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PREPARAÇÃO FÍSICA PARA O
MMA
- PERIODIZAÇÃO – Prof. Dr. Orlando Folhes
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Apresentação
Após anos de dedicação ao esporte, como atleta e preparador físico, é
perceptível que um dos principais problemas dos profissionais de Educação Física
envolvidos com esporte, está no planejamento, organização temporal das tarefas e
distribuição correta das cargas administradas aos atletas.
A análise correta da estrutura de rendimento da modalidade, assim como sua
classificação, as condições de trabalho e determinação sóbria dos objetivos
considerando os diferentes fundamentos e princípios da ciência e da teoria e
metodologia do treinamento desportivo são peças fundamentais para montagem do
quebra-cabeça que é a periodização esportiva.
O treino com objetivos bem definidos, conteúdo, estrutura e organização
adequada permiti tirar máximo proveito do potencial biológico do atleta. A
periodização esportiva contribui decisivamente para obtenção de elevados
resultados esportivos nos principais eventos esportivos a nível mundial.
A presente obra tem como objetivo principal, servir de auxílio para os
preparadores físicos e treinadores quanto a planificação de treino dos atletas de
MMA. Apresentando sugestões de cronogramas de treino, soluções para os
diversos problemas que uma equipe de MMA enfrenta durante a planificação e
execução da planilha de treino.
Nessa grande síntese de pensamentos, são apresentados dados de artigos
realizados em conjunto com profissionais de outras ciências e principalmente o
modelo de planificação que obteve êxito em camps com atletas vencedores de
títulos mundiais, como os atletas José Aldo (UFC), Júnior dos Santos “Cigano”
(UFC), Ketlen Vieira (UFC), Renan Barão (UFC), Leonardo Santos (UFC), Antônio
“Cara de Sapato” (UFC), Hacran Dias (UFC), John Teixeira “Macapá” (BELLATOR),
Eduardo Dantas (BELLATOR), Jussier Formiga (UFC) entre tantos outros vitoriosos.
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Agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar à essa força maravilhosa universal chamada Deus,
independente do nome que receba nas mais diversas religiões existentes.
Agradeço a minha família, em especial à minha mãe, pai e irmã que sempre
estiveram ao meu lado me proporcionando exemplos positivos e moldando meu
carácter sempre no caminho do bem.
Agradeço a, Lorenza Neves, por sempre ter me ajudado a ser um ser humano
melhor dia a dia.
Agradeço ao André Pederneiras e toda equipe Nova União, por acreditarem no meu
trabalho e dedicação à equipe.
Agradeço a equipe do CDPD que sempre esteve a postos para auxiliar em todas os
momentos para que essa obra fosse realizada.
Agradeço a todos os atletas e alunos com quem tive o prazer de trabalhar e dividir
experiências que me ajudaram a produzir esse livro.
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CAPÍTULO 1
Na foto: Preparador Físico Orlando Folhes (em pé a direita), Head Coach André Pederneiras (em
pé a esquerda), José Aldo (deitado aquecendo) para o treino aberto no UFC 194.
Foto: acervo pessoal
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O MMA
O MMA (Mix Martial Arts – Tradução: Artes Marciais Mistas) é uma das
modalidades esportivas que mais cresceu nas últimas 2 décadas, muitas regras
foram utilizadas em diferentes eventos, até produtores e organizadores de eventos
dessa modalidade formatarem um “padrão” com número de rounds e limite de
tempo. Tal “padrão” internacionalmente aceito e utilizado conta com combates de 3
rounds de 5 minutos de duração e 1 minuto de intervalo entre eles. Alguns eventos
utilizam ainda 5 rounds de 5 minutos para lutas principais ou que envolvam disputa
de cinturão.
Inicialmente exclusivo para homens, o MMA hoje já é praticado por um
crescente quantitativo feminino. Os atletas podem vencer o combate por nocaute,
nocaute técnico, finalização, decisão do júri (por pontos) ou ainda por
desqualificação (utilização de golpes ilegais) e lesão. Para tal, os atletas podem
utilizar técnicas de modalidades de percussão (Boxe, Muay Thai, Karatê, Capoeira
etc), de modalidades de projeção (Judô, Wrestling, Sambô etc) e de modalidades
de domínio (Jiu-Jitsu, Luta-Livre etc), justificando o nome da modalidade ser artes
marciais mistas.
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Eixo da periodização
Em qualquer esporte a preparação dos atletas é condição essencial para
eficácia em competições. Usualmente, o treinamento da maioria das modalidades
esportivas tem duração anual, levando em consideração que o atleta participa de
treinamentos regulares cerca de 11 meses durante o ano, reduzindo a carga e
elevando o tempo de descanso no mês restante com objetivo de recuperar o atleta
física e mentalmente, através da redução do trabalho, regenerando para o próximo
ciclo.
No entanto, o treinamento anual não pode ser programado sobre uma linha
constante e uniforme que inclui exigências físicas, técnicas, táticas, psíquicas e
nutricionais. A linha do treinamento é complexa e exige um caráter ondulatório que
possibilite tempo para aplicação e recuperação de múltiplas tarefas promovendo
ganhos através das altas exigências do esporte.
Os ciclos de formação continuada dos atletas e o desenvolvimento
harmonioso aplicado anualmente depende, dentre muitos fatores, das qualidades
biológicas do corpo do atleta e das condições que esse atleta será exposto no meio
externo. Logo, a condição genética, aliada a aspectos culturais, nutricionais,
desenvolvimento intelectual, qualidade de vida, saúde, higiene, intercâmbios e a
forma como serão aplicadas as leis do treinamento desportivo influenciarão na
adaptação corporal do atleta ao treinamento.
Nessa circunstância, o treinamento anual requer planejamento adequado
para garantir tais adaptações e transformações. Esse planejamento ocorre por
períodos, ou seja, divisão do tempo em partes menores com objetivos bem definidos
permitindo maior controle das variáveis de treino. Todo conteúdo de treinamento
deve ser diluído, desde a parte física até a nutricional, passando por aspectos
psicológicos, técnicos, táticos, intelectuais etc. A equipe técnica deve conseguir
visualizar as variáveis na maior parte da programação (macrociclo).
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Toda essa periodização é definida em cima de objetivos e datas
competitivas. O primeiro desafio da periodização é promover elevado nível de
performance dentro dos prazos estabelecidos, o segundo é sustentar a forma
esportiva para elevações superiores nos próximos ciclos, tendo em vista cada atleta
possuir características genéticas individuais.
Equipe Multidisciplinar
A utilização da expertise dos profissionais das ciências auxiliares resulta em
custos, e, dependendo do objetivo da equipe, os custos podem ser elevados. Por
esse motivo, antes da planificação técnica do treinamento, algumas perguntas
devem ser respondidas pela equipe através de uma Mapa de Planejamento do
trabalho a ser desenvolvido.
Os profissionais atuantes na equipe devem trabalhar de maneira integrada,
e não individualmente, caso contrário, poderão competir funções e prejudicar a
planificação. Abaixo segue algumas sugestões de ciências auxiliares, onde
profissionais podem contribuir em uma equipe esportiva de MMA:
• Medicina Desportiva: Esta ciência é responsável em realizar
periodicamente exames e análises clínicas gerais. O médico é responsável pela
prescrição de remédios e encaminhamento a outros especialistas.
• Fisiologia Desportiva: Ciência responsável pela análise das capacidades
físicas, realizando para isto, testes invasivos e evasivos, em laboratório ou em
campo.
• Nutrição Desportiva: Ciência responsável pelo acompanhamento
nutricional do atleta, preocupando-se em suprir seu organismo dos nutrientes
necessários, de acordo com a atividade física desenvolvida; prescrição da dieta a
ser seguida; prescrição de suplementação alimentar, quando for o caso.
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• Fisioterapia Desportiva: Ciência que atua na prevenção e recuperação de
traumas e lesões, auxiliando principalmente ao preparador físico durante os
trabalhos de preparação.
• Psicologia Desportiva: Ciência que analisa o comportamento do atleta e
dos responsáveis pelo treinamento; o psicólogo atua como motivador e integrador,
além de procurar as lideranças positivas e negativas dentro do grupo.
• Biomecânica Desportiva: Ciência que analisa a eficiência motora dos
movimentos realizados pelos atletas. No processo inicial é muito importante, pois
pode corrigir defeitos biomecânicos que posteriormente serão praticamente
impossíveis de serem sanados.
• Cineantropometria Desportiva: Ciência que analisa a composição corporal
(massas: óssea, muscular ou magra, líquida e gorda), comparando os resultados
conforme o treinamento evolui.
• Bioquímica Desportiva: Ciência responsável pela análise da composição
química do atleta, através de exames químicos: sangue urina, fezes, sêmen, suor,
secreção vaginal, etc.
• Genética Desportiva: Ciência que analisa a árvore genealógica do futuro
atleta: estatura, peso, doenças e nível de atividade dos pais e dos avós. Podem ser
feitos exames invasivos, como biópsia muscular, para identificar a futura condição
do jovem.
• Ergonomia Desportiva: Ciência responsável pelo avanço do material
utilizado pelos atletas: luvas, uniformes, sapatilhas, protetores, etc. Esta ciência
objetiva aumentar o nível de segurança e rendimento dos atletas. Com atletas
inexperientes é fundamental termos a preocupação com a segurança: caneleiras,
joelheiras, cotoveleiras, capacetes, etc.
• Administração Desportiva: Ciência responsável pela administração da
estrutura desportiva: atletas, comissão técnica, empresários, mídia, instalações,
pessoal, material, viagens, documentação junto às federações, etc.
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• Sociologia: Ciência responsável pela análise do meio em que o jovem vive;
ambiente estudantil, ambiente familiar, ambiente de moradia (região ou bairro), para
evitarem-se problemas futuros.
• Estatística: Ciência que analisa numericamente o desempenho dos atletas
e da equipe (inclusive do adversário), no que diz respeito ao desempenho técnico,
tático, estratégico e físico, através do scouting.
• Informática/Tecnologia: Ciências que auxiliam através de equipamentos e
programas: equipamentos eletrônicos para melhor acompanhamento dos atletas,
além dos programas de computadores que agilizam o armazenamento e busca de
informações sobre os atletas e equipes.
• Treinamento Desportivo: Ciência que, utilizando-se do auxílio de outras
áreas, visa levar o atleta ao seu maior rendimento físico, técnico e psicológico
possível, atentando sempre para não sobrecarregar a estrutura orgânica.
Ilustração de uma equipe completa:
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O custo de uma equipe completa pode ser irreal para alguns atletas,
principalmente em início de carreira, logo, o esquema abaixo ilustra, em visão
simplificada, a participação de diferentes profissionais na preparação de uma atleta
de MMA:
Mapa de planejamento
Para o atleta ter e se manter em condições de treino durante todo o processo,
é necessário a realização de um check list, visualizando e antecipando o caminho
que o atleta e a equipe terão que caminhar até os objetivos. Cada item deve ser
respondido com clareza, veracidade e coerência para não interromper o processo
de treino pelo meio. Os itens irão produzir questionamentos que devem ser
respondidos e debatidos pela equipe. As soluções devem ser simples e concretas
evitando surpresas.
Os questionamentos dos itens abaixo podem e devem ser utilizados por
todas modalidades esportivas e mesmo para o fitness, contudo, as soluções
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oferecidas neste livro são baseadas em dados de periodizações realizados com
atletas de MMA.
Condições de Trabalho
Vivemos em um mundo de realidades muito distintas e oportunidades
oferecidas de formas bem diferentes para quem deseja trabalhar e viver do esporte.
Em comparação ao grande número de desportistas existentes nas mais variadas
modalidades, é possível afirmar que apenas uma minoria terá acesso aos melhores
laboratórios, suplementos, maquinários de treino, suporte multidisciplinar etc.,
contudo, existem inúmeros casos de sucesso, com atletas campeões onde a
estrutura e suporte para treinamento eram básicos.
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Nesses casos, além da força de vontade, empenho, doação e do imenso desejo de
vencer, que sem dúvida são fundamentais, o método de trabalho torna-se o grande
diferencial.
O suporte e os aparatos são grandes diferencias e muitas vezes decisivos
para um camp training vitorioso, porém, na ausência desses recursos, um
treinamento bem planejado, organizado e controlado pode surpreender muitos
objetivos de maneira positiva.
Há patrocinador?
Quem irá custear o projeto? Como é meu RH: Quais profissionais fazem
parte do projeto? Possuo companheiros de treinos suficientes? Haverá
contratações?
Os contratos com patrocinadores possuem ações publicitárias, como
entrevistas, fotos, participações em programas etc, tais ações demandam tempo
onde os atletas podem perder um ou mais sessões de treino durante a semana.
Essa agenda deve estar contida na programação do cronograma (como visto no
capítulo 3).
Projetos de camp trainning sem patrocínio podem resultar em redução de
profissionais no grupo multidisciplinar, acarretando mais de uma função para o
mesmo profissional. A ausência de uma fonte financiadora também pode resultar
na necessidade do atleta ter que dividir seu tempo e rotina de treinos com atividades
extras afim de manter seu sustento. Tais atividades devem ser conhecidas para
cálculos de gasto calórico e principalmente de relação estímulo x recuperação no
atleta.
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Os atletas foram separados em grupos da mesma categoria de peso e as
estratégias de luta foram definidas da seguinte forma:
a) Luta de percussão em pé - PERCUSSÃO: Manter a luta em pé, com
distância, priorizando a luta de percussão, ou seja, evitar quedas para poder golpear
utilizando chutes, socos e joelhadas;
b) Luta agarrada em pé - PROJEÇÃO: Manter a luta em pé, encurtando
distância, lutando agarrado ao adversário procurando mantê-lo com as costas na
grade, utilizando socos e joelhadas;
c) Luta de domínio no solo - DOMÍNIO: Aproximar-se do adversário para
derruba-lo e desenvolver a luta no solo objetivando chaves nas articulações e
estrangulamentos.
A tabela 1 apresenta a distribuição dos atletas pelos objetivos descritos e o
número médio de lutas dos atletas por estratégia.
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A tabela a seguir apresenta, em percentuais, segundo a percepção dos
atletas, quais músculos foram mais exigidos de acordo com a estratégia de luta
empregada:
* Em caso de finalização, o combate reiniciava em pé. Houve a preocupação de utilizar protetores, afim de
evitar nocautes.
Observando as ações empregadas pelos atletas durante o combate é
possível compreender maior ou menor percepção de esforço em determinados
grupamentos musculares, quando temos conhecimento da estratégia de luta
escolhida. Os atletas que optam por um estilo de luta solta em pé, evitando as
quedas, perceberam maior desgaste nos gastrocnêmicos e deltoides,
possivelmente explicado pelo esforço em manter a postura de luta, pois se
deslocam sobre o terço distal dos pés a maior parte do tempo, e mantém a guarda
alta para se protegerem de ataques, desgastando os ombros e trapézio.
Os atletas cujo a estratégia foi manter o adversário na grade para obter
pontos dessa forma, responderam como percepção de maior exigência os músculos
do bíceps, antebraço e ombro, possivelmente justificada necessidade de esgrimar
com o adversário na intenção de manter o controle do adversário contra a grade.
nnº de lutas
(média)
a 9 12,8
b 9 13,1
c 8 11,3
n total 26 10,1
Distribuição da amostra
Estratégia Ombro Bíceps Antebra
ço
Trapézio Quadríc
eps
Lombar Post. de
Coxa
Gastroc
nêmios
Luta Solta 77,8% 22,2% 11,1% 33,3% 33,3% 0,0% 33,3%
em pé (a)
Luta de 44,4% 66,7% 44,4% 11,1% 44,4% 22,2% 33,3%
grade (b)
Derrubar 62,5% 62,5% 50,0% 37,5% 25,0% 50,0% 25,0%
e solo (c)
44,4%
22,2%
25,0%
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Nessa estratégia, utiliza-se em boa parte do tempo contrações isométricas. Os
atletas também apontaram o quadríceps como musculatura de maior desgaste,
possivelmente explicado pela constante troca de nível que os atletas realizam na
intenção de evitar os socos e encurtando a distância até o oponente.
A percepção de desgaste do grupo C e B foram próximas, possivelmente
pelo tipo de contração utilizada, a isométrica. No grupo C, foi apontado ainda a
musculatura lombar com alta exigência e desgaste, podendo ser justificado pela
necessidade desse grupo em derrubar, e, para isso, grande parte dos atletas tenta
o desequilíbrio do oponente retirando parte do corpo ou o corpo completo do
adversário do chão.
O entendimento das ações e dos grupamentos musculares envolvidos auxilia
o treinador na prescrição de tarefas específicas, desmembrando os movimentos em
partes menores objetivando preparar o atleta em condições reais de competição.
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CAPÍTULO 2
Da direita para esquerda: Leonardo Santos (atleta do UFC, campeão do TUF 2), John “Macapá”
(atleta do Bellator), Orlando Folhes (preparador físico) e Jhoonny Eduardo (atleta do UFC). Foto: acervo pessoal
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SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ENERGIA NO MMA
O MMA tem como características marcantes a imprevisibilidade das ações e
a intermitência com que elas acontecem durante o combate. O volume e a
intensidade com que as ações ocorrem dependem, entre outros fatores, dos
sistemas de produção de energia. De forma globalizada, nosso organismo
metaboliza, ou seja, transforma através de reações químicas, energia química em
energia mecânica, tal fenômeno ocorre por processos metabólicos que implicam na
degradação de substâncias complexas em substâncias mais simples (catabolismo),
ou, por processos metabólicos que implicam na construção de moléculas a partir de
outras (anabolismo).
Após a degradação dos alimentos ingeridos, ocorre a nível celular,
conversão em ATP (adenosina trifosfato), componente de alto fornecimento de
energia, que, ao ser quebrado é convertido em ADP + P liberando energia para
contração muscular. Contudo, os estoques de ATP são limitados e precisam ser
repostos de forma contínua durante a atividade física. Essa reposição ocorre
através dos sistemas de produção de energia aeróbio ou oxidativo, anaeróbio lático
ou glicolítico e anaeróbio alático ou ATP-CP. Cada sistema utiliza diferentes
substratos energéticos e os libera de maneiras distintas.
O sistema aeróbio irá catabolizar os substratos com a utilização do oxigênio,
e, a energia transferida será resultante do envolvimento com o transporte de
elétrons e da fosforilação oxidativa. Já o sistema anaeróbio irá catabolizar os
substratos energéticos sem utilização de oxigênio. Como a transferência de energia
ocorrerá sem a presença do oxigênio, poderá resultar em acúmulo de ácido lático,
que é o produto final da glicólise anaeróbia. Os fatores determinantes para a
produção ou não de ácido lático serão a intensidade e a duração da atividade,
contudo, nenhum sistema atua de forma isolada no processo de liberação de
energia.
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POTÊNCIA
De forma bem abrangente e difundida a potência muscular tem sido definida
pelo produto da força pela velocidade, e, tem tido seu conceito de treinabilidade
confundido com o de força explosiva. Logo, por potência, entende-se a razão entre
um determinado trabalho mecânico e o tempo em que é efetuado (Enoka, 2000),
portanto, a difundida fórmula P = F x V está correta, porém, devemos ter atenção
ao interpreta-la.
Sendo potência é igual a watts por tempo (P = W/t) e velocidade o espaço
pelo tempo (m.s-1), teremos então que P=W/t o que poderemos substituir por
P=F.d.t-1. Daí podermos formular que a potência é igual ao produto da força pela
velocidade (P=F.V), ou seja, o produto da força que um segmento do corpo pode
produzir pela velocidade desse segmento.
Não desenvolvemos potência com velocidade máxima e resistências
demasiadamente baixas, nem quando utilizamos grandes resistências a velocidade
baixa, mas quando realizamos o movimento com cargas e com velocidades
intermédias (Carvalho, 2006).
Durante um combate de MMA percebemos a presença de potência muscular
nos movimentos explosivos que os atletas desempenham, sejam eles de ataque ou
defesa. A potência muscular tem se apresentado como um grande diferencial no
êxito nos combates, principalmente em atletas que conseguem manter os níveis de
potência com o passar dos rounds, sendo esta, qualidade física indispensável
dentro do macrociclo dos atletas.
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Quadro A – Treino Neuromuscular
Marques (2005)
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CAPÍTULO 3
Fazendo guarda o atleta Leonardo Santos, na guarda o atleta José Aldo, agachado o preparador físico Orlando Folhes.
Foto: acervo pessoal
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Modelo de divisão do tempo
A divisão do tempo de treino é um processo metodológico e científico que irá
auxiliar treinadores e atletas a atingir o rendimento esportivo, seja ele alto
intermediário ou baixo rendimento. Esse processo ocorre através da elaboração,
organização e planejamento (geral e específico) de maneira detalhada da forma de
utilização dos recursos e do tempo disponível para treinamento de acordo com
objetivos intermediário(os) e principal(ais) previamente estabelecidos (Zakharov e
Gomes, 2004; Platonov, 1997; Matveev, 1991; Matveev, 1997).
Todo esse processo é construído, respeitando os princípios científicos do
treinamento desportivo dividindo o calendário competitivo em etapas. Dentro de um
período de 12 meses de treinamento de um atleta de MMA, é preciso administrar
treinos técnicos, táticos, físicos, reabilitação, avanços psicológicos, mudanças de
alimentação para ganho ou redução do peso corporal, mudanças de hidratação,
reidratação, viagens, trocas de fuso horários e imprevistos.
Portanto, a visualização do calendário deve ser feita do global (macro) para
o específico (micro), respeitando minuciosamente as características de cada etapa
e suas particularidades. Abaixo é apresentado uma engrenagem de fases com seus
desdobramentos utilizada com 37 atletas profissionais de MMA no período de 2012
a 2106 cujo a obtenção de êxito ficou acima dos 80:
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PERÍODO PÓS LUTA
Após a luta, os atletas passam por uma inspeção médica onde o mesmo
encaminha o atleta para realizar os exames que julgar necessário e determina o
tempo que o atleta deverá ficar inativo de acordo com as lesões apresentadas pós
luta.
Dentro dessa indicação, os atletas são submetidos a fases como
apresentado na fórmula a seguir:
1 x A + 1 x B (*) + 1 x C + 1 x D = 4 semanas
*o tempo pode ser modificado caso haja lesão, e, de acordo com a gravidade da mesma.
Onde:
A- Recuperação passiva (massagem, acupuntura etc.) +
Fisioterapia
B- Fisioterapia + Sessões de Relaxamento + Recreação
C- Treino em piscina + modalidade concorrente de forma
lúdica e controlada (Ex: basquete, handebol etc.)
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D- Modalidades de origem (técnica, sem combate ou com
combate dirigido de baixa intensidade)
Da esquerda para direita: Preparador Físico Orlando Folhes, Treinadores Luiz Dórea, Atleta Júnior Cigano e o Treinador André Pederneiras no UFC 175..
Foto: acervo pessoal nocauteado.
PERIODIZAÇÃO
Os soviéticos foram os principais responsáveis pela difusão da periodização
na época moderna do desporto (González, 1996). Com o intuito de mostrar a
superioridade do seu sistema político deram muita atenção a esse conteúdo do
treinamento. Tanto que a maioria dos precursores da periodização são da antiga
União Soviética (Silva, 2000). Mas a periodização realmente ganhou status a partir
da Revolução Russa (Graham, 2002), em 7 de novembro de 1917 (González, 1986).
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Tendo o soviético Matveev como o pai da periodização, porque através do
seu modelo clássico de periodização, apareceram outros modelos tradicionais e
contemporâneos. A planificação do treinamento desportivo é antes de tudo o
resultado do pensamento do treinador (Forteza, 1999). Este pensamento deve estar
o mais distanciado possível de toda improvisação, devendo integrar os
conhecimentos em um sistema estrutural e organizado e mais perto da ciência e
tecnologia.
SESSÃO DE TREINO
Período de tempo necessário à realização, sem interrupção, dos meios de
treinamento. Possui relação reciproca entre as reações a curto prazo do organismo,
que transforma as repetições do trabalho muscular em uma quota de estímulos de
treinamento com um fim concreto. É determinada sobretudo pelo objetivo de garantir
de modo ótimo um estímulo de treinamento sobre o organismo.
Quadro que possibilita a visualização de todas as fases de treino
Manhã A A A A A A A A
Tarde B B/C A A/B B B/C A A/B B
Noite C B D C C B D C C B/C
Micro
Meso
Macro
Unidade
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É comum vermos atletas no estágio 7 em modalidades de percussão e em
estágios 1 em modalidades de domínio. Se esse atleta for participar de uma luta de
MMA, e no desenrolar do tempo a luta for para o solo, a probabilidade de fracasso
desse atleta é elevada, principalmente se o adversário estivar acima do estágio 5
na modalidade de domínio. Logo, afim de antecipar esses acontecimentos, o
programa realiza uma integração sistêmica entre os estágios, as modalidades e
ESTÁGIOS
Ações básicas com
grande refinamento
sem supervisão
técnica.
Reprodução de
ações complexas
com refinamento,
sob supervisão
técnica. Experiência
competitiva
internacional.
Capaz de supervisionar
ações básicas de outros.
Reproduz ações complexas
com refinamento sem
necessidade de supervisão
técnica. Início da adaptação
das ações para suas
individualidades. Experiência
competitiva internacional.
5
Experimentação 3
Repetição das ações
básicas com refinamento
sem supervisão técnica.
Aprendizagem de ações
complexas com pouco
refinamento, sob
supervisão técnica.
Experiência competitiva
nacional.
Observação 2
Observa, percebe e
reproduz os gestos,
movimentos e ações
com pouco refinamento.
Sem supervisão técnica.
Experiência competitiva
regional.
1 Observa, percebe
e reproduz os
gestos,
movimentos e
ações básicas
isoladas com
pouco
refinamento. Sob
supervisão
técnica. Contato
com competições
pontuais.
Observa e reproduz
os gestos,
movimentos e
ações básicas
isoladas sem
refinamento. Sob
supervisão técnica.
Nenhuma
experiência
competitiva.
Fixação
Ensaio 4
Criação
Aperfeiçoamento 7
Desenvolvimento 6
Desenvolve ações
básicas, criando a partir
dessas, ações complexas
adaptadas às
necessidades individuais.
Capaz de supervisionar
ações básicas e
complexas de outros, além
de manipular ações de
acordo com
particularidades
percebidas. Experiência
competitiva internacional.
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as competências, resultando na real classificação do atleta, como apresentado
abaixo:
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