de bombeamento (PB-01) de 4” para iniciar a remoção da mesma. Para

a avaliação do risco existente na área também foram coletadas amostras de água subterrânea e

solo para comparação com as tabelas de referência da CETESB.

As tabelas 3.9, 3.10, 3.11 e 3.12 apresentam os compostos químicos identificados nas

análises de laboratório e os valores de referência utilizados para comparação. Inicialmente, é

feita uma comparação entre os dados das amostras com os Valores de Intervenção – VI

apresentados na Lista de Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de

São Paulo – 2005 (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL,

2006d) Os valores de intervenção considerados na lista foram os residenciais, já que não

foram estabelecidos valores para áreas comerciais. Após esta primeira avaliação, as

concentrações das amostras são novamente comparadas com as concentrações dos cenários de

exposição das Tabelas de Referência de Níveis Aceitáveis Baseados no Risco – NABR para o

Estado de São Paulo, presente como anexo no procedimento da ACBR da CETESB

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2007 Monografia I

75

(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006). Vale

lembrar que nas notas de rodapé da tabela 3.12 são apresentados os significados de todos os

símbolos e siglas que aparecem nas tabelas.

Tabela 3.9: Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para BTEX e TPH (mg/Kg)

Tabela 3.10: Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/Kg)

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)

antraceno

Benzo(a)

pireno

Benzo(b)

fluoranteno S-2 0,5 0,79 <0,2 0,37 <0,2 <0,2 <0,2

Valores de Intervenção Residencial NE NE NE 20 1,5 NE

NABR 1 * NA * * * * NABR 2 * NA * * * * NABR 5 * NA * * * *

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Benzo (g,h,i)

perileno

Criseno Dibenzo

(a, h)

antraceno

Fluoranteno Fluoreno Indeno

(1,2,3-cd)

pireno

S-2 0,5 <0,2 <0,2 <0,2 0,39 2,9 <0,2 Valores de Intervenção

Residencial NE NE 0,6 NE NE 25

NABR 1 NA * NE * * * NABR 2 NA * NE * * * NABR 5 NA * NE * * *

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)

fluoranteno

S-2 0,5 16 7,7 0,51 <0,2 Valores de Intervenção

Residencial 60 40 NE NE

NABR 1 * NA * * NABR 2 * NA * * NABR 5 * NA * *

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH

(C5-C10)

TPH

(C10-C30)

S-2 0,50 0,04 0,913 0,62 150,1 216 23400 Valores de Intervenção

Residencial

0,08

40

30

30 1000 1000

NABR 1 2,34 * * * NE NE NABR 2 0,0798 2,2 27 13,3 NE NE NABR 5 0,111 * * * NE NE

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76

Tabela 3.11: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção

e NABR para BTEX e TPH - (mg/L) Amostra/

Poço

Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH

(C5-C10)

TPH

(C10-C30) AA-2/ PM-2 0,009 0,0015 0,0188 0,0035 0,90 0,90 AA-4/PM-4 0,0319 0,0034 0,0186 0,0442 0,5 0,45

Valores de Intervenção 0,005 0,3 0,7 0,5 0,6 0,6 NABR 3 29,9 * * * NE NE NABR 4 0,283 1,81 40,9 14,1 NE NE NABR 6 0,0325 0,464 18,4 18,4 NE NE NABR 7 0,59 0,616 25,7 16,6 NE NE

Tabela 3.12: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/L)

Amostra/

Poço

Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)

antraceno

Benzo(a)

pireno

Benzo(b)

fluoranteno

AA-2/ PM-2 0,00006 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 AA-4/ PM-4 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 Valores de

Intervenção NE NE NE 0,00175 0,0007 NE

NABR 3 * NA * * * * NABR 4 * NA * * * * NABR 6 * NA * 0,00245 0,000245 * NABR 7 * NA * 0,000284 1,92E-05 0,000284

Amostra/

Poço

Benzo (g,h,i)

perileno

Criseno Dibenzo

(a, h)

antraceno

Fluoranteno Fluoreno Indeno

(1,2,3-cd)

pireno AA-2/ PM-2 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 0,00001 <0,00002 AA-4/ PM-4 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00002 Valores de

Intervenção NE NE 0,00018 NE NE 0,00017

NABR 3 NA * NE * * * NABR 4 NA * NE * * * NABR 6 NA * NE * * * NABR 7 NA * NE * * *

Amostra/

Poço

Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)

fluoranteno

AA-2/ PM-2 0,017 0,00008 <0,00001 <0,00001 AA-4/ PM-4 0,00003 <0,00001 <0,00001 <0,00001 Valores de

Intervenção 0,14 0,14 NE NE

NABR 3 * NA * * NABR 4 3,15 NA * * NABR 6 1,84 NA * * NABR 7 16,8 NA * *

NE- Não estabelecido na Lista de Valores Orientadores;

NA- Não Aplicável a Tabela de Referência de NABR;

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

77

* Os valores de NABR calculados são comparados com os limites físicos de Solubilidade em Água (< S), Concentração de Saturação de

Vapor (< Csat,vap) e Concentração de Saturação no Solo (< Csat,solo). Se o valor calculado estiver fora destes limites, este é considerado

como fora da realidade.

- NABR 1- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes abertos pelos trabalhadores

comerciais fixos do local e trabalhadores de eventuais obras no local;

- NABR 2- Concentração relacionado à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados pelos trabalhadores

comerciais fixos do local e por trabalhadores comerciais dos arredores;

- NABR 3- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes abertos pelos

trabalhadores comerciais fixos do local;

- NABR 4- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes fechados pelos

trabalhadores comerciais fixos do local;

- NABR 5- Concentração relacionado à inalação, ingestão e contato dermal com o solo contaminado pelos trabalhadores de obras eventuais;

- NABR 6- Concentração relacionado à ingestão de água contaminada pelos trabalhadores comerciais fixos e trabalhadores de eventuais

obras no local;

- NABR 7- Concentração relacionado ao contato dérmico com água subterrânea contaminada pelos trabalhadores comerciais fixos do local;

- As concentrações NABR 1, 2 e 5 da Tabela de Referência da CETESB por ter a fonte de contaminação o solo estão sendo comparadas com

as concentrações das amostras de solo e as concentrações NABR 3, 4, 6 e 7 da Tabela de Referência da CETESB estão sendo comparadas

analogamente as concentrações das amostras de água subterrânea;

- As concentrações das amostras de água subterrânea e solo estão sendo comparadas com as concentrações NABR para receptores comerciais

e com metas de risco (10-5), caso o composto químico tenha risco carcinogênico.

Avaliando os resultados apresentados nas tabelas de 3.9 a 3.12, observa-se que as

concentrações das amostras de água e solo ultrapassaram os valores de intervenção e os

NABR. Na tabela 3.9, comparando o resultado da amostra de solo para o parâmetro xileno,

verifica-se que ele ultrapassou o valor de intervenção e o NABR. Nesta mesma tabela, o valor

de TPH (C10-C30) que caracteriza a contaminação de diesel também ultrapassou o valor de

intervenção. Na tabela 3.11, comparando o resultado da amostra de água subterrânea, verifica-

se que o parâmetro benzeno ultrapassou o valor de intervenção e quase ultrapassa o NABR.

Nesta mesma tabela, os valores de TPH (C5-C10) e TPH (C10-C30) ultrapassaram os valores

de intervenção. Nas tabelas comparativas de PAH nenhum dos parâmetros das amostras de

solo e água subterrânea ultrapassou os valores de intervenção e/ou NABR.

A avaliação de risco nível 1 é conservadora e considera que os receptores locais, assim

como os receptores externos estão juntos da fonte de contaminação, podendo ser objeto da

exposição por caminhos diretos e indiretos, desta forma são estabelecidas as condições mais

rigorosas possíveis.

Após a análise de risco nível 1, decidiu-se não realizar as atividades previstas para

uma AÇÃO RESPOSTA 3 (vide a figura 2.6 - Fluxograma da metodologia ACBR), mas a

execução de uma avaliação mais específica da área, ou seja, uma análise de risco nível 2.

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

78

A avaliação de nível 1 é muito conservadora para que os valores de referência sejam

assumidos como metas de remediação, pois torna a necessidade de altos investimentos para

alcançar estas metas, portanto a relação custo-benefício indicou a passagem da análise de

risco para o nível 2, como a melhor decisão a ser tomada.

Na avaliação de risco nível 2, as coletas de amostras de água subterrânea e solo

possibilitaram informações mais detalhadas da área de estudo: caracterização geológica e

hidrogeológica da área, mapa potenciométrico, condutividade hidráulica e velocidade de

migração das águas, sem maiores custos adicionais.

A experiência da empresa de consultoria em casos similares de contaminação

conduziu a não realização da etapa de nível 1, uma vez que foi detectada a presença de fase

livre sobrenadante na água subterrânea no poço de abastecimento do posto. Este fato, por si

só, indicava a necessidade da implantação de um sistema de remediação, através da remoção

da fase livre, além de recuperação dos níveis de concentração de contaminantes dissolvidos

nas águas subterrâneas até valores aceitáveis. Uma vez que os valores estabelecidos pelas

listas de referência (nível 1) são muito difíceis e dispendiosos de serem alcançados, optou-se

por realizar, em primeira instância, um estudo de nível 2, visando obter valores de referência

menos restritivos e possivelmente atingíveis com o “estado da arte” das técnicas de

remediação disponíveis no mercado de consultoria ambiental.

3.4.2 Análise de Risco – Nível 2

Esta nova análise de risco considerará as distâncias entre os receptores locais e

externos, e as fontes de contaminação. Desta forma, serão estabelecidas novas metas de

remediação utilizando informações mais detalhadas que foram obtidas na investigação

confirmatória, mas não foram utilizadas na análise de risco nível 1. Estes dados serão

aplicados a um modelo matemático de transporte e atenuação para calcular as concentrações

limites toleráveis dos contaminantes do posto, tal que o risco de exposição em um longo

período de tempo não extrapola os valores aceitáveis no ponto de exposição (POE). Estas

concentrações limites calculadas são as Concentrações Meta Baseada no Risco – CMEA que

serão comparadas às concentrações obtidas das amostras de água subterrânea e solo.

Page 83: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

79

Para a modelagem matemática da análise de risco nível 2, a empresa de consultoria

utilizou o software RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Versão 1.3a da Groundwater

Services, Inc.

No anexo 1 são apresentadas as planilhas com os dados utilizados para esta

modelagem, suas interfaces com o usuário e os resultados obtidos. O primeiro passo para se

utilizar este programa é a definição do Modelo Conceitual de Exposição - MCE, em que são

definidos os receptores, os caminhos de exposição e os cenários de exposição. Para este

estudo de caso foram considerados os cenários estabelecidos na tabela 3.8 do item 3.3. Estes

cenários foram aplicados ao programa separadamente, de acordo com os receptores definidos

no MCE. Na planilha AI.1, observa-se os caminhos de exposição e seus cenários de

exposição definidos pelo usuário para os receptores trabalhadores fixos do posto (receptores

on site). As planilhas AI.2 a AI.5 apresentam os dados das propriedades físico-químicas,

toxicidade e outras propriedades dos compostos químicos de interesse que serão utilizados

para a modelagem definidos pelo usuário utilizando o próprio banco de dados do RBCA. A

planilha AI.6 são os dados que foram inseridos pelo usuário para caracterização do site, e

assim, permitir a modelagem. As planilhas AI.7 e AI.8 são os resultados obtidos da

modelagem, em que se apresentam as concentrações limites decorrentes da contaminação do

solo e da água subterrânea, para cada caminho de exposição definido para o receptor on site

(trabalhadores fixos do posto). Desta forma, verifica-se na planilha AI.7, por exemplo, que o

CMEA 1 (Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em

ambientes abertos pelos trabalhadores comerciais fixos do local) para o benzeno foi 310

mg/kg; e que o CMEA 5 (Concentração relacionada à ingestão da água subterrânea pelos

trabalhadores comerciais fixos do local), na planilha AI.8, para o benzeno foi 0,3 mg/L. Este

mesmo procedimento foi aplicado para os receptores “Trabalhadores de Eventuais Obras no

Posto” e seus respectivos caminhos e cenários de exposição, assim como para os

“Trabalhadores Comerciais dos Arredores”. Para estes primeiros foram utilizadas as planilhas

AI.9 a AI.15, sendo que nesta análise não foi considerado o caminho de ingestão de água

subterrânea contaminada a partir do poço de abastecimento, pois este poço foi fechado, logo

somente foram obtidos os resultados relacionados a contaminação do solo. Para os receptores

externos (trabalhadores dos arredores) foram utilizadas as planilhas AI.16 a AI.22.

A análise de risco realizada pela empresa de consultoria também considerou que o uso

do local manterá como um posto de serviços, desde quando qualquer outro uso implicaria em

nova condição de risco. A avaliação da exposição aos contaminantes considerou dados

Page 84: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

80

relativos ao uso atual e futuro da área, os caminhos de exposição e os receptores. Vários

valores numéricos usados para o cálculo das concentrações máximas, para o local, foram

assumidos com base na experiência profissional, sendo os mesmos estimados de forma

conservadora.

Foi adotada pela empresa de consultoria, uma meta de risco de 1 x 10-4 e um índice de

perigo de 1,0 para compostos químicos carcinogênicos e não-carcinogênicos,

respectivamente. Na análise de risco nível 1, por ser mais conservadora, a CETESB considera

um valor mais restritivo para meta de risco dos compostos químicos carcinogênicos (valor de

1x10-5 ). Isto significa que uma dose de contaminante (baseada no peso corpóreo) que gera um

risco adicional de ocorrer um caso de tumor letal em 100.000 indivíduos expostos durante

toda a vida, ou seja, um fator de 10-5.

As tabelas 3.13 a 3.16 apresentam os resultados analíticos das amostras de água

subterrânea e solo e as CMEA obtidas através do cálculo utilizando o software RBCA.

Tabela 3.13: Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para BTEX (mg/Kg)

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos

S-2 0,50 0,04 0,913 0,62 150,1 CMEA 1 310 >190 >320 >170 CMEA 2 1,9 >190 160 >170 CMEA 3 70 3100 4100 53000 CMEA 4 0,15 12 13 >170

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

81

Tabela 3.14: Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para PAH - (mg/Kg)

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)

antraceno

Benzo(a)

pireno

Benzo(b)

fluoranteno S-2 0,5 0,79 <0,2 0,37 <0,2 <0,2 <0,2

CMEA 1 NC NC NC >17 >3,6 >17 CMEA 2 NC NC NC >17 >3,6 >17 CMEA 3 NC NC NC 2500 250 2500 CMEA 4 >61 9,2 >1,4 >17 >3,6 >17

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Benzo (g,h,i)

perileno

Criseno Dibenzo

(a, h)

antraceno

Fluoranteno Fluoreno Indeno

(1,2,3-cd)

pireno S-2 0,5 <0,2 <0,2 <0,2 0,39 2,9 <0,2

CMEA 1 NC >0,77 >0,79 NC NC >4500 CMEA 2 NC >0,77 >0,79 NC NC >4500 CMEA 3 NC 1500 NC NC NC 2500 CMEA 4 >2,4 >0,77 >0,79 >17 >27 2900

Sondagem Profundidade

Amostrada (m)

Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)

fluoranteno

S-2 0,5 16 7,7 0,51 <0,2 CMEA 1 >140 NC NC <5,1 CMEA 2 >140 NC NC <5,1 CMEA 3 80000 NC NC 25000 CMEA 4 >140 >49 >13 >5,1

Tabela 3.15: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMEA para BTEX -

(mg/L) Amostra/

Poço

Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos

AA-4/PM-4 0,0319 0,0034 0,0186 0,0442 CMEA 5 0,3 9,9 20 200 CMEA 6 21 >170 >520 >200 CMEA 7 >1800 >170 >520 >200

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

82

Tabela 3.16: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMAE para PAH - (mg/L)

Amostra/

Poço

Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)

Antraceno

Benzo(a)

pireno

Benzo(b)

fluoranteno

AA-2/ PM-2 0,00006 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001

AA-4/ PM-4 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001

CMEA 5 >3,9 0,40 >0,045 >0,0057 >0,0016 >0,015

CMEA 6 NC NC NC >0,0057 >0,0016 >0,015

CMEA 7 NC NC NC >0,0057 >0,0016 >0,015

Amostra/

Poço

Benzo

(g,h,i)

perileno

Criseno Dibenzo

(a, h)

antraceno

Fluoranteno Fluoreno Indeno

(1,2,3-cd)

pireno

AA-2/ PM-2 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 0,00001 <0,00002

AA-4/ PM-4 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00002

CMEA 5 >0,0007 >0,0018 >0,0005 >0,021 >1,7 0,0037

CMEA 6 NC >0,0018 >0,0005 NC NC >0,062

CMEA 7 NC >0,0018 >0,0005 NC NC >0,062

Amostra/

Poço

Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)

fluoranteno

AA-2/ PM-2 0,017 0,00008 <0,00001 <0,00001

AA-4/ PM-4 0,00003 <0,00001 <0,00001 <0,00001

CMEA 5 >31 >1,6 >0,16 >0,0043

CMEA 6 >31 NC NC >0,0043

CMEA 7 >31 NC NC >0,0043 CMEA - Concentrações Meta Baseada no Risco - calculada pela Análise Risco ACBR - Tier 2 através do software RBCA Toolkit for

Chemical Releases versão 1.3ª;

- CMEA 4- Concentração relacionada à ingestão das águas subterrâneas contaminadas através da lixivição do solo para os trabalhadores

comerciais fixos do local;

- CMEA 1- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes abertos pelos trabalhadores

comerciais fixos do local;

- CMEA 2- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados pelos trabalhadores

comerciais fixos do local;

- CMEA 3- Concentração relacionada à inalação, ingestão e contato dermal com o solo contaminado pelos trabalhadores de obras;

- CMEA 5- Concentração relacionada à ingestão da água subterrânea pelos trabalhadores comerciais fixos do local;

- CMEA 6- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes fechados pelos

trabalhadores comerciais fixos do local;

- CMEA 7- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes abertos pelos

trabalhadores comerciais fixos do local;

NC - Não calculado pelo software RBCA

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

83

Avaliando as tabelas 3.13. a 3.16, observa-se que as concentrações detectadas, tanto

no solo quanto na água subterrânea, fora da pluma de fase livre, não ultrapassaram os limites

máximos estabelecidos para o posto para todos os caminhos de exposição e receptores

considerados.

3.5 COMENTÁRIOS SOBRE O ESTUDO DE CASO E RECOMENDAÇÕES AO

EMPREENDEDOR

Na análise de risco nível 1, os parâmetros xilenos e TPH (C10-C30) ultrapassaram os

limites para valores de intervenção (VI) e o xileno também ultrapassou os níveis NABR para

os resultados analíticos da amostra de solo. Com relação à amostra de água subterrânea, o

parâmetro benzeno ultrapassou o limite para o respectivo valor do VI e quase ultrapassa o

nível do NABR. Os parâmetros TPH (C5-C10) e TPH (C10-C30) também ultrapassaram os

valores de intervenção. Na análise de nível 2, os resultados analíticos das amostras de água

subterrânea e de solo não ultrapassaram as concentrações CMEA.

Entretanto, é importante ressaltar que a presença de fase livre nos poços PB-01 e PA-

01 não é avaliada pela análise de Risco-ACBR, sendo considerada como uma fonte de

contaminação que representa um risco iminente aos receptores potenciais, devendo, portanto,

ser eliminada.

Para remoção da fase livre de óleo sobrenadante na água subterrânea no poço PB-01 e

no poço de abastecimento PA-01 foram instaladas bombas especiais (skimmers) que extraem

exclusivamente o óleo que flutua sobre a água. De acordo com os dados da CETESB (vide

figura 2.10) esta é a segunda técnica mais utilizada em casos de contaminação no estado de

São Paulo. Após remoção do óleo, ele será colocado em tambores e encaminhado junto com o

óleo queimado para uma destinação adequada. O PA deverá permanecer desativado

definitivamente.

Recomendou-se o monitoramento químico trimestral dos poços instalados no posto a

fim de monitorar as águas subterrâneas, acompanhar a evolução da fase dissolvida e alertar

para a necessidade de intervenções adicionais. Os compostos químicos de interesse são os

mesmos da investigação (BTEX, TPH e PAH) para o monitoramento. A CETESB recomenda

que este monitoramento deva se estender por um período de 1 ano, caso as amostras de água

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Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

84

subterrânea não venham ultrapassar as metas de remediação (CMEA), considera-se o caso

como encerrado.

Se ocorrer algum aumento das concentrações dos CQI nos poços de monitoramento,

poderá ser a indicação de um novo evento de contaminação. De acordo com o procedimento

da CETESB, é necessário desenvolver uma nova avaliação ambiental com o objetivo de

identificar a provável fonte de contaminação e adotar as Ações de Resposta cabíveis.

O posto deverá adequar as suas instalações segundo os critérios estabelecidos pela

norma NBR 13.786 (Posto de Serviço – Seleção dos Equipamentos para Sistemas para

Instalações Subterrâneas de Combustíveis) e também deverá atender as outras exigências

legais relativas ao licenciamento ambiental. É fundamental que a instalação de equipamentos

novos atenda aos padrões legais e normativos e que os mesmos sejam devidamente testados

antes de iniciar a sua operação. Vale salientar que existe uma norma da ABNT, a NBR 14973

para troca de tanques subterrâneos, assim como um procedimento da CETESB específico

também para esta atividade (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO

AMBIENTAL, 2006).

No caso de obras no local, recomendou-se, em caráter preventivo, o uso de EPIs

adequados para os trabalhadores de obras, evitando assim, o contato dermal com as águas

subterrâneas e o solo contaminado.

Ressalta-se que caso haja mudanças com relação ao cenário considerado (ex: novo uso

do local), nova avaliação de risco deverá ser realizada.

Page 89: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

85

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS

EM SÃO PAULO

O trabalho desenvolvido pelos autores desta monografia no estudo de caso aqui

discutido permitiu observar que os novos procedimentos da CETESB para licenciamento de

postos de combustíveis (Decisão da Diretoria 010-2006-C) incluem todas as atividades da

execução da investigação e avaliação da contaminação em episódios ocorridos nestes

estabelecimentos.

Na etapa de investigação existem procedimentos para identificação de passivos

ambientais com a descrição de todo o processo de investigação preliminar (locação dos pontos

de sondagens, avaliação dos gases no solo, nº de amostras de água e solo, a forma como

devem ser coletadas estas amostras, o formato do relatório a ser entregue, ações imediatas que

devem ser adotadas, etc.). Enquanto na avaliação da contaminação existe o procedimento para

aplicação da análise de risco ACBR customizado para os episódios em postos. Esses

procedimentos possivelmente permitirão uma padronização dos processos de investigação e

de avaliação de contaminação, assim como facilitarão a remediação das áreas contaminadas

no estado de São Paulo, e em outros estados após adaptar-se a metodologia.

4.2 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS

NA BAHIA

Na norma técnica NT 002-2006 do CRA, o tópico relativo a “Caso de Emergência

Ambiental e Remediação” estabelece algumas diretrizes para os episódios de contaminação

em postos de combustíveis. Com base nesse tópico, entende-se que a avaliação da

contaminação no local deve ter como referência a Lista de Valores Orientativos da CETESB e

a metodologia de análise de risco ACBR, exclusivamente para o solo e, os valores da Portaria

nº 518 de 2004, do Ministério da Saúde, exclusivamente para a água subterrânea. Sabendo-se

Page 90: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

86

que a Portaria nº 518 estabelece os valores máximos permitidos para a água adequada ao

consumo humano e dentre estes, os valores máximos dos compostos etilbenzeno, tolueno e

xilenos são mais restritivos do que o apresentado na lista da CETESB, percebe-se o cuidado

do CRA em ser mais restritivo com relação à água subterrânea, a qual pode atingir receptores

potenciais com maior facilidade do que o solo contaminado. Entretanto, a depender do uso a

ser dado a água subterrânea, a Portaria nº 518 deve ser utilizada apenas como referência para

avaliação da contaminação do local, mas como uma referência para valores a serem atingidos

como metas de remediação, pois os custos para alcançar estes valores podem ser inviáveis,

sendo mais benéfico eliminar o uso da água subterrânea para consumo humano e dar à água

outro fim, menos nobre. A NT do CRA precisa esclarecer quais serão os valores meta para

que a água subterrânea seja considerada descontaminada a depender do uso desta água. A

norma do CRA precisa incluir a análise de risco no processo de tomada de decisão para

remediação da contaminação da água subterrânea. Ressalta-se, mais uma vez, que o uso de

portarias de potabilidade da água como referência exclusiva para avaliação da contaminação,

prática anterior ao uso das metodologias de análise de risco para estes episódios, considerava

sempre o uso para consumo humano, o que nem sempre é possível.

A NT -002/2006 do CRA regulamenta basicamente o licenciamento ambiental de

postos e bases de combustíveis, não apresentando procedimentos padrões para atendimento

emergencial, investigação e remediação dos casos de contaminação, diferentemente da

CETESB.

O número de casos de contaminação dos postos de combustíveis é expressivo na

Bahia, percebe-se, portanto, a necessidade do estado estabelecer a sua própria lista de valores

orientadores para solos e águas subterrâneas, pois as características ambientais do estado da

Bahia são diferentes das características do estado de São Paulo; pode-se estar tomando valores

de referência que não são adequados à região.

4.3 O ESTUDO DE CASO

Nas situações de episódios de contaminação em postos de combustíveis contendo fase

livre sobrenadante, com espessuras significativas, como foi o presente estudo de caso, pode-se

perceber que existe uma tendência dos trabalhos investigatórios serem direcionados à

Page 91: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

87

obtenção das informações necessárias para uma análise de risco nível 2, pois, normalmente, a

área já está contaminada com valores que ultrapassam os limites para a análise de risco nível

1. O custo de uma investigação para uma análise de nível 2 é um pouco superior ao custo de

uma investigação de uma análise de nível 1, pois na investigação nível 2 são necessárias:

análises de laboratório das amostras geotécnicas para caracterização do solo, ensaios de

permeabilidade, além de um número de horas um pouco maior de um geólogo para

modelagem matemática e análise dos dados obtidos.

Onde os indícios demonstram a presença de fase livre em poços de abastecimentos,

galerias elétricas, caixas de esgoto, etc., a análise de risco nível 1 torna-se desnecessária, pois

os valores que serão utilizados como referência para comparação com os valores obtidos nas

amostras de solo e água subterrânea, do local, certamente serão ultrapassados; posteriormente,

a análise custo/benefício indicará a passagem para o nível 2, já que não será viável estabelecer

uma ação de remediação ou de engenharia em um estágio de análise de risco nível 1, sem ter

informações mais detalhadas da contaminação. Desta forma, uma investigação mais

detalhada, seguida de uma análise de risco nível 2, permitiria uma melhor avaliação da

contaminação e, conseqüentemente, uma melhor decisão da ação para recuperar a área,

reduzindo os custos e o tempo. Nessa tomada de decisão é necessária a experiência

profissional do consultor para se obter um bom julgamento das informações coletadas na

investigação preliminar, definindo se será melhor, ou não, partir imediatamente para uma

análise de risco nível 2. Caso a concentração dos contaminantes esteja abaixo dos valores de

referência da análise de nível 1, a decisão tomada de se iniciar com uma análise de nível 2

terá o efeito inverso quanto a relação custo/ benefício.

O procedimento da empresa de consultoria em realizar análise dos parâmetros de PAH

apenas para valores de TPH acima de 400 mg/kg (amostras de solo) e 325 µg/L (amostras de

água subterrânea) mostrou-se como uma proposta adequada e deveria ser avaliada pelas

agências ambientais, já que os valores de PAH das amostras analisadas nestas condições não

excederam os valores de intervenção, nem NABR e nem CMEA. Tanto a CETESB quanto o

CRA determinam a análise de PAH para todas as amostras, independente da concentração

obtida dos TPH. Entretanto, como os compostos PAH também formam o grupo

Hidrocarbonetos Totais de Petróleo – TPH, conclui-se que se o valor de TPH estiver baixo, os

valores dos compostos PAH também estarão baixos.

Page 92: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

88

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Com base neste estudo de caso concluiu-se que:

a) a aplicação do procedimento de análise de risco ACBR (COMPANHIA DE

TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006) para um caso real de

contaminação em posto de combustíveis, confirmou a importância da análise de risco

como ferramenta para tomada de decisão, priorização de recursos e correção de acidentes

ambientais. Esse procedimento estabelece, passo a passo, as atividades de investigação,

avaliação e remediação da contaminação, criando um processo racional que permite uma

melhor alocação de recursos disponíveis, definindo também a necessidade e a prioridade

de ações corretivas e, estabelecendo graus de remediação aceitáveis sem riscos à saúde

humana e ao meio ambiente;

b) a norma técnica do CRA (NT-002/2006) necessita ser revista para regulamentação do

atendimento emergencial, investigação e remediação de áreas contaminadas por postos,

pois, atualmente, não existem instruções que determinem a forma como devem ser

executados os trabalhos, nesses episódios. Segundo a norma, fica a cargo dos responsáveis

pela área á elaboração do plano de remediação para posterior avaliação do CRA.

Quanto às recomendações, que parecem mais apropriadas, uma vez concluído este estudo de

caso, são:

a) tendo em vista que o procedimento ACBR permite definir um modelo de relatório para a

análise de risco, assim como no procedimento de investigação de passivos ambientais

SASC (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006b)

contendo informações básicas que serão apresentadas ao órgão ambiental para avaliação

adequada do trabalho realizado na área, recomenda-se que também seja estabelecido um

relatório padrão para apresentação da análise de risco e do projeto de remediação, caso o

mesmo seja necessário;

b) recomenda-se para o caso de estados como a Bahia, que o órgão ambiental estabeleça

procedimentos e padrões mais completos e atualizados para que, em uma fase posterior de

amadurecimento e conscientização ambiental dos possíveis poluidores do estado, sejam

adotados modelos de auto-monitoramento e auto-gestão, nos quais fica à cargo do

poluidor a metodologia de avaliação e os planos de remediação;

Page 93: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

89

c) o modelo atualmente adotado pelo órgão ambiental da Bahia de deixar à cargo do poluidor

a elaboração da avaliação e do plano de remediação para posterior avaliação do órgão,

sem que normas e procedimentos consistentes e completos sejam estabelecidos, além do

mecanismo de auto monitoração proposto hoje pelo CRA, é arriscado e duvidoso quanto à

eficiência de sua aplicação. Esse procedimento é utilizado apenas em países do 1º mundo,

tais como a Alemanha, onde já se passou por uma fase de pesquisas, estabelecimento de

normas e procedimentos, além da avançada fase de amadurecimento e conscientização

ambiental em que se encontram;

d) recomenda-se que através de pesquisa científica e análises visando correlacionar os

valores de TPH aos valores de PAH, qual o valor mínimo de TPH para que seja

determinado, com uma margem de segurança adequada, à análise de PAH. Vale a pena

ressaltar que conquanto os custos para análise desses parâmetros superem em muito os

custos para análise do parâmetro TPH, os compostos PAH são bastante perigosos á saúde

humana e ao meio ambiente, portanto uma pesquisa científica criteriosa deve respaldar

esta decisão;

e) visando melhorar o controle e a remediação das áreas contaminadas em áreas urbanas no

estado da Bahia, são feitas as seguintes recomendações:

- a catalogação e a divulgação de uma lista contendo as áreas potencialmente

contaminadas;

- a definição de valores orientadores para qualidade do solo e água subterrânea baseada

em dados da região;

- o estabelecimento de uma norma para realização de estudos de análise de risco

específicas para áreas potencialmente contaminadas, visando priorizar os recursos para

àquelas áreas onde há maiores riscos para a saúde humana e meio ambiente;

- o avanço da regulamentação do licenciamento dos postos de combustíveis, dando

maior enfoque ao atendimento e correção dos acidentes ambientais causados por estes

estabelecimentos, tais como os vazamentos de tanques subterrâneos de combustíveis.

A título de comparação, vê-se que esses casos são tão numerosos no estado de São

Paulo, mas, nem se quer existem registros públicos da existência desses casos no

estado da Bahia.

Page 94: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

90

REFERÊNCIAS

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Page 95: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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GOUVEIA, J. L. N. Atuação de equipes de atendimento emergencial em vazamento de combustíveis em postos e sistemas retalhistas. São Paulo. 2004. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Universidade de São Paulo, São Paulo. 2004.

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Page 96: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

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SINDICATO DE REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS. Disponível em: <http://www.sindicombustiveis.com.br/>. Acesso em: dez. 2006 (Sindicombustíveis-BA).

SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE E ORDENAMENTO DO USO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR. Disponível em: <http://www.sucom.ba.gov.br/>. Acesso em: dez. 2006.

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Page 97: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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Page 98: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.

2007 Monografia I

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ANEXOS

ANEXO I: Planilhas do RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3 b.

Page 99: procedimentos de investigação e avaliação da contaminação em

RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b

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None NA NA

Outdoor Air:Commercial None None

Indoor Air:Commercial NA NA

Commercial None None

NA NA NA

Commands and Options

GroundwaterPotable Water

Ingestion

AirInhalation of Vapor and/or Particulates

GroundwaterTransportAffected

Groundwater

Leaching

AffectedSubsurface

Soils

EnclosedSpace

Accumulation

Volatilization

AtmosphericDispersion

AffectedSurficial

Soils

Return

SoilDermal Contact and

Ingestion

AirInhalation of Vapor and/or Particulates

GroundwaterPotable Water

Ingestion

Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life

AtmosphericDispersion

EnclosedSpace

Accumulation

GroundwaterTransport

WindErosion

Volatilization

Leaching

AffectedSurficial

Soils

AffectedGroundwater

Main Screen Print Sheet Help

Exposure Pathway Flowchart

Source Media Transport Mechanisms Exposure Media ReceptorsOn-site Off-site1 Off-site2

SOURCE RECEPTOR TRANSPORT

AffectedSubsurface

Soils

SoilDermal Contact and

IngestionWindErosion

Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life

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Page 1 of 4RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b

CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Physical Property Data

Diffusion log (Koc) or Vapor Molecular Coefficients log(Kd) Henry's Law Constant Pressure Solubility

Weight in air in water (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C)CAS (g/mole) (cm2/s) (cm2/s) log(L/kg) (atm-m3) (mm Hg) (mg/L) acid base

Constituent Number type MW ref Dair ref Dwat ref partition ref mol (unitless) ref ref ref pKa pKb refBenzene 71-43-2 A 78.1 PS 8.80E-02 PS 9.80E-06 PS 1.77 Koc PS 5.55E-03 2.29E-01 PS 9.52E+01 PS 1.75E+03 PS - - -Ethylbenzene 100-41-4 A 106.2 PS 7.50E-02 PS 7.80E-06 PS 2.56 Koc PS 7.88E-03 3.25E-01 PS 1.00E+01 PS 1.69E+02 PS - - -Toluene 108-88-3 A 92.4 5 8.50E-02 A 9.40E-06 A 2.13 Koc A 6.30E-03 2.60E-01 A 3.00E+01 4 5.15E+02 29 - - -Xylene (mixed isomers) 1330-20-7 A 106.2 5 7.20E-02 A 8.50E-06 A 2.38 Koc A 7.03E-03 2.90E-01 A 7.00E+00 4 1.98E+02 5 - - -Acenaphthene 83-32-9 PAH 154.21 4 4.21E-02 4 7.69E-06 4 3.85 Koc 4 7.71E-03 3.18E-01 4 5.00E-03 4 3.93E+00 29 - - -Acenaphthylene 208-96-8 PAH 152.21 4 4.39E-02 4 7.53E-06 4 4.00 Koc 4 1.14E-04 4.70E-03 4 8.51E-10 4 3.93E+00 29 - - -Anthracene 120-12-7 PAH 178.23 4 3.24E-02 4 7.74E-06 4 4.15 Koc 4 6.75E-02 2.78E+00 4 1.30E-06 4 4.50E-02 5 - - -Benzo(a)Anthracene 56-55-3 PAH 228.3 4 5.10E-02 4 9.00E-06 4 6.14 Koc 4 1.38E-08 5.69E-07 4 1.50E-07 4 5.70E-03 5 - - -Benzo(a)Pyrene 50-32-8 PAH 252.3 PS 4.30E-02 PS 9.00E-06 PS 6.01 Koc PS 1.13E-06 4.66E-05 PS 5.68E-04 PS 1.62E-03 PS - - -Benzo(b)Fluoranthene 205-99-2 PAH 252 5 2.26E-02 6 5.56E-06 7 5.74 Koc 25 2.01E-05 8.29E-04 25 6.67E-07 25 1.47E-02 25 - - -Benzo(g,h,i)Perylene 191-24-2 PAH 276 5 4.90E-02 6 5.65E-05 7 6.20 Koc 11 1.40E-07 5.77E-06 30 1.00E-09 10 7.00E-04 5 - - -Benzo(k)Fluoranthene 207-08-9 PAH 252.32 4 2.26E-02 4 5.56E-06 4 5.74 Koc 4 1.07E-08 4.41E-07 4 9.59E-10 4 4.30E-03 4 - - -Chrysene 218-01-9 PAH 228.2 4 2.48E-02 4 6.21E-06 4 5.30 Koc 4 1.18E-08 4.87E-07 4 5.76E-09 4 1.80E-03 5 - - -Dibenzo(a,h)Anthracene 53-70-3 PAH 278.35 4 2.00E-02 4 5.24E-06 4 5.87 Koc 4 3.81E-07 1.57E-05 4 5.20E-10 4 5.00E-04 4 - - -Fluoranthene 206-44-0 PAH 202 4 3.02E-02 4 6.35E-06 4 4.58 Koc 4 6.70E-02 2.76E+00 4 1.77E-02 4 2.06E-01 5 - - -Fluorene 86-73-7 PAH 166 4 3.63E-02 4 7.88E-06 4 3.86 Koc 4 1.17E-04 4.83E-03 4 1.70E-02 4 1.69E+00 5 - - -Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 193-39-5 PAH 276.34 4 2.33E-02 4 4.41E-06 4 7.53 Koc 4 5.07E-12 2.09E-10 4 1.00E-09 4 6.20E-02 29 - - -Naphthalene 91-20-3 PAH 128.2 PS 5.90E-02 PS 7.50E-06 PS 3.30 Koc PS 4.83E-04 1.99E-02 PS 2.30E-01 PS 3.10E+01 PS - - -Phenanthrene 85-01-8 PAH 178.22 4 3.33E-02 4 7.47E-06 4 4.15 Koc 4 6.05E-03 2.50E-01 4 2.10E-04 4 1.60E+00 5 - - -Pyrene 129-00-0 PAH 202.3 4 2.72E-02 4 7.24E-06 4 4.58 Koc 4 7.00E-09 2.89E-07 4 4.20E-08 4 1.60E-01 5 - - -

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Toxicity Data

Reference Dose Reference Conc. Slope Factors Unit Risk Factor(mg/kg/day) (mg/m3) 1/(mg/kg/day) 1/(µg/m3)

(mg/kg/day) 1/(mg/kg/day) EPA Weight IsOral Dermal Inhalation Oral Dermal Inhalation of Constituent

RfD_oral ref RfD_dermal ref RfC_inhal ref SF_oral ref SF_dermal ref URF_inhal ref Evidence Carcinogenic ?3.00E-03 R - - 5.95E-03 R 2.90E-02 PS 2.99E-02 TX 8.29E-06 PS A VERDADEIRO1.00E-01 PS 9.70E-02 TX 1.00E+00 PS - - - - - - D FALSO2.00E-01 A,R 1.60E-01 TX 4.00E-01 A,R - - - - - - D FALSO2.00E+00 A,R 1.84E+00 TX 7.00E+00 A - - - - - - D FALSO6.00E-02 R 5.34E-02 TX - - - - - - - - - FALSO4.00E-03 31 3.56E-03 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-01 A 2.67E-01 TX - - - - - - - - D FALSO

- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO- - - - 1.10E+01 31 7.30E+00 PS 8.20E+00 TX 2.09E-03 PS B2 VERDADEIRO- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO

3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO- - - - 1.00E-01 31 7.30E-02 R 8.20E-02 TX 8.80E-06 31 B2 VERDADEIRO- - - - 9.00E-07 31 1.15E+00 A 1.29E+00 TX 3.29E-04 A B2 VERDADEIRO- - - - 4.00E-01 31 7.30E+00 R 8.20E+00 TX - - B2 VERDADEIRO

4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO

- - - - 1.10E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO4.00E-01 PS 3.56E-01 TX 1.40E+00 PS - - - - - - D FALSO3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-02 R 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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Miscellaneous Chemical Data

Time-Weighted Aquatic Life Biocon-Maximum Average Workplace Prot. Criteria centration

Contaminant Level Criteria FactorMCL (mg/L) ref TWA (mg/m3) ref AQL (mg/L) ref (L-wat/kg-fish)5.00E-03 52 FR 25690 3.25E+00 PS - - 12.67.00E-01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.35E+02 PS - - 11.00E+00 56 FR 3526 (30 Jan 91) 1.47E+02 ACGIH - - 701.00E+01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.34E+02 ACGIH - - 1

- - - - - - 384- - - - - - 1- - - - - - 917- - - ACGIH - - 10100

2.00E-04 57 31776 (17 Jul 92) 2.00E-01 PS - - 1- - - ACGIH - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1

2.00E-04 A - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1300- - - - - - 1- - 5.00E+01 PS - - 430- - - - - - 2630- - - - - - 2700

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Miscellaneous Chemical Data

Dermal Water Dermal Permeability DataRelative Dermal Lag time for Critical Relative Water/Skin Detection Limits Half LifeAbsorp. Permeability Dermal Exposure Contr of Derm Derm Adsorp Groundwater Soil (First-Order Decay)Factor Coeff. Exposure Time Perm Coeff Factor (mg/L) (mg/kg) (days)

(unitless) (cm/hr) (hr) (hr) (unitless) (cm/event) ref ref ref Saturated Unsaturated ref0.5 0.021 0.26 0.63 0.013 7.3E-2 D 0.002 S 0.005 S 720 720 H0.5 0.074 0.39 1.3 0.14 2.7E-1 D 0.002 S 0.005 S 228 228 H0.5 0.045 0.32 0.77 0.054 1.6E-1 D 0.002 S 0.005 S 28 28 H0.5 0.08 0.39 1.4 0.16 2.9E-1 D 0.005 S 0.005 S 360 360 H

0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 204 204 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 920 920 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1360 1360 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1060 1060 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1220 1220 H0.05 1.2 2.9 14 130 9.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1300 1300 H0.05 1.2 3 14 130 1.0E+1 D 0.01 32 0.66 32 4280 4280 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 S 0.66 S 2000 2000 H0.05 2.7 4.4 21 690 2.7E+1 D 0.01 32 0.66 32 1880 1880 H0.05 0.36 1.5 7.3 8.9 2.1E+0 D 0.01 32 0.66 32 880 880 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 1.9 4.2 20 380 1.9E+1 D 0.01 32 0.66 32 1460 1460 H0.05 0.069 0.53 2.2 0.2 2.7E-1 D 0.01 32 0.01 32 258 258 H0.05 0.23 1.1 5.6 2.9 1.2E+0 D 0.01 32 0.66 32 400 400 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 3800 3800 H

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FALSO RBCA SITE ASSESSMENT Input Parameter SummarySite Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1

Exposure Parameters Residential Commercial/Industrial Surface Parameters General Construction (Units)Adult (1-6yrs) (1-16 yrs) Chronic Construc. A Source zone area 6.3E+2 NA (m^2)

ATc Averaging time for carcinogens (yr) 68.6 W Length of source-zone area parallel to wind 3.5E+1 NA (m)ATn Averaging time for non-carcinogens (yr) 30 25 1 Wgw Length of source-zone area parallel to GW flow 3.5E+1 (m)BW Body weight (kg) 67.8 15 35 67.8 Uair Ambient air velocity in mixing zone 2.3E+0 (m/s)ED Exposure duration (yr) 30 6 16 25 1 δair Air mixing zone height 2.0E+0 (m)τ Averaging time for vapor flux (yr) 30 25 1 Pa Areal particulate emission rate NA (g/cm^2/s)EF Exposure frequency (days/yr) 350 250 120 Lss Thickness of affected surface soils 1.0E+0 (m)EFD Exposure frequency for dermal exposure 350 250IRw Ingestion rate of water (L/day) 2 1 Surface Soil Column Parameters Value (Units)IRs Ingestion rate of soil (mg/day) 100 200 50 100 hcap Capillary zone thickness 2.4E-1 (m)SA Skin surface area (dermal) (cm^2) 5800 2023 5800 5800 hv Vadose zone thickness 2.6E+0 (m)M Soil to skin adherence factor 1 ρs Soil bulk density 1.4E+0 (g/cm^3)ETswim Swimming exposure time (hr/event) 3 foc Fraction organic carbon 2.1E-3 (-)EVswim Swimming event frequency (events/yr) 12 12 12 θT Soil total porosity 5.0E-1 (-)IRswim Water ingestion while swimming (L/hr) 0.05 0.5 Kvs Vertical hydraulic conductivity 4.5E-7 (cm/s)SAswim Skin surface area for swimming (cm^2) 17800 6230 kv Vapor permeability 1.0E-16 (m^2)IRfish Ingestion rate of fish (kg/yr) 0.025 Lgw Depth to groundwater 2.8E+0 (m)FIfish Contaminated fish fraction (unitless) 1 Ls Depth to top of affected soils 5.0E-1 (m)

Lbase Depth to base of affected soils 2.6E+0 (m) Complete Exposure Pathways and Receptors On-site Off-site 1 Off-site 2 Lsubs Thickness of affected soils 2.1E+0 (m)

Groundwater: pH Soil/groundwater pH 6.9E+0 (-) Groundwater Ingestion Commercial None None capillary vadose foundation Soil Leaching to Groundwater Ingestion Commercial None None θw Volumetric water content 0.4455 0.4455 0.12 (-)

θa Volumetric air content 0.057 0.057 0.26 (-)Applicable Surface Water Exposure Routes: Swimming NA Building Parameters Residential Commercial (Units) Fish Consumption NA Lb Building volume/area ratio NA 3.00E+0 (m) Aquatic Life Protection NA Ab Foundation area NA 7.00E+1 (m^2)

Xcrk Foundation perimeter NA 3.40E+1 (m)Soil: ER Building air exchange rate NA 2.30E-4 (1/s) Direct Ingestion and Dermal Contact None Lcrk Foundation thickness NA 1.50E-1 (m)

Zcrk Depth to bottom of foundation slab NA 1.50E-1 (m)Outdoor Air: η Foundation crack fraction NA 1.00E-2 (-) Particulates from Surface Soils None None None dP Indoor/outdoor differential pressure NA 0.00E+0 (g/cm/s^2) Volatilization from Soils Commercial None None Qs Convective air flow through slab NA 0.00E+0 (m^3/s) Volatilization from Groundwater Commercial None None

Groundwater Parameters Value (Units)Indoor Air: δgw Groundwater mixing zone depth 2.0E+0 (m) Volatilization from Subsurface Soils Commercial NA NA If Net groundwater infiltration rate 3.0E+1 (cm/yr) Volatilization from Groundwater Commercial NA NA Ugw Groundwater Darcy velocity 1.1E-6 (cm/s)

Vgw Groundwater seepage velocity 1.6E-5 (cm/s) Receptor Distance from Source Media On-site Off-site 1 Off-site 2 (Units) Ks Saturated hydraulic conductivity NA (cm/s)

Groundwater receptor 0 NA NA (m) i Groundwater gradient NA (-) Soil leaching to groundwater receptor 0 NA NA (m) Sw Width of groundwater source zone NA (m) Outdoor air inhalation receptor 0 NA NA (m) Sd Depth of groundwater source zone NA (m)

θeff Effective porosity in water-bearing unit NA (-) Target Health Risk Values Individual Cumulative foc-sat Fraction organic carbon in water-bearing unit NA (-)

TRab Target Risk (class A&B carcinogens) 1.0E-4 1.0E-4 pHsat Groundwater pH NA (-)TRc Target Risk (class C carcinogens) 1.0E-4 Biodegradation considered? NATHQ Target Hazard Quotient (non-carcinogenic risk) 1.0E+0 1.0E+0

FALSO Modeling Options Transport Parameters Off-site 1 Off-site 2 Off-site 1 Off-site 2 (Units)

RBCA tier Tier 2 Lateral Groundwater Transport Groundwater Ingestion Soil Leaching to GW Outdoor air volatilization model Surface & subsurface models αx Longitudinal dispersivity NA NA NA NA (m) Indoor air volatilization model Johnson & Ettinger model αy Transverse dispersivity NA NA NA NA (m) Soil leaching model ASTM leaching model αz Vertical dispersivity NA NA NA NA (m) Use soil attenuation model (SAM) for leachate? No Lateral Outdoor Air Transport Soil to Outdoor Air Inhal. GW to Outdoor Air Inhal. FALSO Air dilution factor NA σy Transverse dispersion coefficient NA NA NA NA (m) Groundwater dilution-attenuation factor NA σz Vertical dispersion coefficient NA NA NA NA (m)

ADF Air dispersion factor NA NA NA NA (-)

Surface Water Parameters Off-site 2 (Units)NOTE: NA = Not applicable Qsw Surface water flowrate NA (m^3/s)

Wpi Width of GW plume at SW discharge NA (m)δpi Thickness of GW plume at SW discharge NA (m)DFsw Groundwater-to-surface water dilution factor NA (-)

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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830 Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
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RBCA SITE ASSESSMENT

Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830

Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4

SOIL (0.5 - 2.6 m) SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:

Target Hazard Quotient 1.0E+0

SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)

X Soil Leaching to Groundwater Ingestion X Soil Vol. to

Indoor Air X Soil Volatilization to Outdoor Air Surface Soil Inhalation, Ingestion,Dermal Contact Applicable SSTL Required CRF

CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration

On-site (0 m)

Off-site 1 (0 m)

Off-site 2 (0 m)

On-site (0 m) On-site (0 m) Off-site 1

(0 m)Off-site 2

(0 m) On-site (0 m) SSTL Exceeded ?Only if “yes”

CAS No. Name (mg/kg) Commercial None None Commercial Commercial Construction Worker None None None Construction

Worker (mg/kg) " " if yes left

71-43-2 Benzene 1.5E-1 NA NA 1.9E+0 3.1E+2 NA NA NA NA NA 1.5E-1 NA100-41-4 Ethylbenzene 1.2E+1 NA NA >1.9E+2 >1.9E+2 NA NA NA NA NA 1.2E+1 NA108-88-3 Toluene 1.3E+1 NA NA 1.6E+2 >3.2E+2 NA NA NA NA NA 1.3E+1 NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) >1.7E+2 NA NA >1.7E+2 >1.7E+2 NA NA NA NA NA >1.7E+2 NA83-32-9 Acenaphthene >6.1E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >6.1E+1 NA208-96-8 Acenaphthylene 9.2E+0 NA NA NC NC NA NA NA NA NA 9.2E+0 NA120-12-7 Anthracene >1.4E+0 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >1.4E+0 NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene >1.7E+1 NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA NA NA NA >1.7E+1 NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene >3.6E+0 NA NA >3.6E+0 >3.6E+0 NA NA NA NA NA >3.6E+0 NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene >1.7E+1 NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA NA NA NA >1.7E+1 NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene >2.4E+0 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >2.4E+0 NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene >5.1E+0 NA NA >5.1E+0 >5.1E+0 NA NA NA NA NA >5.1E+0 NA218-01-9 Chrysene >7.7E-1 NA NA >7.7E-1 >7.7E-1 NA NA NA NA NA >7.7E-1 NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene >7.9E-1 NA NA >7.9E-1 >7.9E-1 NA NA NA NA NA >7.9E-1 NA206-44-0 Fluoranthene >1.7E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >1.7E+1 NA86-73-7 Fluorene >2.7E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >2.7E+1 NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 2.9E+3 NA NA >4.5E+3 >4.5E+3 NA NA NA NA NA 2.9E+3 NA91-20-3 Naphthalene >1.4E+2 NA NA >1.4E+2 >1.4E+2 NA NA NA NA NA >1.4E+2 NA85-01-8 Phenanthrene >4.9E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >4.9E+1 NA129-00-0 Pyrene >1.3E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >1.3E+1 NA

">" indicates risk-based target concentration greater than constituent residual saturation value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.

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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830 Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
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RBCA SITE ASSESSMENT

Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830

Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4

GROUNDWATER SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:

Target Hazard Quotient 1.0E+0

SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)

X Groundwater Ingestion X GW Vol. to Indoor Air X Groundwater Volatilization

to Outdoor Air Applicable SSTLRequired CRF

CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration

On-site (0 m)

Off-site 1 (0 m)

Off-site 2 (0 m)

On-site (0 m)

On-site (0 m)

Off-site 1 (0 m)

Off-site 2 (0 m)

SSTL Exceeded ?Only if “yes”

CAS No. Name (mg/L) Commercial None None Commercial Commercial None None (mg/L) " " if yes left

71-43-2 Benzene 3.0E-1 NA NA 2.1E+1 >1.8E+3 NA NA 3.0E-1 NA100-41-4 Ethylbenzene 9.9E+0 NA NA >1.7E+2 >1.7E+2 NA NA 9.9E+0 NA108-88-3 Toluene 2.0E+1 NA NA >5.2E+2 >5.2E+2 NA NA 2.0E+1 NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) 2.0E+2 NA NA >2.0E+2 >2.0E+2 NA NA 2.0E+2 NA83-32-9 Acenaphthene >3.9E+0 NA NA NC NC NA NA >3.9E+0 NA208-96-8 Acenaphthylene 4.0E-1 NA NA NC NC NA NA 4.0E-1 NA120-12-7 Anthracene >4.5E-2 NA NA NC NC NA NA >4.5E-2 NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene >5.7E-3 NA NA >5.7E-3 >5.7E-3 NA NA >5.7E-3 NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene >1.6E-3 NA NA >1.6E-3 >1.6E-3 NA NA >1.6E-3 NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene >1.5E-2 NA NA >1.5E-2 >1.5E-2 NA NA >1.5E-2 NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene >7.0E-4 NA NA NC NC NA NA >7.0E-4 NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene >4.3E-3 NA NA >4.3E-3 >4.3E-3 NA NA >4.3E-3 NA218-01-9 Chrysene >1.8E-3 NA NA >1.8E-3 >1.8E-3 NA NA >1.8E-3 NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene >5.0E-4 NA NA >5.0E-4 >5.0E-4 NA NA >5.0E-4 NA206-44-0 Fluoranthene >2.1E-1 NA NA NC NC NA NA >2.1E-1 NA86-73-7 Fluorene >1.7E+0 NA NA NC NC NA NA >1.7E+0 NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 3.7E-2 NA NA >6.2E-2 >6.2E-2 NA NA 3.7E-2 NA91-20-3 Naphthalene >3.1E+1 NA NA >3.1E+1 >3.1E+1 NA NA >3.1E+1 NA85-01-8 Phenanthrene >1.6E+0 NA NA NC NC NA NA >1.6E+0 NA129-00-0 Pyrene >1.6E-1 NA NA NC NC NA NA >1.6E-1 NA

">" indicates risk-based target concentration greater than constituent solubility value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.

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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830 Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Job ID: 1830Location: Salvador - BA Date: 18-Jan-02Compl. By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras

Com./Constr. NA NA

Outdoor Air:Com./Constr. None None

Indoor Air:None NA NA

None None None

NA NA NA

Commands and Options

AirInhalation of Vapor and/or Particulates

AffectedSubsurface

Soils

Volatilization

AtmosphericDispersion

WindErosion

AffectedSurficial

Soils

SoilDermal Contact and

Ingestion

Return

SoilDermal Contact and

Ingestion

AirInhalation of Vapor and/or Particulates

GroundwaterPotable Water

Ingestion

Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life

AtmosphericDispersion

EnclosedSpace

Accumulation

GroundwaterTransport

WindErosion

Volatilization

Leaching

AffectedSurficial

Soils

AffectedGroundwater

Main Screen Print Sheet Help

Exposure Pathway Flowchart

Source Media Transport Mechanisms Exposure Media ReceptorsOn-site Off-site1 Off-site2

SOURCE RECEPTOR TRANSPORT

AffectedSubsurface

Soils

EnclosedSpace

Accumulation

Leaching

AffectedGroundwater

GroundwaterTransport

GroundwaterPotable Water

Ingestion

Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Physical Property Data

Diffusion log (Koc) or Vapor

Molecular Coefficients log(Kd) Henry's Law Constant Pressure Solubility

Weight in air in water (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C)

CAS (g/mole) (cm2/s) (cm2/s) log(L/kg) (atm-m3) (mm Hg) (mg/L) acid baseConstituent Number type MW ref Dair ref Dwat ref partition ref mol (unitless) ref ref ref pKa pKb ref

Benzene 71-43-2 A 78.1 PS 8.80E-02 PS 9.80E-06 PS 1.77 Koc PS 5.55E-03 2.29E-01 PS 9.52E+01 PS 1.75E+03 PS - - -Ethylbenzene 100-41-4 A 106.2 PS 7.50E-02 PS 7.80E-06 PS 2.56 Koc PS 7.88E-03 3.25E-01 PS 1.00E+01 PS 1.69E+02 PS - - -Toluene 108-88-3 A 92.4 5 8.50E-02 A 9.40E-06 A 2.13 Koc A 6.30E-03 2.60E-01 A 3.00E+01 4 5.15E+02 29 - - -Xylene (mixed isomers) 1330-20-7 A 106.2 5 7.20E-02 A 8.50E-06 A 2.38 Koc A 7.03E-03 2.90E-01 A 7.00E+00 4 1.98E+02 5 - - -Acenaphthene 83-32-9 PAH 154.21 4 4.21E-02 4 7.69E-06 4 3.85 Koc 4 7.71E-03 3.18E-01 4 5.00E-03 4 3.93E+00 29 - - -Acenaphthylene 208-96-8 PAH 152.21 4 4.39E-02 4 7.53E-06 4 4.00 Koc 4 1.14E-04 4.70E-03 4 8.51E-10 4 3.93E+00 29 - - -Anthracene 120-12-7 PAH 178.23 4 3.24E-02 4 7.74E-06 4 4.15 Koc 4 6.75E-02 2.78E+00 4 1.30E-06 4 4.50E-02 5 - - -Benzo(a)Anthracene 56-55-3 PAH 228.3 4 5.10E-02 4 9.00E-06 4 6.14 Koc 4 1.38E-08 5.69E-07 4 1.50E-07 4 5.70E-03 5 - - -Benzo(a)Pyrene 50-32-8 PAH 252.3 PS 4.30E-02 PS 9.00E-06 PS 6.01 Koc PS 1.13E-06 4.66E-05 PS 5.68E-04 PS 1.62E-03 PS - - -Benzo(b)Fluoranthene 205-99-2 PAH 252 5 2.26E-02 6 5.56E-06 7 5.74 Koc 25 2.01E-05 8.29E-04 25 6.67E-07 25 1.47E-02 25 - - -Benzo(g,h,i)Perylene 191-24-2 PAH 276 5 4.90E-02 6 5.65E-05 7 6.20 Koc 11 1.40E-07 5.77E-06 30 1.00E-09 10 7.00E-04 5 - - -Benzo(k)Fluoranthene 207-08-9 PAH 252.32 4 2.26E-02 4 5.56E-06 4 5.74 Koc 4 1.07E-08 4.41E-07 4 9.59E-10 4 4.30E-03 4 - - -Chrysene 218-01-9 PAH 228.2 4 2.48E-02 4 6.21E-06 4 5.30 Koc 4 1.18E-08 4.87E-07 4 5.76E-09 4 1.80E-03 5 - - -Dibenzo(a,h)Anthracene 53-70-3 PAH 278.35 4 2.00E-02 4 5.24E-06 4 5.87 Koc 4 3.81E-07 1.57E-05 4 5.20E-10 4 5.00E-04 4 - - -Fluoranthene 206-44-0 PAH 202 4 3.02E-02 4 6.35E-06 4 4.58 Koc 4 6.70E-02 2.76E+00 4 1.77E-02 4 2.06E-01 5 - - -Fluorene 86-73-7 PAH 166 4 3.63E-02 4 7.88E-06 4 3.86 Koc 4 1.17E-04 4.83E-03 4 1.70E-02 4 1.69E+00 5 - - -Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 193-39-5 PAH 276.34 4 2.33E-02 4 4.41E-06 4 7.53 Koc 4 5.07E-12 2.09E-10 4 1.00E-09 4 6.20E-02 29 - - -Naphthalene 91-20-3 PAH 128.2 PS 5.90E-02 PS 7.50E-06 PS 3.30 Koc PS 4.83E-04 1.99E-02 PS 2.30E-01 PS 3.10E+01 PS - - -Phenanthrene 85-01-8 PAH 178.22 4 3.33E-02 4 7.47E-06 4 4.15 Koc 4 6.05E-03 2.50E-01 4 2.10E-04 4 1.60E+00 5 - - -Pyrene 129-00-0 PAH 202.3 4 2.72E-02 4 7.24E-06 4 4.58 Koc 4 7.00E-09 2.89E-07 4 4.20E-08 4 1.60E-01 5 - - -

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Toxicity Data

Reference Dose Reference Conc. Slope Factors Unit Risk Factor

(mg/kg/day) (mg/m3) 1/(mg/kg/day) 1/(µg/m3)

(mg/kg/day) 1/(mg/kg/day) EPA Weight Is

Oral Dermal Inhalation Oral Dermal Inhalation of ConstituentRfD_oral ref RfD_dermal ref RfC_inhal ref SF_oral ref SF_dermal ref URF_inhal ref Evidence Carcinogenic ?3.00E-03 R - - 5.95E-03 R 2.90E-02 PS 2.99E-02 TX 8.29E-06 PS A VERDADEIRO1.00E-01 PS 9.70E-02 TX 1.00E+00 PS - - - - - - D FALSO2.00E-01 A,R 1.60E-01 TX 4.00E-01 A,R - - - - - - D FALSO2.00E+00 A,R 1.84E+00 TX 7.00E+00 A - - - - - - D FALSO6.00E-02 R 5.34E-02 TX - - - - - - - - - FALSO4.00E-03 31 3.56E-03 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-01 A 2.67E-01 TX - - - - - - - - D FALSO

- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO- - - - 1.10E+01 31 7.30E+00 PS 8.20E+00 TX 2.09E-03 PS B2 VERDADEIRO- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO

3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO- - - - 1.00E-01 31 7.30E-02 R 8.20E-02 TX 8.80E-06 31 B2 VERDADEIRO- - - - 9.00E-07 31 1.15E+00 A 1.29E+00 TX 3.29E-04 A B2 VERDADEIRO- - - - 4.00E-01 31 7.30E+00 R 8.20E+00 TX - - B2 VERDADEIRO

4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO

- - - - 1.10E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO4.00E-01 PS 3.56E-01 TX 1.40E+00 PS - - - - - - D FALSO3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-02 R 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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Miscellaneous Chemical Data

Time-Weighted Aquatic Life Biocon-

Maximum Average Workplace Prot. Criteria centration

Contaminant Level Criteria FactorMCL (mg/L) ref TWA (mg/m3) ref AQL (mg/L) ref (L-wat/kg-fish)5.00E-03 52 FR 25690 3.25E+00 PS - - 12.67.00E-01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.35E+02 PS - - 11.00E+00 56 FR 3526 (30 Jan 91) 1.47E+02 ACGIH - - 701.00E+01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.34E+02 ACGIH - - 1

- - - - - - 384- - - - - - 1- - - - - - 917- - - ACGIH - - 10100

2.00E-04 57 31776 (17 Jul 92) 2.00E-01 PS - - 1- - - ACGIH - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1

2.00E-04 A - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1300- - - - - - 1- - 5.00E+01 PS - - 430- - - - - - 2630- - - - - - 2700

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Miscellaneous Chemical Data

Dermal Water Dermal Permeability Data

Relative Dermal Lag time for Critical Relative Water/Skin Detection Limits Half Life

Absorp. Permeability Dermal Exposure Contr of Derm Derm Adsorp Groundwater Soil (First-Order Decay)

Factor Coeff. Exposure Time Perm Coeff Factor (mg/L) (mg/kg) (days)(unitless) (cm/hr) (hr) (hr) (unitless) (cm/event) ref ref ref Saturated Unsaturated ref

0.5 0.021 0.26 0.63 0.013 7.3E-2 D 0.002 S 0.005 S 720 720 H0.5 0.074 0.39 1.3 0.14 2.7E-1 D 0.002 S 0.005 S 228 228 H0.5 0.045 0.32 0.77 0.054 1.6E-1 D 0.002 S 0.005 S 28 28 H0.5 0.08 0.39 1.4 0.16 2.9E-1 D 0.005 S 0.005 S 360 360 H

0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 204 204 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 920 920 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1360 1360 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1060 1060 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1220 1220 H0.05 1.2 2.9 14 130 9.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1300 1300 H0.05 1.2 3 14 130 1.0E+1 D 0.01 32 0.66 32 4280 4280 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 S 0.66 S 2000 2000 H0.05 2.7 4.4 21 690 2.7E+1 D 0.01 32 0.66 32 1880 1880 H0.05 0.36 1.5 7.3 8.9 2.1E+0 D 0.01 32 0.66 32 880 880 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 1.9 4.2 20 380 1.9E+1 D 0.01 32 0.66 32 1460 1460 H0.05 0.069 0.53 2.2 0.2 2.7E-1 D 0.01 32 0.01 32 258 258 H0.05 0.23 1.1 5.6 2.9 1.2E+0 D 0.01 32 0.66 32 400 400 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 3800 3800 H

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FALSO RBCA SITE ASSESSMENT Input Parameter SummarySite Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1

Exposure Parameters Residential Commercial/Industrial Surface Parameters General Construction (Units)Adult (1-6yrs) (1-16 yrs) Chronic Construc. A Source zone area 6.3E+2 6.3E+2 (m^2)

ATc Averaging time for carcinogens (yr) 68.6 W Length of source-zone area parallel to wind 3.5E+1 3.5E+1 (m)ATn Averaging time for non-carcinogens (yr) 30 0.000001 1 Wgw Length of source-zone area parallel to GW flow NA (m)BW Body weight (kg) 67.8 15 35 67.8 Uair Ambient air velocity in mixing zone 2.3E+0 (m/s)ED Exposure duration (yr) 30 6 16 0.00001 1 δair Air mixing zone height 2.0E+0 (m)τ Averaging time for vapor flux (yr) 30 0.00001 1 Pa Areal particulate emission rate 6.9E-14 (g/cm^2/s)EF Exposure frequency (days/yr) 350 0.000001 120 Lss Thickness of affected surface soils NA (m)EFD Exposure frequency for dermal exposure 350 250IRw Ingestion rate of water (L/day) 2 1 Surface Soil Column Parameters Value (Units)IRs Ingestion rate of soil (mg/day) 100 200 50 100 hcap Capillary zone thickness NA (m)SA Skin surface area (dermal) (cm^2) 5800 2023 0.000001 5800 hv Vadose zone thickness NA (m)M Soil to skin adherence factor 1 ρs Soil bulk density 1.4E+0 (g/cm^3)ETswim Swimming exposure time (hr/event) 3 foc Fraction organic carbon 2.1E-3 (-)EVswim Swimming event frequency (events/yr) 12 12 12 θT Soil total porosity 5.0E-1 (-)IRswim Water ingestion while swimming (L/hr) 0.05 0.5 Kvs Vertical hydraulic conductivity 4.5E-7 (cm/s)SAswim Skin surface area for swimming (cm^2) 17800 6230 kv Vapor permeability 1.0E-16 (m^2)IRfish Ingestion rate of fish (kg/yr) 0.025 Lgw Depth to groundwater NA (m)FIfish Contaminated fish fraction (unitless) 1 Ls Depth to top of affected soils 5.0E-1 (m)

Lbase Depth to base of affected soils 2.6E+0 (m) Complete Exposure Pathways and Receptors On-site Off-site 1 Off-site 2 Lsubs Thickness of affected soils 2.1E+0 (m)

Groundwater: pH Soil/groundwater pH 6.9E+0 (-) Groundwater Ingestion None None None capillary vadose foundation Soil Leaching to Groundwater Ingestion None None None θw Volumetric water content 0.4455 0.4455 0.12 (-)

θa Volumetric air content 0.057 0.057 0.26 (-)Applicable Surface Water Exposure Routes:

Swimming NA Building Parameters Residential Commercial (Units) Fish Consumption NA Lb Building volume/area ratio NA NA (m) Aquatic Life Protection NA Ab Foundation area NA NA (m^2)

Xcrk Foundation perimeter NA NA (m)Soil: ER Building air exchange rate NA NA (1/s) Direct Ingestion and Dermal Contact Com./Constr. Lcrk Foundation thickness NA NA (m)

Zcrk Depth to bottom of foundation slab NA NA (m)Outdoor Air: η Foundation crack fraction NA NA (-) Particulates from Surface Soils Com./Constr. None None dP Indoor/outdoor differential pressure NA NA (g/cm/s^2) Volatilization from Soils Com./Constr. None None Qs Convective air flow through slab NA NA (m^3/s) Volatilization from Groundwater None None None

Groundwater Parameters Value (Units)Indoor Air: δgw Groundwater mixing zone depth NA (m) Volatilization from Subsurface Soils None NA NA If Net groundwater infiltration rate NA (cm/yr) Volatilization from Groundwater None NA NA Ugw Groundwater Darcy velocity NA (cm/s)

Vgw Groundwater seepage velocity NA (cm/s) Receptor Distance from Source Media On-site Off-site 1 Off-site 2 (Units) Ks Saturated hydraulic conductivity NA (cm/s)

Groundwater receptor NA NA NA (m) i Groundwater gradient NA (-) Soil leaching to groundwater receptor NA NA NA (m) Sw Width of groundwater source zone NA (m) Outdoor air inhalation receptor 0 NA NA (m) Sd Depth of groundwater source zone NA (m)

θeff Effective porosity in water-bearing unit NA (-) Target Health Risk Values Individual Cumulative foc-sat Fraction organic carbon in water-bearing unit NA (-)

TRab Target Risk (class A&B carcinogens) 1.0E-4 1.0E-4 pHsat Groundwater pH NA (-)TRc Target Risk (class C carcinogens) 1.0E-4 Biodegradation considered? NATHQ Target Hazard Quotient (non-carcinogenic risk) 1.0E+0 1.0E+0

FALSO Modeling Options Transport Parameters Off-site 1 Off-site 2 Off-site 1 Off-site 2 (Units)

RBCA tier Tier 2 Lateral Groundwater Transport Groundwater Ingestion Soil Leaching to GW Outdoor air volatilization model Surface model only αx Longitudinal dispersivity NA NA NA NA (m) Indoor air volatilization model NA αy Transverse dispersivity NA NA NA NA (m) Soil leaching model NA αz Vertical dispersivity NA NA NA NA (m) Use soil attenuation model (SAM) for leachate? NA Lateral Outdoor Air Transport Soil to Outdoor Air Inhal. GW to Outdoor Air Inhal. FALSO Air dilution factor NA σy Transverse dispersion coefficient NA NA NA NA (m) Groundwater dilution-attenuation factor NA σz Vertical dispersion coefficient NA NA NA NA (m)

ADF Air dispersion factor NA NA NA NA (-)

Surface Water Parameters Off-site 2 (Units)NOTE: NA = Not applicable Qsw Surface water flowrate NA (m^3/s)

Wpi Width of GW plume at SW discharge NA (m)δpi Thickness of GW plume at SW discharge NA (m)DFsw Groundwater-to-surface water dilution factor NA (-)

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RBCA SITE ASSESSMENT

Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras Job ID: 1830

Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4

SOIL (0.5 - 2.6 m) SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:

Target Hazard Quotient 1.0E+0

SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)Soil Leaching to Groundwater

Ingestion / Discharge to Surface WaterSoil Vol. to Indoor Air X Soil Volatilization and Surface

Soil Particulates to Outdoor Air X Surface Soil Inhalation, Ingestion,Dermal Contact Applicable SSTL

Required CRF

CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration

On-site (0 m)

Off-site 1 (20 m)

Off-site 2 (0 m)

On-site (0 m)

On-site (0 m)Off-site 1

(20 m)Off-site 2

(0 m)On-site (0 m)

SSTL Exceeded ?Only if “yes”

CAS No. Name (mg/kg) None None None None CommercialConstruction

WorkerNone None Commercial

Construction Worker

(mg/kg) "�" if yes left

71-43-2 Benzene NA NA NA NA >8.1E+2 2.3E+2 NA NA 1.0E+6 7.0E+1 7.0E+1 � NA100-41-4 Ethylbenzene NA NA NA NA >1.9E+2 >1.9E+2 NA NA 1.0E+6 3.1E+3 3.1E+3 � NA108-88-3 Toluene NA NA NA NA >3.2E+2 >3.2E+2 NA NA 1.0E+6 4.1E+3 4.1E+3 � NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) NA NA NA NA >1.7E+2 >1.7E+2 NA NA 1.0E+6 5.3E+4 5.3E+4 � NA83-32-9 Acenaphthene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA208-96-8 Acenaphthylene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA120-12-7 Anthracene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene NA NA NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA 1.0E+6 2.5E+3 2.5E+3 � NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene NA NA NA NA >3.6E+0 >3.6E+0 NA NA 1.0E+6 2.5E+2 2.5E+2 � NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene NA NA NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA 1.0E+6 2.5E+3 2.5E+3 � NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene NA NA NA NA >5.1E+0 >5.1E+0 NA NA 1.0E+6 2.5E+4 2.5E+4 � NA218-01-9 Chrysene NA NA NA NA >7.7E-1 >7.7E-1 NA NA 1.0E+6 1.5E+3 1.5E+3 � NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene NA NA NA NA >7.9E-1 >7.9E-1 NA NA NC NC >7.9E-1 � NA206-44-0 Fluoranthene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA86-73-7 Fluorene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene NA NA NA NA >4.5E+3 >4.5E+3 NA NA 1.0E+6 2.5E+3 2.5E+3 � NA91-20-3 Naphthalene NA NA NA NA >1.4E+2 >1.4E+2 NA NA 1.0E+6 8.0E+4 8.0E+4 � NA85-01-8 Phenanthrene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA129-00-0 Pyrene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA

">" indicates risk-based target concentration greater than constituent residual saturation value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.

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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Job ID: 1830Location: Salvador - BA Date: 18-Jan-02Compl. By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site

None NA NA

Outdoor Air:None Commercial None

Indoor Air:None NA NA

None None None

NA NA NA

Commands and Options

AirInhalation of Vapor and/or Particulates

AffectedGroundwater

Volatilization

AtmosphericDispersion

Return

SoilDermal Contact and

Ingestion

AirInhalation of Vapor and/or Particulates

GroundwaterPotable Water

Ingestion

Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life

AtmosphericDispersion

EnclosedSpace

Accumulation

GroundwaterTransport

WindErosion

Volatilization

Leaching

AffectedSurficial

Soils

AffectedGroundwater

Main Screen Print Sheet Help

Exposure Pathway Flowchart

Source Media Transport Mechanisms Exposure Media ReceptorsOn-site Off-site1 Off-site2

SOURCE RECEPTOR TRANSPORT

AffectedSubsurface

Soils

SoilDermal Contact and

Ingestion

AffectedSurficial

Soils WindErosion

EnclosedSpace

AccumulationAffected

SubsurfaceSoils

Leaching GroundwaterTransport

GroundwaterPotable Water

Ingestion

Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Physical Property Data

Diffusion log (Koc) or Vapor Molecular Coefficients log(Kd) Henry's Law Constant Pressure Solubility

Weight in air in water (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C)CAS (g/mole) (cm2/s) (cm2/s) log(L/kg) (atm-m3) (mm Hg) (mg/L) acid base

Constituent Number type MW ref Dair ref Dwat ref partition ref mol (unitless) ref ref ref pKa pKb refBenzene 71-43-2 A 78.1 PS 8.80E-02 PS 9.80E-06 PS 1.77 Koc PS 5.55E-03 2.29E-01 PS 9.52E+01 PS 1.75E+03 PS - - -Ethylbenzene 100-41-4 A 106.2 PS 7.50E-02 PS 7.80E-06 PS 2.56 Koc PS 7.88E-03 3.25E-01 PS 1.00E+01 PS 1.69E+02 PS - - -Toluene 108-88-3 A 92.4 5 8.50E-02 A 9.40E-06 A 2.13 Koc A 6.30E-03 2.60E-01 A 3.00E+01 4 5.15E+02 29 - - -Xylene (mixed isomers) 1330-20-7 A 106.2 5 7.20E-02 A 8.50E-06 A 2.38 Koc A 7.03E-03 2.90E-01 A 7.00E+00 4 1.98E+02 5 - - -Acenaphthene 83-32-9 PAH 154.21 4 4.21E-02 4 7.69E-06 4 3.85 Koc 4 7.71E-03 3.18E-01 4 5.00E-03 4 3.93E+00 29 - - -Acenaphthylene 208-96-8 PAH 152.21 4 4.39E-02 4 7.53E-06 4 4.00 Koc 4 1.14E-04 4.70E-03 4 8.51E-10 4 3.93E+00 29 - - -Anthracene 120-12-7 PAH 178.23 4 3.24E-02 4 7.74E-06 4 4.15 Koc 4 6.75E-02 2.78E+00 4 1.30E-06 4 4.50E-02 5 - - -Benzo(a)Anthracene 56-55-3 PAH 228.3 4 5.10E-02 4 9.00E-06 4 6.14 Koc 4 1.38E-08 5.69E-07 4 1.50E-07 4 5.70E-03 5 - - -Benzo(a)Pyrene 50-32-8 PAH 252.3 PS 4.30E-02 PS 9.00E-06 PS 6.01 Koc PS 1.13E-06 4.66E-05 PS 5.68E-04 PS 1.62E-03 PS - - -Benzo(b)Fluoranthene 205-99-2 PAH 252 5 2.26E-02 6 5.56E-06 7 5.74 Koc 25 2.01E-05 8.29E-04 25 6.67E-07 25 1.47E-02 25 - - -Benzo(g,h,i)Perylene 191-24-2 PAH 276 5 4.90E-02 6 5.65E-05 7 6.20 Koc 11 1.40E-07 5.77E-06 30 1.00E-09 10 7.00E-04 5 - - -Benzo(k)Fluoranthene 207-08-9 PAH 252.32 4 2.26E-02 4 5.56E-06 4 5.74 Koc 4 1.07E-08 4.41E-07 4 9.59E-10 4 4.30E-03 4 - - -Chrysene 218-01-9 PAH 228.2 4 2.48E-02 4 6.21E-06 4 5.30 Koc 4 1.18E-08 4.87E-07 4 5.76E-09 4 1.80E-03 5 - - -Dibenzo(a,h)Anthracene 53-70-3 PAH 278.35 4 2.00E-02 4 5.24E-06 4 5.87 Koc 4 3.81E-07 1.57E-05 4 5.20E-10 4 5.00E-04 4 - - -Fluoranthene 206-44-0 PAH 202 4 3.02E-02 4 6.35E-06 4 4.58 Koc 4 6.70E-02 2.76E+00 4 1.77E-02 4 2.06E-01 5 - - -Fluorene 86-73-7 PAH 166 4 3.63E-02 4 7.88E-06 4 3.86 Koc 4 1.17E-04 4.83E-03 4 1.70E-02 4 1.69E+00 5 - - -Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 193-39-5 PAH 276.34 4 2.33E-02 4 4.41E-06 4 7.53 Koc 4 5.07E-12 2.09E-10 4 1.00E-09 4 6.20E-02 29 - - -Naphthalene 91-20-3 PAH 128.2 PS 5.90E-02 PS 7.50E-06 PS 3.30 Koc PS 4.83E-04 1.99E-02 PS 2.30E-01 PS 3.10E+01 PS - - -Phenanthrene 85-01-8 PAH 178.22 4 3.33E-02 4 7.47E-06 4 4.15 Koc 4 6.05E-03 2.50E-01 4 2.10E-04 4 1.60E+00 5 - - -Pyrene 129-00-0 PAH 202.3 4 2.72E-02 4 7.24E-06 4 4.58 Koc 4 7.00E-09 2.89E-07 4 4.20E-08 4 1.60E-01 5 - - -

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Toxicity Data

Reference Dose Reference Conc. Slope Factors Unit Risk Factor(mg/kg/day) (mg/m3) 1/(mg/kg/day) 1/(µg/m3)

(mg/kg/day) 1/(mg/kg/day) EPA Weight IsOral Dermal Inhalation Oral Dermal Inhalation of Constituent

RfD_oral ref RfD_dermal ref RfC_inhal ref SF_oral ref SF_dermal ref URF_inhal ref Evidence Carcinogenic ?3.00E-03 R - - 5.95E-03 R 2.90E-02 PS 2.99E-02 TX 8.29E-06 PS A VERDADEIRO1.00E-01 PS 9.70E-02 TX 1.00E+00 PS - - - - - - D FALSO2.00E-01 A,R 1.60E-01 TX 4.00E-01 A,R - - - - - - D FALSO2.00E+00 A,R 1.84E+00 TX 7.00E+00 A - - - - - - D FALSO6.00E-02 R 5.34E-02 TX - - - - - - - - - FALSO4.00E-03 31 3.56E-03 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-01 A 2.67E-01 TX - - - - - - - - D FALSO

- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO- - - - 1.10E+01 31 7.30E+00 PS 8.20E+00 TX 2.09E-03 PS B2 VERDADEIRO- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO

3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO- - - - 1.00E-01 31 7.30E-02 R 8.20E-02 TX 8.80E-06 31 B2 VERDADEIRO- - - - 9.00E-07 31 1.15E+00 A 1.29E+00 TX 3.29E-04 A B2 VERDADEIRO- - - - 4.00E-01 31 7.30E+00 R 8.20E+00 TX - - B2 VERDADEIRO

4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO

- - - - 1.10E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO4.00E-01 PS 3.56E-01 TX 1.40E+00 PS - - - - - - D FALSO3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-02 R 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO

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Page 3 of 4RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b

ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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Miscellaneous Chemical Data

Time-Weighted Aquatic Life Biocon-Maximum Average Workplace Prot. Criteria centration

Contaminant Level Criteria FactorMCL (mg/L) ref TWA (mg/m3) ref AQL (mg/L) ref (L-wat/kg-fish)5.00E-03 52 FR 25690 3.25E+00 PS - - 12.67.00E-01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.35E+02 PS - - 11.00E+00 56 FR 3526 (30 Jan 91) 1.47E+02 ACGIH - - 701.00E+01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.34E+02 ACGIH - - 1

- - - - - - 384- - - - - - 1- - - - - - 917- - - ACGIH - - 10100

2.00E-04 57 31776 (17 Jul 92) 2.00E-01 PS - - 1- - - ACGIH - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1

2.00E-04 A - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1300- - - - - - 1- - 5.00E+01 PS - - 430- - - - - - 2630- - - - - - 2700

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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene

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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Miscellaneous Chemical Data

Dermal Water Dermal Permeability DataRelative Dermal Lag time for Critical Relative Water/Skin Detection Limits Half LifeAbsorp. Permeability Dermal Exposure Contr of Derm Derm Adsorp Groundwater Soil (First-Order Decay)Factor Coeff. Exposure Time Perm Coeff Factor (mg/L) (mg/kg) (days)

(unitless) (cm/hr) (hr) (hr) (unitless) (cm/event) ref ref ref Saturated Unsaturated ref0.5 0.021 0.26 0.63 0.013 7.3E-2 D 0.002 S 0.005 S 720 720 H0.5 0.074 0.39 1.3 0.14 2.7E-1 D 0.002 S 0.005 S 228 228 H0.5 0.045 0.32 0.77 0.054 1.6E-1 D 0.002 S 0.005 S 28 28 H0.5 0.08 0.39 1.4 0.16 2.9E-1 D 0.005 S 0.005 S 360 360 H

0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 204 204 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 920 920 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1360 1360 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1060 1060 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1220 1220 H0.05 1.2 2.9 14 130 9.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1300 1300 H0.05 1.2 3 14 130 1.0E+1 D 0.01 32 0.66 32 4280 4280 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 S 0.66 S 2000 2000 H0.05 2.7 4.4 21 690 2.7E+1 D 0.01 32 0.66 32 1880 1880 H0.05 0.36 1.5 7.3 8.9 2.1E+0 D 0.01 32 0.66 32 880 880 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 1.9 4.2 20 380 1.9E+1 D 0.01 32 0.66 32 1460 1460 H0.05 0.069 0.53 2.2 0.2 2.7E-1 D 0.01 32 0.01 32 258 258 H0.05 0.23 1.1 5.6 2.9 1.2E+0 D 0.01 32 0.66 32 400 400 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 3800 3800 H

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FALSO RBCA SITE ASSESSMENT Input Parameter SummarySite Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1

Exposure Parameters Residential Commercial/Industrial Surface Parameters General Construction (Units)Adult (1-6yrs) (1-16 yrs) Chronic Construc. A Source zone area 6.3E+2 NA (m^2)

ATc Averaging time for carcinogens (yr) 68.6 W Length of source-zone area parallel to wind 0.0E+0 NA (m)ATn Averaging time for non-carcinogens (yr) 30 25 1 Wgw Length of source-zone area parallel to GW flow NA (m)BW Body weight (kg) 67.8 15 35 67.8 Uair Ambient air velocity in mixing zone 2.3E+0 (m/s)ED Exposure duration (yr) 30 6 16 25 1 δair Air mixing zone height 2.0E+0 (m)τ Averaging time for vapor flux (yr) 30 25 1 Pa Areal particulate emission rate NA (g/cm^2/s)EF Exposure frequency (days/yr) 350 250 120 Lss Thickness of affected surface soils NA (m)EFD Exposure frequency for dermal exposure 350 250IRw Ingestion rate of water (L/day) 2 1 Surface Soil Column Parameters Value (Units)IRs Ingestion rate of soil (mg/day) 100 200 50 100 hcap Capillary zone thickness 2.4E-1 (m)SA Skin surface area (dermal) (cm^2) 5800 2023 5800 5800 hv Vadose zone thickness 2.6E+0 (m)M Soil to skin adherence factor 1 ρs Soil bulk density 1.4E+0 (g/cm^3)ETswim Swimming exposure time (hr/event) 3 foc Fraction organic carbon 2.1E-3 (-)EVswim Swimming event frequency (events/yr) 12 12 12 θT Soil total porosity 5.0E-1 (-)IRswim Water ingestion while swimming (L/hr) 0.05 0.5 Kvs Vertical hydraulic conductivity 4.5E-7 (cm/s)SAswim Skin surface area for swimming (cm^2) 17800 6230 kv Vapor permeability 1.0E-16 (m^2)IRfish Ingestion rate of fish (kg/yr) 0.025 Lgw Depth to groundwater 2.8E+0 (m)FIfish Contaminated fish fraction (unitless) 1 Ls Depth to top of affected soils NA (m)

Lbase Depth to base of affected soils NA (m) Complete Exposure Pathways and Receptors On-site Off-site 1 Off-site 2 Lsubs Thickness of affected soils NA (m)

Groundwater: pH Soil/groundwater pH 6.9E+0 (-) Groundwater Ingestion None None None capillary vadose foundation Soil Leaching to Groundwater Ingestion None None None θw Volumetric water content 0.4455 0.4455 0.12 (-)

θa Volumetric air content 0.057 0.057 0.26 (-)Applicable Surface Water Exposure Routes: Swimming NA Building Parameters Residential Commercial (Units) Fish Consumption NA Lb Building volume/area ratio NA NA (m) Aquatic Life Protection NA Ab Foundation area NA NA (m^2)

Xcrk Foundation perimeter NA NA (m)Soil: ER Building air exchange rate NA NA (1/s) Direct Ingestion and Dermal Contact None Lcrk Foundation thickness NA NA (m)

Zcrk Depth to bottom of foundation slab NA NA (m)Outdoor Air: η Foundation crack fraction NA NA (-) Particulates from Surface Soils None None None dP Indoor/outdoor differential pressure NA NA (g/cm/s^2) Volatilization from Soils None None None Qs Convective air flow through slab NA NA (m^3/s) Volatilization from Groundwater None Commercial None

Groundwater Parameters Value (Units)Indoor Air: δgw Groundwater mixing zone depth NA (m) Volatilization from Subsurface Soils None NA NA If Net groundwater infiltration rate NA (cm/yr) Volatilization from Groundwater None NA NA Ugw Groundwater Darcy velocity NA (cm/s)

Vgw Groundwater seepage velocity NA (cm/s) Receptor Distance from Source Media On-site Off-site 1 Off-site 2 (Units) Ks Saturated hydraulic conductivity NA (cm/s)

Groundwater receptor NA NA NA (m) i Groundwater gradient NA (-) Soil leaching to groundwater receptor NA NA NA (m) Sw Width of groundwater source zone NA (m) Outdoor air inhalation receptor NA 20 NA (m) Sd Depth of groundwater source zone NA (m)

θeff Effective porosity in water-bearing unit NA (-) Target Health Risk Values Individual Cumulative foc-sat Fraction organic carbon in water-bearing unit NA (-)

TRab Target Risk (class A&B carcinogens) 1.0E-4 1.0E-4 pHsat Groundwater pH NA (-)TRc Target Risk (class C carcinogens) 1.0E-4 Biodegradation considered? NATHQ Target Hazard Quotient (non-carcinogenic risk) 1.0E+0 1.0E+0

FALSO Modeling Options Transport Parameters Off-site 1 Off-site 2 Off-site 1 Off-site 2 (Units)

RBCA tier Tier 2 Lateral Groundwater Transport Groundwater Ingestion Soil Leaching to GW Outdoor air volatilization model Surface & subsurface models αx Longitudinal dispersivity NA NA NA NA (m) Indoor air volatilization model NA αy Transverse dispersivity NA NA NA NA (m) Soil leaching model NA αz Vertical dispersivity NA NA NA NA (m) Use soil attenuation model (SAM) for leachate? NA Lateral Outdoor Air Transport Soil to Outdoor Air Inhal. GW to Outdoor Air Inhal. ########## Air dilution factor 3-D Gaussian dispersion σy Transverse dispersion coefficient NA NA 2.3E+0 NA (m) Groundwater dilution-attenuation factor NA σz Vertical dispersion coefficient NA NA 1.6E+0 NA (m)

ADF Air dispersion factor NA NA 1.0E+0 NA (-)

Surface Water Parameters Off-site 2 (Units)NOTE: NA = Not applicable Qsw Surface water flowrate NA (m^3/s)

Wpi Width of GW plume at SW discharge NA (m)δpi Thickness of GW plume at SW discharge NA (m)DFsw Groundwater-to-surface water dilution factor NA (-)

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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site Job ID: 1830 Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
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RBCA SITE ASSESSMENT

Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site Job ID: 1830

Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4

GROUNDWATER SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:

Target Hazard Quotient 1.0E+0

SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)Groundwater Ingestion /

Discharge to Surface WaterGW Vol. to Indoor Air X Groundwater Volatilization

to Outdoor Air Applicable SSTLRequired CRF

CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration

On-site (0 m)

Off-site 1 (20 m)

Off-site 2 (0 m)

On-site (0 m)

On-site (0 m)

Off-site 1 (20 m)

Off-site 2 (0 m)

SSTL Exceeded ?Only if “yes”

CAS No. Name (mg/L) None None None None None Commercial None (mg/L) " " if yes left

71-43-2 Benzene NA NA NA NA NA >1.8E+3 NA >1.8E+3 NA100-41-4 Ethylbenzene NA NA NA NA NA >1.7E+2 NA >1.7E+2 NA108-88-3 Toluene NA NA NA NA NA >5.2E+2 NA >5.2E+2 NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) NA NA NA NA NA >2.0E+2 NA >2.0E+2 NA83-32-9 Acenaphthene NA NA NA NA NA NC NA NC NA208-96-8 Acenaphthylene NA NA NA NA NA NC NA NC NA120-12-7 Anthracene NA NA NA NA NA NC NA NC NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene NA NA NA NA NA >5.7E-3 NA >5.7E-3 NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene NA NA NA NA NA >1.6E-3 NA >1.6E-3 NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene NA NA NA NA NA >1.5E-2 NA >1.5E-2 NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene NA NA NA NA NA NC NA NC NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene NA NA NA NA NA >4.3E-3 NA >4.3E-3 NA218-01-9 Chrysene NA NA NA NA NA >1.8E-3 NA >1.8E-3 NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene NA NA NA NA NA >5.0E-4 NA >5.0E-4 NA206-44-0 Fluoranthene NA NA NA NA NA NC NA NC NA86-73-7 Fluorene NA NA NA NA NA NC NA NC NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene NA NA NA NA NA >6.2E-2 NA >6.2E-2 NA91-20-3 Naphthalene NA NA NA NA NA >3.1E+1 NA >3.1E+1 NA85-01-8 Phenanthrene NA NA NA NA NA NC NA NC NA129-00-0 Pyrene NA NA NA NA NA NC NA NC NA

">" indicates risk-based target concentration greater than constituent solubility value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.

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UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

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