preservaÇÃo da Água: questÃo de sobrevivencia pereira pinto.pdf · amazônica, 16% de toda a...

43
1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇAO “LATO SENSU” PRESERVAÇÃO DA ÁGUA: QUESTÃO DE SOBREVIVENCIA Rosane Pereira Pinto Orientador: VILSON SÉRGIO DE CARVALHO Rio de Janeiro JANEIRO/2007

Upload: hoangthuan

Post on 10-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇAO “LATO SENSU”

PRESERVAÇÃO DA ÁGUA: QUESTÃO DE SOBREVIVENCIA

Rosane Pereira Pinto

Orientador: VILSON SÉRGIO DE CARVALHO

Rio de Janeiro JANEIRO/2007

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇAO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PRESERVAÇÃO DA ÁGUA:

QUESTÃO DE SOBREVIVENCIA

OBJETIVOS

Esta publicação tem como objetivo conscientizar o leitor sobre a importância vital dos recursos hídricos para a existência e bem estar do homem e à manutenção dos ecossistemas do planeta.

3

AGRADECIMENTOS

Aos colegas do curso de Planejamento e Educação Ambiental – pelo companheirismo, incentivo e amizade evidenciados. A todos os professores da Universidade Candido Mendes – “A vez do Mestre”, que direta ou indiretamente, colaboraram na realização deste trabalho. Ao orientador, Professor VILSON SÉRGIO DE CARVALHO – pelas críticas, compreensão e orientação.

4

DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a minha família, e em

especial ao meu irmão, Renato P. Pinto, que tanto

colaborou para a confecção e aperfeiçoamento

deste trabalho.

5

RESUMO

Durante milênios a água foi considerada um recurso infinito, ou seja, como um recurso natural renovável e disponível a todas as nossas necessidades. Hoje, porém, o mau uso aliado à crescente demanda pelo recurso vem preocupando especialistas, ambientalistas e autoridades no assunto, pelo evidente decréscimo da disponibilidade de água limpa em todo o planeta. Assegurar a quantidade de água necessária à sobrevivência da humanidade já não basta. É preciso que nos asseguremos da sua qualidade. O alargamento dessa consciência faz-se necessário para que além da mudança de comportamento haja também reflexão sobre as conseqüências que um futuro racionamento da água potável pode trazer para as populações em geral.

6

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Pesquisa bibliográfica, através da coleta de dados bibliográficos encontrados em livros, revistas, anais, catálogos, dissertações, teses, sites de busca e revistas on-line, respeitando as normas solicitadas, o que nos dará o embasamento teórico necessário para a interpretação do tema exposto.

7

SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................... 9

CAPÍTULO I – CONHECIMENTO DO PROBLEMA.................................. 12

CAPÍTULO II – CAUSAS HISTÓRICAS DA POLUIÇÃO. ......................... 17

CAPÍTULO III – CONSEQÜÊNCIAS IMEDIATAS E À LONGO PRAZO DA POLUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS. ........................ 26

CAPÍTULO IV – A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO E DOS CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE.......................................................... 28

CAPÍTULO V – SUGESTÕES PARA UTILIZAÇÃO DO TEMA PELOS PROFESSORES.................................................................................................. 31

CONCLUSÃO ..................................................................................................... 33

BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 36

WEBGRAFIA...................................................................................................... 37

ANEXOS .............................................................................................................. 38

ANEXO I – Carta do Rio de Janeiro ......................................................... 38 ANEXO II – Declaração Universal dos Direitos da Água.......................... 42 ANEXO III – Legislação Ambiental Relacionada à Qualidade das Águas .43

8

ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS FIGURA 1 – CICLO HIDROLÓGICO............................................................ 10

FIGURA 2 – ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO AQÜÍFERO GUARANÍ. .... 12

TABELA 1 – CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DA POLUIÇÃO (CPRH-PE, 2006) ..................................................................................................................... 13

FIGURA 3 – PRAIA TOTALMENTE POLUÍDA POR LIXO DOMÉSTICO MAL DESTINADO............................................................................................. 18

FIGURA 4 – UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS. ELEVADO POTENCIAL POLUIDOR DO MEIO AMBIENTE. ..................................... 18

FIGURA 6 – POLUIÇÃO HÍDRICA POR DESCARGA DE POLUENTES NÃO DEGRADÁVEIS. ...................................................................................... 19

FIGURA 5 – POLUIÇÃO HÍDRICA POR DESCARGA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO “IN NATURA.............................................. 20

............................................................................................................................... 21

FIGURA 8 – POLUIÇÃO HÍDRICA COM EFEITOS SOBRE A FAUNA LOCAL................................................................................................................. 26

FIGURA 9 – ESTIMATIVA DE DURAÇÃO DE ALGUNS POLUENTES EM MEIO MARINHO. ...................................................................................... 28

9

INTRODUÇÃO

“O futuro do planeta e a sobrevivência da sociedade dependem

do que fazemos no presente”. (CREA-RJ , 2002) Assim termina a Carta

de Petrópolis1, documento aprovado pelo conjunto de participantes do 4°

Encontro Nacional do MOVIMENTO DE CIDADANIA PELAS ÁGUAS (16 de

março de 2002), que reuniu representantes de 79 dos 85 Centros de

Referência existentes no país.

A água é o principal constituinte da Terra, ingrediente essencial

da vida e, certamente, o recurso mais precioso que o planeta fornece à

humanidade. Embora se observe pelos países do mundo tanta

negligência e falta de visão com relação a este recurso, é de se esperar

que o ser humano tenha pela água um grande respeito e que procure

manter os seus reservatórios naturais e preservar a sua pureza.

“Predizer o que pode acontecer se medidas

rigorosas não forem implementadas no manejo dos

recursos hídricos é fácil. Rios que viraram esgotos,

lagos que se tornaram fossas… Não vimos isso

acontecer? Pessoas morrem por beber água

contaminada, a poluição sendo carregada para o

mar ao longo das praias, peixes envenenados por

metais pesados e a vida silvestre sendo destruída…

Repercute, conseqüentemente, na população, uma

degradação da qualidade de vida, com o

agravamento de doenças emergentes e re-

emergentes de veiculação hídrica e o colapso das

atividades comerciais e industriais.” (PESCE, 2000)

Para alguns leigos, a água ainda é considerada, como era há

algumas décadas, um recurso natural renovável, devido ao ciclo da água

1 Ver ANEXO I

10 (ver FIGURA 1). Até certo ponto isto é certo, uma vez que a ciclagem da

água se mantém indeterminadamente. Entretanto, “não é a água

propriamente que se esgota, mas, sim, seus reservatórios. Os rios, lagos

e aqüíferos que estão sendo poluídos não mais servirão como corpos

fornecedores de água para o consumo humano e dessedentação animal”.

(PINTO, 2001)

Ressalta-se, ainda, que o volume evaporado nos oceanos é

quantitativamente maior que o volume sobre eles precipitado e que sobre

os continentes esta razão é inversa, demonstrando que boa parte da

precipitação que sustenta ecossistemas continentais provém da

evaporação dos oceanos. “Algumas áreas, como o vale do Rio Mississipi,

nos EUA, esta contribuição oceânica pode chegar a 90% da precipitação”.

(ODUM, 1988)

FIGURA 1 – Ciclo Hidrológico.

Para sanar quaisquer dúvidas no assunto, abordaremos no

primeiro capitulo deste trabalho a real importância do conhecimento do

assunto. No segundo capitulo, enfocaremos as causas Históricas da

Poluição. No terceiro capítulo pretende-se discutir as conseqüências

imediatas e a longo prazo da Poluição dos recursos hídricos. No quarto

capítulo pretende-se enfocar a importância da preservação e dos

cuidados com o meio ambiente. No quinto capítulo serão abordadas

11 algumas sugestões para utilização do tema pelos professores em ciclos

de estudos com alunos de diferentes níveis.

12

CAPÍTULO I – CONHECIMENTO DO PROBLEMA

No Brasil, temos concentradas, principalmente na bacia

Amazônica, 16% de toda a água doce disponível no planeta além da

maior reserva de água subterrânea do mundo, o Aqüífero Guarani2. “No

total, utilizamos apenas cerca de 1% de nossas reservas enquanto a

China acompanha seu lençol freático baixar 1,5m por ano, já somando

59m a menos nos últimos 35 anos”. (ARAÚJO Jr., 2006)

FIGURA 2 – Área de abrangência do Aqüífero Guaraní.

“Entre os anos de 1990 e 1995, a necessidade por água doce

aumentou cerca de duas vezes mais que a população mundial. Isso

ocorreu provocado pelo alto consumo de água em atividades industriais e

zonas agrícolas”. (PINTO, 2000)

“A superfície de nosso planeta é constituída por

apenas 30% de terra firme, os 70% restantes são de

água. Mas, infelizmente, apenas 2,5% da água do 2 O aqüífero Guarani é talvez o maior manancial trans-fronteiriço de água doce subterrânea no planeta com extensão total aproximada de 1,2 milhões de km², sendo 840.000 km² no Brasil, 225.500 km² na Argentina, 71.700 km² no Paraguai e 58.500 km² no Uruguai. A porção brasileira integra o território de oito Estados: MS (25,4%), RS (18,8%), SP (18,6%), PR (15,6%), GO (6,5%), MG (6,1%), SC (5,9%) e MT (3,1%). A população atual do domínio de ocorrência do aqüífero é estimada em 15 milhões de habitantes. Para maiores informações, consulte http://www.oaquiferoguarani.com.br

13 planeta Terra são de água doce, sendo que apenas

cerca de 0,1% estão em regiões acessíveis ao ser

humano e pouco mais da metade deste valor está

disponível nos lagos e nos rios”. (PINTO, 2001)

Nosso corpo também é em sua maior parte constituído por água

(aproximadamente a mesma proporção que o planeta) e por isso nossa

vida depende diretamente dela.

“Ao longo das décadas, a degradação ambiental se

deu de diferentes formas. Na década de 1950, foi a

depleção de oxigênio; na década de 1960, a

eutrofização; nos anos 1970, a poluição por metais

pesados; nos anos 1980, o uso excessivo de micro-

poluentes orgânicos e pesticidas; nos anos 1990, a

contaminação da água subterrânea; e a década de

2000 está sendo marcada pela escassez da água”.

(REBOUÇAS, 1999)

TABELA 1 – Causas e Conseqüências da poluição (CPRH-PE, 2006)

Tipo de poluição Origem Conseqüências

Matéria Orgânica

Áreas agrícolas, pecuária, efluentes domésticos e industriais.

Mortandade de peixes

Patogênico Esgoto bruto ou parcialmente tratado e excremento de animais.

Transmissão de doenças, como cólera e esquistossomose.

Metais Pesados (resíduos químicos)

Descargas industriais, lodo de estações de tratamento de esgoto, aterro sanitário.

Redução da população de peixes, diversos problemas à saúde humana, como disfunção dos rins, problemas nos ossos e no sistema nervoso.

Substâncias Tóxicas

Escoamento superficial urbano e rural, descargas domésticas, descargas industriais e infiltração.

Doenças nos peixes e, nos seres humanos, aumentam de risco de câncer de rins e bexiga.

14 Este milênio apresenta o grande desafio de evitar a falta de água.

Um estudo da ONU, citado por PINTO (2001), mostrou que

aproximadamente 2 bilhões e 700 milhões de habitantes enfrentarão a

falta de água no mundo e os locais mais atingidos pela falta de água

serão a África, a Ásia Central e o Oriente Médio.

Em breve poderá faltar água para irrigação em diversos países,

principalmente nos mais pobres. Embora os usos da água variem de país

para país, a agricultura é a atividade que mais consome água. É possível

atenuar a diminuição das reservas locais de água de duas maneiras:

a) podemos aumentar a captação, represando-se rios ou consumindo-

se a água subterrânea (o uso irracional e a poluição de rios e lagos,

podem ocasionar a falta de água doce muito em breve, caso

nenhuma providência seja tomada); ou

b) podemos conservar as reservas já exploradas, seja aumentando-se

a eficiência na irrigação ou importando alimentos em maior escala de

áreas com maior disponibilidade deste recurso mineral – estratégia

que pode ser necessária para alguns países, a fim de reduzir o

consumo de água na agricultura.

Este fator já é discutido há muito tempo. Em 1991, após a

realização do IX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, realizado

no Rio de Janeiro às vésperas da realização da ECO-92, foi votada e

aprovada a CARTA DO RIO DE JANEIRO3 que discutia as prioridades a serem

adotadas na Política Nacional de Recursos Hídricos. Neste documento

foram destacados alguns princípios, objetivos e estratégias para proteção

do meio ambiente, a saber:

I. A água é um recurso ambiental estratégico, essencial à vida, necessária a

quase todas as atividades econômicas e sociais e fator de equilíbrio dos

ecossistemas.

II. A utilização econômica da água deve considerar seus usos múltiplos, com

rateio de custo entre os beneficiados, sua proteção, controle e

conservação, em harmonia com os recursos ambientais. 3 Ver Anexo II. Material bibliográfico sem fonte definida.

15 III. Em razão de sua importância estratégica, econômica, social e ambiental, a

água deve ser gerada por um sistema institucional especializado, que

propicie a ação harmônica da União, dos Estados, dos Municípios, dos

usuários das águas e da sociedade, no interesse do aproveitamento

múltiplo, controle, proteção, conservação e recuperação dos recursos

hídricos.

IV. Considerando o papel fundamental dos recursos hídricos no equilíbrio dos

ecossistemas naturais, sua utilização será vedada, restringida, ou

controlada em áreas de proteção ambiental ou outros espaços territoriais

especialmente protegidos, em conformidade com a legislação ambiental.

Mas persiste a esperança que o reconhecimento desse fato

estimule o governo à ação, pois é impossível, não reconhecer que a

poluição que produzimos e acaba sendo despejada nos rios deriva, em

grande parte, do uso de agrotóxicos nas plantações, produtos de grande

impacto ambiental impostos ao Terceiro Mundo por poderosos grupos

multinacionais.

Cada vez mais vemos crescer a consciência sobre sua

importância vital. Porém, mesmo sabendo da incomensurável importância

para nossas vidas e do risco eminente da falta da mesma, muitos ainda

continuam poluindo rios e reservatórios com esgotos domésticos e

industriais, retirando vegetação protetora das margens de mananciais, o

que apressa seu assoreamento, envenenando-os com metais pesados e

agrotóxicos, construindo em suas margens e modificando seus cursos,

além de muitas outras agressões.

Embora a poluição dos lagos e dos rios seja potencialmente

reversível, o mesmo não acontece com a água subterrânea. Como a água

subterrânea não recebe oxigênio atmosférico, sua capacidade de auto -

purificação é muito baixa, pois o trabalho de degradação microbiana

demanda oxigênio. A única abordagem racional é evitar a contaminação.

16 Através da lei 9.433/97 o uso e a poluição da água serão

cobrados com a intenção de reduzir o consumo e punir quem não se

preocupa com a sustentabilidade de nossos recursos hídricos. Mas é

preciso que a população participe deste processo, tanto na fiscalização,

como com denúncias e mesmo com a mudança de seus próprios hábitos,

ou não conseguiremos reverter estas tristes estatísticas que podem nos

levar a uma catástrofe irreversível.

A ação não significa recuperação imediata. Precisamos

urgentemente mudar nossas atitudes, pois apenas com uma reversão

global de valores conseguiremos evitar uma catástrofe mesmo que a

longo prazo. No Brasil ainda temos muita água, mas ela não servirá de

nada se estiver completamente poluída.

Paralelo a tudo isso, existe a necessidade de se fazer mais

pesquisa sobre a hidrosfera, com estudos sobre a ecologia e a toxicologia

da vida marinha; sobre o ciclo hidrológico e os fluxos entre seus

compartimentos; sobre a extensão das reservas subterrâneas e sua

contaminação; sobre as interações entre clima e ciclo hidrológico.

17

CAPÍTULO II – CAUSAS HISTÓRICAS DA POLUIÇÃO.

Segundo PINTO (2000), desde os tempos mais remotos até

meados do século XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na

Europa, o lixo era produzido em pequena quantidade e constituído

essencialmente de sobras de alimentos. A partir da Revolução Industrial,

as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e

a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando

consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas

áreas urbanas.

A partir de meados da década de 60 do século XX, o homem

passou a viver a “era dos descartáveis” em que a maior parte dos

produtos, desde guardanapos de papel e latas de refrigerante, eram

inutilizados e viravam lixo com enorme rapidez.

Conseqüentemente com o crescimento das cidades e de sua

população aumentaram os problemas, porque o tratamento de esgotos e

de fossas não conseguiu acompanhar o ritmo de crescimento urbano.

Ainda hoje, não são raros os casos de cidades que não contam com um

sistema de saneamento urbano. Ao mesmo tempo, o crescimento

acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar

o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente

aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde

das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos

desenvolvidas.

Infelizmente, muito tempo se passou, mas a situação ainda não

foi totalmente resolvida, uma vez que a maior parte dos resíduos não

recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada, sem qualquer

cuidado, nos rios e nos mares. E por isso o lixo é, ainda hoje, considerado

um dos maiores poluidores das águas. Produtos químicos e sujeira dos

esgotos, quando jogados diretamente nos rios, afetam os lençóis d’água

que formam as nascentes. Ou seja, as plantas e animais que nele vivem

passam a sofrer problemas.

18

FIGURA 3 – Praia totalmente poluída por lixo doméstico mal destinado.

Talvez mais perigosa do que o lixo e dos esgotos é a poluição

química de algumas indústrias e mineradoras, que jogam toneladas de

produtos químicos diretamente nos rios, sem qualquer processo de

filtragem.

Podem-se notar claramente os efeitos desse tipo de poluição, ao

redor das grandes cidades, sobre o equilíbrio biológico dos rios e lagos.

Alguns rios jamais conseguem livrar-se dos detritos por serem estes

lançados em suas águas numa quantidade e velocidade superior a sua

capacidade de decompô-los e torná-los inofensivos. Os tipos de fontes

poluidoras da água são bem conhecidos por todos. São eles:

a) Agrotóxicos (adubos e fertilizantes, inseticidas usados nas lavouras),

FIGURA 4 – Utilização de agrotóxicos. Elevado potencial poluidor do meio ambiente.

19 b) Poluentes não-degradáveis – as indústrias e a população lançam

nos rios vários resíduos de produtos alimentícios e químicos,

metalurgia, processamento de carvão, papel e celulose, vidro, carne

e couro, têxteis, usinas de açúcar e álcool, água aquecida no

processo de refrigeração de refinarias, siderúrgicas, navios

petroleiros, etc., assim como o de drenagem de minas que diluem na

água elementos perigosos como metais pesados (Hg, Pb, Al, Zn,

etc).

FIGURA 6 – Poluição Hídrica por descarga de poluentes não degradáveis.

FIGURA 7 – Pilhas e baterias têm alto potencial poluidor por metais pesados

20 c) Esgoto doméstico “in natura” (falta de saneamento básico),

FIGURA 5 – Poluição Hídrica por descarga de esgotamento sanitário “in natura”.

Após o lançamento dos esgotos, o curso d’água poderá se

recuperar por mecanismos puramente naturais, constituindo o fenômeno

da auto-depuração. É de grande importância o conhecimento do

fenômeno de auto-depuração e da sua quantificação, tendo em vista os

seguintes objetivos:

• “Utilizar a capacidade de assimilação dos rios.

Dentro de uma visão prática, pode-se considerar

que a capacidade que um corpo d'água tem de

assimilar os despejos, sem apresentar problemas

do ponto de vista ambiental, é um recurso natural

que pode ser explorado. Esta visão realística é de

grande importância em nossas condições, em que

a carência de recursos justifica que se utilize os

cursos d'água como complementação dos

processos que ocorrem no tratamento de esgotos

(desde que feito com parcimônia e dentro de

critérios técnicos seguros e bem definidos).

• Impedir o lançamento de despejos acima do que

possa suportar o corpo d'água. Desta forma, a

capacidade de assimilação do corpo d'água pode

ser utilizada até um ponto aceitável e não

21 prejudicial, não sendo admitido o lançamento de

cargas poluidoras acima deste limite”. (VON

SPERLING, 1996)

.

Essas contaminações podem causar graves danos ao solo e, por

vezes, ao lençol subterrâneo.

Simultaneamente, podemos, ainda, destacar alguns “acidentes”

que aceleraram a poluição hídrica mundial ao longo do século XX. Alguns

deles foram provocados intencionalmente pelos homens mesmo que não

soubessem das conseqüências destes atos. Outros são devidos à

imprudência ou ganância e outros, ainda, foram causados por fatalidades.

A seguir, são listados alguns destes “acidentes”. (___ , 2006)

• 1945 a 1962 – Anunciadas 423 detonações nucleares, que

aconteceram nos Estados Unidos, União Soviética, Grã-Bretanha e

França.

• 1952 – Chuva de granizo, com característica de presença de

radioatividade, acontece na Austrália a menos de 3.000 km dos

testes nucleares realizados pela Inglaterra.

• 1953 – Chuva ácida em Nova York, possivelmente causada por

testes nucleares realizados em Nevada.

• 1954 – Um teste com uma bomba de hidrogênio, codinome Bravo,

dos Estados Unidos, realizado sobre o atol de Bikini, no Pacífico

Ocidental. A quantidade de partículas espalhadas foi o dobro da

esperada e a mudança dos ventos levou as cinzas radioativas em

direção às Ilhas Marshall, ao invés de levá-las para o oceano

conforme o planejado. Houve contaminação de aproximadamente 18

mil km² de oceano, gerada por uma nuvem radioativa de

aproximadamente 410 km de extensão e 75 km de largura. Duas

semanas depois do teste, a traineira japonesa Fukuryu Maru nº 5,

22 que pescava atum próximo à área do teste Bravo, tinha 23 de seus

tripulantes com doenças de radiação ao chegar ao porto. Peixes que

chegaram posteriormente ao Japão, pescados na mesma região,

também estavam contaminados. Esse episódio gerou, na época,

uma campanha extensa de repúdio a teste nucleares com

participação inclusive de Albert Einstein e do Papa Pio XII.

• 1956 – São registrados casos como disfunções neurológicas em

famílias de pescadores e em gatos e aves que se alimentavam de

peixes da baía de Minamata, no Japão. A contaminação vinha

acontecendo desde 1939, quando uma indústria química se instalou

nas margens da Baía e, por diversos anos, despejou, nas margens

da baía, catalisadores gastos. Foram confirmadas altas

concentrações de mercúrio em peixes e em moradores, que

morreram devido à chamada "Doença de Minamata". Desastres

similares foram observados em vários outros locais, como por

exemplo, Mitsui, Niigata e Yokkaichi. Como resultado desses

incidentes, mais de 450 campanhas anti-poluição foram lançadas no

Japão até 1971.

• 1967 – Em março acontece o naufrágio do petroleiro Torrey Cânion,

na costa do extremo sudoeste da Inglaterra. Centenas de km da

Costa da Cornualha foram poluídas. Um acontecimento local de

dimensões globais.

• 1969 – Ocorreram mais de mil derramamentos (de pelo menos 100

barris) de petróleo em águas americanas.

• 1977 – No dia 26 de março, houve entrada de hexaclorociclopeno na

Estação de Tratamento de Esgotos de Loisville, Kentucky. Esse

acidente ocorreu por causa do lançamento indevido do produto na

rede de esgotos pela empresa Chen Dine, colocando em risco a

23 saúde de 37 empregados da Estação de Tratamento, que teve que

ficar cerca de 3 meses parada para a limpeza e descontaminação.

• 1980 – No início da década, são detectados casos de problemas

pulmonares, anomalias congênitas e abortos involuntários em

moradores da região do pólo petroquímico e siderúrgico de Cubatão,

São Paulo.

• 1984 – Em Cubatão, duas explosões e o incêndio causados por

vazamento de gás causaram a morte de 150 pessoas, em Vila Socó.

• 1984 – No dia 18 de novembro, no México, ocorreram explosões

sucessivas de tanques esféricos e botijões de GLP (gás liquefeito de

petróleo), causadas pelo vazamento em um dos tanques. O acidente

destruiu completamente as instalações da refinaria, lançando partes

metálicas e gotículas incandescentes de GLP a distâncias de até 800

metros. Quinhentas pessoas morreram e cerca de 4.000 foram

feridas. A gravidade do acidente o fez ficar conhecido como "Cidade

do México: o dia em que o céu pegou fogo".

• 1984 – No dia 2 de dezembro, um vazamento de 25 toneladas de

Isocianato de Metila, ocorrida em Bhopal (Índia), causou a morte de

3.000 pessoas e a intoxicação de mais de 200.000. O acidente foi

causado pelo vazamento de gás da Fábrica Union Carbide.

• 1986 – No dia 26 de abril, acidente na Usina de Chernobil, na

URSS, demonstrou que o mundo é muito pequeno e que os

impactos ambientais devem ser analisados a nível Global. Na Usina

Nuclear de Chernobyl, durante a realização de testes, o sistema de

refrigeração foi desligado com o reator ainda em funcionamento.

Com isso, o equipamento esquentou e explodiu. O incêndio do reator

durou uma semana, lançando na atmosfera um volume de radiação

24 cerca de 30 vezes maior do que a bomba atômica de Hiroshima. A

radiação espalhou-se, atingindo vários países europeus e até

mesmo o Japão. Há previsão de que cerca de 100.000 pessoas

sofrerão danos genéticos ou terão problemas de câncer devido a

esse acidente nos 100 anos seguintes. Por toda a Europa, houve

problemas na lavoura e na pecuária, tornando verduras, legumes e

leite impróprios para o consumo.

• 1987 – Em setembro, vem a público que um acidente com material

radiativo Césio 137 havia contaminado dezenas de pessoas, na

cidade de Goiânia, Goiás. O acidente aconteceu porque uma

cápsula de Césio 137, pesando entre 600 a 800 kg, desapareceu do

Instituto Goiano de Radioterapia (o Instituto se mudara e abandonara

alguns aparelhos de radioterapia) e foi vendido a um ferro-velho

como sucata. Ao tentar quebrar a cápsula, o dono do ferro-velho

acabou liberando o pó radioativo, atingindo sua família e pessoas

que freqüentavam o local. Pouco depois, estas pessoas

apresentaram os sintomas básicos da contaminação: queimaduras

por todo o corpo, vômitos e diarréias. Em poucos dias, quatro

pessoas morreram vítimas do Césio. Hoje, mais de onze anos

depois, os especialistas acreditam que o número de pessoas que

morreram ou adoeceram em conseqüência do acidente tenha sido

bem maior.

• 1989 – No dia 23 de março, o Navio Exxon Valdez, depois de uma

colisão em rochas submersas que causou o rasgo no fundo do

petroleiro, derramou, na Baía do Príncipe Willian, Alasca, 40.000 m³

de petróleo. No acidente, morreram, aproximadamente, 260.000

aves, 20 baleias, 200 focas e 3.500 lontras do mar. Até hoje são

estudadas as conseqüências do acidente sobre a fauna e flora

marinha da região atingida. Até março de 1990, as indenizações e

gastos com limpeza assumidos pela Exxon já acumulavam mais de

25 2 bilhões de dólares com várias outras ações judiciais ainda não

julgadas.

• 1993 – Em janeiro, o petroleiro Braer, durante uma tempestade com

fortes ventos, se chocou contra rochas na Costa das Ilhas de

Shetland, no Reino Unido. Na época, o Primeiro Ministro do Reino

Unido, John Major, definiu o derramamento de óleo como "o pior

desastre ambiental britânico". Quando o petroleiro Braer se quebrou

em dois foram derramados aproximadamente 80.000.000 galões de

óleo, duas vezes a mais do que o Exxon Valdez.

Finalmente outras fontes de poluição dos corpos hídricos, um

pouco esquecidas pela população em geral, são a erosão e a lixiviação

dos solos. Com a degradação das matas ciliares, que dariam proteção

aos corpos d’Água, o solo e materiais sobre ele são carregados para

estes corpos d’Água, poluindo-os. O engenheiro civil Jorge Henrique

Prodanoff, em sua tese de Doutorado pela COPPE (Coordenadoria de

Programas de Pós-graduação em Engenharia da UFRRJ) revela que

somente o tratamento dos esgotos domésticos e industriais não resultará

na despoluição das áreas contaminadas. “A estação de tratamento dá

conta somente de uma parte da poluição, mas se não forem tomadas

medidas adequadas de limpeza, todo o lixo produzido na cidade voltará

para os corpos d’Água, aumentando a poluição”. (COPPE, 2006)

26

CAPÍTULO III – CONSEQÜÊNCIAS IMEDIATAS E

À LONGO PRAZO DA POLUIÇÃO DOS

RECURSOS HÍDRICOS.

Um homem pode deixar de comer por várias semanas, porém não

é capaz de passar mais de 4 dias sem água. Estudo feitos pela

Organização das Nações Unidas (ONU), alertam para a crise de

abastecimento que poderá atingir diversas regiões da Terra nos próximos

anos devido ao “aumento da demanda e à contaminação que ameaça as

reservas de água doce do planeta. Lagos e rios transformam-se em

depósitos de despejos industriais tóxicos e produtos químicos utilizados

na agricultura (agrotóxicos)”. (PINTO, 2001)

A agricultura, potencialmente, contamina 70% de água doce em

todo planeta. Com essa contaminação o resultado é a impossibilidade do

aproveitamento da água para consumo humano e do consumo dos

animais contaminados. Acredita-se que mais de 10 milhões de pessoas

poderão morrer anualmente por doenças transmitidas pela água.

FIGURA 8 – Poluição hídrica com efeitos sobre a fauna local.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS-

ONU), no Brasil, morrem atualmente 29 pessoas/dia

por doenças decorrentes da qualidade da água e do

não tratamento de esgotos e estima-se que cerca de

70% dos leitos dos hospitais estão ocupados por

27 pessoas que contraíram doenças transmitidas pela

água. (ARAÚJO JR., 2006)

As principais doenças relacionadas com a Água de baixa

qualidade são:

a) Por ingestão de água contaminada:

• Cólera

• Disenteria amebiana

• Disenteria bacilar

• Febre tifóide e paratifóide

• Gastroenterite

• Giardise

• Hepatite infecciosa

• Leptospirose

• Paralisia infantil

• Salmonelose

b) Por contato com água contaminada:

• Escabiose (também conhecida como Sarna)

• Tracoma (mais freqüente nas zonas rurais)

• Verminoses, tendo a água como um estágio do ciclo

• Esquistossomose

c) Por meio de insetos que se desenvolvem na água:

• Dengue

• Febre Amarela

• Filariose

• Malária

Cólera, febre tifóide e paratifóide são as doenças mais

frequentemente ocasionadas por águas contaminadas e penetram no

organismo via cutâneo-mucosa, como é o caso de via oral.

28

CAPÍTULO IV – A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO

E DOS CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE.

Como já discutido nos capítulos anteriores, sabemos que a água

é indispensável não só à sobrevivência dos seres humanos sobre a Terra,

mas do planeta como um todo.

A Figura 9 a seguir nos dá idéia do tempo necessário para a

decomposição de alguns materiais descartados por nós sem grandes

preocupações no meio ambiente. Alguns materiais impressionam como o

papel toalha, que achamos ser de rápida degradação e dura até 1 mês no

mar. Um outro material que chama bastante a atenção é a garrafa de

refrigerantes (PET) que leva até 400 anos para se degradar. E este é um

material muito comumente achado nos rios e lagos do nosso país!

FIGURA 9 – Estimativa de duração de alguns poluentes em meio marinho.

29 Muitos dos nossos hábitos do cotidiano são altamente

dispendiosos ecologicamente para os recursos hídricos do planeta. Sabe-

se que: (___ , 2006)

• Uma descarga sanitária gasta aproximadamente 12 litros de água; o

que gera um gasto médio de aproximadamente 230 litros por dia;

• Uma lavagem de roupa á máquina consome aproximadamente 130

litros de água;

• Durante 15 minutos com a mangueira aberta pode se gastar até 280

litros de água;

• Que são gastos para lavar um carro por meia hora 260 litros de

água;

• Lavar a calçada com mangueira, por 15 minutos se gasta 280 litros

de água;

• Escovar os dentes por 5 minutos com a torneira aberta gasta 12

litros de água;

• Gotejando, uma torneira chega a um desperdício de 46 litros por dia.

Isto equivale a 1.380 litros por mês.

• Um banho rápido consome aproximadamente 90 litros de água;

• Lavando mãos e rosto gasta aproximadamente 20 litros por 15

segundos;

• Lavar a louça consome 128 litros de água por vez;

• A produção de um ovo consome 160 litros de água;

• A água de um coco que bebemos na praia gastou aproximadamente

200 litros de água para ser produzida;

• Um quilo de carne consome 18.000 litros de água;

• Uma tonelada de milho consome 1.600.000 litros de água;

• Uma tonelada de borracha sintética consome 2.400.000 litros de

água.

Comprova-se, com isto, que nossas atitudes diárias geram um

enorme gasto de recursos hídricos e nós geralmente não nos damos

conta disto.

30 Entretanto, a quase totalidade destes fatos anteriormente listados

não podem ser descartados da nossa vida. Cabe a nós buscar

alternativas mais econômicas e evitar que atitudes desnecessárias sejam

responsáveis pelo gasto maior destes recursos.

Por outro lado, o descarte inadequado de resíduos, que vai poluir

os recursos hídricos, vai nos impossibilitar de seguir a nossa vida como a

conhecemos. Mesmo nas áreas mais carentes de recursos hídricos no

planeta, só é possível a sobrevivência com a presença da água. Nos

desertos africanos a vida existe, mas concentrada nos famosos “OASIS”

devido à presença de minações ou poços. Em guerras passadas, alguns

poços nestes desertos foram disputados pelas tropas beligerantes como

alvos estratégicos, algumas vezes sobrepujando alvos militares.

Os cuidados com o meio ambiente são necessários à nossa vida

e a conservação dos recursos hídricos é indispensável e prioritário para a

sobrevivência do planeta.

31

CAPÍTULO V – SUGESTÕES PARA UTILIZAÇÃO DO

TEMA PELOS PROFESSORES

Algumas atividades para iniciação de alunos de 1º grau e até de

pré-escola no tema podem ser sugeridas para utilização em ambiente de

sala de aula ou até mesmo em ambientes externos à escola. Dentre

muitos, pode-se destacar:

I. Levar os alunos a uma área com um manancial (rio, lago, etc.) ajuda-

os a conhecer melhor a água à sua volta. Quando chegar à área de

estudo, divida os alunos em grupos 5 indivíduos. Cada grupo deve

olhar em volta da área para identificar tantas fontes e/ou tipos de

poluição quantas possíveis. Em uma ficha distribuída pelo professor,

um aluno previamente designado de cada grupo apontará os

diferentes tipos de poluição constatados. Depois de cerca de 5

minutos, juntem-se todos e discutam a poluição verificada. Porque a

poluição visível é muitas vezes sob forma de lixo, discuta com os

alunos a poluição que possa estar presente e não ser vista. Quando

a discussão em grupo terminar, distribua luvas e sacos. Volte a

dividir os alunos em grupos, com um adulto em cada grupo. Diga aos

alunos para recolherem o lixo poluente, levá-lo de volta para a escola

e colocá-lo em lixeiras, separando-o entre os tipos de materiais

recicláveis e enfatizando a importância deste ato. Repita o exercício

durante o ano inteiro, bimestralmente, comparando a quantidade e

variedade do lixo encontrados nas diferentes épocas do ano (verão,

inverno, férias, etc.).

II. Para esta atividade precisaremos de papel, lápis de cor, e outros

materiais de arte. Reveja com as crianças os tipos de poluição que

conhecem. Fale de como as pessoas podem prevenir determinados

tipos de poluição da água, listando-as no quadro. Diga aos alunos

para desenharem algo que mostre como prevenir a poluição de uma

fonte de água (rio, lago, etc.). Encoraje os alunos a pensarem sobre

32 a fonte de poluição e formas de preveni-la ou de eliminar alguns dos

poluentes.

III. Para ajudar os alunos a compreenderem que a água “limpa” não

está necessariamente livre de poluentes, ponha cinco líquidos claros

em copos transparentes numerados. O conteúdo dos copos deve ter

um sabor típico que os alunos possam reconhecer, como por

exemplo, água açucarada, água com vinagre branco, água salgada,

água misturada com ácido cítrico e água de torneira. Diga aos alunos

para provarem cada uma das misturas e registrarem o sabor que

sentiram em fichas previamente distribuídas. Depois de todos os

alunos terem tido a oportunidade de saborear, discuta os resultados

e enfatize a diferença entre a água “limpa” e a água “pura”,

discutindo alguns tipos de poluentes não se pode ver. Se houverem

rios, riachos, lagos no local e que não sejam ideais para o consumo

humano, este é um bom ponto de partida para discutir os problemas

que esses corpos de água têm.

IV. Uma visita ao aterro sanitário ou a uma estação de tratamento de

esgotos, com palestras dos responsáveis pelo local, pode trazer aos

alunos uma excelente visualização do tratamento necessário para

estes tipos de rejeitos domiciliares. Discuta com eles as situações

que eles encontram no seu trajeto de casa para a escola e de outros

ambientes que freqüentem (praia, campo, cidades menores e

maiores) e compare com a situação ideal encontrada no local

visitado, encorajando comparações.

33

CONCLUSÃO

Tendo em vista o desenvolvimento dos capítulos anteriores,

sobretudo os resultados dessa pesquisa bibliográfica, fica evidente a

importância que a água tem para a vida do Planeta Terra, e que o atual

estágio de degradação dos recursos hídricos no planeta nos deixa em

situação delicada para a busca da sobrevivência, caso o quadro não

mude radicalmente em um curto espaço de tempo.

Não podemos negar que temos uma tarefa difícil para resolver, mas

felizmente ela inda não é impossível, mas devemos nos conscientizar que

a solução está em nossas próprias mãos, uma vez que o homem é o

único animal que polui o próprio ambiente, tornando-o agressivo à sua

própria presença. Mas é, também, o único que dispões de meios e técnica

para auxiliar a natureza a reverter este quadro.

É inegável que proteger o meio ambiente é uma tarefa de todos e

não apenas dos governadores, técnicos, pesquisador e empresários. Não

menos verdade é a afirmação de que cada um de nós tem um importante

papel nessa tarefa. Cabe aos Governos e aos técnicos e empresários

buscarem alternativas para este auxílio e financia-las para torná-las

efetivas. Cabe a população em geral a conscientização de que os rios e

mares não são “depósitos de lixo” Cabe aos educadores criar uma

consciência ecológica nos seus alunos para que, no futuro, a degradação

deixe de existir.

Devemos então nos indagarmos constantemente: O que estou

fazendo em prol do meio ambiente ? O que estou fazendo em prol da

minha própria qualidade de vida? Procurando responder nas diversas

circunstancias a essas perguntas estaremos certamente contribuindo não

só para uma melhoria no meio ambiente, mas também para uma melhoria

em nossa qualidade de vida.

34 Sem o intuito de responder as respostas acima indagadas ou até

mesmo fechar tais propostas em um “manual” sugerimos:

• Não jogue lixo ou detritos na rua. Nas chuvas, os bueiros entupidos

provocam enchentes, pois a água não tem para onde escoar. Nos

rios os detritos obstruem os vazadouros e provocam enchentes,

que causam desmoronamentos, mortes e doenças;

• Jogue o lixo no lugar certo. Você estará contribuindo para a limpeza

de sua cidade e, portanto para melhor qualidade de vida.

• Não jogue lixo nas estradas quando estiver num carro. Ponha o lixo

em um saco plástico e guarde-o para jogar em uma lixeira. O lixo

na estrada desloca-se e pode provocar acidentes, além de

representar perigo para a fauna silvestre.

• Quando for a praia, obedeça ao aviso do Salva - Vidas e só entre

quando o mar estiver em condições para o banho, sem poluição.

Isso evitara que você contraia doenças.

• Não jogue detritos na areia, nem no mar.o lixo abandonado na praia

pode ferir outras pessoas e principalmente pode poluir as águas.

• Não capture e nem colha plantas. Não compre animais silvestres

capturados, tais como tartarugas, papagaios e outros pássaros,

jacarés, macacos, micos e cobras. É proibido por lei mantê-los em

cativeiro. Evitando compra-los, você estará impedindo o

crescimento desse comércio ilegal.

• Plante uma árvore. A natureza agradece.

• Lembre-se: a natureza sem poluição é mais bonita e saudável.

35

Esperamos, com esse trabalho termos contribuído para

problematizar, fazer pensar algumas questões em relação aos recursos

hídricos e ecossistema, e, ainda termos apontado supostas sugestões

para uma melhor relação entre os seres humanos e o meio ambiente.

36

BIBLIOGRAFIA

AYRES, F.A.; LAROSA, M.A. Como produzir uma monografia. 5ª ed. (Rev

e ampl.) Rio de Janeiro: Wak Editora, 2005.

CREA-RJ Carta de Petrópolis. Revista crea-rj. nº 38 (Especial de Março)

2002 : 14-15

FERREIRA A., CUNHA C. Sustentabilidade ambiental da água consumida

no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Panam. Salud Publica.

2005; 18(1):93–99.

ODUM E.P. Ecologia. 1ª ed. Rio de Janeiro. Editora Guanabara, 1988.

PESCE S.F., WUNDERLIN D.A. Use of water quality indices to verify the

impact of Cordoba City (Argentina) on Suquia River in FERREIRA A.,

CUNHA C. Sustentabilidade ambiental da água consumida no

Município do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Panam. Salud Pública.

2005; 18(1):93–99.

PINTO R.P.; URSELINO M.; CARVALHO D.F. Quantificação da

Suplementação Hídrica para as Culturas do Coco (Cocos nucifera) e

Banana (Musa sp.) em Dois Diferentes Solos em Seropédica – RJ.

Congresso Latino Americano de Ingeniería Agrícola. Cidade do

México, Novembro/2000.

PINTO R.P. Modelamento dos Custos de Movimentação de Terras para

Projetos de Irrigação. Monografia apresentada ao curso de Pós

Graduação em Engenharia de Irrigação da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – 2001

REBOUÇAS, A.C. Água doce no mundo e no Brasil in REBOUÇAS, A.C.;

BRAGA, B.; TUNDISI J.G., Águas doces no Brasil: capital ecológico,

uso e conservação. São Paulo: Editora Escrituras; 1999 : 1-36

VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas

residuárias. Vol. 1. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento

de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental –

UFMG. 2ª ed. revisada. 243 p. 1996

37

WEBGRAFIA

__________ Disponível em http://paginas.terra.com.br/lazer/staruck/agua.htm

Acessado em dezembro de 2006.

ARAÚJO JR. O. Consciência sobre a Água. Disponível em:

http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=trabalhos.htm

#consciencia. Acessado em dezembro de 2006.

COPPE Coordenadoria de Programas de Pós-graduação em Engenharia

da UFRRJ. Estudo Revela Efeitos das Chuvas na Poluição dos Rios.

Disponível em http://www.planeta.coppe.ufrj.br/secao.php?secao=1&pag=1.

Acessado em Janeiro de 2007.

CPRH-PE Companhia de Pesquisa de Recursos Hídricos de Pernambuco.

Disponível em http://www.cprh.pe.gov.br/pesquiseepreserve/ctudo-

conteudo.asp?idsecao=420. Acessado em Novembro de 2006.

38

ANEXOS

ANEXO I – CARTA DO RIO DE JANEIRO

AS GRANDES PRIORIDADES NACIONAIS EM RECURSOS HÍDRICOS E MEIO AMBIENTE. A MAIOR PRIORIDADE NACIONAL A maior prioridade nacional em recursos hídricos e saneamento ambiental é a revisão urgente da dramática poluição dos corpos de água. A gravíssima situação existente, em especial nos grandes centros populacionais, coloca em risco a saúde pública, ficando a população vulnerável aos efeitos dos poluentes. A necessidade inadiável do planejamento e gestão integrados em bacias ou regiões hidrográficas e áreas costeiras São indispensáveis o planejamento e a gestão integrados, da utilização, conservação e proteção dos demais recursos ambientais, que levem em consideração as peculiaridades regionais, para que o Brasil encontre soluções para assuntos de extrema relevância como:

1. Desenvolvimento sustentável da Amazônia, com observância das condicionantes do zoneamento econômico-ambiental e apoiado em planos regionais de desenvolvimento, existentes e a serem formulados, nos quais deverão ser inseridos os projetos de aproveitamento de recursos hídricos.

2. Desenvolvimento econômico e social do semi-árido do Nordeste e da bacia do rio São Francisco, com apoio na irrigação, harmonizada com os aproveitamentos hidrelétricos e com a proteção e conservação ambiental.

3. Desenvolvimento econômico e social das áreas de cerrado, do Norte e do Centro-Oeste, com apoio na irrigação e no aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos, em especial para geração de energia e navegação fluvial, consideradas a proteção e conservação dos recursos ambientais.

4. Gerenciamento dos recursos hídricos, integrado, descentralizado, participativo, sem dissociação dos aspectos qualitativos e quantitativos, compatibilizado com o desenvolvimento regional e a proteção ambiental em bacias ou regiões hidrográficas críticas, por exemplo, nas bacias do Alto Tietê, Paraíba do Sul-Guandu, Piracicaba, das Velhas, Alto Iguaçu, Itajaí, Sinos-Gravataí e Capiberibe.

5. Gestão integrada dos recursos hídricos e do uso e ocupação do solo em centros urbano-industriais, por exemplo, nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza, tendo em vista a proteção de mananciais, prevenção de inundações e escorregamentos, em harmonia com os planos diretores de desenvolvimento regionais e municipais e com o zoneamento ambiental.

6. Desenvolvimento racional, proteção e conservação das áreas costeiras, compatibilizando o gerenciamento dos recursos hídricos interiores com o gerenciamento costeiro.

7. Preservação e conservação do Pantanal Matogrossense, com defesa dos ecossistemas contra atividades poluidoras ou degradadoras e proteção da agropecuária mediante sistema de alerta contra inundações.

39 QUESTÕES EMERGENTES OU PRIORITÁRIAS São consideradas questões emergentes ou prioritárias, que necessitam de investimentos em estudos, pesquisas, desenvolvimento de tecnologias e capacitação de recursos humanos, com o apoio da cooperação técnica nacional e internacional:

8. Monitoramento hidrológico e ambiental e respectivos sistemas de informações, com manutenção, melhoria e ampliação da rede hidrometeorológica, contemplando-se observações em pequenas bacias hidrográficas.

9. Superexplotação e poluição das águas subterrâneas, notável patrimônio nacional desprotegido jurídica e institucionalmente.

10. Poluição das águas correntes de agrotóxicos, fertilizantes e metais pesados, recomendando-se ênfase para o problema da eutrofização de reservatórios, que ameaça o abastecimento de água de dezenas de milhões de habitantes.

11. Erosão do solo e assoreamento dos corpos de água com comprometimento dos solos agrícolas, poluição física e obstrução dos corpos de água, agravamento das inundações e inutilização de reservatórios.

12. Salinização dos solos e das águas no semi-árido, em decorrência da falta de manejo e monitoramento adequados, gravíssima ameaça aos projetos e perenização dos rios intermitentes e de irrigação.

13. Proteção e conservação dos recursos hídricos e dos demais recursos ambientais, com a disciplina e controle da explotação de recursos minerais.

14. Impactos da urbanização na quantidade, qualidade ou regime das águas superficiais ou subterrâneas, que causem inundações, erosão, assoreamento, escorregamentos e poluição.

15. Desenvolvimento de técnicas de previsão meteorológica, com aperfeiçoamento das redes de observação, instalação de radares e interpretação de imagens de satélite, assim como a aplicação do sensoriamento remoto em geral.

TECNOLOGIA, TREINAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 16. O País precisa salvar sua capacitação técnica em recursos hídricos,

saneamento e meio ambiente, representada pelos profissionais pertencentes a órgãos e entidades púbicas, a universidades e centros de pesquisa e a empresas privadas de consultoria especializada, gravemente ameaçada pela crise política e econômica do momento.

17. É necessário observar e desenvolver novas tecnologias apropriadas às peculiaridades das regiões brasileiras e capacitar e treinar recursos humanos para aplicá-los, evitando-se que o país fique defasado ou exclusivamente dependente da cooperação de outros países.

18. Indispensável que sejam capacitados recursos humanos dedicados à implantação do gerenciamento dos recursos hídricos e da gestão ambiental, considerando aspectos técnicos, administrativos, jurídicos e econômico-financeiros.

19. Mediante programas de comunicação e educação ambiental devem ser conscientizados crianças, jovens, empresários e a população sobre a

40 importância da proteção e conservação dos corpos d’água, seus leitos, margens e várzeas.

HARMONIZAÇÃO DAS POLÍTICAS E ARTICULAÇÃO DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E DE ADMINISTRAÇÃO EM QUALIDADE AMBIENTAL Em razão do interesse da sociedade brasileira em promover o seu desenvolvimento, com observância da proteção do meio ambiente, as políticas e os sistemas de recursos hídricos e meio ambiente deverão harmonizar-se e articular-se, atendendo os seguintes princípios, objetivos e estratégias.

20. A água é um recurso ambiental estratégico, essencial à vida, necessária a quase todas as atividades econômicas e sociais e fator de equilíbrio dos ecossistemas.

21. A utilização econômica da água deve considerar seus usos múltiplos, com rateio de custo entre os beneficiados, sua proteção, controle e conservação, em harmonia com os recursos ambientais.

22. Em razão de sua importância estratégica, econômica, social e ambiental, a água deve ser gerada por um sistema institucional especializado, que propicie a ação harmônica da União, dos Estados, dos Municípios, dos usuários das águas e da sociedade, no interesse do aproveitamento múltiplo, controle, proteção, conservação e recuperação dos recursos hídricos.

23. Considerando o papel fundamental dos recursos hídricos no equilíbrio dos ecossistemas naturais, sua utilização será vedada, restringida, ou controlada em áreas de proteção ambiental ou outros espaços territoriais especialmente protegidos, em conformidade com a legislação ambiental.

OBJETIVOS 24. Promover a gestão integrada da quantidade e da qualidade dos recursos

hídricos, considerando as fases meteórica, superficial e subterrânea do ciclo hidrológico.

25. Incorporar aos planos, programas e projetos de aproveitamento múltiplo, conservação e controle de recursos hídricos diretrizes, normas gerais e critérios, para sua proteção e recuperação.

26. Atribuir a devida consideração aos impactos ambientas provocados por empreendimentos de recursos hídricos nos processos decisórios de sua implantação e na proposição de ações e medidas mitigadoras dos impactos negativos e de desenvolvimento dos positivos.

27. Integrar os procedimentos técnicos e administrativos referentes à outorga de direitos de uso dos recursos hídricos, à cobrança pela sua utilização, considerando tanto a derivação de águas como o lançamento de efluentes como os atinentes ao licenciamento ambiental.

ESTRATÉGIA DE ARTICULAÇÃO ENTRE OS DOIS SISTEMAS. A estratégia deverá contemplar:

28. Progressiva compatibilização da legislação de águas e de meio ambiente. 29. Aproximação organizacional dos órgãos e entidades dedicados ao

gerenciamento dos recursos hídricos e meio ambiente, desde que assegurada a ênfase indispensável para o recurso ambiental água.

30. Compatibilização dos orçamentos – programa dos órgãos e entidades de recursos hídricos e meio ambiente, assegurando-se a comunicabilidade entre os fundos financeiros correspondentes.

41 31. Criação, por intermédio da mídia, da imagem de que os dois sistemas

são independentes e sinérgicos com o objetivo comum de compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a proteção do meio ambiente.

32. Difusão de valores, normas de ação e comportamento referentes à compatibilização da utilização dos recursos hídricos com a sua proteção e conservação assim como dos demais recursos ambientais.

33. Institucionalização solidária dos dois sistemas, com legitimação e preservação de suas fronteiras e criação de aliança para atuação compatibilizada nas suas interfaces.

42 ANEXO II – DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

2. A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida e de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceder como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 30 de Declaração Universal dos Direitos Humanos.

3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo a água deve ser manipulada com racionalidade, preocupação e parcimônia.

4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente, para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos por onde os ciclos começam.

5. A água não é somente uma herança dos nossos predecessores, ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do Homem para as gerações presentes e futuras.

6. A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem um valor econômico: é preciso saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento, para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração de qualidade das reservas atualmente disponíveis.

8. A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo Homem nem pelo Estado.

9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

43 ANEXO III – LEGISLAÇÃO AMBIENTAL RELACIONADA À

QUALIDADE DAS ÁGUAS

LEIS FEDERAIS:

• Lei nº 5318, de 26/09/67: Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento

• Lei nº 5.357, de 07/12/67: Estabelece penalidades para embarcações e territoriais Marítimas ou fluviais que lançaram detritos ou óleo em águas brasileiras

• Lei nº 4.771, de 15/09/65: Código Florestal

• Lei nº 6.938, de 31/08/81: Dispõe a Política Nacional do Meio Ambiente

• Lei nº 7.661, de 16/05/88: Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

• Lei nº 9.433, de 08/ 01/97: Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos

DECRETOS FEDERAIS:

• Decreto nº 50.877, de 29 de junho de 1961: Dispõe sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou oleosos nas águas interiores ou litorâneas do país e dá outras providências

• Decreto nº 78.171, de 2 de agosto de 1976: Dispõe sobre o controle e fiscalização sanitária das águas minerais destinadas ao consumo humano

• Decreto nº 89.336, de 31/01/84: Dispõe sobre as reservas Ecológicas e áreas de relevante Interesse Ecológico

• Decreto nº 99.274, de 06/06/90: Regulamenta a Lei n.º6.938, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente

RESOLUÇÕES DO CONAMA:

• Resolução nº 04, de 18/09/85: Define Reservas Ecológicas

• Resolução nº 20, de 18/06/86: Classifica as águas segundo seus usos preponderantes