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Disciplina: Meio Ambiente Professora: Maria Clara Torquato Princípios, fundamentos, objetivos e características da Educação Ambiental Lei de Educação Ambiental: Lei nº 9.795/99 Aula 1 18/06

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Disciplina: Meio Ambiente

Professora: Maria Clara Torquato

Princípios, fundamentos, objetivos e

características da Educação Ambiental –

Lei de Educação Ambiental: Lei nº 9.795/99

Aula 1

18/06

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MARCO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada na

cidade de Tbilisi (1977), na Antiga União Soviética, é considerada um dos principais

eventos sobre Educação Ambiental do Planeta. Esta conferência foi organizada a partir

de uma parceria entre a UNESCO e o Programa de Meio Ambiente da ONU - PNUMA

e, deste encontro, saíram às definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a

Educação Ambiental no mundo. Nesta Conferência estabeleceu-se que:

O processo educativo deveria ser orientado para a resolução dos problemas

concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e, de participação

ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade.

BASEADO NA CONFERÊNCIA DE TBILISI SÃO FINALIDADES DA EA:

1- Promover a compreensão da existência e da importância da interdependência

econômica, social, política e ecológica.

2- Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o

sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para protegerem e

melhorarem o meio ambiente.

3- Induzir novas formas de conduta, nos indivíduos e na sociedade, a respeito do meio

ambiente.

OBJETIVOS DE TBILISI:

a) consciência: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem consciência do

meio ambiente global e ajudar-lhes a sensibilizarem-se por essas questões;

b) conhecimento: ajudar os grupos e os indivíduos a adquirirem diversidade de

experiências e compreensão fundamental do meio ambiente e dos problemas anexos;

c) comportamento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a comprometerem-se com

uma série de valores, e a sentirem interesse e preocupação pelo meio ambiente,

motivando-os de tal modo que possam participar ativamente da melhoria e da proteção

do meio ambiente;

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d) habilidades: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as habilidades

necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais;

e) participação: proporcionar aos grupos sociais e aos indivíduos a possibilidade de

participarem ativamente nas tarefas que têm por objetivo resolver os problemas

ambientais.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE TBILISI:

a) considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e

criados pelo homem (tecnológico e social, econômico, político, histórico-cultural, moral

e estético);

b) constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar e

continuando através de todas as fases do ensino formal e não-formal;

c) aplicar em enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada

disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;

d) examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional,

nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as condições

ambientais de outras regiões geográficas;

e) concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta também a perspectiva

histórica;

f) insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para

prevenir e resolver os problemas ambientais;

g) considerar, de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de

desenvolvimento e de crescimento;

h) ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;

i) destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em consequências, a

necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para resolver

tais problemas;

j) utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar

e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, acentuando devidamente as atividades

práticas e as experiências pessoais.

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Na conferência de Tbilisi – recomendação 3 – são estabelecidas as diretrizes da

Educação Ambiental onde se pode notar que não é como a alfabetização; não possui um

marco inicial. Corresponde a atitudes ambientais, uma mobilização constante e

generalizada da população. Aparece também o importante papel das escolas desde os

primeiros anos até a formação de profissionais especializados.

No Brasil, a influência de Tbilisi se fez presente na Lei Federal n. 6.938, de

1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, suas finalidades e

mecanismos de formulação e execução. A lei se refere, em um de seus princípios, à

educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,

a fim de capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente.

A educação ambiental deve abranger pessoas de todas a idades e de todos os

níveis, no âmbito do ensino formal e não-formal. Os meios de comunicação social têm a

grande responsabilidade de colocar seus enormes recursos a serviço dessa missão

educativa. Os especialistas no assunto, e também aqueles cujas ações e decisões podem

repercutir significativamente no meio ambiente, deverão receber, no decorrer da sua

formação, os conhecimentos e atitudes necessários, além de detectarem plenamente o

sentido de suas responsabilidades nesse aspecto.

Uma vez compreendida devidamente, a educação ambiental deve constituir um

ensino geral permanente, reagindo às mudanças que se produzem num mundo em rápida

evolução. Esse tipo de educação deve também possibilitar ao indivíduo compreender os

principais problemas do mundo contemporâneo, proporcionando-lhe conhecimentos

técnicos e as qualidades necessárias para desempenhar uma função produtiva visando à

melhoria da vida e à proteção do meio ambiente, atendo-se aos valores éticos. Ao adotar

um enfoque global, fundamentado numa ampla base interdisciplinar, a educação

ambiental torna a criar uma perspectiva geral, dentro da qual se reconhece existir uma

profunda interdependência entre o meio natural e o meio artificial. Essa educação

contribui para que se exija a continuidade permanente que vincula os atos do presente às

consequências do futuro; além disso, demonstra a interdependência entre as

comunidades nacionais e a necessária solidariedade entre todo o gênero humano.

A educação ambiental deve ser dirigida à comunidade despertando o interesse do

indivíduo em participar de um processo ativo no sentido de resolver os problemas

dentro de um contexto de realidades específicas, estimulando a iniciativa, o senso de

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responsabilidade e o esforço para construir um futuro melhor. Por sua própria natureza,

a educação ambiental pode, ainda, contribuir satisfatoriamente para a renovação do

processo educativo.

Visando atingir esses objetivos, a educação ambiental exige a realização de

certas atividades específicas, de modo a preencher as lacunas que ainda existem em

nossos sistemas de ensino, apesar das inegáveis tentativas feitas até agora.

Consequentemente, a Conferência de Tbilisi:

• Convoca os Estados-membros a incluírem em suas políticas de educação,

medidas visando incorporar um conteúdo, diretrizes e atividades ambientais em seus

sistemas, com base nos objetivos e características mencionadas anteriormente;

• Convida as autoridades educacionais a intensificarem seu trabalho de reflexão,

pesquisa e inovação no que tange à educação ambiental;

• Incentiva os Estados-membros a colaborar nessa área, principalmente através

do intercâmbio de experiências, pesquisas, documentação e materiais, colocando, além

disso, os serviços de formação à disposição do corpo docente e dos especialistas de

outros países;

• Estimula, finalmente, a comunidade internacional a dar uma generosa ajuda

para fortalecer essa colaboração numa área de atuação que simboliza a necessária

solidariedade de todos os povos, e que pode considerar-se como particularmente

alentadora na promoção do entendimento internacional e da causa da paz.

CONCEITOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o

indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso

comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade."

(Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º).

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“A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da

prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em

sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa

atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética

ambiental.”

(Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°).

“A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade

educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que

os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas

relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o

educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento

dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais

como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita

transformação.”

(Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária –

Chosica/Peru (1976)).

“A educação ambiental é um processo de reconhecimento de valores e

clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e

modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações

entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação ambiental

também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem

para a melhora da qualidade de vida”

(Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977)).

“A Educação Ambiental deve proporcionar as condições para o desenvolvimento

das capacidades necessárias; para que grupos sociais, em diferentes contextos

socioambientais do país, intervenham, de modo qualificado tanto na gestão do uso dos

recursos ambientais quanto na concepção e aplicação de decisões que afetam a

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qualidade do ambiente, seja físico-natural ou construído, ou seja, educação ambiental

como instrumento de participação e controle social na gestão ambiental pública.”

(QUINTAS, J. S., Salto para o Futuro, 2008).

“A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um

saber ambiental materializado nos valores séticos e nas regras políticas de convívio

social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da

apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania

ativa considerando seu sentido de pertencimento e co-responsabilidade que, por meio da

ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e

conjunturais dos problemas ambientais.”

(SORRENTINO et all, Educação ambiental como política pública, 2005)

“A Educação Ambiental, apoiada em uma teoria crítica que exponha com vigor

as contradições que estão na raiz do modo de produção capitalista, deve incentivar a

participação social na forma de uma ação política. Como tal, ela deve ser aberta ao

diálogo e ao embate, visando à explicitação das contradições teórico-práticas

subjacentes a projetos societários que estão permanentemente em disputa.”

(TREIN, E., Salto para o Futuro, 2008).

“A EA deve se configurar como uma luta política, compreendida em seu nível

mais poderoso de transformação: aquela que se revela em uma disputa de posições e

proposições sobre o destino das sociedades, dos territórios e das desterritorializações;

que acredita que mais do que conhecimento técnico-científico, o saber popular

igualmente consegue proporcionar caminhos de participação para a sustentabilidade

através da transição democrática”.

(SATO, M. et all, Insurgência do grupo-pesquisador na educação ambiental

sociopoiética, 2005).

“Um processo educativo eminentemente político, que visa ao desenvolvimento

nos educandos de uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores sociais

geradores de riscos e respectivos conflitos socioambientais. Busca uma estratégia

pedagógica do enfrentamento de tais conflitos a partir de meios coletivos de exercício

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da cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas participativas

conforme requer a gestão ambiental democrática.”

(LAYRARGUES; P.P. Crise ambiental e suas implicações na educação, 2002).

"Educação ambiental é uma perspectiva que se inscreve e se dinamiza na própria

educação, formada nas relações estabelecidas entre as múltiplas tendências pedagógicas

e do ambientalismo, que têm no “ambiente” e na “natureza” categorias centrais e

identitárias. Neste posicionamento, a adjetivação “ambiental” se justifica tão somente à

medida que serve para destacar dimensões “esquecidas” historicamente pelo fazer

educativo, no que se refere ao entendimento da vida e da natureza, e para revelar ou

denunciar as dicotomias da modernidade capitalista e do paradigma analítico-linear,

não-dialético, que separa: atividade econômica, ou outra, da totalidade social; sociedade

e natureza; mente e corpo; matéria e espírito, razão e emoção etc."

(LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambietal Transformadora. In: Layrargues, P. P.

(Coord.) Identidades da Educação Ambiental Brasiliera. Brasília: Ministério do Meio

Ambiente, 2004).

"Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a

questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada,

contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o

enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de

complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a

transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política."

(MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21.Rio

de Janeiro: Sextante. 2003).

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CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Educação Ambiental tem como principais características ser um processo:

Dinâmico integrativo - é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade

tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as

habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir, individual e

coletivamente e resolver os problemas ambientais.

- Transformador - possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de

induzir mudanças de atitudes. Objetiva a construção de uma nova visão das relações do

ser humano com o seu meio e a adoção de novas posturas individuais e coletivas em

relação ao meio ambiente. A consolidação de novos valores, conhecimentos,

competências, habilidades e atitudes refletirá na implantação de uma nova ordem

ambientalmente sustentável.

- Participativo - atua na sensibilização e na conscientização do cidadão, estimulando-o a

participar dos processos coletivos.

- Abrangente - extrapola as atividades internas da escola tradicional, deve ser oferecida

continuamente em todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e toda a

coletividade. A eficácia virá na medida em que sua abrangência atingir a totalidade dos

grupos sociais.

- Globalizador - considera o ambiente em seus múltiplos aspectos: natural, tecnológico,

social, econômico, político, histórico, cultural, moral, ético e estético. Deve atuar com

visão ampla de alcance local, regional e global.

- Permanente - tem um caráter permanente, pois a evolução do senso crítico e a

compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem as questões ambientais se

dão de um modo crescente e contínuo, não justificando sua interrupção. Despertada a

consciência, se ganha um aliado para a melhoria das condições de vida do planeta.

- Contextualizador - atua diretamente na realidade de cada comunidade, sem perder de

vista a sua dimensão planetária (baseado no documento Educação Ambiental da

Coordenação Ambiental do Ministério da Educação e Cultura).

- Transversal - propõe-se que as questões ambientais não sejam tratadas como uma

disciplina específica, mas sim que permeie os conteúdos, objetivos e orientações

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didáticas em todas as disciplinas. A educação ambiental é um dos temas transversais

dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e Cultura.

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Existem vários artigos, capítulos e leis brasileiras com importância para a

educação ambiental. Uma das primeiras leis que cita a educação ambiental é a Lei

Federal Nº. 6938, de 1981, que institui a “Política Nacional do Meio Ambiente”. A lei

aponta a necessidade de que a Educação Ambiental seja oferecida em todos os níveis de

ensino.

A Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988, estabelece, em

seu artigo 225, que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações”; cabendo ao Poder Público “promover à educação ambiental em todos os

níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Nº. 9394, de dezembro de 1996,

reafirma os princípios definidos na Constituição com relação à Educação

Ambiental: “A Educação Ambiental será considerada na concepção dos conteúdos

curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir disciplina específica,

implicando desenvolvimento de hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental

e respeito à natureza, a partir do cotidiano da vida, da escola e da sociedade.”

No ano de 1997, foram divulgados os novos Parâmetros Curriculares Nacionais -

PCN. Os PCN foram desenvolvidos pelo MEC com o objetivo de fornecer orientação

para os professores. A proposta é que eles sejam utilizados como “instrumento de apoio

às discussões pedagógicas na escola, na

elaboração de projetos educativos, no planejamento de aulas e na reflexão sobre a

prática educativa e na análise do material didático”.

Os PCN enfatizam a interdisciplinaridade e o desenvolvimento da cidadania

entre os educandos. Os PCN estabelecem que alguns temas especiais devem ser

discutidos pelo conjunto das disciplinas da escola, não constituindo-se em disciplinas

específicas. São os chamados temas transversais.

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Temas transversais definidos pelos PCN: ética, saúde, meio ambiente, orientação

sexual e pluralidade cultural.

A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Lei Federal Nº. 9.795, sancionada em 27 de abril de 1999, institui a “Política

Nacional de Educação Ambiental”. Essa é a mais recente e a mais importante lei para a

Educação Ambiental. Nela são definidos os princípios relativos à Educação Ambiental

que deverão ser seguidos em todo o País.

Essa Lei foi regulamentada em 25 de junho de 2002, pelo Decreto N.º 4.281.

A lei estabelece que todos têm direito à educação ambiental. A Educação Ambiental

como um “componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar

presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e

não formal”.

Nas escolas, a educação ambiental deverá estar presente em todos os níveis de

ensino, como tema transversal, sem constituir disciplina específica, como uma prática

educativa integrada, envolvendo todos os professores, que deverão ser treinados para

incluir o tema nos diversos assuntos tratados em sala de aula.

A PNEA reafirma o dever de fomentar a educação ambiental em estudantes de

quaisquer campos de atuação, atingindo não só as ciências técnicas e naturais, mas

também as sociais artísticas, visto que a inter-relação entre todas essas áreas é que

produzem a evolução de uma sociedade.

De acordo com a lei que institui a “Política Nacional de Educação

Ambiental”, fazem parte dos princípios básicos da educação ambiental:

- O enfoque holístico, democrático e participativo;

- A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência

entre o meio natural, socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

- O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas;

- A permanente avaliação crítica do processo educativo;

- A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;

- A vinculação entre a ética, educação, trabalho e as práticas sociais;

- O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

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São objetivos fundamentais da educação ambiental definidos na referida lei

(entre outros):

- Democratização das informações;

- Fortalecimento da consciência crítica sobre a problemática social e ambiental;

- Incentivo à participação individual e coletiva, de forma permanente e responsável na

preservação do meio ambiente;

- O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade;

- O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas

múltiplas e complexas relações.

Em que se divide com:

CAPÍTULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

CAPÍTULO II - DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Seção I - Disposições Gerais

Seção II - Da Educação Ambiental no Ensino Formal

Seção III - Da Educação Ambiental Não-Formal

CAPÍTULO III - DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS