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Primeira epístola aos Tessalonicenses por Simão P. S. Santos ([email protected]) Estudo Bíblico

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Primeira epístola aos

Tessalonicenses

por Simão P. S. Santos ([email protected])

Estudo

Bíblico

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Estudo Bíblico | Primeira epístola aos Tessalonicenses

Secção I – Introdução

Introdução à epístola aos Tessalonicenses, de onde se salienta:

A posição da cidade de Tessalónica no mundo (hoje e no tempo bíblico):

o Tessalónica era nos tempos de Paulo uma proeminente cidade da Macedónia;

o Actualmente chama-se Salónica e faz parte do norte da Grécia.

As circunstâncias que levaram o apóstolo Paulo à cidade de Tessalónica:

o O pedido de ajuda;

o A pregação audaz em Tessalónica apesar do tratamento violento recebido na

última cidade visitada (Filipos);

O estabelecimento da Igreja em Tessalónica:

o Uma igreja maioritariamente de gentios;

o Uma igreja nutrida fisicamente por Paulo durante pouco mais de três semanas;

o Uma igreja fundada com profunda oposição, perseguição e sofrimento;

o Uma igreja modelo.

A carta aos tessalonicenses:

o Fruto do impedimento de várias visitas presenciais;

o Possivelmente a (uma das) primeira carta enviada por Paulo;

o Possivelmente escrita a partir de Corinto;

o Escrita como resposta às notícias trazidas por Timóteo;

o Vulgarmente chamadas (1 e 2 Ts.) “cartas da bem-aventurada esperança”;

o Distingue a anterior esperança dos judeus que aguardavam o Messias para

reinar depois da Grande Tribulação e a actual esperança dos que aguardamos a

bem-aventurada esperança do Arrebatamento do Corpo de Cristo;

Versículo Chave: "Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente

com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o

Senhor.“ I Tess. 4:17

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Estudo Bíblico | Primeira epístola aos Tessalonicenses

Secção II – 1 Tess. 1:1-9

Análise dos primeiros nove versículos do primeiro capítulo de onde se salienta:

A postura dos crentes em Tessalónica (tal como a dos crentes em Filipos) é digna de

louvor e de acção de graças por parte do Apóstolo Paulo

o Três características elogiadas por Paulo:

Obra da fé;

Trabalho do amor;

Paciência da esperança.

o Pela sequência dos versículos, pode deduzir-se uma relação de causa-efeito:

As três características anteriores comprovam que a sua

salvação/eleição era de Deus/genuína e não uma fraude (1 Tess. 1:4);

A mensagem de Paulo (1 Tess. 1:5)

o Uma mensagem sem milagres ou sinais sobrenaturais;

o Uma mensagem chamada “meu evangelho” ou “nosso evangelho”,

distinguindo-se, por exemplo, do evangelho anunciado pelos apóstolos;

o Uma mensagem com poder:

Poder de Deus;

Poder do testemunho;

Por sete vezes (nos primeiros 2 capítulos) Paulo salienta que os

crentes tessalonicenses comprovaram o poder da sua

mensagem e do seu bom testemunho:

o “como bem sabeis”, “como sabeis”, “bem vos

lembrais”, etc.

Imitadores de Paulo e imitadores de Deus

o Além de Cristo, ninguém na escritura fala nos termos “se meus imitadores”

como Paulo;

o Actos 20:24 Os crentes da graça foram confiados a Paulo, daí a necessidade de

sermos seus imitadores;

Recebendo a Palavra, com oposição e mesmo assim, sendo um exemplo para o mundo

(1 Tess. 1:5-7)

o A perseguição não destruiu a alegria da salvação, mas em vez disso, ajudou a

produzi-la;

o Os tessalonicenses tornaram-se exemplares por voltarem as costas aos ídolos:

A adopção do cristianismo por Constantino no século 4 (312 d.C.), deu

lugar a Cristo como um ídolo melhor que os ídolos dos romanos.

Portanto, desvirtua totalmente a fé em Cristo;

Cristo não é um melhor ídolo, mas o único Deus e voltar-se para Cristo

obriga a virar as costas aos ídolos.

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Secção III – 1 Tess. 1:9-10(

Sessão que versa sobre a grande distinção bíblica: Profecia/Mistério. Distingue-se a anterior

esperança dos crentes judeus (a vinda de Cristo para reinar) da actual esperança dos crentes da

Igreja Corpo de Cristo (a vinda de Cristo para arrebatar a Igreja).

1 Tess. 1:10 – Possivelmente a primeira referência ao arrebatamento;

o O Arrebatamento deve sem entendido como parte integrante e exclusiva da

mensagem única que Paulo foi enviado e responsabilizado a anunciar (I Cor.

15:51-52; Cf. I Tess. 4:16-18);

Arrebatamento anterior à Grande Tribulação: “Jesus, que nos livra da ira futura”

o Nota importantíssima: aceitar algumas passagens dos quatro evangelhos (p. ex.

Mateus 24:29-31) como referente à vinda de Cristo para arrebatar a Igreja,

obriga a aceitar que o arrebatamento é posterior à Grande tribulação. Isso é

um erro gravíssimo!

Esquema panorâmico: a importância de considerar a Dispensação da Graça de Deus

como única e não profetizada – um mistério oculto desde a fundação do mundo e até à

sua revelação ao apóstolo da Graça: Paulo

A má divisão da Escritura fomentará a ideia errada que a Igreja sofrerá a Grande

tribulação.

Só com esta divisão o Arrebatamento será o motivo de ânimo e alegria referido por

Paulo:

o Jesus, que nos livra da ira futura.“ (1:10)

o "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.“ (4:18)

o "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por

nosso Senhor Jesus Cristo, Que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer

durmamos, vivamos juntamente com ele. Por isso exortai-vos uns aos outros, e

edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.“ (5:9-11)

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Secção IV – 1 Tess. 2:1-13

Após um capítulo em que a Igreja em Tessalónica é profundamente elogiada a apresentada

como Igreja-Modelo, abre-se o segundo capítulo da epístola com a apresentação de Paulo como

homem-Modelo. É também descrita a forma como os crentes de Tessalónica receberam a

Palavra de Deus e se converteram a Deus.

Saliente-se que, mais do que qualquer auto-elogio, acima de tudo, o apóstolo escreve por

inspiração divina.

I Tess. 1: uma Igreja modelo;

I Tess. 2: um homem modelo:

o Modelo na audácia (I Tess. 2:2 “audácia”):

Não que fosse naturalmente audaz/valente, mas "No demais, irmãos

meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.“ Efésios 6:10

Apesar do tratamento violentíssimo em Filipos. "E disse-me: A minha

graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa

vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim

habite o poder de Cristo.” II Coríntios 12:9

o Modelo na fidelidade (I Tess. 2:3-4 “confiado”)

Homem fiel no ensino do evangelho da Graça que Deus lhe confiara;

Conferir Gál. 1:10 e II Cor. 4:1-2

o Modelo na sinceridade (I Tess. 2:5-6)

Sem palavras lisonjeiras, sem avareza e sem desejo de glória;

Ser reconhecido nunca foi um objectivo de Paulo; aliás, ele deixou de o

ser para servir a Cristo!

o Modelo na simpatia (I Tess. 2:7-11 “brando”, “ama”, “pai”)

Paulo assumiu o papel de mãe e de pai dos Tessalonicenses.

A conversão dos Tessalonicenses:

o Paulo agradece a Deus a salvação daquela igreja (1Tess. 2:13);

A Salvação é de grande preço e de grande valor:

Heb. 2:10,13; Prov. 11:30; Dan. 12:3;

o A salvação aconteceu porque a pregação de Paulo foi recebida como Palavra de

Deus (1Tess. 2:13)

É frequente rejeitar um conselho, porque se rejeita o portador do

conselho; esta postura é compreensível, mas quando o conselho vem

de Deus, qualquer portador deve ser ouvido:

"Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis,

observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade

com as suas obras, porque dizem e não fazem;“ Mateus 23:3

"Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda

a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me

regozijo, e me regozijarei ainda.“ Filipenses 1:18

A Palavra de Deus e não o pregador tem poder. Deve ser recebida

como de Deus, qualquer que seja o suporte.

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Secção V – 1 Tess. 2:14-20

Apresentam-se os dois assuntos que compõem a segunda parte do capítulo 2 de I

Tessalonicenses: elogio da coragem da igreja que enfrentava perseguição e desejo do apóstolo

em voltar a visitar a igreja.

Imitadores de Paulo sofrendo perseguição (I Tess. 2:14-16)

o Perseguição infligida pelos seus conterrâneos (pagãos);

o Perseguição infligida pelos judeus;

Um exemplo/lição de grande valor em Pafos (Chipre):

o Actos 13:1-13

Apresenta o caso de um homem judeu (Elimas) que resistiu e moveu

uma grande oposição ao apóstolo Paulo quando este tentou esclarecer

um procônsul romano (Sérgio Paulo) quanto à salvação;

O judeu Elimas, que era próximo do procônsul, não só não o levou a

Deus como impedia que Paulo o fizesse;

O judeu Elimas foi repreendido e cego temporariamente;

Uma grande parábola, em pequena escala do aconteceria brevemente

em grande escala:

Os judeus não fizeram o seu papel de serem uma fonte de

bênção para a restante humanidade. Por isso, foram

momentaneamente cegos e o Evangelho de Graça de Deus é

agora anunciado a todos sem excepção (Romanos 10:12-13).

Paulo ansioso por voltar a Tessalónica (I Tess. 2: 17-20)

o Vontade motivada por:

Despedida apressada (Actos 17:10)

Conhecimento das aflições e perseguições;

Talvez algum desejo (humano) de terminar o que iniciara;

o Paulo foi impedido de voltar; mas esse impedimento era sadio:

II Tess. 1:3-4

A igreja era um exemplo em tudo, até na forma como crescia

no meio das aflições.

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Secção VI – 1 Tess. 3:1-13

Nesta 6.ª secção estuda-se como o apóstolo Paulo reagiu perante uma grande encruzilhada: é

conhecido o seu desejo intenso de voltar à cidade de Tessalónica, mas surgiu uma oportunidade

na capital grega, Atenas. O que fez Paulo? Tomou a decisão adulta, madura, mas também

sacrificial de avançar para Atenas, deixando o seu sonho entregue a Timóteo.

Paulo abdica do seu desejo de voltar a Tessalónica (I Tess. 1:1-2), apesar da grande

vontade de o concretizar (2:17);

A missão de Paulo em Atenas é descrita com algum pormenor em Actos 17:

o Atenas, cidade grandiosa, mas também idólatra, supersticiosa e pagã (Actos

17:16-18);

Não obstante, possuía uma sinagoga judaica (que não cumpria o seu

papel. Comparar com Romanos 2:24)

O dia-a-dia de Paulo em Atenas: Paulo pregou na sinagoga aos judeus

(Actos 17:3), mas também nas praças e lugares públicos aos gentios

(17:18-23);

o Atenas revelou-se pouco receptiva à Palavra de Deus (Actos 17:32-34)

Nos tempos de Nero, Plínio escreveu que Atenas possuía mais de 3000

ídolos públicos (fora os particulares);

Petrónio refere (humoristicamente) que “ é mais fácil encontrar um

Deus em Atenas do que um homem”.

Contraste Atenas / Tessalónica:

o Em Atenas Paulo pregava, argumentava com algum à vontade, mas as pessoas

zombavam e contra-argumentavam. Grande dificuldade, mas grande

oportunidade.

o Em Tessalónica, onde estava Timóteo, vivia-se perseguição, mas firmeza e

amor.

O carácter de Timóteo:

“Bom soldado de Jesus Cristo” (II Tim. 2:3); “Nosso irmão”; “ministro de

Deus”; “Cooperador no evangelho” (3:2); “para confortar” (do grego:

estabelecer)

o Timóteo trouxe ânimo, força e coragem para Paulo:

Os heróis/lutadores/anciãos também precisam!

Paulo termina deixando a porta aberta para a tão desejada visita (3:10) para suprir o

que falta à fé daquela igreja.

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Secção VII – 1 Tess. 4:1-12

Secção em que Paulo, de uma forma prática, mas bastante directa conceitos que dizem respeito

à vida de santificação que deve caracterizar os membros do Corpo de Cristo. Fala-se da pureza

moral, do amor fraternal, mas também da postura no emprego.

É possível apercebermo-nos de uma sequência recorrente nesta epístola. Essa

sequência é: Fé, Amor, Esperança.

o É bastante patente em versículos individuais (p. ex. 1 Tess. 1:3);

o É visível, também numa visão macro/de capítulos:

Fé: capítulos 1 a 3;

Amor: capítulo 4 (1.ª parte);

Esperança capítulos 4 (2.ª parte) e 5;

o Daqui depreende-se uma primeira lição bem séria:

O amor a Deus implica santificação.

Santificação:

o O seu significado na língua original significa, não apenas separado, mas

separado para ser consagrado a Deus;

o "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da

prostituição;" (I Tess. 4:3)

Note-se que o desejo principal é santificação; a abstinência de pecados

sexuais é uma consequência da primeira;

Pureza moral:

o Uma característica da nova vida em Cristo, por oposição aos que não conhecem

a Deus (4:5);

o Associada ao engano: os pecados da impureza e do engano não se separam;

o O desejo de pureza é divino e não imposição de algum líder (4:7-8);

Amor fraternal:

o Os Tessalonicenses são alvo de elogia nesta matéria, mas ao elogio segue-se a

exortação de que podem ser ainda melhores (4:9-10);

o Para cada coisa boa, Deus agrada-se, mas mostra sempre que tem para sempre

algo ainda melhor;

Exortação ao trabalho:

o A iminência do Arrebatamento teria levado alguns crentes a descurar os seus

empregos;

o Paulo incentiva o trabalho e enumera os seus benefícios (4:11-12):

Sustento;

Honestidade;

Justiça;

Bom testemunho.

o Apesar da esperança do iminente arrebatamento a fé não deve ser cega, mas

bem racional.

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Secção VIII – 1 Tess. 4:13-18 – O Arrebatamento (parte 1)

Nesta secção, bem como na seguinte, aborda-se (possivelmente) O GRANDE ASSUNTO DESTA CARTA:

o ARREBATAMENTO DA IGREJA.

Chama-se a atenção para os argumentos, já apontados na secção III, que revelam a

exclusividade atribuída a Paulo para abordar esta matéria, tão importante e a grande esperança

da Igreja Corpo de Cristo.

Com isto, pretende revelar-se que neste assunto, menos é mais: Reduzir o estudo da vinda e

Cristo para arrebatar a sua igreja às cartas de Paulo, excluindo assim passagens como Mateus 24

(e paralelas) - que tratam da vinda de Cristo não aos ares, mas à terra para reinar – traduz-se

na prática em mais conhecimentos, mais riqueza e cumpre o grande o objectivo do

Arrebatamento: mais esperança e mais consolo (4:18).

4:13 – Um assunto acerca do qual Paulo pede conhecimento e não ignorância;

o De acordo com 3:10, Paulo escrevia para suprir o que faltava à sua fé;

o Assunto apresentado aos Coríntios em I Cor. 15:51-52;

Arrebatamento: tesouro perdido;

o Ensino pregado ousadamente por Paulo, mas perdido nos séculos:

o Ensino recuperado na viragem do séc. XIX para o séc. XX por homens como

Darby, Scofield e Ironside;

Não era ainda visto como o fim da Dispensação da Graça;

Era ainda confundido com a vinda de Cristo para reinar;

Por esta razão não era visto como antecessor da Grande

Tribulação;

“Acerca dos que já dormem”

o Expressão que claramente fala da morte do corpo e nunca da dormência da

alma:

Daniel 12:2; Mateus 27:52; etc.

A alma, separada do corpo, junta-se imediatamente a Deus (II Cor. 5:8);

A realidade do Arrebatamento:

o 4:14 “Se cremos” na ressurreição, não deve ser difícil crer no arrebatamento;

A maior parte do plano de Deus já foi executada; deveremos duvidar do

que ainda falta?

o O arrebatamento é a resposta a:

“Se Deus existe, por que não intervém?”

“Se Deus é bom, por que não tem um plano melhor para este planeta?”

A conotação bélica (de guerra) do arrebatamento:

o “Arcanjo”: o único arcanjo referido na Bíblia (Miguel) é apresentado como líder

dos exércitos de Deus;

o “Alarido e trombeta”: sempre que surgem juntos num versículo o contexto é de

guerra (aconselha-se ao leitor a pesquisa desta curiosidade);

o “Nuvens”: termo alusivo a conjunto de anjos;

o O significado de “arrebatar” (dicionário Priberan):

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1. Tirar para si com violência; 2. Privar de, roubar. 3. Levar à força e

com violência. 4. Arrancar (alguma coisa) com violência (das mãos de

outrem);

o Satanás é apresentado em Efésios 2:2 e 6:12 como “senhor dos ares”, local

para onde seremos arrebatados;

Uma primeira grande conclusão:

ARREBATAMENTO: resgate da Igreja de Deus em simultâneo com a sua declaração de guerra ao

mundo impenitente. Como faz (inteligentemente) qualquer país, antes da declaração de guerra

recolhem-se os embaixadores (II Cor. 5:12; 8:23)

Secção IX – 1 Tess. 4:13-18 – O Arrebatamento (parte 2)

Continuação do grande assunto da secção anterior: o Arrebatamento da Igreja. Nesta 9.ª sessão

apresenta-se a importante associação entre o Arrebatamento e o Tribunal de Cristo, momento

emblemático em que as obras dos crentes serão pesadas e as recompensas atribuídas.

Abordam-se ainda algumas especificidades e detalhes relativos ao Arrebatamento. Que grande

esperança: o sonho de uma vida!

O Tribunal de Cristo associado ao arrebatamento:

o II Coríntios 5:8-10 indicia que o Tribunal de Cristo será (imediatamente)

posterior ao Arrebatamento;

O teor do Tribunal de Cristo:

o Não para julgamento (Romanos 8:1);

o Para que cada um receba a sua recompensa (II Cor. 5:10);

o Para que cada um dê conta de si (Rom. 14:12);

o “Tribunal” é tradução da palavra grega bema que significa degrau, pódio, posto

ou trono;

Diferente de Rom. 14:10 “Mas tu que julgas o teu irmão” que deriva

(do grego) de krino que significa julgar, justiça penal, judiciar;

Um tribunal para:

o Avaliação do serviço (I Cor. 3:10-15), em particular no diz respeito à doutrina e

ensino;

o Avaliação da conduta (II Cor. 5:10);

Especificidades / detalhes do arrebatamento:

o Recebidos pelo Próprio Senhor

Um Senhor "Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e

domínio, e de todo o nome que se nomeia (…)“ (Efésios 1:21)

Ele mesmo descerá ao nosso encontro! (4:16)

Uma visão única: "Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não

outros o contemplarão; (…)“ Jó 19:27

o “Arrebatados juntamente” (4:17):

O Corpo de Cristo completo pela primeira vez; Sem distâncias

temporais geográficas, doutrinais, relacionais;

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o Haverá nos crentes uma grandiosa transformação:

Os crentes mortos ressuscitarão (4:16);

Os crentes vivos serão transformados (4:17, I Cor. 15:51)

Uma transformação grandiosa: I Cor. 15:53, Filip. 3:21

o “transformados” do grego allaso, significa

transformação instantânea e completa;

o Opõe-se ao termo “transformados” (II Cor. 3:18), do

grego metamorphoomai, que significa mudança

gradual.

o Acontecerá subitamente;

o É iminente:

O conselho de Deus quanto ao Arrebatamento não é olhar para sinais

como guerras, fomes, etc, mas sim, ESPERÁ-LO.

"E esperar dos céus a seu Filho, (…)“ (1:10);

“(…) esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo,“ I

Cor. 1:7;

“(…) esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,“ Fil. 3:20;

Secção X – 1 Tess. 5:1-11 – O dia do Senhor

Fechado o assunto Arrebatamento da Igreja, Paulo avança para um novo capítulo iniciando-o

com a palavra mais frequentemente usada para fazer uma distinção: “MAS”; neste novo

capítulo, o autor desenvolve um tema recorrente no Antigo Testamento, mas também nos

Evangelhos – o Dia do Senhor, o dia da ira – a Grande Tribulação.

O dia do Arrebatamento é iminente, mas o dia do Senhor é repentino e inesperado. Convém

salientar que “iminente” é diferente de “repentino e inesperado”. O primeiro deve ser esperado

e amado, podendo dar-se a qualquer instante, sem qualquer condição prévia; o segundo sendo

posterior ao primeiro está dependente de condições prévias: o Arrebatamento da Igreja.

5:1 – “Mas”: Uma grande separação entre dois grandes assuntos: o dia de Cristo

(Arrebatamento) e o dia do Senhor (Grande Tribulação);

o Evidências de separação de assuntos:

A expressão “Mas”;

No cap. 4 tratou-se de mistérios e dúvidas, enquanto que no cap. 5 se

tratam assuntos bem conhecidos e que não necessitavam de quaisquer

esclarecimentos;

O Dia do Senhor:

o Referente à Grande Tribulação;

o Profetizado dezenas de vezes (ex. Isa. 13:6-9; Jer. 46:10; Joel 2:1; Amós 5:18);

o Descrito por Jesus (Mateus 24; Marcos 13:1-37; Lucas 21:5-36);

o Descrito por Paulo (1 Tess. 5:1-11; 2 Tess. 2);

Características do Dia do Senhor:

o Alguma paz inicial fruto do engano do antiCristo (5:2);

o Repentina a inesperada tribulação como nunca antes houve;

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o Associado a trevas (5:4)

o Linguagem com conotação profética / do reino

“ladrão de noite”;

“tempos e estações”;

“dia do Senhor”;

“dores de parto” (Isa. 13:8; Mat. 24:8)

A mensagem de Paulo aos crentes da Igreja Corpo de Cristo:

o Este dia não surpreenderá/atingirá a Igreja (5:4);

Somos filhos da luz, não das trevas;

o A esperança da salvação [da ira] deve ser mantida (5:8)

“Salvação”, i.e. A sua vinda para arrebatar a Igreja;

o Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação (5:9);

“Salvação”, i.e. A sua vinda para arrebatar a Igreja;

o A salvação da ira (i.e. da Grande Tribulação) é motivo de exortação, edificação e

consolo (5:11)

Grandes diferenças:

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Secção XI – 1 Tess. 5:12- 28– Conselhos práticos e directos

Quanta sabedoria é menosprezada pela falta de bom exemplo, conduta exemplar e testemunho

imaculado de quem a transmite…

Depois da revelação de matérias bastante profundas e de ensino valioso e consolador, Paulo

termina a carta com exortações práticas.

Não quererá deixar os leitores de sobreaviso para o facto de uma conduta inferior poder

destruir o impacto do assunto único e grandioso das Cartas da Bem-aventurada Esperança?

Quanto aos guias espirituais:

o São dignos de reconhecimento:

“reconhecer” do grego eido, significa: prestar atenção, examinar,

aceitar como “acima de vós”;

o Foi Deus quem os deu;

o São os que têm a “coragem” de admoestar (12);

o São dignos de grande estima e amor:

o São dignos de duplicada honra: I Tim. 5:17

o Contrariamente ao que vemos à nossa volta, os relacionamentos com os líderes

devem ser motivo de paz:

“Quanto poderíamos realizar se não nos importássemos com quem

ganha o crédito.”

Quanto aos relacionamentos em geral:

o Reconhecer os que estão acima, sendo pacientes e gentis com os que estão

abaixo;

Admoestar os desordeiros, consolar os de pouco ânimo, Sustentar os

fracos, ser pacientes com todos;

o A ninguém dar mal por mal:

Três conselhos permanentes/sem excepções:

o Regozijai-vos sempre;

o Orai sem cessar;

o Em tudo dai graças;

Santificação completa:

o Fugir do mal;

o Abstinência da aparência do mal;

o Irrepreensibilidade do espírito, alma e corpo;

Horizonte: a vinda de Cristo para arrebatar a sua Igreja;

Saudações:

o Mais do que ênfase no “ósculo”, ênfase na saudação e o no seu calor.

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Estudo Bíblico | Primeira epístola aos Tessalonicenses

Comentário Final

Onze semanas de estudo bíblico terminaram…

Agradeço sinceramente a atenção dos ouvintes e leitores e todos devemos estar gratos a Deus

que nos reservou tão grande e bem-aventurada esperança, de sermos arrancados deste mundo

perdido para a sua gloriosa presença.

Finalizo recordando as palavras de Paulo "Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a

todos os santos irmãos." (I Tessalonicenses 5:27)

Os assuntos desta epístola são da maior importância e quanto pecaríamos ao rejeitar a

instrução de Paulo (de Deus) de que as matérias desta carta fossem lidas (do conhecimento) de

todos os crentes.

Um último conselho:

Caro leitor, pare por momentos os projectos, ideias ou acções mesmo que bem

fundamentadas e nobres e dedique-se a conhecer o que Deus quer que conheça

- "Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos irmãos."

"A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém."

(I Tessalonicenses 5:28)

Simão P. S. Santos

([email protected])