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XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.
Prevalência da distribuição do Sistema ABO entre os visitantes da Feira de
Informações Agropecuárias (FIA/2010) do Colégio Agrícola Dom
Agostinho Ikas – CODAI
Aurenice Pontes Loio Vaz
1, Jefferson Campello Fernandes
2, João Campello Fernandes
2, Severino José Fragoso Filho
2,
Josefa Andréa de Souza Oliveira2
________________
1. Professor Adjunto do Colégio Dom Agostinho Ikas – CODAI/UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco; Av. Doutor Francisco Correia,
nº 643 - São Lourenço da Mata - PE - CEP: 54740-000. e-mail: [email protected].
2. Discente do Curso Técnico de Alimentos do CODAI. Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas - CODAI/UFRPE
Introdução
Para a realização de uma transfusão é necessário
tomar conhecimento do tipo sanguíneo do doador e do
receptor, pois se o sangue doado não for compatível ao
receptor seu organismo produzirá anticorpos para
combater o sangue acarretando em morte do indivíduo
[4].
Os antígenos que compõem o sistema ABO estão
presentes nos glicolipídeos e glicoproteínas
membranares de diversos tecidos, além das hemácias.
Podem também ser encontrados em secreções e outros
fluídos (saliva, lágrimas, urina, sucos digestivos, leite e
líquido amniótico), órgãos como medula óssea e rins,
linfócitos e plaquetas, sendo por isso considerados
antígenos de histocompatibilidade [2].
O Sistema ABO foi descrito em 1900 e permanece
até hoje como o sistema mais importante dentro da
prática transfusional. A transfusão ABO incorreta pode
resultar na morte do paciente,com uma reação
hemolítica intravascular,seguida de alterações
imunológicas e bioquímicas [3] .
Os anticorpos ABO estão presentes no soro dos
indivíduos, dirigidos contra os antígenos A e/ou B
ausentes nas hemácias. Existem dois tipos de
anticorpos no sistema sangüíneo ABO: os de
ocorrência natural e os imunes. Os anticorpos de
ocorrência natural começam a aparecer no soro cerca
de três a seis meses após o nascimento. Esses
anticorpos naturais representam uma mistura com
maior quantidade de imunoglobulinas daclasse M
(IgM) do que imunoglobulinas da classe G (IgG). Os
anticorpos ABO imunes são evocados por
aloimunizações prévias, que podem ocorrer através de
heteroimunização por substâncias de origem animal ou
bacteriana, ou por aloimunização por gestação ou
transfusão ABO incompatível. Esses anticorpos são
usualmente referidos como hemolisinas, sendo a
maioria da classe IgG. Os anticorpos anti-A e anti-B
dos indivíduos B e A, respectivamente, são em sua
maioria de classe IgM e, em pequena quantidade, da
classe IgG. Os anticorpo anti-A e anti-B de indivíduos
de grupo O são da classe IgG e podem estar presentes em
altos títulos[5,6].
Devido à presença desses anticorpos hemolíticos no
sistema ABO, devem ser realizadas, sempre que possível,
transfusões de isogrupos e, quando estas não forem
possíveis, realizar transfusões de heterogrupos respeitando
o esquema clássico de compatibilidade, ou seja, não
transfundir hemácias portadoras de antígenos que possam
ser reconhecidos pelos anticorpos do receptor [4].
No Brasil, existem poucos trabalhos que avaliam a
prevalência da distribuição do sistema ABO. Estudos dessa
natureza podem contribuir para um melhor planejamento
das demandas de derivados sangüíneos necessários à
população [3].
A tipagem RhD fetal é, portanto, de primordial interesse
para a medicina materno-fetal, pois permite a identificação
de “fetos de risco” para a DHPN e também a identificação
das “gestantes de risco” que podem se aloimunizar para o
antígeno RhD, direcionando para esses grupos a
intensificação dos cuidados pré-natais, atualmente
empregados a todas as gestantes RhD-negativo[7].
É de suma importância saber o tipo sangüíneo para que,
no caso de uma transfusão sangüínea não haja
incompatibilidade.
Este trabalho tem como objetivo determinar a
prevalência da distribuição de sistema ABO e RhD entre os
visitantes da Feira de Informações Agropecuárias
(FIA/2010) do Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas –
CODAI.
Estudos sobre o perfil dos doadores de sangue no Brasil
são poucos sendo notável a necessidade desse tipo de
estudo, principalmente nas instituições [1].
Material e métodos
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando-se de
livros, dicionários e artigos para a elaboração do referencial
teórico.
XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.
Local de desenvolvimento do experimento
A realização desta pesquisa foi na quadra de esportes
do Colégio Dom Agostinho Ikas – CODAI.
Escolha do percurso teórico-metodológico
Esta pesquisa tratou-se de um estudo de campo de
caráter exploratório, priorizando uma abordagem
quantitativa para descrição e explicação dos fenômenos
investigados.
Escolha do público alvo investigado
Os participantes da pesquisa foram constituídos
por visitantes da Feira de Informações Agropecuárias
(FIA/2010) do Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas –
CODAI em São Lourenço da Mata.
Métodos
A determinação do grupo sangüíneo ABO foi
realizada pelas técnicas direta e reversa, com o
emprego de soros monoclonais anti- A e anti-B,
procedentes da Biotest AG® (Dreieich, Alemanha) e
suspensão de hemácias, a 3%, dos grupos sangüíneos
A1 e B, procedentes da Biotest S/A Comércio e
Indústria® (São Paulo, Brasil). A tipagem RhD foi
realizada com soro policlonal anti-D (Biotest S/A,
Brasil). Nos casos em que a aglutinação teve
intensidade inferior a 2+ ou não houve aglutinação,
prosseguiu-se a investigação realizando o teste para o
D-fraco com leitura em fase de antiglobulina (fase de
Coombs).
A leitura foi realizada por avaliação macroscópica de
aglutinação, obedecendo-se um intervalo de
intensidade de uma a quatro cruzes (+ a ++++).
Análises estatísticas
A análise estatística foi realizada através do cálculo
da freqüência percentual das amostras analisadas,
sendo o resultado obtido expresso em porcentagem.
Resultados
Foram analisadas 320 amostras de sangue durante a
Feira de Informações Agropecuária (FIA) em
novembro de 2010. Sendo 37,82% do sexo masculino
(n. 121) e 62,18% do sexo feminino (n. 199).
Os resultados obtidos mostraram a grande
predominância de grupos Rh positivos (214;66,87%)
comparando ao fator Rh negativo (106;33,13%).
Os resultados das freqüências da tipagem sanguínea
encontradas em amostras de sangue entre os
pesquisados estão apresentados na Tabela 1.
É possível observar (Tabela 2) que ao redor de uma terça
parte de cada grupo (tipagem sanguínea e fator Rh)
ressaltamos os seguintes resultados: Tipo A(-): 40;36,36%,
Tipo B(-):11;30,56%, Tipo AB(-):10:33,33% e para o Tipo
O(-):45;31,25%. A tipagem RhD fetal é primordial
interesse para a medicina materno-fetal, pois permite a
identificação de “fetos de risco” para a DHPN e também a
identificação das “gestantes de risco”, assim como uma das
mais importantes causas de morte associadas à transfusão é
a reação transfusional hemolítica aguda. A causa mais
comum deste tipo de reação é a transfusão de sangue ABO
incompatível.
Discussão
Neste estudo, os tipos sanguíneos mostraram proporções
de grupo Rh positivo e grupo O, equivalentes às dos
inquéritos entre doadores de bancos de sangue regionais[3].
No estudo realizado por Araujo et al (2010) [2], com
doadores de sangue de primeira vez e comportamento de
retorno no hemocentro público do Recife detectaram
aproximadamente 77,1% eram homens, 40,5% entre 25-34
anos de idade, 47,7% haviam completado o segundo grau e
54% doaram espontaneamente.
Agradecimentos
Esta pesquisa se efetivou graças à colaboração de muitas
pessoas. Neste momento estendemos o nosso
reconhecimento aos que contribuíram direta ou
indiretamente neste percurso intelectual. De maneira
especial manifestamos a nossa gratidão:
Referências
[1] Cunha, B.G.F.; Dias, M.R. Comunicações persuasivas e doação
regular de sangue: um estudo experimental. Caderno de Saúde
Pública. 24: 1407-1418. 2008. Disponível
em:http://www.scielo.br/pdf/csp/v24n6/21.pdf. Acesso em: 17 de
novembro de 2010.
[2] Araújo, F. M. R. de; Feliciano, K. V. de O.; Mendes, M. F. de M.
Figueiroa,J. N. Doadores de sangue de primeira vez e
comportamento de retorno no hemocentro público do Recife. Rev
Bras Hematol Hemoter. 2010;32(5):384-390.
[3] Diamond LK, Blackfan KD, Baty JM. Erythroblastosis fetalis and
its association with universal edema of the fetus, icterus gravis
neonatorum and anemia of the newborn. J Pediatr.; 1:269-
309.1932.
[4] HARMENIMG D. Técnicas modernas em banco de sangue e
transfusões. 2.ed. Rio de Janeiro. Revinter, 1992.
[5] Lewis R. Genética e Imunidade. In: Genética Humana: Conceitos e
Aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 320-323.
[6] Cozac APCNC. Sistema de Grupo Sanguineo ABO. In: Bordin JO,
Langhi Jr DM e Covas DT. Hemoterapia. Fundamentos e prática.
São Paulo: Atheneu; 2007. p 125-36.
[7] MELO L, SANTOS JA. Imunohematologia eritrocitária volume
4: Sistema ABO, Hh e Lewis, 12v. Belo Horizonte (MG). Editora
Instituto de Engenharia Aplicada, 1996, p.81-104
XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.
Tabela 1. Freqüências da tipagem sanguínea encontradas em amostras de sangue entre os pesquisados.
Grupos sanguíneos A B AB O TOTAL
Nº 110 36 30 144 320
Freqüência % 34,38 11,25 9,38 45,00 100
Gráfico 1. Freqüência dos pesquisados quanto ao fator Rh
214
106
0
50
100
150
200
250
Positivo
Negativo
TABELA 2: Freqüência dos grupos sanguíneos observada entre os pesquisados
Grupo ABO Rh N. Relativa %
A 110
Positivo 70 63,64
Negativo 40 36,36
B 36
Positivo 25 69,44
Negativo 11 30,56
AB 30
Positivo 20 66,67
Negativo 10 33,33
O 144
Positivo 99 68,75
Negativo 45 31,25