princesas macabras, cap 1
DESCRIPTION
Jasmine, a primeira princesaTRANSCRIPT
![Page 1: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/1.jpg)
Princesas macabras: Jasmine
![Page 2: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/2.jpg)
Introdução Carol Anne é uma criança super fã de princesas... Ela adora todas as princesas. Certo dia ela ganha uma coleção de bonecas de uma desconhecida e embarca num castelo de pesadelos... Onde a coisa que ela mais adorava... ...Se transformou no seu maior medo... ...E que ela jamais esperava. Você nunca mais vai querer assistir aos filmes das princesas depois de ler essa história...
![Page 3: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/3.jpg)
Capítulo 1: Inocente ? Carol Anne estava brincando, tranqüila, em seu quarto. O quarto
era cor-de-rosa, cheio de princesas baby enfeitando a parede.
Anne era muito fã de princesas. Ela dizia ser parecida com a
Rapunzel.
Carol (ou Anne!) era de um tamanho médio, magrinha, bochechas
rosadas, olhos azuis. Tinha apenas 10 anos, uma criança inocente.
Passava o dia brincando, sozinha, com suas princesas. Dava mais
atenção e carinho para as bonecas do que para as amigas.
Perdera algumas amigas, inclusive sua melhor amiga, por causa
das bonecas.
Mas ela não se importava. Se estivesse com as bonecas, estava
feliz. Ela conversava com as bonecas, levava as quinze bonecas
para jantar, assistir televisão e sentar no vaso enquanto ela
tomava banho...
![Page 4: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/4.jpg)
Os pais estranhavam, é claro, mas não tiravam da cabeça o
pensamento de que era uma fase da infância...
Ruth e George (os pais da garotinha) quase não a viam. Quando não
estavam trabalhando, Anne estava trancada no quarto, falando
sozinha. Ou melhor, com as bonecas.
A pequena garota se recusava á ir para a escola. Já mordera os
pais, esperneando, berrando. A única coisa que os pais puderam
fazer depois de Anne fugir de várias psicólogas e até hospícios e
hospitais foi parar de fazê-la ir á escola.
Ela parecia feliz assim. Vivendo só, só e com as bonecas. Todos os
dias, ela penteava os cabelos das bonecas, lavava seus rostinhos e
chegava a passar suas roupinhas, lavá-las, etc.
Anne parecia ser mãe das bonecas. Venerava-as, como se fossem
pequenas deusas que exigissem que não existisse nada a mais na
vida da pequena além das próprias.
Alguns julgavam muito a garotinha. Ela era estranha, tinha cara de
anjo, mas estava longe de ser um. Anne ficava com raiva, mas
nunca se vingava. Ela havia fugido de tantos lugares que queriam
ajudá-la a se livrar das bonecas porque as amava. Ela mordeu os
pais apenas porque queria profundamente continuar com suas
princesas... E brincando, o resto da vida.
![Page 5: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/5.jpg)
Capítulo 2: A velhota
Um belo dia, passeando pelo seu bairro com suas 16 princesas
dentro da bolsinha, Anne avistou uma velha sentada na calçada.
Aproximou-se e perguntou:
-A senhora está bem?
A velhota virou o rosto para Anne, um rosto deformado, enrugado,
verruguento (foi o que a garotinha pensou) e com cara de cansado,
sofrido.
-Não muito, querida – ela disse, quase sussurrando pela rouquidão.
-O que a senhora tem...?
-Sou uma velha doente e só...
-Oh...
-Posso olhar sua bolsa?
-Mas aqui só tem minhas 16 bonequinhas princesas...
-Princesas? Deixe-me ver...
-Tome. – Anne passou a bolsa, cuidadosa, para a velha.
Ela abriu e apreciou cada boneca, acariciando os cabelos delas.
![Page 6: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/6.jpg)
-Lindas.
-Obrigada – agradeceu feliz.
-Eu tenho 16 bonecas, as mesmas que as suas.
-É?
-Sim, veja.
A velha abriu uma sacola meio rasgada e tirou de lá 16 bonecas
extremamente maravilhosas.
-São antigas, jamais vão vender novamente.
-Que lindas! São fantásticas! Mais bonitas que as minhas... – a
garota se roeu de inveja.
Anne se perguntou por que uma velha tão pobre teria bonecas tão
lindas e bem tratadas, se nem a própria não era limpinha.
-Quer elas para você? – disse a velha, pigarreando e cuspindo algo
no chão.
-Jura?
-Claro. Não as uso, mas são limpas e conservadas... Valem muito.
Mas me prometa que não vai vendê-las.
-Claro que não – prometeu Anne, sinceramente.
-Então são suas. Mas...
-Hmm, mas...?
![Page 7: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/7.jpg)
-Terá que me dar estas que tem.
-Tudo bem! – Anne percebeu que as da velha eram mil vezes mais
bonitas.
As duas trocaram de bonecas e Anne saiu feliz. Quando se virou
para agradecer à velha, ela não estava mais ali.
Ela deu de ombros e voltou para casa.
De noite, com muito cuidado e carinho, a garota colocou as 15
bonecas na estante que antes pertencia ás suas quinze bonecas
anteriores.
-Boa noite Kida, Tiana, Alice, Ariel, Aurora, Bela, Branca de neve,
Cinderela, Jane, Jasmine, Mulan, Megara, Pocahontas, Esmeralda,
Rapunzel, Tinker Bell... Durmam bem, minhas novas princesas.
E a garota se deitou, caindo em um sono profundo.
Capítulo 3: O castelo Anne acordou de repente, suada.
-O quê... Que lugar é esse?!
![Page 8: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/8.jpg)
Anne estava num quarto escuro, empoeirado, levemente fedendo mofo, o
que fez a garota espirrar imediatamente.
O quarto tinha aranhas por todo lado, e alguns ratos guinchando
fraquinho.
-AAAAHH!! – Anne berrou desesperada.
-Cale a boca, pirralha – uma voz falou, lhe dando um forte tapa na cabeça,
que fez a garota cambalear um pouco.
-Q-quem é v-você? – disse, gaguejando.
-Não te interessa – a voz deu uma gargalhada maligna.
Anne estava tremendo, tocando o ar, esperando encontrar algum
engraçadinho que estava invadindo seu pesadelo.
-Ei, você não vai conseguir encostar em mim, nunca!
-QUEM É VOCÊ? – Anne gritou, com mais medo que antes.
A pessoa misteriosa dava tapinhas nela, mas Anne estava praticamente
cega pela escuridão do quartinho.
-Hahaha... Ei, que tal se eu acendesse a luz?
-MAS...
A pessoa acendeu a luz e Anne não estava mais no quartinho.
Ela estava num tipo de feira. O chão era cheio de areia. Não havia pessoas,
apenas ela ali.
Estava anoitecendo, o que a fazia tremer de medo. Estranhas sombras iam
e viam pela feira.
![Page 9: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/9.jpg)
Anne resolveu xeretar um pouco, apesar do medo. Nas barracas não tinha
comida. Tinha apenas areia, era tudo feito de areia.
E então se ouviu uma voz, abafada, mas como se estivesse saindo de um
megafone.
-Querida Anne! Agora você vai embarcar numa viagem maravilhosa pelo
nosso castelo... Vai conhecer pessoalmente as princesas que ama tanto! E
jamais vai esquecer... E nem sair desse castelo! Temos muito para ver,
ande...
Anne percebeu que a voz era ligeiramente irônica, o que a fez ficar com
medo.
-Ande logo! – a voz feminina ordenou.
Anne começou a andar. Mas ela tremia tanto que as pernas não ajudavam
quase a derrubando. As sombras paravam para “olhá-la” e depois seguiam
seu caminho.
Ela corria, seguindo a sombra que era da estranha voz. Era uma figura de
uma mulher. Os cabelos eram longos, presos bem folgados. Anne se
lembrou de Jasmine ao ver a sombra. Mas ela riscou a possibilidade,
Jasmine não era má...
De tanto correr, Anne estava muito ofegante. Até que a sombra parou
diante de um enorme castelo. Carol Anne ouviu vozes, gritos, sussurros
suplicantes. Os gritos rezavam por misericórdia.
Anne se sentiu péssima.
-Venha, inútil... – a voz chamou-a, fazendo Anne ir para frente contra sua
vontade.
![Page 10: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/10.jpg)
A grande porta do castelo abriu. O silêncio reinou. Estava muito escuro,
totalmente assustador.
Anne tremia, com medo.
De repente, tudo se iluminou.
As paredes, pretas, estavam com manchas de sangue. Havia uma porta
enorme, também manchada, escorrendo sangue pela fresta de baixo. Era
de lá que saiam os gritos.
-QUEM ESTÁ AÍ? FUJA, FUJA!!!!! – uma voz berrou desesperada, de dentro
da porta. Anne se afastou o quanto pôde.
E havia uma janela, que mostrava o quanto o castelo estava alto. Ele era
rodeado por um enorme rio, provavelmente cheio de jacarés.
Anne se inclinou um pouco sob a janela; tinha mesmo jacarés. Mas eram
gigantescos, todos ensangüentados (e o sangue não era deles...).
A garota foi arrancada da janela por uma mão. Suas costas se encheram
de areia imediatamente.
-O que é isso...? – Anne perguntou, abanando a blusa.
-Areia... – a voz respondeu. – Venha, pequena idiota.
Elas seguiram seu caminho.
O enorme corredor em que estavam era simplesmente cheio de portas.
Havia uma porta há cada 5 metros. E em cima de cada porta tinha uma
plaquinha escrito o nome de uma princesa...
Elas andaram até chegar á salinha que se chamava “Jasmine”.
![Page 11: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/11.jpg)
A sombra virou um monte de areia, tão instantaneamente que Anne deu
um pulo pra trás, caindo no chão.
E ela ficou ali, parada, olhando o monte de areia se transformar na própria
Jasmine.
Suas roupas estavam rasgadas, sua pele era feita de areia. Seus olhos
eram profundos e penetrantes, intimidadores. Sua pele ficava se
decompondo em areia e logo em seguida voltando, o tempo todo.
-Rajado!
A porta de sua sala virou areia. Anne viu uma sombra enorme, e ouviu um
rugido estremecer o chão.
-Hmm... Trate de ser um pouco mais amedrontador. – a princesa disse,
acariciando a sombra que Anne não enxergava.
As luzes, já fracas, piscaram. E depois de um baque ruidoso, se apagaram.
Por trás das sombras, saiu um enorme tigre, maltratado e com uma
cicatriz cortando o olho. Os dentes, amarelados, fatiariam Anne em
pedacinhos rapidamente se quisesse. A princesa olhava irônica para Anne.
Seu sorriso era torto, deixava Anne aflita, querendo correr, sem poder.
-E então... Acha que pode simplesmente acordar para fugir disto?
-N-não... – Anne gaguejava.
-Ótimo – respondeu Jasmine, um pouco surpresa. – É bom que pense a
verdade. Gostaria de esclarecer que isto não é um sonho. Você não pode
acordar. Mas também não pode morrer. Eu seja, está condenada ao
sofrimento. Você não terá alma, apenas ficará sob tortura de mim e
minhas colegas. Por mais que deseje, grite e esperneie por misericórdia,
nós não teremos piedade. Perca suas esperanças...
![Page 12: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/12.jpg)
Como se Anne obedecesse a um comando invisível, ela começou a chorar,
totalmente em choque.
-Entra. – Jasmine ordenou. – Vá Rajado, leve a garota.
O tigre mordeu o pescoço de Anne, que gritou com toda a força que pôde.
-NÃO! SOLTE-ME, SEU... SEU PULGUENTO!
Rajado, decididamente ofendido, jogou Anne no chão com violência. Anne
sentiu uma vontade imensa de desmaiar, mas seu corpo não a permitia.
Ela se beliscava, tentando acordar.
-EU SOU O LADO MACABRO DA INOCÊNCIA DA PRINCESA JASMINE QUE VOCÊ
AMAVA! EU SOU A JUNÇÃO DA BONECA JASMINE QUE VOCÊ TINHA COM A QUE
VOCÊ PRATICAMENTE JOGOU FORA! ESSE É O CASTIGO QUE TODAS GAROTAS
QUE SE TEM TOMADAS POR EGOÍSMO E DESEJO DE PRINCESAS MAIS
BONITAS, ADORAÇÃO EXTREMA POR QUEM NÃO MERECE, É O CASTIGO QUE
TODAS DEVEM TER UM DIA! AQUELA VELHA, ELA SOFREU AQUI POR 60 ANOS,
QUE SÓ SE PASSARAM AQUI! ELA SE MATERIALIZOU COM NOSSAS FORÇAS,
PARA DAR LUGAR Á OUTRA GAROTA, PARA QUE ELA SOFRESSE PELO MESMO
TEMPO! ASSIM, AQUELA QUE FOSSE IDIOTA O SUFICIENTE DE TROCAR DE
BONECAS... HAHA! IRIA SE PERDER NESTE PESADELO...- ela se acalmou um
pouco. – Ah, e você, garota, vai ter o mesmo destino. A “alma” de suas
bonecas anteriores era pura. Você as trocou pela podridão! Agora merece
isto, apodrecer aqui, até enganar outra menina “inocente” que sofrerá
mais ainda! VOCÊ MERECE! MERECE! ESCUTE, PIRRALHA! MERECE! – Jasmine
berrava nas orelhas de Anne, que ardiam de tanto volume.
Jasmine chutou Anne, sem dó.
![Page 13: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/13.jpg)
A garota chorava mais do que poderia chorar a vida toda. Estava
aterrorizada, ferida, ensangüentada e sem esperança.
Aquele ambiente parecia deixar-lhe pior. Era frio, triste... Ali pareciam que
todos os sonhos e felicidades eram trocados por dor, violência e torturas
profundas...
-Vá, Rajado, ataque! Use sua força, não deixe-a desmaiar e nem morrer!
Os olhos do Tigre brilharam, ardendo em fogo.
Ele “cuspiu” algo em Anne, que queimou imediatamente.
-NÃO! – ela gritou, enquanto o tigre a atacava ferozmente, mordendo-lhe o
corpo todo.
-Ele lhe cuspiu a imortalidade, hm. Ele faz seu trabalho para que todas
minhas amigas possam torturá-la...
-Amigas?!
-Sim, querida. Tem mais 15 torturas vindo por aí. E vão ser como um
círculo repetitivo, durante 60 anos, que lá fora serão apenas 1.
O tigre novamente agarrou a garota pelo pescoço. Anne se debateu, pois
as feridas das mordidas de Rajado ardiam, como se tivessem fogo e
veneno.
-Jogue-a para a Branca de Neve.
Rajado deu um grunhido e obediência. Carregou a garota como se fosse a
mãe carregando seu gatinho, pela nuca. Mas o tigre a levava sem dó,
quase rasgando seu pescoço. Então ele arrombou a porta quando jogou
Anne ferozmente contra a porta que indicava ser a próxima tortura.
![Page 14: Princesas macabras, cap 1](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022020422/568c0f9b1a28ab955a94bd87/html5/thumbnails/14.jpg)