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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Ordem de Serviço: 201409626 Município/UF: Rio de Janeiro/RJ Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE Instrumento de Transferência: Convênio - 777876 Unidade Examinada: CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS DE MESA Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.821.269,00 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução Trata o presente relatório dos resultados dos trabalhos de fiscalização realizados sobre a execução do Convênio nº 777876/2012, celebrado entre a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (convenente) e o Ministério do Esporte – ME (concedente), no âmbito do Programa 2035 - Esporte e Grandes Eventos Esportivos e Ação 20D8 – Preparação e Organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 2 de outubro de 2014 a 8 de outubro de 2014, na sede da convenente, no Município do Rio de Janeiro e englobaram as seguintes etapas: formalização do convênio; execução do convênio; e prestação de contas do convênio. 2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria. 2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

Ordem de Serviço: 201409626 Município/UF: Rio de Janeiro/RJ Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE Instrumento de Transferência: Convênio - 777876 Unidade Examinada: CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS DE MESA Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.821.269,00 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Trata o presente relatório dos resultados dos trabalhos de fiscalização realizados sobre a execução do Convênio nº 777876/2012, celebrado entre a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (convenente) e o Ministério do Esporte – ME (concedente), no âmbito do Programa 2035 - Esporte e Grandes Eventos Esportivos e Ação 20D8 – Preparação e Organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 2 de outubro de 2014 a 8 de outubro de 2014, na sede da convenente, no Município do Rio de Janeiro e englobaram as seguintes etapas:

formalização do convênio;

execução do convênio; e

prestação de contas do convênio. 2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Informações gerais do Convênio nº 777876/2012, cujo objeto é a preparação de atletas olímpicos de tênis de mesa de alto rendimento para participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Fato O Ministério do Esporte – ME e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa – CNPJ nº 30.482.319/0001-61, por intermédio do Processo nº 58701.007856/2012-31 e a proposta SICONV nº. 040539/2012, observado o resultado do Edital de Chamada Pública nº. 01/2012 da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do ME, celebraram o Convênio nº. 777876/2012, com as seguintes características: Objeto: “Preparação de atletas olímpicos de tênis de mesa de alto rendimento para

participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016.”

Valor: R$1.821.268,92, cabendo R$1.789.460,82 ao concedente e R$31.808,10 ao convenente, a título de contrapartida financeira. Por meio do Primeiro Termo Aditivo ao Convênio nº 777876/2012, celebrado em 21 de setembro de 2015, foi suplementado ao montante do Convênio o valor de R$1.212.400,26 por parte da União e R$20.000,00 a título de contrapartida a ser desembolsada em duas parcelas.

Período de Vigência: 31 de dezembro de 2012 a 31 de dezembro de 2014. Prorrogada em abril/2013, ex officio, até 31 de janeiro de 2015, pelo atraso de 31 dias na liberação da primeira parcela por parte do ME e, em 16 de janeiro de 2015, prorrogada a vigência por 89 dias, até 30 de abril de 2015, pelo atraso de 479 dias na liberação da segunda parcela. Apesar de o atraso ter sido de 479 dias, a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento efetuou prorrogação de prazo de 89 dias para que a CBTM pudesse cumprir o objeto pactuado. Prorrogada novamente de Ofício até 23 de maio de 2016, segundo publicação do Extrato de Prorrogação de Ofício no Diário Oficial da União de 16 de abril de 2015. Por meio do Primeiro Termo Aditivo ao Convênio nº 777876/2012, em 21 de setembro de 2015 foi prorrogada outra vez até 20 de setembro de 2016. Por fim, prorrogada em 4 de março de 2016, ex officio, até 27 de março de 2017, pelo atraso de 188 dias na liberação da primeira parcela por parte do ME.

Integralização das parcelas:

Primeira parcela: R$1.095.963,54, em 1 de fevereiro de 2013;

Segunda parcela: R$693.497,28, em 22 de outubro de 2014;

Terceira parcela: R$606.200,13, em 5 de fevereiro de 2016;

Contrapartida: R$31.808,10, em 8 de agosto de 2014.

Contrapartida: R$10.000,0, em 25 de abril de 2016, segundo registro do SICONV em “Registro Ingresso de Recurso”

Plano de Trabalho: conforme detalhado a seguir.

Quadro: Meta 1 – Recursos Humanos. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.2 Remuneração 4 treinadores 1.521,00 96 146.016,00 1.4 INSS 1.612,26 24 38.694,24

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.5 FGTS 486,72 24 11.681,28 1.6 PIS 60,84 24 1.460,16 1.7 13º Salário 6.084,00 2 12.168,00 1.8 Férias 2.028,00 2 4.056,00

1.9 Remuneração técnico estrangeiro –Nível A

3.200,50 24 76.812,00

1.10 Remuneração técnico estrangeiro –Nível B

9.985,56 24 239.653,44

1.11 Remuneração assessor técnico formador internacional

9.985,56 24 239.653,44

Total 770.194,56 Fonte: Plano de Trabalho.

Quadro: Meta 2 – Assessoria Contábil. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.1 Assessoria Contábil 4.000,00 24 96.000,00 Total 96.000,00

Fonte: Plano de Trabalho.

Quadro: Meta 3 – Equipamentos esportivos para os Centros de Treinamento. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.1 Bola Tênis de Mesa de competição 38,41 960 36.873,60 1.2 Bola Tênis de Mesa de treinamento 8,97 4.800 43.056,00 1.3 Mesa de Árbitro de Tênis de Mesa 168,98 20 3.379,60

1.4 Mesa Tênis de Mesa - tampo 30mm em MDF

1.689,87 5 8.449,35

1.5 Mesa Tênis de Mesa - tampo 30mm em MDF

1.689,87 5 8.449,35

1.6 Mesa Tênis de Mesa - tampo 30mm em MDF

1.689,87 5 8.449,35

1.7 Mesa Tênis de Mesa - tampo 30mm em MDF

1.689,87 5 8.449,35

1.8 Pisos - metros quadrados 48,65 1.000 48.650,00 1.9 Placar de Tênis de Mesa 84,49 20 1.689,80

1.10 Porta toalhas 64,01 40 2.560,40 1.11 Redes e Suportes de Tênis de Mesa 128,02 20 2.560,40 1.12 Robô 7.578,79 4 30.315,16 1.13 Separadores de mesa 74,26 252 18.713,52

Total 221.595,88 Fonte: Plano de Trabalho.

Quadro: Meta 4 – Equipamento de ginástica e fisioterapia para os Centros de Treinamento.

Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.1 Esteira elétrica 3.799,05 2 7.598,10 1.2 Bicicleta Ergométrica 2.699,10 2 5.398,20 1.3 Mix de Exercício - estação de

musculação 1.424,05 2 2.848,10

1.4 Cama elástica 469,00 2 938,00

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.5 Balança Eletrônica Antropométrica 1.399,00 1 1.399,00 Total 18.181,40

Fonte: Plano de Trabalho.

Quadro: Meta 5 – Equipamentos administrativos para os Centros de Treinamento. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.1 Filmadora Digital 1.199,00 1 1.199,00 1.2 Máquina Fotográfica Digital 2.099,00 1 2.099,00 1.3 TV LCD 42" 2.089,00 1 2.089,00 1.4 LapTop - contrapartida 2.069,10 1 2.069,10 1.5 Impressora Multifuncional - contrapartida 699,00 1 699,00

Total 8.155,10 Fonte: Plano de Trabalho.

Quadro: Meta 6 – Material esportivo para atletas. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.1 Raquete para Tênis de Mesa 38,41 22 845,02 1.2 Borracha para raquete - 2 cores (par) 140,82 528 74.352,96

1.3 Camisa treinamento - tamanhos P / M / G / GG

42,00 528 22.176,00

1.4 Shorts - tamanhos P / M / G / GG 48,00 264 12.672,00 1.5 Tênis - numeração do 34 ao 46 180,00 88 15.840,00 1.6 Meia – numeração do 34 ao 46 12,00 528 6.336,00 1.7 Bolsa 120,00 44 5.280,00 1.8 Toalha – contrapartida 55,00 528 29.040,00

1.9 Agasalho (calça e jaqueta) - tamanhos P / M / G / GG

240,00 44 10.560,00

1.10 Jaqueta Impermeável - tamanhos P / M / G / GG

210,00 44 9.240,00

Total 186.341,98 Fonte: Plano de Trabalho.

Quadro: Meta 7 – Bolsa incentivo aos atletas da seleção. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantidade

Valor Total

1.1 Bolsa Incentivo atletas Seleção A 3.100,00 168 520.800,00 Total 520.800,00

Fonte: Plano de Trabalho.

Posteriormente, foi verificado ajustes no Plano de Trabalho, autorizados pelo concedente, conforme detalhado a seguir, de acordo com a documentação constante do SICONV. Em 5 de maio de 2015 foi aprovado o ajuste que permitiria a aplicação de R$115.582,88, provenientes da economia feita nas aquisições de equipamentos (R$5.519,54) e parte do rendimento da aplicação financeira (R$110.063,34). Esse valor seria aplicado para a ampliação do objeto pactuado, por mais dois meses, com as despesas de (i) pagamento de recursos humanos e encargos; (ii) bolsa incentivo aos atletas da seleção A; e (iii) assessoria

contábil. Esse ajuste foi aprovado por meio do Parecer Técnico nº 13/2015 – CGTCE/DEPES/SNEAR/ME, de 28/04/2015. Com o Primeiro Termo Aditivo ao Convênio nº 777876/2012, foi suplementado o valor de R$1.212.400,26 por parte da União e R$20.000,00 a título de contrapartida, para execução das seguintes metas até agosto/2016:

Meta 8 – Bolsa incentivo aos atletas das Seleções 2015/2016.

Meta 9 – Assessoria contábil 2015/2016.

Meta 10 – Recursos humanos – profissionais técnicos das Seleções 2015/2016

Cabe ressaltar que o escopo da fiscalização restringiu-se à execução das ações previstas no Plano de Trabalho inicial, no valor de R$1.821.268,92, tendo em vista que os trabalhos de campo ocorreram antes do primeiro ajuste do Plano de Trabalho.

Em relação aos recursos empregados no desenvolvimento do projeto objeto do convênio, de acordo com a resposta à Solicitação de Fiscalização – SF nº 201409626/07, de 30 de janeiro de 2015, que solicitou informações a respeito de outras fontes de recursos/patrocínio financiando alguma meta/etapa do convênio em tela, o gestor informou que a CBTM custeou com recursos próprios eventuais despesas do convênio. Solicitado, por meio da SF nº 201409626/10, de 6 de fevereiro de 2015, a informar quais ações, etapas e metas foram custeadas com recursos próprios, o gestor informou que “parte das despesas da etapa 1, ações 1.9, 1.10 e 1.11 foram custeadas com recursos próprios da CBTM, uma vez que fora detectado que o valor pactuado não cabia na ação”. Contudo, o gestor não quantificou essas despesas custeadas com recursos próprios. No âmbito do Convênio nº 777876/2012, as contratações efetuadas pela CBTM se deram por meio da realização de um Convite, uma Tomada de Preços e vinte Inexigibilidades de licitação. As informações referentes ao Convite e à Tomada de Preços estão descritas em item específico deste Relatório. Esses processos de aquisição foram realizados para contratação de assessoria contábil (Meta 2) e de equipamentos esportivos para os Centros de Treinamento (Meta 3). As informações referentes às inexigibilidades realizadas estão detalhadas a seguir.

Quadro: Informações referentes às inexigibilidades realizadas.

Nº Objeto Valor (R$) Empresa contratada

061 Remessa bancária ao exterior 1.200.000,00 Multimoney Corretora de Câmbio – CNPJ 12.586.596/0001-32

011 Remuneração treinador 18.252,00 ***.630.478-** 012 Remuneração treinador 18.252,00 ***.359.758-**

052 Compra de papel moeda e remuneração de técnicos estrangeiros

1.000.000,00 Cotação Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S/A – CNPJ 17.354.911/0001-10

045 Remessa bancária ao exterior – pagamento de pacote de participação

1.000.000,00 Banco Rendimento S/A – CNPJ 68.900.810/0001-38

Nº Objeto Valor (R$) Empresa contratada

015 Aquisição de equipamentos de ginástica e fisioterapia

5.000,00 Acware Comércio de Equipamentos para Automação Comercial Ltda – CNPJ 10.690.274/0001-03

014 Remuneração treinador 18.252,00 ***.846.878-** 013 Remuneração treinador 18.252,00 ***.164.268-**

010 Remuneração Assessor Técnico Internacional

119.826,72 Passaporte 10CV12904

009 Remuneração Técnico Estrangeiro 119.826,72 Passaporte 01DA002722 008 Remuneração Técnico Estrangeiro 38.406,00 Passaporte H401070 007 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.991.578-** 006 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.926.408-** 002 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.565.658-**

050 Compra Equipamento Administrativo para os CT’s

1.450,00 World Sound Comércio de Áudio e Vídeo Ltda – CNPJ 58.811.811/0001-52

005 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.111.838-** 004 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.935.077-** 003 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.327.388-** 003 Bolsa incentivo atleta Seleção A 37.200,00 ***.549.848-**

020 Aquisição de equipamentos de ginástica e fisioterapia

18.200,00 NS2.Com Internet S.A. – CNPJ 09.339.936/0001-16

Fonte: SICONV - Aba Processos de Execução

Não havia no SICONV nenhuma justificativa para as contratações por inexigibilidade realizadas, nem mesmo para as contratações para aquisição de equipamentos e de instituições financeiras, em que potencialmente há diversos fornecedores no mercado, o que afastaria a condição essencial para a realização de inexigibilidade de licitação. Constatou-se também que os registros são realizados no SICONV somente para atendimento aos dispositivos formais legais, sem que as informações espelhem a realidade. Como exemplo, cita-se o caso das Inexigibilidades nº 061 e 052, que, juntas, já ultrapassam o valor total do convênio. Além disso, foi inserida a Inexigibilidade nº 045, cujo objeto (pagamentos de pacote de participação) sequer faz parte do Plano de Trabalho do Convênio nº 777876/2012. Em relação à execução de algumas metas e etapas, a comparação entre o previsto no Plano de Trabalho e o realizado encontra-se detalhada no quadro a seguir.

Quadro: Plano de Trabalho – Previsto x Realizado

Em R$ Meta / Etapa

Descrição Valor

Previsto Valor

Realizado 1 Recursos Humanos 702.134,88 733.392,71

1.2 Remuneração treinadores 146.016,00 124.253,12 1.9 Remuneração técnico estrangeiro –Nivel A 76.812,00 84.502,55

1.10 Remuneração técnico estrangeiro –Nivel B 239.653,44 259.962,21

1.11 Remuneração assessor técnico formador internacional

239.653,44 264.674,83

2 Assessoria Contábil 96.000,00 88.000,00 2.1 Assessoria Contábil 96.000,00 88.000,00

3 e 6 Equipamentos e Material Esportivo 296.793,86 327.405,36 3.1 a 3.13

Todos equipamentos esportivos 221.595,88 327.405,36

6.1 Raquete para Tênis de Mesa 845,02

Meta / Etapa

Descrição Valor

Previsto Valor

Realizado 6.2 Borracha para raquete - 2 cores (par) 74.352,96 4 Equipamentos ginástica e fisioterapia 15.333,30 13.771,95

4.1 a 4.5 Todos equipamentos, à exceção do item 4.3 15.333,30 13.771,95 5 Equipamentos administrativos 8.155,10 7.007,86

5.1 a 5.5 Todos equipamentos 8.155,10 7.007,86 6 Material esportivo 111.144,00 0,00

6.3 a 6.10

Todos os materiais à exceção dos itens 6.1 e 6.2 111.144,00 0,00

7 Bolsa incentivo atletas 520.800,00 477.400,00 7.1 Bolsa incentivo atletas 520.800,00 477.400,00

Total das principais metas e etapas 1.750.361,14 1.646.977,88 Fonte: Registros de liquidação e pagamentos no SICONV OBS: A execução das etapas 6.1 e 6.2 da meta 6 foi incluída na execução da meta 3, pois foi realizada uma só compra no exterior por meio da Tomada de Preços nº 06/2013 em que foram contemplados os treze itens da meta 3 e os dois primeiros itens da meta 6. Os valores por item estavam em Euro, mas como o pagamento foi dividido em três etapas, para cada pagamento houve uma cotação diferente, além das despesas administrativas de câmbio, o que dificultou a identificação do valor em Reais para cada item.

As remunerações dos treinadores (meta 1) referem-se a 22 parcelas mensais, de um total previsto de 24. Em relação aos treinadores estrangeiros, o valor executado foi superior ao previsto devido à variação cambial, tendo em vista que a remuneração, e os respectivos contratos, foram definidos em Euro. A partir de abril de 2014 e junho de 2014 houve uma redução no valor da remuneração dos treinadores estrangeiros, contrariando os valores definidos nos contratos. Questionada a respeito, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/04, de 22 de janeiro de 2015, a Entidade apresentou a seguinte informação:

“Temos a esclarecer que os meses citados estavam sendo pagos os valores pactuado em contrato. Devido a variação cambial da moeda Euro o valor ultrapassava o mensal orçado. Quando da disponibilização do 2º repasse, passou-se a pagar através do convênio o valor previsto na ação e a diferença com recursos próprios, para posterior ajuste no plano de trabalho em elaboração.”

Cabe ressaltar que nenhum comprovante dos pagamentos com recursos próprios das diferenças foi apresentado.

Em relação à execução da meta 3 e parte da meta 6, o valor executado foi maior do que o previsto devido também à variação cambial, tendo em vista que a compra foi realizada na Europa, em Euro, e o pagamento dividido em três parcelas, sendo o primeiro em Março de 2013 e os dois últimos em Setembro de 2013.

Parte do projeto do convênio refere-se à estruturação de quatro Centros de Treinamento/Clubes de Tênis de Mesa, com a aquisição de equipamentos e materiais esportivos da modalidade certificados pela Federação Internacional de Tênis de Mesa – ITTF, equipamentos básicos administrativos e equipamentos de preparação física. Esses Centros de Treinamento estão localizados nas cidades de São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Paulo e Santos, todas no Estado de São Paulo. Constatou-se que diversos equipamentos e materiais foram adquiridos, porém não foi possível fazer a visita in loco nos clubes para verificação da utilização desses equipamentos e materiais.

Destaca-se a seguir a justificativa do projeto, descrita no Projeto Básico:

“A principal característica do projeto é a preparação dos atletas de alto rendimento na modalidade Tênis de Mesa em seus diversos Centros de Treinamentos do Brasil para que obtenhamos excelentes desempenhos técnicos e ótimos resultados dos atletas.

Além da preocupação em acompanhar cada atleta em seu desenvolvimento, tanto físico quanto psicológico e técnico, este projeto tem como objetivo proporcionar melhores condições aos atletas de alto rendimento com equipamentos e materiais esportivos com qualidade (certificados pela Federação Internacional de Tênis de Mesa – ITTF), equipamentos administrativos, equipamentos de preparação física e equipe técnica adequada para um melhor aproveitamento e desenvolvimento a fim de obter classificação para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Os atletas das Seleções se concentrarão diariamente no CT de São Caetano do Sul no período da manhã. A centralização destes treinamentos servirá para que os atletas da Seleção tenham um espaço no qual possam se dedicar integralmente à vida de atleta. Além da concentração diária, os atletas receberão treinos particulares com os técnicos contratados em seus Clubes no período da tarde.

Os treinamentos na mesa serão regulares e de alto nível, com material esportivo padrão internacional – indicado para atletas de Seleção Brasileira. Além disso, haverá profunda especialização no treinamento, tanto prático quanto teórico.

Prático com treinadores especializados para cada categoria, consultor internacional (que trará os conhecimentos de ponta dos centros mais desenvolvidos – especialmente Europa- para os atletas e técnicos brasileiros), tudo isso em um ambiente competitivo. Na parte teórica haverá estudo de jogos dos adversários (e dos próprios jogos), apresentação e desenvolvimento de estatísticas, com o atleta entendendo e visualizando a própria evolução.

Os atletas receberão uma bolsa incentivo para que se dediquem integralmente aos treinamentos e a vida de atleta de alto rendimento.”

Tendo em vista que não houve visitas aos Centros de Treinamento e tampouco entrevistas com técnicos e atletas, não foi possível verificar se essas atividades foram desenvolvidas a contento.

Contudo, cabe ressaltar que consta dos autos do Convênio nº 777876/2012, um relatório da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento referente a um acompanhamento técnico in loco, realizado em setembro/2013, exclusivamente quanto ao cumprimento do objeto, onde a equipe da Secretaria concluiu pelo cumprimento parcial da execução do convênio até aquele momento.

Quanto ao recebimento da bolsa incentivo pelos atletas, dos oito atletas integrantes da Seleção A, sete foram contemplados com a bolsa. Segundo o projeto, a bolsa seria concedida aos atletas nos meses em que houvesse treinamento e participação em competições internacionais, ou seja, de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, conforme calendário constante do Projeto Básico.

Verificou-se que três desses atletas atualmente integram clubes do exterior, ondem passam temporadas, o que impossibilitaria a participação em treinamentos. Por meio da Solicitação de Fiscalização – SF nº 201409626/09, de 3 de fevereiro de 2015, solicitou-se ao gestor que informasse os períodos de participação dos atletas nesses clubes e temporadas no exterior, citando como exemplo o nome dos três atletas. Por meio da SF nº 201409626/10, de 6 de fevereiro de 2015, a solicitação de informação quanto aos períodos de participação dos atletas brasileiros em outros clubes e temporadas no exterior, exemplificando novamente, foi reiterada. Em resposta, o Presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa – CBTM apresentou a seguinte informação, referente apenas aos três atletas citados como exemplo, editada apenas quanto ao nome de pessoas citadas, a fim de preservá-las:

“Temos a esclarecer que fora definido pela Comissão Técnica que os atletas ***.935.077-**, ***.991.578-** e ***.111.838-** jogarão as Ligas Europeias até a temporada 2016 – como complemento para a preparação aos Jogos Olímpicos, para que possam através da experiência com outras técnicas de jogo elevarem o nível técnico. Importante frisar que a residência não é permanente – eles seguem a programação de participação de eventos internacionais representando o Brasil – bem como os treinamentos com a seleção e os treinos nacionais em São Caetano do Sul.”

Cabe ressaltar que dois técnicos estrangeiros e os quatro técnicos brasileiros, por diversos dias ao longo do ano, estão participando de competições internacionais com diversos atletas. Tal fato, teoricamente, poderia prejudicar o calendário de treinamento nos clubes beneficiados com o projeto em tela. Contudo, não foi possível confirmar a periodicidade desta participação, uma vez que não houve visitas aos Centros/Clubes de Treinamento.

Por meio de consulta a sistemas, foram identificados possíveis vínculos entre empresas contratadas e funcionários e pessoas ligadas à Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, conforme melhor detalhado no item deste Relatório referente às licitações realizadas.

De acordo com a resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201409626/07, de 30 de janeiro de 2015, houve um acompanhamento da execução do convênio pelo Ministério do Esporte. O mesmo ocorreu em setembro de 2013. Em relação a essa fiscalização, foi gerado o Relatório de Acompanhamento Técnico de Cumprimento do Objeto nº 02/2013/CGTCE/DEPES/SNEAR/ME, de 11 de outubro de 2013. Nesse relatório, foram registradas nove impropriedades e o parecer foi pelo cumprimento parcial da execução do convênio até aquele momento. Em 25 de outubro de 2013 esse relatório foi encaminhado à CBTM pelo Chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento para correções das impropriedades elencadas. A partir daí houve uma troca de informações sobre o saneamento das impropriedades entre concedente e convenente, até agosto de 2014, inclusive visando à liberação da 2ª parcela do convênio. Contudo, não consta no processo, até agosto de 2014 (data do último documento constante da cópia do processo a que essa equipe de fiscalização teve acesso), nenhum documento conclusivo sobre o saneamento de todas as impropriedades.

Não há informações acerca da regularização das impropriedades identificadas, mas a equipe verificou que houve a liberação da 2ª parcela do convênio em outubro de 2014. Todos os documentos analisados constavam da cópia integral do processo a que essa equipe teve acesso. Cabe ressaltar que no campo “Histórico” do Relatório de Acompanhamento Técnico de Cumprimento do Objeto nº 02/2013/CGTCE/DEPES/SNEAR/ME, de 11 de outubro de

2013, há a informação de que se tratava da segunda visita de acompanhamento do objeto do Convênio nº 777876/2012. Apesar disso, nenhum outro relatório foi identificado na cópia integral do processo, tampouco foi mencionado pelo gestor, em sua resposta à SF nº 201409626/07, de 30 de janeiro de 2015.

Verificou-se também a existência de um Relatório de Fiscalização e Acompanhamento do Projeto, datado de 31 de agosto de 2014, referente ao acompanhamento realizado pela Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos – CBLP, entidade civil responsável pelo acompanhamento da execução do Convênio nº 777876/2012. Esse relatório apresenta informações a respeito do objeto e do objetivo do convênio, e informações superficiais a respeito da execução física até o momento da fiscalização de algumas metas, sem análise de custos. Em sua consideração final, o Presidente da CBLP conclui: “Acreditamos que a entidade vem executou (sic) e tendo um bom aproveitamento dos recursos do projeto que os auxiliou e muito no atingimento das metas propostas.”.

Analisando toda a documentação disponível e registro nos sistemas referentes ao convênio em tela, foram verificadas também as situações relatadas a seguir. Segundo o processo de formalização, o Convênio nº 777876/2012 foi celebrado a partir da seleção da proposta nº 040539/2012 da Chamada Pública nº 01/2012 da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento – SNEAR. O Plano de Trabalho elaborado, conforme art. 25 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011, e aprovado pelo concedente, apresenta, entre outras informações, uma planilha detalhada com as metas e etapas que permitem o acompanhamento da execução do projeto pelo concedente. Não foram constatados registros de inadimplências efetivas no Sistema SIAFI para os convênios celebrados pela CBTM e o ME. Fato##

##/Fato##

2.1.2. Ausência de análise, pelo concedente, quanto à adequação dos custos da proposta de convênio aos preços de mercado praticados, contrariando dispositivos da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011. Fato Analisando o processo referente à formalização do convênio nº 777876/2012, verificou-se que foi expedido o Parecer nº 95/2012/CGTCE/DEPES/SNEAR/ME, de 24 de novembro de 2012, em que, tecnicamente, a Coordenação Geral da Rede Nacional de Treinamento e Cidades Esportiva – CGTCE conclui que, quanto ao mérito, o projeto constante da proposta de convênio é viável, manifestando-se favoravelmente ao atendimento do pleito, após parecer da Consultoria Jurídica do Ministério do Esporte. De acordo com o Parecer do ME, no que se refere aos custos do projeto, a CGTCE assim se manifestou:

“Na análise do cálculo de custo acostado ao sistema SICONV, referente às ações a serem financiadas pelo proponente e por este Ministério, verificou-se que os valores dos itens: remuneração da comissão técnica (consultor técnico estrangeiro,

técnicos nacionais e internacionais, e encargos trabalhistas), equipamentos esportivos (bola de tênis de mesa para treinamento, bola para tênis de mesa para competição, mesa de tênis de mesa, mesa de árbitro, piso emborrachado para tênis de mesa, placar, porta toalha, redes e suportes de rede, robô e separadores de mesa), equipamentos de ginástica (mix de exercício, esteira eletrônica, bicicleta ergométrica, cama elástica e balança eletrônica), equipamentos eletrônicos filmadora, máquina fotográfica, TV, computador e impressora), material esportivo (raquete, borracha, camisa para treinamento, shorts, tênis, meia, bolsa, toalha, agasalho e jaqueta) Bolsa incentivo, assessoria contábil, estão compatíveis com os praticados no mercado local, conforme consultas realizadas pela Confederação e alocadas na Aba “ANEXOS” dentro do sistema SICONV.”

Diante do que está escrito no Parecer referente à análise dos custos do projeto e, tendo em vista que não havia no processo documentação referente à pesquisa de preço de mercado por parte da área técnica do Ministério, constata-se que a análise e manifestação conclusiva pelo setor técnico quanto à adequação dos custos do projeto baseou-se exclusivamente na documentação apresentada pela Confederação. Tal constatação ficou evidente quando da análise do processo pela Consultoria Jurídica do Ministério. Por meio do Parecer nº 150/2012/CONJUR-ME/CGU/AGU, de 11 de dezembro de 2012, foi relatado o seguinte quanto à “Adequação Financeira” do projeto:

“Por sua vez, no Parecer nº 95/2012/CGAPO/DEPES/SNEAR/ME é afirmado que os valores utilizados pela proponente “estão compatíveis com os praticados no mercado local, conforme consultas realizadas pela Confederação e alocadas na aba “ANEXOS” dentro do sistema SICONV. Não obstante, a área técnica omitiu-se de emitir um juízo de valor sobre tais orçamentos, motivo pelo qual se recomenta que a SNEAR ateste expressamente a adequação das contratações a serem feitas pela proponente com os valores praticados no mercado.”

Para o atendimento à Consultoria Jurídica, em 13 de dezembro de 2012, a CGTCE emitiu a Nota Técnica nº 28/2012/CGTCE/DEPES/SNEAR/ME, que apresentaria as providências adotadas para o atendimento dos itens 24, 25, 26, 34, 37, 38, 42 e 44 do Parecer nº 150/2012/CONJUR-ME/CGU/AGU, de 11 de dezembro de 2012. Contudo, a Nota Técnica apresentou informações para todos os itens descritos acima, à exceção do item 37, o qual se refere à análise dos custos do projeto pela CGTCE. Neste mesmo dia 13 de dezembro de 2012, a Nota Técnica nº 28/2012/CGTCE/DEPES/SNEAR/ME foi aprovada pela Coordenadora-Geral da Rede Nacional de Treinamento e Cidade Esportiva. Em 19 de dezembro de 2012, de ordem do Diretor do Departamento de Gestão Interna do ME, o processo foi encaminhado à Assessoria Técnica para assinatura do instrumento de convênio e autorização da publicação. Diante do exposto, verificou-se que não houve análise e manifestação conclusiva pelo setor técnico do Ministério do Esporte quanto à adequação dos custos do projeto, contrariando o inciso II do § 2º do art. 8º c/c o art. 44 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011. Fato##

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:  

“A CBTM não possui a expertise para pronunciar sobre esse assunto, uma vez que, cabe ao órgão Concedente analisar sobre esse assunto.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno De fato, a impropriedade relatada refere-se à atuação de servidores do Ministério do Esporte, na condição de concedente, os quais tomarão ciência deste Relatório após a conclusão dos trabalhos. ##/AnaliseControleInterno##

##/AnaliseControleInterno##

2.1.3. Celebração do Convênio n° 777876/2012 com a CBTM sem que prestações de contas de convênios anteriores tivessem sido apresentadas no prazo previsto, contrariando requisito definido no art. 38 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011 para celebração de novos convênios. Fato Foi firmado o Convênio n° 777876/2012 entre o Ministério do Esporte – ME e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa – CBTM sem que tenha sido atendido o requisito definido no art. 38 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU n° 507/2011, o qual exige que as prestações de contas de convênios anteriores com a referida entidade estejam regularizadas antes da assinatura de novo ajuste. Quanto à apresentação, análise e aprovações de prestações de contas de outros convênios celebrados entre o ME e a CBTM, a informação da Coordenação Geral de Prestação de Contas – CGPCO/ME, em 6 de novembro de 2012, constante do processo nº 58701.007856/2012-31, foi a seguinte: Quadro – Situação das prestações de contas dos convênios celebrados entre ME e CBTM

Convênio Situação

700981/2008 749401/2010

Aprovados

751711/2010 751770/2010

Encontram-se dentro do prazo para a apresentação da prestação de contas – 07/11/2012

Fonte: Processo 58701.007856/2012-31, folha 78.

Após novo pedido de informação, em 22 de novembro de 2012 a mesma coordenação prestou a seguinte informação: Quadro – Situação das prestações de contas dos convênios celebrados entre ME e CBTM

Convênio Situação 700981/2008 749401/2010

Aprovados

751711/2010 751770/2010

A vigência expirou e a prestação de contas não foi inserida no Sistema. Emitido memorando à CGTEC/SNEAR solicitando os processos para que a entidade seja diligenciada.

Fonte: Processo 58701.007856/2012-31, folhas 77 e 78.

No mesmo dia, em uma troca de e-mails entre servidores da Coordenação-Geral de Prestação de Contas – CGPCO e da Coordenação-Geral da Rede Nacional de Treinamento e Cidade Esportiva – CGTCE/Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento – SNEAR/ME, é citada a existência de dois ofícios da CGPCO, encaminhados para a CBTM, prorrogando o prazo para prestação de contas por mais 30 dias, porém sem citar a partir de quando. No mesmo e-mail é solicitada nova informação a respeito. Ainda no mesmo dia, em resposta ao e-mail citado no parágrafo anterior, a CGPCO informa a situação dos convênios nº 751711/2010 e 751770/2010:

“Como já tinham sido prorrogados no SICONV e o mesmo só aceita 30 (trinta) dias e a Convenente não teve o tempo hábil para a inserção da prestação de contas, foi solicitada nova prorrogação, conforme ofícios citados. Aguardaremos o Aviso de Recebimento para acompanhar o prazo concedido.”

Essa foi a última informação prestada pela Coordenação Geral de Prestação de Contas – CGPCO constante do processo sobre a situação dos convênios celebrados anteriormente entre o ME e a CBTM, antes da elaboração do Parecer Técnico sobre a viabilidade do projeto do convênio. Em 24 de novembro de 2012, foi elaborado o Parecer nº 95/2012/CGTCE/DEPES/SNEAR/ME pelo mesmo servidor que demandou as informações sobre a situação dos convênios anteriores à Coordenação Geral de Prestação de Contas – CGPCO. Trata-se de um parecer técnico sobre a viabilidade do projeto para a celebração do convênio e nele é citada a situação dos convênios celebrados anteriormente entre a CBTM e o ME, conforme transcrito a seguir:

“Informamos ainda que esta área técnica consultou à CGPCO/ME, por meio de email enviado em 31 de outubro de 2012 (anexo) acerca de prestações de contas de recursos anteriormente recebidos pelo ME, sendo respondido em 06 de novembro de 2012 e confirmado em 22 de novembro de 2012, informando que a entidade até a presente data não apresenta nenhuma pendência com a prestação de contas deste Ministério, o mesmo se encontra juntada no processo.”

Diante das informações verificadas no processo, embora o servidor do ME em seu parecer técnico tenha informado que a entidade não apresentava nenhuma pendência com prestações de contas anteriores, não é possível afirmar, com segurança e clareza, que as prestações de contas dos convênios anteriores foram apresentadas, tampouco se estavam regulares, condição essencial para a celebração de novos ajustes.

Quanto à apresentação das prestações de contas anteriores, essa também foi a opinião da Consultoria Jurídica que emitiu o Parecer nº 150/2012 CONJUR-ME/CGU/AGU, de 11 de dezembro de 2012, do qual é possível se extrair o seguinte trecho:

“ (...) Com efeito, conforme mensagem eletrônica estampada às folhas 77, a entidade proponente deixou de apresentar a prestação de contas dos convênios nº 75711/2010 e nº 751770/2010 no trintídio regulamentar, razão pela qual se concedeu prorrogação para apresentação das contas. Como se vê, não há informação conclusiva quanto à apresentação ou não das contas. Dessa maneira, deve ser esclarecida, de forma objetiva, se as prestações de contas dos convênios anteriores foram ou não apresentadas. Não ocorrendo tal fato no prazo legal, fica obstada a celebração do ajuste, a teor do que dispõem o art. 34, inciso V da atual LDO e o disposto no art. 2º, inciso V, alínea “a” do Decreto nº 6.170/2007.”

Em 19 de dezembro de 2014, a Coordenação Geral de Prestação de Contas – CGPCO/ME, em resposta ao questionamento da CONJUR, apresentou a seguinte informação: Quadro – Situação das prestações de contas dos convênios celebrados entre ME e CBTM

Convênio Situação

700981/2008 749401/2010

Aprovados

751711/2010 751770/2010

A Convenente inseriu a prestação de contas no Sistema. Emitidos Despachos para alteração no SIAFI de “A Comprovar” para “A Aprovar”; e Despacho para a Secretaria gestora, para análise, emissão e inserção do Parecer Técnico no SICONV.

Fonte: Processo 58701.007856/2012-31, folha 172.

Tendo em vista que a apresentação das prestações de contas de convênios anteriores foi confirmada pela CGPCO/ME, atendendo, assim, o Parecer Jurídico, o convênio foi celebrado em 31 de dezembro de 2012. Em consulta ao histórico das prestações de contas dos convênios nº 751711/2010 e 751770/2010 no SICONV, verificou-se que ambas foram apresentadas ao ME em dezembro de 2012 e a partir daí teve início a análise das mesmas, porém sempre com solicitações de complementações ao convenente, conforme detalhado nos quadros a seguir.

Quadro – Histórico da prestação de contas do convênio nº 751711/2010 no SICONV

Data Responsável Situação da PC Informações Complementares 11/03/2014 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 10/03/2014 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 10/03/2014 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 30/11/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 25/11/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 25/11/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 03/10/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 23/09/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 23/09/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 16/09/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 29/07/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 29/07/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 13/12/2012 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise

Data Responsável Situação da PC Informações Complementares 12/12/2012 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 12/12/2012 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 11/12/2012 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise

Fonte: SICONV/Prestação de Contas/Histórico

Quadro – Histórico da prestação de contas do convênio nº 751770/2010 no SICONV

Data Responsável Situação da PC Informações Complementares

30/11/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 26/11/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 26/11/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 25/10/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 16/10/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 16/10/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 15/10/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 23/09/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 23/09/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 16/09/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise 05/08/2013 ME Em complementação Solicitação de complementação p/ ME 05/08/2013 ME Em análise Início da análise da prestação de contas 12/12/2013 CBTM Enviada p/ análise Prestação de contas enviada p/ análise

Fonte: SICONV/Prestação de Contas/Histórico

Analisando o histórico das prestações de contas, observa-se que em ambos os convênios a Coordenação Geral de Prestação de Contas – CGPCO/ME, por mais de uma vez, deixou de proceder à análise dos documentos encaminhados pela CBTM por período superior a 90 (noventa) dias, contrariando o art. 76 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011, abaixo transcrito.

“Art. 76 – A autoridade competente do concedente terá o prazo de noventa dias, contado da data do recebimento, para analisar a prestação de contas do instrumento, com fundamento nos pareceres técnico e financeiro expedidos pelas áreas competentes.”

Com base nas informações do SICONV, não é possível identificar as causas do atraso na aprovação ou não das prestações de contas, ou seja, a motivação da pendência de análise das prestações de contas dos convênios em questão. Certo é que a celebração de convênio com pendência de apresentação, pelo convenente, e conclusão de análise, pelo ME, de prestações de contas de convênios anteriormente firmados, contraria o que dispõe o art. 38 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU n° 507/2011, o qual exige que as prestações de contas de convênios anteriores com a referida Entidade estejam regularizadas antes da assinatura de um novo ajuste. Salienta-se que constitui pré-requisito para a assinatura de novo convênio que ajustes dessa natureza firmados anteriormente estejam em situação de regularidade quanto à prestação de contas, ou seja, que as suas contas tenham sido aprovadas pelo órgão concedente, ou ainda apresentadas ou em análise, observando-se os prazos definidos em norma. De acordo com o art. 38 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU n° 507/2011:

“Art. 38. São condições para a celebração de convênios, a serem cumpridas pelo convenente, conforme previsto na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e nas demais normas aplicáveis:

(...) VII - regularidade quanto à Prestação de Contas de Recursos Federais Recebidos Anteriormente, em atendimento ao disposto no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea ‘a’ da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, mediante consulta:

(...) b) ao SICONV, para aqueles firmados sob a égide da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 127, de 2008, dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e do Controle e Transparência, e sob a égide desta Portaria;” (Original sem grifo)

Diante das pendências apontadas em relação à CBTM, verifica-se que o Ministério do Esporte firmou novo ajuste com a mesma entidade, a qual ainda possuía contas de convênios anteriores não regularizadas. Logo, restou caracterizada a ausência de cautela administrativa por parte do Ministério do Esporte no que tange à verificação da adequação quanto à execução físico-financeira das despesas realizadas em transferências voluntárias anteriores com essa Confederação. Além disso, a situação das prestações de contas dos Convênios nº 751711/2010 e nº 751770/2010 no SICONV em outubro/2014 evidencia a morosidade do Ministério do Esporte na análise das contas prestadas pelo convenente. Portanto, verifica-se a deficiência, no âmbito do Ministério do Esporte, no que diz respeito à assinatura de novos convênios com entidades que já possuem ajustes firmados com essa Pasta e cujas prestações de contas dos ajustes anteriores restavam pendentes de conclusão das análises pertinentes. Cabe registrar ainda que é recorrente o fato de o Ministério do Esporte não cumprir com os prazos de análise das contas prestadas das transferências voluntárias sob sua responsabilidade. Essa situação já foi tratada nos Relatórios de Auditoria Anual de Contas n° 201203388, 201305660 e 201405735, referentes à gestão da Secretaria-Executiva do Ministério do Esporte nos exercícios de 2011, 2012 e 2013, respectivamente. Fato##

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:  

“A CBTM não possui a expertise para pronunciar sobre esse assunto, uma vez que, cabe ao órgão Concedente analisar sobre esse assunto.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

De fato, a impropriedade relatada refere-se à atuação de servidores do Ministério do Esporte, na condição de concedente, os quais tomarão ciência deste Relatório após a conclusão dos trabalhos.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Irregularidades e impropriedades na realização da Tomada de Preços nº 06/2013 e do Convite nº 04/2013, licitações realizadas no âmbito do Convênio nº 777876/2012. Fato No âmbito do convênio nº 777876, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa – CBTM, com base na Lei nº 8.666/93, realizou a Tomada de Preços nº 06/2013 para compra de equipamentos e materiais esportivos e o Convite nº 04/2013 para contratação de serviços de assessoria contábil, conforme informações detalhadas a seguir. Tomada de Preços nº 06/2013: Objeto: compra de equipamentos e materiais esportivos visando à preparação de atletas

olímpicos de tênis de mesa de alto rendimento para participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Valor estimado: €120.000,00. Data do edital: 19 de fevereiro de 2013 Data da abertura das propostas: 7 março de 2013 Empresas participantes, todas estrangeiras:

- Tibhar Tibor Harangozo GmbH; - Top Speed – Tischtennis Vertriebs GmbH; - Wack Sport.

Empresa vencedora: Tibhar Tibor Harangozo GmbH. Homologação: 8 de março de 2013, pelo presidente da CBTM.

Ressalte-se que o edital, de apenas uma página, apenas relacionava os equipamentos e materiais a serem adquiridos; a exigência de que estes deveriam possuir certificação da Federação Internacional de Tênis de Mesa – ITTF; o valor estimado; o prazo para

recebimento das propostas; duas observações, uma informando que a aquisição seria efetivada com o proponente que apresentasse, em Euro, o menor preço e a melhor condição de pagamento, e a outra, que os equipamentos deveriam ser entregues no depósito da CBTM, com todos os custos da entrega a cargo do exportador; e, por último, o e-mail para o qual as propostas seriam enviadas. Convite nº 04/2013: Objeto: contratação de serviço de contabilidade e/ou assessoria em projetos visando

acompanhar, auxiliar e prestar contas do projeto, que será realizado conforme o Termo de Convênio nº 777876/2012.

Valor anual estimado: até R$48.000,00. Data do edital: 27 de fevereiro de 2013. Data da abertura das propostas: 7 de março de 2013. Empresas participantes e valor das propostas apresentadas (valor mensal):

- LABRAN Auditoria e Contabilidade Ltda. – CNPJ 33.781.956/0001-27, R$6.000,00; - Fórmula Assessoria Contábil Ltda. – CNPJ 03.691.547/0001-79, R$6.500,00; - Lumar Assessoria Contábil Ltda. – CNPJ 73.562.340/0001-80, R$4.000,00.

Empresa vencedora: Lumar Assessoria Contábil Ltda. Homologação: 14 de março de 2013, pelo presidente da CBTM. Contrato: assinado o contrato s/nº em 1º de abril de 2013, com a vigência de um ano,

prorrogada por mais um ano por meio do Primeiro Termo Aditivo, assinado em 1º de abril de 2014.

Quando da verificação da documentação referente às licitações, às quais tiveram como base legal a Lei nº 8.666/93, constataram-se indícios de que os processos foram montados, de modo a favorecer as empresas vencedoras, conforme algumas ocorrências e inconformidades em relação aos procedimentos previstos na Lei nº 8.666/93.Os itens a seguir trazem as inconformidades e impropriedades identificadas pela equipe de fiscalização nos certames supramencionados: 1) Ausência de processo administrativo devidamente autuado, protocolado e numerado, em desacordo com o caput do art. 38 da Lei nº 8.666/93. Em ambos os Editais “Tomada de Preços nº 06/2013” e “Convite nº 04/2013”, os documentos foram apresentados à equipe soltos, arquivados dentro de um plástico em uma pasta catálogo, sem numeração, sem ordem cronológica dos fatos e tampouco autuados e protocolados. Por meio da Solicitação de Fiscalização – SF nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, foram solicitadas justificativas para as inconformidades verificadas. Em resposta, o Presidente da CBTM apresentou o seguinte esclarecimento:

“ A Confederação realizou todos os procedimentos exigidos pela Lei 8666/93, porém, não montou o processo administrativo conforme o solicitado por erro formal. Diante dessas constatações, a Confederação irá montar os processos administrativos de cada licitação de acordo com o exigido no art. 38 da Lei 8.666/93.”

2) Ausência de parecer jurídico sobre as licitações, em desacordo com o inciso VI c/c parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/93. Não constava da documentação referente aos processos licitatórios o parecer jurídico emitido pela assessoria jurídica da CBTM sobre a licitação. Em resposta à SF nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte justificativa:

“A Confederação realizou todos os procedimentos exigidos pela Lei 8666/93, porém, não solicitou parecer jurídico por erro formal. Diante dessas constatações, a Confederação irá adotar essas medidas nos novos processos de acordo com o exigido no art. 38 da Lei 8.666/93.”

3) Ausências, no preâmbulo do edital, da modalidade de licitação utilizada (tomada de preços), tipo de licitação escolhida (no caso, menor preço e melhor condição de pagamento), local, dia e hora para início da abertura dos envelopes, contrariando o art. 40, caput. O preâmbulo do edital da Tomada de Preços, cujo título era “Edital de Licitação – TP nº 006/2013), só fazia menção ao objeto da licitação e que a mesma seria regida pela Lei nº 8.666/93. Questionada, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, sobre a ausência de informações referentes à modalidade de licitação utilizada, ao tipo de licitação escolhida e ao local, dia e hora para início da abertura dos envelopes no preâmbulo do edital, a Entidade apresentou a seguinte justificativa:

“Temos a esclarecer que constam no corpo do edital a modalidade de licitação utilizada foi a Tomada de Preço informada pela sigla TP (TOMADA DE PREÇO) Nº 006/2013. O tipo de licitação escolhida foi a Menor Preço, informado na observação. O dia e a hora para início da abertura dos envelopes, constam no aviso de licitação que foi publicado no site, parte integrante do edital.”

O questionamento referiu-se às informações do preâmbulo do edital e não ao corpo do mesmo. E de fato, essas informações não constavam do preâmbulo, contrariando o que prevê o caput do art. 40, da Lei nº 8.666/93. Em relação à utilização de sigla TP para indicar “Tomada de Preço”, vale lembrar que este recurso não encontra amparo na Lei. Quanto ao tipo de licitação, a informação está descrita mais adiante, no item 6 dessa constatação. Em relação às informações do dia, hora e local para abertura dos envelopes, a justificativa também não procede, pois, além de não constar informações referentes ao local em que seriam abertos os envelopes no aviso de licitação publicado no site da CBTM, em nenhum momento foi informado no edital sobre a existência de um anexo contendo o aviso de licitação que teria sido publicado no site da CBTM.

Ademais, o aviso de licitação apenas descreve o seguinte:

“Data de Abertura: 07 de março de 2013, às 13h30min (Horário de Brasília).”. Cabe destacar que a palavra “envelope” não foi citada no aviso, e que, segundo o edital, as propostas seriam encaminhadas por e-mail, o que também vai de encontro aos ditames da Lei de Licitações. 4) Ausência de publicação do aviso da licitação em jornal diário de grande circulação no Estado e de circulação no Município, contrariando o inciso III, art. 21 da Lei nº 8.666/93. O aviso da Tomada de Preços nº 06/2013 somente foi publicado no site da CBTM, contrariando o inciso III do art. 21 da Lei nº 8.666/93. Em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte informação:

“Temos a esclarecer que o Aviso de Licitação não foi realizado pois as empresas que poderiam participar seriam somente as estrangeiras pois os materiais precisavam possuir certificação da Federação Internacional ITTF e nenhuma empresa brasileira possui. A divulgação foi feita no site da CBTM.”

Cabe esclarecer que não havia na documentação disponibilizada nenhum comprovante de que não há empresas em território nacional aptas a fornecer tais equipamentos, como por exemplo, uma declaração da Federação Internacional ITTF a respeito de que empresas comercializam os produtos certificados por esta. Ademais, com a publicação do aviso da licitação em jornal diário de grande circulação no Estado e de circulação no Município e não aparecendo empresas brasileiras interessadas, já restaria comprovada a informação do presidente da CBTM; e além disso daria mais transparência ao processo licitatório. 5) Recebimento inadequado das propostas referentes aos Editais “Tomada de Preços nº 06/2013” e “Convite nº 04/2013” por e-mail, e no caso deste último, existência de certidões negativas constantes da documentação de habilitação com datas posteriores àquela definida para o recebimento das propostas, evidenciando que o processo foi montado e direcionado de modo a favorecer a empresa vencedora. Analisando os editais “Tomada de Preços nº 06/2013” e “Convite nº 04/2013”, a equipe de fiscalização constatou a previsão de que as propostas de preço deveriam ser encaminhadas para o e-mail “[email protected]”. No entanto, tal forma de apresentação de propostas não encontra embasamento legal. Vale ressaltar que a possibilidade de apresentação de documentação em processos licitatórios por e-mail não encontra previsão na Lei nº 8.666/93. Não obstante, a equipe de fiscalização verificou que este tipo de inconformidade já havia ocorrido na contratação da mesma empresa por meio do processo de licitação na modalidade Convite nº 02/2013, realizado na mesma época, no âmbito do Convênio nº 778138/2012, com a participação das mesmas licitantes.

No caso do “Convite nº 04/2013”, a equipe também verificou que foram apresentadas certidões negativas de débito com datas posteriores à realização da licitação, cuja análise da documentação e julgamento ocorreram em 07 de março de 2013, conforme detalhado a seguir. - CND relativa às contribuições previdenciárias e às de terceiros – emitida em 13 de julho de 2013; - Certificado de Regularidade do FGTS – informação obtida em 27 de maio de 2013; - Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas – expedida em 27 de maio de 2013. No que tange à previsão de envio de propostas por e-mail, a equipe de fiscalização solicitou justificativas por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015. Em resposta, o Presidente da CBTM informou o seguinte:

“Com a nova ferramenta digital disponibilizada a internet, a CBTM optou por utilizá-la devido a rapidez na entrega das propostas, a facilidade na análise e a agilidade na conclusão do processo visando o cumprimento do calendário esportivo. A CBTM realizou os procedimentos licitatórios com transparência e reconhecemos que aconteceram erros formais e também desconhecimento da legislação, porém, há que se considerar que, a empresa foi contratada para prestar serviços de acordo com o valor aprovado no plano de trabalho, não houve em nenhum momento superfaturamento na contratação do serviço e o mesmo está sendo executado em sua integralidade.”

A documentação de uma licitação encaminhada por e-mail fere todo o regramento do procedimento licitatório, em qualquer modalidade, principalmente porque impossibilita o sigilo das propostas, o que não ocorre, teoricamente, quando as mesmas são apresentadas ao mesmo tempo e lacradas dentro de envelopes. A partir do momento que se perde o sigilo das propostas, a garantia da observância do princípio constitucional da isonomia, um dos objetivos da licitação, bem como o julgamento em estrita conformidade com o princípio básico da impessoalidade, restam prejudicados. Não obstante, tal metodologia poderia dar margem a direcionamentos e favorecimentos a determinada empresa nas licitações realizadas, pois não é possível afirmar que a empresa vencedora não pudesse saber, de antemão, os valores apresentados pelas demais concorrentes, e pudesse, assim, diminuir os valores de sua proposta de modo que ela fosse a mais vantajosa para o ente licitante. Já em relação à apresentação de certidões negativas com datas posteriores àquela do Convite nº 04/2013, o Presidente da CBTM prestou os seguintes esclarecimentos:

“Temos a esclarecer que as certidões emitidas com datas posteriores ao processo de licitação se deu visando acompanhar a regularidade das empresas contratadas que foi realizada após o encerramento da licitação. Foi inserida indevidamente no SICONV.”

A afirmação do gestor sobre o encaminhamento posterior das certidões com o intuito de acompanhar a regularidade das empresas não procede, pois, além de não ter sido inserido no SICONV, foram apresentadas à equipe juntamente com toda a documentação de habilitação da empresa vencedora, como já havia ocorrido no Convite nº 02/2013, realizado no âmbito do Convênio nº 778138/2012. Além disso, em nenhum outro momento ao longo do contrato

com a empresa foram apresentadas outras certidões com o intuito de acompanhamento da regularidade da mesma. Quanto às certidões negativas, além de a CND do INSS, apresentada como parte da documentação que teria habilitado a empresa vencedora, ter sido emitida em 13 de julho de 2013, aproximadamente 4 (quatro) meses após a realização da sessão de julgamento da licitação, outro fato importante a se destacar é que não consta do site da DATAPREV CND do INSS emitida para o CNPJ da Fórmula Assessoria Contábil Ltda. Em relação à CND do FGTS da mesma empresa, constatou-se, no “Histórico do Empregador”, no site da Caixa Econômica Federal, que a razão social do CNPJ 03.691.547/0001-79 é Alcob Consultoria Empresarial SC Ltda. e que nenhuma certidão foi emitida para este CNPJ. Em relação à CND do INSS da empresa Labran Auditoria e Contabilidade Ltda., a última certidão emitida foi em 20 de julho de 2007, aproximadamente 6 (seis) anos antes da licitação. Cabe informar que as certidões foram pesquisadas com o CNPJ das empresas nos respectivos sites, tendo em vista que não foi apresentada a documentação de habilitação das empresas Labran e Fórmula, contrariando os incisos IV e XII do art. 38 da Lei nº 8.666/93, que determina que deverão ser juntados ao processo licitatório o original das propostas e os documentos que as instruírem, além dos demais documentos relativos à licitação. Importante destacar que, tendo em vista não haver na documentação de habilitação CND válidas do INSS e do FGTS da empresa Fórmula Assessoria Contábil Ltda. e nem CND válida do INSS da empresa Labran Auditoria e Contabilidade Ltda., a empresa Lumar Assessoria Contábil Ltda. não poderia ter sido declarada vencedora e o Convite deveria ter sido repetido, o que não ocorreu. Foi constatado também, em consulta ao Sistema RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego que no ano base de 2013 a empresa Labran Auditoria e Contabilidade Ltda. possuía somente um funcionário e a empresa Fórmula Assessoria Contábil Ltda., quatro, sendo que um foi admitido em julho de 2013. Tal fato indica que as empresas não teriam condições de prestar os serviços de assessoria contábil na execução do convênio, apresentando características de que estariam participando do processo somente com o propósito de dar-lhe credibilidade. De acordo com os fatos acima apontados, verificam-se evidências de que o Convite nº 04/2013 teria sido conduzido de modo a beneficiar a empresa Lumar Assessoria Contábil Ltda. 6) Ausência, no edital “Tomada de Preços nº 06/2013”, de embasamento legal para o tipo de licitação realizada: “menor preço e melhor condição de pagamento”. O único período, no edital, que faz menção ao tipo de licitação, está descrito da seguinte maneira:

“A aquisição dos equipamentos e materiais acima será efetivada com o proponente que apresentar, em Euro, o menor preço e a melhor condição de pagamento.”.

No entanto, não há previsão na Lei nº 8.666/93 para esse tipo de licitação. Questionada a respeito, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, a Entidade informou o seguinte:

“Temos a esclarecer que o tipo utilizado foi Menor Preço. Melhor condição de pagamento foi o critério de desempate caso fosse apresentado o mesmo valor para algum item.”

Em momento algum, no edital, é informado que a melhor condição de pagamento é critério de desempate para itens apresentados com mesmo valor. Portanto, o tipo de licitação descrito, qual seja, “menor preço e melhor condição de pagamento” não encontra amparo na Lei nº 8.666/93. 7) Ausências, no edital “Tomada de Preços nº 06/2013”, de instruções e normas para recursos, condições de recebimento do objeto, de pagamento, e de previsão de sanções para o caso de inadimplemento. Não estavam descritos no edital as instruções e normas para recursos, as condições de recebimento do objeto, de pagamento por parte do licitante vencedor, e as sanções para o caso de inadimplemento, contrariando os incisos III, XIV, XV e XVI do art. 40 da Lei nº 8.666/93, respectivamente. Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, a equipe solicitou justificativas para as inconformidades identificadas. O Presidente da CBTM informou o seguinte:

“Temos a esclarecer que as empresas participantes nos processos licitatórios são fabricantes/fornecedores reconhecidos no mercado esportivo do Tênis de Mesa e inclusive já tivemos aquisições/fornecimentos em outras oportunidades, onde não houve cumprimento de entrega de materiais. Devido a credibilidade e bom relacionamento, a CBTM optou por não inserir cláusula de sanção por inadimplência.”

Sobre a manifestação acima apresentada, supõe-se que no lugar de “onde não houve cumprimento de entrega de materiais”, o gestor quis dizer “onde não houve descumprimento de entrega de materiais”. Em que pese a credibilidade e o bom relacionamento que alguns fornecedores mantêm junto à CBTM, esta singularidade não justifica a inobservância dos dispositivos previstos na Lei de Licitações, tampouco dos princípios que norteiam as contratações públicas, como os da impessoalidade e da legalidade. Já em relação às condições de pagamento, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte informação:

“Temos a esclarecer que deixamos as proponentes apresentarem as condições de pagamento, pois era um item de desempate caso fossem apresentados valores iguais em alguns itens.”

O edital de licitação deve prever, de forma clara e precisa, os critérios objetivos que nortearão a seleção, de forma a garantir a isonomia e a impessoalidade do certame. Além disso, não há embasamento legal para o critério de desempate definido (forma de pagamento), além de esta sistemática desprivilegiar o tratamento isonômico entre os licitantes. No que tange à ausência de instruções e normas para recursos e das condições de recebimento do objeto no edital, não foram apresentados quaisquer esclarecimentos. 8) Ausência, no edital “Convite nº 04/2013”, de rubrica e/ou assinatura dos licitantes presentes e dos membros da comissão de licitação nos documentos pertinentes exigidos para participação no certame, contrariando o parágrafo 2º, art. 43 da Lei nº 8.666/93. À exceção da ata de julgamento do Convite nº 04/2013, que está assinada pela presidente da comissão de licitação e possui um rabisco no rodapé, sem possibilidade de identificação de ser ou não uma rubrica ou assinatura, nenhum outro documento referente à licitação foi rubricado ou assinado pelos membros da comissão e pelos representantes das empresas participantes do processo. Em resposta à SF nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte justificativa:

“Ocorreu erro formal, porém, o serviço contratado esta de acordo com o plano de trabalho aprovado e, em nenhum momento houve a má fé do gestor na execução do convênio.”

Embora tenha ocorrido erro formal, a rubrica dos representantes em todos os documentos do processo licitatório constitui importante evidência da participação presencial dos respectivos representantes e responsáveis na sessão de abertura dos envelopes, privilegiando a lisura do processo licitatório. Por outro lado, a ausência das rubricas e/ou assinaturas pode indicar que os mesmos não estavam presentes e, no caso em tela, que houve montagem do processo e favorecimento da empresa vencedora. 9) Ausência de comprovação da expedição do Convite nº 04/2013 a potenciais empresas interessadas em participar da licitação. A CBTM não apresentou os comprovantes de expedição do supramencionado Convite a potenciais empresas interessadas em participar da licitação, contrariando o inciso XII do art. 38 da Lei nº 8.666/93, que determina que, além dos documentos elencados nos incisos itens anteriores, deverão ser juntados ao processo licitatório os demais documentos relativos à licitação.

A equipe de fiscalização solicitou esclarecimentos sobre o assunto por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/05, de 26 de janeiro de 2015. Em resposta, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte informação:

“Não há comprovação da expedição do convite, devido os mesmos terem sido enviados ou por meio digital (e-mail) ou por meio de contato telefônico.”

A expedição do convite por e-mail não impede que o mesmo seja impresso e juntado ao processo como comprovante. Isso não ocorreu. Quanto ao envio do convite por telefone, essa prática é impossível. Já as informações constantes do edital do convite serem repassadas por meio de contato telefônico é improcedente e incomum. Isso porque, além de não existir previsão legal, há que se ponderar a existência de diversas informações a serem repassadas aos potenciais licitantes e que precisam estar registradas, de forma a evitar maiores dúvidas e desconformidades na apresentação dos documentos exigidos. Cabe informar também que os envelopes das licitantes não foram apresentados à equipe de fiscalização, o que corrobora o entendimento da equipe acerca da nulidade do certame, motivada pela articulação de um procedimento licitatório que na prática não aconteceu, com o intuito de beneficiar a empresa vencedora. Além de todas essas ocorrências e inconformidades, constataram-se também, após consulta aos sistemas corporativos da CGU, diversas ligações entre alguns personagens que indicam o favorecimento à empresa contratada por meio do Convite nº 04/2013. As ligações estão detalhadas a seguir. 1. As empresas Fórmula e Lumar possuem o mesmo telefone registrado em um dos

sistemas corporativos consultado. 2. A contadora da CBTM, de CPF ***.817.947-**, na época da licitação, era ex-sócia,

empregada da Lumar e responsável pelas declarações de atendimento ao disposto na Constituição Federal, art. 7º, inciso XXXIII e de inexistência de fatos impeditivos, ambas apresentadas na documentação de habilitação da licitação. Também foi responsável por assinar o contrato s/nº de 1º de abril de 2013. É ex-esposa do sócio responsável e contador da Lumar, de CPF ***486.667-**. Mesmo já estando desligada da empresa, segundo os sistemas corporativos consultados, em 1º de abril de 2014 assinou o primeiro termo aditivo prorrogando o contrato por mais doze meses.

3. A pessoa portadora do CPF ***.003.957-** é ex-sócio da Fórmula e sócio responsável da empresa Gold Contabilidade, Consultoria e Sistemas Ltda., cuja contadora é a pessoa portadora do CPF ***.817.947-**, citada no item 2.

4. A pessoa portadora do CPF ***.308.867-** é sócio responsável da Fórmula e sócio da empresa Sena Contadores Ltda., cujo contador é a pessoa portadora do CPF ***.486.667-**, que é sócio responsável e contador da Lumar. Este último CPF também é ex-sócio da empresa Gold Contabilidade, Consultoria e Sistemas Ltda., cujo sócio, de CPF ***.003.957-**, é também ex-sócio da Fórmula e a contadora é o CPF ***.817.947-**, citado no item 2.

5. O CPF ***.486.667-**, sócio responsável e contador da Lumar, também é contador da empresa Rapha Serviços Administrativos Ltda., cuja sócia e responsável, e também contadora da CBTM, é sua ex-esposa citada no item 2.

6. A ex-esposa do sócio responsável e contador da Lumar citada no item 2 e contadora da CBTM, também é contadora da empresa Radel Assessoria e Marketing Esportivo Ltda., cuja sócia responsável, de CPF ***.649.857-**, é “parceiro símbolo da CBTM” e

responsável também por autorizar transações bancárias da CBTM. A Radel, que já foi vencedora de licitação na CBTM em 2011, também possui como ex-sócia a funcionária da CBTM de CPF ***.947.566-**.

7. A parceira da CBTM citada no item anterior também é sócia responsável da empresa Sports Man Comércio e Serviços Esportivos Ltda., que também já venceu licitação na CBTM em 2010 e tinha como ex-sócia a funcionária da CBTM de CPF ***.954.827-**.

Fato##

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:

“Importante esclarecer que, todas as empresas apresentaram as propostas e a empresa Lumar foi considerada a vencedora da licitação, devido a mesma apresentar o valor mais vantajoso.

Vale esclarecer que, a CBTM desconhecia o histórico societário, das empresas participantes do certame licitatório.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O presidente da CBTM não apresentou esclarecimentos quanto às impropriedades descritas e quanto às indicações de montagem dos processos. Apenas destacou a importância de todas as empresas terem apresentado proposta e a mais vantajosa ter sido a vencedora. Quanto à CBTM desconhecer o histórico societário das empresas participantes do certame, cabe ressaltar que a contadora da CBTM é a responsável da empresa vencedora que assinou o contrato e o termo aditivo prorrogando o mesmo por mais 12 meses, de forma que essa situação não poderia ser desconhecida pela Entidade e indicando que a licitação não observou o princípio da impessoalidade.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Ausência de comprovação de que tenham sido adquiridos materiais esportivos previstos na Meta 6 do Plano de Trabalho, com potencial prejuízo de R$111.144,00. Fato A Meta 6 do Convênio nº 777876/2012 previa a aquisição de material esportivo para os atletas, conforme detalhado no quadro a seguir.

Quadro: Meta 6 – Material esportivo para atletas. Em R$

Ação Descrição Valor

unitário Quantida

de Valor Total

1.1 Raquete para Tênis de Mesa 38,41 22 845,02 1.2 Borracha para raquete - 2 cores (par) 140,82 528 74.352,96

1.3 Camisa treinamento - tamanhos P / M / G / GG

42,00 528 22.176,00

1.4 Shorts - tamanhos P / M / G / GG 48,00 264 12.672,00 1.5 Tenis - numeração do 34 ao 46 180,00 88 15.840,00 1.6 Meia – numeração do 34 ao 46 12,00 528 6.336,00 1.7 Bolsa 120,00 44 5.280,00 1.8 Toalha – contrapartida 55,00 528 29.040,00

1.9 Agasalho (calça e jaqueta) - tamanhos P / M / G / GG

240,00 44 10.560,00

1.10 Jaqueta Impermeável - tamanhos P / M / G / GG

210,00 44 9.240,00

Total 186.341,98 Fonte: Plano de Trabalho.

Os materiais previstos nos dois primeiros itens da Meta 6 (1.1 e 1.2) foram adquiridos juntamente com os materiais da Meta 3.

Quanto aos demais itens da meta 6, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/07, de 30 de janeiro de 2015, foi solicitado ao gestor que esclarecesse o motivo pelo qual tais materiais não foram adquiridos. Em resposta, o gestor apresentou a seguinte informação:

“O material esportivo foi adquirido e está em fase de entrega.”

Essa informação foi prestada em 3 de fevereiro de 2015, porém até 4 de março de 2015 nenhum documento de liquidação ou pagamento foi apresentado ou inserido no SICONV.

Fato##

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:

“Os materiais esportivos foram entregues e as fotos constam anexadas no SICONV, na aba ANEXOS – Incluir/Listar Anexos Execução para conhecimento.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Posteriormente, verificou-se que, até 12 de maio de 2016, nenhum comprovante havia sido inserido no SICONV, tanto em relação ao Convênio nº 777876/2012, quanto ao Convênio

nº 776484/2012, que também previa a aquisição dos mesmos materiais esportivos para a seleção paraolímpica, diferenciando-se apenas na quantidade.

Além disso, cabe ressaltar que as fotos informadas na manifestação do Presidente da CBTM são as mesmas inseridas no SICONV nos registros do Convênio nº 776484/2012.

Diante do exposto, verifica-se que a aquisição, com recursos do Convênio nº 777876/2012, dos materiais esportivos previstos na Meta 6, os quais totalizam R$111.144,00 (excetuando-se aqueles constantes das Etapas 1.1 e 1.2), não foi comprovada, caracterizando um potencial prejuízo no valor informado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Ausência de documentos comprobatórios da necessidade da contratação e da efetiva prestação de serviços de assessoria contábil, bem como existência de atos e fatos que indicam a ineficiência do serviço caso tenha sido prestado, identificada no âmbito da execução do Convênio nº 777876/2012, com potencial prejuízo de R$130.361,54. Fato Por meio da licitação na modalidade Convite nº 04/2013, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa contratou serviços de assessoria contábil para atuar especificamente no âmbito do projeto do convênio nº 777876/2012. O objeto da licitação foi:

“Contratação de serviço de contabilidade e/ou assessoria em projetos visando acompanhar, auxiliar e prestar contas do projeto, que será realizado conforme o Termo de Convênio nº 777876/2012.”.

Segundo o projeto básico elaborado quando da apresentação da Proposta de Convênio, na descrição da Meta 5 – Assessoria Contábil, também havia a seguinte informação:

“(...) assessoria exclusiva para o projeto para que haja o acompanhamento do mesmo referente ao assessoramento financeiro e contábil para que haja uma execução do convênio que atenda de forma clara e transparente o projeto e não comprometa de alguma forma o objetivo do convenio. A assessoria prestará serviços também na auditagem das despesas e prestação de contas do projeto.”.

Contudo, a Secretária Geral que está no organograma da instituição, portadora do CPF nº ***.986.827-**, irmã da Gerente Administrativa e Financeira, possuiria capacitação para a execução dessas atividades relacionadas ao convênio, conforme atividades já exercidas e cursos profissionalizantes referentes ao SICONV constantes de seu Curriculum Vitae. Questionado, então, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409627/08, de 21 de outubro de 2014, no âmbito da fiscalização referente ao Convênio nº 778138/2012, a respeito da necessidade da contratação de tal serviço, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte justificativa, editada apenas quanto ao nome de pessoas citadas, a fim de preservá-las:

“Contratação de assessoria contábil- foi contratada para auxiliar, acompanhar e supervisionar a execução do convênio no SICONV. ***.986.827-** é Secretária Geral, sem vinculo com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa - CBTM. Ela não é remunerada. Atualmente, trabalha em outra entidade desportiva, a qual também executa convênios no SICONV. Desse modo, se capacitou para executar todas as atividades no âmbito do SICONV.”.

Cabe registrar que quando dos trabalhos na sede da CBTM, todos os esclarecimentos a respeito do convênio eram prestados pelos próprios funcionários, em especial a própria Gerente Administrativa e Financeira, indicando que não seria necessária a contratação de uma assessoria contábil para auxiliar em sua execução. Registre-se também que toda a execução do convênio é realizada por meio do Sistema SICONV. Em consulta ao Sistema, especificamente quanto aos membros do convenente cadastrados, constatou-se a existência de três registros: o Presidente, a Gerente Administrativa e Financeira e uma terceira pessoa que não consta no Sistema RAIS do Ministério do Trabalho nem como funcionário da CBTM e nem como funcionário da empresa de contabilidade contratada. Portanto, nenhum funcionário da empresa de assessoria contábil contratada para o acompanhamento da execução do Convênio possui registro no SICONV vinculado à CBTM, o que impossibilitaria a execução dos serviços de “auxílio, acompanhamento e supervisão da execução do convênio no SICONV”. Além disso, nenhum documento referente à atuação da assessoria contratada foi identificado quando da análise da documentação afeta ao convênio na sede da CBTM, tais como relatórios, e-mails, pareceres, etc., que contemplassem análises e aprovações realizadas no âmbito da execução do convênio. Também não restou evidenciada a prestação do serviço de inserção de dados em qualquer tipo de sistema. Cabe ressaltar que esta equipe verificou algumas falhas ao longo da execução parcial do convênio – como comprovantes de despesas sem assinaturas e sem datas, e ausência de documentos originais que comprovariam algumas despesas, especialmente aqueles referentes às remunerações dos técnicos brasileiros e estrangeiros – as quais deveriam ser constatadas e relatadas à CBTM pela assessoria financeira, o que não ocorreu. Diante do exposto, verifica-se que a contratação da empresa Lumar Assessoria Contábil Ltda. – CNPJ 73.562.340/0001-80, por R$4.000,00 mensais até maio/2015 e por R$4.393,59 mensais de agosto/2015 a setembro/2016, com base nos atos e fatos relacionados à execução do convênio até janeiro/2016 (trinta e dois meses, totalizando R$130.361,54), não atendeu a finalidade proposta no projeto básico inicial, qual seja: haver uma execução do convênio que atendesse de forma clara e transparente o projeto proposto e não comprometesse de forma alguma o objetivo do convênio, além de realizar auditoria nas despesas executadas. Ao contrário, a contratação em tela em momento algum se mostrou efetiva, necessária e eficiente. Fato##

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:

“A empresa Lumar foi contratada para fazer assessorias no convênio em epígrafe. Todos os procedimentos são realizados no SICONV, não sendo necessário a emissão de relatórios, pareceres etc. Esclareço que, a CBTM não criou nenhum perfil novo para o consultor e o mesmo utilizou a senha da Gerente Administrativa e Financeira. Para melhor entendimento sobre as atividades exercidas pela empresa, só verificar no SICONV a solicitação de Termo Aditivo e Ajuste do Plano de Trabalho e os registros no sistema.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Causa estranheza o não cadastramento de funcionários da empresa contratada no principal sistema, se não o único – de acordo com a informação apresentada pelo presidente – utilizado como ferramenta de trabalho para realização das atividades. Se todos os procedimentos realizados pela assessoria contábil são realizados no SICONV, funcionários da empresa deveriam ser cadastrados no sistema e não utilizar a senha da Gerente Administrativa e Financeira. Tal fato, além de não ser compatível com boas práticas de Administração, pública ou não, restringe o trabalho da assessoria contábil. Adicionalmente, segundo o inciso I do parágrafo primeiro do art. 325 do Código Penal, é crime emprestar senha a terceiros, conforme dispositivo transcrito a seguir:

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1ª Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Original sem grifo)

Foi inserido no campo Plano de Trabalho/Anexos/Listar Anexos Execução do SICONV, em 7 de julho de 2015, o documento denominado Aditivo Convênio 777876/2012. Este documento apresenta uma proposta de Termo Aditivo de prorrogação de vigência e aditivo de valores e detalha ajustes nas metas inicialmente propostas, dentre os quais, a renovação contratual com a assessoria contábil. De acordo com o documento, a contratação da assessoria contábil tem os seguintes objetivos:

Acompanhar a execução do convênio (caso, o convênio necessite de ajuste no plano de trabalho, elaboração de termo aditivo, etc.) e analisar a documentação antes de inserir no SICONV, caso, tenha que fazer alguma modificação;

Supervisionar a execução (Processo de Execução, Contrato/Subconvênio, Documento de Liquidação, Pagamento com OBTV);

Supervisionar a digitalização de toda documentação comprobatória (notas fiscais, faturas, recibos, contratos, cotações, etc.).

Coordenar a elaboração de relatórios finais exigidos e finalizar o processo de prestação de contas, de acordo com as normas estabelecidas.

Apesar de prevista a realização dessas atividades pela assessoria contábil, o que se observou foi que toda a informação e documentação apresentadas à equipe, durante e depois dos trabalhos de campo, referentes à execução do convênio, o foram pela Gerente Administrativa e Financeira. Tais fatos, como (i) informações e documentações sempre apresentadas por funcionária da CBTM, (ii) ausência de documentos que comprovem trabalhos realizados pela assessoria contratada, como relatórios, pareceres, e-mails, etc., (iii) ausência de cadastro no SICONV de funcionários da empresa contratada para prestação do serviço, além de (iv) falhas já citadas na execução dos serviços, e (v) intempestividade dos registros no SICONV, não permitem atestar que a contratação da empresa de assessoria contábil se mostra efetiva, necessária e eficiente. Um outro exemplo a ser citado quanto às falhas na execução dos serviços é a documentação comprobatória de aquisição de um notebook inserida no SICONV: foi inserida a nota fiscal de um aparelho da marca HP e a foto de um aparelho da marca DELL. Em relação à intempestividade dos registros no SICONV, cabe informar que diversos documentos que deveriam ser inseridos mensalmente, como comprovantes de pagamento a atletas e treinadores, só foram inseridos após os questionamentos da equipe de fiscalização e após o recebimento do Relatório Preliminar de Fiscalização.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Ausência de cotação prévia de preços no mercado, conforme determinam os art. 57 e 58 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011, bem como aquisição de equipamentos sem observância ao princípio da economicidade. Fato De acordo com a Meta nº 4 do Plano de Trabalho, estava prevista a aquisição dos seguintes equipamentos de ginástica e fisioterapia para os Centros de Treinamento:

Quadro: Equipamentos de ginástica e fisioterapia constantes da Meta nº 4.

Equipamento Valor Unitário Quantidade Valor Total Esteira elétrica R$3.799,05 2 R$7.598,10 Bicicleta Ergométrica R$2.699,10 2 R$5.398,20 Mix de Exercício - estação de musculação R$1.424,05 2 R$2.848,10 Cama elástica R$469,00 2 R$938,00 Balança Eletrônica Antropométrica R$1.399,00 1 R$1.399,00 TOTAL R$18.181,40

Fonte: Plano de Trabalho

De acordo com a Meta nº 5, estava prevista a aquisição dos seguintes equipamentos administrativos para os Centros de Treinamento:

Quadro: Equipamentos administrativos constantes da Meta nº 5.

Equipamento Valor Unitário Quantidade Valor Total Filmadora Digital R$1.199,00 1 R$1.199,00 Maquina Fotográfica Digital R$2.099,00 1 R$2.099,00 TV LCD 42" R$2.089,00 1 R$2.089,00 LapTop – contrapartida R$2.069,10 1 R$2.069,10 Impressora Multifuncional - contrapartida R$699,00 1 R$699,00 TOTAL R$8.155,10

Fonte: Plano de Trabalho

Analisando a documentação anexada no SICONV, verificou-se que somente havia sido realizada pesquisa prévia de preços antes da assinatura do convênio, ou seja, para a elaboração dos preços de referência, visando a elaboração do Plano de Trabalho, e mesmo assim com modelos diferentes dos que foram posteriormente adquiridos. Para a aquisição dos equipamentos, não houve cotação prévia de preços, o que está em desacordo com os art. 57 e 58 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011. Por meio da Solicitação de Fiscalização – SF nº 201409626/02, de 16 de janeiro de 2015, a equipe de fiscalização solicitou justificativas para os fatos apontados, reiterando-a depois pela SF nº 201409626/03, de 22 de janeiro de 2015. Em resposta, o Presidente da CBTM apresentou a seguinte informação:

“Foram realizadas as 3 cotações prévias antes da aquisição dos equipamentos. As cotações encontram-se na Aba Anexo/Execução.”

Novamente, por meio da SF nº 201409626/06, de 27 de janeiro de 2015, foi reiterado o pedido de esclarecimentos sobre a ausência de cotação prévia de preços para a aquisição dos equipamentos das metas 4 e 5, tendo em vista que a documentação anexada na Aba Anexo/Execução (conforme resposta à SF nº 201409626/02) foi aquela que subsidiou a elaboração do Plano de Trabalho da proposta de convênio, e, portanto, efetuada antes da assinatura do Termo de Convênio, além de terem sido realizadas com modelos e marcas diferentes daquelas efetivamente adquiridas. Em resposta, o Presidente da CBTM novamente apresentou a mesma informação, abaixo transcrita:

“Foram realizadas as 3 cotações prévias antes da aquisição dos equipamentos. As cotações encontram-se na Aba Anexo/Execução.”

Juntamente com a informação, o Presidente da CBTM anexou telas de três sites de lojas para cada equipamento com o preço dos mesmos, porém sem referência a datas, alguns com modelos diferentes daqueles adquiridos e outros até mesmo com preços inferiores que alguns equipamentos adquiridos, conforme detalhado a seguir.

Balança eletrônica: foi adquirida uma balança da marca Toledo, no valor de R$1.212,15. As três cotações apresentadas referiam-se à marca Welmy e uma delas apresentou o preço de R$1.190,00, inferior ao preço da balança adquirida.

Bicicleta ergométrica: foram adquiridas duas bicicletas da Marca/Modelo Magnética Treo R108, pelo valor unitário de R$2.490,00. As três cotações apresentadas referiam-se à mesma marca e modelo, porém, duas cotações apresentavam os preços de R$2.099,90 e R$2.099,00, inferiores, portanto, ao preço das bicicletas adquiridas.

Cama elástica: foram adquiridas duas camas elásticas da marca Metalmix, no valor unitário de R$299,90. As três cotações apresentadas referiam-se à marca e/ou modelo Dream Fitness e as três apresentavam preços inferiores ao da cama adquirida, quais sejam: R$229,00, R$219,90 e R$275,00.

Esteira elétrica: foram adquiridas duas esteiras da Marca/Modelo Johnson Treo T101, pelo valor unitário de R$3.490,00. As três cotações apresentadas referiam-se à marca/modelo Dream Fitness TD 142B, sendo que duas cotações estavam com preços de R$3.299,00, inferiores, portanto, ao preço dos equipamentos adquiridos, e outra cotação estava sem preço.

Máquina fotográfica: foi adquirida uma máquina fotográfica da Marca/Modelo Canon SX 50, pelo valor unitário de R$1.350,00. As três cotações apresentadas referiam-se à marca/modelo Nikon Coolpix P510, sendo que duas cotações apresentavam os preços de R$1.100,22 e de R$1.227,46, inferiores, portanto, ao preço da câmera adquirida.

Filmadora digital: foi adquirida uma filmadora digital da marca/modelo Sony HDR-PJ230, porém as cotações apresentadas referiam-se ao modelo HDR-PJ200.

Laptop: foi adquirido um laptop da Marca/Modelo HP 450, de 4Gb de memória e 500Gb de HD, com Windows 7, pelo valor de R$1.878,08. As três cotações apresentadas referiam-se à mesma marca, modelo e configuração, porém duas cotações estavam com preços de R$1.799,00 e de R$1.609,46, inferiores, portanto, ao preço do laptop adquirido.

TV: foi adquirida uma TV de 42 polegadas da marca Philips, modelo PFL 3007D, pelo valor de R$1.833,44. As cotações apresentadas referiam-se à mesma marca e modelo, porém uma cotação possuía preço de R$1.499,00, inferior, portanto, ao preço do equipamento adquirido e outra cotação não possuía preço, estando indisponível o equipamento no site cuja pesquisa foi apresentada.

Por todo o exposto, verifica-se que não foi comprovada cotação prévia de preços para a aquisição de alguns equipamentos nos moldes dos art. 57 e 58 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507/2011, pois diversas cotações apresentadas referiam-se a marcas e modelos diferentes daquelas adquiridas. Além disso, não se verifica que tenha sido observado o princípio da economicidade, tendo em vista que diversos equipamentos foram adquiridos por preços superiores àqueles pesquisados. Cabe ressaltar que a impropriedade relatada se refere a todos os equipamentos das Metas nº 4 e nº 5, à exceção do item “Mix de Exercício - estação de musculação” da Meta nº 4, que ainda não foi adquirido. Fato##

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:

“Para a compra dos equipamentos, foram realizadas cotações prévias na internet (anexos na aba do SICONV). Importante observar que, todos os equipamentos adquiridos foram com o valor baixo do aprovado no plano de trabalho. Desse modo, verifica-se a economicidade nos equipamentos adquiridos.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As cotações prévias na Internet que o Presidente da CBTM afirma estarem no SICONV foram inseridas em 27 de janeiro de 2016 e são as mesmas pesquisas que já estavam inseridas anteriormente. Portanto, reitera-se o registro de que não houve pesquisa prévia de preços para a aquisição dos equipamentos, somente para apresentação da proposta de convênio. A aquisição por um valor abaixo do aprovado no Plano de Trabalho, por si só, não caracteriza observância ao princípio da economicidade, pois o valor constante do Plano de Trabalho é apenas uma referência, não podendo ser ultrapassado. Já a pesquisa de preços prévia durante o processo de compras e a aquisição do equipamento de menor valor são ações que visam ao atendimento do princípio da economicidade, além de outros. Contudo, essa pesquisa específica e a aquisição do equipamento de menor valor não ocorreu, pois, à exceção da filmadora digital, nenhum equipamento foi adquirido pelo menor valor pesquisado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Ausência de documentação original para comprovação das despesas de pagamento a técnicos brasileiros e estrangeiros, bem como aos atletas. Fato Por meio da Solicitação de Fiscalização – SF n º 201409626/07, de 30 de janeiro de 2015 foi solicitado à Entidade que colocasse à disposição da equipe alguns documentos comprobatórios de despesas, tais como: recibos assinados pelos atletas, recibos de pagamento aos treinadores brasileiros e Invoices, Boletos de Câmbio e Swifts referentes aos pagamentos dos três técnicos estrangeiros contratados. Em resposta, a Entidade apresentou a seguinte informação:

“Cabe ressaltar que em relação aos recibos e invoices, a CBTM não dispõe dos originais, uma vez que são enviados/tramitados via e-mails para atletas e comissão técnica, onde ocorre posterior devolução dos mesmos devidamente assinados, também via e-mail. Após o recebimento, a CBTM imprime os recibos, identifica-os com o número do convênio e faz a inserção no SICONV. A documentação física digitalizada encontra-se nos arquivos da Confederação

Brasileira de Tênis de Mesa – CBTM. O compromisso com atletas e comissão técnica vem sendo cumprido regularmente de acordo com os respectivos contratos, CLT ou termo de compromisso.”

Tendo em vista a informação prestada de que os recibos dos atletas e da comissão técnica são assinados pelos beneficiários e posteriormente encaminhados, via e-mail, para a CBTM, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201409626/10, de 6 de fevereiro de 2015, foi solicitado ao Presidente da CBTM que encaminhasse os e-mails, com os respectivos anexos referentes aos recibos e invoices – assinados e encaminhados pelos atletas e comissão técnica à CBTM – de alguns meses. Em resposta, a Entidade apresentou a seguinte informação:

“A CBTM irá fazer o levantamento dos e-mails solicitados para apresentação e anexar ao SICONV. Em anexo email recebido neste período.”

Foi anexado um e-mail de um treinador encaminhando os recibos dos meses de novembro e de dezembro, bem como do décimo terceiro de 2014 assinados, mas não datados. Foi anexado também um e-mail de outro treinador encaminhando o contracheque de janeiro de 2015 assinado e datado. Até dia 5 de março de 2015 nenhum e-mail levantado pela CBTM foi anexado ao SICONV. Tais documentos não atenderam o que foi solicitado. Cabe ressaltar que a documentação comprobatória para os pagamentos dos técnicos brasileiros e atletas são recibos assinados e datados pelos próprios beneficiários. No entanto, ao longo do trabalho de fiscalização, foram constatados diversos recibos sem assinatura e sem data. Já a documentação comprobatória de pagamento aos técnicos estrangeiros constitui-se de, basicamente, três documentos, denominados “Invoice”, “Boleto de Câmbio” e “Swift”. O Invoice é o recibo mensal assinado pelo técnico e encaminhado à CBTM. O Boleto de Câmbio é o comprovante da compra de moeda estrangeira para transferência para o exterior, onde são identificados, entre outros, o número do contrato de câmbio, os valores envolvidos e informações referentes ao beneficiário no campo “Informações Complementares”. O Swift é o comprovante de transferência entre as instituições financeiras dos dois países, ou seja, comprovante da transferência dos recursos da CBTM para o beneficiário na sua instituição bancária. Diversos Swifts e Boletos de Câmbio, embora com campos específicos para preenchimento, não possuíam nenhuma identificação que comprovasse a relação entre os dois documentos. Em todos os Boletos de Câmbio, na área “Informações Complementares” há o campo “Swift Code Correspondente”, mas em todos eles esse campo está em branco, sem a identificação. Para o pagamento de alguns meses, o código do Swift corresponde ao número do contrato de câmbio identificado no Boleto de Câmbio, mas em diversos outros esses números são diferentes, sem possibilidade de comprovação da relação entre os dois documentos. Cabe ressaltar, também, que quando foram solicitados os Boletos de Câmbio originais, foram apresentados documentos com assinaturas originais, mas que, no entanto, não eram os documentos originais das cópias inseridas no SICONV anteriormente, pois, conforme se observou, o cliente (CBTM) pode imprimir os Boletos de Câmbio da Internet e assinar posteriormente, bem como apor o carimbo com a identificação do convênio.

Diante do exposto, a equipe de fiscalização ressalta não ser possível, com os elementos de que dispõe, emitir opinião conclusiva sobre a regularidade na comprovação dos gastos com remunerações dos técnicos (Meta 1) e pagamento das bolsas de incentivo aos atletas (Meta 7). Fato##

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Manifestação da Unidade Examinada O Presidente da CBTM prestou as seguintes informações, enviadas por e-mail em 27 de janeiro de 2016, em manifestação ao Relatório Preliminar encaminhado à CBTM por meio do Ofício nº 28.733/2015/NAC-4/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 14 de dezembro de 2015:

“Informo que os COMPROVANTES dos Bolsistas, Treinadores e Técnicos estrangeiros, estão na ABA anexos do SICONV para conhecimento e posterior análise.”

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Análise do Controle Interno No dia 27 de janeiro de 2016 foram inseridos no SICONV diversos recibos de 2013 e de 2014 referentes aos pagamentos dos treinadores e atletas. Cabe ressaltar que os documentos digitalizados são cópias, ou seja, não foram digitalizados a partir dos documentos originais. Foram analisados os recibos de dois treinadores nacionais, um estrangeiro e os recibos dos atletas. Quanto aos recibos dos treinadores nacionais, muitos foram assinados sem datação e sem padrão de assinatura. Outros possuíam as assinaturas ilegíveis. Quanto à documentação do técnico estrangeiro, não foi apresentada a maioria dos Swifts de 2013. Já em relação aos atletas, agora a CBTM optou por recibos unificados, ou seja, os atletas assinaram um recibo, sem data, declarando que receberam 21 ou 22 parcelas mensais da Bolsa Incentivo, sendo a primeira paga em abril de 2013. Cabe ressaltar que os atletas já assinaram, em outras ocasiões, os primeiros recibos mensais referentes aos mesmos benefícios, os quais também foram inseridos no SICONV. Diante dos novos documentos apresentados, do que já foi relatado anteriormente e devido à não realização de entrevistas com atletas e treinadores, ainda não é possível emitir opinião conclusiva sobre a regularidade na comprovação dos gastos com remunerações dos técnicos (Meta 1) e pagamento das bolsas de incentivo aos atletas (Meta 7).

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3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais. Do montante fiscalizado de R$1.821.269,00, foi identificado potencial prejuízo de R$241.505,54, referente aos itens relacionados a seguir: 2.2.2. Ausência de comprovação de que tenham sido adquiridos materiais esportivos previstos na Meta 6 do Plano de Trabalho, com potencial prejuízo de R$111.144,00; 2.2.3. Ausência de documentos comprobatórios da necessidade da contratação e da efetiva prestação de serviços de assessoria contábil, bem como existência de atos e fatos que indicam a ineficiência do serviço caso tenha sido prestado, identificada no âmbito da execução do Convênio nº 777876/2012, com potencial prejuízo de R$130.361,54.

__________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro