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Portos : Um Desafio Histórico Primeiro Ciclo de Altos Estudos http://www.emap.com.br/cursos/2014/Modernizacao%20Portos/

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Portos : Um Desafio Histórico

Primeiro Ciclo de Altos Estudos

http://www.emap.com.br/cursos/2014/Modernizacao%20Portos/

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MULTIMODALISMO.

GARGALOS LOGÍSTICOS

Luiz Roberto Sabbato

29/06/2017

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INTRODUÇÃO

O termo: GARGALO

“Ponto de estrangulamento, gargalo ou restrição” para os

gestores empresariais “é uma designação do componente que

limita o desempenho ou a capacidade de todo um sistema”.

“Qualquer indústria, empresa ou serviços, se encontram

sujeitos a algumas restrições que limitam o seu processo

produtivo, restrições essas designadas por estrangulamentos”,

que “são alvos de estudos intensivos e minuciosos pelo

simples fato de serem pontos críticos de sistemas”

Richard B. CHASE; AQUILANO, Nicholas J. - Gestão da produção e das operações: perspectiva do ciclo

de vida. Lisboa: Monitor, 1995.

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- Significado do termo:

“que tem muitos aspectos; variado; multímodo”

Lei 9.611/1998: “dispõe sobre o transporte MULTIMODAL de cargas”

Artigo 2º. Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por umúnico contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde aorigem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de umOperador de Transporte.

- Repercussões nas questões jurisdicionais

MULTIMODAL:

Sistema de deslocamentos de cargas

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❖ Para compreender a movimentação que caracteriza o sistema

multifário o intérprete se vê na contingência de fazer novas

descodificações, em face do que dispõem os artigos 2º e 3º da lei,

neste especialmente, onde os neologismos seguem sublinhados:

Art. 3º. O Transporte MULTIMODAL de Cargas

compreende, além do transporte em si, os serviços de

coleta, UNITIZAÇÃO, DESUNITIZAÇÃO, movimentação,

armazenagem e entrega de carga ao destinatário, bem

como a realização dos serviços correlatos que forem

contratados entre a origem e o destino, inclusive os de

consolidação e DESCONSOLIDAÇÃO documental de

cargas.

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Romeu ZARSKE de Mello, mestre em Engenharia de Produção com

ênfase na área de concentração em logística e transporte, explica:

Unitizar cargas significa tornar única uma série

de mercadorias de pesos, tamanhos e formatos

distintos, permitindo assim a movimentação

mecânica desta unidade.

✓ UNITIZAR: é consolidar

✓ DESUNITIZAÇÃO: é DESMEMBRAR, é

desacomodar mercadorias, é retirá-las

✓ DESCONSOLIDAÇÃO: é voltar à situação

anterior, ou seja, é outra vez DESMEMBRAR

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“O Transporte Multifário de Cargas compreende, além

do transporte em si, os serviços de coleta,

carregamento, descarregamento, movimentação,

armazenagem e entrega de carga ao destinatário, bem

como a realização dos serviços correlatos que forem

contratados entre a origem e o destino, inclusive os de

consolidação e desmembramento documental de

cargas”.

DESCODIFICANDO:

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PELA ANÁLISE SOMENTE DO ARTIGO 2º:

Entendimento de parte da jurisprudência

UNIMODAL :

O deslocamento da carga é feito unicamente pornavio, de porto a porto.

MULTIMODAL:

Agregaria o transporte terrestre ao transportemarítimo, do domicílio do exportador aodomicílio do importador, em diligências operadasatravés de um único operador. Não considerariaos deslocamentos no porto.

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➢ O transporte das cargas no porto, por movimentos

verticais e transversais, seriam apenas movimentos,

mas não transporte.

Transporte mais usado no mundo:

trem

avião

navio

elevador

➢ mais 06 bilhões de usuários por dia

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BAILONG. CHINA.

O mais alto do mundo em área descoberta.

BURJ KALIFAH. DUBAI.

O mais espaçoso do mundo. Provoca eco quando

vazio.

HITACHINAKA. JAPÃO.

O mais rápido do mundo.

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EUA. WORLD ONE.

Elevador da maior torre residencial do mundo.

CHINA. RIO YANGTZE.

O maior elevador de barcos do mundo.

CHINA.

O maior elevador móvel do mundo.

Movimentado sobre esteiras.

De acordo com Xiang Wenbo, presidente

mundial da Sany Heavy Industry, o scc86000tm

será utilizado, principalmente, nas usinas

nucleares chinesas.

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TRANSPORTE

POR

DESINTEGRAÇÃO

MOLECULAR

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ART. 2º

ART. 3º

TRANSPORTE MULTIFÁRIO (MULTIMODAL) COMPREENDE:

“ALÉM DO TRANSPORTE EM SI”

vale dizer, além do transporte por um só meio de locomoção, a via marítima

“OS SERVIÇOS DE COLETA, UNITIZAÇÃO (carregamento), DESUNITIZAÇÃO

(descarregamento), MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E ENTREGA DE CARGA AO DESTINATÁRIO, BEM COMO A REALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS CORRELATOS QUE FOREM

CONTRATADOS ENTRE A ORIGEM E O DESTINO, INCLUSIVE OS DE CONSOLIDAÇÃO

E DESCONSOLIDAÇÃO (desmembramento)DOCUMENTAL DE CARGAS”.

ANÁLISE CONJUNTA DOS ARTIGOS

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➢ PRAZO 1 ANO : jurisprudência pacífica, com renitência de uma pequena

parte

QUANDO EM VIGOR CÓDIGO COMERCIAL

DIREITO COMERCIAL. PRESCRIÇÃO ÂNUA. SOBREESTADIA DE

"CONTAINERS". CÓDIGO COMERCIAL, ART. 449, INCISO 3º. LEI

Nº 6.288, DE 1975, ART. 3º. Na sobre-estadia do navio, a carga ou

a descarga excedem o prazo contratado; na sobre-estadia do

"container", a devolução deste se dá após o prazo usual no porto

de destino. Num caso e noutro, as ações que perseguem a

indenização pelos respectivos prejuízos estão sujeitas à regra do

artigo 449, inciso 3º, do Código Comercial. Recurso especial não

conhecido

Recurso Especial n. 176.903/PR, Relator o Eminente

Ministro ARI PARGENDLER, DJ 09.04.2001, p. 351,

JBCC, Vol. 190, p. 285, RSTJ Vol. 190, p. 299

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GARGALO: PRAZO PRESCRICIONAL

❖ Unificação da jurisprudência em torno do prazo

prescricional é um dos mais sérios gargalos para a

administração dos serviços portuários

GARGALO

PRAZO DE 10 ANOS

PRAZO DE 05 ANOS

PRAZO DE 03 ANOS

PRAZO DE 01 ANO

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1 ANO

3 ANOS 5 ANOS

10 ANOS

PRÊMIO

CRITÉRIOS

PRAZO

SEGURADORAS

➢ SEGURO SOBRE-ESTADIA: cobertura das despesas do contêineres

✓ Insegurança da jurisprudência

✓ Critérios para estabelecer o preço do prêmio

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➢ Aplicação da regra geral: ausência de previsão expressa

Emprego do artigo 205 do Código Civil – 10 anos

❖ Prazo muito longo: contrário a intensão do legislador ao viabilizar

métodos modernos, eficazes e céleres

❖ Novo diploma: reduziu ou até revogou prazos

❖ Retrocesso: prazo anterior de 1 ano

❖ Prazo não condizente com:

✓ o aperfeiçoamento dos portos

✓ a redução dos custos

✓ a eficácia das transposições

para destravar o comércio internacional

PRAZO DE 10 ANOS

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PRAZO DE 05 ANOS

➢ Aplicação do Código Civil: natureza de título de crédito

Emprego do artigo 206, § 5°, I do Código Civil – 05 anos

❖ Processo de execução: pagamento da DEMURRAGE

Não ostenta quantia:

✓ Líquida

✓ Certa

✓ Exigível

❖ Cobrança –Processo de conhecimento pelo rito ordinário

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PRAZO DE 03 ANOS

➢ Efeito e natureza de cláusula penal: pagamento pela DEMURRAGE

Emprego do artigo 206, §3º, V do CC – 03 anos

➢ Avaliação prévia das perdas e danos - compensação indenitária

A cláusula penal é um pacto acessório ao contrato ou a outro ato

jurídico, efetuado na mesma declaração ou declaração à parte, por

meio do qual se estipula uma pena, em dinheiro ou outra utilidade, a

ser cumprida pelo devedor ou por terceiro, cuja finalidade precípua é

garantir, alternativa ou cumulativamente, conforme o caso, em

benefício do credor ou de outrem, o fiel cumprimento da obrigação

principal, bem assim, ordinariamente, constituir-se na pré-avaliação

das perdas e danos e em punição do devedor inadimplente

LIMONGI FRANÇA. MANUAL DE DIREITO CIVIL, P. 05

❖ Inaplicabilidade diante da lei especial que regula o sistema

MULTIMODAL de locomoção

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Entendimento semelhante:

➢ Cláusula penal como fixação do montante do dano

La clausola penale fissa antecipatamente l´amontare del danno

evitando le contestazioni del debitore e il tempi e i consti della

determinazione giudizile; essa rende pertanto certe, pronto e

agevonele il remedio del resarcimento

BIANCA C, MASSIMO, DIRITTO CIVILE, VOL. V, ED. GIUFFRÈ, MILANO, 1994, P. 221º

Disposição indenitária

➢ Aplicação do artigo 206, §3º, V do CC: prazo de três anos para a

prescrição da “pretensão de reparação civil”.

COMPARAÇÃO COM A DOUTRINA ESTRANGEIRA

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Tribunal de Justiça das Cortes Europeias

➢Considera a vertente mais vantajosa à preservação da união

do bloco

❖ Relações contratuais rápidas por excelência

❖Opção pelo prazo ânuo

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PRAZO DE 01 ANO

Anda mais em consonância com a realidade e com as razões teleológicas

da legislação pátria

Objetivos da lei:

✓ Aperfeiçoar o comércio internacional e reduzir custo

Nova lei: veio para por uma pá de cal na divergência

Artigo 22. As ações judiciais oriundas do não cumprimento das

responsabilidades decorrentes do transporte multimodal deverão

ser intentadas no prazo máximo de um ano, contado da data da

entrega da mercadoria no ponto de destino ou, caso isso não

ocorra, do nonagésimo dia após o prazo previsto para a

referida entrega, sob pena de prescrição.

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❖ A magistratura: embates judiciais

EXCESSO DE FORMALISMO

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➢ “Tempo da prancha”:

➢ Primeiro deslocamento das cargas:

Colocação logística em terra tal como serão colocados no convés do navio

CONSIDERAÇÕES: SISTEMA MULTIFÁRIO

antigamente: 12 dias

atualmente: 12 horas

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Primeiro movimento:

Caminhões ou trens

Segundo movimento:

Serviço de coleta da carga em solo, transportando-as para os navios

Terceiro movimento: Cargas pinçadas pelos TRANSTÊINERES

Quarto movimento:

Deposito da carga no navio em posição justaposta à que se encontrava antes

CONSIDERAÇÕES: SISTEMA MULTIFÁRIO

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1. reduziram o “tempo de prancha”

2. aperfeiçoaram o comércio marítimo

3. reduziram os custos ante a possibilidade de compartilhamento

PARTICULARIDADES DO PROCEDIMENTO

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➢ PAULO HENRIQUE CREMONEZE, advogado militante no ramo do Direito Naval:

✓ É ânuo o lapso prescricional nas operações de transporte por contêineres

✓ Não se trata somente de transporte, mas de sistema logístico de

movimentação de carga para reduzir preços e aperfeiçoar o comércio

marítimo

Este transporte pode ser nacional ou internacional e possui suar

particularidades quanto à responsabilidade, aos tipos de contrato de

transporte e modos de operação. Compreende, além do transporte

propriamente dito, serviços essenciais como os de coleta, unitização e

desunitização, movimentação, armazenagem, remoção e entrega da carga

ao consignatário, além dos chamados “serviços correlatos”, contratados

entre a origem e o destino, incluindo-se os de consolidação e

desconsolidação de cargas

Prática de Direito Marítimo, prefaciado por IVES GANDRA DA SILVA MARTINS,

QUARTIER LATIN, 2ª Edição, p. 50.

CITAÇÕES

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➢ IVES GANDRA DA SILVA MARTINS respondendo consulta formulada por Centronave

– Centro Nacional de NavegaçãoTransatlântica

Sendo o valor da prestação calculado com base em várias tabelas, o custo final para o dono da

carga só era conhecido semanas após o término das operações, pois dependia do tempo

despendido, equipamentos utilizados, e se havia trabalho diurno ou noturno, ou em fins de

semana.

Com a consolidação das linhas regulares de transporte de carga “CONTEINERIZADAS”, os

navios passaram a escalar portos pré-definidos na costa brasileira, o que inviabilizou a

manutenção da estrutura de cobrança de serviços portuários da forma até então vigente,

transferindo-se progressivamente para os armadores a incumbência de definir e contratar os

serviços portuários.

Nesse contexto, ganhou força o conceito globalmente conhecido como THC (Terminal

Handling Charge), que consiste na cobrança, ou repasse, pelos armadores dos valores referentes

aos serviços de operação portuária.

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➢ Promulgadas sistematicamente as leis de organização e aperfeiçoamento

do comércio marítimo nacional e internacional, o contêiner se tornou o

equipamento de GRIFE, de maior adequação ao sistema multifário,

passando a simbolizar as operações portuárias da modernidade.

➢GANDRA MARTINS:

Os navios passaram a escalar portos pré-definidos na costa brasileira,

o que inviabilizou a manutenção da estrutura de cobrança de

serviços portuários da forma até então vigente, transferindo-se

progressivamente para os armadores a incumbência de definir e

contratar os serviços portuários.

➢ Em consonância com o sistema MULTIMODAL o armador passou a exigir

reembolso das THC (TERMINAL HANDLING CHARGE), só aplicáveis

quando há MULTIMODALISMO.

MODERNIZAÇÃO DOS PORTOS

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➢ É MULTIMODAL o sistema de transporte se a carga sai do exterior por um

contêiner, com cobrança induvidosa e qualificadora de todos os serviços

MULTIMODAIS na expressão de diferentes THC, ou, simplesmente,

dentro de uma operação que reúna ao menos dois MODAIS, digamos, o

marítimo e o portuário na deslocação de cargas por ascensão e

descensão, ainda que não tenha acontecido o deslocamento rodoviário ou

ferroviário;

➢ É MULTIMODAL o sistema de transporte quando nele intervém o agente

conhecido por NVOCC (NON VESSEL OPERATING COMMON

CARRIER), vertente de operador desprovido de navio e de contêiner,

trabalhando apenas com a documentação logística da movimentação,

especialmente no transporte compartilhado;

MULTIMODAL

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➢ É MULTIMODAL o sistema de transporte ainda que haja declaração de remessa e

recebimento porto a porto, expediente empregado não raramente para burlar a

exigência do ICMS quando a carga sai do navio para rodar nas estradas ou nas

ferrovias brasileiras. A burla não elimina os serviços portuários de carregamento e

descarregamento.

➢ É MULTIMODAL o sistema de transporte quando a carga se desloca através das

companhias marítimas atuantes no Brasil, isso na medida em que, operando em

mar e no cais do porto são todas elas obrigadas por lei a manter registro na ANTT

(Agência Nacional de Transportes Terrestres);

➢ Sela, enfim, o sistema MULTIMODAL de deslocamento de cargas quando é

executado, como acontece em toda movimentação de mercadorias por contêiner,

“sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte”, conhecido nos

portos por OTM (Operador de Transporte Multimodal).

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É ânuo o lapso prescricional para dirimir conflitos decorrentes dos

transportes multimodais, assim considerados os contratos que incluam os

serviços portuários de carregamento e descarregamento (Lei Federal n.

9.611/98, artigos 2º, 3º e 22).

CONCLUSÃO

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OBRIGADO!

FUNÇÕES ATUAIS

Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Assessor de Relações Institucionais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;

Membro fundador do Jurisul – Instituto Interamericano de Estudos Jurídicos sobre o Mercosul.

Membro fundador da “Escuela de Derecho Comunitario Del Mercosur”, com sede no Uruguai.

FUNÇÕES ANTERIORES

Ex-Diretor Cultural da Academia Paulista de Magistrados.

Ex-Diretor do Departamento cultural da Academia Paulista de Magistrados.

Ex-representante judiciário dos países do Mercosul (argentina, brasil, paraguai e uruguai) nos

eventos de integração com os países integrantes do Mercado Comum Europeu.

Ex-representante do Judiciário Paulista nos acordos internacionais celebrados com o judiciário

Francês.

Ex-participante do Judiciário Paulista na Comissão que celebrou acordo internacional de

cooperação com o Conselho Superior da Magistratura Italiano.

Luiz Roberto Sabbato.

Desembargador da 17ª Câmara de Direito Privado.

e-mail: [email protected]