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Ano 21 - agosto de 2016 - Nº 58 Os sócios da ANSIB têm a seu dispor, com preços e condições especiais, os seguintes serviços: Primeiramente, fora Temer! Nos últimos anos, depois do Rio de Janeiro receber grandes even- tos como Jogos Pan-Americanos, Rio+20, Jornada Mundial da Ju- ventude e Copa do Mundo, chegou o momento da Olimpíada e da Paralimpíada. O Brasil vive um período político muito difícil, mas precisa ter forças para encarar mais esse desafio e mostrar para o mundo que o País tem inúmeras qualidades. A abertura dos Jogos Olímpicos foi um sucesso; porém é necessário continuar vencendo obstáculos para que o produto final seja realmente o melhor possível e até mesmo fazer o impossível. No dia 21 de agosto encerram os Jogos Olímpicos (05 a 21 de agosto de 2016) e no dia 18 de setembro os Jogos Paralímpicos (07 a 18 de setembro de 2016). A cidade olím- pica foi maquiada para esses dois eventos. O Rio de Janeiro, bonito por natureza, está pronto para fotos. Quem olha superficialmente, com olhos de turista, vai enfeitar álbuns de papel e o Facebook. No entanto, quem vive o dia a dia do Rio, sabe que as obras, muitas de qualidade duvidosa, estão inacabadas; tem consciência também que a prefeitura carioca vai segurar a situação até as eleições municipais de 2016. Após o fechamento das urnas, as obras feitas de qualquer maneira vão “desabar”. É impossível esquecer o que aconteceu com uma ciclovia há pouco tempo, que poucos meses depois de inaugurada caiu, matando duas pessoas. Toda essa situação desfavorável tem por companhia a violência que tomou conta da cidade. Mas, não tem jeito, agora é no “ca- rão”. Depois a gente conversa mais detalhadamente com os políticos. Afinal, este é um ano eleitoral. Outro assunto em destaque é o processo de impeachment pelo qual passa a presidente Dilma Rousseff. Muitos classificam como golpe e outros dizem que é um procedi- mento legal. O que é perceptível é a grande mídia, políticos carreiristas, empresários poderosos e parcela da sociedade buscando o impedimento da presidente. Tudo indica que ela será deposta, ao menos é o que indicam os números que estão sen- do divulgados. A história, mesmo enfrentando dificuldades, trará os verdadeiros dados a público. Mas vale frisar que vários analistas políticos afirmam que a presidente está sendo vítima de golpe, pois quis passar o Brasil a limpo através da Justiça. Agindo dessa forma, a gritaria foi geral e ela foi mandada para o sacrifício. O futuro dirá quem tem razão. O ideal seria acontecer nova eleição, para que o povo possa se manifestar, pois pelo que está sendo divulgado, o presidente em exercí- cio Michel Temer, um dos artífices do impeachment, também está com sérios problemas com a Justiça. Aliás, difícil é encontrar uma lide- rança com mandato em curso que não tenha telhado de vidro. E os de sempre voltaram ao poder, mesmo que por caminhos diferentes das urnas. Para terminar: fora Temer! Problemas sem m e momentos de brilho Nesta edição você encontra também comentários dos jornalistas Célio Valim e Lindinor Larangeira. (páginas 2 e 4) Para buscar entender o que pensa o jovem de hoje, leia o artigo de opinião da estudante Tatiana Reis. (página 3) ASSISTÊNCIA ASSISTÊNCIA JURÍDICA JURÍDICA EMPRÉSTIMO SEGURO DE SEGURO DE AUTOMÓVEL AUTOMÓVEL ASSISTÊNCIA ASSISTÊNCIA FUNERAL FUNERAL SEGURO SEGURO DE VIDA DE VIDA JORNAL JORNAL ANSIB ANSIB

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Page 1: Problemas sem fi m e momentos de brilho Nesta edição você · Mas, não tem jeito, agora é no “ca-rão”. Depois a gente conversa mais detalhadamente com os políticos. Afi

Ano 21 - agosto de 2016 - Nº 58

Os sócios da ANSIB têm a seu dispor, com preçose condições especiais, os seguintes serviços:

Primeiramente, fora Temer! Nos últimos anos, depois do Rio de Janeiro receber grandes even-tos como Jogos Pan-Americanos, Rio+20, Jornada Mundial da Ju-ventude e Copa do Mundo, chegou o momento da Olimpíada e da Paralimpíada. O Brasil vive um período político muito difícil, mas precisa ter forças para encarar mais esse desafi o e mostrar para o mundo que o País tem inúmeras qualidades. A abertura dos Jogos Olímpicos foi um sucesso; porém é necessário continuar vencendo obstáculos para que o produto fi nal seja realmente o melhor possível e até mesmo fazer o impossível.

No dia 21 de agosto encerram os Jogos Olímpicos (05 a 21 de agosto de 2016) e no dia 18 de setembro

os Jogos Paralímpicos (07 a 18 de setembro de 2016). A cidade olím-pica foi maquiada para esses dois eventos. O Rio de Janeiro, bonito por natureza, está pronto para fotos. Quem olha superfi cialmente, com olhos de turista, vai enfeitar álbuns de papel e o Facebook. No entanto, quem vive o dia a dia do Rio, sabe que as obras, muitas de qualidade duvidosa, estão inacabadas; tem consciência também que a prefeitura carioca vai segurar a situação até as eleições municipais de 2016. Após o fechamento das urnas, as obras feitas de qualquer maneira vão “desabar”. É impossível esquecer o que aconteceu com uma ciclovia há pouco tempo, que poucos meses depois de inaugurada caiu, matando duas pessoas. Toda essa situação

desfavorável tem por companhia a violência que tomou conta da cidade. Mas, não tem jeito, agora é no “ca-rão”. Depois a gente conversa mais detalhadamente com os políticos. Afi nal, este é um ano eleitoral.

Outro assunto em destaque é o processo de impeachment pelo qual passa a presidente Dilma Rousseff . Muitos classifi cam como golpe e outros dizem que é um procedi-mento legal. O que é perceptível é a grande mídia, políticos carreiristas, empresários poderosos e parcela da sociedade buscando o impedimento da presidente. Tudo indica que ela será deposta, ao menos é o que indicam os números que estão sen-do divulgados. A história, mesmo enfrentando difi culdades, trará os verdadeiros dados a público. Mas

vale frisar que vários analistas políticos afi rmam que a presidente está sendo vítima de golpe, pois quis passar o Brasil a limpo através da Justiça. Agindo dessa forma, a gritaria foi geral e ela foi mandada para o sacrifício. O futuro dirá quem tem razão.

O ideal seria acontecer nova eleição, para que o povo possa se manifestar, pois pelo que está sendo divulgado, o presidente em exercí-cio Michel Temer, um dos artífi ces do impeachment, também está com sérios problemas com a Justiça. Aliás, difícil é encontrar uma lide-rança com mandato em curso que não tenha telhado de vidro. E os de sempre voltaram ao poder, mesmo que por caminhos diferentes das urnas. Para terminar: fora Temer!

Problemas sem fi m e momentos de brilho Nesta edição vocêencontra também comentários dos jornalistas Célio Valim e Lindinor Larangeira. (páginas 2 e 4)

Para buscar entender o que pensa o jovem de hoje, leia o artigo de opinião da estudante Tatiana Reis. (página 3)

ASSISTÊNCIA ASSISTÊNCIA JURÍDICAJURÍDICA

EMPRÉSTIMO

SEGURO DESEGURO DEAUTOMÓVELAUTOMÓVEL

ASSISTÊNCIAASSISTÊNCIAFUNERALFUNERAL

SEGUROSEGURODE VIDADE VIDA JORNAL JORNAL

ANSIBANSIB

Page 2: Problemas sem fi m e momentos de brilho Nesta edição você · Mas, não tem jeito, agora é no “ca-rão”. Depois a gente conversa mais detalhadamente com os políticos. Afi

Esta publicação é de inteira responsabilidade da ANSIB. Os textos assinados são de responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial dos textos publicados, desde que seja citada a fonte. Os anúncios são cortesias da ANSIB a seus sócios.

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Jornalista: Cristina Santiago - 18746 - MT/RJ

Editoração: Fabio Marinho

EXPEDIENTE

PRESIDENTEHEBER CUNHA

VICE-PRESIDENTECÉLIO VALIM

Página 2

O Brasil vive uma crise institu-cional, provocada pelo pro-cesso de impeachment em

curso. À parte a guerra de narrativas, se é golpe ou iniciativa constitucio-nal, a motivação do impedimento da presidente Dilma Rousseff é lastrea-da em questões polêmicas, inclusive no ponto de vista jurídico.

Apesar do apoio da OAB-Na-cional, diversos juristas graduados, como o ex-presidente da entidade, Marcelo Lavenère, divergem da legitimidade e legalidade do ato. Outros, como Miguel Reale Junior e Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, enxergam a questão como constitucional e correta. Portanto, se existe discordância de avaliação até por parte de nossos maiores es-pecialistas, não ouso entrar no mérito da legalidade e constitucionalidade do processo, mas apresentar uma análise política do que nos levou a essa situação.

ANTECEDENTESAs quatro vitórias eleitorais

seguidas fi zeram do PT o partido que permaneceu mais tempo no poder, dentro de um período de normalidade democrática. A agenda implementada pelos governos de FHC, hegemonizados pelo consór-cio PSDB-DEM-PMDB, chegou a um esgotamento, pois a maioria da população percebeu que o modelo neoliberal (privatizações e estado mínimo) não dava conta de atender às suas demandas.

Antes demonizado por setores

Lindinor Larangeira

Impeachment: o que está em jogo?da elite brasileira, Lula surge como fiador de

um possível grande pacto nacional. A indicação do em-

presário mineiro José Alencar para a Vice-Presidência e a “Carta

aos brasileiros” sinalizavam nessa direção.

Aproveitando-se de uma con-juntura internacional favorável, do carisma pessoal e do cacife eleitoral da vitória, Lula começa o governo com altos índices de popularidade. Com isso, acredita que pode costurar uma política de “ganha-ganha”, em que o placar é sempre favorável ao povão e às elites.

Com a implementação de progra-mas sociais, como o Bolsa Família, mais de 30 milhões de brasileiros saem da linha da pobreza. Em con-trapartida, o setor financeiro tem ganhos “nunca antes obtidos, em tempo algum, na história desse país”.

Em oito anos, Lula teve a chance de avançar nas reformas política, tributária, agrária e urbana, moder-nizando o Estado Brasileiro. De de-mocratizar a Comunicação, inclusive fortalecendo a Comunicação Pública. Além de romper com as velhas práti-cas políticas, representadas com niti-dez pelo PMDB, e, secundariamente, por partidos patrimonialistas, como PP, PR e PRB.

Essa aliança fi siológica desem-bocou no episódio do “mensalão”, que quase tragou o governo Lula. Mas a habilidade e popularidade do então presidente, o levaram a com-pletar os seus mandatos e eleger o sucessor. Poderia ter sido José Dirceu ou Antônio Palocci, alvejados pelo “mensalão”, mas a escolha bonapar-tista de Lula acabou recaindo sobre alguém, na avaliação dele, de perfi l técnico, não político e absolutamente confi ável: a ex-ministra de Minas e Energia e da Casa Civil Dilma Rousseff .

Talvez, a lógica de Lula era a de eleger quem não ofuscasse o seu brilho e pela fi delidade, devolvesse a cadeira ao “seu legítimo dono” na eleição seguinte. Novo engano do cacique. Dilma se sentiu confortável na cadeira, mesmo tendo pouca vocação para o jogo político, e com bons índices de popularidade, apesar de um primeiro mandato absoluta-mente anódino, não cedeu a vaga ao seu mentor.

O processo eleitoral de 2014, que se anunciava tranquilo, sofreu uma guinada com a morte do candidato do PSB, o ex-governador de Pernam-buco Eduardo Campos, colocando no centro do embate a ex-senadora pe-tista Marina Silva, o que embaralhou as cartas do jogo eleitoral.

Marina, num primeiro momen-to, desponta como grande rival de Dilma. Mas pela falta de estrutura partidária, militante e financeira, além da inconsistência do discurso da candidata, sucumbe ao tiroteio a que foi submetida, dando lugar no segundo turno ao senador tucano Aécio Neves.

Dilma derrota Aécio em um dos pleitos mais polarizados e apertados da história política brasileira e a elite nacional percebe a difi culdade de implementar a sua agenda pela via eleitoral.

JOGO DE ERROS“Nem que a vaca tussa. ” A frase

popular, dita por Dilma poderia ter sido uma bússola para o seu segundo mandato: não mexer nos direitos da população mais pobre e fortalecer essa aliança. Mas o que fez a presi-denta? Pra início de conversa, virou as costas para a sua base social e colocou o tucano ultraliberal Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. O discurso da equipe econômica era um só: ajuste fi scal.

Paralelamente, a mandatária,

pela inapetência política, abre uma crise com a Câmara Federal, apoiando abertamente uma candida-tura inviável à Presidência da Casa. Resultado: angariou o ódio do pre-sidente eleito e dos seus asseclas do baixo clero, atualmente identifi cado como “centrão”.

O famigerado deputado Eduardo Cunha mentiu na CPI da Petrobras sobre contas na Suiça e foi levado à Comissão de Ética da Câmara, o que pode custar a cassação do mandato. De maneira desastrada, os articulado-res políticos do Palácio do Planalto costuraram um acordo com Cunha, à revelia dos deputados petistas da comissão. O resultado é que os votos garantidos por Mercadante e Dilma não foram entregues. A vingança do parlamentar carioca foi acatar um dos pedidos de impeachment, feito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.

Cunha dá andamento mais que célere ao processo e consegue o afastamento de Dilma. Michel Temer assume interinamente. Em pouco tempo três ministros são afastados e muitos outros continuam sob sus-peição. Eduardo Cunha renuncia à Presidência da Câmara, buscando um acordo com o governo interino, que possa salvar o seu pescoço, o da mulher e da fi lha mais velha.

“COMO SERÁ O AMANHÃ? ”Como diz o lindo samba da

escola mais simpática do carnaval carioca, a União da Ilha do Governa-dor, “responda quem puder”. Afi nal, mesmo com a blindagem da mídia e o apoio quase que unânime da elite, o governo Temer não conta com o res-paldo da população. Recentemente, a “Folha de São Paulo”, após repor-tagem do jornalista americano Glenn Greenwald, teve que se desmentir, dizendo que foi uma “imprecisão” o dado de uma pesquisa do instituto

“Datafolha”, publicado no jornal, que apontava que apenas 3% dos entrevistados queriam eleições pre-sidenciais. Na verdade, esse número é de cerca de 60%, como o próprio instituto revelaria depois da matéria do repórter estrangeiro.

Mas o que está por trás do im-peachment? Muito simples. Não é a luta contra a corrupção e pela ética na política, como tentou vender o oligopólio midiático, convencendo inclusive pessoas honestas. O que está em jogo é a implementação de uma agenda regressiva, totalmente inviável de ser levada a cabo pela via eleitoral.

Essa agenda tem alguns pontos que merecem destaque: a mudança do marco regulatório do pré-sal; a tentativa de uma contra-reforma da Previdência; o ataque à Legislação Trabalhista, com o desmonte da CLT.

Além disso, o grupo temerista (ou seria temerário) quer votar leis que limitem a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal, bem como reduzir drasticamente os pro-gramas sociais.

Muito provavelmente, o Sena-do deve manter o impeachment de Dilma, tornando Temer efetivo. Na primeira votação foram 55 votos favoráveis (um a mais do que os 54 necessários para o impedimento). E hoje, fazendo uma avaliação conser-vadora, o governo interino deve ter 57 ou 58 votos.

A derrota de Dilma é quase imi-nente, o que não quer dizer que o go-verno Temer conseguirá implementar a sua agenda. Afi nal, no meio desse jogo tem uma coisa chamada povo.

*Lindinor Larangeira é jor-nalista e radialista. Foi produtor do programa radiofônico Boca Livre e há dez anos é jornalista concursado da Petrobras.

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Venha ser sócio da ANSIB! Podem fazer parte do quadro de associados: aposentados, pensionista e ex-funcionários do Banerj. No site você encontra o formulário proposta de

admissão. Vale lembrar telefone para demais esclarecimentos: (21) 2224 4444.

Página 3

Todo aspecto da sociedade bra-sileira atualmente é muito infl uen-ciado pelo fator político. A crise que ocorre no governo brasileiro afeta a economia, e por conseguinte a parte social, a vida de cada um de nós.

A educação pública que está prejudicada, a inflação trazendo

preços exorbitantes para produtos que são essenciais na mesa do brasi-leiro. E tudo se agravando mais pelo motivo de nosso país ser a sede das Olimpíadas.

A quantidade de verba gasta em melhorias, que, do jeito que o governo está uma mudança atrás de outra, não vão ter a mesma atenção

de agora depois que o evento passar. A parcela mais jovem da população está se organizando e mostrando sua opinião em relação a problemas que não são novos, e mostrando soluções para eles.

Tentando também conscientizar que a mudança de pensamento é o primeiro passo para que a sociedade

seja mais unida. Porque a cultura de olhar apenas o próprio lado é forte por esses dias.

Espero que consigamos melho-rar a qualidade de quem colocamos para nos representar, para que cada aspecto - social, econômico e clara-mente o político - possa ter repercus-sões melhores.

Tatiana Reis

Agora e esperanças

Estudante do Ensino Médio, 16 anos

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O espírito olímpico nasceu na Grécia antiga, mais exatamente, numa península da Grécia, chamada Peloponeso há apro-ximadamente três mil anos atrás. Como as competições eram organizadas em Olímpia, foram chamadas de Jogos Olímpicos.

No ano de 1936, dos nossos dias, a Olimpíada foi realizada na Alemanha, mais precisamente na cidade de Berlim. Nessa época, Hitler já dominava a Alemanha nazista e usou os jogos olímpicos para continuar com seu grandioso plano malévolo de expansão da Alemanha, mas teve que engolir seco, quando do seu pedestal, presenciou dez Afro--americanos subirem ao pódio, orgulhosos, para receberem suas medalhas, sendo oito de

ouro. Só o atleta negro, Jesse Owens, recebeu quatro medalhas de ouro.

Infelizmente, logo que terminou a Olim-píada, Hitler continuou espalhando o seu ódio contra os judeus, os negros e todos aqueles que eram contra o seu partido. Ainda bem, que esse “câncer “ nazista não prosperou e foi derrotado e banido defi nitivamente.

Vejo, que no Rio de Janeiro, embora com alguns atropelos de última hora, a cidade está reagindo bem às expectativas. Os atletas, de outros países, chegaram e estão bem alojados, o policiamento está reforçado, porém para não passar em branco, houve uma gafe que chamou a minha atenção, não só minha, mas do mundo inteiro. Foi a história do prefeito

do Rio, na chegada da Seleção australiana. Como os australianos reclamaram das aco-modações, o prefeito disse que iria colocar um canguru na porta do prédio em que os australianos iriam hospedar-se, querendo fazer uma chacota, já que o canguru é um animal típico da Austrália. Na verdade, creio que o prefeito não queria magoar ninguém, quis apenas fazer uma piada, trocadilho talvez. Só que isso pode mexer com os brios dos atletas australianos e, com isso, fazer deles uma equipe invencível, porém acredito que o Brasil do papagaio Zé Carioca esteja preparado para enfrentar o canguru, o leão, o tigre, mesmo com a bengala, e todos os outros que vierem.

A Tocha Olímpica chegou

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Jornalista, escritor e vice-presidente da ANSIB.

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Célio Valim