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Presidente da República Fernando Henrique Cardoso

Ministro da Agricultura e do Abastecimento Arlindo Porto Neto

Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Alberto Duque Portugal

Diretores Dante Daniel Giacomelli Scolari Elza Angela Battaggia Brito da Cunha José Roberto Rodrigues Peres

Coordenaçlo Geral Embrapa - Departamento de Pesquisa e Difusão de Tecnologia

Coordenaçlo Técnica Embrapa - Arroz e Feijão

Apoio Embrapa - Assessoria de Comunicação Social

Coordenaçlo Editorial Embrapa - Produção de Informação

Colaboraçlo Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás Vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento

EmpreslI Brllsileirll de Pesquisll Agropecu.rill - EmbrllplI Centro Nllcionlll de Pesquisll de Arroz e Feij60 - CNPAF Ministério da Agricultura e do Abastecimento - MA

Recomendações Técnicas para o Cultivo do Arroz de Sequeiro

Colaboração

Empresa de Assistência Técnica e Extenslo Rural do Estado de Goi6s

Vinculada' lecr •• "'. ele Aer'cuflur. e Ab .. 'edmento

Serviço de Produção de Informação BrasOia, DF

1996

Exemplares desta publicação podem ser solicitados ao

Ministério da Agricultura e do Abastecimento Esplanada dos Ministérios, Bloco O CEP 70043-900 Brasnia, DF Fone: (061) 218-2828 Fax : (061) 225-9046

Embrapa - Departamento de Pesquisa e OifusAo de Tecnologia - DPO SAIN Parque Rural, Av. W/3 Norte (final) CEP 70770-901 Brasnia, DF Fone : (061) 348-4451 Fax: (061) 347-2061 E.mail: dpd@sede embrapa.br

Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijio - CNPAF Rodovia Goiânia - Sto. Antônio de Goiás. km 12 Caixa Postal 1 79 CEP 74001-970 Goiânia, GO. Fone: (062) 261-3022 Fax: (062) 261-3880

Tiragem: 15.000 exemplares

É proibida a reprodução desta obra, total ou parcialmente, sem autorização da Embrapa.

CIP. BrasiI.Catalogação-na-publicação. Serviço de Produção de Informação(SPI) da Embrapa.

Recomendações técnicas para o cultivo do arroz de sequeiro / Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Ar­roz e Feijão; Empresa de Assistência Técnica e Ex­tensão Rural do Estado de Goiás. - Brasflia: Embrapa-SPI, 1996. 31p.

1. Arroz de Sequeiro - Cultivo - Recomendação Téc­nica . I. Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (Goiânia, GOl. 11. Empresa de Assistência Téc­nica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Goiânia, GOl.

CDD 633.518

© Embrapa 1996

Sumário Apresentação ............................................................ 5

Orientações técnicas para o cultivo do Arroz

de Sequeiro ........ .................................................... 7

O que fazer para alcançar uma boa produção? ............... 8

Escolha do terreno para o plantio ................................. 9

Manejo e conservação do solo ..................................... 9

Análise do solo .......................................................... 9

Correção da acidez do solo ........................................ 10

Época de plantio ...................................................... 1 O

Escolha das sementes .............................................. 11

Escolha da variedade ................................................ 1 3

População de plantas ................................................ 1 4

Preparo do solo ....... ..... ............................................ 1 4

Tratamento de sementes .......................................... 1 5

Adubação ............................................................... 1 6

Manejo da cultura .................................................... 17

Controle de plantas daninhas ..................................... 18

Controle de doenças ............................. .................... 20

Controle de pragas ................................................... 20

Colheita .................................................................. 22

Secagem ................................................................. 22

Armazenamento ...................................................... 24

Comercialização ........................................................ 26

Acompanhamento econômico da produção ................. 26

Apresentação o arroz constitui parte importante da dieta alimentar do

povo brasileiro. Esse cereal é produzido em todo o Pais, repre­sentando, em alguns Estados, a principal fonte de renda agrlcola.

Nos últimos anos, em virtude do deslocamento da produção para áreas mais favoráveis e da adoção, por parte do produtor rural, de novas tecnologias, a produtividade média do arroz de sequeiro vem aumentando.

Na safra 1994/95, o arroz de sequeiro ocupou 3.082.700 hectares (69,7% da área total com arroz), com uma produção de 4.560. 700 toneladas, correspondendo a 40, 7 % da produção total de arroz do Pais.

Para atender ao crescimento da taxa populacional de 1, 7% a.a., até o ano 2000, o Brasil precisará produzir 12.791.000 toneladas, o que exige um crescimento anual na produção de 3,3%.

Isso será posslvel se for entendido que, para se produzir, deve-se pensar em custos de produção competitivos com o mercado, disponibilidade de recursos financeiros e tecnologias, acesso a essas tecnologias e mercado para os produtos. Há de ser considerado ainda que, isolado, o produtor dificilmente obterá sucesso em seus empreendimentos. Ele certamente precisará de parceiros. A parceria deve ser feita com instituições de pesquisa, serviços de extensão rural, agentes financiadores e instituições estaduais e federais, que lhe dlJem segurança para produzir, armazenar e comercializar seus produtos.

O mais importante, entretanto, é o produtor rural conduzir sua lavoura com a máxima eficilJncia, tomando as decisões corretas quanto à escolha do terreno para o plantio, à adubação, às variedades adequadas e ao controle de pragas e doenças, entre outras. Esta publicação visa alertar o produtor sobre os cuidados básicos a serem tomados para que obtenha sucesso na sua lavoura.

5

Homero Aida, Chefe do CNPAF

Orientações técnicas para o cultivo do Arroz de Sequeiro

Este documento tem como objetivo dar suporte ao produtor de arroz, nas práticas de manejo da cultura, visando maior produtividade.

No novo contexto de produção agrícola do País, a rentabilidade na atividade agropecuária é fundamental, pois o Governo vem promovendo alguns benefícios que outrora eram facilmente conseguidos pelo produtor rural, como juros subsidiados, seguro agrícola, etc. Os novos tempos exigem competência em todas as atividades, e a agricultura não é exceção; dar a importância do planejamento e do manejo da cultura segundo as recomendações dos órgãos de pesquisa e de assistência técnica.

Neste documento, o produtor rural encontrará as orientações necessárias para obter boa produção de arroz e maior conhecimento da planta e da cultura como um todo para a compreensão de suas reações biológicas às práticas de manejo.

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o que fazer para alcançar uma boa produção?

Uma lavoura, como qualquer atividade, requer ações de planejamento bem definidas. Deve-se planejar desde a aquisição dos insumos necessários até a melhor época de comercialização do produto.

Época do plantio

Escolha do -terreno ~ __ -Plantas

daninhas

Calagem e adubação

? •

Preparo do solo ----

B

Sementes

Variedades

/ Pragas ----

Doenças

Escolha do terreno para o plantio A pesquisa recomenda não se plantar arroz na

mesma área, durante dois ou mais anos seguidos, pois a produção diminui rapidamente. O produtor deve conhecer o histórico de utilização da área, pelo menos nos três últimos anos. Deve observar também a intensidade de infestação da área com plantas daninhas de diffcil controle, como a tiririca.

Feita a escolha da área, o agricultor deve verificar a necessidade de recursos financeiros (dinheiro), humanos (pessoas) e físicos (maquinário e insumos). Esses recursos devem ser previstos antes da implantação da cultura e estar disponíveis na época de execução das diversas atividades.

Manejo e conservação do solo O solo é o maior patrimônio de quem o possui e, por

extensão, de toda a humanidade; por isso, é necessário preservar e. conservar, em todo momento, suas propriedades físicas, químicas e biológicas, através da escolha da área para utilização agrícola, do bom preparo para as culturas, da utilização de rotação de cultivos, da manutenção de sua fertilidade, da eliminação e do controle de queimadas e, também, pela utilização de outras práticas conservacionistas, como plantio em nível, terraceamento, subsolagem e plantio em faixas.

Análise do solo O agricultor deve mandar fazer análise de fertilidade do solo,

antes da aquisição de alguns insumos, principalmente fertilizantes. Para tanto, deve, se necessário, dividir a área em subáreas, que apresentem uniformidade em relação a características conhecidas, como: utilização da área em anos anteriores, coloração do solo, textura, relevo, altura do nível de água subterrânea, vegetação original, etc.

A fertilidade de um solo varia, por exemplo, de acordo com a forma do terreno. Em geral, as partes baixas são mais férteis do

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quo os portos do oncosto. As omostras devem sor retiradas em duas profundidades, sendo a primeira de 0 -20 cm e a sogunda do 20AO cm. As amostros tirodas da mesma subárea do torreno o à mesma profundidade sao mistur8das para o formaçao de amostras compostos do solo semelhanto. O peso da amostro dove ser de oproxilllodolllente 250 g, colhida em vasilhnllles limpos e som roslduos do odubos ou produtos qulmicos. A olllbnlogom para envio do omostra ao loborotório dove ser de plástico ou popolao, SOIll uso de produtos qulmicos.

A análise realizada pelo laboratório indica a quantidade de adubo a ser aplicada por unidade de áre8, se há ncidez no solo e se é necessário corrigi-Ia. As amostrns devem ser annlisadns por laboratórios autorizados por órgaos do Governo, por oferecerem maior confiabilidade e garantia técnica da análise.

Correção da acidez do solo A correçAo da acidez do solo é feita por calagem. O calcário

é, ainda, a maneira mais econOmlca e efetiva de corrigir a acidez. A acidez do solo é medida pelo pH: quanto menor o pH, maior a acidez do solo. Parn o arroz de sequeiro, em solos de cerrado, o pH deve ficar na faixa de 4,6 a 6,6. Com as Informações da análise do solo, o produtor fará a aqulsiçAo de calcário e de adubos necessários à lavoura. Sempre é aconselhável que o produtor seja orientado por um técnico, da área agrlcola, principalmente pelos técnicos da Assistência Técnica e/ou ExtensAo Rural mais próxima de sua propriedade. Recomenda-se que o resultado da análise esteja pronto antes do inicio do preparo do solo, para saber a quantidade necessária de calcário para a correçAo da acidez, e para fazer sua aplicaçAo antes da araçAo.

Época de plantio O principal aspecto a se considerar na definlçAo da época

de plantio é o risco de ocorrencia de deficiencia de 6gua na floraçAo, perlodo mais critico da cultura. Para resolver esse problema, a pesquisa dispõe, para algumas regiões do Pais, de

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mapas de zoneamento agroclim4!ltico par a a cultur a do arroz de sequeiro, com a definiçAo das épocas de plantio mais adequadllS. Em regiões onde nAo existem Informeções, usam-se variedades de cicio curto, em plantios realizados logo após o inicio das chuvas. A época de plantio também é Importante para diminuir os riscos causados por pragas, como a cigarrinha-das-pastagens, e doenças, como a brusone.

Escolha das sementes A semente deve merecer especlalatençAo do produtor, pois

da sua escolha vai depender, em grande parte, o sucesso da sua lavoura. As sementes, quando compradas de terceiros, devem proceder de origem conhecida ., confi~vel, que garanta a sua qualidade flslca e biológica. Caso sejam produzidas pelo próprio produtor, devem igualmente obedecer ao padrAo de qualidade. Na decido de compra, é importante que o produtor opte pelas varlodades recomendadas pela pesquisa para sua regiAo ou estado (Tabela 1). tendo em vista a aceltaçAo do mercado consumidor local ou regional, fator ao qual quase sempre esU vinculado o seu melhor preço.

11

Tllbele 1. Vllrledlldel de IIrroz recomendlldlll por Eltlldo.

E8tado Vartadada

Acre Acrellno, Progrello e Xlngu ----------------AmapA Xingu -------------------Amazonas IAC 47 e Xingu ----------------Bahill GUllrllnl, IAC 25, IAC 47, IAC 166, lAPA R 9 e Rio

Paranlllba

CoarA IAC 25 e IAC 47

Esplrilo Santo EMCAPA OI, IAC 47 , IAC 164 e IAC 166

GoiAs e Distrito Federal Arllguaia, Caiap6, Caraj6., Guarani, IAC 47 e Rio Paranalba, Maravilha·

----------------Mllranhllo Araguaia, Guarani, IAC 47, IRAT 112, Mearlm,

Palha Murcha, Rio Paranalba e Xingu ----------------Mato Grosao Araguaia, Calap6, Caraj6., Centro Am6rica,

----------------Guarani, IAC 26, IAC 47, Rio ParaguaI. Rio Paranalba, Rio Verde, Tangar6 e Triunfo

Mlllo Grosao do Sul Araguaia, Catllp6, Caraj61, Guarani, IAC 47, IAC 201 e Rio Paranalba

Minas Gorais Calap6, Douradlo, Guarani, Rio Doce, Rio Paranalba, Confiança e Canaltra

----------------ParA Araguaia, Progrello e Xlngu ----------------ParanA IAC 47, IAC 164, lAPA R 9, IAPAR 62, IAPAR 63 e

IAPAR 64 ----------------Piaul Araguaia, Caiap6, CarajAI, IAC 47, IAC 164, IAC

166, Rio Paranalba e Urucul ----------------RondOnia Acrellno, Araguaia, Guapor6, Rio Paranalba, Xlngu

e Progrealo ----------------Roraima Araguaia, Confiança, Rio Paranalba e Xlngu -------------------SlInlll Call1rina Batatala, EEPG 369, IAC 25, IAC 47, IAC 164, IAC

1246 e Pratlio Precoce -------------------5110 Paulo Guarani, IAC 25, IAC 47, IAC 165, IAC 201 e Rio

Paranalba ----------------Tocantins Araguaia, Caiap6, CarajAI, Guarani, IAC 47 e Rio

Paranalba

• hllO.çlo por •• pe,.lo .

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Escolha da variedade A escolha da variedade correta é uma das formas mais

baratas para se aumentar a produtividade. Se o agricultor erra nessa escolha, corre o risco de perder dinheiro.

CONFIANÇA

7 GUARANI •

CAIAPÓ

Qual variedade plantar?

É recomendada para a regiAo?

Tem bom mercado?

É tolerante 11 doenças e pragas?

Produz bem na regiAo?

13

RIO PARANAIBA

População de plantas Recomenda-se, para variedades de ciclo curto, 60 a 70

sementes por metro linear, e, para variedades de ciclo médio, 50 a 60 sementes. Em geral, o espaçamento é de 40 a 50 cm, entre linhas; entretanto, para algumas variedades, o número de sementes por metro linear e o espaçamento podem variar, dependendo das caracterrsticas da variedade. Para melhor orientação, o produtor deve consultar, sempre que possrvel, um técnico da área agrrcola. Considera-se que uma boa profundidade para o arroz de sequeiro é de 3 a 5 cm, sendo a menor para solos argilosos e a maior para arenosos.

Preparo do solo o preparo do solo tem como objetivo permitir melhores

condições para a germinação das sementes e posterior desenvolvimento da planta, evitando riscos de erosão e sua conseqüente degradação. Para o bom preparo do solo, é necessário analisar, antecipadamente, as condições do terreno que se quer preparar, isto é, infestação de plantas daninhas, resrduos de colheita, umidade e grau de compactação. Esses fatores determinarão o tipo de máquina e as operações que deverão ser realizadas.

As formas de preparo do solo mais importantes são: a tradicional, com arado de disco, que consiste na aração inicial, seguida de uma ou mais gradagens de nivelamento, esta imediatamente antes do plantio. O preparo com grade aradora realiza uma semi-aração, o que não permite a incorporação dos restos de cultura de forma adequada. O processo convencional, utilizado de forma contrnua, causa a compactação do solo na camada arável, prejudicando o desenvolvimento da planta pela falta de um bom enraizamento e diminuição da capacidade de absorver água do solo.

O preparo gradagem/aração consiste na inversão das operações realizadas no método convencional. Inicialmente, faz-

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-se uma gradagem, com grade aradora, entre 10 e 30 dias antes da aração, para incorporar os restos da cultura anterior e as plantas daninhas. Logo após, faz-se a aração a uma profundidade de, aproximadamente, 40 cm, utilizando-se preferencialmente o arado de aiveca, o qual permite enterrar, em maior profundidade, os restos de culturas e as sementes de plantas daninhas.

Um bom preparo por esse método pode dispensar a gradagem de nivelamento. O preparo com gradagem/aração aumenta a produção das culturas e reduz o risco de danos causados pelas estiagens (veranicos), graças ao maior armazenamento da água no solo. Esse processo, além de favorecer a descompactação do solo, melhora sua qualidade pela incorporação mais profunda dos resrduos da cultura anterior e das sementes das plantas daninhas, evitando ou diminuindo o uso de herbicidas para seu controle.

Tratamento de sementes Em localidades de alto risco climático ou em lavouras

destinadas à produção de sementes, recomenda-se o tratamento das sementes para o controle da brusone-nas-folhas (Tabela 2).

Sempre que o agricultor tiver de manusear produtos qurmicos, deve ter o máximo cuidado para evitar o contato direto. Para tanto, deve usar luvas, máscara e demais proteções necessárias.

Tabela 2. Fungicidas indicados para tratamento de sementes de arroz.

, Fungicida Nome t6cnlco Nome comerciai

Carboxin° + Thiram Pyroquilon o

Quintozene Thiabendllzole o

Vitllvllx + Thirllm Fongorene Plllntllcol/Pecenol1T errllclor Tecto

• Fungieidl com Itivid.de lilt.miel . •• Outrol fungol ... oei.dol com .. ment ...

15

Bruaona

+ + + +

+

Outro.

+

+

Adubacão I

As plantas, como todo ser vivo, necessitam de alimento para sobreviver. ° alimento das plantas são os nutrientes, na maioria provenientes do solo. A planta necessita, no mrnimo, de 16 nutrientes para seu desenvolvimento normal. Entretanto, como a maioria dos solos apresenta deficiências, é preciso fornecê-los pela adubação.

A análise do solo pode ser completa, indicando as quantidades de cada nutriente contido no solo, ou apenas os mais importantes e indispensáveis: a chamada análise de rotina ou de NPK. Esses nutrientes são apresentados na sacaria do adubo, em porcentagens de N - P20

5 - K20. Conhecendo-se a necessidade

da adubação, através da análise do solo, e a concentração do fertilizante, pode-se determinar a quantidade certa a ser aplicada, por unidade de área.

Além dos adubos qurmicos, existem os adubos orgânicos, de origem vegetal ou animal. Os adubos de origem vegetal, conhecidos como adubos verdes, são plantas que, incorporadas ao solo, aumentam a quantidade de matéria orgânica, melhorando sua qualidade.

É muito importante avaliar também a necessidade de micronutrientes no solo, pois a deficiência de alguns deles, como o zinco e o ferro, vem constituindo problema para a cultura do arroz de sequeiro. Existem no mercado micronutrientes que, adicionados aos adubos, resolvem os problemas de deficiência. Esses micronutrientes são encontrados no mercado na forma de sais, podendo ser aplicados também por via foliar.

o que fazer para comprar o adubo correto? Para escolher uma fórmula comercial, o primeiro passo é

saber a quantidade de nutriente recomendada pela análise de solo, e as fórmulas de NPK existentes no mercado. Se a análise de solo recomenda 20, 60 e 40 kg/ha de, respectivamente, N, P

20s e

K20, a relação é de 1 - 3 - 2. Isso significa que qualquer fórmula que apresente essa relação pode ser adquirida, variando apenas a quantidade a ser aplicada por hectare. Exemplo: a fórmula 8 - 24 - 16 também apresenta a relação 1 - 3 - 2 da recomendação. Para saber quanto aplicar, em kg/ha, dessa fórmula, basta proceder da seguinte maneira:

16

N = 20 x 100 = 250 8

PP5 = 60 x 100 = 250 24

K20 = 40 x 100 = 250

16 A quantidade de adubo a ser aplicada da fórmula 8 - 24 - 16 é de 250 kg/ha.

Época e formas de aplicação do adubo

A recomendação geral é aplicar a mistura de NPK no sulco, por ocasião do plantio. Entretanto, no arroz, o nitrogênio é mais importante nas etapas de afilhamento e de emborrachamento. Recomenda-se, portanto, aplicar um terço no plantio, ou seja, a quantidade contida na fórmula, e mais dois terços na cobertura.

A melhor forma de aplicação do adubo é no sulco de plantio, a uma profundidade de aproximadamente 5cm abaixo e ao lado da semente, para evitar-lhe danos. Os micronutrientes podem ser aplicados em mistura com o adubo NPK, via adubação foliar ou na semente. A aplicação de um micronutriente pode beneficiar uma cultura e prejudicar outra; dar, a necessidade de se adotar um bom critério para a sua aplicação, buscando sempre orientação técnica.

Manejo da cultura Observadas as recomendações feitas para o perrodo de pré­

-plantio, em relação ao planejamento da lavoura, à compra dos insumos e às demais atividades de pré-plantio, o agricultor deve transferir sua preocupação e seus cuidados para a planta que, após a semeadura, inicia o seu crescimento e desenvolvimento. Deve, também, ficar atento a todos os fatores externos que podem causar dano às plantas.

As plantas são seres vivos; portanto nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Esse ciclo de vida divide-se em fases e

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etapas de desenvolvimento, cuja duração depende da espécie e das condições geográficas e de ambiente onde são cultivadas.

As diversas transformações causadas pelos fatores de ambiente, desde a germinação de uma planta até a sua total maturação, são chamadas de desenvolvimento.

Distinguem-se, na planta de arroz, três fases principais: vegetativa, reprodutiva e de maturação. A fase vegetativa divide­-se nas etapas de germinação, plântula, afilhamento e elongação do colmo. A fase reprodutiva divide-se em inrcio de formação da panrcula, desenvolvimento da panrcula e floração. A fase de maturação compreende os estádios de grão leitoso, grão pastoso e grão maduro. Geralmente, o ciclo de desenvolvimento de uma variedade de arroz é determinado pela duração da fase vegetativa, pois as fases reprodutiva e de maturação são pouco variáveis.

O conhecimento das fases e etapas de desenvolvimento da planta de arroz (Figura 1) facilita ao agricultor o manejo da lavoura, através dos tratos culturais a serem realizados em cada fase ou etapa, bem como permite-lhe visualizar os problemas que surgem em cada uma dessas fases e etapas.

Controle de plantas daninhas As plantas daninhas constituem o principal problema do arroz

de sequeiro, sendo seu controle garantia de boa produção. As plantas daninhas competem com as plantas de arroz por água, luz e nutrientes, dificultam a operação de colheita, diminuem a qualidade do produto colhido e são hospedeiras de pragas e doenças.

Na fase vegetativa, desde a etapa de plântula até o aparecimento dos afilhos primários, o agricultor deve prestar muita atenção às plantas daninhas, fazendo o seu controle sempre que for necessário.

O controle deve ser feito rigorosamente nas primeiras três semanas depois do plantio, mantendo a cultura livre de plantas daninhas até 45 dias após a emergência.

No controle de plantas daninhas, não se deve usar apenas um método, mas um conjunto de práticas que produzam maior eficiência no controle e reduzam seus custos.

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Altura (em) 130 .................................. "

, 100 .. ......... ...... .

40

o 40 65 100 130

65 dias 35 dias 30 dias vegetativa reprodutiva maturação

Fig. 1. Fases de desenvolvimento de uma planta de arroz de ciclo médio.

Controle preventivo: Recomenda-se evitar a entrada de sementes de plantas daninhas na lavoura. Para tanto, devem ser usadas sementes produzidas por empresas idôneas. Deve-se evitar também a produção de sementes de plantas daninhas em áreas em descanso. Nesse caso, recomenda-se a rotação de culturas ou o plantio de cobertura verde.

Controle meclnico: Por esse método, eliminam-se as plantas daninhas, através de capina manual e cultivo mecânico. A capina manual é utilizada em pequenas lavouras. É importante, na capina manual, ter muito cuidado para não prejudicar as plantas do arroz, devendo, ademais, ser realizada com solo um pouco úmido. O cultivo mecânico é realizado com cultivadores tracionados por animais ou tratores, devendo ser realizado em solos com pouca umidade e com as plantas ainda novas, pois, do contrário, pode­-se dificultar a operação e causar dano às plantas.

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Controle qurmico: Nesse método, utilizam-se produtos qufmicos (herbicidas). que controlam com eficiência as plantas daninhas (Tabela 3). Como cada herbicida funciona para determinado tipo de planta (seletividade). é preciso conhecer as espécies de plantas daninhas a serem controladas, bem como a época e a forma de aplicação. Com relação à forma de aplicação, o controle pode ser feito antes da germinação das plantas daninhas e do arroz; esses herbicidas são de pré-emergência. Os herbicidas aplicados após a emergência das plantas daninhas e do arroz são chamados pós-emergentes. Para um bom controle, as plantas daninhas devem estar na etapa de plântula, e o controle deve ser feito na dose recomendada pelo fabricante ou técnico, com adequada cal ibração dos equipamentos.

Controle de doencas ,

É grande o número de doenças causadas por fungos que atacam o arroz (Tabela 4). A brusone destaca-se por ter graves implicações econômicas, causando diminuição da produtividade das lavouras ao redor de 30%, por ano. Outras doenças, como a escaldadura, a mancha-parda e a descoloração dos grãos, podem constituir problemas na lavoura, causando perdas em determinados anos. Os produtos indicados para o controle qufmico das doenças estão indicados na Tabela 5.

Controle de pragas Desde a semeadura até a fase de maturação, a cultura de

arroz de sequeiro pode ser afetada por pragas que causam diversos danos à planta, diminuindo sua produção e qualidade. Para efeito de controle, devem ser diferenciados os insetos-praga que vivem abaixo da superffcie do solo (Tabela 6) daqueles que vivem sobre a superffcie (Tabela 7).

As pragas devem ser controladas preferencialmente pelo uso de técnicas de manejo da cultura. Tratamentos qufmicos devem ser limitados às áreas mais atingidas das lavouras, depois de analisada a sua necessidade e o seu retorno econômico. Na

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l.b.le 3. H"blcld •• rlcom.nd.do. pu. o control. d. pl.nt •• d.nlnh •• no .rroz d. IIqu.lro .

Nome comum Nome Compollçio 1 Dou I ou tPoce de Plentaa danlnh .. ObMrv~ comerciei formull\:lo kll"'el!'c, !I!!!~o· contraledu

Bentrazon Besagran 480 gn · S.A . 1,5 · 2,0 Pós Latifoliadas Aplicar. estando IS ervas no inrcio do Banir 480 gn · S.A . 1,5 · 2.0 anuais e ciperace.s desenvolvimento.

Bifenox + Hoefenil 180+ 180 gn·C.E. 8,0·10,0 Pós Gramlneas e latifoliadas Aplicar, estando as ervas no est60'o de I a 4 Propanil anuais folhas. 8utachlor Machete 800 gn · C.E. 4,0 - 6,0 Pré Gramlneas e latifoliadas Aplicar com o solo úmido e bem preparado.

anuais Butachlor + Spark CE 378 + 222 gn-C.E. 7.0- 9.0 Pós Gramlneas e latifoliadas Aplicar em pOs_g6nc,a precoce das Propanil anueis ervas daninhas. 2,4-0 (amina) Varios 670gn · S.A . 0 ,7 · 1,5 Pós Latifoliadas anuais. Aplicar no perfodo entre o perfilhamento e o

480gn - S.A. 1,0 - 2,0 Pós algumas perenes e emborrachamento do arrOlo

ciper6ceas 2,4-0 + MCPA Bi·Hedonal BR 275·275 gn -S.A . 1,0 -2.0 Pós Latifoliadas anuais. Aplicar entre o perfilhamento e o inicio

algumas perenes e do emborrechamento. ciper6ceas

~ 2,4-0 + Propanil Herbanil 368 28+340 gn-C .E. 8,0 - 12,0 Pós Gramlneas, latifoliadas Manter um intervalo de 15 dias entre as

00& anuais I algumas aplicaçOes de inseticidas organofosforados ciperacla. 1 de 40 dia. paro o. carbamato • .

Fenoxapop-elhyl Furore 120 gn - C.E. 1,0 · 2,0 Pós Gramlneas anuais e Aplicar com ervas em boas condiçOes de perenes vigor vegetativo.

Laclofen Cobra 240gn - C.E. 1,0 - 2,0 Pré Latifoliada. anuais Em pOs-e ..... g6ncia. aplicar. e.tando as 0,6 -1 ,0 Pós ervas no el160io de 2 a 4 folhas .

Molinate + Arrozan 360 + 360 gn-C.E. 5,0-7,0 Pós Gramlneas e latifoliadas Aplicar, e.tando as ervas no Ist60io de 2 a Propanil anuais 4 em de altura . Oxadiazon Ronstar 250 250 gn - C.E. 3,0-4,0 Pré Gram/neas anuais e NIo deve.., usado em solos arenosos.

BR algumas latifoliadas Aplicar com o solo úmido. Pendimethalin Herbadox 500 500 gn - C.E. 2,0 - 3,0 Pré Oramlneas e algumas Aplicar com o solo bem preparado 1 sem

CE latifoliadas anuais torrOes 1 em boas condiçOes de umidade. Propanil Vários 360 gn · C.E. 10,0 - 14,0 Pós Oramlneas e algumas Manter um intervalo de 15 dias entre

480 gn-e.E. 7,5 - 11 ,0 latifoliada. anuais apficaçOes de inseticidas organofosforados 1

40 dias para carbamatos. Propanil + Satanil CE 200 + 400 gn-C.E. 6,0-8,0 Pós Gramlneas e latifoliadas Observar os perfodos entrl a aplicaçlo de Thiobencarb anuais inseticidas organofosforados e carbematos . Thiobencarb Satum OR 100 g/kg-OR 40,0 Pré Oramlneas e latifoliadas Aplicar logo após a semeadura. com o solo

100 anuais úmido.

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Tabela 8, estão listadas as principais medidas que devem ser adotadas para controlar ou pelo menos reduzir os danos causados pelas pragas de arroz de sequeiro.

Na Tabela 9, encontram-se relacionados alguns inseticidas que podem ser usados no controle de pragas do arroz. Esses inseticidas deverão ser aplicados quando os nfveis de infestação ou danos atingirem ou ultrapassarem os indicados na Tabela 10.

Colheita A colheita na época certa é muito importante para a

melhoria do rendimento e da qualidade do produto. O arroz está no ponto de colheita quando 80% da lavoura apresenta panfculas (cachos) pendentes, com pelo menos dois terços de grãos já maduros, com umidade entre 18 e 24%.

A colheita antecipada, quando os grãos ainda contêm umidade muito alta, favorece o aparecimento de grãos malformados e gessados.

Quando o arroz é colhido com umidade muito baixa, ocorrem perdas por trincamento e queda natural dos grãos. ~ recomendável que os trabalhos de colheita sejam iniciados quando o orvalho tiver secado completamente. A regulagem adequada das colhedoras é fator decisivo na colheita, a fim de se evitarem perdas na produção. Atenção especial deve ser dada à velocidade do molinete, a qual deve ser superior à velocidade de deslocamento da máquina no campo em até 25%, o suficiente para puxar as plantas para dentro da máquina.

Secagem O arroz colhido no campo geralmente contém umidade

excessiva, o que pode comprometer sua conservação, ao ser armazenado. Por isso, é necessário reduzir sua umidade para 13 a 14%, através de processos mecânicos, para grandes volumes, e de naturais, para volumes menores, em propriedades que não disponham de outros meios. O tempo de secagem varia de acordo com o teor de umidade do grão.

22

Tabela 4. Principais doenças do arroz de sequeiro.

Doenç. IN ...... comuml

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doença 016 50 dias após a .emeadura. Nlo .pliclr nitroglnio em cobertura enlre 30 . 50 dils . Recomend.· •• a pulv.riz.çlo com fungicidas IisUlmicos como medida preventiva. A pulv.rizeçlo .v ••• r f.ita uma vez. na .mis.1o da. panlcul •• ; ou dua., com inlerv.'o • dez dia •.

Na. 're •• de alll Semenle. de boi precipileçlo. p.r,Ii., o qualidadl ou Ullld .. creacimenlo da pllnl, no com fungicidl. e rotlçlo inicio do .mborllch.menlo. de cullura • . Pulv.rizeçlo

com fungicidu .i.IAmico. n. fi •• vegelltivl pode diminuir I incidlnci. di doençl.

CIU •• lellll. Ia folh ... A Trlt_to d. aemenl. _____ doença manif •• ,,· .. nu

folha •• duran.e ou logo lpó. I lIoreçlo.

com fungicida. r.duz o in6culo inicial. O funglcidl Carboxin + Thir.m _nll I germineçlo e o vigor. Uso de ............ adi ... Trot_tod ..

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matureçlo da plnlcull 1.6 _nt •• com I mltur.çlo do grlo. fungicidl •. Nlo e.i •• e cau •• ndo grondn pr.julzOl conuoIe curativo. n. qualid" • grlo. e aemente •. Ao manch .. nos grloa Por. o conUoIe da

--- afatlm o peso do. 11'10 •• I m,nchl-pordl no. grlos. percentegem de grlo. eindl nlo foi enconUIdo cheio •• oc8IT.tem "1Ç1o produto qulmico no roncIIrnonto di 1ll!l!l1ho. .1icIont • .

23

Tabela 5. Fungicidas indicados para aplicaçio na parte aérea da planta de arroz.

Fungicida Doen§:a Nome Nome Brusone Mancha- Mancha-técnico comercial -~arda -estreita

Benomyl" Beniate + Chlorothalonil Bravonil +

Daconil + Dacostar + Funginil + Vanox +

Edifenfos Hinosan + + Fenitin acetate Brestan + +

Hokko Suzu + Fenitin hydroxide Brestanid +

Mertin + + IBP" Kitazin (Granu) + Kasugamycin" Hokko Kasumin + Mancozeb Dithane + + +

Manzate + + + Tebuconazole" Folicur + + Thiabendazole· Tecto + + Thicitazole" Bim + Ziram Funaitox + + • Fungicida com atividade sistlmicl. Os sinais + • - significlm que o fungicidl ti indicado e nlo-indicldo plr. o controle da doença. respectivamente.

Armazenamento A limpeza do armazém ou lugar do armazenamento do arroz

é indispensável para evitar problemas de contaminação e danos causados por insetos. Antes do armazenamento da produção, deve ser feito um tratamento preventivo, através de fumigações periódicas com inseticidas. O local deve ser seco e ventilado, e o conteúdo de umidade do grão precisa manter-se em torno de 13 a 14%.

Quando se utiliza a secagem mecânica, a temperatura não deve passar de 42°C. O arroz, no armazém, deve ficar embalado em sacos empilhados, evitando-se o contato da sacaria com o piso. Para tanto, utilizam-se estrados de madeira. Deve-se evitar também o acesso de animais ao local de armazenamento.

24

Tabela 6 . Insetos-praga do arroz que vivem sob a superfrcie do solo.

In.ato INoma comum)

Paquinha

Cupim·rizófago

Percevejo·castanho

PulgAo-da-raiz

Broca-do-colo

Cascudo-preto

Bicho-bolo

Formiga-cortadeira

h.a da da .. nvolvlmanto

V.gat. Rapr. M.tur.

O.no c.u •• do • pl.nt. n •• dlvar ••• f •••• da da .. nvolvlmanto

Ninfas e adultos escavam túneis e , ao se alimentarem das plantas, causam sua morte . Causam tombamento e secamento das plantas pela completa destruiçiio das raizes. Causam danos 11 semente, diminuindo sua germinação. Ninfas e adultos sugam a seiva das raizes, causando atrofia e secamento parcial das plantas. Sugam a seiva das raizes, causando lesões que provocam amarelecimento e morte das plantas. A lagarta perfura o colo, logo abaixo da superflcie do solo, causando a morte da planta. Os adultos invadem grandes éreas da cultura nova, causando danos em grande extensiio . Siio as larvas do cascudo·preto; destroem as raizes das plantas, impedindo·lhes a absorçiio de nutrientes e égua. Cortam as folhas das plantas do arroz, causando sua morte antes e no inIcio do afilhamento.

Tabela 7. Insetos-praga do arroz que vivem sobre a aupertrcie do solo.

In .. to INome comum)

Percevejo-dal­-panlculas

Lag8rta-dol-cereail

Curuquerê-dos­-capinzail Voador

F ... da da .. nvolvlrnento

V!J!. Rapr. M.tur.

O.no c.u .. do • planta n .. dlvar ... f .... da da .. nvolvlmanto

Aparecem quando o arroz elté emitindo a panlcula_ Alimentam-se de elpiguetal de grAol leitolol. tomando-os vazios ou manchados. AI lagartas danificam aI folhas durante a fase reprodutiva e tamWm as panlculal. Alimentam-se daI folhal, principalmente na fale reprodutiva. e tamWm daI panlculas. OI adulto. e aI larvas alimentam-se daI folhas daI plantaI, cauaando-lhel baltante dano.

continua

25

Continuação da Tabela 7

In •• to F ••• d. (Nom. comum) d ••• nvolvim.nto

Broca-do-colmo

Percevejo-do-colmo

lagarta-dos­-arrozais

Pulga-da-folha

Delfacldeo

Cigarrinha-das­-pastagens

V .S _ R.pr _ M.tur_

Comercializacão ,

O.no c.u •• do • pl.nt. n .. div.r ••• f •••• d. d ••• nvolvim.nto

As lagartas penetram e alimentam-se da parte interna do colmo. causando coração­-morto e panlcula-branca_ Alimentam-se dos colmos_ Os danos causam. na fase vegetativa. coração-morto e, na reprodutiva. panlcula-branca. O dano é causado pelas lagartas que. quando atacam em grandes populações. chegam a destruir totalmente a lavoura. Alimentam-se das folhas . fazendo perfurações muito pequenas. deixando a folha esbranquiçada. São insetos sugadores; excretam uma substência que favorece a formação de fungos_ A planta é infestada desde o inicio até a maturação. Sugam a seiva das plantas. causando sua morte. O perlodo mais crItico de ataque é a fase vegetativa da plêntula. até os 45 dias de idade da planta_

A etapa final da atividade de produção do arroz é a comercialização. O produtor, de grandes ou pequenas áreas, deve ficar atento aos preços de mercado para colocar seu produto à venda. Muitas vezes o lucro de uma boa produção é diminurdo ou perdido por má comercialização.

Acompanhamento econômico da produção

Quando a relação custo/benetrci.o, numa atividade econômica, não é bem estabelecida, corre-se o risco de insucesso, principalmente tratando-se de agricultura. O agricultor deve fazer um registro minucioso de quanto gastou, para saber quanto lucrou

26

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Tabela 9. Do.agen., modo. de aplicaçlo, carlncla. e grupo. tóxico. de algun. In.etlclda. permitido.· para tratamento contra f1tófago. do arroz.

Nome comum ou ONPO Prag. D .... 111"" ou 11/100 kll Modod8 C,"nd. Ing .... nl8 .!lvo t6x1ce controlad8 ••

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Carbaryl 75P 111 3,5,6 ,7 1.000-1 .200 b 14

Cerbaryl 850PM 11 2,3,5,6 ,7 1. 000-1. 300 a 14

Carbaryl 480SC 11 5,6,7 900-1. 100 a 14

Carboluran 350SC 1,4 ,7 525-550 c

Carbolullan 350TS 11 1,4 ,7 525-700 c

Thiodicarb 350SC 11 1,4,7,9 525-600 c

Furathiocarb 400SC 111 7 320 c

Oeltamethrin 25CE 11 6 5-12 a 37

Cypermelhrin 20CE 11 5 10-14 a 11

Cyllulhrin 50CE 2,5 7-10 a 20

E.lenvalerate 25CE 5 25 • 21

Fenval.r.te 200cE 5 60-90 8 21

Fenitrolhion 500cE 11 2,3,5,6,7,8 625-1.250 a 14

lambdacyalolhrin 50CE 11 5 7,5 a 14

Malathion 500cE 111 2,3,5,6 1.000-1.250 a 7

Paralhion melil 600CE 2,3,5 210-400 a 15

Permelhrin 384CE 11 5 25 a 20

Trichlorfon 500SC 11 2,5,6,7 500-1.000 a 7

• Com b.le n. v.lid.de dOI registrol do MA, fornecido. em 1993/94, por empre ••• f.bric.nle. ,

•• 1 - cupim, 2 - percevejo--do-colmo; 3 - percevejo-dl-plnrcull; 4 - ciglrrinhl-dl.-plstlgens; 5 - I.glrll-militlr; 6 - curuQuer.-dol-capinzais; 7 - broc.-do-colo; 8 - broc.-do-colmo; 9 - cascudo-preto Ibicho-bolol,

•••• -= pulverizaçlo; b - polvilhamento; c = no tratlmento di' •• mente •.

na sua atividade. Para facilitar essas contas, sugere-se o preenchimento dos formulários apresentados a seguir: (1) Acompanhamento econômico e (2) Resumo dos resultados econômicos.

O formulário 1 tem duas formas de preenchimento: se o registro dos dados for de estimativa de custos, deve-se preencher só a data do inrcio do formulário e os preços de mercado vigentes na data. Se for de acompanhamento de custos de produção, deve-

28

Tabela 10. Nrveis de infestaçlo ou dano para aplicar tratamentos contra os principais flt6fagos do arroz.

F1t6fago Cupim . Proeornitermes triaeifer Percevejo-do-colmo . Tibraea limbativentris

Percevejo-da-panrcula Oebalus poeeilus

Cigarrinha-das-pastagens - Oeois flavopieta

Lagarta-militar -Spodoptera frugiperda

Curuquerê-dos-capinzais - Moeis latipes

Broca-do-colo -Elasmopalpus lignose/lus

Broca-do-colmo -Oiatraea saeeharalis

Cascudo-preto (bicho­-bolol - Euetheola humilis

Nlval da Infastaçlo doa arrozal. para Inicio do trata manto Quando o plantio antarior tiver apresentado manchas de plantas atscadas, correspondentes a 10% da 6rea. Quando as plantas com 40 a 50 dias de idade apresentarem uma proporçlo média de um a dois insetos/15 colmos. Quando, nas duas primeiras e nas duas últimas semanas após iniciar a emisslo das panlculas, for coletado, em média, 0 ,5 e 1,0 percevejo por redada ou quando for observado 0,8 a 1,0 inseto/l0 panlcula. Quando, na ausência de tratamento preventivo, for encontrada, em média, uma ou mais cigarrinhas/30 colmos (antes do afilhamentol e duas ou mais após esse est6dio. Quando a porcentagem de folhas atacadas (limbo reduzido em mais de 50%1 nas fases vegetativa e reprodutiva estiver entre 25-30% e 15-20%, respectivamente, estando as lagartas em plena atividade. Quando a porcentagem de folhas atacadas (limbo reduzido em mais de 50%1 nas fases vegetativa e reprodutiva estiver entre 25-30% e 15-20%, respectivamente, estando as lagartas em plena atividade. Quando, na ausência de tratamento preventivo, o número médio de colmos correr risco de ficar inferior a 201m2

após essa fase, em arroz de sequeiro. Quando, durante a fase vegetativa e reprodutiva das plantas, forem encontradas quatro e duas posturas/l 00 colmos, respectivamente, e se o parasitismo de ovos estiver inferior a 50%. Quando, antes ou depois do plantio, apresentar uma infestação média de quatro larvas ou dois adultos/m2 •

-se preencher a primeira coluna com as datas em que foi realizada cada compra ou operação, com o seu respectivo preço.

Após o preenchimento do formulário 1 e serem estabelecidos os totais, deve-se preencher o formulário 2, com os dados gerais obtidos, seguindo o exemplo apresentado nos próprios formulários, a fim de ser verificado o resultado econômico da atividade agrrcola. O último item, custo/beneffcio desse formulário, mostra o resultado final da atividade. Se o resultado for maior que 1,0, a atividade teve lucro. Se o resultado for 1,15, por exemplo, significa que todos os custos operacionais foram pagos e ainda houve um lucro de 15%. Se o número for menor que 1,0, significa perda.

29

Cultura: Arroz Áraaaler plantada: _____ _

~poca : c:Jéguas c:Jseca

Data do plantio: __ ' __ '19_ Data da colhaita: __ ' __ '19

Produtividade esperada: ___ sc. 160kg' Produtividade alcançada : ___ IC. 160kg,

Data da coleta dos preços: __ , __ , __

Data Insumos/Serviços Preço Uni!. IR.' Custo Total IR.) %

CALAGEM

Calcério t Distribuição do calcário hm Mão-de-obra calagem dh

Subtotel CellIgem

PREPARO 00 SOLO

Grade aradora hm

Arado aiveca'disco hm

Grade niveladora hm

Subtotel Prapuo do Solo

Data Insumos'Serviços Unid." Quant. Preço Uni!. IR., Custo Total IR.) %

PLANTIO

Semanta. anoz kg Adubeçlo

Fórmula I ) kg Micronutrientes - FT kg

- Sulfato de zinco kg Trat. da .amanta. Inseticida I ) It Fungicida I ) kg Plantadora hm Mlo-da-obra plantio dh

Subtotel Plantio

TRATOS CULTURAIS

Adubaçlo cobertura Adubo I , kg Adubo I , kg Aplicação mecânica hm Aplicaçio manual dh Umpaza da 6raa Capina manual dh Capina cultivador hm Capina animal da Herbicida I ) It/kg

30

Data Insumos/Serviços Unido • Quant . Preço Uni! . IR$I Custo Total IR$) %

PulverizaçAo herbicida hm PulverlzlIÇlo Inseticida I Itlkg Inseticida 1 Fungicida 1 Itlkg Fungicida 1 Aplicaçlo mecAnica hm AplicaçAo manual dh

Subtot" Treto. Cuhur-'.

COLHEITA

Colhedora hm Colheitad.1 % da prad. sc Colheita manual dh Mlo-de-obra colheita dh Sacaria u Secagem/armazanagam Tranapone interno hm Outro.

Subtot" AdmlnletrllÇlo 13%)

TOTAL GERAL

• hm - horl/mAquinl I lugldl ou própria . dh - dillhomem. dI - dia/lnimal.

Formulário 2 Resumo dos resultados econômicos

1. Produçlo (sc. 60 kg)

2. Preço de venda do produto (Re/por sC. 60 kg)

3 . Receita total (R., (Item 1 mult~icado pelo Item 21

4. Custo de produçlo (R.,

5. Custo de produçlo (sc.60 Itill (Item 4 dividido pelo Item 21

6. Margem bruta (R., (Item 3 menos Item 4)

7. Margem bruta (ac.60 ~gl (Item 1 menos Item 51

8. Rei. custolbenef/cio (Item 3 dividido pelo Item 41

31

Impresslo e Acabamento: Embrapa - SPI

Ap o IO

Ministério da Agricultura e

do Abastecimento