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Introduo
Vigilncia epidemiolgica de um evento de massas em contexto urbano, 2015-2016
Rodrigues, N.1, Mexia, R.2, Gonzaga, L3, Andrade, H.1
1Unidade de Sade Pblica Moinhos, ACES Oeste Sul
2Departamento de Epidemiologia, Instituto Nacional de Sade Doutor Ricardo Jorge (INSA) 3Centro Hospitalar do Oeste
Foi implementado um sistema de vigilncia sindrmica (SVIGCarnaval) - deteo precoce de doenas ou ameaas para a sade que exijam uma interveno imediata.
Definio de Caso: Todo o indivduo que sofra de queixas de sade, participante ou organizador do Carnaval de Torres Vedras ou outras manifestaes festivas paralelas entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 2015 e entre os dias 5 e 10 de fevereiro de 2016.
Registos: Um registo por cada atendimento efectuado no recinto do evento, no Centro de Sade de Torres Vedras(CSTV) (apenas em 2015) e no Centro Hospitalar do Oeste (CHO) sendo aplicado um questionrio, preenchido pelos profissionais de sade desses locais incluindo dados sobre a demografia dos doentes (idade, sexo, concelho de residncia) e sobre os sinais e sintomas.
Anlise: Anlise da informao recolhida nos locais de atendimento com elaborao de relatrio dirio com a informao e anlise do dia anterior organizao do evento e entidades pblicas relevantes. Concomitantemente foram realizadas vistorias sanitrias aos estabelecimentos de restaurao e bebidas amovveis presentes no recinto incluindo medio de pH e cloro residual.
O Carnaval de Torres Vedras o maior evento popular realizado na regio Oeste, num ambiente urbano, o centro histrico da cidade de Torres Vedras, com cerca de 300 000 participantes dispersos pelos vrios dias.
Eventos desta dimenso tm impacto na sade da populao e proporcionam desafios especficos para a sade pblica.
A inexistncia de um sistema de vigilncia epidemiolgica at 2014 no permitia o planeamento adequado por inexistncia de registos e caracterizao dos casos relacionados com o evento.
Essa inexistncia tem influncia tanto na definio de estratgias de reduo dos riscos especficos deste evento, na caracterizao do impacto do Carnaval nos servios de sade e na resposta atempada a surtos.
Metodologia
25735 hab.14228 hab.
79465 hab.
76685 hab.
10156 hab.
Resultados
0
10
20
30
40
50
60
70
80
13-02-2015 14-02-2015 15-02-2015 16-02-2015 17-02-2015 18-02-2015
Distribuio dos casos por grupo diagnstico e dia do evento
Intoxicao Aguda Alcolica
Traumticos
Outros
Gastrointestinais
Auditivos
Intoxicao Substncias Psicoativas Doenas crnicas
Genito-urinrios
Cardiovasculares
Respiratrios
Neurolgicos
Oftalmolgicos
So Febre
2015
2016
0
10
20
30
40
50
60
70
80
05-02-2016 06-02-2016 07-02-2016 08-02-2016 09-02-2016 10-02-2016
Intoxicao Aguda Alcolica
Traumticos
Outros
Gastrointestinais
Neurolgicos
Cardiovasculares
Genito-urinrios
Respiratrios
Intoxicao Substncias Psicoativas Oftalmolgicos
Desconhecidos
Dermatolgicos
So Febre
Os motivos mais frequentes de atendimento em ambos os anos foram as intoxicaes agudas alcolicas com 43,8%(2015) e 44,3%(2016) do total e os traumatismos no intencionais com 36,6%(2015) e 33,8%(2016) (figura 1).
Foram detectados 3 casos de doenas transmissveis (2 em 2015 e 1 em 2016) que suscitaram investigao epidemiolgica adequada tendo sido propostas e implementadas medidas de controlo.
Os estabelecimentos de restaurao e bebidas amovveis existentes no recinto em 55,6%(2015) e em 22,2%(2016) dos casos tinham gua com cloro residual abaixo do valor recomendado para a gua de consumo humano (quadro 1).
Figura 1. Casos por dia do evento e diagnstico
Resultados
Total: 183 casos
Total: 202 casos
73 Atendimentos
111 Atendimentos
26 Atendimentos
Centro Sade Torres Vedras
Postos Evento
Centro Hospitalar do
Oeste
111 Atendimentos
128 Atendimentos
Postos Evento
Centro Hospitalar do
Oeste
2015 2016
Distribuio por Local de atendimento
Pela primeira vez em 2015 foi possvel quantificar o impacto para a sade do Carnaval de Torres Vedras. O nmero de ocorrncias verificadas reduzido tendo em conta o nmero de participantes o que pode ser habitual em contextos urbanos e em eventos com pouca participao de cidados de outros pases. O sistema de vigilncia permite a deteco de surtos e a introduo atempada de medidas de controlo, fundamentais para reduzir o risco de transmisso e assim prevenir o aparecimento de novos casos, tanto no evento, como na comunidade. A segurana dos alimentos e da gua dos estabelecimentos de restaurao e bebidas amovveis deve ser alvo de reforada vigilncia e eliminadas as situaes de risco identificadas. Face ao nmero e tipo de ocorrncias verificadas, importante apostar na diminuio dos comportamentos de risco, promovendo prticas responsveis no mbito da reduo do consumo do lcool.
Sugere-se a implementao de sistemas de vigilncia epidemiolgica em eventos de dimenso similar tambm como forma de melhorar o planeamento dos recursos humanos necessrios nos locais que prestam atendimento.
Figura 2. Casos por local de atendimento.
Discusso
TOTAL 2015 TOTAL 2016
Com cloro residual igual ou acima de 0,2 4 44,4% 7 77,8%
Com cloro residual abaixo de 0,2 5 55,6% 2 22,2%
TOTAL 9 100% 9 100%
Quadro 1. Estabelecimentos de restaurao e bebidas amovveis com cloro residual acima do valor mnimo para a gua de consumo humano.
Valores de cloro nos estabelecimentos amovveis