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Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016 © 2016 KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso em Portugal. O nome KPMG, o logótipo e “cutting through complexity” são marcas registadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”). PROPOSTA DE LEI DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2016 A Proposta de Lei do OE para 2016 apresentada pelo Governo à AR integra um conjunto de alterações de natureza fiscal com interesse para as empresas e as famílias. No que respeita à tributação das empresas, confirma-se a intenção anteriormente manifestada pelo Executivo quanto à redução do prazo de reporte de prejuízos fiscais e à alteração das condições de aplicação do regime da participation exemption. Ainda em matéria de IRC, destaca-se a preocupação do Governo em acolher algumas das recomendações da OCDE no âmbito do plano de acção relacionado com o combate às práticas de erosão da base fiscal e desvio de lucros para jurisdições de baixa tributação (Base Erosion and Profit Shifting BEPS). No domínio do IRS, destaca-se a eliminação do quociente familiar e a reposição do quociente conjugal, para além de um aumento do montante da dedução à colecta por cada dependente e ascendente. A Proposta de Lei do OE para 2016 é, ainda, marcada por um conjunto de alterações no domínio da tributação indirecta, de entre as quais se destaca a anunciada intenção de redução da taxa do IVA na restauração e o agravamento da tributação em sede de Imposto do Selo da utilização de crédito no âmbito de contratos de crédito ao consumo. Para permitir uma visão global das alterações propostas, apresentamos em seguida uma descrição dessas alterações agrupadas em função do respectivo imposto. Índice Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) ........................................................ 2 Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) ........................................................ 8 Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) ........... 11 Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).................. 13 Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) .................................... 13 Imposto do Selo ...................................................... 13 Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) .................. 15 Impostos Especiais de Consumo (IECs) ............... 17 Imposto sobre Veículos (ISV)................................. 17 Fiscalidade Verde ................................................... 17 Imposto Único de Circulação (IUC) ....................... 17 Lei Geral Tributária (LGT)....................................... 18 Código de Processo e Procedimento Tributário (CPPT) ..................................................................... 18 Outras Medidas ....................................................... 19

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Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

© 2016 KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes

afiliadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso em Portugal.

O nome KPMG, o logótipo e “cutting through complexity” são marcas registadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”).

PROPOSTA DE LEI DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2016

A Proposta de Lei do OE para 2016 apresentada pelo Governo à AR integra

um conjunto de alterações de natureza fiscal com interesse para as empresas

e as famílias.

No que respeita à tributação das empresas, confirma-se a intenção

anteriormente manifestada pelo Executivo quanto à redução do prazo de

reporte de prejuízos fiscais e à alteração das condições de aplicação do

regime da participation exemption.

Ainda em matéria de IRC, destaca-se a preocupação do Governo em acolher

algumas das recomendações da OCDE no âmbito do plano de acção

relacionado com o combate às práticas de erosão da base fiscal e desvio de

lucros para jurisdições de baixa tributação (Base Erosion and Profit Shifting –

BEPS).

No domínio do IRS, destaca-se a eliminação do quociente familiar e a

reposição do quociente conjugal, para além de um aumento do montante da

dedução à colecta por cada dependente e ascendente.

A Proposta de Lei do OE para 2016 é, ainda, marcada por um conjunto de

alterações no domínio da tributação indirecta, de entre as quais se destaca a

anunciada intenção de redução da taxa do IVA na restauração e o

agravamento da tributação em sede de Imposto do Selo da utilização de

crédito no âmbito de contratos de crédito ao consumo.

Para permitir uma visão global das alterações propostas, apresentamos em

seguida uma descrição dessas alterações agrupadas em função do

respectivo imposto.

Índice

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Colectivas (IRC) ........................................................ 2

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Singulares (IRS) ........................................................ 8

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) ........... 11

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).................. 13

Imposto Municipal sobre as Transmissões

Onerosas de Imóveis (IMT) .................................... 13

Imposto do Selo ...................................................... 13

Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) .................. 15

Impostos Especiais de Consumo (IECs) ............... 17

Imposto sobre Veículos (ISV) ................................. 17

Fiscalidade Verde ................................................... 17

Imposto Único de Circulação (IUC) ....................... 17

Lei Geral Tributária (LGT) ....................................... 18

Código de Processo e Procedimento Tributário

(CPPT) ..................................................................... 18

Outras Medidas ....................................................... 19

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2 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRC Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC)

Isenção de lucros e reservas auferidos por não residentes (artigos 14.º e 95.º)

O limiar mínimo de participação necessário à aplicação da isenção de IRC relativa aos

lucros e reservas que uma entidade residente em território português coloque à

disposição de uma entidade não residente neste território é aumentado de 5% para 10%.

Por sua vez, o período mínimo de detenção ininterrupta da participação de que depende a

aplicação desta isenção é reduzido dos 24 meses para o ano anterior à colocação à

disposição dos lucros ou reservas.

Em linha com estas alterações, propõe-se que a devolução do imposto retido na fonte por

incumprimento do requisito temporal de detenção da participação mínima passe a ser

possível uma vez cumprido aquele período de 12 meses, mantendo-se o prazo de dois

anos para a apresentação do pedido de reembolso por parte da entidade beneficiária dos

rendimentos.

Não tributação de rendimentos associados a participações sociais (participation

exemption) (artigos 51.º, 51.º-A e 51.º-C)

Aumenta-se de 5% para 10% a participação mínima necessária à aplicação do regime de

eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas distribuídos.

Em paralelo, o período mínimo de detenção daquela participação é reduzido dos actuais

24 meses para o ano anterior à distribuição, mantendo-se a possibilidade de este regime

ser aplicável nas situações em que a participação seja detida por um período inferior,

desde que seja mantida durante o tempo necessário para completar aquele período.

Prevê-se, ainda, que a aplicação do regime de eliminação da dupla tributação económica

de lucros e reservas distribuídos, no que toca aos rendimentos de participações sociais

em que tenham sido aplicadas as reservas técnicas das sociedades de seguros e das

mútuas de seguros, deve limitar-se à parte dos rendimentos que não sejam, directa ou

indirectamente, imputáveis aos tomadores de seguros.

Esta última alteração tem natureza interpretativa.

Também no que respeita ao regime de isenção das mais-valias e menos-valias realizadas

mediante a transmissão onerosa de partes sociais, promove-se o aumento de 5% para

10% do requisito relativo à participação mínima e a redução de 24 meses para um ano do

requisito relativo ao período mínimo de detenção.

Prevê-se o alargamento da delimitação negativa do regime previsto no artigo 51.º-C do

Código do IRC às mais-valias e menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa

de outros instrumentos de capital próprio associados às partes sociais (designadamente,

prestações suplementares) quando o valor dos bens imóveis ou dos direitos reais sobre

bens imóveis situados em território português, com excepção dos bens imóveis afectos a

uma actividade de natureza agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra

e venda de bens imóveis, represente, directa ou indirectamente, mais de 50% do activo.

Prejuízos fiscais reportáveis (artigo 52.º)

Reduz-se o prazo de reporte de prejuízos fiscais de 12 para 5 períodos de tributação.

Esta alteração apenas será aplicável relativamente aos prejuízos fiscais apurados em

períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017.

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3 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRC Lucros e prejuízos de estabelecimento estável situado fora do território português (artigo

54.º-A)

A opção pela aplicação do método de isenção relativamente aos lucros e aos prejuízos

imputáveis a estabelecimento estável situado fora do território português passa a ser

aplicável apenas ao montante dos lucros imputáveis ao estabelecimento estável que

exceda o valor dos prejuízos imputáveis a esse estabelecimento estável que tenham

concorrido para a determinação do lucro tributável do sujeito passivo nos 5 períodos de

tributação anteriores (actualmente, 12 períodos de tributação).

Em caso de transformação do estabelecimento estável em sociedade, o regime de

eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos e a isenção de

tributação de mais-valias fiscais relativas a partes sociais e outros instrumentos de capital

próprio associados às partes sociais passam a ser aplicáveis apenas ao montante dos

lucros e mais-valias que exceda o valor dos prejuízos imputáveis a esse estabelecimento

estável que tenham concorrido para a determinação do lucro tributável do sujeito passivo

nos 5 períodos de tributação anteriores (actualmente, 12 períodos de tributação).

De igual modo, quando deixe de ser aplicável o método da isenção:

passam a concorrer para a determinação do lucro tributável apenas os prejuízos

fiscais imputáveis ao estabelecimento estável que excedam o montante dos lucros

imputáveis a esse estabelecimento estável que não concorreram para a determinação

do lucro tributável do sujeito passivo nos 5 períodos de tributação anteriores

(actualmente, 12 períodos de tributação);

em caso de transformação do estabelecimento estável em sociedade, o regime de

eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos e a isenção de

tributação de mais-valias relativas a partes sociais e outros instrumentos de capital

próprio associados às partes sociais passam a ser aplicáveis apenas ao montante

dos lucros e mais-valias que exceda o valor dos lucros imputáveis a esse

estabelecimento estável que não tenham concorrido para a determinação do lucro

tributável do sujeito passivo nos 5 períodos de tributação anteriores (actualmente, 12

períodos de tributação).

Estas alterações apenas serão aplicáveis aos períodos de tributação que se iniciem a

partir de 1 de Janeiro de 2017.

Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades (artigo 69.º)

A renúncia a uma taxa de IRC inferior à taxa normal mais elevada para efeitos de inclusão

de uma sociedade no Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades passa

dever ser mantida por um período mínimo de 3 anos.

Transferência de residência (artigos 83.º e 84.º)

Estabelece-se que, para efeitos de determinação do lucro tributável do período de

tributação em que ocorra a cessação de actividade de entidade com sede ou direcção

efectiva em território português em virtude da transferência da respectiva residência para

outro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu vinculado a

cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito

da União Europeia, não concorrem as componentes positivas ou negativas relativas a

partes sociais desde que, à data da cessação de actividade, as partes sociais sejam

representativas de uma participação que cumpra os requisitos para beneficiar do regime

da participation exemption.

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4 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRC Prevê-se, ainda, que a mesma disposição seja aplicável, com as necessárias adaptações,

na determinação do lucro tributável imputável a um estabelecimento estável de entidade

não residente situado em território português quando ocorra a cessação da actividade em

território português ou a transferência para fora do mesmo território dos elementos

patrimoniais afectos a esse estabelecimento estável.

Estas alterações têm natureza interpretativa.

Taxa de IRC aplicável às entidades com sede ou direcção efectiva em território português

que não exerçam, a título principal, actividades de natureza comercial, industrial ou

agrícola (artigo 87.º)

Reduz-se de 21,5% para 21% a taxa do IRC incidente sobre o rendimento global de

entidades com sede ou direcção efectiva em território português que não exerçam, a título

principal, actividades de natureza comercial, industrial ou agrícola.

Tributação autónoma (artigo 88.º)

Prevê-se que o incumprimento a posteriori das condições de que depende a não sujeição

a tributação autónoma dos gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações

variáveis pagas a gestores, administradores ou gerentes, determine que ao valor do IRC

liquidado relativo ao período de tributação em que esse incumprimento se verifica seja

adicionada a tributação autónoma que deveria ter sido liquidada.

Ainda em matéria de tributações autónomas, prevê-se que o agravamento em 10 pontos

percentuais das taxas de tributação autónoma em situações de prejuízo fiscal deve ter por

referência o resultado fiscal apurado pelo grupo de sociedades sujeito ao Regime

Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades, quando este regime seja aplicável.

Esclarece-se que a liquidação das tributações autónomas é efectuada nos termos

definidos para o IRC que tenha por base o lucro tributável.

As alterações acima descritas relativas ao agravamento das taxas de tributação autónoma

e à liquidação deste tributo têm natureza interpretativa.

Crédito de imposto por dupla tributação económica internacional (artigo 91.º-A)

Em linha com as alterações propostas ao regime de participation exemption, prevê-se a

alteração dos requisitos da participação mínima (de 5% para 10%) e do período mínimo

de detenção (de 24 meses para um ano) de que depende o mecanismo do crédito de

imposto por dupla tributação económica internacional, o qual é aplicável, por opção do

sujeito passivo, quando tenham sido incluídos na matéria colectável lucros e reservas,

distribuídos por entidade residente fora do território português, aos quais não seja

aplicável o disposto no artigo 51.º do Código do IRC.

Dispensa de retenção na fonte sobre rendimentos auferidos por residentes (artigo 97.º)

A dispensa de retenção na fonte de IRC sobre lucros e reservas distribuídos a que seja

aplicável o regime de participation exemption passa a aplicar-se nas situações em que a

participação no capital tenha permanecido na titularidade da mesma entidade, de modo

ininterrupto, durante o ano anterior à data da colocação à disposição dos lucros e

reservas (anteriormente 24 meses).

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5 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRC Informação financeira e fiscal de grupos multinacionais (artigo 121.º-A)

É introduzida a obrigação de entrega de uma declaração de informação financeira e fiscal,

(por país ou por jurisdição) para os grupos multinacionais que preencham

cumulativamente as seguintes condições:

estejam obrigados a elaborar demonstrações financeiras consolidadas;

detenham ou controlem, directa ou indirectamente, uma ou mais entidades residentes

noutra jurisdição e/ou possuam um estabelecimento estável situado noutra jurisdição;

tenham registado um montante de rendimentos igual ou superior a € 750.000.000 nas

demonstrações financeiras consolidadas do último período contabilístico de base

anual;

não sejam detidas por entidades residentes em território português obrigadas à

apresentação desta declaração, ou por entidades não residentes em território

português igualmente obrigadas à sua apresentação, directamente ou através de

entidade por si designada, num outro país ou jurisdição com o qual esteja em vigor

um acordo de troca automática de informações desta natureza.

Esta obrigação é, ainda, aplicável às entidades residentes em território português que

sejam detidas ou controladas, directa ou indirectamente, por entidades não residentes

neste território que verifiquem cumulativamente as seguintes condições:

não se encontrem obrigadas à apresentação de idêntica declaração no seu país de

residência ou não esteja em vigor um acordo de troca automática de informações

desta natureza com esse país;

caso fossem residentes em território português, estivessem obrigadas a apresentar

esta declaração; e,

não demonstrem que qualquer outra entidade do grupo, residente em Portugal ou

num país ou jurisdição com o qual esteja em vigor um acordo de troca automática de

informações desta natureza, procedeu à entrega de idêntica declaração.

A declaração de informação financeira e fiscal por país ou por jurisdição fiscal deve incluir

a seguinte informação:

rendimentos brutos, distinguindo entre estes os que forem obtidos nas operações

realizadas com entidades relacionadas e os obtidos com entidades independentes;

resultados antes do IRC ou de impostos sobre os lucros, de natureza idêntica ou

análoga ao IRC;

montante devido de IRC ou de impostos sobre os lucros, de natureza idêntica ou

análoga ao IRC, incluindo as retenções na fonte;

montante pago de IRC ou de impostos sobre os lucros, de natureza idêntica ou

análoga ao IRC, incluindo as retenções na fonte;

capital social e outras rubricas do capital próprio, à data do final do período de

tributação;

resultados transitados;

número de trabalhadores a tempo inteiro, ou equivalente, no final do período de

tributação;

valor líquido dos activos tangíveis, excepto valores de caixa ou seus equivalentes;

lista de entidades residentes em cada país ou jurisdição fiscal, incluindo os

estabelecimentos estáveis, e indicação das actividades principais realizadas por cada

uma delas.

A declaração de informação financeira e fiscal deve ser enviada até ao fim do 12.º mês

posterior ao termo do período de tributação a que se reporta.

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6 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRC A coima prevista para a falta de apresentação de documentação de preços de

transferência no prazo fixado por lei é extensível a esta declaração.

Prazo de conservação dos livros, registos contabilísticos e respectivos documentos de

suporte e do processo de documentação fiscal (artigos 123.º e 130.º)

Reduz-se de 12 para 10 anos o prazo de conservação dos livros, dos registos

contabilísticos e respectivos documentos de suporte e do processo de documentação

fiscal.

Norma transitória relativa a resultados internos eliminados ao abrigo do anterior regime de

tributação pelo lucro consolidado pendentes de tributação em 31 de Dezembro de 2015

Estabelece-se que os resultados internos que tenham sido eliminados ao abrigo do

anterior regime de tributação pelo lucro consolidado ainda pendentes de tributação em 31

de Dezembro de 2015 devem ser incluídos no lucro tributável do grupo, em partes iguais,

no período de tributação que se inicie em ou após 1 de Janeiro de 2016 e nos dois

períodos de tributação subsequentes.

A cessação ou renúncia ao Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades

determina a inclusão no lucro tributável do último período de tributação em que o regime

se aplique dos resultados internos que tenham sido eliminados ao abrigo do anterior

regime de tributação pelo lucro consolidado e que ainda não tenham sido incluídos.

Prevê-se, ainda, a obrigação de efectuar um pagamento por conta durante o mês de

Julho de 2016 correspondente a um terço do valor dos resultados internos eliminados ao

abrigo do anterior regime de tributação pelo lucro consolidado que se encontravam

pendentes de tributação em 31 de Dezembro de 2015.

Autorizações legislativas

Rendimentos de patentes e outros direitos de propriedade industrial (artigo 50.º-A)

É conferida uma autorização legislativa ao Governo no sentido de alterar o regime de

isenção parcial aplicável aos rendimentos de patentes e outros direitos de propriedade

intelectual.

A referida autorização legislativa visa, entre outros aspectos, excluir deste regime as

patentes e desenhos ou modelos industriais registados a partir de 30 de Junho de 2016 e

sujeitar os respectivos benefícios a um limite máximo proporcional às despesas

qualificáveis incorridas pelo sujeito passivo, em linha com as recomendações da OCDE

no âmbito do BEPS.

Reavaliação do activo fixo tangível e propriedades de investimento

É concedida uma autorização legislativa com vista à introdução de um regime facultativo

de reavaliação do activo fixo tangível e propriedades de investimento, o qual deverá ter o

seguinte sentido e extensão:

permitir que os sujeitos passivos de IRC ou de IRS, com contabilidade organizada,

reavaliem em 2016 o respectivo activo fixo tangível afecto ao exercício de uma

actividade comercial, industrial ou agrícola, bem como as propriedades de

investimento, cuja vida útil remanescente seja igual ou superior a cinco anos,

existentes e em utilização na data da reavaliação;

prever que tal reavaliação seja efectuada por aplicação, ao custo de aquisição ou

equivalente, dos coeficientes de desvalorização monetária estabelecidos por Portaria

do membro do Governo que tutela a área das finanças, tendo como limite o valor de

mercado de cada elemento;

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7 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRC consagrar que a subsequente reserva de reavaliação fica sujeita a uma tributação

autónoma especial à taxa de 14%, a pagar em partes iguais nos anos de 2016, 2017

e 2018;

ajustar as regras de determinação das mais-valias e menos-valias aplicáveis aos

activos abrangidos por este regime;

estabelecer regras relativas à detenção dos activos reavaliados, bem como os

procedimentos de controlo.

Incentivo fiscal à produção cinematográfica

O Governo é autorizado a criar um incentivo fiscal que consiste numa dedução à colecta

de IRC apurada sobre despesas de produção cinematográfica correspondentes a

operações efectuadas em Portugal que representem um valor total de despesa elegível

de pelo menos € 1.000.000.

A referida autorização legislativa estabelece que o incentivo fiscal deverá observar as

regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais, designadamente as condições

previstas para os regimes de auxílio a obras audiovisuais constantes do Regulamento

Geral de Isenção por Categoria.

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8 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)

Dedução de perdas (artigo 55.º)

Reduz-se o prazo de reporte do resultado líquido negativo apurado no âmbito da

categoria B de 12 para 5 anos.

Esta alteração apenas será aplicável a resultados realizados em ou após 1 de Janeiro de

2017.

Taxas gerais (artigo 68.º)

Aumentam-se em 0,5% os limites dos primeiros três escalões de rendimento colectável,

conforme a tabela seguidamente apresentada:

Quociente familiar (artigos 68.º-A e 69.º)

Repõe-se o quociente conjugal – passando o rendimento colectável a ser dividido apenas

pelo número dos sujeitos passivos (1 ou 2 consoante esteja em causa a tributação

separada ou em conjunto) – em detrimento do quociente familiar (em que o quociente de

1 ou 2 era adicionado de 0,15 ou 0,30 por cada dependente e ascendente a cargo,

respectivamente).

Procedimentos e formas de liquidação (artigo 76.º)

Nos casos em que a declaração Modelo 3 do IRS não seja apresentada pelo sujeito

passivo, o rendimento líquido da categoria B passa a apurar-se em conformidade com as

regras do regime simplificado de tributação mas com a aplicação do coeficiente de 0,75

(em vez do coeficiente de 1 anteriormente aplicável), com excepção das situações em

que estejam em causa rendimentos provenientes:

(i) da cessão ou utilização temporária de propriedade intelectual ou industrial, (ii) da

prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector

industrial, comercial ou cientifico, (iii) dos rendimentos de capitais imputáveis a

actividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, (iv) do resultado

positivo de rendimentos prediais, (v) do saldo positivo das mais e menos-valias ou de

outros incrementos patrimoniais, caso em que é aplicado o coeficiente de 0,95; e

de prestações de serviços efectuadas pelo sócio a uma sociedade abrangida pelo

regime da transparência fiscal, caso em que se mantém a aplicação do coeficiente de

1.

Prazo para liquidação (artigo 77.º)

Prevê-se que a fundamentação da liquidação possa ser efectuada de forma sumária,

exigindo-se, contudo, que a Autoridade Tributária e Aduaneira passe a disponibilizar ao

sujeito passivo - sem qualquer encargo para este, a informação relevante da liquidação -

que poderá ser obtida no Portal das Finanças ou nos serviços de finanças.

Rendimento colectável (€) Taxas (percentagem)

Normal (A) Média (B)

Até 7.035 14,5 14,5

De mais de 7.035 até 20.100 28,5 23,6

De mais de 20.100 até 40.200 37 30,3

De mais de 40.200 até 80.000 45 37,65

Superior a 80.000 48 -

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9 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRS Deduções dos dependentes e ascendentes (artigo 78.º-A)

Aumenta-se o montante da dedução à colecta por cada dependente e ascendente

(actualmente de € 325 e € 300) para € 550 e € 525, respectivamente.

Mantêm-se as majorações de € 125 por cada dependente que não ultrapasse os três

anos de idade até 31 de Dezembro do ano a que respeita o imposto e de € 110 no caso

de existir apenas um ascendente a cargo.

Dedução de despesas de saúde e de formação e educação (artigos 78.º-C e 78.º-D)

Estabelece-se que todas as despesas de saúde, de formação e educação que tenham

sido realizadas fora do território português passam a poder ser comunicadas pelo sujeito

passivo através do Portal das Finanças, o que até aqui apenas era possível relativamente

a despesas realizadas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço

Económico Europeu.

Dedução relativa às pessoas com deficiência (artigo 87.º)

Aumenta-se, de 1,5 vezes o valor do IAS (€ 628,83) para 2,5 vezes o valor do IAS

(€ 1.048,05), a dedução relativa a cada dependente ou ascendente com deficiência.

Entidades emitentes e utilizadoras de títulos de compensação extrassalarial (artigo 126.º)

Alargam-se as obrigações declarativas actualmente aplicáveis às entidades emitentes ou

adquirentes de vales de refeição, a quaisquer entidades emitentes e utilizadoras de títulos

de compensação extrassalarial.

Definem-se como “títulos de compensação extrassalarial” todos os títulos,

independentemente do seu formato, designadamente em papel, em cartão electrónico ou

integralmente desmaterializados, que permitam aos seus detentores efectuar

pagamentos, sempre que à utilização destas formas de compensação corresponda um

desagravamento fiscal.

Autorizações legislativas

Perda da qualidade de residente em território português – exit tax (artigo 10.º-A) –

alteração do prazo de entrega da declaração

O Governo é autorizado a alterar o prazo de entrega da declaração de IRS para 31 de

Agosto (em vez do prazo actual de 16 de Maio) nas situações em que, na sequência da

perda da qualidade de residente em território português, haja opção pelo diferimento de

tributação.

Inscrição de residentes não habituais

Prevê-se uma autorização legislativa no sentido de se proceder à implementação de um

procedimento electrónico para a inscrição de sujeitos passivos como residentes não

habituais.

Dedução das contribuições para a segurança social no regime simplificado

É conferida ao Governo autorização legislativa no sentido de clarificar a regra relativa à

dedução das contribuições obrigatórias para regimes de protecção social no âmbito do

regime simplificado da categoria B, prevendo-se que a mesma venha a ter natureza

interpretativa.

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10 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IRS Entrada de património para realização do capital de sociedade

O Governo é autorizado a eliminar a proibição relativa à realização de operações levadas

a cabo ao abrigo do regime da neutralidade fiscal sobre partes sociais que tenham

resultado de entradas de património para a realização do capital de sociedade.

Alteração do prazo de entrega da declaração Modelo 37

Prevê-se, ainda, uma autorização legislativa com vista a antecipar a data de entrega da

declaração Modelo 37 (relativa a juros e amortizações de empréstimos para a aquisição

de habitação própria e permanente, prémios de seguros de saúde, vida e acidentes

pessoais, PPR, Fundos de Pensões e Regimes Complementares) do final do mês de

Fevereiro para o final do mês de Janeiro.

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11 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Renúncia à isenção de IVA – serviços médicos e sanitários (artigo 12.º)

Prevê-se uma nova redacção do regime de renúncia à isenção aplicável a

estabelecimentos hospitalares e similares que não sejam pessoas colectivas de direito

público, relativamente a prestações de serviços médicos e sanitários e operações com

elas estreitamente conexas.

A nova redacção vem clarificar que as entidades que tenham celebrado contratos com o

Estado podem renunciar à isenção de IVA nos serviços médicos e sanitários conquanto

tal renúncia não abranja operações que decorram de acordos com o Estado, no âmbito do

sistema de saúde.

Alterações à lista I anexa ao Código do IVA

Deixam de beneficiar de taxa reduzida os gressinos, pães-de-leite, regueifas e tostas.

Passam a beneficiar da aplicação da taxa reduzida os sumos e néctares de algas, as

bebidas de aveia, arroz e amêndoa sem teor alcoólico, bem como as algas vivas, frescas

ou secas. Também as algas comercializadas no âmbito das actividades de produção

agrícola e aquícola passam a ser sujeitas à taxa reduzida.

Alterações à lista II anexa ao Código do IVA

As prestações de serviços de alimentação e bebidas voltam a estar sujeitas à taxa

intermédia de IVA, com exclusão dos serviços relativos a bebidas alcoólicas,

refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou

outras substâncias, os quais permanecem tributados à taxa normal.

Encontram-se, igualmente, abrangidas pela taxa intermédia as refeições prontas a

consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio.

As alterações da taxa aplicável aos serviços de alimentação e bebidas e de refeições

prontas a consumir produzem efeitos a partir de 1 de Julho de 2016.

As conservas de carne e miudezas comestíveis passam a estar sujeitas à taxa normal de

IVA.

Autorizações legislativas

Direito à dedução de IVA – momento do exercício do direito

É conferida ao Governo uma autorização legislativa para delimitar o momento do

exercício do direito à dedução do imposto, prevendo-se que a mesma seja efectuada na

declaração do período em que se tenha verificado a recepção dos documentos que

sustentem tal direito ou no período imediatamente posterior. A actual redacção prevê que

a dedução possa ter lugar em qualquer declaração periódica posterior, dentro do prazo de

caducidade.

Prazo para apresentação da declaração de início de actividade

O Governo fica autorizado a legislar no sentido da introdução de uma regra única

respeitante ao prazo legal para cumprimento da obrigação de apresentação da

declaração de início de actividade por parte dos sujeitos passivos, independentemente de

estarem ou não sujeitos a registo comercial.

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12 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IVA Pedido de compensação forfetária

É conferida uma autorização ao Governo para legislar no âmbito do regime forfetário

agrícola, designadamente no sentido de estabelecer um montante mínimo para o

pagamento da compensação e a submissão anual do pedido de compensação forfetária

até ao dia 31 de Março de cada ano.

Facturas a emitir por pequenos retalhistas

É concedida uma autorização legislativa ao Governo para dispensar os pequenos

retalhistas do cumprimento de alguns dos requisitos relacionados com a emissão de

facturas.

Pagamento do imposto devido pelas aquisições intracomunitárias de meios de transporte

novos sujeitos a Imposto sobre Veículos (ISV)

O Governo fica autorizado a legislar no sentido de introduzir as alterações necessárias ao

Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias (RITI) por forma a que os sujeitos

passivos que possuam estatuto de operador reconhecido tenham a possibilidade de

proceder ao pagamento do IVA decorrente das aquisições intracomunitárias de meios de

transporte novos nos mesmos termos dos operadores registados, ou seja, na declaração

periódica de IVA.

Procedimento específico para a concessão de benefício directo de IVA a organizações

internacionais reconhecidas por Portugal, mas estabelecidas fora da União Europeia

É concedida uma autorização legislativa ao Governo para introduzir um procedimento

específico para a concessão de benefício directo de IVA às organizações internacionais

reconhecidas por Portugal, mas estabelecidas fora da União Europeia, mediante o prévio

reconhecimento do direito à isenção por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, a

quem deve ser dirigido requerimento para o efeito.

Regulamentação da isenção relativa às transmissões de bens expedidos para fora da

União Europeia por um adquirente que aí não possua residência ou estabelecimento

Fica o Governo autorizado a prever um mecanismo electrónico de controlo das condições

de verificação da isenção relativa às transmissões de bens expedidos ou transportados

para fora da União Europeia, por um adquirente sem residência ou estabelecimento na

União Europeia.

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13 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IMI

IMPOSTO

DO SELO

IMT

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)

Prédios rústicos geradores de rendimentos comerciais e industriais (artigo 3.º)

Passam a estar exceptuados do conceito de prédio rústico os terrenos situados fora de

um aglomerado urbano que tenham por destino normal uma utilização geradora de

rendimentos comerciais e industriais.

Esta alteração tem natureza interpretativa.

Prédios de sujeitos passivos com dependentes a cargo (artigo 112.º-A)

Prevê-se que os municípios possam fixar uma redução da taxa de IMI a aplicar ao prédio

ou parte de prédio destinado a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do

seu agregado familiar atendendo ao número de dependentes, podendo aquela redução

variar entre 10% e 20%.

Regime de salvaguarda de prédios urbanos (artigo 140.º)

Prevê-se que, no que respeita aos prédios ou parte de prédios urbanos que sejam

habitação própria e permanente do sujeito passivo, a colecta do IMI respeitante a cada

ano não possa exceder a colecta de imposto devido no ano imediatamente anterior,

adicionada, em cada um desses anos, do maior dos seguintes valores: (i) € 75 ou (ii) um

terço da diferença entre o IMI resultante do valor patrimonial tributário fixado na avaliação

actual e o que resultaria da avaliação anterior (independentemente de eventuais isenções

aplicáveis).

Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT)

Normas de incidência objectiva – fundos de investimento imobiliário (artigo 2.º)

Passam a ser sujeitas a IMT as operações de aquisição de unidades de participação em

fundos de investimento imobiliário fechados de subscrição particular, bem como as

operações de resgate, aumento ou redução do capital ou outras, desde que das mesmas

resulte que um dos titulares, ou dois titulares casados ou unidos de facto, fiquem a dispor

de, pelo menos, 75% das unidades de participação representativas do património do

fundo.

Passam, igualmente, a ser sujeitas a IMT as entregas de bens imóveis dos participantes

no acto de subscrição de unidades de participação de fundos de investimento imobiliário

fechados de subscrição particular.

Imposto do Selo

Operações de reporte (artigos 2.º e 4.º)

Passa a ficar expressamente consagrado no Código do Imposto do Selo que nas

operações de reporte o primeiro adquirente assume a responsabilidade pela liquidação e

entrega deste imposto ao Estado.

Na eventualidade de o primeiro adquirente não ser domiciliado em território nacional, esta

responsabilidade será assumida:

pelas contrapartes centrais, instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras

entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras instituições financeiras

domiciliadas em território nacional que tenham intermediado as operações de reporte;

pelo primeiro alienante domiciliado em território nacional, caso as operações de

reporte não tenham sido intermediadas pelas entidades referidas no ponto anterior.

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14 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IMPOSTO

DO SELO

Adicionalmente, fica expressamente previsto que, para que determinada operação de

reporte se considere sujeita a Imposto do Selo, basta que o primeiro adquirente ou o

primeiro alienante sejam domiciliados em território nacional.

Estas alterações têm natureza interpretativa.

Empréstimos com características de suprimentos (artigo 7.º)

A isenção de Imposto do Selo relativa a empréstimos com características de suprimentos,

incluindo os respectivos juros, passa a ser aplicável apenas quando exista uma

participação directa no capital não inferior a 10% e desde que esta tenha permanecido na

titularidade do concedente do empréstimo durante um ano consecutivo ou desde a

constituição da entidade participada, contando que, neste caso, a participação seja

mantida durante aquele período.

Garantias a favor do Estado ou das instituições de segurança social (artigo 7.º)

A isenção de Imposto do Selo concedida numa base anual - através das sucessivas Leis

do Orçamento do Estado - relativamente às garantias a favor do Estado ou das

instituições de segurança social no âmbito do artigo 196.º do CPPT e do Decreto-Lei

n.º 42/2001, de 9 de Fevereiro, passa a estar prevista no Código do Imposto do Selo.

Operações de pagamento baseadas em cartões (Verba 17.3.4 da TGIS)

A verba 17.3.4 da Tabela Geral do Imposto do Selo passa a considerar sujeitas a Imposto

do Selo, à taxa de 4%, as taxas cobradas por operações de pagamento baseadas em

cartões.

Esta alteração tem natureza interpretativa.

Desincentivo ao crédito ao consumo (artigo 70.º-A)

As taxas de imposto aplicáveis à utilização de crédito no âmbito de contratos abrangidos

pelo Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de Junho – crédito ao consumo – são agravadas em

50% relativamente a factos tributários que ocorram até 31 de Dezembro de 2018.

Isenção conferida às garantias prestadas e operações financeiras realizadas entre

instituições de crédito e sociedades financeiras (artigo 7.º)

É conferida natureza interpretativa à isenção prevista na alínea e) do n.º 1 do artigo 7.º do

Código do Imposto do Selo, no sentido em que a mesma apenas se aplica às garantias e

operações financeiras directamente destinadas à concessão de crédito no âmbito da

actividade exercida pelas instituições e entidades referidas naquela alínea.

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15 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

EBF Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF)

Organismos de Investimento Colectivo (artigo 22.º-A)

Prevê-se um agravamento para 35% da taxa de tributação (por retenção na fonte a título

definitivo) incidente sobre os rendimentos de unidades de participação em fundos de

investimento imobiliário e mobiliário e de participações sociais em sociedades de

investimento imobiliário e mobiliário, incluindo do respectivo resgate, quando:

auferidos por pessoas singulares ou colectivas residentes em país, território ou região

sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por

portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças (actualmente

28% – para pessoas singulares – e 25% – para pessoas colectivas); e,

pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais

titulares mas por conta de terceiros não identificados, excepto quando seja

identificado o beneficiário efectivo (actualmente 28%).

Passam a estar sujeitas ao regime geral aplicável aos rendimentos associados a unidades

de participação em fundos de investimento imobiliário e mobiliário e a participações

sociais em sociedades de investimento imobiliário e mobiliário as entidades residentes

noutro Estado membro da União Europeia, num Estado-Membro do Espaço Económico

Europeu que esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade

equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, ou num Estado com o qual

tenha sido celebrada e se encontre em vigor convenção para evitar a dupla tributação que

preveja a troca de informações, ainda que sejam detidas, directa ou indirectamente, em

mais de 25% por entidades ou pessoas singulares residentes em território nacional.

Mais-valias realizadas por não residentes (artigo 27.º)

As mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais por entidades não

residentes e sem estabelecimento estável em território português que sejam detidas,

directa ou indirectamente, em mais de 25%, por entidades residentes neste território

passam a beneficiar de isenção de IRC, desde que a sociedade alienante verifique

cumulativamente os seguintes requisitos:

seja residente noutro Estado membro da União Europeia, num Estado membro do

Espaço Económico Europeu vinculado a cooperação administrativa no domínio da

fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, ou num Estado

com o qual tenha sido celebrada e se encontre em vigor convenção para evitar a

dupla tributação que preveja a troca de informações;

esteja sujeita e não isenta de um imposto referido no artigo 2.º da Directiva

n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de Novembro, ou de um imposto de natureza

idêntica ou similar ao IRC cuja taxa legal aplicável não seja inferior a 60% da taxa

geral do IRC;

detenha uma participação directa ou directa e indirecta na entidade alienada não

inferior a 10% do capital social ou dos direitos de voto;

detenha a referida participação de modo ininterrupto, durante o ano anterior à

alienação.

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16 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

EBF Fundos de investimento imobiliário, fundos de pensões e fundos de poupança-reforma

(artigo 49.º)

É revogada a redução para metade das taxas de IMI e IMT aplicáveis aos prédios

integrados em fundos de investimento imobiliário abertos ou fechados de subscrição

pública, em fundos de pensões e em fundos de poupança-reforma.

Benefícios fiscais municipais (artigo 23.º-A do Código Fiscal do Investimento)

Prevê-se expressamente a possibilidade de os órgãos municipais concederem isenções

totais ou parciais em IMI e IMT com vista a apoiar o investimento realizado na área do

município.

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17 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

IEC

ISV

Fiscalidade Verde

IUC

Impostos Especiais de Consumo (IECs)

Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA)

Propõe-se um aumento em 3% do IABA sobre a cerveja, bebidas espirituosas e produtos

intermédios.

Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP)

Prevê-se um aumento (para € 44,92) da taxa máxima de imposto aplicável ao fuelóleo

com teor de enxofre superior a 1%, e para € 39,93 da taxa aplicável ao fuelóleo com teor

de enxofre inferior ou igual a 1%.

Imposto sobre o Tabaco

Propõe-se um aumento do preço dos cigarros através do agravamento do elemento

específico em 3% (de € 88,20 para € 90,85), conjugado com a alteração da fórmula de

cálculo do respectivo limite.

Prevê-se, ainda, um aumento de 4% do elemento específico (de € 0,075/g para € 0,078/g)

relativamente aos tabacos de fumar, rapé, tabaco de mascar e tabaco aquecido.

Imposto sobre Veículos

Propõe-se a introdução de novos escalões e aumentos de taxas aplicadas à componente

cilindrada e ambiental.

Estas alterações podem traduzir-se em aumentos de 3% no ISV de determinados

veículos, nomeadamente nos motociclos, triciclos e quadriciclos.

Fiscalidade Verde

Incentivo fiscal ao abate de veículos em fim de vida

Prevê-se uma redução nos incentivos ao abate de veículos em fim de vida de € 4.500

para € 2.250 e de € 3.250 para € 1.125, na compra de veículos eléctricos novos sem

matrícula e veículos híbridos plug-in novos sem matrícula, respectivamente.

Prevê-se, desde já, que este regime vigore até 31 de Dezembro de 2017, reduzindo-se

em 50% os incentivos acima indicados a partir de 1 de Janeiro de 2017.

Imposto Único de Circulação (“IUC”)

Prevê-se um aumento generalizado de 0,5% do IUC.

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18 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

LGT

CPPT

Lei Geral Tributária (LGT)

Causas de suspensão da prescrição da prestação tributária (artigo 49.º)

Passa a constituir causa de suspensão da prescrição da prestação tributária a acção de

impugnação pauliana intentada pelo Ministério Público.

Esta alteração tem aplicação imediata a todos os processos de execução fiscal que se

encontrem pendentes, embora nestes casos a suspensão do prazo de prescrição apenas

se inicie após a entrada em vigor da Lei do OE para 2016.

Informações relativas a operações financeiras (artigo 63.º-A)

A obrigação de prestação de informações pelas instituições de crédito, sociedades

financeiras e demais entidades que prestem serviços de pagamento é estendida a outros

meios de pagamento electrónico, para além dos fluxos de pagamentos com cartões de

crédito e de débito a sujeitos passivos que aufiram rendimentos da categoria B do IRS ou

IRC.

Revisão dos actos tributários – eliminação da equiparação do erro na autoliquidação a

erro imputável aos serviços (artigo 78.º)

Deixa de se considerar imputável aos serviços o erro na autoliquidação de imposto para

efeitos de revisão dos actos tributários.

Código de Processo e Procedimento Tributário (CPPT)

Exigibilidade da dívida exequenda (artigo 177.º-A)

Passa a considerar-se como tendo a situação tributária regularizada os contribuintes que

tenham pendente meio de contencioso adequado à discussão da exigibilidade da dívida

exequenda (oposição à execução e embargos de executados), em processo de execução

fiscal com garantia constituída.

Actualmente esta possibilidade só se encontra prevista para os casos de discussão da

legalidade da dívida exequenda.

Formalidades das citações (artigos 190.º e 191.º)

Introduzem-se novas regras no que respeita às formalidades a observar nas citações

relativas a dívidas cobradas no mesmo processo de execução fiscal, designadamente a

possibilidade de os requisitos a verificar por estas citações poderem reportar-se à

globalidade das dívidas, sendo necessária a indicação da natureza, do ano ou do período

a que as mesmas se reportam e do seu montante global, considerando-se os executados,

nestes casos, apenas citados no quinto dia posterior à citação.

Prevê-se, ainda, que os elementos relativos a cada uma das dívidas exequendas possam

ser consultados no Portal das Finanças ou, subsidiariamente, junto do órgão de execução

fiscal.

Contestação da oposição à execução pela Autoridade Tributária e Aduaneira

(artigo 210.º)

O prazo geral de contestação da oposição à execução pela Autoridade Tributária e

Aduaneira é alargado de 10 para 30 dias.

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19 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

CPPT

OUTRAS

MEDIDAS

Formalidades da penhora de abonos, salários ou vencimentos (artigo 227.º)

São simplificadas as formalidades da penhora de quaisquer abonos, salários ou

vencimentos de quaisquer titulares.

Causas de extinção da execução fiscal (artigo 269.º)

Passa a considerar-se extinta a dívida exequenda se, após o seu pagamento voluntário

integral e do acrescido, se verifique serem devidos juros de mora ou custas de valor não

superior a € 10.

Esta alteração tem aplicação imediata a todos os processos de execução fiscal pendentes

à data de entrada em vigor da Lei do OE para 2016.

Avaliação de garantias em processo de execução (artigo 199.º-A)

Introduzem-se novos critérios de avaliação de garantias a prestar em processos

executivos, quando estas não sejam garantias bancárias, cauções e seguros-cauções,

determinando-se designadamente que o valor dos bens ou do património do garante seja

determinado de acordo com o Código do Imposto do Selo.

Esta alteração tem aplicação imediata às garantias que tenham sido aceites até à data da

entrada em vigor da Lei do OE para 2016., sendo que a avaliação apenas determina o

reforço ou a substituição dessas garantias quando o valor apurado seja inferior a 80% do

valor resultante da aplicação do n.º 6 do artigo 199.º do CPPT.

Introdução de regime de dispensa de prestação de garantia em pagamentos até 12

prestações

Introduz-se a possibilidade de dispensa de prestação de garantia no âmbito de planos de

pagamento prestacionais até 12 meses, sendo aplicável aos pedidos de pagamento em

prestações apresentados até 31 de Dezembro de 2016.

Esta possibilidade implica, contudo, a duplicação da taxa de juros de mora durante o

período em que essa dispensa se mantenha.

Autorização legislativa

Legitimidade dos executados no processo de execução

Prevê-se uma autorização legislativa no sentido de clarificar que, para efeitos da

legitimidade dos executados no processo de execução fiscal, são sucessores dos

devedores originários as sociedades beneficiárias de operações de fusão ou cisão,

prevendo-se a criação de um incidente de habilitação daqueles sucessores, através do

qual será informado no processo quem são os sucessores do executado e quantificada a

sua responsabilidade.

Contribuição sobre o sector bancário

É alterada de 0,085% para 0,110% a taxa máxima aplicável ao valor dos passivos.

As sucursais em Portugal de instituições de crédito com sede principal e efectiva na União

Europeia passam a estar sujeitas à contribuição sobre o sector bancário.

São actualizadas as remissões para o Regime Geral das Instituições de Crédito e

Sociedades Financeiras quanto ao conceito de instituição de crédito, filiais e sucursais,

esclarecendo-se que o conceito de filial inclui as pessoas colectivas sobre as quais o

Banco de Portugal considere que é exercida uma influência dominante.

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20 Principais alterações propostas a nível fiscal para 2016

Contactos

Luís Magalhães

Head of Tax

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Alexandra Martins

Indirect Tax

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Américo Coelho

Corporate Tax

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Jorge Taínha

Personal Tax

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Corporate Tax

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Hugo Carvalho

Tax Porto

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Pedro Marques

Financial Services Tax

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Maria do Céu Carvalho

Incentives Tax

[email protected]

Gustavo Amaral

Angola Tax

[email protected]

OUTRAS

MEDIDAS

Filipe Grenho

Corporate Tax

[email protected]

Susana Pinto

Transfer Pricing

[email protected]

Passam, também, a ser deduzidos ao passivo os depósitos cobertos por outros sistemas

de garantia de depósitos oficialmente reconhecidos.

Acesso e troca de informações financeiras

É conferida uma autorização legislativa ao Governo para:

transpor para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2014/107/UE, do Conselho, de

9 de Dezembro (que altera a Directiva n.º 2011/16/UE, do Conselho, de 15 de

Fevereiro), relativa à troca automática de informações obrigatória no domínio da

fiscalidade;

estabelecer o regime para troca de informações referentes a contas financeiras de

acordo com as normas do Common Reporting Standard (CRS); e

prever a aplicação por parte das instituições financeiras das regras de comunicação à

Autoridade Tributária e Aduaneira e de diligência devida quanto às contas financeiras

sujeitas à comunicação ao abrigo daqueles instrumentos jurídicos.

A autorização legislativa em apreço deverá abranger, entre outras situações:

a alteração das regras e dos procedimentos de cooperação administrativa no domínio

da fiscalidade previstos no Decreto-Lei n.º 61/2013, de 10 de Maio;

a revisão da LGT no sentido de a mesma consagrar a obrigatoriedade de

cumprimento das regras de comunicação e diligência devida no que se refere às

contas financeiras sujeitas a comunicação ao abrigo da Directiva n.º 2014/107/UE, do

Conselho, de 9 de Dezembro, e das convenções internacionais que prevejam troca

de informação financeira e fiscal;

a revisão dos ilícitos previstos no RGIT, por forma a prever, entre outros aspectos,

penalidades para as infracções resultantes do incumprimento das obrigações de

comunicação ou de diligência devida por parte das instituições financeiras;

a revisão do RCPIT, no sentido de dotar a Autoridade Tributária e Aduaneira dos

poderes necessários à verificação do cumprimento das obrigações previstas quanto à

presente matéria.