princpios constitucionais da seguridade social

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  • 7/25/2019 Princpios Constitucionais Da Seguridade Social

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    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL

    Os princpios constitucionaisso os alicerces do ordenamento jurdico, servempara garantir um estado democrtico de direito. Nessa linha, os princpios da

    seguridadesocialso compostos por um conjunto de normas programticas quetrazem objetivos orientadores para elaborao das leis e um conjunto degarantias a serem observadas pela administrao pblica na execuo deprogramas de seguridade social. Esses princpios no so aplicados somente pelaprevidncia social, mas em toda a estrutura da seguridade social, que abrange osseus trs seguimentos: alm da previdncia social, a sade e assistnciasocial.

    Princpio da Universalidade( art.194, pargrafo nico, I CF/88 universalidadede cobertura e do atendimento) - a seguridade deve abranger a todos que delanecessitam e atender a cobertura dos riscos sociais da forma mais amplapossvel. Destaca-se que na previdncia social aplicado o regime de contribuiocom filiao obrigatria daqueles que exercem funo remunerada e facultativapara alguns seguimentos. A universalidade da cobertura, significa que aSeguridade deve contemplar todas as contingncias sociais que geramnecessidade de proteo social das pessoas, tais como: maternidade; velhice;doena; acidente; invalidez; recluso e morte. J a universalidade doatendimento, significa dizer que todas as pessoas sero indistintamente acolhidaspela Seguridade Social. A Seguridade Social compreende um conjunto integradode aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas aassegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia. Convm

    esclarecermos um ponto que pode suscitar dvidas. No podemos confundir,previdncia social com seguridade social, aquela espcie dessa. Assim, quandoo princpio assegura universalidade de atendimento, no significa dizer quequalquer pessoa tenha direito aos benefcios previdencirios, j que, aPrevidncia Social tem carter contributivo, ou seja, somente aqueles quecontribuem para o sistema que tero direito aos benefcios.

    Princpio da uniformidade e equivalncia( art. 194, pargrafo nico, II CF/88 uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas erurais) - os direitos e benefcios da seguridade social deve abranger de formaisonmica, tanto as populaes urbanas como as rurais. Equivale dizer, que asmesmas contingncias (morte, velhice, maternidade,...) sero cobertas tanto paraos trabalhadores urbanos como para os rurais. Alm disso, devero possuir omesmo valor econmico. Observe que este princpio da Seguridade Socialcoaduna-se com o disposto no artigo 7, da CF/88, que garante direitos sociaisidnticos aos trabalhadores urbanos e rurais.

    Princpio da seletividade e distributividade na prestao( art. 194, pargrafonico, III CF/88 a seletividade e distributividade na prestao dos benefcios eservios) a prestao do benefcio e do servio feito de acordo com acapacidade econmico-financeira do sistema que custeia a seguridade social,

    atendendo as necessidades de benefcios e servios mais relevantes. A seguridadesocial visa garantir a sobrevivncia digna da populao de baixa renda, para isso,um dos mecanismos utilizados a distribuio de renda. Esse princpio apregoa

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    que nem todos os segurados tero direito a todas as prestaes que o sistemapode fornecer. Por exemplo, os benefcios salrio-famlia e o auxlio-recluso ssero pagos queles segurados que tenham renda mensal inferior a R$468,47.

    Princpio da irredutibilidade de benefcios ( art. 194,pargrafo nico, IV irredutibilidade do valor dos benefcios) visa garantir o valor real dos benefcios

    prestados pela seguridade social. Para isso, h garantia de reajustamentoperidico dos proventos e penses, aplicando, para os que ganham at 8 salrios,o reajuste pelo INPC. O artigo 201, pargrafo 4, da CF/88, assegura oreajustamento dos benefcios para preservar-lhe, em carter permanente, o valorreal, conforme critrios a serem definidos em lei. Para quem j estudou DireitoConstitucional essa uma norma de eficcia limitada.

    Princpio da eqidade no custeio (art. 194, pargrafo nico, V equidade naforma de participao no custeio) a legislao de seguridade social deve prevcontribuies iguais para quem se encontra nas mesmas condies. Esteprincpio um desdobramento do Princpio da Igualdade que estabelece que deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Para a SeguridadeSocial significa dizer que quem tem maior capacidade contributiva ir contribuircom mais e quem tem menor capacidade com menos.

    Princpio da diversidade na base de financiamento( art. 194, pargrafo nico,VI) o maior nmero possvel de fontes de custeio devem ser agregadas aosistema de seguridade social, para, dessa forma, diminuir os riscos financeirosdesse sistema. Estabelece a CF/88 em seu artigo 195, que a Seguridade Socialser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da

    lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, Estados, DistritoFederal e Municpios, da empresa incidente sobre a folha, a receita, o lucro, aremunerao paga ao trabalhador e sobre a receita de concursos de prognsticos,visando assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistnciasocial.As receitas dos Estados, Distrito Federal e Municpios destinadas Seguridade Social constaro dos respectivos oramentos, no integrando ooramento da Unio. Alm disso, o artigo 195, pargrafo 4oestabelece que lei daUnio poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ouexpanso da Seguridade Social desde que sejam no-cumulativas e tenham fatogerador e base de clculo diferentes das contribuies sociais existentes.

    Princpio da solidariedade (art. 3, I, CF/88 - construir uma sociedade livre,justa e solidria) esse objetivo programtico deve ser perseguido pelo sistema deseguridade social, pois trata-se de um sistema de ajuda mtua em benefcio dacoletividade.

    Princpio do carter democrtico e descentralizado da administrao (art.194, pargrafo nico, VII) a gesto da seguridade social tem a participao detodos os envolvidos. Essa gesto feita com a participao da: a) sociedade civil;b) aposentados e pensionistas; c) trabalhadores em atividade; d) governo federal;e) empregadores. Essa gesto feita por meio de conselhos espalhados na

    estrutura do sistema de seguridade social.

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    Forma de custeio( art. 195, CF/88) segundo esse dispositivo constitucionalaseguridade social deve ser financiada por toda a sociedade, de forma direta eindireta, por meio de recursos provenientes da contribuio do governo, dasempresas e dos trabalhadores.Importante lembrar que com a reforma da previdncia social ( emendaconstitucional n 41/2003, foi introduzida a contribuio dos aposentadospara

    o financiamento do sistema previdencirio.

    CARTER DEMOCRTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAO,MEDIANTE GESTO QUADRIPARTITE, COM PARTICIPAO DOSTRABALHADORES, DOS EMPREGADORES, DOS APOSENTADOS E DOGOVERNO NOS RGOS COLEGIADOS: Este princpio acolhe a tese segundo aqual havendo um frum, conselho, rgo onde estejam em discusso direitos,todos aqueles envolvidos devero ter representantes para melhor garantir seusdireitos. O artigo 10 da Constituio Federal garante aos trabalhadores eempregadores participar nos colegiados dos rgos pblicos em que hajadiscusso ou deliberao sobre questes profissionais ou previdencirias. Cabe asociedade civil organizada participar da gesto da Seguridade Social indicando osrepresentantes dos trabalhadores, empregadores e dos aposentados.