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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS DO RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO* João Yunes ** Hebe da Silva Coelho *** Anita S. Colli **** José Augusto Nigro Conceição ***** RSPUB9/425 YUNES, J. et al. Principais características biológicas e sociais do recém-nascido de baixo peso. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:367-87, 1978. RESUMO: Estudou-se as principais características biológicas e sociais do recém-nascido de baixo peso ( 2.500 g) comparado com o de peso normal (> 2.500) através de uma amostra de recém-nascidos admitidos no berçário e nascidos na Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medi- cina da USP durante o período de 1 ano. As características individuais do recém-nascido foram avaliadas através das variáveis sexo, cor, medidas antro- pométricas e condições clínicas. A assistência dispensada ao recém-nascido foi estudada quer sob o ponto de vista quantitativo como qualitativo. As condições sócio-econômicas foram analisadas ¿través da caracterização ao tamanho da família, tipo de união, qualificação da mão de obra, escolaridade e renda. Tam- bém foram analisados o comportamento e a atitude das mães dos recém-nascidos quanto à utilização dos recursos de saúde, idade ideal para ter filhos e número ideal de filhos. As principais características médico-sociais identificadas e ana- lisadas neste estudo fornecem elementos para subsidiar o estabelecimento de uma assistência global à gestante. UNITERMOS: Peso ao nascer. Recém-nascidos. Prematuros. Lactentes, assis- tência. * Parte da Tese de Livre-Docência na área de Pediatria Social apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1975. ** Do Departamento de Clínica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) — Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, s/n 05403 — São Paulo, SP — Brasil e do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP Brasil. *** Do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. **** Do Departamento de Clínica da FMUSP. ***** Da Divisão de Atendimento às Crianças Externas do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. 1 INTRODUÇÃO A freqüência em ocorrer nascimento de baixo peso varia de acordo com o grau de desenvolvimento do país, sendo comum na literatura mundial cifras que variem de 5 a 12% 21 . Nos Estados Unidos, cerca de 8,0% dos recém-nascidos são de baixo peso, enquanto que na Suécia a proporção é de 4,5%, segundo Geijerstam 13 . Na Holanda, a incidência situa-se ao redor de 4,0% (Corradini e col. 10 ), enquanto que em Israel

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS DORECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO*

João Yunes **Hebe da Silva Coelho ***Anita S. Colli ****José Augusto Nigro Conceição *****

RSPUB9/425

Y U N E S , J. et al. Principais características biológicas e sociais do recém-nascidode baixo peso. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:367-87, 1978.

R E S U M O : Estudou-se as principais características biológicas e sociais dorecém-nascido de baixo peso ( 2.500 g) comparado com o de peso normal(> 2.500) através de uma amostra de recém-nascidos admitidos no berçário enascidos na Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medi-cina da USP durante o período de 1 ano. As características individuais dorecém-nascido foram avaliadas através das variáveis sexo, cor, medidas antro-pométricas e condições clínicas. A assistência dispensada ao recém-nascido foiestudada quer sob o ponto de vista quantitativo como qualitativo. As condiçõessócio-econômicas foram analisadas ¿través da caracterização ao tamanho dafamília, tipo de união, qualificação da mão de obra, escolaridade e renda. Tam-bém foram analisados o comportamento e a atitude das mães dos recém-nascidosquanto à utilização dos recursos de saúde, idade ideal para ter filhos e númeroideal de filhos. As principais características médico-sociais identificadas e ana-lisadas neste estudo fornecem elementos para subsidiar o estabelecimento de umaassistência global à gestante.

U N I T E R M O S : Peso ao nascer. Recém-nascidos. Prematuros. Lactentes, assis-tência.

* Parte da Tese de Livre-Docência na área de Pediatria Social apresentada à Faculdadede Medicina da Universidade de São Paulo, 1975.

** Do Departamento de Clínica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) — Av. Dr.Enéas Carvalho de Aguiar, s/n — 05403 — São Paulo, SP — Brasil e do Departamentode Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Arnaldo, 715 —01255 — São Paulo, SP — Brasil.*** Do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP.

**** Do Departamento de Clínica da FMUSP.***** Da Divisão de Atendimento às Crianças Externas do Instituto da Criança do Hospital das

Clínicas da FMUSP.

1 — I N T R O D U Ç Ã O

A f r eqüênc i a em ocorrer nascimento debaixo peso varia de acordo com o grau dedesenvolvimento do país, sendo comum nali teratura mundial cifras que variem de 5a 12%21. Nos Estados Unidos, cerca de

8,0% dos recém-nascidos são de baixo peso,enquanto que na Suécia a proporção é de4,5%, segundo Geijerstam 13. Na Holanda,a incidência situa-se ao redor de 4,0%(Corradini e col.10), enquanto que em Israel

esta cifra se aproxima de 6,0% ((Legg ecol.15). Serrano e P u f f e r 2 1 encontraramuma proporção de recém-nascidos de baixopeso na Investigação Interamericana deMortalidade na Infânc ia que variou de 7,6%,em áreas pesquisadas na Califórnia, a14,4% em uma maternidade de São Sal-vador.

Em nosso meio, como não se registra opeso ao nascer no certificado de nascimen-to, não se tem dados sobre sua incidência.

Teruel e col.24, em Ribeirão Preto, veri-f icaram que 8,7% dos nascidos vivos pesa-vam 2.500 g ou menos. Para São Paulonão se tem oficialmente este dado, tendosido estimado por Siqueira 22, para o Dis-trito de São Paulo, em torno de 10,0%.

Os dados disponíveis para alguns hospi-tais da cidade de São Paulo mostram umavariação na incidência. Siqueira22 consta-tou que na Casa de Saúde D. Pedro II,no período de 1968 a 1971, 8,15% dosnascidos vivos pesavam 2.500 g ou menosao nascer, tendo se elevado esta c i f ra para9,50% em 1973, enquanto que na Materni-dade São Paulo esta proporção foi de14,45%, durante o período de 1968 a 1970.No Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo,segundo Corradini e col.10, a incidência émaior e situa-se em torno de 20,0%. Esteachado pode ser explicado pelo fato de se-rem encaminhados para esta instituição oscasos mais complicados.

A insuficiência ponderai do recém-nasci-do, além de contribuir para o aumento damortalidade perinatal e neonatal, concorretambém para a elevação dos índices demorbidade.

Um dos resultados da Investigação Inte-ramericana de Mortalidade na Infância , emrelação à mortalidade neonatal, foi a ele-vada proporção de óbitos de crianças debaixo peso ao nascer (Pu f fe r e Serrano1 8).

Siqueira,22 estudando os dados da Inves-tigação Interamericana de Mortalidade naInfância 18, em que uma das áreas selecio-nadas foi a do Distrito de São Paulo(1968-70), pôde ver i f icar que de um totalde 1.958 crianças, que faleceram nessaregião no período neonatal, 1.169 (59,70%)eram recém-nascidos de baixo peso. Esteé considerado, por Chase 7, como um fatorisolado de maior in f luênc ia na mortalidadeneonatal. Estudos mais recentes, realizadospor Laurenti,14 demonstraram que do totalde óbitos perinatais ocorridos no Distritode São Paulo (1968/1970) 3,96% tiveramcomo causa a prematuridade. Segundo Cor-radini e col.,10 o recém-nascido de baixopeso representa o maior problema da prá-tica em pediatria neonatal.

O presente trabalho tem como objetivoanalisar as principais características bioló-gicas e sociais do recém-nascido de baixopeso.

2 — METODOLOGIA

Esta pesquisa é um "survey" descritivo,que utiliza uma metodologia comparativae um processo de análise estatística.

População de Estudo*

A população de estudo é hipotética,constituída da totalidade de recém-nascidosde baixo peso nascidos na Clínica Obsté-trica do Hospital das Clínicas da Faculdadede Medicina da Universidade de São Paulo(FMUSP) e admitidos no Berçário duranteo período de 4 de janei ro de 1971 a 4 dejaneiro de 1972.

Para efeito de comparação, utilizou-se aamostra de uma população hipotética derecém-nascidos de peso normal, constituídade, aproximadamente, 1/10 da totalidade derecém-nascidos de peso acima de 2.500 g,durante o mesmo período.

* Sempre que for utilizada a terminologia recém-nascido de baixo peso deve-se consideraràquele cujo peso é igual ou inferior a 2.500 g e recém-nascidos de peso normal àquele cujopeso é superior a 2.500 g.

O critério de escolha para a definiçãodo tamanho de cada amostra foi baseadoem dados do ano anterior, onde a propor-ção de recém-nascidos de baixo peso foida ordem de 18,0%, possibilitando a inclu-são no estudo de todos os nascimentos compeso menor ou igual a 2.500 g. Quantoà amostra de recém-nascidos de peso nor-mal, a proporção de 1/10 permitiria a aná-lise comparada e estaria dentro da capa-cidade de execução do trabalho.

Desta forma, os 327 recém-nascidos debaixo peso, que nasceram no período doestudo, foram tomados para comporem aamostra da população hipotética de recém-nascidos de baixo peso, e aos 2.105 recém-nascidos de peso normal foi aplicada umaamostra sistemátcia com intervalo de 10,da qual resultaram selecionados 220.

Pelo processo descrito, conclui-se que decada uma das populações hipotéticas defi-nidas foram selecionadas amostras ondenão se favoreceu a manifestação tendenciosade um determinado fenômeno.

Sendo a gemelaridade por si só umacausa importante da ocorrência de baixopeso ao nascer, foram excluídos, por estarazão, os 44 gêmeos nascidos no períodode estudo.

Coleta e análise dos dados

As informações referentes aos recém-nascidos foram obtidas através de entre-vistas com as mães na Clínica Obstétricaou, no caso de alta precoce, em domicílios(10 casos) e do prontuário médico.

As entrevistas foram realizadas por obs-tetriz, enfermeira de saúde pública ouobstetriz de saúde pública.

Os dados apresentados nem semprecorrespondem ao mesmo total geral, devidoa existência de perguntas que comportamalternativas com respostas do tipo "seminformação", "não se aplica" e "não sabe".Para cada tabela serão sempre indicadosos totais.

Os testes estatísticos foram realizados aum nível de significância de 0,05, tendosido aplicado X2, para a análise das tabe-las de contigência e o teste t, para desviospadrão desiguais, para a comparação demédias.

Em cada tabela constam os valores obser-vados da estatística utilizada e do nível designificância descritivo (P).

3 — RESULTADOS

3.1. Características Individuais

3.1 .1 . Sexo

Em relação ao sexo, a proporção derecém nascidos de baixo peso (327) émaior para o sexo feminino (53,5%) quepara o masculino (46,5%), enquanto quepara os de peso normal (220) predominamos do sexo masculino (53,6%), sendo aproporção do feminino de 46,4%.

Segundo Abramowicz e col.1, uma dascaracterísticas do recém-nascido de baixopeso é a maior freqüência em que istoocorre para crianças do sexo feminino.

De acordo com Cooke e Levin9 a maiorincidência de mulheres entre os recém-nas-cidos de baixo peso é devido ao seu menorpeso em relação ao do sexo masculino naúltima fase da gravidez.

3.1.2. Cor

Quanto à cor, a proporção de recém-nascidos de cor negra ou mulata é de47,1%, entre os de baixo peso, e 41,8%entre os de peso normal.

3.1.3. Peso

Os dados permitem verificar que do totalde 327 recém-nascidos de baixo peso 59,0%tiveram peso menor ou igual a 2.250 g,enquanto que 34,0% nasceram com pesomenor ou igual a 2.000 g. Este achado é

importante em função do conhecimento quese tem da associação entre menor peso emaior risco.

3.1.4. Estatura

A estatura para os recém-nascidos debaixo peso variou de 25 a 50 cm, tendosido a maior freqüência de 45 cm. Para osrecém-nascidos de peso normal esta varia-ção foi de 43 a 60 cm e a altura modal

foi de 48 cm, conforme se verifica na Tabela1. Como se pode observar, a amplitude devariação para os recém-nascidos de baixopeso foi de 25 cm, enquanto que para osde peso normal esta diferença foi menor,ou seja, 17 cm.

Os recém-nascidos de baixo peso apre-sentaram uma altura média de 43,56 cm,enquanto que para os de peso normal estevalor foi maior, isto é, 48,55 cm, sendoessa diferença estatisticamente significante.

3 .1 .5. Perímetro Cefálico e Torácico

O perímetro cefálico ao nascer, conformese observa na Tabela 2, variou de 20 a35 cm para os recém-nascidos de baixopeso e de 28 a 39 cm para os de pesonormal. Para o primeiro grupo, o perí-metro cefálico modal foi de 32 cm e parao segundo foi de 34 cm. Da mesma ma-neira que para a altura, a amplitude de

variação foi maior para os recém-nascidosde baixo peso (15 cm) que para os depeso normal (9 cm).

Ao se comparar o perímetro cefálicomédio, os recém-nascidos de baixo pesoapresentaram um valor de 29,76 cm, en-quanto que os de peso normal alcançarama medida de 33,88 cm, sendo a diferençaencontrada estatisticamente significante.

O perímetro torácico, conforme Tabela 3,variou de 17 a 35 cm, para os recém-nas-cidos de baixo peso, e de 22 a 38 cm paraos de peso normal, sendo a variação deamplitude maior para o primeiro grupo (18

cm) que para o segundo (16 cm). O perí-metro torácico médio foi de 27,48 cm paraos recém-nascidos de baixo peso e 32,30cm para os de peso normal, sendo estadiferença estatisticamente significante.

Ao se analisar as diferenças existentesentre os perímetros cefálicos e torácicosem valor absoluto, este variou de zero a9 cm, para os recém-nascidos de baixopeso, e de zero a 5,0 cm para os de pesonormal. Portanto, a variação da ampli-tude é maior para o primeiro grupo (9cm) que para o segundo grupo (5 cm).Para os recém-nascidos de baixo peso adiferença média foi de 3,24 cm e para osde peso normal 1,87 cm. Assim como nasmedidas anteriores, a diferença das médiasentre estes dois perímetros foi estatistica-mente significante.

Os dados antropométricos revelam, por-tanto, um déficit significativo, que poderádesaparecer ou ser atenuado evolutivamen-te, desde que as condições ambientais se-jam favoráveis.

3 .1 .6 . Condições Clínicas

Em relação aos recém-nascidos de baixopeso, 29,0% demoraram para chorar aonascer, segundo informação da mãe, en-quanto que para os de peso normal estaproporção foi menor, ou seja, 8,3%. Adiferença encontrada foi estatisticamentesignificante.

Segundo informações da mãe, 48,3% dosrecém-nascidos de baixo peso apresentaramcianose generalizada, contrastando com osde peso normal, onde esta manifestaçãoocorreu em 22,7% dos casos. (Tabela 4).A maior proporção de cianose generalizadanos recém-nascidos de baixo peso, em rela-ção aos de peso normal, foi estatistica-mente significante.

Conforme se observa na Tabela 5, aavaliação feita no lo, 5o, 10o e 20o minutoapós o nascimento mostra que a nota médiada escala Apgar foi, para os recém-nascidosde baixo peso, sempre menor que para osde peso normal, indicando que as condiçõesclínicas no primeiro grupo estão maiscomprometidas. Portanto, existe umaassociação entre nota média menor naescala de Apgar e recém-nascidos de baixopeso, sendo as diferenças estatisticamentesignificativas.

A avaliação do recém-nascido pela es-cala de Apgar foi consistente com asobservações das mães, os recém-nascidosde baixo peso mostraram um considerávelgrau de hipóxia, que poderá ter influênciano seu desenvolvimento.

3.2. Assistência Dispensada aos Recém-Nascidos

3.2.1. Primeiros cuidados

Os primeiros cuidados foram prestados porpessoal qualificado (Tabela 6). Como sepode verificar, para o recém-nascidos debaixo peso houve maior presença do médi-

co (16,8%) na prestação dos primeiroscuidados que para o recém-nascido de pesonormal (6,0%).

Os recém-nascidos de baixo peso necessi-taram reanimação em 21,6% dos casos,enquanto que para os de peso normal so-mente 4,6 requereram este cuidado, tendosido esta diferença estatisticamente signifi-cativa. (X2, 1 gl = 29,99).

Foram administrados antibióticos em41,0% dos recém-nascidos de baixo peso,enquanto que entre os de peso normal estaproporção foi de 10,1% e a diferençaencontrada foi estatisticamente significante.É sabido que os recém-nascidos de baixopeso têm menor resistência às infecções,sendo responsáveis pelo maior risco àmorbidade e letalidade. (X2, 1 gl = 60,89)

3 .2 .2 . Tempo de permanência na Incuba-dora e no Berçário

Do total dos 317 recém-nascidos debaixo peso, 170 (53,6%) necessitaram deincubadora, e dos 220 normais somente 3(1,4%). Para os que necessitaram, otempo de permanência variou de 1 a 67dias para os de baixo peso e de 1 a 2dias para os de peso normal. (Tabela 7).

Enquanto 94,1% dos recém-nascidos debaixo peso permaneceram na incubadoraaté 20 dias, os de peso normal não ultra-passaram dois dias.

O tempo máximo de permanência noberçário foi de 96 dias. No entanto,observa-se que cerca de 87,0% dos recém-

nascidos de baixo peso chegaram a ficaraté 30 dias. Esta proporção para os depeso normal foi de 2 a 5 dias, conformese verifica na Tabela 8. Para os de baixopeso, o tempo médio de permanência foide 14,2 dias, ao passo que para os depeso normal foi de 4,6, sendo esta diferençaestatisticamente significante.

A análise dos dados permite verificarque, em decorrência de condições clínicasdesfavoráveis, os recém-nascidos de baixopeso requerem uma assistência hospitalarqualitativa e quantitativamente maior, querem relação a recursos humanos, querquanto a recursos materiais.

3.3. Assistência dispensada às mães noperíodo pré-natal

A proporção de mães de recém-nascidosde baixo peso que não fizeram pré-natalfoi de 48,2%, enquanto que para as de pesonormal foi de 41,3%, conforme se observana Tabela 9. Das mães de recém-nascidosde baixo peso que freqüentaram pré-natal,56,4% realizaram a primeira consulta noprimeiro trimestre, 37,6% no segundo e6,0% no terceiro. Para as dos de pesonormal estas proporções foram, respectiva-

mente, de 53,1%, 39,1% e 7,8%.

Os achados indicam uma inadequadaprocura de assistência ao pré-natal e, alémdisto, quando ocorre, se dá tardiamentepara uma proporção importante de mães,para os dois grupos de estudo.

O hospital foi o local de maior utiliza-ção para pré-natal nos dois grupos derecém-nascidos. Comparando-se os doisgrupos em estudo, verificou-se um predo-mínio de mães de recém-nascidos de pesonormal para pré-natal, realizado em hospi-tal, e das de baixo peso para pré-natal emCentro de Saúde, de acordo com a Tabela10. Estas diferenças observadas foramestatisticamente significantes.

Embora não se tenha avaliado o pré-na-tal pelo número de consultas, a diferençaencontrada poderia ser explicada, pelo me-nos em parte, pela qualidade do atendi-mento, considerando-se, muitas vezes, quese tratava de Hospital-Escola.

Por outro lado, a maior proporção demães de recém-nascidos de baixo peso, quefizeram pré-natal em Centro de Saúde,

talvez possa indicar que a assistênciaprestada não atendeu às necessidades es-pecíficas destas gestantes ou não foi su-ficiente na atenuação ou modificação dosagravos ambientais, quer de ordem físicaou psicossocial.

Embora vários autores refiram que háuma proporção maior de recém-nascidos debaixo peso para as mulheres que nãofizeram pré-natal, nem sempre eles têmencontrado uma associação significanteentre assistência pré-natal e insuficiência

ponderal dos recém nascidos. Entre ospesquisadores que não encontraram diferen-ça significante temos: Castilho5; Terris eGold2 3 e Sampaio20 , e entre os que en-contraram Drillien e col.; Oppnheimer eSchwartz e col. citados por Castilho5.

3.4. Condições ambientais e Sociais3.4 .1 . Físicas

Quanto à localização dos domicílios, das327 mães dos recém-nascidos de baixo peso

15,0% residiam em área rural, enquantoque esta proporção para as 220 dos depeso normal era de 13,2%.

Para as mães dos recém-nascidos debaixo peso, o domicílio era de uso coletivoem 10,1%, enquanto que para as dos depeso normal esta proporção foi de 9,7%.

3 . 4 . 2 . Sócio-econômicas

O tamanho da famí l ia variou de 1 a 19pessoas, sendo a distribuição entre os dois

grupos de estudo muito semelhante. Otamanho médio da família foi de 5,5 pessoaspara o primeiro grupo e 5,7 para o se-gundo.

a) Tipo de União

Conforme Tabela 11, verifica-se que49,5% das mães de recém-nascidos de baixopeso estão na categoria considerada "ilegal",enquanto que para as dos de peso normalesta proporção foi de 44,0%.

Nascimentos ilegítimos têm sido conside-rados em vários estudos como fator pre-disponente para que o recém-nascido sejade baixo peso. Castilho5 , e Chase eNelson,6 encontraram em seu estudo umaproporção de mães solteiras significativa-mente maior entre os recém-nascidos debaixo peso. Abramowicz e Kass1 referemtambém este achado, mas lembram que édevido ao fato dos recém-nascidos ilegíti-mos estarem fortemente relacionados comcom a classe social da mãe. Geijerstam 33

chama a atenção para a dificuldade dede comparações internacionais, quando aatitude e o comportamento em relação acasamentos e nascimentos variam nos di-versos países e para a mesma sociedade

nos diferentes grupos sócio-econômicos eculturais

b) Escolaridade

Quanto à escolaridade do pai, conformeTabela 12, verifica-se que em relação aosrecém-nascidos de baixo peso, 21,2% nãotinham nenhuma escolaridade, enquanto quepara os de peso normal esta proporção foide 19,3.

Para as mães dos recém-nascidos debaixo peso, 30,6% não apresentaram nenhu-ma escolaridade, enquanto que para as dosde peso normal esta proporção foi de25,3%, conforme Tabela 12.

Ao se analisar o nível de escolaridade,observa-se que é baixo, tanto para os pais,quanto para as mães, embora o dos paisseja discretamente mais alto.

Chase e Nelson6 e Erhardt e Chase,12

verificaram, em seu estudo, que à medidaque o nível de escolaridade materna aumen-ta, a proporção de recém-nascidos de baixopeso diminui. Legg e col.15 verificaramque a incidência de recém-nascidos de baixopeso decresce, progressivamente, com oaumento do nível de escolaridade, e queesta diferença é maior em mães jovens queem idosas.

Rosenwaike19 também refere em seuestudo uma incidência maior de nascimentosde baixo peso entre as mães de menornível de escolaridade, para qualquer idade,porém, reconhece que esta variável estáintimamente relacionada com a classe social.Este autor aventa a hipótese de que para

a classe sócio-econômica mais diferenciada,o nível de escolaridade é melhor, e, por-tanto, o interesse da mãe em f reqüenta r opré-natal mais precocemente é maior.

c) Ocupação

A ocupação dos pais encontra-se naTabela 13, onde se observa que a distribui-ção por tipo de ocupação é bastante seme-lhante nos dois grupos de estudo.

Em relação às mães dos recém-nascidosde baixo peso, 70,8% alegaram que nãotêm nenhuma ocupação, enquanto que paraas dos de peso normal esta proporção foide 69,4%. Das mães que referem algumaocupação predominou a do tipo manualnão-especializada, sendo esta proporçãopraticamente semelhante nos dois grupos,isto é, ao redor de 23,0%, conforme severifica nessa Tabela.

Outros autores descrevem em suas pes-quisas uma relação direta entre baixo pesoao nascer e ocupação menos qualificada.Menchaca16, Geijerstam 13 e Abramowicz eKass.1

d) Renda

Para o período de estudo o salário mí-nimo médio era de Cr$ 203,30.

A renda mensal das famílias variou demenos de Cr$ 200,00 até Cr$ 5.000,00,tendo sido a média de Cr$ 520,00 para asmães de recém-nascidos de baixo peso ede Cr$ 593,26 para as dos de peso normal.

As famílias dos recém-nascidos de baixopeso situam-se em 56,3% na faixa de rendabaixa e 1,1% na alta, enquanto que nasfamílias de recém-nascidos de peso normal

esta proporção foi , respectivamente, de48,9% e 2,1%, conforme verifica-se naTabela 14.

Vários autores têm descrito a impor-tância do fator econômico na ocorrência dorecém-nascido de baixo peso (Osofsky eKendall1 7; Baird 3; Comstock e col.8, Men-chaca,16; Drillien1 1 ; Beargie e col.4 eAdemowore e col.2).

Neste estudo, as duas populações pesqui-sadas apresentaram características sócio-econômicas semelhantes, sendo os doisgrupos constituídos de: famílias de tamanhomédio, pais com escolaridade baixa, ocupa-ção não-especializada e renda baixa. Apesardessa semelhança, observou-se sempre umatendência a condições menos favoráveis parafamílias de recém-nascidos de baixo peso.

e) Procedência e Origem das Mães eTempo de Residência

Quanto à procedência observa-se que aproporção de mães que nasceram em outrosEstados do Brasil, que não o Estado deSão Paulo, foi de 56,7% para o grupo derecém-nascido de baixo peso e 52,5% parao de peso normal.

Quanto à origem, 17,4% das mães dosrecém-nascidos de baixo peso foram criadasna área rural, enquanto que para as dosegundo grupo essa proporção foi de 15,7%.A criação exclusivamente na cidade foi de43,5% para as mães do primeiro grupo ede 40,1% para as do segundo. A criaçãofoi parte na área rural e parte na cidadeem 39,1% para as mães dos recém-nascidosde baixo peso e 44,2% para as de pesonormal.

Em relação ao tempo de residência naárea metropolitana de São Paulo, observa-se que a maioria nela reside por mais dedez anos, numa proporção de 58,7% paraas mães dos recém-nascidos de baixo pesoe 62,7% para as dos de peso normal.

Os achados mostram que existe umatendência das mães de recém-nascidos debaixo peso procederem de outros Estados,terem uma criação rural e um tempo depermanência na Grande São Paulo discreta-mente menor. Este fato sugere para estegrupo de mães uma ligação às tradições ecostumes da zona rural, utilização da medi-cina popular e, portanto, uma procura menorda medicina científica.

f) Comportamento e Atitude das Mães

f . 1 . Recursos de Saúde

Verifica-se que, em relação à utilização doCentro de Saúde, 64,6% das mães dosrecém-nascidos de baixo peso e 63,0% dasdos de peso normal não utilizavam esterecurso pela sua inexistência, desconheci-mento ou por atitudes negativas, conformese observa na Tabela 16.

Vários fatores foram mencionados pelasmães para explicação da não utilização doCentro de Saúde, tais como: má qualidadedo atendimento, exigência de documentação,período de funcionamento e preferência por

recursos hospitalares. As que ut i l izaram oCentro de Saúde referiram que o f i ze ramdevido às consultas de controle, à vacina-ção e, em alguns casos, devido à necessi-dade de consultas a especialistas ou deexames de laboratório.

Sabe-se que, para que as medidas desaúde se concretizem, existe a necessidadede disponibilidade de recursos com capa-cidade quantitativa e qualitativa, e que oseu eventual usuário tenha certos compor-tamentos, conhecimentos ou atitudes que opredisponham à sua uti l ização.

A análise dos dados anteriores pode indi-car uma precariedade no atendimento pre-natal por unidades de saúde, que nãosuprem as necessidades de atendimento dapopulação e não consideram de modo ade-quado os aspectos educativos.

Em relação ao local previsto para dar àluz predominou o serviço assistencial gra-tuito para os dois grupos, e 5,6% das mãesdos recém-nascidos de baixo peso pensavamter o fi lho em domicílio, enquanto que parao segundo grupo esta proporção foi de3,7%, conforme se ver i f ica na Tabela 17.

f . 2 . Opinião do mãe sobre idade ideal parater filhos e número ideal de filhos

A melhor idade para ter o primeiro f i lho,na opinião da mãe, variou de 14 a 28 anospara as dos recém-nascidos de baixo pesoe de 15 a 35 para as dos de peso normal.Predominou, para os dois grupos comoidade ideal para o ter o primeiro f i l h o , 20anos ou menos, tendo sido esta proporçãode 76,0% para as mães dos recém-nascidosde baixo peso e de 77,4% para as dos depeso normal. A idade ideal média para tero pr imeiro f i lho foi de 20,16 anos paraas mães do primeiro grupo e de 20,03 anospara as do segundo, conforme se observana Tabela 18.

Em relação a melhor idade para ter oúl t imo f i l ho concentrou-se nos 30 anos,tendo sido esta proporção de 39,2% paraas mães dos recém-nascidos de baixo pesoe de 40,1% para as dos de peso normal.No entanto, 46,1% para as mães do pri-meiro grupo e 39,5% para as do segundoacharam que a idade ideal para ter o últi-mo f i lho é com 35 anos ou mais. Entre30 e 35 anos foi considerada a idade idealem 2,6% para as mães do primeiro grupoe em 2,5% para as do segundo. A idade

ideal média para ter o últ imo f i l ho foi de33,2 anos para as mães dos recém-nascidosde baixo peso e de 32,2 para as dos depeso normal, tendo sido a di ferença estatis-ticamente significante.

As opiniões verif icadas, mostrando grandeampli tude quanto à idade ideal para terf i lhos , no sentido de início em idades maisjovens e término em idade mais avançada,

mostram um desconhecimento, por partedas mães, dos fa tores biológicos predispo-nentes a nascimentos de baixo peso. Ocomportamento reprodutivo dessas mães foicoerente com as opiniões emitidas.

O número ideal de filhos variou de 0 a6 ou mais, sendo a moda de 2 para 47,8%das mães dos recém-nascidos de baixo pesoe 54,2% das dos de peso normal. Para os

dois grupos de estudo, a quase totalidadedas mães t inha um número ideal de f i l hosigual ou menor a quatro. Para as mãesdo pr imeiro grupo 10,4% t inham o númeroideal menor de 2 e 41,8% maior de 4.Para as mães do segundo grupo esta pro-

porção foi respectivamente de 5,7% e40, 1 %.

O fator econômico foi refer ido comolimi tante para não ter um número maiorde filhos do que o ideal por 80,4% demães dos recém-nascidos de baixo peso e

77,4% dos de peso normal. Das outrascausas foram mencionadas: "razões desaúde da mãe", "dar maior atenção aosfilhos", "trabalho da mãe" e "sofrimentopelo parto"

Quanto ao número de f i lhos nascidosvivos da avó materna do recém-nascido,este variou de 1 a 27, sendo que para oprimeiro grupo 79,1% tiveram 5 ou maise para o segundo esta proporção foi de80,5%, tendo sido 8 o número médio paraos dois grupos.

Portanto, o número ideal de f i lhos paraas mães dos grupos em estudo não guar-dou relação com o comportamento repro-dutivo da avó, i n f l u i n d o na opinião refe-rida, provavelmente, mais a realidadeeconômica que a tradição. Porém, épossível que o comportamento reprodutivodas mães possa sofrer modificações, prin-cipalmente para o grupo de mães maisjovens.

CONCLUSÕES

1. As medidas antropométricas — peso,estatura, perímetro cefálico e perímetrotorácico — revelaram valores significativa-mente menores para os recém-nascidos debaixo peso.

2. Os recém-nascidos de baixo pesoapresentaram condições clínicas significati-vamente mais precárias que as dos recém-nascidos de peso normal.

3. A assistência hospitalar dispensada aorecém-nascido de baixo peso foi qualitativae quantitativamente maior, quer em relaçãoa recursos humanos, quer quanto a recur-sos materiais.

4. Para ambos os grupos houve umabaixa procura de assistência pré-natalpelas mães, bem como uma inadequaçãoquanto à época desta procura e ao tipode recurso uti l izado para a assistênciapré-natal.

5. As duas populações estudadas apre-sentaram características sócio-econômicas

semelhantes — famí l ias de tamanho médio,união ilegal, ocupação não-especializadados pais, escolaridade e rendas baixas —verificando-se uma tendência a condiçõesmenos favoráveis para f amí l i a s dos recém-nascidos de baixo peso.

6. Observou-se tendência das mães dosrecém-nascidos de baixo peso procederemde outros Estados, terem uma criação rurale um tempo de permanência na áreametropoli tana discretamente menor.

7. Uma elevada proporção de mães nãoutil izavam centros de saúde, quer pela suainexistência ou desconhecimento, quer poratitudes negativas em relação a este re-curso.

8. Alta proporção das mães dos recém-nascidos de ambas as populações de estudoopinaram que a idade ideal para ter oprimeiro f i l ho é de 20 anos, ou menos, epara ter o último 35 ou mais. As propor-ções de recém-nascidos de baixo pesoforam significativamente maiores para asmães com menos de 19 anos ou com maisde 35.

9. Embora o comportamento reproduti-vo da avó dos recém-nascidos indicasse, nasua grande maioria, um número de filhosnascidos vivos igual ou superior a cinco,o número ideal de filhos, para a quasetotalidade das mães dos recém-nascidos deambas as populações de estudo, não guar-dou relação com este fato, tendo sido dequatro ou menos. O fator econômico foio motivo alegado pelas mães para que onúmero ideal de filhos não fosse maior.

AGRADECIMENTOS

À Dra. Eunice Pinho de Castro Silva, doDepartamento de Epidemiologia da Facul-dade de Saúde Pública da Universidade deSão Paulo (FSP), pela assessoria no planode amostragem. Ao Dr. José Maria Pa-checo de Souza, do Departamento deEpidemiologia da FSP, pela assessoria no

tratamento estatístico dos dados. Ao Fer-não Dias de Lima, do Departamento deEpidemiologia da FSP, pela programaçãodo computador e realização dos testes

estatísticos. À Clínica Obstétrica e aoBerçário do Hospital das Clínicas da Fa-culdade de Medicina da USP, por facilitara coleta de dados.

RSPUB9/425

YUNES, J. et al. [The main biological and social characteristics of children lowbirth-weight] Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:367-87, 1978.

ABSTRACT: A study was made on the main biological and social characteristicsof low birth-weight ( 2500 g) as compared to normal weight (> 2500 g) basedon a sample of newborn admited to the nursery and born at the "Clínica Obsté-trica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo" during the period of one year. The individual characteristics of thenew-born were evaluated according to the variables sex, color, anthropometricmeasures and clinical conditions. Medical care given to new-born was studiednot only as to the aspect of quantity but also of quality. Social-economicconditions were analyzed based on the characterization of family size, legalconditions of marriage, man-power qualification, schooling and income. Behaviorand attitudes of mothers of the newborn were also analyzed as regards theutilization of health facilities, ideal age of delivery and ideal number of children.The main biological and social characteristics identified and analyzed in thisstudy put forth elements that will help to establish comprehensive care to thepregnant woman, thus allowing a decrease in the occurrence of low birth-weight.

UNITERMS: Bith weight. Infant, newborn. Infant, premature. Infant care.

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Recebido para publicação em 21/02/1978.

Aprovado para publicação em 13/04/1978.