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1 RAQUEL AZEVEDO DA SILVA PREVALÊNCIA DE DORES RELACIONADAS À DISFUNÇÃO TEMPORO- MANDIBULAR E DOR OROFACIAL EM ESTUDANTES DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E NUTRIÇÃO DA UFPR CURITIBA 2012

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RAQUEL AZEVEDO DA SILVA

PREVALÊNCIA DE DORES RELACIONADAS À DISFUNÇÃO TEMPORO-

MANDIBULAR E DOR OROFACIAL EM ESTUDANTES DE FARMÁCIA,

ODONTOLOGIA E NUTRIÇÃO DA UFPR

CURITIBA

2012

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RAQUEL AZEVEDO DA SILVA

PREVALÊNCIA DE DORES RELACIONADAS À DISFUNÇÃO TEMPORO-

MANDIBULAR E DOR OROFACIAL EM ESTUDANTES DE FARMÁCIA,

ODONTOLOGIA E NUTRIÇÃO DA UFPR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Odontologia da Universidade Federal do Paraná como requisito à obtenção do título de Cirurgião Dentista. Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Afonso Cunali.

.

CURITIBA

2012

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa teve o objetivo de avaliar a prevalência de sinais

e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM) em estudantes universitários dos

cursos de odontologia, farmácia e nutrição da UFPR, utilizando o questionário de

triagem para DTM da Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP). Foram avaliados

360 universitários entre 17 e 28 anos. Os resultados mostraram que 44,17% dos sujeitos

apresentaram algum sintoma de DTM. Houve maior prevalência de sintomas no gênero

feminino. Sinais e sintomas tais como dificuldade ou dor para abrir a boca e mastigar,

ruídos nas articulações, cansaço na região mandibular e dor nas têmporas e bochechas

apresentaram íntima relação entre si. A análise estatística dos dados obtidos permitiu

identificar significante presença de sinais e sintomas de DTM nesta população

universitária da UFPR.

Palavras-chave: DTM. Sinais e sintomas. Prevalência. Estudantes universitários.

ABSTRACT

This research aimed at evaluating the prevalence of signs and symptoms of

temporomandibular disorders (TMD) in students on university courses in dentistry,

pharmacy and nutrition at UFPR. The screening questionnaire for TMD American

Academy of Orofacial Pain (AAOP) was used. Were evaluated 360 university students

age between 17-28 years. Results showed that 44.17% of subjects had some degree of

TMD. Prevailed symptoms more frequent in females. Signs and symptoms such as pain

or difficulty when opening the mouth and chewing, joint noises, tired jaw and pain in

the temples and cheeks were intimately interrelated. Data statistical analysis identified

significant presence of signs and symptoms of TMD in university population from

UFPR.

Key Words: TMD. Signs and symptoms. Prevalence. University students.

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1. INTRODUÇÃO

A disfunção temporomandibular tem desempenhado relevante papel na

odontologia nas últimas décadas. Verifica-se um número de pacientes bastante

significativo em contraste com a pequena quantidade de informações disponíveis sobre

o assunto, sugerindo a necessidade de desenvolvimento de estudos sobre o assunto

visando aprimorar o tratamento.

Historicamente, o responsável pelo início dos estudos nesta área foi

Costen, um otorrinolaringologista, que descreveu uma série de sintomas como

problemas auditivos, zumbido, dor ao redor dos ouvidos e vertigens, conhecida como

síndrome de Costen. A partir de seus trabalhos, várias nomenclaturas foram sugeridas

de acordo com as várias teorias etiológicas. Recentemente, o termo Disfunção

Temporomandibular (DTM) tem sido aceito.

A queixa principal da DTM é a dor na face, qualificada como uma

experiência desagradável, capaz de alterar seriamente a vida e o comportamento das

pessoas. Muitas vezes a dor está associada à função mandibular, principalmente à

mastigação.

A DTM é caracterizada como um conjunto de sinais e sintomas, dentre os

quais estão dores nas articulações temporomandibulares (ATM) e na área preauricular

e/ou musculatura da mastigação, limitação nos movimentos mandibulares de extensão,

ruídos auriculares durante a função mandibular além de dor eliciada por palpação

(DWORKIN et al. 1990).

Entender a etiologia das DTM não é uma tarefa fácil. Tanto os fatores

centrais como os periféricos parecem importantes, juntamente com os fatores

morfofuncionais e psicológicos envolvidos como causas multifatoriais (SOLBERG;

CLARK; RUGH,1975).

CONTI et al. (1996), avaliaram a prevalência e a necessidade de

tratamento da DTM em estudantes universitários brasileiros. O teste x-quadrado foi

aplicado para comparar os dados clínicos e oclusais com a presença e a severidade da

DTM. De acordo com os resultados obtidos, os autores relataram que 0,65% dos

estudantes apresentavam sintomas severos de DTM, enquanto 5,81% sintomas

moderados e 34,8% sintomas leves. Prevaleceu à presença de sintomas mais freqüentes

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no gênero feminino e os relatos de tensão emocional e hábitos bucais deletérios

demonstraram associação com a DTM.

Em 2001 Ciancaglini e Radaelli observaram a relação do bruxismo com a

dor craniofacial e sintomas do sistema mastigatório de 483 indivíduos adultos, com

idade entre 18 e 75 anos, selecionados em Segrate, na Itália. Destes foram coletados

dados através de questionário envolvendo questões sobre condições bucais, ocorrência

de sintomas de distúrbios mastigatórios, dor craniofacial e dor cervical. Foi relatado

bruxismo por 152 indivíduos (31,5%), sendo a prevalência ligeiramente maior nas

mulheres do que nos homens. Dentre os 161 indivíduos que sentiam dor craniofacial,

106 (65,8%) relataram cefaléia, 75 (46,6%) dor na ATM e 16 (9,9%) dor em outras

áreas da face. Encontrou-se uma associação significativa entre bruxismo e dor

craniofacial, dificuldade de fechar a boca, dificuldade de abertura ampla da boca, ruídos

na ATM, dor durante os movimentos mandibulares e sensação de rigidez ou fadiga. A

conclusão foi que de acordo com os resultados obtidos, na população adulta, há uma

complexa associação entre bruxismo, dor craniofacial e sintomas de distúrbios

mastigatórios.

OBJETIVO

Este trabalho de pesquisa teve o objetivo de avaliar a prevalência de sinais

e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM) em estudantes universitários.

Também saber em qual sexo há maior prevalência de DTM.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Aprovação do projeto de pesquisa e termo de consentimento

Neste trabalho foi utilizado como modelo o termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE) preconizado pela Comissão de Ética para Análise de Projeto de

Pesquisa da Universidade Federal do Paraná, e o projeto foi aprovado pelo Comitê de

Ética da UFPR- Registro CEP/SD 1241.166.11.10, CAAE: 0156.0.091.000-11. Todos

os participantes que aceitaram fazer parte desta pesquisa assinaram o TCLE (Anexo 2),

conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde- Brasil.

2.2. Local

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Os questionários foram aplicados nas salas de aula da Universidade

Federal do Paraná (UFPR), no campus do Jardim Botânico, no prédio de Ciências da

Saúde.

2.3. Critério de Inclusão

O critério de inclusão da amostra foi ser estudante dos cursos de farmácia

ou odontologia ou nutrição da UFPR.

2.4. Critérios de Exclusão

Alunos com idade muito discrepante da amostra desejada.

2.5. Amostra

O presente estudo foi realizado com 360 alunos, sendo 120 de cada curso.

Com idades variando de 17 a 28 anos, de ambos os gêneros. (tabela 3.1)

2.6. Instrumentos de Avaliação

2.6.1. Questionário

Os alunos voluntários responderam a um questionário padronizado pela

Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP), contendo 10 questões próprias para

avaliar a sintomatologia da DTM (Anexo 1).

2.6.2 Escala Visual Analógica

Para avaliar a intensidade dos sintomas foi utilizada uma escala visual

analógica, com associação numérica de 0 a 10, encontrada no final do questionário

(Anexo 1).

Os resultados da análise da escala foram representados nos gráficos da

seguinte maneira: 0 (zero) significa ausência de dor; 1 e 2 demonstram dor leve; 3 a 7

dor moderada e 8 a 10 significa dor intensa (Agne, 2008).

2.7. Análise Estatística

Para análise dos dados obtidos por meio do questionário foi utilizado o

teste do Welch Two Sample t-test com o objetivo de avaliar a presença e/ou severidade

de DTM.

Para o estudo de correlações para testar a existência e quantificar a

associação entre variáveis foram utilizados os coeficientes de correlação de Pearson e de

Fisher, de acordo com a natureza das variáveis em estudo. Para correlações relacionadas

com a idade foi utilizado o teste de Turkey.

Em todos os testes estatísticos foi adotado um p-valor de 0,05 (5%).

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3. RESULTADOS

3.1 Resultados Descritivos

3.1.1 Dados relacionados à idade

A amostra total é composta por 360 indivíduos. A média de idade foi de

20,47 anos, sendo a idade mínima de 17 e a máxima de 28 anos.

Referentes ao gênero constituíram a amostra 67 homens (18,6%) e 293

mulheres (81,3%).

TABELA 3.1.- IDADE MÉDIA DOS UNIVERSITÁRIOS PESQUISADOS

Sexo Qtde Mín. Idade Máx. Idade

Média de

idade

Desvio Padrão de

idade

Feminino 293 17 28 20.29 1.93

Masculino 67 17 27 21.25 2.38

Total 360 17 28 20.47 2.05

FONTE: O autor (2012)

NOTA: A idade média é de 20,47 com desvio padrão 2,05.

Feminino Masculino

18

20

22

24

26

28

sexo

idade

FIGURA 3.1

- IDADE MÉDIA ENTRE OS ESTUDANTES PESQUISADOS

FONTE: O autor (2012).

NOTA: A idade média é de 20,47.

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Não Sim

18

20

22

24

26

28

Ruídos

idade

FIGURA 3.2

- IDADE x RUÍDOS ARTICULARES

FONTE: O autor (2012).

NOTA: De acordo com o teste Two Sample t-test é possível verificar uma associação estatisticamente

significativa entre quem tem mais idade com a presença de ruídos articulares (p=0,001).

Não Sim

18

20

22

24

26

28

Apertamento

idade

FIGURA 3.3

- ASSOCIAÇÃO ENTRE IDADE E MANDÍBULA CANSADA, RÍGIDA OU

APERTADA

FONTE: O autor (2012).

NOTA: De acordo com o teste Two Sample t-test há evidências de que a idade média de quem tem

apertamento é maior de quem não tem, ou seja, há associação entre a idade e o apertamento (p=0,002).

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3.1.2 Resultados relacionados com a Escala Visual Analógica

Para quantificar a intensidade dos sintomas foi utilizada uma escala visual

analógica (EVA), com associação numérica de 0 a 10. Sendo 0 (zero) ausência de dor; 1

e 2 dor leve; 3 a 7 dor moderada e 8 a 10 significa dor intensa.

Feminino Masculino

02

46

8

sexo

EV

A

FIGURA 3.4

- PRESENÇA DE DOR RELACIONADA AOS GÊNEROS MASCULINO E

FEMININO.

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Fica constatada a maior prevalência de dor no sexo feminino (p= 0,00003) de acordo com o teste

Two Sample t-test.

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FIGURA 3.5

- MAIOR PREVALÊNCIA DE DOR NO SEXO FEMININO

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Há uma maior prevalência de dor no sexo feminino de acordo com o gráfico acima.

FIGURA 3.6

- RELAÇÃO ENTRE EVA E OS CURSOS DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E

NUTRIÇÃO

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Com p-valor: 0,02 há evidencias de que há diferença entre os cursos quanto a EVA médio, sendo

maior o relato de dor no curso de nutrição.

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Farmacia Nutrição Odonto

02

46

8

Curso

EVA

Figura 3.7

- EVA E OS CURSOS DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E NUTRIÇÃO

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Segundo o teste aplicado Two Sample t-test é possível verificar uma maior prevalência de dor no

curso de Nutrição.

Figura 3.8

- ASSOCIAÇÃO ENTRE EVA E RUÍDOS ARTICULARES

FONTE: O autor (2012).

NOTA: De acordo com o teste Two Sample t-test é possível verificar que há associação de dor com

ruídos articulares (p= 0.0001).

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3.1.3: Associação entre os sintomas de DTM presentes no questionário

Foi possível verificar associação entre vários sintomas abordados no

questionário. Iremos citar apenas os mais relevantes e com um p-valor mais

significativo.

TABELA 3.2 - RUÍDOS ARTICULARES x DIFICULDADE DOR OU AMBAS AO

ABRIR A BOCA OU BOCEJAR

% 4. Ruídos

1. Abertura bucal Sim Não Total geral

Sim 88.00% 12.00% 100.00%

Não 33.13% 66.87% 100.00%

Total geral 36.94% 63.06% 100.00%

Pearson’s Chi-squared test� p-value =0.00000004186

FONTE: O autor (2012).

NOTA: 88% dos alunos que afirmaram ter ruídos articulares também disseram sentir dificuldade, dor ou

ambas ao abrir a boca ou bocejar.

Figura 3.9

- RUÍDOS ARTICULARES x DIFICULDADE DOR OU AMBAS AO ABRIR A

BOCA OU BOCEJAR

FONTE: O autor (2012)

NOTA: 88% dos universitários disseram sim a ambos os sintomas de DTM.

TABELA 3.3 - DOR DE CABEÇA x DIFICULDADE, DOR OU AMBAS AO

MASTIGAR E FALAR

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% 7. Dor na face

3. Dor em função Sim Não Total geral

Sim 74.07% 25.93% 100.00%

Não 30.63% 69.37% 100.00%

Total geral 33.89% 66.11% 100.00%

Pearson's Chi-squared test� p-value =0.000004501

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Através do teste do x-quadrado de Pearson foi possível verificar que 74% dos estudantes que

relataram sentir dor de cabeça também apresentavam dificuldade, dor ou ambas ao mastigar e falar.

Figura 3.10

- DOR DE CABEÇA x DOR EM FUNÇÃO

FONTE: O autor (2012).

3.1.4: Prevalência de um ou mais sintomas de DTM .

TABELA 3.4. - PORCENTAGEM DE ALUNOS COM UM OU MAIS SINTOMAS

DE DTM.

Sintoma Qtde Percentual

Não 201 55.83%

Sim 159 44.17%

Total geral 360 100.00%

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Considerando os alunos que responderam sim a pelo menos um dos itens 1, 3, 5 e 7 do

questionário, cerca de 44,17% apresentaram algum grau de DTM.

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Figura 3.11

- ALUNOS COM UM OU MAIS SINTOMAS DE DTM.

FONTE: O autor (2012).

NOTA: É possível verificar que 44,17 afirmaram ter algum sintoma de DTM.

TABELA 3.5 - PRESENÇA DE RUÍDOS ARTICULARES NOS UNIVERSITÁRIOS

% 4. Ruídos articulares

1. Abertura bucal Sim Não Total geral

Sim 88.00% 12.00% 100.00%

Não 33.13% 66.87% 100.00%

Total geral 36.94% 63.06% 100.00%

FONTE: O autor (2012).

NOTA: De acordo com a tabela acima, referente aos ruídos, é possível verificar que 36,94% dos

universitários entrevistados afirmaram ter ruídos articulares.

TABELA 3.6 - DORES DE CABEÇA E DORES NO PESCOÇO

% 7. Dor na face

1. Abertura bucal Sim Não Total geral

Sim 48.00% 52.00% 100.00%

Não 32.84% 67.16% 100.00%

Total geral 33.89% 66.11% 100.00%

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Dos 360 alunos que responderam a pesquisa 33,89% relatam sentir dores de cabeça e dores no

pescoço.

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TABELA 3.7 - PORCENTAGEM DE ALUNOS QUE JÁ FIZERAM TRATAMENTO

PARA DTM

% 10. Tratamento

1. Abertura bucal Sim Não Total geral

Sim 40.00% 60.00% 100.00%

Não 5.07% 94.93% 100.00%

Total geral 7.50% 92.50% 100.00%

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Referente ao tratamento, de acordo com a tabela, 7, 5% dos entrevistados fez algum tipo de

tratamento para DTM recentemente.

TABELA 3.8 - MANDÍBULA CANSADA, RÍGIDA OU APERTADA

% 5.Apertamento

1. Abertura bucal Sim Não Total geral

Sim 76.00% 24.00% 100.00%

Não 16.72% 83.28% 100.00%

Total geral 20.83% 79.17% 100.00%

FONTE: O autor (2012).

NOTA: Conforme mostra a tabela, 20, 83% dos universitários disseram sentir sua mandíbula cansada,

rígida ou apertada.

TABELA 3.9 - DIFICULDADE DOR OU AMBAS AO ABRIR A BOCA

% 3. Dor em função

1. Abertura bucal Sim Não Total geral

Sim 56.00% 44.00% 100.00%

Não 3.88% 96.12% 100.00%

Total geral 7.50% 92.50% 100.00%

FONTE: O autor (2012).

NOTA: 56% dos universitários afirmaram ter dificuldade, dor ou ambas ao abrir a boca.

4. DISCUSSÃO

O questionário aplicado neste trabalho foi respondido de forma auto-

aplicável por todos os alunos, e os dados obtidos expressos em porcentagem.

Os resultados mostram, de acordo com a tabela 3.4.1, que 44,17% da

população universitária estudada nesta pesquisa relatou ao menos um sintoma de DTM.

Este resultado aproxima-se do verificado em outros estudos como o de Gonçalves et al.

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(2009) no qual observou-se que 37,5% da população apresentava ao menos um sintoma

de DTM . Entre os estudantes universitários estima-se que 41,3% a 68,6% apresentavam

algum sinal ou sintoma de DTM (CONTI et al., 1996; PEDRONI et al., 2003;

OLIVEIRA et al., 2008; BONJARDIM et al., 2009).

Estudos epidemiológicos demonstram que os sintomas subjetivos e sinais

clínicos de DTM podem atingir até 31% da população (NEKORA-AZAK et al., 2006) e

acometendo mais de 10 milhões de pessoas nos EUA (NATIONAL INSTITUTE OF

HEALTH, 1996).

Quando questionado aos estudantes quanto a dores orofaciais, 33,89%

relataram sentir dores de cabeça e dores no pescoço (Tabela 3.6). Em Segrate, na Itália

foram estudados 483 indivíduos adultos, dos quais 161 indivíduos que sofriam de dor

craniofacial, 106 indivíduos (65,8%) relataram cefaléia, 75 indivíduos (46,6%) dor na

ATM e 16 indivíduos (9,9%) dor em outras áreas da face. Também neste mesmo estudo

foi encontrada uma associação significativa entre bruxismo e dor craniofacial,

dificuldade de fechar a boca, dificuldade de abertura ampla da boca, ruídos na ATM,

dor durante os movimentos mandibulares e sensação de rigidez ou fadiga. Os

pesquisadores concluíram que de acordo com os resultados obtidos, na população

adulta, há uma complexa associação entre bruxismo, dor craniofacial e sintomas de

distúrbios mastigatórios (Ciancaglini e Radaelli, 2001).

De acordo com a tabela 3.5 é possível verificar que no presente estudo

cerca de 36,94% dos universitários entrevistados apresentam ruídos articulares. Outros

20, 83% também disseram sentir sua mandíbula cansada, rígida ou apertada. Sendo que

7,5% dos alunos fizeram recentemente algum tipo de tratamento para problemas na

articulação mandibular.

Dos 360 indivíduos que responderam a pesquisa 56% afirmaram ter

dificuldade, dor ou ambas ao abrir a boca (Tabela 3.9).

5. CONCLUSÃO

De acordo com a metodologia utilizada e os resultados obtidos, nos

permite concluir que:

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- Dos 360 universitários questionados, 44,17% apresentam algum grau de

DTM.

- Estatisticamente é possível verificar uma maior prevalência de dor no

sexo feminino.

- 74% dos alunos que disseram sentir dores de cabeça também têm

dificuldade, dor ou ambas ao abrir a boca ou bocejar.

- Cerca de 36,94% afirmaram ter ruídos articulares.

- 33, 89% relatam sentir dores de cabeça e dor no pescoço.

- 7,5% já fizeram algum tipo de tratamento recente para DTM.

- 20,83% sentem a sua mandíbula cansada, rígida ou apertada.

-Encontrou-se associação significativa entre a idade e a presença de ruídos

articulares.

- 56% dos estudantes disseram ter dificuldade, dor ou ambas ao abrir a

boca ou bocejar.

- Houve maior prevalência de dor no curso de Nutrição.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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19 jul 2008]. Disponível em: <http//www.eletroterapia.com.br/regra_dor.jpg>. Acesso

em: 20 out. 2011.

2- BONJARDIM, L. R; LOPES-FILHO, R. J.; AMADO, G.;

GONÇALVES, S. R. J. Association between symptoms of temporomandibular

disorders and gender, morphological occlusion, and psychlogical factors in a group of

university students. Indian J Dent Res, v.20. p. 190-194, 2009. Disponível em: <

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Indian%20J%20Dent%20Res%22%5

Bjour%5D%20Association%20between%20symptoms%20of%20temporomandibular%

20disorders%20and%20gender%2C%20morphological%20occlusion%2C%20and%20

psychlogical%20factors%20in%20a%20group%20of%20university%20students.%20In

dian%20J%20Dent%20Res>. Acesso em:17 out. 2011.

3- CIANCAGLINI, R; RADAELLI, G; The relationship between

headache and symptoms of temporomandibular disorder in the general population. J.

Dent., Bristol, v. 29, n. 2, p. 93-8, 2001. Disponível em:

<http://www.jodjournal.com/article/S0300-5712(00)00042-7/fulltext>. Acesso em: 20

out. 2011.

4- CONTI, P. C. R. et al. A cross-sectional study of prevalence and

etiology of sings and symptoms of temporomandibular disorders in high school and

university students. J. Orofac. Pain., v.10, n.3, p. 254-62, 1996. Disponível em:

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5- DWORKIN, S.F. et al. Epidemiology of signs and symptoms in

temporomandibular disorders: clinical in cases and controls. J. Amer. Dent. Ass.,

v.120, n.3, p. 273-81, Mar. 1990. Disponível em:

<http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S1809-

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ANEXOS

1)

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