preparaÇÃo olÍmpica programa proporciona as melhores

48
1 PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores condições para que os atletas cheguem no auge da forma aos Jogos Olímpicos Rio 2016 CLAUDIO ROBERTO E MAURREN Medalhistas olímpicos homenageados na Assembleia da CBAt em São Paulo

Upload: trinhhanh

Post on 08-Jan-2017

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

1

PREPARAÇÃO OLÍMPICAPrograma proporciona as melhores condições para que os atletas cheguem no auge da forma aos Jogos Olímpicos Rio 2016

CLAUDIO ROBERTO E MAURRENMedalhistas olímpicoshomenageados na Assembleiada CBAt em São Paulo

Page 2: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores
Page 3: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

06

08

10

12

14

16

18

20

22

24

25

31

37

38

39

40

41

42

43

44

46

EDITORIAL – Palavra do Presidente

ASSEMBLEIA GERAL – Aprovação unânime à gestão da diretoria

RIO 2016 – Programa de preparação olímpica

COMPETIÇÕES – Bons resultados no início da temporada

EVENTO-TESTE – Campeonato Ibero-Americano Caixa

TROFÉU BRASIL – Última oportunidade para obtenção de índices

MUNDIAL SUB-20 – Campeonato será disputado na Polônia

CALENDÁRIO 2016 – Campeonatos Oficiais

CORRIDAS – Recorde de maratonistas com índice

2016 – Provas da temporada

MEDALHAS – O Atletismo do Brasil no pódio olímpico

DOSSIÊ: 800 m – As conquistas brasileiras

HERÓI – José Luiz Barbosa

PRESENTE – Flavia Maria de Lima

FUTURO – Luis Fernando Silva Pires

TREINADOR – Pedro de Almeida Pereira

ÁRBITRO – Ivo Sallowicz

MULHER – Esmeralda de Jesus

CLUBE – Instituto Elisangela Maria Adriano

FEDERAÇÕES – Lista de Filiadas

INCLUSÃO – Futuro Olímpico Arnaldo de Oliveira

ÍNDICE

Nesta edição

Page 4: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

4

REALIZAÇÃOCONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO (CBAt)

Presidente: José Antonio Martins Fernandes

Vice-Presidente: Warlindo Carneiro da Silva Filho

Diretor Administrativo/Financeiro: Eduardo EsteterDiretor de Relações Públicas: Luiz Roberto RodriguesDiretor Técnico: José Haroldo Loureiro Gomes

Superintendente Geral: Antonio de Figueiredo FeitosaSuperintendente Técnico: Martinho Nobre dos SantosSuperintendente de Alto Rendimento: Antonio Carlos Gomes

Gerente de Projetos Especiais: Georgios Stylianos HatzidakisGerente de Alto Rendimento: Clovis Alberto FrancisconGerente Técnico: Anderson Moraes Lemes RosaGerente de Seleções: Harley Maciel da Silva

EDIÇÃOCoordenação Editorial: Benê Turco – Novamente Comunicações

Pesquisa e Textos: João Pedro Nunes, Benê Turco, Arnaldo Jubelini Jr., Maiara Dias BatistaFotos: Arquivo CBAtDesign Gráfico: Clóvis ZanelaCoordenação da Produção: Maiara Dias BatistaDesenho do título: Josué VianaImpressão: IMPRESSOGRAF

PODIUM é uma publicação inscrita no ISSN sob o número: 2358-6095.

Rua Jorge Chammas, 310 – Vila MarianaCEP: 04016-070 – São Paulo (SP)Telefone: (11) 5908-7488 E-mail: [email protected] / Site: www.cbat.org.brTwitter: bra_atletismo / Facebook: oficialcbat / Instagram: cbat_atletismo

CBAt

Page 5: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

5

Page 6: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

6

PALAVRA DO PRESIDENTE

O Atletismo caminha a passos firmes e consequentesA CBAt e a prática da administração financeira participativa e responsável

POR JOSÉ ANTONIO MARTINS FERNANDES*

É com o senso de dever cumprido que os dirigentes da Confederação Brasileira de Atletismo receberam a aprovação da Assembleia Geral Ordinária do Balan-

ço Patrimonial e Financeiro da entidade relativo a 2015, assim como o respectivo Relatório da Diretoria. Também mereceram detida análise tópicos importantes da pauta da reunião, como o Orçamento de 2016 e o Calendário de Competições da temporada. Todos estes itens foram refe-rendados pela unanimidade dos membros presentes da Assembleia, que conta com representantes de toda a co-munidade atlética: federações, clubes, atletas, treinadores e árbitros.

Tais fatos demonstram, na prática, que a filosofia de democracia participativa adotada pela CBAt vem dando bons frutos. A transparência ampla dos atos da Diretoria, combinada com o diálogo aberto e franco com todos os agentes do Atletismo brasileiro, é mesmo o melhor cami-nho para que, juntos, possamos fortalecer a modalidade, preparando-a com afinco não só para os Jogos Rio 2016, mas, também, para os demais ciclos olímpicos.

Assim como 2014, o ano de 2015 não foi dos mais fáceis, especialmente na questão econômica. Todos sabemos que vivemos dias difíceis, cuja origem se deu em 2009, com uma forte crise internacional.

Pois bem, como salientamos à família do Atletismo, por diversas vezes, os reflexos de tal crise aportaram no Brasil há dois anos, trazendo, em seu bojo, fortes turbulências nos cenários político, econômico e social da Nação. Assim como diversas instituições, públicas ou privadas, a CBAt se viu obrigada a racionalizar gastos para, em consequência, equilibrar suas contas. Os resultados, no campo financeiro, de 2015, foram semelhantes aos de 2014. Logramos êxito, pois ambos foram fechados no azul.

No ano passado começamos a implantação do Sistema Orçamentário, que vem sendo concluído em 2016. Trata-se de uma relevante ferramenta de controle entre receitas e despesas. Num momento em que tanto se fala em Lei de

Responsabilidade Fiscal, cabe salientar: a CBAt, com efi-cácia, já vem praticando tal modelo de gestão. No nosso resultado de 2015, apresentamos o valor de Estoque de Materiais Esportivos, que está baseado em Guarulhos.

Após trabalho intenso realizado em conjunto pelo nos-so colaborador responsável na área e os auditores da RSM (empresa independente de auditoria) conseguimos somar o montante de R$ 924 mil em artigos que ajudarão e pa-dronizarão a exibição de nossos atletas em competições nacionais e internacionais ao longo do ano em curso.

Ressaltamos que no final de 2015 encerrou-se o con-vênio entre o Ministério do Esporte e a CBAt. O referido convênio foi o responsável pela criação e manutenção dos Centros Nacionais de Treinamento de São Paulo, Uberlân-dia, Fortaleza e Rio de Janeiro.

Imediatamente a CBAt deu entrada em outro projeto com o Ministério do Esporte, a Rede Nacional de Treinamento de Atletismo, cujo objetivo é a descoberta de jovens talentos e estará presente em 12 cidades de diferentes regiões de nos-so País, com orçamento previsto de R$ 26 milhões e iniciado ainda em 2016. Estamos, agora, em fase de elaboração do Processo Seletivo para atendermos à legislação vigente em caso de Convênios com órgãos públicos. E recebemos o va-lor de R$ 5 milhões para o início das atividades.

Portanto, estamos prontos para enfrentar o maior desafio a que nos propomos, o de cumprir um bom papel nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto próximo. A CBAt está conseguindo dar aos atletas todas as condi-ções para uma evolução palpável, mediante a realização de campings e intercâmbios diversos com grandes escolas internacionais da modalidade.

Em termos de infraestrutura, e de acordo com o nosso estatuto, submetemos à apreciação da família do Atletis-mo a possibilidade de aquisição ou arrendamento de uma área rural localizada no município de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, para a instalação do Centro Nacional

Page 7: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

7

(*) José Antonio Martins Fernandes é Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Secretário Nacional de Esportes da União Geral dos Trabalhadores, Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Pau-lo e Região. Desde abril último, integra a Comissão de Relações Internacionais da IAAF. Foi Presidente da Federação Paulista de Atletismo, Vice-Presidente de Esportes da ADC Eletropaulo, membro do Comitê Paralímpico Brasileiro. Começou no esporte como atleta profissional de futebol.

de Atletismo. Foi dado o sinal verde. E já nos encontramos aptos a negociar o intento. A área tem cerca de 250 mil metros quadrados e está estrategicamente situada pró-xima a dois aeroportos internacionais: o de Cumbica, em Guarulhos, e o de Viracopos, em Campinas.

O espaço pretendido conta com pistas (uma delas in-door), em excelente estado. Tem arquibancada, um prédio administrativo amplo e área para a realização de provas de cross country.

Se conseguirmos concretizar a aquisição, a CBAt ganha-rá em muitos aspectos, especialmente nos relacionados a custos de efetivação de eventos. Não precisará mais alugar galpões destinados a depósitos de materiais esportivos,

equipamentos e mobiliários. Haverá uma sensível dimi-nuição de custos de logística, como hotelaria e transpor-tes. Poderemos, também, melhorar ainda mais as nossas finanças mediante a cessão do espaço a Federações e Con-federações de outras modalidades.

Concluímos agradecendo a confiança em nós deposi-tada pela família do Atletismo e, em especial, aos nossos patrocinadores e apoiadores. São eles: Governo Federal; Ministério do Esporte; Caixa, patrocinadora máster do Atletismo brasileiro; Comitê Olímpico do Brasil (COB), Globo e Nike.

Boa leitura!

Carol C

oelho/CB

At

Page 8: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

8

ASSEMBLEIA

Aprovação unânime à gestão da diretoriaHomenagens, premiação e lançamentos durante o encontro em São Paulo

Duas reuniões gerais e vários encontros marcaram a presença dos representantes de todos os segmen-tos do esporte-base nacional em São Paulo, no Ho-

tel Pestana, nos dias 22 e 23 de abril, para a reunião da Assembleia Ordinária da Confederação Brasileira de Atle-tismo. Estiveram presentes 45 dos 46 membros da Assem-bleia da CBAt, a entidade dirigente nacional com maior nú-mero de membros natos em seu principal poder.

Aliás, o Atletismo é o esporte olímpico do País que con-templa todos os segmentos da modalidade: atletas, treina-dores, árbitros e clubes, além das 27 Federações filiadas.

No dia 23 pela manhã, houve a reunião extraordinária da Assembleia, previamente marcada. E por unanimidade

dos presentes a diretoria da CBAt foi autorizada e negociar a compra da área do antigo clube Rede de Atletismo, na cidade de Bragança Paulista. A área, de 250 mil metros quadrados, tem pista, arquibancadas, galpão com pista coberta.

“Vamos ver a melhor for-ma de encaminhar as nego-ciações”, disse o presidente da Confederação, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho. “Se concretizarmos a aquisi-

ção, será um importantíssimo legado para o Atletismo bra-sileiro”, afirmou.

Na tarde do mesmo dia, houve a Assembleia Geral Ordi-nária, em que o Balanço de 2015, o Relatório da Diretoria, o Orçamento de 2016 e o Calendário do ano foram apro-vados por unanimidade. “Todos os integrantes receberam a documentação com antecedência, puderam tirar suas dúvidas e isso facilitou a votação na Assembleia, numa de-monstração de que usamos a tecnologia para tornar ainda mais transparente a administração”, concluiu o dirigente.

Nos dois dias do evento, em São Paulo, os dirigentes das Federações filiadas realizaram reuniões setoriais. Os representantes dos Estados do Nordeste, Norte e

Fern

anda

Par

adiz

o/C

BA

t

Mesa diretora da Assembleia Geral Ordinária da CBAt

Fernanda Paradizo/C

BA

tR

ober

to C

astro

/ME

CBAt lança livro “Heróis do Atletismo”Ricardo Leyser, ministro do Esporte

Page 9: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

9

Fernanda Pardizo/C

BA

tFernanda P

aradizo/CB

At

Fernanda Paradizo/C

BA

t

André Domingos, Claudio Roberto Souza e Arnaldo de Oliveira

Maurren Maggi recebe homenagem durante a Assembleia da CBAt

Conceição de Maria Oliveira e Wellington Bezerra da Silva

Centro-Oeste aproveitaram para conversar sobre o calen-dário de competições de área.

Participou da Assembleia também o membro do Conselho da IAAF, Roberto Gesta de Melo, presidente da Confederação Sul-Americana de Atletismo. O atleta Joel Lucas Vieira de Oliveira fez sua estreia como re-presentante eleito dos atletas e juntou-se ao grupo de medalhistas olímpicos que desde 2010 são membros da Assembleia. O presidente do STJD, Gustavo Delbin, prestigiou o evento.

Na Assembleia, foram homenageados os medalhistas olímpicos Claudio Roberto Souza e Maurren Higa Maggi. A homenagem a Claudio Roberto foi preparada por André Domingos da Silva e Arnaldo de Oliveira Silva, ambos ga-nhadores de medalhas no 4x100 m em Olimpíadas, com apoio da TV Bandeirantes.

Eles entregaram a Claudio uma réplica da medalha conquistada nos Jogos de Sydney 2000, quando o quarte-to brasileiro ganhou a prata com Claudinei Quirino, André Domingos, Edson Luciano e Vicente Lenilson.

Claudio correu a preliminar da prova, no lugar de Clau-dinei, que foi poupado porque disputaria no mesmo dia a semifinal dos 200 m. “Ninguém pode imaginar a minha alegria”, disse, emocionado, Claudinho.

Maurren Higa Maggi, campeã olímpica do salto em distância em Pequim 2008 e tricampeã pan-americana, recebeu uma homenagem especial da CBAt. “É uma medalha de boas vindas à Maurren, que agora deixa as pistas mas continua no Atletismo”, disse o presidente Toninho Fernandes.

Ricardo Leyser – Outra decisão da Assembleia foi a concessão do título de Membro Emérito da Confederação ao ministro do Esporte, Ricardo Leyser. A proposta foi da diretoria e os membros da Assembleia que estavam pre-sentes aprovaram por unanimidade. “O ministro tem uma larga folha de serviços prestados em favor do esporte e do Atletismo em especial”, lembrou o presidente da CBAt, To-ninho Fernandes.

Ranking CAIXA CBAt – Durante o evento, houve a pre-miação dos campeões do Ranking CAIXA CBAt de Corre-dores 2015. Os três primeiros no masculino e as três me-lhores do feminino compareceram para as homenagens. Masculino: 1º Wellington Bezerra da Silva; 2º Sivaldo San-tos Viana; 3º Eliezer de Jesus Santos. Feminino: 1º Concei-ção de Maria Oliveira; 2º Maria Regina Santos Seguins; 3º Maria Aparecida Ferraz.

Novas publicações – Durante o encontro, a CBAt lançou dois novos livros: “Primórdios do Esporte no Brasil – Salva-dor”, primeiro de uma série organizada pelo ex-presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo; e “Heróis do Atletismo Brasileiro”, organizado pelo assessor de imprensa da Con-federação, Benê Turco.

Page 10: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

10

RIO 2016

Programa de preparação olímpicaAtletas se preparam em campings detreinamento e competição

A primeira avaliação do Programa de Preparação Olímpica foi realizada pela Superintendência de Alto Rendimento da CBAt nos meses de março e

abril. Foi uma consideração inicial, com base no desem-penho dos atletas do Programa nos campings de treina-mento e competição tanto no Brasil como no exterior. Foi um trabalho acima de tudo de observação, já que as competições de alto nível em sua maioria começam em maio.

“Tem esses aspectos todos”, concorda o superintenden-te de Alto Rendimento, Antonio Carlos Gomes. “No entan-to, deu para sentir o esforço de treinadores e atletas para estabelecer a melhor periodização para chegar ao ápice da forma em agosto, o mês da Olimpíada do Rio”, prossegue o superintendente.

Com a parceria do COB e patrocínio da Caixa Econômi-ca Federal, a Confederação fez campings de velocidade e revezamentos na pista do Centro Nacional de Treinamen-to da CBAt/Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Na parte de velocidade, propriamente, mais uma atleta conseguiu o índice olímpico nos 100 m: Fran-ciela Krasucki, que venceu a prova com 11.31 em torneiro disputado em Los Angeles.

Outros atletas do grupo obtiveram bons resultados, caso de Bruno Lins e Aldemir Gomes da Silva Junior, que confirmaram a qualificação para os Jogos do Rio 2016, nos 200 m. Da mesma forma, Geisa Coutinho ratificou o índice nos 400 m.

O presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernan-des, o Toninho, lembra que o País está classificado para a Olimpíada nos quatro revezamentos clássicos: 4x100 m e 4x400 m, no masculino e no feminino. “O Brasil con-quistou as vagas nas quatro provas por ter ido à final do Mundial de Revezamentos nas Bahamas em 2015”, diz Toninho Fernandes.

“Nosso País tem tradição no revezamento, tanto que,

além das medalhas olímpicas do 4x100 m masculino, já fi-zemos finalistas no 4x100 m feminino e no 4x400 m mas-culino”, completa o dirigente.

Por sua vez, o superintendente de Alto Rendimento promete acompanhar o trabalho de preparação das várias modalidades atléticas. “Eu e o Clovis (Franciscon) estare-mos presentes nos encontros e em junho já teremos como fazer uma avaliação mais completa, pois os atletas já terão participado de eventos fortes”, conclui.

A CBAt também realizou Campings Caixa de Lança-mentos nos Estados Unidos e Cuba. Houve ainda cam-pings para fundistas na Europa e na Colômbia, para lançadores na Eslovênia e para saltadores nos Estados Unidos e na Europa.

“Tudo que foi pedido no devido tempo pelos treinado-

Marcelo Ferrelli/C

BA

t

Aldemir Gomes: qualificado nos 200 m

Page 11: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

11

res pessoais dos atletas do Programa de Preparação Olím-pica foi atendido”, fala o presidente Toninho Fernandes. “Os atletas puderam treinar e competir no Brasil e no ex-terior, sempre acompanhados por treinadores e profissio-nais da equipe multidisciplinar (médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos etc.)”, diz Toninho.

Paralelamente, seguem os trabalhos para deixar pronto o palco do torneio de Atletismo dos Jogos Rio 2016. Principal competição olímpica, o Atletismo será disputado no Estádio do Engenhão, de 12 a 21 de agosto. Apenas as provas de maratona e marcha não acontecerão no estádio. O evento-teste será o Campeonato Ibero-Americano Caixa 2016, em maio.

O superintendente técnico da CBAt, Martinho Nobre

dos Santos, afirma que será importante observar, durante o Ibero-Americano, a movimentação da imprensa e o teste com o equipamento eletrônico. “Há um grande interesse no Ibero exatamente por isso”, diz Martinho, que também é diretor do torneio de Atletismo dos Jogos.

Por isso, pela primeira vez na história do evento – inicia-da em 1983, com a primeira edição do Campeonato – que a inscrição foi aberta. Assim, países que não fazem parte da comunidade ibero-americana (nações de fala portugue-sa e espanhola) participarão da competição, caso de Esta-dos Unidos, Austrália e Arábia Saudita.

“Houve troca da pista e depois do Ibero continuarão obras de estrutura no estádio, como a pintura das arqui-bancadas, mas tudo ficará pronto até o início dos Jogos”, afirma Martinho.

Wag

ner C

arm

o/C

BA

t Getty Im

ages/IAA

F

Geisa Coutinho já tem índice para os Jogos Olímpicos nos 400 m Franciela Krasucki: índice nos 100 m

Page 12: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

12

COMPETIÇÕES

Bons resultados no início da temporada

Primeiros campeões de 2016 são apontados

As primeiras competições de 2016 foram especiais para o Atletismo nacional. No Campeonato Brasi-leiro Caixa Sub-20 Interclubes, por exemplo, dispu-

tado de 15 a 17 de abril, na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo, o torneio teve uma definição emocionante, de-cidida apenas nas últimas provas.

O Centro Olímpico, da capital paulista, conquistou o títu-lo por um ponto de diferença, somando 195,5, contra 194,5 do IEMA, de São Caetano do Sul (SP), vice-campeão. A Or-campi/Unimed, de Campinas (SP), que era tetracampeã do evento, terminou em terceiro lugar, com 150 pontos.

A mineira Alexandra Maria Pimenta da Silva (IEMA), campeã do dardo, com 50,26 m, e o paranaense Mikael Antonio de Jesus (FECAM), ouro nos 400 m com barreiras, foram escolhidos pela comissão de treinadores eleita no Congresso Técnico da competição, os melhores atletas do evento.

Os atletas estão qualificados para o Mundial Sub-20 da Polônia, em julho. Mikael quebrou duas vezes o recorde sul-americano da categoria, chegando a 49.82 na final. O recorde anterior resistia há quase 27 anos.

Na Copa Brasil Caixa de Marcha, realizada nos dias 27 e 28 de fevereiro, no Rio de Janeiro (RJ), o brasiliense Caio Bon-fim (CASO) e a pernambucana Cisiane Dutra Lopes (AASD)

confirmaram o favoritismo e venceram as provas dos 20 km no circuito olímpico na Praia do Pontal, no Recreio dos Ban-deirantes.

Caio obteve a quinta vitória consecu-tiva na competição ao completar as 20 voltas em 1:26:12. Já Cisiane conseguiu o sexto título da carreira, com 1:45:34. Os dois estão qualificados para representar o Brasil na Olimpíada do Rio.

Fez parte da competição também a pro-va dos 50 km, realizada simultaneamente com o Campeonato Sul-Americano da dis-tância, que serviu como evento-teste para os Jogos Olímpicos.

A Copa Brasil Caixa de Cross Country foi realizada no dia 21 de fevereiro no Par-

que Ecológico do Tietê, em São Paulo (SP). Juliana Paula dos Santos (BM&FBovespa) e Gilberto Silvestre Lopes (Cru-zeiro/Caixa) venceram as provas adultas de 10 km. Ouro no PAN de Toronto, Juliana obteve o título da competição, com o tempo de 39:54. Já Gilberto assegurou o tricampe-onato com 33:24.

O Torneio Caixa de Velocidade e Revezamentos abriu o calendário de competições da CBAt de 2016 no dia 6 de fevereiro na pista da Aeronáutica (CDA), no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. O destaque foi Paulo André de Oliveira (Vila Olímpica), de 17 anos, que venceu a prova dos 100 m, com 10.38 (2.0), índice para o Mundial Sub-20 da Polônia.

A competição encerrou o Camping Nacional de Treina-mento de Velocidade e Revezamentos, que reuniu 33 atletas por uma semana no Rio. Aline Torres Sena (ASA São Bernar-do/Caixa) venceu os 100 m, com 11.73, enquanto Wagner Cardoso (BM&FBovespa) ganhou os 400 m, com 46.75.

No Campeonato Mundial Indoor, disputado de 17 a 20 de março, no Centro de Convenções do Oregon, em Portland, nos Estados Unidos, o Brasil participou com uma equipe de 10 atletas. O melhor resultado da Seleção foi obtido por Fabiana Murer (BM&FBovespa), que terminou em sexto lugar na prova do salto com vara, com a marca de 4,60 m.

And

ré T

elle

s/C

BA

t

Copa Brasil Caixa de Marcha 2016

Page 13: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

13

A competição serviu como preparação dos atletas no início do treinamento para os Jogos Olímpicos. Rosangela Santos, por exemplo, ficou na 11ª colocação nas semifinais dos 60 m, com 7.20, justamente para apurar a largada e a primeira parte da prova dos 100 m.

No Campeonato Mundial de Meia Maratona, reali-zado no dia 26 de março, em Cardiff, no País de Gales (GBR), o Brasil foi representado pelo pernambucano Wellington Bezerra da Silva (Cruzeiro/Caixa) e pela pau-listana Valdilene dos Santos Silva (Pinheiros). Welling-ton terminou em 34º lugar, com 1:04:43. Já Valdilene completou o percurso na 45ª colocação, com 1:14:38, recorde pessoal.

No Campeonato Pan-Americano de Cross Country, re-alizado em 4 de março, em Caraballeda, na Venezuela, o Brasil conquistou três medalhas – uma de ouro e duas de prata – todas no masculino. A vitória foi obtida por Daniel Ferreira do Nascimento (Orcampi/Unimed), no sub-20, completando os 8 km, em 26:05:37.

As medalhas de prata foram alcançadas por Gilberto Lopes (Cruzeiro/Caixa), no adulto, e por José Miguel de Sousa Costa (IJC), no sub-18. Gilberto correu os 10 km em 31:35:90, enquanto José Miguel terminou os 6 km em 20:34:57.

No Campeonato Sul-Americano de Marcha, dispu-tado no dia 03 de abril, em Guayaquil, no Equador, o catarinense José Alessandro Bagio obteve o melhor re-sultado da Seleção Brasileira. Ele ganhou prata nos 20 km, com 1:24:22.84. O vencedor foi o equatoriano An-dres Chocho, com 1:24:10.93.

Na prova feminina dos 20 km, a pernambucana Cisiane Dutra Lopes terminou em quinto lugar, com 1:37:39.75. O evento serviu como qualificação para o Mundial de Mar-cha por Equipes, marcado para os dias 7 e 8 de maio, em Roma, na Itália.

No Campeonato Sul-Americano de Maratona, realiza-do no dia 10 de abril, em Montevidéu, no Uruguai, o Brasil teve a mineira Rosangela Faria (IICB) como representante. Ela conquistou a medalha de bronze, completando o per-curso em 2:48:31.

Em várias outras competições atletas asseguraram ou melhoraram índices para a Olimpíada como foi o caso de Adriana Aparecida da Silva (Pinheiros) na Maratona de Hamburgo, no dia 17 de abril, com 2:31:23, na Alemanha.

Em Dudince, na Eslováquia, no dia 19 de março, Erica Sena (Orcampi/Unimed) ganhou a medalha de prata, ba-teu o seu recorde sul-americano dos 20 km marcha e ratifi-cou índice para os Jogos do Rio, com 1:28:22.

Na mesma competição, Jonathan Riekmann, com 3:55:26 (recorde brasileiro nos 50 km), e Moacir Zimmer-mann (1:22:43), nos 20 km, ambos da AABLU, conseguiram qualificação olímpica. No dia 9 de abril, em Rio Maior, em Portugal, foi a vez de José Alessandro Bagio (AABLU) alcan-çar a marca mínima nos 20 km, com 1:22:15.

Em Los Angeles, nos Estados Unidos, Franciela Krasu-cki (Pinheiros) correu os 100 m em 11.31 (1.8), no dia 14 de abril, assegurando o índice olímpico. Pouco antes, no dia 27 de março, em Campinas (SP), Talles Frederico Silva (Pinheiros-SP) obteve qualificação no salto em altura no Campeonato Paulista, com 2,29 m.

Fern

anda

Par

adiz

o/C

BA

t Wagner C

armo/C

BA

t

Mikael de Jesus: o melhor do Brasileiro Caixa Interclubes Sub-20 Juliana Paula dos Santos vence Copa Brasil Caixa de Cross Country

Page 14: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

14

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 são o momento mais aguardado pelos atletas brasileiros e de todo o mun-do para esta temporada. Três meses antes da gran-

de festa poliesportiva do planeta, porém, o Atletismo terá um verdadeiro aperitivo: a realização do 17º Campeonato Ibero-Americano Caixa, que será disputado de 14 a 16 de maio, no Estádio Olímpico do Engenhão, no Rio de Janeiro, no mesmo palco do torneio atlético da Olimpíada do Rio.

A competição servirá como evento-teste para os Jogos Olímpicos e pela primeira vez na história, desde que foi realizada a edição inaugural em 1983, em Barcelona, na Espanha, o Campeonato é aberto a participação de atletas de países de outras áreas da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF).

Organizado pela Associação Ibero-Americana de Atletismo (AIA), o evento normalmente é reservado para países de fala portuguesa e espanhola das Américas, Europa e África.

Esta será a quarta vez que uma cidade brasileira é sede da competição. Manaus organizou o Campeonato em 1990, o próprio Rio de Janeiro fez o evento em 2000 e São Paulo em 2014.

Por receber o torneio em casa, o Brasil terá força máxima. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) convocou 94

representantes, distribuídos em duas equipes na competição.Com isso, nomes de peso do esporte nacional estão

garantidos, como Fabiana Murer, vice-campeã mundial do salto com vara, no ano passado, em Pequim, na China, quando repetiu pela terceira vez o recorde sul-americano de 4,85 m.

“Esta edição do Ibero-Americano será muito especial por ser evento-teste. Nossos atletas poderão viver o clima olímpico”, lembrou José Antonio Martins Fernandes, presi-dente da CBAt, que reivindicou a organização da competi-ção durante o Mundial de Atletismo de Moscou, em 2013.

Das 16 edições já realizadas, a Seleção Brasileira é a que tem mais títulos por equipe. Foi oito vezes campeã: em Manaus (AM) 1990; Mar del Plata (Argentina) 1994; Rio de Janeiro (RJ) 2000; Cidade da Guatemala (Guatemala) 2002; Ponce (Porto Rico) 2006; Iquique (Chile) 2008; Barquisime-to (Venezuela) 2012; e São Paulo (SP) 2014.

Na história do Ibero-Americano, três países se desta-cam: Brasil, Espanha e Cuba. Com o total de 492 pódios, o Brasil é líder da classificação geral do Campeonato. É o primeiro também em número de títulos: 169 medalhas de ouro. O País tem, ainda, 170 medalhas de prata e 153 de bronze. Segunda no total de medalhas, a Espanha tem 110

Wag

ner C

arm

o/C

BA

t Wagner C

armo/C

BA

t

Jorge Henrique Vides: convocado para os 100 m Fernanda Raquel Borges compete no lançamento do disco

EVENTO-TESTE

Campeonato Ibero-Americano Caixa

Todas as atenções voltadas para o Rio de Janeiro

Page 15: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

15

Jonn

y R

oriz

/CO

BW

ashington Alves/C

OB

Hederson Estefani compete nos 400 m e 400 m com barreiras

Fabiana Murer: destaque no Brasil no Ibero-Americano 2016

de ouro, 122 de prata e 116 de bronze, com 348 no total. Já Cuba, com 300 pódios no geral, é o segundo país em ouros, com 161 medalhas, além de ter mais 90 de prata e 49 de bronze.

Vinte e nove nações são filiadas à AIA e os Campeona-tos reúnem, em média, perto de 400 atletas. Nomes de primeira grandeza do Atletismo mundial têm defendido seus países na competição. Entre os recordistas do tor-neio, por exemplo, estão brasileiros como Robson Caetano da Silva, que marcou 10.00 nos 100 m, no México-1988; Eronilde Araújo, com 48.96 nos 400 m com barreiras em Lisboa-1998; e Fabiana Murer, com 4,85 m no salto com vara, em San Fernando-2010.

Países Ibero-Americanos: Andorra, Angola, Argen-tina, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guiné-Bis-sau, Guiné Equatorial, Honduras, México, Moçambique, Nicarágua, República Dominicana, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, Santo Tomé e Príncipe, Uru-guai e Venezuela.

Entre os primeiros países fora da área a confirmar participação no evento estão Arábia Saudita, Estados Unidos e Austrália. “Além de atletas, os países podem mandar dirigentes para acompanhar o campeonato”, informou Martinho Nobre dos Santos, superintenden-te técnico da CBAt e gerente de Atletismo do Comitê Rio 2016. “A Alemanha e o Japão terão representantes como observadores”, prosseguiu.

Durante a competição, será testado o sistema de tecno-logia da empresa Omega, como cronometragem, placares

de pista e campo, emissão de resulta-dos etc. Serão analisados também os serviços de operação de imprensa e de licenciamento de produtos.

Entre os protocolos a serem testa-dos, ainda de maneira informal, mas já com a participação de voluntários estão os da Cerimônia de Premiação, o de orientação do público no estádio e o de convidados e autoridades às áreas reservadas.

Outro setor a ser testado será o da entrada de público no estádio. Assim como na Olimpíada, o público somente terá acesso pelo Portão Oeste, localiza-do perto da estação de Engenho de Den-tro da Supervia, na Rua José dos Reis.

A entrada durante o Campeona-to Ibero-Americano será gratuita, mas será obrigatória a apresentação do ingresso oficial do evento. As entradas poderão ser retiradas nas bilheterias do estádio nos dias de competição.

Page 16: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

16

TROFÉU BRASIL CAIXA

Última oportunidade para obtenção de índice olímpico

Campeonato é considerado o mais importante evento de clubes da América Latina

O Troféu Brasil Caixa de Atletismo é considerado a principal competição de clubes da América Lati-na. Prevista para o período de 30 de junho a 3 de

julho, na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo (SP), a 35ª edição do evento reunirá novamente mais de 800 atletas de cerca de uma centena de clubes de todas as regiões do País. Este ano, um atrativo para lá de espe-cial. O torneio será a última oportunidade para os atletas buscarem índices para integrar a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos Rio 2016, em agosto – a primeira Olim-píada na América do Sul.

De acordo com os critérios fixados para convocação, todos os atletas que tenham obtido as marcas mínimas exigidas pela IAAF de 1º de maio de 2015 até 3 de ju-lho próximo estão qualificados para a Olimpíada. Três podem ser inscritos por prova nesse período, com ex-ceção das maratonas masculina e feminina e dos 50 km marcha masculina, cujo prazo termina no dia 8 de maio.

Por ser a mais importante competição interclubes do País

e por ser a última oportunidade de obtenção de índice olím-pico no Atletismo, o torneio deve reunirá as maiores estrelas do Brasil, como Fabiana Murer (BM&FBovespa), recordista sul-americana do salto com vara e vice-campeã mundial na China, em 2015.

Muitos outros destaques estão confirmados como o mar-chador Caio Bonfim (CASO), sexto colocado nos 20 km no Mundial de Pequim, e Thiago Braz (Orcampi/Unimed), um dos melhores atletas do mundo no salto com vara.

Por tudo isso, a expectativa também é de forte competi-tividade.

Muitos atletas estão participando de Campings Interna-cionais de Treinamento e de Competições nos Estados Unidos e na Europa, organizados pela CBAt, e participarão do Troféu Brasil Caixa em ótimas condições de obter bons resultados.

Entre os que treinaram fora estão os velocistas do 4x100 m masculino e feminino e do 4x400 masculino, além de um grupo de lançadores de disco e de dardo – todos favoritos para brigar por um lugar no pódio na competição.

Wag

ner C

arm

o/C

BA

t

Wag

ner C

arm

o/C

BA

t

Wag

ner C

arm

o/C

BA

tMauro Vinicius Duda da Silva (distância) Rosangela Santos (100 m e 200 m) Darlan Romani (peso)

Page 17: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

17

A BM&FBovespa, de São Caetano do Sul (SP), buscará o 15º título consecutivo da competição. No ano passado, também em São Bernardo do Campo (SP), a equipe somou 567,5 pontos (298 no masculino e 269,5 no feminino). No total, os atletas do clube conquistaram 46 medalhas, sen-do 20 de ouro, 12 de prata e 14 de bronze.

O vice-campeão foi o EC Pinheiros, de São Paulo, que fez 376,5 pontos e ganhou 23 medalhas (sete de ouro, 10 de prata e seis de bronze). O terceiro lugar foi, mais uma vez, da Orcampi/Unimed, de Campinas (SP), com 264 pon-tos e 19 medalhas (oito de ouro, seis de prata e cinco de bronze).

No total, 66 clubes colocaram atletas entre os oito pri-meiros lugares e marcaram pontos na competição. Trinta equipes classificaram atletas no pódio e 10 delas fizeram campeões.

Na edição passada, em que se comemorou o 70º ani-versário do Troféu Brasil, nada menos do que 12 atletas conseguiram as marcas mínimas olímpicas exigidas.

A comissão de treinadores, eleita no Congresso Téc-nico da competição, elegeu Thiago do Rosário André (BM&FBovespa) e Rosangela Santos (Pinheiros) como os destaques individuais do Troféu Brasil Caixa. Thiago André venceu os 800 e os 1.500 m, enquanto Rosangela ganhou os 100 m e integrou o revezamento campeão do 4x100m.

A primeira edição do Troféu Brasil foi disputada em 1945, na capital paulista. O primeiro campeão foi o São

Wag

ner C

arm

o/C

BA

t André Telles/C

BA

tW

agner Carm

o/CB

At

Andressa de Oliveira (disco) Caio Bonfim (20 km marcha)

Bruno Lins (100 m e 200 m)

Paulo Futebol Clube. Neste tempo todo, astros e estrelas desfilaram pelas pistas como os medalhistas olímpicos Adhemar Ferreira da Silva, José Telles da Conceição, Nel-son Prudêncio, João Carlos de Oliveira, Joaquim Carvalho Cruz, Robson Caetano da Silva, Arnaldo de Oliveira Silva, Claudinei Quirino da Silva, André Domingos da Silva, Edson Luciano Ribeiro, Vicente Lenilson de Lima, Vanderlei Cor-deiro de Lima e Maurren Higa Maggi.

Page 18: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

18

MUNDIAL SUB-20

Campeonato será disputado na Polônia

Futuro do Atletismo reunido antes da Olimpíada do Rio

O Campeonato Mundial de Atletismo Sub-20, antigo Mundial de Juvenis, será disputado de 19 a 24 de julho, na cidade de Bydgoszcz, na Polônia. O even-

to, reservado para atletas com até 19 anos, é um dos des-taques do calendário do terceiro trimestre do ano, antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Aliás, alguns jovens que competirão na Arena Zawisza, de Bydgoszcz, estarão de-pois no Estádio Olímpico do Engenhão, no Rio de Janeiro, enfrentando as estrelas consagradas do esporte.

O Brasil fechará a sua equipe no dia 12 de junho, quan-do termina o prazo para a obtenção dos índices para a competição. Cada país pode convocar até dois atletas por prova, desde que tenham as marcas mínimas. No caso de nosso País, os qualificados deverão, ainda disputar as fi-nais do Campeonato Brasileiro Caixa Sub-20 Interseleções, previsto para os dias 11 e 12 de junho, em Porto Alegre, no Rio Grande so Sul.

Nosso País sempre teve representantes nos Mundiais da categoria desde que o Campeonato foi instituído pela IAAF, em 1986, com a primeira edição em Atenas, na Gré-cia. Na edição seguinte, em 1988, em Sudbury, no Canadá, Wander do Prado Moura foi o quarto colocado nos 3.000 m com obstáculos. Anísio Souza Silva foi o oitavo no salto triplo e Vanderlei Cordeiro de Lima obteve a mesma colo-cação na corrida de 20 km.

Por sinal, a primeira medalha brasileira nos Mundiais de Juvenis foi a de ouro na corrida de 20 km ganha em Lisboa, em Portugal, em 1994, por Clodoaldo Gomes da Silva. O melhor desempenho coletivo da equipe ocorreu no Mundial de Barcelona, na Espanha, em 2012, quan-do foram conquistadas uma medalha de ouro e três de bronze, com Thiago Braz, campeão do salto com vara, e os terceiros lugares de Tamiris de Liz, nos 100 m, de Tamara Alexandrino, no heptatlo, e do revezamento fe-minino 4x100 m.

Na última edição do torneio, em Eugene, nos Estados

Wagner C

armo/C

BA

t

Paulo André de Oliveira: qualificado nos 100 m e 200 m

Page 19: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

19

Unidos, em 2014, os grandes destaques brasileiros foram Izabela Rodrigues da Silva, ganhadora da medalha de ouro no lançamento do disco, e Mateus de Sá, que conquistou o bronze no salto triplo. Thiago André conseguiu boas colo-cações nos 800 m e nos 1.500 m, ao ficar em quarto lugar nas duas provas. Também foi finalista Núbia Soares, oitava no salto triplo.

Para o Mundial da Polônia, alguns atletas já surgem com grande potencial. Um dos destaques é o paranaense Mika-el Antonio de Jesus, que, no Campeonato Brasileiro Caixa Interclubes, realizado de 15 a 17 de abril, em São Bernardo do Campo (SP), bateu duas vezes os recordes brasileiro e sul-americano dos 400 m com barreiras. Com a marca de 49.82, aparece como um dos favoritos à conquista de uma medalha em Bydgoszcz. O recorde anterior era de Eronilde Nunes de Araújo, com 50.15, que completaria 27 anos no dia 30 de julho próximo.

Outras duas competições no Exterior estão previstas no ca-lendário oficial da CBAt. O Brasil mandará representantes para o Campeonato Sul-Americano de Meia Maratona, que será disputado no dia 29 de junho, em Assunção, no Paraguai.

O outro evento será a Copa Pan-Americana de Provas Combinadas, marcada para os dias 21 e 22 de junho, na cidade de Ottawa, no Canadá, que servirá como prepa-ração para a Olimpíada do Rio de Janeiro para os atletas adultos.

No âmbito regional, o Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo Sub-18 Inter-clubes foi confirmado pela CBAt para o pe-ríodo de 27 a 29 de maio, na Arena Caixa, no Centro de Atletismo Professor Oswal-do Terra, em São Bernardo do Campo (SP).

A edição do torneio de 2015 também foi realizada no ABC paulista, com vitória do Centro Olímpico (SP), com 210 pon-tos na classificação geral. Corville (SC) fi-cou em segundo lugar, com 107, seguido de FCTE (SP), com 99, ASA Sorriso (MT), com 93, e IEMA (SP), com 88 pontos.

Paulo André Camilo de Oliveira, qua-lificado para o Mundial da Polônia, foi eleito o destaque masculino da compe-tição pelas vitórias nos 100 e nos 200 m. Já Ana Lays Bayer, campeã do lançamen-to do martelo, foi considerada a melhor na categoria feminina.

Wagner C

armo/C

BA

tFe

rnan

da P

arad

izo/

CB

At

Eberson Matucari (salto em distância)

Alexandra Pimenta, qualificada no lançamento do dardo

Page 20: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

20

Fevereiro21 Copa Brasil Caixa de Cross Country São Paulo (SP)27 Copa Brasil Caixa de Marcha Atlética Rio de Janeiro (RJ)28 Copa Brasil Caixa de Marcha Atlética - 50 km Rio de Janeiro (RJ)28 Campeonatos Sul-Americanos de Marcha Atlética - 50 km Rio de Janeiro (RJ)

Março04 Campeonatos Pan-Americanos de Cross Country Vargas (VEN)18/20 Campeonatos Mundiais de Atletismo Indoor Portland (USA)26/03 Campeonatos Mundiais de Meia Maratona Cardiff (GBR)

Abril02/03 Campeonatos Sul-Americano de Marcha Atlética Guayaquil (ECU)10 Campeonatos Sul-Americanos de Maratona Montevidéu (URU)15/17 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo Sub-20 Interclubes São Bernardo do Campo (SP)

Maio07/08 Campeonatos Mundiais de Marcha Atlética por Equipes Roma (ITA)14/16 Campeonatos Ibero-Americanos Caixa de Atletismo Rio de Janeiro (RJ)27/29 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo Sub-18 Interclubes São Bernardo (SP)

Junho11/12 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo Sub-20 Interseleções Porto Alegre (RS)19/06 Grande Prêmio Caixa São Paulo de Atletismo São Paulo (SP)21/22 Copa Pan-Americana de Provas Combinadas Ottawa (CAN)24/06 Campeonato Sul-Americano de Milha de Rua A determinar26/06 Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo A determinar 29/06 Campeonatos Sul-Americanos de Meia-Maratona Assunção (PAR)30/06 XXXV Troféu Brasil Caixa de Atletismo São Bernardo do Campo (SP)

CALENDÁRIO 2016

Campeonatos Oficiais

Competições organizadas pela CBAt ou com participação de Seleções Nacionais

Page 21: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

21

Julho01/03 XXXV Troféu Brasil Caixa de Atletismo São Bernardo do Campo (SP)19/24 Campeonatos Mundiais de Atletismo Sub-20 Bydgoszcz (POL)

Agosto

05/21 XXXI Jogos Olímpicos (Atletismo - 12 a 21) Rio de Janeiro (RJ)

Setembro24/25 Campeonatos Sul-Americanos de Atletismo Sub-23 Lima (PER)

Outubro08/09 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo Sub-18 Interseleções A determinar 21/23 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo Sub-16 Interclubes A determinar23/10 Circuito Sul-Americano de 10 km - 1ª Etapa Georgetown (GUY)30/10 Circuito Sul-Americano de 10 km - 2ª Etapa Paramaribo (SUR)

Novembro04/06 Campeonatos Sul-Americanos de Atletismo Sub-18 Concórdia (ARG)13/11 Circuito Sul-Americano de 10 km - 3ª Etapa Panamá (PAN)

Campeonatos Oficiais

Page 22: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

22

CORRIDAS

Recorde de maratonistas com índice olímpico

Evolução fez aumentar o número de talentos no pedestrianismo

É permanente a discussão no Brasil: o interesse pelas corridas tem crescido muito na última década ou o fenômeno vem ocorrendo há pelo menos 30 anos?

Somos adeptos da segunda explicação. Afinal, se é correto afirmar que o pedestrianismo mostra-se um dos segmen-tos mais populares do Atletismo, também é verdade que, com boa participação, há disputas registradas desde o co-meço do século XX.

Também é certo que as competições de rua crescem de forma regular a partir dos anos 1920. Mas é sem dúvida nas décadas de 1970 e 1980 que há um boom de corredores de bom nível, assim como provas organizadas de forma profissio-nal. É certo, ainda, lembrar que a criação da São Silvestre em 1925 deu um impulso muito grande às corridas.

Nos cerca de 50 anos que separam 1920 da década de 1970, a São Silvestre consolidou-se como a maior corrida de rua da América Latina e uma das mais importantes do mundo. A prova era lembrada o ano todo, até por trazer ao País nomes que tinham no currículo títulos olímpicos e recordes mundiais.

Mas é em meados dos anos 1970 e da década seguinte que o calendário de provas rústicas passa a ser encorpado, com a inclusão de corridas de várias distâncias, em muitas cidades brasileiras, principalmente, é claro, São Paulo e Rio de Janeiro. Nesse tempo, os melhores fundistas brasileiros, mesmo que com nítida vocação para as provas rústicas, programavam a participação também em competições de pista.

Os principais treinadores de fundo garantem que a mes-cla das disputas na rua e na pista era importante para apu-rar a técnica dos corredores e, acima de tudo, a velocidade. Sempre defenderam esta tese profissionais como Carlos Go-mes Ventura, Asdrúbal Batista Ferreira (que já nos deixou), Henrique Viana, Carlos Alberto Cavalheiro, Ricardo D’Angelo, Claudio Castilho, Adauto Domingues e muitos outros.

O gaúcho Eloi Rodrigues Schleder é sempre apontado como exemplo. Primeiro maratonista brasileiro fazer a prova em menos de 2:13:00, Eloi se saía bem nas médias distâncias e mesmo na pista. Seus colegas Adauto Domingues e João Al-ves de Souza, o Passarinho – que assim como Eloi treinavam com Asdrúbal –, são igualmente exemplos dos benefícios que

Getty Im

agesG

etty Images

Paulo Roberto de Almeida Paula (maratona)

Marilson Gomes dos Santos (maratona)

Page 23: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

23

obtêm os fundistas que cometem tanto na pista como na rua.Adauto foi bicampeão pan-americano dos 3.000 m com

obstáculos e várias vezes subiu ao pódio da São Silvestre. Atualmente, ele treina Marilson Gomes dos Santos, duas vezes ganhador da Maratona de Nova York e recordista na-cional dos 5.000 m e 10.000 m.

José João da Silva é mais um exemplo. Recordista bra-sileiro dos 5.000 m e dos 10.000 m, treinado por Car-los Ventura, ele ganhou duas vezes a São Silvestre, nos anos 1980, numa época que a prova contava com parti-cipação rotineira de medalhistas olímpicos e recordistas mundiais, como os portugueses Carlos Lopes e Fernando Mamede.

Luiz Antonio dos Santos, atleta de Henrique Viana, Ronaldo da Costa, de Carlos Cavalheiro, e Vanderlei Cordeiro de Lima, de Ricardo D’Angelo, disputavam regularmente provas em pista e deram as maiores glórias ao Brasil na maratona. Pela ordem: bronze no Mundial de Gotemburgo 1995, recordista mundial em Berlim 1998 e bronze olímpico em Atenas 2004.

Nos anos 2000, além de se contarem às centenas o nú-mero de provas com premiação em dinheiro, os principais eventos são organizadores por empresas especializadas. Dezenas das mais importantes cumprem o caderno de en-cargos da CBAt e têm seus resultados homologados. Para-lelamente, centenas de outras provas têm supervisão das Federações Estaduais.

Os principais especialistas do País alertam sempre para os benefícios de se intercalar competições de rua com provas de pista. “Vale a pena”, insiste Adauto Domingues, ele mesmo exemplo dos bons resultados dessa linha de pensamento.

Além de Marilson Gomes dos Santos, quinto na marato-na olímpica de Londres 2012, outros bons nomes se desta-cam: um deles Solonei Rocha da Silva, treinado por Ricardo D’Angelo, campeão da maratona no PAN de Guadalajara 2011 e sexto no Mundial de Moscou 2013. Outro é Paulo Roberto de Almeida Paula, oitavo na maratona olímpica de 2012 e sétimo no Mundial de 2013.

Antes da final do prazo para obtenção do índice olímpi-co para o Rio 2016, em 8 de maio, 18 maratonistas haviam alcançado as marcas: 12 no masculino e seis no feminino. É um recorde absoluto na história nacional da prova.

No feminino, aliás, o pedestrianismo cresce principal-mente a partir dos anos 1980. Eleonora de Mendonça é uma das pioneiras. Angélica de Almeida e Janete Mayal vêm na sequência. Nos anos 1990 quem brilha é Carmem de Oliveira Furtado, finalista dos 10.000 no Mundial de Stuttgart, antiga recordista sul-americana da maratona e primeira brasileira campeã da São Silvestre. Bicampeã da maratona no PAN, Adriana Aparecida da Silva é o destaque do momento. Antes teve Marcia Narloch, campeã do PAN em Santo Domingo 2003.

Outros atletas se destacam em médias distâncias, como o pernambucano Wellington Bezerra da Silva e a piauiense Con-ceição de Maria Oliveira, campeões do Ranking CAIXA CBAt de Corredores 2015. Os 10 primeiros do Ranking – no masculino e no feminino – integram o Programa Caixa de Apoio a Corre-dores de Elite 2016. O programa foi criado em 2006 pela CBAt, com apoio da Caixa Econômica Federal.

Wagner C

armo/C

BA

tA

laor

Filh

o/C

OB

Adriana Aparecida da Silva (maratona)

Solonei Rocha da Silva (maratona)

Page 24: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

24

2016

Provas da temporada

Lista de corridas OURO e PRATA

DATA PROVA DISTÂNCIA LOCAL10/01 XXXII Corrida de Reis 10 km Cuiabá (MT)20/01 Corrida de São Sebastião Caixa 10 km Rio de Janeiro (RJ)21/02 X Meia Maratona Internacional de São Paulo Meia Maratona São Paulo (SP)10/04 17ª Meia Maratona Internacional Caixa de Brasília Meia Maratona Brasília (DF) *24/04 XXII Maratona Internacional de São Paulo Maratona São Paulo (SP) * 24/04 Prova Rústica Tiradentes 10 km Maringá (PR)14/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Uberlândia (MG) *15/05 Asics Golden Rio Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)15/05 10 KM Tribuna FM Unilus 10 km Santos (SP)22/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Belo Horizonte (MG) *29/05 Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro Maratona Rio de Janeiro (RJ) *29/05 Meia Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)05/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Campo Grande (MS)* 26/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Goiânia (GO) *09/07 Corrida Internacional 09 de julho 10 km Boa Vista (RR) *31/07 São Paulo City Marathon e São Paulo Half Marathon Maratona e Meia Maratona São Paulo (SP)31/07 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Recife (PE) *07/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Fortaleza (CE) *28/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Porto Alegre (RS) *25/09 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Ribeirão Preto (SP) *25/09 IX Maratona Internacional de Foz do Iguaçu SESCPR Maratona Foz do Iguaçu (PR)16/10 Circuito de Corridas CAIXA 10 km São Paulo (SP) *16/10 XX Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ) *23/10 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Curitiba (PR)*06/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Brasília (DF) *13/11 Asics Golden Brasília Meia Maratona Brasília (DF)20/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Salvador (BA) *04/12 Volta Internacional da Pampulha 18 km Belo Horizonte (MG) *31/12 Corrida Internacional de São Silvestre 15 km São Paulo (SP) *

* Corridas que integram o Ranking Caixa CBAt de Corredores 2016

Page 25: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

25

MEDALHAS

O Atletismo do Brasil no pódio olímpico

Atletas do País brilharam em sete provas do programa dos Jogos

Além do triplo, em que nosso País con-quistou seis medalhas olímpicas e de que tratamos na edição anterior da

PODIUM, os brasileiros ganharam medalhas em mais seis provas: salto em altura, 800 m, 200 m, 4x100 m, maratona e salto em distância feminino. No salto em altura, aliás, o País ga-nhou sua primeira medalha, com o carioca José Telles da Conceição, que levou a de bronze nos Jogos de Helsinque 1952, na Finlândia.

Nos 800 m foram dois pódios, ambos ob-tidos por Joaquim Cruz, com o ouro em Los Angeles 1984, nos Estados Unidos, e a pra-ta em Seul 1988, na Coreia do Sul. Robson Caetano da Silva ganhou o bronze nos 200 m, também em Seul 1988. Depois foi a vez o revezamento 4x100 m, com o bronze em Atlanta 1996, nos Estados Unidos, e a prata em Sydney 2000, na Austrália. Aí veio o bron-ze de Vanderlei Cordeiro de Lima na mara-tona, em Atenas 2004, na Grécia. E o ouro de Maurren Maggi no salto em distância, em Pequim 2008, na China.

São 14 medalhas no total. O triplo ganhou seis, sendo duas de ouro, uma de prata e três de bronze (ver PODIUM 7). Antes, porém, dos triplistas Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira, quem primeiro levou o Brasil ao pódio foi José Telles da Conceição, no salto em altura.

Telles, do CR Flamengo, tinha 21 anos quando ganhou a medalha olímpica. Para isso, saltou 1,98 m, igualando seu

Museu do E

sporte da Finlândia

José Telles da Conceição, bronze no salto em altura em Helsinque 1952

próprio recorde nacional, estabelecido na mesma tempo-rada, exatamente na seletiva Olímpica. A 17 de abril de 1954, em São Paulo, no Campeonato Sul-Americano, ele saltou 2,00 m. O recorde só cairia depois de 19 anos, a 25 de julho de 1973, quando Irajá Chedid Cecy, de 18 anos,

Page 26: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

26

MEDALHAS

saltou 2,01 m em Brasília. Irajá bateu mais duas vezes o recorde, até marcar 2,12 m em 1976.

Nos anos 1920, um nome importante do salto em al-tura foi Eurico Teixeira de Freitas, que integrou a primeira Seleção Olímpica do Atletismo nacional, nos Jogos de Paris 1924, na França. Na década de 1930 quem brilhou foi Ícaro de Castro Mello, depois um famoso arquiteto, que esta-beleceu seis recordes nacionais, chegando a 1,935 m, em

1938, dois anos após disputar a Olim-píada de Berlim 1936, na Alemanha.

Claudio da Matta Freire quebrou três vezes o recorde brasileiro na década de 1980, sendo seu recorde pessoal 2,25 m, de 10 de outubro de 1982, no Rio de Janeiro. Esta marca vigorou até 2003, quando Jessé Farias de Lima, de 22 anos, e Fabricio de Aze-vedo Romero, de 25, saltaram 2,27m.

De 2003 a 2009, o Ranking Na-cional teve sempre a liderança de Jessé Farias de Lima, que em 2 de setembro de 2008, saltou 2,32 m no Meeting de Lausane, na Suíça, marca que se constitui em recorde brasilei-ro, até hoje. Nos três últimos anos, o primeiro do Ranking tem sido Talles Frederico da Silva Em 2016, Talles, de 25 anos, saltou 2,29 m e fez o ín-dice para os Jogos do Rio.

Falar dos 800 m no Brasil é falar de Joaquim Carvalho Cruz, dono de duas medalhas olímpicas e bronze na primeira edição do Mundial de Atletismo, em Helsinque 1983, na Finlândia. Um dos cinco maiores nomes da história da prova, foi re-

cordista mundial de juvenis (sub-20).Outros dois grandes meio-fundistas, com fantásticos re-

sultados nos 800 m foram José Luiz Barbosa, o Zequinha, e Agberto Guimarães. Zequinha foi finalista olímpico em Seul e Barcelona 1992, ganhou duas medalhas em Mun-diais de Atletismo (prata e bronze em Tóquio 1991 e Roma 1987) e duas em Mundiais Indoor (ouro em Indianápolis 1987 e prata em Budapeste 1989).

Arq

uivo

/CB

At

Joaquim Cruz: medalha ouro em Los Angeles 1984 e prata em Seul 1988 nos 800 m

Page 27: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

27

Arquivo/C

BA

t

Robson Caetano, medalha de bronze em Seul 1988 nos 200 m

Já Agberto, diretor de Esportes do Rio 2016, foi finalista olímpico em Moscou 1980 e no Mundial de Helsin-que 1983. Também ganhou bronze na Copa do Mundo de Camberra 1985. Joaquim, Zequinha, Agberto e outros três brasileiros fizeram a distância em menos de 1:45.00: Kleberson Davide, Fabiano Peçanha e Osmar Barbosa dos Santos. (Veja reportagem especial sobre os 800 m a partir da Página 31.)

O quinto recorde nacional de José Telles da Conceição nos 200 m foi 20.8, em Buenos Aires 1958. Com este tempo, ele igualou a marca que já fizera nos Jogos Pan-Americanos do México 1955, em que deu ao Brasil a medalha de bronze. Em 1956, Telles, aos 25 anos, foi finalista da prova na Olimpíada de Melbourne.

Telles sucedeu na linha dos velocis-tas que movimentaram a lista de re-cordes dos 200 m José Bento de Assis Júnior. Também José Bento – do Vasco da Gama, Espéria e, finalmente, São Paulo FC – bateu cinco vezes o recorde brasileiro da prova, até chegar a 21.2 no Campeonato Paulista de 1941, em 5 de outubro, aos 26 anos.

O último recorde de José Telles caiu apenas em 1974, quando Rui da Silva, do CR Vasco da Gama, marcou 20.6, em Campinas, a 22 de setembro, aos 23 anos. Rui foi o quinto na final dos 200 m na Olimpíada de Montreal 1976 e na semifinal estabeleceu novo recorde brasileiro com 20.76 (cronometragem eletrônica).

Oito anos depois, nos Jogos de Los Angeles 1984, João

Batista Eugênio da Silva, aos 21 anos, foi o quarto colocado com 20.30, novo recorde. No ano seguinte ele ganharia a medalha de bronze nos Jogos Mundiais Indoor, em Paris. Em 1988, finalmente, um brasileiro subiu ao pódio olímpi-co na prova: Robson Caetano da Silva, de 24 anos, em 28 de setembro, com 20.04. No total, Robson estabeleceu seis recordes brasileiros na prova, chegando a 19.96 em 25 de agosto de 1989, em Bruxelas.

Page 28: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

28

MEDALHAS

Esta marca vigorou por 10 anos, até 11 de setembro de 1999, quando Claudinei Quirino da Silva, aos 29 anos, ven-ceu o Grand Prix Final de Munique com 19.89. Claudinei ganhou a medalha de bronze no Mundial de Atenas 1997 e a de prata no Mundial de Sevilha 1999. Na Olimpíada de Sydney conseguiu o sexto lugar.

O revezamento 4x100 m masculino deu duas medalhas olímpicas ao Brasil: a de bronze em Atlanta 1996 e a de prata em Sydney 2000. Dois veteranos, Arnaldo de Oliveira Silva e Robson Caetano da Silva, ambos com 32 anos, cor-reram juntos com Edson Luciano Ribeiro e André Domin-gos da Silva, os dois então com 24 anos. Em 3 de agosto de 1996, este quarteto marcou 38.41 – recorde sul-americano – em Atlanta e ficou atrás apenas do Canadá (campeão) e dos Estados Unidos (medalha de prata).

Quatro anos depois, em Sydney, Edson e André esta-vam novamente na equipe, desta vez ao lado de Vicen-te Lenilson (de 23 anos) e Claudinei Quirino (de 30) – Claudio Roberto Souza disputou a semifinal no lugar de Claudinei Quirino, poupado para a disputa da semifinal dos 200 m. Na final, a equipe marcou 37.90, uma das 10 melhores marcas da história da prova, e garantiu o segundo lugar ao Brasil.

Antes, duas vezes o Brasil chegou à final olímpica da prova, em oitavo lugar: em Moscou 1980 e Los Angeles 1984. Na capital soviética correram: Nelson Rocha dos Santos, Altevir da Silva Araújo Filho, Milton Costa de Castro e Katsuhico Nakaya. Em Los Angeles, correram Nakaya, Nelson Rocha dos Santos, Paulo Roberto Correia e Arnaldo de Oliveira Silva.

Depois das medalhas de 1996 e 2000, o time foi o oitavo

Was

hing

ton

Alv

es/C

OB

4x100 m medalha de prata em Sydney 2000

Page 29: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

29

em Atenas 2004, com Edson Luciano Ribeiro, André Domingos da Silva, Vicente Lenilson de Lima e Claudio Roberto Souza. E em Pe-quim 2008, o quarteto foi o quarto colocado com Vicente Lenilson, Sandro Ricardo Rodri-gues Viana, Bruno Lins Tenório de Barros e José Carlos Gomes Moreira, o Codó.

A maratona é uma das provas nobres do programa olímpico. E o Brasil está registra-do entre os países que já colocaram atletas no pódio. Instituída na edição inaugural dos

Wan

der R

ober

to/C

OB

Divulgação/C

OB

Maurren Maggi: ouro no salto em distância em Pequim 2008

Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze na maratona em Atenas 2004

Jogos Modernos, em Atenas 1896, foi na segunda vez em que a capital da Grécia organizou os Jogos que o Atletismo nacional alcançou seu melhor resultado na prova.

Tudo graças a Vanderlei Cordeiro de Lima, então com 35 anos e atleta da BM&FBovespa, que, em Atenas 2004, conquistou um pódio heróico. Agredido por um manifes-tante quando liderava a prova, fato que prejudicou sua performance, física e psicologicamente, ele conseguiu vol-tar à disputa e garantiu o terceiro lugar e uma medalha de

bronze para o País.Antes de Vanderlei, o melhor resultado olímpico de um

brasileiro na maratona havia sido o 10º lugar de Luiz Anto-nio dos Santos, em Atlanta 1996.

Os maratonistas brasileiros também obtiveram suces-so em Londres 2012, quando Marilson Gomes dos Santos foi o quinto colocado. Outros dois representantes do País também alcançaram boas colocações: Paulo Roberto de Almeida Paula foi o oitavo e Franck Caldeira de Almeida

ficou no 13º lugar.

Finalmente, em Pequim 2008, a medalha de ouro ganha por Maurren Maggi, en-tão com 32 anos, no salto em distância. Foi a primeira medalha olímpica ganha por uma mulher brasileira no torneio do Atletismo.

Foi uma comemoração em grande es-tilo: fazia então 80 anos que as mulhe-res haviam disputado pela primeira vez o Atletismo em Olimpíada, nos Jogos de Amsterdã 1928. Maurren, então atleta da BM&FBovespa, saltou 7,04 m, sua melhor marca em cinco anos.

Também em Pequim, além do ouro de Maurren Maggi, outra atleta do País classi-ficou-se para a final da prova: Keila da Silva Costa, que foi a 11ª colocada, aos 25 anos.

Page 30: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores
Page 31: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

31

No Ranking Nacional das provas olímpicas, a dos 800 m masculino ocupa um lugar muito especial. Afinal, além de duas medalhas olímpicas, o Bra-

sil colocou atletas no pódio do Mundial de Atletismo, no Mundial Indoor, na Copa do Mundo e nos Jogos Pan--Americanos. O astro da história do País na distância é o brasiliense de Taguatinga Joaquim Carvalho Cruz, sendo que também brilharam o sul-mato-grossense de Três Lago-as José Luiz Barbosa, o Zequinha, e o paraense de Tucuruí Agberto Conceição Guimarães.

A história dos brasileiros nesta tradicional prova que exige dos corredores duas voltas completas na pista oficial começa muito antes, nos primeiros anos do século XX. Pesquisado-res, como José Clemente Gonçalves, indicam que o primeiro recorde brasileiro da prova foi registrado em 2 de novembro de 1919, por Hernani de Carvalho, do Fluminense FC, que venceu o Campeonato do Rio de Janeiro, com 2:31.0. A mar-ca de Hernani caiu em 22 de agosto de 1920, quando Rai-

Mar

celo

Fer

relli

/CB

At

Joaquim Cruz: duas medalhas olímpicas nos 800 m

DOSSIÊ: 800 M

As conquistas brasileiras na prova

País colocou atletas em pódios de Olimpíadas, Mundiais e PAN

mundo Furtado marcou 2:19.2, em São Paulo.Nove anos depois, Helio Bianchini, do CR Tietê, tor-

nou-se, aos 24 anos, o primeiro meio-fundista do País a cor-rer a distância em menos de dois minutos. Atleta do CA Pau-listano, Helio marcou 1:59.8, em 30 de setembro de 1928, em São Paulo, ao conseguir primeiro lugar na Taça Eduardo Ramos. No entanto, entre os feitos de Hernani de Carvalho e Helio Bianchini, 10 atletas movimentaram o recorde brasilei-ro, entre eles dois nomes que estiveram na primeira equipe olímpica do Atletismo nacional, nos Jogos de Paris 1924.

Um deles foi Alfredo Gomes, de 24 anos, do Clube Es-peria, mais conhecido por seus resultados em distâncias maiores, que fez 2:03.7 e 2:02.1, pela ordem, em 8 de ju-lho e 2 de setembro de 1923, em etapas do Campeona-to Estadual. O segundo foi Narciso Valadares Costa, de 22 anos, do CR Tietê, que, logo na sequência das marcas de Alfredo Gomes, fez 2:00.6 e 2:00.3, respectivamente em 7 de setembro e 4 de outubro de 1925, também em provas válidas pelo Campeonato Paulista.

Entre 1930 e 1935, depois de Helio Bianchini, o recor-de brasileiro caiu seis vezes, quatro delas pelos pés de Do-mingos Puglisi e duas por Nestor Gomes. Puglisi, do CR Tietê, então com apenas 19 anos, obteve seu quarto recorde em 13 de setembro de 1931, em São Paulo, com 1:56.2, em etapa do Campeonato Estadual. Em seguida, Nestor Gomes, de 23 anos, do CA Paulistano, quebrou duas vezes o recorde e che-gou a 1:55.2, em prova do Campeonato Sul-Americano, em 14 de abril de 1935, em Santiago, do Chile.

Puglisi e Nestor Gomes disputaram a Olimpíada de Los Angeles 1932. Na verdade, nestes Jogos disputados na maior cidade da costa oeste dos Estados Unidos, ambos disputaram outras provas. Puglisi correu os 400 m e Nes-tor, os 1.500 m, provas em que, por sinal, também foram recordistas brasileiros.

Na década de 1940, quatro vezes o recorde brasileiro foi quebrado, duas vezes por Rosalvo da Costa Ramos, aos 27 anos, do CR Vasco da Gama, e duas por Agenor Silva, do São

Page 32: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

32

Paulo FC. O melhor tempo de Rosalvo, que disputou os 200 m e 400 m nos Jogos Olímpicos de Londres 1948, foi 1:55.0, marca feita no Campeonato do Rio de Janeiro, em 12 de ou-tubro de 1941. Agenor Silva, à época com 26 anos, foi o cam-peão da prova na primeira edição do Troféu Brasil, em 7 de setembro de 1945, quando marcou 1:53.4, em São Paulo.

Argemiro Roque, atleta da Seleção Brasileira nos Jo-gos de Helsinque 1952 (quando fez os 400 m e 800 m), dominou a prova nos anos 1950, estabelecendo três recordes do País. A melhor marca ele alcançou já com 37 anos, em 21 de abril de 1957, no Torneio ABC, com 1:51.9. Este recorde de Argemiro, do Clube Campineiro de Regatas e Natação, vigorou por 12 anos, até 15 de junho de 1969, quando Darcy Pereira Leão, do São Pau-lo, aos 24 anos, venceu o Troféu Brasil com 1:51.7. Foi o único recorde nacional da prova nos anos 1960.

O recorde de Darcy demorou em cair e quem o que-brou foi Agberto Guimarães, da Tuna Luso-Brasileira, aos 19 anos, em 3 de outubro de 1976, em São Paulo, quando marcou 1:49.4, no Troféu Brasil. Agberto estabeleceu qua-tro recordes, até chegar a 1:45.94, no Meeting de Rieti, na Itália, em 21 de julho de 1979.

Já o primeiro corredor a completar a prova em menos de 1:45.0 foi o brasiliense Joaquim Carvalho Cruz. Aos 18 anos, e então defensor da AA Gama Filho, em 27 de junho de 1981, no Troféu Brasil, ele fez 1:44.3, na pista do Es-tádio Célio de Barros, no Rio. A marca vigorou, também, como recorde mundial sub-20, por 16 anos. O único atle-

ta a igualar um recorde de Joaquim foi seu colega Zequi-nha Barbosa, que no Troféu Brasil de 1983, em São Paulo, fez também 1:44.3, aos 22 anos.

Considerado um dos maiores corredores de 800 m da história, Joaquim quebraria outras cinco vezes o recorde nacional, agora sempre com cronometragem eletrônica, até chegar a 1:41.77, no Meeting de Colônia, na Alemanha, em 26 de agosto de 1984.

Esta marca permanece em 2016, mais de 30 anos de-pois, como recorde sul-americano e faz do brasileiro o quin-to melhor atleta da história da prova. Joaquim é dono do melhor tempo entre todos os atletas da prova nas Américas, e dos países da área ibero-americana. Joaquim Cruz, agora 53 anos, mora desde 1983 nos Estados Unidos, e trabalha como treinador da equipe paralímpica norte-americana.

Desde a marca de Hernani de Carvalho, de 1919, até a de Joaquim Cruz, em 1984, 19 atletas estabeleceram 39 vezes o recorde nacional dos 800 m.

A geração do trio Joaquim-Zequinha-Agberto não podia, mesmo, ser substituída. São atletas extraordinários, que reduzido número de nações puderam produzir. Mesmo os Estados Unidos, maior potência esportiva do planeta, não-revelaram um valor como Joaquim Cruz nos 800 m. No en-tanto, é preciso reconhecer que outros bons atletas surgi-ram nos 800 m no Brasil, após a geração fantástica.

O primeiro deles foi Osmar Barbosa dos Santos, que che-gou a treinar com Luiz Alberto de Oliveira, o mesmo técnico de Joaquim, Zequinha e Agberto. Osmar garantiu o direito de frequentar a seleta lista dos meio-fundistas brasileiros a fazer os 800 m em menos de 1:45.00. Isto aconteceu no Rio de Janeiro, no Estádio Célio de Barros, em 22 de julho de 2000, quando marcou 1:44.87. Osmar conseguiu resultados impor-tantes. Em 2003, o antigo trabalhador rural ganhou a meda-lha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e, depois, foi finalista no Campeonato Mundial de Paris.

Mas sua principal conquista aconteceu 2004, quando

Agberto Guimarães, finalista olímpico nos 800 m em Moscou 1980

Div

ulga

ção/

CO

B

O MELHOR DE JOAQUIM CRUZ

• 1:41.77 Colônia-ALE 26/08/1984• 1:42.34 Zurique-SUI 22/08/1984• 1:42.41 Bruxelas-BEL 24/08/1984• 1:42:49 Koblenz-ALE 28/08/1985• 1:42.54 Colônia-ALE 25/08/1985• 1:42.98 Berlim-ALE 23/08/1985• 1:43.00 Los Angeles-EUA 06/08/1984

DOSSIÊ: 800 M

Page 33: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

33

foi ao Mundial Indoor de Budapeste e ficou em terceiro lu-gar na final da prova, dando ao Brasil a medalha de bronze.

Depois, foi a vez do gaúcho Fabiano Peçanha, que marcou 1:44.60 na Universíade de Bangkok, em 11 de agosto de 2007, quando ganhou medalha de prata. Fabia-no ganhou bronze duas vezes nos Jogos Pan-Americanos: em Santo Domingo 2003 e no Rio de Janeiro 2007.

Rosalvo da Costa foi recordista brasileiro dos 800 em 1941 Kleberson Davide, prata no PAN de 2007 e 2011 nos 800 m

Arq

uivo

/CB

At W

agner Carm

o/CB

At

Em seguida apareceu Kleberson Davide, que em 7 de agosto de 2011 fez a prova em 1:44.21 e tornou-se o quarto mais rápido corredor da história dos 800 m no Brasil, ficando atrás apenas de Joaquim, Zequinha e Ag-berto. E à frente de Fabiano Peçanha e Osmar Barbosa dos Santos, o sexteto que derrubou a mítica barreira dos 1:45.00. Atualmente casado com a velocista Francie-la Krasucki, Kleberson Davide já disputou Olimpíadas e

RANKING HISTÓRICO DOS BRASILEIROSNOS 800 M

• Joaquim Cruz 1:41.77 Colônia-ALE 26/08/1984• José Luiz Barbosa 1:43.08 Rieti-ITA 06/09/1991• Agberto Guimarães 1:43.63 Koblenz-ALE 29/08/1984• Kleberson Davide 1:44.21 São Paulo-BRA 07/08/2011• Fabiano Peçanha 1:44.60 Bangkok-TAI 11/08/2007• Osmar Barbosa 1:44.87 Rio de Janeiro-BRA 22/07/2000

Campeonatos Mundiais.Os brasileiros conquistaram 26

medalhas nas mais importantes competições internacionais: Olim-píadas, Mundiais de Atletismo, Mundiais Indoor, Copa do Mundo, Jogos Pan-Americanos, Mundiais de Juvenis e Mundiais de Meno-res. Foram 24 pódios na categoria principal, uma no feminino juvenil e uma no masculino menor.

Page 34: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

34

DOSSIÊ: 800 M

Evolução

Recordes Brasileiros – 800 m masculino

2:31.0 Hernani de Carvalho Rio de Janeiro-DF 02/11/19192:19.2 Raimundo Furtado São Paulo-SP 22/08/19202:19.0 João Carbona Rio de Janeiro-DF 15/05/19212:17.8 Orlando Della Nina São Paulo-SP 21/08/19212:17.2 João Diniz Junqueira Rio de Janeiro-DF 11/19212:09.6 Bertholdo Marques da Costa Rio de Janeiro-DF 18/11/19212:06.6 Bertholdo Marques da Costa Rio de Janeiro-DF 19/08/19222:03.7 Alfredo Gomes São Paulo-SP 08/08/19232:02.1 Alfredo Gomes São Paulo-SP 02/09/19232:00.6 Narciso Valadares Costa São Paulo-SP 07/09/19252:00.3 Narciso Valadares Costa São Paulo-SP 04/10/19251:59.8 Hélio Bianchini São Paulo-SP 30/09/19281:58.2 Domingos Puglisi São Paulo-SP 14/09/19301:57.8 Domingos Puglisi São Paulo-SP 22/03/19311:57.7 Domingos Puglisi São Paulo-SP 29/03/19311:56.2 Domingos Puglisi São Paulo-SP 13/09/19311:55.6 Nestor Gomes São Paulo-SP 24/03/19351:55.2 Nestor Gomes Santiago-CHI 14/04/19351:55.1 Rosalvo da Costa Ramos São Paulo-SP 30/03/19411:55.0 Rosalvo da Costa Ramos Rio de Janeiro-DF 12/10/19411:54.0 Agenor Silva São Paulo-SP 28/08/19451:53.4 Agenor Silva São Paulo-SP 07/09/19451:53.3 Argemiro Roque Buenos Aires-ARG 08/05/19521:53.2 Waldomiro Monteiro Rio de Janeiro-DF 05/12/19541:52.4 Argemiro Roque Santiago-CHI 19/04/19561:51.9 Argemiro Roque Santiago-CHI 21/04/19571:51.7 Darcy Leão Pereira Rio de Janeiro-GB 15/06/19691:49.9 Darcy Leão Pereira São Paulo-SP 16/05/19711:49.4 Agberto Conceição Guimarães São Paulo-SP 03/10/19761:46.88* Agberto Conceição Guimarães Rio de Janeiro-RJ 10/07/19771:46.00* Agberto Conceição Guimarães Sofia-BUL 21/08/19771:45.94* Agberto Conceição Guimarães Rieti-ITA 21/07/19791:44.3 Joaquim Carvalho Cruz Rio de Janeiro-RJ 27/06/19811:44.3 José Luiz Barbosa São Paulo-SP 26/06/19831:44.04* Joaquim Carvalho Cruz Oslo-NOR 09/07/19831:43.82* Joaquim Carvalho Cruz Los Angeles-EUA 05/08/19841:43.00* Joaquim Carvalho Cruz Los Angeles-EUA 06/08/19841:42.34* Joaquim Carvalho Cruz Zurique-SUI 22/08/19841:41.77* Joaquim Carvalho Cruz Colônia-ALE 26/08/1984

(*) Cronometragem Eletrônica.

Page 35: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

35

Medalhas

Brasileiros no pódio dos 800 m pelo mundo

JOGOS OLÍMPICOSOURO Joaquim Cruz Los Angeles-EUA 06/08/1984PRATA Joaquim Cruz Seul -KOR 29/09/1988

CAMPEONATOS MUNDIAISPRATA José Luiz Barbosa Tóquio-JAP 27/08/1991BRONZE Joaquim Cruz Helsinque-FIN 09/08/1983BRONZE José Luiz Barbosa Roma-ITA 01/09/1987

MUNDIAIS INDOOROURO José Luiz Barbosa Indianápolis-EUA 08/03/1987PRATA José Luiz Barbosa Budapeste-HUN 04/03/1989BRONZE Osmar Barbosa Budapeste-HUN 07/03/2004

COPA DO MUNDOPRATA Luciana Mendes Londres-GBR 10/09/1994BRONZE Agberto Guimarães Camberra-AUS 04/10/1985

JOGOS PAN-AMERICANOSOURO Agberto Guimarães Caracas-VEN 24/08/1983OURO José Luiz Barbosa Mar Del Plata-ARG 24/03/1995PRATA José Luiz Barbosa Caracas-VEN 24/08/1983PRATA José Luiz Barbosa Indianápolis-EUA 16/08/1987PRATA Luciana Mendes Mar Del Plata-ARG 24/03/1995PRATA Osmar Barbosa Santo Domingo-DOM 06/08/2003PRATA Kleberson Davide Rio de Janeiro-BRA 28/07/2007PRATA Kleberson Davide Guadalajara-MEX 28/10/2011BRONZE Agberto Guimarães San Juan-PUR 09/07/1979BRONZE Soraya Vieira Telles Indianápolis-EUA 16/08/1987BRONZE Christiane Ritz Santo Domingo-DOM 06/08/2003BRONZE Fabiano Peçanha Santo Domingo-DOM 06/08/2003BRONZE Fabiano Peçanha Rio de Janeiro-BRA 28/07/2007BRONZE Flavia Maria de Lima Toronto-CAN 22/07/2015

Page 36: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

36

DOSSIÊ: 800 M

Mulheres nos 800 m

O feminino, de Soraya Telles e Luciana Mendes

Um nome acompanha a história dos 800 m feminino no Brasil: Soraya Vieira Telles. Tanto que dos 19 re-cordes nacionais já estabelecidos na prova, 10 per-

tencem a Soraya, que os marcou ao longo de 11 tempora-das. O primeiro recorde ela quebrou a 1º de outubro de 1978, quando, aos 20 anos, competindo pelo Fluminense FC, venceu o Troféu Brasil, no Rio de Janeiro, com 2:08.5 (cronometragem manual).

Ela também foi a primeira meio-fundista do País a correr a distância em menos de dois minutos, em 15 de junho de 1988, quando marcou 1:59.92, no Meeting de Schuechat, na Áustria, quando defendia o Nacional de Manaus. Foi seu 10º recorde na prova e também é seu recorde pessoal. Soraya também foi recordista bra-sileira dos 1.500 m (4:10.07), 3.000 m com obstáculos (10:38.98), 4x400 m (3:29.22); e ainda detém o recorde da milha – 1.609 m (4:30.05).

O primeiro recorde oficial da prova, foi registrado em 4 de agosto de 1962, por Maria José Lima, de 34 anos, do CA Paulistano, com 2:39.4, em São Paulo, pelo Troféu A. P. Nunes. Maria José quebrou mais duas vezes o recorde, com 2:35.2 e 2:20.8. Irenice Maria Rodrigues, do Botafogo FR, bateu duas vezes o recorde, chegando a 2:08.5, aos 24 anos, em 5 de agosto de 1967, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá.

Durante o reinado de Soraya, quem alcançou o recorde uma vez foi Tânia Maria Miranda, com 2:06.5, aos 25 anos, em 26 de junho de 1983, em São Paulo. Quem veio depois de Soraya foi Magnólia Figueiredo, atual presidente da Fe-deração de Atletismo do Rio Grande do Norte. Em 17 de julho de 1991, em Roma, Itália, no Golden Gala Meeting, aos 28 anos, quando competia pela ADC Eletropaulo, ela marcou 1:59.53. E voltaria a bater o recorde a 19 de junho de 1993, em Lisboa, quando marcou 1:59.51.

O atual recorde brasileiro pertence, desde 30 de ju-lho de 1994, à carioca Luciana de Paula Mendes, que fez 1:58.27, no Meeting de Hechtel, na Bélgica, quando defen-dia o Sesi de São Caetano do Sul. Luciana é a meio-fundista brasileira dona da principal conquista feminina nos 800 m: ganhou a medalha de prata na Copa do Mundo de Lon-

dres, na Grã-Bretanha, em 1994.Três atletas ganharam bronze no PAN: Soraya Vieira Tel-

les, em Indianápolis, nos Estados Unidos; Christiane Ritz dos Santos, em Santo Domingo 2003, na República Domi-nicana, quando defendia a ULBRA e tinha 22 anos; e Flávia Maria de Lima (atualmente na ASA-São Bernardo), em To-ronto 2015, no Canadá, aos 22 anos.

Depois de Luciana Mendes (1:58.27), Magnólia Fi-gueiredo (1:59.51), Soraya Telles (1:59.92), Flavia de Lima (2:00.40) e Christiane Ritz (2:00.98), a melhor brasilei-ra na história dos 800 m é Juliana Gomes dos Santos, da BM&FBovespa, que tem 2:01.25, marca de 2005. Juliana, aos 19 anos, ganhou a medalha de bronze no Mundial de Juvenis de Kingston 2002, na Jamaica.

Soraya Vieira Telles ganhou bronze no PAN de Indianápolis 1987

Ari G

omes/C

BA

t

Page 37: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

37

HERÓI

José Luiz Barbosa

Uma longa carreira de sucesso nos 800 m

José Luiz Barbosa foi vice campeão mundial em Tóquio 1991

IAA

F M

agaz

ine

José Luiz Barbosa, ou melhor, Zequinha Barbosa, garan-tiu seu lugar entre os grandes meio-fundistas da histó-ria do Atletismo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990,

quando obteve sucesso pelas pistas de todo o mundo. Mais do que as várias conquistas, há um dado irrefutável: manteve-se entre os dez melhores do Ranking Mundial dos 800 m, uma prova muito exigente, por 10 anos. Ele correu a distância nada menos do que 38 vezes abaixo de 1:45.00.

Neste período, o atleta nascido em 27 de maio de 1961, na cidade de Três Lagoas, em Mato Grosso, hoje, Mato Grosso do Sul, ganhou duas medalhas no Mundial de Atle-

tismo e mais duas no Mundial Indoor. Foi duas vezes fina-lista olímpico e subiu em quatro oportunidades ao pódio em Jogos Pan-Americanos.

O talento para o esporte foi descoberto na escola, ain-da em Três Lagoas, quando o professor de educação física Paulo Rocha o inscreveu numa competição colegial. Partici-pou de corridas e do salto em altura. Virou atleta e passou a treinar em Araçatuba, no interior de São Paulo, com José dos Santos Primo. Depois se transferiu para Guarulhos, e foi colega de alguns dos maiores nomes do Atletismo da época. A começar por João Carlos de Oliveira, então recor-dista mundial do salto triplo.

Em junho de 1983, fez o melhor tempo do ano dos 800 m, no Troféu Brasil, no Ibirapuera: 1:44.3 (cronometragem manual). Uma marca tão forte que permaneceu como re-corde do principal torneio nacional até agosto de 2011. O resultado fez Zequinha virar destaque. Foi convocado para o Mundial de Helsinque, na Finlândia, e para o PAN de Ca-racas, na Venezuela.

Em dezembro de 1983, Zequinha foi treinar em Eugene, nos Estados Unidos, com Luiz Alberto de Oliveira, ao lado de Joaquim Cruz, que seria campeão olímpico em Los An-geles, em 1984, e de Agberto Guimarães, outro destaque do meio-fundo brasileiro.

Zequinha despediu-se do esporte em 2000, aos 39 anos. Ele somava duas medalhas no Mundial de Atletismo: bronze em Roma 1987 e prata em Tóquio 1991. Ganhou duas no Mundial Indoor: ouro em Indianápolis 1987 e pra-ta em Budapeste 1989.

Outras quatro medalhas conseguiu no PAN: prata nos 800 m e no 4x400 m em Caracas 1983, prata nos 800 m em Indianápolis 1987, e ouro em Mar del Plata 1995. Ha-via sido duas vezes finalista olímpico: sexto colocado em Seul 1988 e quarto em Barcelona 1992. Ganhara uma vez o IAAF Grand Prix: em 1985. Era dono do melhor tempo já conseguido por um atleta com mais de 30 anos na prova: 1:43.08, em Rieti 1991.

Piadista, bem-humorado, brincalhão, Zequinha ca-sou-se nos Estados Unidos, separou-se, mas da união com Laura Loeser, teve duas filhas, Nathalia Lynn e Ca-sey Anna. Formado em Educação Física, ele também vive em San Diego, trabalhando em escolas e treinando atletas de alto rendimento.

Page 38: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

38

PRESENTE

Flavia Maria de Lima

Carreira construída ano a ano com muito treinamento

Bicampeã dos 800 m e tricampeã dos 1.500 m do Tro-féu Brasil Caixa de Atletismo, a paranaense Flavia Maria de Lima confirma ano a ano todo o seu poten-

cial no meio-fundo feminino brasileiro. No ano passado, por exemplo, ela conseguiu os recordes pessoais das duas provas, com 2:00.40 nos 800 m e 4:13.29 nos 1.500 m.

Com o resultado dos 800 m, alcançado na conquista da medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, ela ratificou os índices para disputar o Cam-peonato Mundial de Pequim, na China, e para integrar a

equipe brasileira na Olimpíada do Rio 2016. Ela estreou em Mundiais adultos no Ninho de Pássaro, no ano passado, e agora prepara-se para competir no Estádio Olímpico do Engenhão.

Os bons resultados de 2015, como as duas medalhas de prata conquistadas no Campeonato Sul-Americano de Lima, no Peru, reforçaram o otimismo de Flavia, nascida em 1º de julho de 1993, na cidade de Campo do Tenente.

“Quero correr os 800 m em menos de 2:00.00 e lutar para bater o recorde brasileiro”, comentou a corredora, re-ferindo-se à marca de 1:58.27, que desde 1995 pertence a Luciana de Paula Mendes. “Passo a passo quero conseguir representar o Brasil da melhor forma possível na Olimpía-da do Rio”, concluiu.

A carreira de Flavia é consistente já há alguns anos. Um exemplo disso é que acumula vitórias desde o tempo de ju-venil (sub-20), quando venceu a Copa Brasil Caixa de Cross Country de 2012, na cidade de Rio Claro (SP). No mesmo ano, foi convocada para a Seleção Brasileira que disputou o Campeonato Mundial de Juvenis de Barcelona, na Espa-nha. Ela foi semifinalista dos 800 m, ratificando o seu gran-de potencial.

Revelada pela FECAM, de Campo Mourão (PR), Fla-via defende atualmente o ASA São Bernardo-SP. Desde o ano passado, treina em Manaus, no Amazonas, seguin-do o técnico Luiz Alberto de Oliveira, que a orientava em Uberlândia, em Minas Gerais. Luiz Alberto é reverenciado por ter formado e desenvolvido um grupo forte de atle-tas, especialmente de meio-fundistas como o campeão olímpico Joaquim Cruz e os campeões pan-americanos Zequinha Barbosa e Agberto Guimarães nas décadas de 1980 e 1990.

Flavia Maria de Lima

Sér

gio

Dut

ti/C

OB

Page 39: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

39

FUTURO

Luís Fernando Silva Pires

Grande promessa do meio-fundo brasileiro

Luís Fernando Silva Pires

Wagner C

armo/C

BA

t

O paranaense Luís Fernando Silva Pires, do Espor-te Clube Pinheiros, é uma das promessas do meio-fundo brasileiro, especialidade que já deu

tantas glórias para o País. No ano passado, o corredor conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mun-dial de Atletismo de Menores, atual sub-18, disputado em Cáli, na Colômbia.

Ele completou as duas voltas na pista em 1:48.61 e só foi superado por dois quenianos – Willy Kiplimo Tarbei, que marcou 1:45.58, e Kipyegon Bett, que fez a prova em 1:45.86. “Foi uma conquista inesquecível”, disse o atleta, nascido em Diamante do Norte e treinado por Nayara Silva Lopes do Carmo e Clodoaldo Lopes do Carmo, em Jundiaí, em São Paulo.

Com a marca de 1:48.61, Luiz Fernando terminou a temporada em primeiro lugar no Ranking Brasileiro Sub-18 e Sub-20, o antigo juvenil. Ele ficou na quinta colocação no Ranking Mundial da IAAF do Sub-18.

Nascido no Paraná foi criado em Porto Primavera, em São Paulo, onde descobriu o Atletismo na escola. Um professor o colocou para disputar provas de 75 m e salto em distância. “Ele me achou grandão e nem me deixou discutir. Me encaminhou direto para o Atletis-mo”, lembrou. O técnico Marcelo Lima o viu em ação e o convidou para treinar no Centro de Excelência do Ibirapuera, referência no aperfeiçoamento de talentos, onde começou nos 250 m, ainda no pré-mirim. Depois mudou para os 1.000 m.

“Quando me mudei para Jundiaí, queria disputar os 1.500 m, não gostava dos 800 m. Era uma prova difícil, doía muito. Com o tempo, vi que era onde me destacava mais”, comentou Luís Fernando.

O objetivo imediato do atleta, que completou 18 anos no dia 05 de março, é buscar o índice para o Campeo-nato Mundial Sub-20, que será disputado em julho, em Bydgoszcz, na Polônia. Para isso, ele terá de melhorar seu recorde pessoal que é de 1:48.61. A marca mínima exigi-da é de 1:47.58. “É um tempo difícil, mas estou treinando para isso mesmo”, lembrou o corredor, em sua primeira temporada como juvenil.

Page 40: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

40

TREINADOR

Pedro de Almeida Pereira

Paraibano já revelou inúmeros talentos para o Atletismo nacional

Trabalhar como treinador no Atletismo exige dedica-ção e persistência, mas poucos trocariam o espor-te-base por outra modalidade. Por reconhecer a

importância deste profissional, a cada edição a PODIUM publica uma página com o perfil de um destes agentes es-senciais para a evolução atlética. Neste número, falamos do paraibano Pedro de Almeida Pereira. Ou, simplesmen-te, Pedrinho, como é chamado no meio.

Pedrinho nasceu em 31 de maio de 1960 em Pombal, no sertão paraibano, a 360 km de João Pessoa. Aos 15 anos foi morar com o pai, Vicente Pereira, que era vigia da Universidade Federal (UFPB), na capital do Estado. “Passei a viver ao lado da pista de Atletismo da Universidade, foi paixão imediata”, relata o treinador, que também é diretor

Pedro de Almeida Pereira

Fernanda Paradizo/C

BA

t

técnico da Federação Estadual de Atletismo.O curso de educação física da Universidade foi criado

em 1977 e um dos primeiros professores foi João Batista Freire. “Era um nome importante, muito conhecido em São Paulo”, lembra Pedrinho. “Na escola, ele era responsá-vel pela disciplina de Atletismo, e se tornaria um de meus primeiros mestres”, acrescenta.

“Mais tarde, cursei educação física e fiz especialização na área escolar na Unicamp (Universidade de Campinas), mas desde 1985 eu já trabalhava como assistente técnico”, recorda o agora técnico nacionalmente conhecido.

“Fui assistente do professor João Batista Freire e depois do professor Francisco Martins, que tinha entre seus atle-tas o velocista João Batista Eugênio da Silva (quarto nos 200 m na Olimpíada de Los Angeles 1984)”, ele fala.

O tempo passou e Pedrinho é responsável pelo projeto “Formação de atletas para o Atletismo”, na UFPB. “Nesse projeto, pudemos revelar talentos”, afirma. Um dos que saíram do projeto foi Basílio de Moraes Júnior – que já ser-viu a Seleção Brasileira nos 100 m, 200 m e 4x100 m.

Depois, foi a vez das irmãs Jailma e Jucilene Sales de Lima, que também defendem a Seleção. “Elas vieram de Taperoá, cidade onde o Ariano Suassuna (um dos maiores dramaturgos do País) ambientou o Auto da Compadecida”, diz, orgulhoso da obra do conterrâneo ilustre.

“Jailma começou no salto em altura, fez heptatlo e os 400 m com barreiras. Jucilene é a atual recordista brasileira do lançamento do dardo. Basílio foi treinar em São Paulo com o (Katsuhico) Nakaya e as meninas, com o João Paulo (Alves da Cunha)”, explica.

Nos anos 2000, Pedrinho fez o curso de Nível I da IAAF em Recife e depois o de Nível III (arremesso e lançamen-tos), em Santa Fé, na Argentina, E diz que logo um de seus jovens atletas vai mostrar força em nível nacional. “É o Adriel Rodrigues (da categoria sub-18)”. Também trabalha com atletas paralímpicos. Um deles, Petrucio Ferreira, é campeão mundial dos 100 m e 200 m (na categoria ampu-tados – membros superiores).

“Posso fazer isso porque a UFPB está muito bem equi-pada para o trabalho no Atletismo”, finaliza Pedrinho.

Page 41: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

41

ÁRBITRO

Ivo Sallowicz

De velocista a juiz de partida: “o segundo tiro ressoava antes que o primeiro”

O velocista e árbitro Ivo Sallowicz deixou seu nome gravado na história do Atletismo brasileiro. Primei-ro como atleta, depois como anotador e estatísti-

co e finalmente como árbitro, função que exerceu com a mesma vitalidade demonstrada nas pistas. Ivo na década de 1930 foi um dos melhores corredores de 100 m do País. Ele fez a prova em 10.5 (recorde brasileiro) em 1933. No mesmo ano, chegou a marcar 10.3 (recorde mundial), mas o tempo não pôde ser homologado porque a velocidade do vento não foi medida.

Depois que deixou de competir, não conseguiu man-ter-se afastado das pistas, pois, como se costumava di-zer na época, já tinha sido “contagiado pelo micróbio do Atletismo”. Ele começou a colaborar na realização das competições da Federação Paulista como anotador, con-trolando os atletas que se apresentavam para as provas.

Certo dia, o também ex-atleta Ariovaldo de Almeida, durante anos juiz de partida em todas as disputas impor-tantes, tanto da FPA como da Confederação Brasileira de

Desportos (CBD), sentiu-se indisposto, entregou o revólver a Ivo e o encarregou de assumir o seu posto. E verificou-se que Ivo tinha o mesmo olho de “lince” que o seu antecessor. Antes de todos os equipa-mentos eletrônicos, não deixava escapar o mais astuto atleta e era tão rápido para anular a partida que, afirmavam, “o se-gundo tiro ressoava antes do primeiro...”, segundo registrou o historiador José Cle-mente Gonçalves.

Logo assumiu a função de juiz oficial de partida e coube-lhe, por coincidência, dar os tiros de largada nas provas em que os seus recordes foram batidos.

Foram mais de 50 anos de trabalho nos bastidores, acompanhando gerações de atletas, como heróis do qui-late de José Telles da Conceição, medalhista olímpico no salto em altura, mas que construiu uma carreira sólida também nos 200 m.

Nascido no dia 13 de junho de 1908, em Amparo (SP), Ivo teve um importante torneio da Federação Paulista bati-zado com seu nome. Em 1988, foi homenageado pela Con-federação Brasileira de Atletismo (CBAt) com a medalha de mérito. Ele faleceu aos 95 anos, no dia 23 de setembro de 2003, em São Paulo, sendo enterrado no dia seguinte no Cemitério do Araçá.

Ele começou tarde no Atletismo. Tinha 21 anos quando começou a treinar no CR Tietê, com o técnico José Augus-to dos Santos Silva. Em plena época do amadorismo puro, trabalhou até se aposentar como funcionário da então Secretaria Estadual de Esportes e Turismo de São Paulo. Antes era vendedor de tecidos numa loja da Rua Florêncio de Abreu.

Ivo Sallowicz

Arq

uivo

/CB

At

Page 42: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

42

MULHER

Esmeralda de Jesus Freitas Garcia

Primeiro ouro feminino do Brasil na história dos Jogos Pan-Americanos

A estudante Esmeralda jogava handebol no colégio, quando suas habilidades para o Atletismo foram descobertas. Pouco tempo depois, nos Jogos Estu-

dantis Brasileiros, vencia os 100 m e ficava em segundo lu-gar nos 200 m. Estava dada a largada para uma carreira de sucesso e pioneirismo.

Esmeralda de Jesus Freitas Garcia faz parte da história do Atletismo brasileiro, por suas várias conquistas impor-tantes. Entre estas, vale um destaque especial para a pri-meira medalha de ouro ganha por uma mulher do País na história dos Jogos Pan-Americanos, iniciada em 1951, em Buenos Aires, na Argentina.

A façanha foi registrada no dia 24 de agosto de 1983, nos Jogos de Caracas, na Venezuela. Ela venceu a pro-

va dos 100 m, com o tempo de 11.31, recorde sul-americano na época.

Esmeralda de Jesus conta que sua carreira era movida a paixão. Tanto assim, que essa mi-neira, nascida em 16 de fevereiro de 1959, na ci-dade de Sete Lagoas, com apenas 17 anos inte-grou a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976. Em 1980, morando nos Es-tados Unidos, não participou das seletivas para a Olimpíada de Moscou. Quatro anos depois, estava de volta à equipe brasileira nos Jogos de Los Angeles.

Esmeralda, que além dos 100 m fazia tam-bém o salto em distância, foi uma das pioneiras na disputa do salto triplo, quando a modalidade ainda não integrava o programa oficial das gran-des competições. A brasileira saltou 13,68 m em 5 de junho de 1986, em Indianápolis, nos Esta-dos Unidos, no que seria seu recorde mundial.

Mesmo aposentada das pistas desde 1988, devido a lesões, continua ligada ao Atletismo.

Atualmente é Coordenadora de Uniformes da CBAt e já foi indicada para trabalhar na Rede Nacional de Atletismo, fruto de um convênio entre a CBAt e o Ministério do Espor-te para o descobrimento e o desenvolvimento de talentos em várias cidades do País.

Em 2015, por indicação do presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, José Antonio Martins Fernandes, Esmeralda foi eleita para a Comissão Feminina da Confe-deração Sul-Americana de Atletismo (CONSUDATLE), em Lima, no Peru. O objetivo da comissão é incrementar a participação das mulheres nas competições no continen-te. “Já fiz e enviei um relatório completo sobre a situação do esporte no Brasil. No continente, de um modo geral, as atletas precisam de mais apoio”, disse.

Esmeralda de Jesus

Car

ol C

oelh

o/C

BA

t

Page 43: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

43

CLUBE

Instituto Elisangela Maria Adriano

Descobrir e desenvolver talentos no Atletismo

O Instituto Elisangela Maria Adriano (IEMA) foi criado em 28 de julho de 2011 em homenagem à grande atleta paulistana que dominou as provas do arre-

messo do peso e do lançamento do disco por 20 anos na América do Sul. O clube, dedicado à formação de atletas, é ligado à equipe da BM&FBovespa, que só tem time adulto, mas tem prioridade na contratação nas revelações forma-das pelo parceiro.

Descobrir talentos para o IEMA, que tem sede em São Ca-etano do Sul, no Grande ABC paulista, faz parte do dia a dia. A grande revelação da equipe, sem dúvida, foi a paulista Izabela Rodrigues da Silva, campeã mundial de juvenis do lançamento do disco, na cidade de Eugene, nos Estados Unidos, em 2014. O título coroou uma carreira de grande sucesso nas categorias de base, com diversas vitórias nos Campeonatos Estaduais, Brasileiros, Sul-Americanos e Pan-Americanos – tanto no disco como no arremesso do peso.

Em eventos internacionais, como o Campeonato Pan-Americano de Juvenis de Edmonton, realizado em 2015, no Canadá, a equipe deu duas medalhas de bronze para o Bra-sil, com Eloah Caetano Scramin, no lançamento do dardo, e com Juliana Menis de Campos, no salto com vara.

De acordo com Elisangela Maria Adriano, que em março de 2016 ainda detinha o recorde sul-americano do

Izabela Rodrigues da Silva: campeã mundial sub-20

Juliana Menis de Campos

Fern

ando

dos

Rei

s/C

BA

tFernanda P

aradizo/CB

At

arremesso do peso, com a marca de 19,30 m, cerca de 80 crianças e jovens, entre 8 e 19 anos, treinam no IEMA.

“Investimos na iniciação e no desenvolvimento dos par-ticipantes até a data limite dos 19 anos, quando termina a idade do juvenil. Depois disso, os atletas são encaminha-dos para a BM&FBovespa ou para outros clubes interessa-dos na contratação”, lembrou Elisangela, que conquistou três medalhas em seis edições dos Jogos Pan-Americanos.

Além de resultados individuais como de Nicole Caro-line Barbosa, ouro no salto com vara no Brasileiro Caixa Interseleções de Menores de 2015, ou de Cleverson Perei-ra Oliveira, campeão de menores de 2014 no peso e no dis-co, de Danilo de Souza Goulart Cardoso no salto em altura, de Pedro Luiz do Prado Barros, no lançamento do dardo, na mesma competição, o IEMA obteve boas colocações na classificação por clubes.

No Brasileiro Caixa de Menores Interclubes, em São Bernardo (SP), em 2015, o Instituto foi vice-campeão mas-culino. Outro grande resultado foi obtido em 2014, no Bra-sileiro Caixa de Menores Interclubes, em São Paulo (SP), quando a equipe foi vice-campeã no geral e campeã no masculino.

O clube tem alguns atletas paralímpicos como Daniel Mendes da Silva, Edson Cavalcanti Pinheiro, Ricardo Costa de Oliveira, Shirlene Coelho, todos com participação e me-dalhas em Jogos Paralímpicos, Jogos Para-Pan-Americanos e Mundiais da categoria.

Page 44: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

44

Federação Acreana de Atletismo - FACAtPresidente: Afonso Alves da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Alagoana de Atletismo - FAAtPresidente: Mahebal de Vasconcelos Santos - E-mail: [email protected]

Federação Atlética Maranhense - FAMAPresidente: Marcio Batista Miguens da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Bahiana de Atletismo - FBAPresidente: Og Robson de Menezes Chagas - E-mail: [email protected]

Federação Capixaba de Atletismo - FECAtPresidente: Eliseu Lírio do Monte - E-mail: [email protected]

Federação Catarinense de Atletismo - FCAPresidente: Walmor José Battistotti Filho - E-mail: [email protected]

Federação Cearense de Atletismo - FCAtPresidente: Jerry Welton Barbosa Gadelha - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso - FAMTPresidente: Francisco Antonio da Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul - FAMSPresidente: Valéria Cristina Gonçalves Calháo Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Rondônia - FAROPresidente: Walter Alves Brasil Filho - E-mail:[email protected]

Federação de Atletismo do Amapá - FAApPresidente: Aldir de Azevedo Dantas - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Distrito Federal - FAtDFPresidente: Alfim Nunes de Souza - [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro - FARJPresidente: Carlos Alberto Lancetta - E-mail: [email protected]

FILIADAS

Federações Estaduais de AtletismoAs 27 Unidades da Federação que compõem a CBAt

Page 45: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

45

Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul - FAERGSPresidente: Marcos Paulo Garcia de Andrade - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Tocantins - FATOPresidente: Maurício Monteiro da Rocha Marques - [email protected]

Federação de Atletismo do Paraná - FAPPresidente: Ubiratan Martins Junior - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Piauí - FAPIPresidente: Márcia Cristiane Araújo - E-mail: [email protected]

Federação Desportiva de Atletismo do Estado do Amazonas - FEDAEAMPresidente: Marleide de Farias Leite Borges - E-mail: [email protected]

Federação Goiana de Atletismo - FGAtPresidente: Genivaldo José Caixeta - E-mail: [email protected]

Federação Mineira de Atletismo - FMAPresidente: Wellington de Souza - E-mail: [email protected]

Federação Norte-Rio-Grandense de Atletismo - FNAPresidente: Maria Magnólia Figueiredo - E-mail: [email protected]

Federação Paraense de Atletismo - FPAtPresidente: Jacó Lameira do Carmo - E-mail:[email protected]

Federação Paraibana de Atletismo - FPbAPresidente: Antonio Gomes Filho - E-mail: [email protected]

Federação Paulista de Atletismo - FPAPresidente: Mauro Roberto Chekin - E-mail: [email protected]

Federação Pernambucana de Atletismo - FEPAPresidente: Edinilton José de Vasconcelos Aquino - E-mail: [email protected]

Federação Roraimense de Atletismo - FERAPresidente: Carmono Cunha da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Sergipana de Atletismo - FSAtPresidente: José Orliandes de Barros - E-mail: [email protected]

Page 46: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

46

INCLUSÃO

Futuro Olímpico Arnaldo de Oliveira

Atletismo usado como ferramenta para revelar campeões e cidadãos

O Projeto Futuro Olímpico completa nove anos em 2016 e já atendeu milhares de crianças neste tem-po todo de atividades ininterruptas na Zona Oeste

da cidade do Rio de Janeiro. Idealizada pelo ex-velocista Arnaldo de Oliveira, integrante da equipe que conquistou a medalha de bronze no revezamento 4x100 m nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, a iniciativa já gera seus fru-tos, revelando valores para o Atletismo brasileiro.

A formação de atletas, porém, não é o principal objeti-vo. A meta é utilizar o esporte como ferramenta de inclu-são social. Raça, credo ou nível social não são fatores que impeçam a participação no projeto, destinado a alunos carentes de escolas municipais e estaduais dos bairros de Sulacap e Campo Grande.

Atualmente, cerca de 250 crianças e jovens, entre 10 e 20 anos, são atendidos no Núcleo do Projeto, que funciona no Centro Desportivo da Aeronáutica (CDA). O trabalho vai desde a iniciação, passa pelo desenvolvimento e prosse-gue até o alto rendimento.

“Quando fundei o Futuro Olímpico queria transformar os cidadãos das comunidades carentes em grandes atletas, em grandes pessoas, em campeões da vida. Coloquei esse nome de propósito, pensando no futuro”, disse Arnaldo de Oliveira. “Agora, é muito reconfortante quando recebemos dos pais informações de que os filhos melhoraram as notas escolares, de que estão mais obedientes, mais comporta-dos”, comentou.

Além das atividades esportivas, as crianças e jovens recebem orientações educacionais, médicas, nutricionais, sociais, intelectuais e psicológicas, contribuindo para o aprimoramento e aproveitamento de todas as suas poten-cialidades. É uma forma de utilizar de maneira útil o tempo de lazer.

Embora participe pessoalmente das atividades, Arnal-do, formado em educação física e fisioterapia, conta com um grupo de profissionais no projeto de diferentes espe-cializações, como instrutores de Atletismo, fisioterapeutas e pedagoga.

Entre os destaques formados pelo projeto está Sarah Santos Morais, que foi campeã dos 400 m do Brasileiro Cai-xa de Juvenis Interclubes de 2013 e campeã do revezamen-to 4x400 m no Sul-Americano da Argentina do mesmo ano. Com 22 anos, ela é a atleta mais velha e a mais antiga do Futuro Olímpico (está desde 2009). “Conheci aqui um lado totalmente diferente da vida. Aprendi que a gente precisa se dedicar muito, treinar muito, para conseguir os objeti-vos”, disse Sarah.

Arnaldo de Oliveira começou sua carreira de velocista na década de 80, aos 17 anos. Ganhou importantes títulos nacionais e internacionais e antes de subir ao pódio em Atlanta participara de outras três Olimpíadas: Los Angeles 1984, Seul 1988 e Barcelona 1992.

Arnaldo de Oliveira

Sarah Santos Morais

Fern

anda

Par

adiz

o/C

BA

tW

agner Carm

o/CB

At

Page 47: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores

47

Page 48: PREPARAÇÃO OLÍMPICA Programa proporciona as melhores