principios do equador - trabalho meio ambiente

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL SÂMARA PINTO SOUZA PRINCÍPIOS DO EQUADOR: UMA ABORDAGEM SINTETIZADA TRABALHO ACADÊMICO BELÉM-PA 2015

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Resumo sobre as 10 diretrizes dos Princípios do Equador

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Page 1: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

SÂMARA PINTO SOUZA

PRINCÍPIOS DO EQUADOR: UMA ABORDAGEM SINTETIZADA

TRABALHO ACADÊMICO

BELÉM-PA

2015

Page 2: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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SÂMARA PINTO SOUZA

PRINCÍPIOS DO EQUADOR: UMA ABORDAGEM SINTETIZADA

Trabalho didático elaborado para o Curso de

Bacharelado em Engenharia Civil da

Universidade Estácio de Sá, como requisito

para obtenção parcial da nota referente a

primeira avaliação da disciplina de Ciências

do Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Glaydson Sousa

BELÉM-PA

2015

Page 3: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................... IV

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 4

2. PRINCÍPIOS DO EQUADOR ........................................................................ 5

2.1. Declaração dos Princípios .......................................................................... 5

2.1.1. Princípio 1: Análise e categorização ........................................................ 5

2.1.2. Princípio 2: Avaliação socioambiental ..................................................... 6

2.1.3. Princípio 3: Padrões socioambientais aplicáveis ..................................... 6

2.1.4. Princípio 4: Sistema de gestão ambiental e plano de ação dos Princípios do

Equador ............................................................................................................. 6

2.1.5. Princípio 5: Engajamento de partes interessadas ................................... 6

2.1.6. Princípio 6: Mecanismo de reclamação ................................................... 7

2.1.7. Princípio 7: Análise independente ........................................................... 7

2.1.8. Princípio 8: Obrigações contratuais ......................................................... 7

2.1.9. Princípio 9: Monitoramento independente e divulgação de informações . 7

2.1.10. Princípio 10: Divulgação de informações e transparência ..................... 7

3. CONCLUSÃO ............................................................................................... 8

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 9

Page 4: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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RESUMO

Apresenta-se os Princípios do Equador como premissa para o financiamento

de projetos pelos bancos signatários, utilizando-se diretrizes de meio ambiente,

saúde e segurança. Essa conduta busca além do retorno econômico-financeiro,

estimular a preocupação com os impactos socioambientais causados pelos

empreendimentos financiados, assegurando-se a sustentabilidade, mensuração e

minimização dos impactos sociais e preservação do equilíbrio ambiental. Além da

preservação de acidentes, o apoio a propriedade cultural e o combate ao trabalho

infantil, que são alguns dos principais objetivos dos Princípios do Equador.

Palavras chave: princípios do equador; socioambiental; financiamento;

preservação.

Page 5: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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1. INTRODUÇÃO

A partir da escassez de recursos devido a intensa e descontrolada atividade

da humanidade sobre a natureza, cresce a busca por alternativas que atenuem o

conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural.

Segundo SHERRILL (1999), a poluição ambiental só passou a ser tratada

como problema econômico a partir da segunda metade do século XX, extinguindo a

teoria de crescimento a todo e qualquer custo, desencadeando o raciocínio de que

crescimento deve ser sustentável.

As transformações impostas ao setor industrial também foram cobradas ao

setor financeiro, impostas de forma mais gradual e lenta, até mesmo por esse setor

ter se demonstrado por tanto tempo tradicional ou até indiferente as questões

ecológicas.

Neste contexto, os Princípios do Equador representam uma mudança

positiva a cultura do setor financeiro, que visando evitar o risco de responsabilização

por eventuais danos causados ao meio ambiente, que passou a cobrar de forma

objetiva a aplicabilidade das diretrizes impostas, a fim de identificar, avaliar e

gerenciar os impactos envolvidos de uma forma estruturada, em uma base contínua.

Prevenindo-se assim percalços e acidentes que possam ocorrer no transcorrer do

empreendimento, reduzindo-se também o risco de inadimplência.

Segundo o texto original, é restringido o financiamento do tipo Project

Finance ou Project-Related Corporate Loans (Financiamentos Corporativos Dirigidos

a Projetos ou PRCL, na sigla em inglês) quando o cliente não estiver disposto a, ou

não ter condições de estar, em conformidade com os Princípios do Equador.

Contudo, a adoção de métodos adequados para o controle de impactos

indesejados segue também como publicidade favorável ao financiador, que é tido

como instituição ambientalmente responsável a fim, é claro, de obter vantagens

competitivas.

Porém, mesmo aplicável a empreendimentos de alto valor, o legado

transmitido pelos Princípios do Equador é adotado frequentemente pelos bancos,

independentemente do porte do projeto que pleiteia o crédito.

Page 6: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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2. OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR

Os Princípios do Equador foram elaborados em 2003 após um encontro de

altos executivos de diversas instituições financeiras em Londres, promovido pelo

International Finance Corporation (IFC), propriedade do Banco Mundial, e o ABN

AMRO, para discutirem questões socioambientais relacionadas a empreendimentos

em mercados emergentes e definirem parâmetros que seriam analisados,

principalmente em transações com valores expressivos.

Os Princípios em questão podem ser caracterizados como um conjunto de

diretrizes que as instituições financeiras, afiliadas espontaneamente, se

comprometem a cumprir para o financiamento de projetos. Vale lembrar que essas

diretrizes antes eram requeridas para a liberação de crédito para projetos a cima de

US$ 50 milhões, e que passou para US$ 10 milhões com o intuito de incluir maior

número de empreendimentos na lista de monitorados.

Embora os Princípios do Equador não sejam aplicados retroativamente, as

instituições signatárias deverão aplicá-los quando houver expansão ou

modernização de projeto existente, em que as mudanças na escala ou no escopo

possam criar riscos e impactos socioambientais significativos ou uma mudança

significativa na natureza ou no grau de um impacto já existente (EQUATOR

PRINCIPLES, 2007).

2.1. Declaração de Princípios

Segundo o documento original dos Princípios do Equador, as diretrizes que

devem ser observadas pelas instituições financeiras na concessão de crédito serão

identificadas a seguir.

2.1.1. Princípio 1: Análise e categorização

Utilizando o sistema de categorização socioambiental desenvolvido pelo IFC,

a instituição signatária ordenará o financiamento com base no potencial de risco

socioambiental que podem provocar. As categorias são “A”, “B” e “C”, sendo “A” a

categoria de maior potencialidade de risco e “C” a de menor.

Page 7: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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2.1.2. Princípio 2: Avaliação socioambiental

É requerida uma avaliação, feita pelo cliente e aprovada pela instituição

financiadora, dos riscos e impactos socioambientais relatados. A Documentação de

Avaliação deve apresentar medidas para minimizar os impactos negativos expostos,

principalmente em relação a emissão de gases de efeito estufa, de acordo com a

natureza e escala do projeto. Em anexo à Documentação de Avaliação para

categoria “A” e, quando apropriado, para a categoria “B”, deverá ser entregue um

Estudo de Impacto Socioambiental (ESIA). Outros estudos e análises específicas

poderão ser necessárias, de acordo com as características do projeto.

2.1.3. Princípio 3: Padrões socioambientais aplicáveis

A avaliação deve verificar a conformidade do projeto com as leis,

regulamentações e licenças pertinentes ao país quanto à avaliação e gestão de

riscos, condições de trabalho, eficiência de recursos e prevenção da poluição, saúde

e segurança, aquisição de terra e reassentamento, conservação da biodiversidade e

gestão sustentável de recursos naturais, povos indígenas, patrimônio cultural, etc.

2.1.4. Princípio 4: Sistema de gestão ambiental e social e plano de ação

dos princípios do equador

Para todos os projetos de categoria “A” e “B”, é solicitado que o cliente

desenvolva ou mantenha um Sistema de Gestão Ambiental (ESMS). Também deve

ser elaborado um Plano de Gestão Socioambiental (ESMP), que na realidade é um

plano para tratar os riscos identificados na avaliação ambiental, que deve ser

composto por: avaliação social e ambiental; programa de gerenciamento; definição

da capacidade organizacional; programa de treinamento; participação da

comunidade; monitoramento; e relatório.

2.1.5. Princípio 5: Engajamento de partes interessadas

Em projetos das categorias “A” e “B” o cliente deverá realizar a apreciação

dos grupos afetados, incluindo os povos nativos. Tal consulta deve ser feita de forma

estruturada e culturalmente adequada, inclusive quanto ao idioma local.

Page 8: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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2.1.6. Princípio 6: Mecanismo de reclamação

Para todos os projetos da categoria “A” e, quando apropriado, para projetos

da categoria “B”, o cliente deverá manter meios de contato com a população afetada

durante toda fase de desenvolvimento e operacionalização do projeto permitindo

deste modo, o conhecimento e atendimento de opiniões e reclamações.

2.1.7. Princípio 7: Análise Independente

O cliente deve assegurar que serão realizadas auditorias no plano de ação,

por um profissional especialista e independente, com experiência na área e em

condições de opinar sobre os aspectos socioambientais do empreendimento.

2.1.8. Princípio 8: Obrigações Contratuais

Por meio da formalização de contrato, o cliente deverá se comprometer a

atuar em conformidade a leis, regulamentações e licenças socioambientais

pertinentes do país, além de diretrizes e normas previamente acordadas. Para

assegurar o cumprimento do proposto pelo cliente, a instituição financiadora poderá

escolher liberar o capital por lotes, de acordo com o plano de ação proposto.

2.1.9. Princípio 9: Monitoramento Independente e Divulgação de

Informações

O cliente deverá manter um consultor socioambiental independente ou

especialista externo, qualificados e experientes, para fornecer serviços adicionais de

monitoramento e elaboração de relatórios.

2.1.10. Princípio 10: Divulgação de Informações e Transparência

Ao mínimo informações resumidas do Estudo de Impacto Socioambiental

(ESIA) e dados dos níveis de gases estufas emitidos, deverão ser divulgados pelo

cliente.

Informações sobre as transações que chegaram ao fechamento da operação

financeira e sobre as experiências com os créditos concedidos conforme as regras

dos Princípios do Equador deverão ser publicadas pelas instituições financeiras, ao

menos uma vez ao ano.

Page 9: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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3. CONCLUSÃO

O desenvolvimento desta pesquisa vem para apresentar os Princípios do

Equador como nova alternativa adotada pelo sistema financeiro na busca do

gerenciamento de riscos envolvidos no financiamento de empreendimentos de

grande porte.

Seguindo os Princípios do Equador, inicialmente o projeto é categorizado de

acordo com o risco potencial envolvido, após essa etapa avaliações, estudos e

analises são desenvolvidos para verificar se o projeto possui condições de ser

executado obedecendo normas e diretrizes especificas que possam amortizar os

impactos que devem ser causados pelo empreendimento.

Nesse contexto, o Empreendedor deve criar meios de comunicação com as

populações locais para ouvidoria que possam respeitar opiniões e levar em

consideração as sugestões e reclamações de diversas partes envolvidas. Outro fator

importante é a transparência relacionada ao cumprimento das leis locais e dos

parâmetros de gestão socioambiental seguidos.

Em contrapartida as instituições financeiras signatárias emitem ao menos

uma vez por ano relatórios nos quais constam dados e informações que possibilitam

à análise da aplicação correta dos Princípios do Equador por parte dos seus

empreendimentos financiados.

Page 10: Principios Do Equador - Trabalho Meio Ambiente

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Marco Antônio; MACHADO, Eduardo Luiz. Princípios do equador:

sustentabilidade e impactos na conduta ambiental dos bancos signatários

brasileiros. Disponível em: <

www.financassustentaveis.com.br/download/artigomarcoantonio.pdf>. Acesso em:

24 de agosto de 2015, 22:42.

EQUATOR PRINCIPLES. A financial industry benchmark for

determining, assessing and managing environmental and social risk in

projects. 2013. Disponível em: < http://www.equator-

principles.com/resources/equator_principles_III.pdf>. Acesso em: 24 de agosto de

2015, 22:25.

MARQUES, Vânia de Lourdes. O sistema financeiro e os princípios do

equador: ferramenta para a gestão socioambiental no Brasil?. 2006. 156 f.

Dissertação. Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2006.

MONTEIRO, Antônio José L. C.; FERREIRA; Eduardo de Campos.

Princípios do Equador – A crescente preocupação das instituições financeiras

com o meio ambiente. 2007. Disponível em:

<http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI39532,11049-

Principios+do+Equador+A+crescente+preocupacao+das+instituicoes>. Acesso em:

26 de agosto de 2015, 21:15.

RIBEIRO, Maísa de Souza; OLIVEIRA, Otávio José Dias de. Os princípios

do equador e a concessão de crédito socioambiental. Disponível em: <

http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos82008/594.pdf>. Acesso em: 24 de

agosto de 2015, 23:15.

SHERRILL, Elisabeth Ivete. Paradigmas do pensamento econômico e a

questão ambiental. 15 f. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

2009. Disponível em:

<www.ieab.org.br/confelider/Documentos/missao_meio_ambiente.doc>. Acesso em:

23 de agosto de 2015, 22:56.