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Princípios constitucionais que informam a Administração Pública Avelino A. Rodrigues da Silva

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Page 1: Princípios constitucionais que informam a Administração Pública Avelino A. Rodrigues da Silva

Princípios constitucionais que informam a Administração Pública

Avelino A. Rodrigues da Silva

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILFEDERATIVA DO BRASIL

ART. 1º - a república federativa do Brasil formada pela união indissolúvel dos estados e do DF, constitui-se em um estado de direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;I - a soberania;

II- a cidadania;II- a cidadania;

III- a dignidade da pessoa III- a dignidade da pessoa humana;humana;

IV- os valores sociais do IV- os valores sociais do trabalho e da livre trabalho e da livre iniciativa;iniciativa;

V- o pluralismo político.V- o pluralismo político.

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PARÁGRAFO ÚNICOPARÁGRAFO ÚNICO

Todo poder emana do povo que o exerce por meio Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição. termos desta constituição.

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Considerações

A Constituição Federal é o cerne de A Constituição Federal é o cerne de todo o ordenamento jurídico todo o ordenamento jurídico

Estrutura-se enquanto um sistema Estrutura-se enquanto um sistema normativo formado por princípios e normativo formado por princípios e normas jurídicasnormas jurídicas

Page 5: Princípios constitucionais que informam a Administração Pública Avelino A. Rodrigues da Silva

Art. 3º e os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

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Comentário

Os princípios expressam valores éticos, sociais e políticos da sociedade, convertidos pelo legislador constituinte em preceitos jurídicos.

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Funções dos princípios constitucionais

Considerando apenas o com caráter orientador:para a criação legislativa e; para o exercício das funções públicas

administrativa e jurisdicional.

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O que os princípios direcionam ao servidor público?

Respeitar seus limites (os da lei);

ter o seu mesmo conteúdo;

seguir a mesma direção;

realçar o mesmo espírito.

Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma, trata-se da pior forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade.

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Princípios constitucionais que informam a administração pública.

Os especificados no Artigo 37 da C.F.

Os explícitos ou implícitos em outros artigos da C.F, reconhecidos pela jurisprudência e realçados pela doutrina.

Grupo 1 Grupo 2

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1º Grupo

Princípios especificados no Artigo 37 da Constituição Federal

Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência

Art. 37º = LIMPE

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Legalidade

O princípio da legalidade está na base do Estado de Direito .

Entre os particulares vige o princípio da autonomia da vontade, segundo o qual o que não for proibido por lei é permitido.

Para o administrador público isso não basta, ele deve agir sob o império das leis, só pode fazer o que a lei lhe autoriza.

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Impessoalidade

A Administração Pública deve atuar sem que a figura do administrador seja identificada.

A administração não se dispõe à promoção pessoal, já que o administrador atua em nome do interesse público.

Também os seus atos não podem privilegiar pessoas específicas.

Devem ser dirigidos a todos, indistintamente.

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Moralidade

Ética da conduta administrativa.A moralidade da Administração Pública

não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum.

O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

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Moralidade

Legalidade + Finalidade = MoralidadeLegalidade + Finalidade = Moralidade

Dec. nº 1.171, de 22/06/94, IIIDec. nº 1.171, de 22/06/94, III

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Publicidade

Gerenciamento público deve ser às claras, transparente.

Tal publicidade permitirá à população controlar e fiscalizar a administração.

É imprescindível, portanto, para que se exerça o controle social.

Publicidade não pode ser confundida com propaganda pessoal.

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Eficiência

Trata-se do dever da boa gestão administrativa.

O dever de aplicar a melhor solução legal e ética, mais efetiva à realização da finalidade administrativa.

É a utilização dos meios adequados para a obtenção de resultados de interesse público.

Busca de maior eficácia possível às ações do Estado.

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2º Grupo

Princípios explícitos ou implícitos no texto constitucional, além dos especificados no Art. 37.

O fato desses princípios não constarem expressamente não lhes diminui a importância.

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Os princípios além do art. 37 Os princípios além do art. 37 mais citadosmais citados

O Princípio do Interesse público;Princípio da Finalidade;Princípio da Igualdade;Lealdade e boa-fé;Princípio da motivação;Princípios da Razoabilidade e da

Proporcionalidade.

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O Princípio do Interesse público

O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado é princípio geral de direito, inerente a qualquer sociedade organizada.

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Princípio da Finalidade

Além de ater-se à letra da lei, o administrador deve considerar o objetivo que gerou sua criação.

Deve buscar o resultado prático, eficiente, compatível com as reais necessidades e aspirações da sociedade (interesse público).

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Princípio da Igualdade

Diz a Constituição que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (Art. 5º).

Logo, o administrador não pode tratar de forma desigual situações iguais no campo dos direitos e das obrigações.

Tratamento igual para situações iguais e desigual para situações desiguais.

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Lealdade e boa-fé

É um princípio que está bastante relacionado à moralidade administrativa.

O administrador não pode adotar comportamento astucioso, impregnado de malícia para confundir ou dificultar o exercício de direitos

Obs. Astucioso = que denota engenhosidade.

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Princípio da motivação

Para todos os atos dos agentes públicos têm que haver um motivo explicável, um fundamento de fato e de direito.

O princípio da motivação é a própria explicação dos pressupostos e dos fundamentos que embasam as decisões do agente público.

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Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade

As competências administrativas devem ser ponderadas (motivos razoáveis) e exercidas de forma compatível com a extensão e intensidade (proporcionais) exigidas para cumprimento da finalidade de interesse público.

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Improbidade administrativa - Lei 8112/90

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Improbidade administrativa - Lei 8.429/92

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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Improbidade administrativa

Entende-se por ato de improbidade má qualidade, imoralidade, malícia. Juridicamente, lega-se ao sentido de desonestidade, má fama, incorreção, má conduta, má índole, mau caráter.

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Improbidade administrativa

De acordo com a lei 8.429/92 os atos de improbidade administrativa classificam-se em:

Os que importem enriquecimento ilícito (art. 9º);

Os que causam prejuízo ao erário (art.10);

Os que atentam contra os princípios da Adm. Pública (art. 11)

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Improbidade administrativa

O ato de improbidade em si não constitui crime, mas pode corresponder a um crime definido em lei, quando então a apuração da improbidade pela ação cabível será concomitante com o processo criminal.

Corresponde a um ilícito administrativo, obrigando a autoridade competente a instaurar o procedimento adequado para apuração da responsabilidade.

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Improbidade administrativa

Não há impedimento para instauração de processo nas 3 instâncias:

Administrativa- apura o ilícito administrativo (obrigatória - poder/dever da autoridade).

Civil – apura a improbidade administrativa.

Penal – apura o ilícito penal segundo normas do CPP

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Elementos constitutivos do ato de improbidade

Sujeito passivo – uma das entidades mencionadas no art. 1º que podem ser atingidas por atos de improbidade administrativa;

Sujeito ativo – agente publico ou terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie;

Ato danoso – causador de enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário, ou atentado contra os princípios da Administração Publica.

Elemento subjetivo – dolo ou culpa.

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Procedimento administrativo

Instaurado por qualquer pessoa (art. 14, § 1º - Lei 8112/90)Federais – processado na forma prevista na

Lei 8112/90Militar – respectivos regulamentos

disciplinaresDemais entes da federação – respectivas

leis sobre processo administrativo disciplinar

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Sanções (art. 12):

Perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

Multa civil; Proibição de contratar com o Poder Publico,

ou receber benefícios, incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente;

Suspensão dos direitos políticos; Perda da função publica; Ressarcimento ao erário; Indisponibilidade de bens (preventivo).

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Conclusão

A inobservância a qualquer dos princípios que informam a Administração Pública pode gerar a nulidade do ato e a responsabilização administrativa, cível e criminal do agente.

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Referências

Matias-Pereira. Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações governamentais. Ed. Atlas, SP: 2010. Pag. 175 a 178.

Lei 8112/90.Lei 8.429/92.Constituição da república federativa do

Brasil de 1988 .