preparaÇÃo de goleiros - universidade do futebol · objetivo a obtenção de ganhos gradualmente...

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LUIZ AUGUSTO GANGA DE SOUZA BRUM* Graduado em Ed. Física UCB Pós-Graduado em Treinamento Desportivo UGF Preparador de Goleiros do Botafogo Futebol e Regatas 2004 a 2009 Preparador de Goleiros do Sendas Esporte Clube 2010 [email protected] PREPARAÇÃO DE GOLEIROS FORMÁÇÃO DE GOLEIROS A LONGO PRAZO LUIZ AUGUSTO GANGA DE SOUZA BRUM* Graduado em Ed. Física UCB Pós-Graduado em Treinamento Desportivo UGF Preparador de Goleiros do Botafogo Futebol e Regatas 2004 a 2009 Preparador de Goleiros do Sendas Esporte Clube - 2010

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Page 1: PREPARAÇÃO DE GOLEIROS - Universidade do Futebol · objetivo a obtenção de ganhos gradualmente dos componentes do treino, ou seja, melhoria contínua do desempenho esportivo

LUIZ AUGUSTO GANGA DE SOUZA BRUM* Graduado em Ed. Física – UCB

Pós-Graduado em Treinamento Desportivo – UGF Preparador de Goleiros do Botafogo Futebol e Regatas – 2004 a 2009

Preparador de Goleiros do Sendas Esporte Clube – 2010 [email protected]

PREPARAÇÃO DE GOLEIROS

FORMÁÇÃO DE GOLEIROS A LONGO PRAZO

LUIZ AUGUSTO GANGA DE SOUZA BRUM*

Graduado em Ed. Física – UCB Pós-Graduado em Treinamento Desportivo – UGF

Preparador de Goleiros do Botafogo Futebol e Regatas – 2004 a 2009 Preparador de Goleiros do Sendas Esporte Clube - 2010

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LUIZ AUGUSTO GANGA DE SOUZA BRUM* Graduado em Ed. Física – UCB

Pós-Graduado em Treinamento Desportivo – UGF Preparador de Goleiros do Botafogo Futebol e Regatas – 2004 a 2009

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Introdução Ao analisarmos o futebol, constatamos que ele é um esporte coletivo que exige uma diversidade de atributos, tais como: Físico, Técnico e Tático por parte dos atletas, isso acontece devido às inúmeras funções que cada um terá que desempenhar dentro do jogo, visando enfrentar às inúmeras situações que uma partida pode apresentar. Com a evolução do esporte nas últimas décadas, paralelamente evoluíram também a Fisiologia, a Medicina e a Nutrição Esportiva e principalmente a Preparação Física no Futebol. De uma maneira inteligente e proveitosa passou a ter uma preocupação especial com o aprimoramento Físico, Técnico e Tático do atleta. As comissões técnicas (Treinadores, Preparadores Físico e de goleiros) têm apresentado uma enorme preocupação com nível de exigência das capacidades condicionantes e coordenativas, as capacidades técnicas e o entendimento tático do jogo pelos atletas. De acordo com ZAKHAROV & GOMES (2003), as capacidades Física, Técnicas e Táticas dos atletas constituem um suporte para que o mesmo realize suas ações específicas necessárias durante uma partida de futebol e que as habilidades individuais ou coletivas sejam bem executadas “economizando” energia. Algumas pesquisas são na área dos aspectos fisiológicos relacionados aos jogadores de futebol, mas existem poucas pesquisas realizadas principalmente quando se fala do atleta em formação e principalmente quando é GOLEIRO. De forma geral estes estudos poderiam avaliar, analisar e comparar perfil de atletas de futebol no seu estágio de formação atlética, ou seja, acompanhar a evolução do atleta desde o inicio da sua carreira até a sua chegada ao profissional. Contudo, existe uma posição no futebol que requer capacidades Condicionantes e Coordenativas, Capacidades Técnicas e Táticas específicas e diferenciadas devido a sua função dentro de uma equipe e principalmente no jogo: GOLEIRO. Este atleta tem a difícil missão de ser o último obstáculo na tentativa de evitar um gol, sendo necessário que esteja sempre em perfeita condição para que este objetivo seja alcançado. Na evolução do futebol, e com as novas regras introduzidas no jogo, o goleiro se tornou uma posição muito mais especializada do que era antes, devido à múltipla função que tem que exercer além de defender. Devido ao goleiro exercer ações específicas durante uma partida, o treinamento do goleiro deverá ser estruturado, planejado e aplicado respeitando os princípios do treinamento desportivo, sendo ele na categoria profissional ou nas categorias de base. WEINECK (2003) diz que esta organização do treinamento dos componentes a longo prazo tem como objetivo a obtenção de ganhos gradualmente dos componentes do treino, ou seja, melhoria contínua do desempenho esportivo. Devido às diferenças na idade cronológica e idade biológica, que é uma coisa natural no período da infância até a adolescência, pelo fato de haver um desenvolvimento mais acelerado em alguns e mais tardio em outros, há necessidade de coletar dados que permitem um prognóstico confiável sobre o desenvolvimento de um atleta, facilitando detectar as vantagens e desvantagens que um atleta possa ter em relação à outra. Segundo CABRAL, MANSOLDO & PERROUT (2008) Como as categorias de base da natação (e de vários outros esportes) são divididas segundo a idade cronológica das crianças e essas são submetidas ao mesmo tipo de treinamento (volume e intensidade) acabamos não respeitando sua individualidade biológica. Assim ficamos baseados no treinamento empírico, ou seja, não se tem a certeza se o treinamento utilizado é o ideal, para cada criança de um determinado grupo. Além disso, hoje a natação é um dos esportes cuja especialização precoce está sendo cada vez mais exigida, visando resultados melhores e tempos cada vez mais baixos, como conseqüência toda essa exigência poderá acarretar uma vida esportiva também menor (pela probabilidade de ter lesão ou fadiga psicológica, devido a cobranças prematuras). Freqüentemente os treinadores não consideram a faixa etária ótima para atingir os resultados, ou seja, forçam a preparação dos atletas levando aos resultados imediatos nas categorias de base, sem pensar no futuro do atleta e nos problemas que isso pode acarretar, é isso que afirma GOMES (2002). TUBINO & MOREIRA (2003) afirma que os erros mais comuns dos planejamentos em longo prazo são justamente a inclusão e aplicação de cargas sem referências no desenvolvimento do organismo dos jovens nas diferentes faixas etárias. Devido a estes fatos citados anteriormente, WEINECK (2003) diz que a prática esportiva tornou claro e evidente que para um atleta atingir um desempenho esportivo de um nível excelente ou próximo disso, se houver um treinamento de base bem desenvolvida durante a infância e adolescência.

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Desenvolvimento O prognóstico dos resultados desportivos está relacionado com o problema de formação esportiva. Um dos aspectos deste problema consiste em um planejamento mal elaborado e com objetivo precoce, que assume a responsabilidade de prognosticar os resultados jovens, sem fundamento algum, com isso, acarretando resultados precoce e principalmente números pequenos de atletas campeões precoce na atividade da modalidade nas idades superiores, tais consideradas com ótimas para resultados. A questão da especialização esportiva é complexa porque envolve além dos aspectos biológicos e ambientais, aspectos socioculturais. Incluídos neste contexto estão representantes de vários segmentos da sociedade, como dirigentes, técnicos, professores e pais, os quais, em algumas situações de treinamento, esperam “resultados imediatistas”, através de uma boa atuação e resultados esportivos de seus jovens atletas em jogos e competições. (ARENA & BOHME 2000) Uma especialização esportiva precoce, dependendo da forma como é conduzida, poderia provocar a perda da perspectiva de melhores resultados na idade adulta, mesmo com bons resultados em competições infantis e juvenis (Bompa, 1999; Bratton, 1997; Lima, 1991; Marques, 1991; Weineck, 1999). Para Añó (1997), a especialização precoce define a prática intensa, sistematizada e regular de crianças e jovens antes das idades consideradas normais, como resultado da aplicação de sistemas de treinos não adequados, ou a utilização literal dos sistemas de treinos dos adultos em crianças ou jovens. Em consonância, Incarbone (apud SANTANA, 2005) explica que especialização precoce implica em competições regulares, desenvolvimento de capacidades físicas, habilidades técnicas e táticas, onde o objetivo é a performance As possíveis conseqüências de se especializar a criança precocemente estão diretamente ligadas ao fato de se adotar, por longo período de tempo, uma metodologia incompatível com as características, interesses e necessidades dela. Logo, os possíveis efeitos podem não se manifestar diretamente, mas no decorrer de temporadas (SANTANA, 2005). Capacidades Motoras O movimento humano, abrangendo desde o recorde mundial em algum esporte até a realização de um simples ato cotidiano, tem sido objetivo de estudo em várias áreas cientificas. Tenta-se determinar as bases e os componentes do movimento, o que nos permitirá, ao identificá-los, desenvolve-los da melhor forma possível. Não existe, até hoje, uma esquematização uniforme ou mesmo definições homogêneas em relação as capacidades motoras ou solicitações motoras. Certas áreas precisariam ser definidas com melhor exatidão para um melhor entendimento entre os profissionais da área para uma melhor aplicação da prática. Na área da Educação Física e dos Esportes, “capacidade” refere-se mais as qualidades inatas de uma pessoa, como um talento, um potencial. Exemplos de capacidades seria a força, a resistência, a flexibilidade e etc. Em quanto “habilidade” refere-se as coisas aprendidas, desenvolvidas, como a habilidade de jogar futebol, handebol ou tênis.

As capacidades são determinadas geneticamente, isto é, toda pessoa nasce com certa quantidade de força, resistência, flexibilidade, mas ninguém nasce com habilidade para jogar futebol, handebol, basquetebol. Isto tem que se aprendido, desenvolvido. Portanto, a habilidade motora no caso, é uma forma de movimento específico, dependente da experiência deste movimento que foi automatizado com a repetição. O desempenho esportivo pode ser entendido como um sistema composto de muitos elementos que interagem, formando padrões complexos. Toda atividade esportiva exige cooperação afinada dos fatores que contribuem para o desempenho, incluindo as capacidades e habilidades. Tornou-se muito claro, que um bom desempenho esportivo só pode ser atingido se houver uma base necessária e aplicada durante a infância e adolescência. A prática do treinamento deve constar um leque muito grande de componentes, pois o enfoque em um único elemento pode prejudicar a compreensão de um todo, e por isso devemos garantir um planejamento temporal adequado para obtenção de bons resultados de acordo com a idade. Para que qualquer atividade motora possa ser executada com êxito necessita-se das capacidades motoras, e no esporte e desenvolvimento do rendimento esta intimamente ligada ao desenvolvimento das diferentes capacidades motoras. A mesma apresenta uma classificação que as divide em dois grupos fundamentais: As Capacidades Motoras Condicionais e as Capacidades Motoras Coordenativas. As capacidades motoras condicionantes são fundamentais na eficiência do metabolismo energético. Elas são determinadas pelo processos que conduzem á obtenção e transformação de energia, isto é, os processos metabólicos nos músculos e sistemas orgânicos. Elas são basicamente três: A capacidade de força, a capacidade de resistência e a capacidade de velocidade. As capacidades motoras coordenativas são determinadas essencialmente por componentes onde predominam os processos de condução nervosa (Hirtz & Shielke apud BARBANTI, 1996), isto é, elas possuem a capacidade de organizar e regular o movimento, considerando-se, portanto na base para o aprendizado, a

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execução e domínio dos gestos técnicos. Aquilo que se denomina “técnica” no esporte apóia-se e é determinado preponderantemente pelas capacidades coordeantivas. Capacidades Motoras Coordenativas Embora as capacidades coordenativas possam ser desenvolvidas ao longo de toda vida, existe um período ótimo onde se verifica seu maior desenvolvimento. Hirtz & Shielke apud BARBANTI (1996) consideram o período entre os 7 e os 10 anos com uma fase onde as possibilidades de desenvolvimento das capacidades coordenativas fundamentais se mostram favoráveis, é com base na motricidade ampla adquirida nesta fase que se processa a execução das ações motoras mais maduras ao longo da vida. Isto acentua a importância de se adquirir e estabilizar uma grande variedade de experiências motoras, sobretudo durante a idade escolar, particularmente nas quatro primeiras séries do primeiro grau. Durante este período verifica-se uma rápida maturação do Sistema Nervoso Central (SNC), facilitando a aprendizagem de habilidades motoras cada vez mais complexas. Há um consenso entre a maioria dos autores de que a faixa etária entre os 10 e 12 anos é o período de melhor capacidade de aprendizagem da técnica esportiva, mas isto pressupõe que nos anos anteriores tenha sido fornecida á criança uma variedade de experiências motoras. A aprendizagem e o aperfeiçoamento das técnicas esportivas serão tanto mais rápidas e eficientes quanto mais desenvolvidas estiverem diferentes capacidades coordenativas. Em especial os profissionais que trabalham nas chamadas “Escolas de Esportes”, principalmente as de futebol, basquetebol tênis, atletismo, etc. deveriam incluir entre as atividades, além das técnicas específicas de sua modalidade, exercícios que promovem o desenvolvimento das capacidades coordenativas. Capacidades coordenativas

Reação: Capacidade de reagir rápida e corretamente a determinados estímulos. Pode se distinguir a reação simples, a complexa e a de escolha. Ela é importante nos esportes onde o tempo de estímulo e a resposta motora deve ser o menor possível, como a ação do goleiro para defender uma bola. A reação motora complexa refere-se a situação exigida em toda sua complexidade. Além de uma reação rápida e ainda necessária uma resposta relativamente exata. Nas reações de escolha é importante o componente cognitivo de decisão. A reação rápida esta associada a uma escolha apropriada entre várias possibilidades alternativas. Na maioria dos treinos para goleiros, muita das vezes os fundamentos a serem executados são pré-determinados antes do mesmo ter inicio, ou seja, não utilizando esta capacidade de reação de escolha. Para ter um bom treino desta capacidade devemos ter de 1 a 3 exercícios, cada exercício com 5 ou 6 séries de 2 a 4 repetições com o intervalo entre as séries de 1 minuto e 30 segundos a 2 minutos.

Coordenação Motora Geral: Capacidade de assegurar uma adequada combinação de movimentos que se desenvolvam ao mesmo tempo ou em sucessão. Ela permite ligar habilidades motoras como corrida e salto, impulso e lançamento, e nos movimentos de membros superiores e inferiores, como na natação e nos saltos. Permite que os movimentos sejam sincronizados e ajustados entre eles. Para desenvolver esta capacidade devemos ter de 1 a 3 exercícios com 3 a 5 series de 5 a 6 repetições e um intervalo de 1 minuto e 30 segundos a 2 minutos.

Capacidade de Orientação: Capacidade de determinação e mudança de posição ou de movimento de um corpo no espaço e no tempo, com relação a um campo de ação ou com relação a um objeto em ação. Temos a Capacidade de Orientação Espacial e a Capacidade de Orientação Temporal. Para um bom desenvolvimento desta capacidade devemos utilizar 1 a 3 exercícios com 3 a 5 séries e 3 a 5 repetições com 1 minuto a 2 minutos de intervalo.

Equilíbrio: É a capacidade de manutenção do equilíbrio durante a atividade ou de recuperação do mesmo após uma atividade que ameace. Para treino desta capacidade devemos ter de 1 a 3 exercícios, 2 a 4 séries de 2 a 4 repetições com intervalo de 1 minuto e 30 segundos a 2 minutos.

Diferenciação Sensorial: É a capacidade de diferenciar as sensações extraídas dos objetos e dos processos através dos nossos órgãos dos sentidos, face a necessidade específica de uma atividade. Quanto mais elevado e específico for o rendimento de um atleta, tanto mais diferenciadas devem ser as informações devem ser recolhidas pelos receptores. A qualidade da informação sensorial determina a qualidade da execução técnica, porque colabora com o cotrole e a regulação da ação motora. Para treinos destas capacidades de 1 a 3 exercícios de 4 a 5 séries com 2 a 3 repetições com 2 minutos a 2 minutos e 30 segundos de intervalo.

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Fase otimizada para treino das capacidades coordenativas

PRÉ-MIRIM MIRIM INFANTIL JUVENIL JUNIOR

CAPACIDADES / FAIXA ETÁRIA 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 PROFISSIONAL

Reação IN IN IN AP AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Coordenação IN IN AP AP ES ES ES ME ME ME ME MANUTENÇÃO

Orientação Espacial IN IN AP AP AP ES ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Orientação Temporal IN IN AP AP AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Equilíbrio IN IN AP AP ES ES ME ME ME ME ME MANUTENÇÃO

Diferenciação (Ocúlo-manual) IN IN AP AP AP ES ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Diferenciação (Óculo-pedal) IN IN AP AP AP ES ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Diferenciação Sensorial (Visual) IN IN AP AP ES ES ME ME ME ME ME MANUTENÇÃO

Diferenciação Sensorial (Auditiva) IN IN AP AP AP ES ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

IN INÍCIO AP APERFEIÇOAMENTO

ES ESSENCIAL ME MANUTENÇÃO E ESSENCIAL

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Capacidades Motoras Condicionantes Sem dúvida, a excelência no desempenho esportivo exige um elevado desenvolvimento das

capacidades condicionantes. O grau de importância destas capacidades vai variar de acordo com a modalidade. Em função dessa dependência metabólica nas capacidades condicionantes, a sua maior treinabilidade é a partir da adolescência, logo na infância seu treino ocorre de maneira indireta. Convém ressaltar, ainda, que a maior treinabilidade das capacidades condicionantes não traduz probabilidade de resposta favorável ao treinamento.

Por ser uma capacidade determinada pelo predomínio do processo metabólico, temos uma discussão na literatura onde, a flexibilidade e a velocidade por estar com suas condições próximas das capacidades coordenativas e condicionantes, a maioria dos autores classificam como condicionantes. Capacidades condicionantes

Resistência: Entende-se por esta capacidade, a capacidade de resistência psíquica ou física de um atleta. Essa resistência psíquica é a capacidade e resistir um estímulo no seu limiar por um determinado período de tempo e a resistência física é a capacidade do organismo e de órgãos isolados tolerarem o cansaço. Para treinos de resistência Aeróbia devemos incluir de 2 a 4 exercícios com 3 a 5 séries de 8 a 10 repetições com 60% a 70% da intensidade e com intervalos de 30 segundos a 40 segundos. Para treinos de Resistência Anaeróbia Alática são com 2 a 4 exercícios com 3 a 4 series de 1 a 3 repetições 80% a 90% de intensidade com intervalo de 2 minutos a 3 minutos. Já para a Resistência Anaeróbia Lática devemos ter 1 a 2 exercícios de 2 a 3 series com 1 a 3 repetições com 90% a 100% de intensidade com intervalo de 1 minuto a 1 minuto e 30 segundos.

Força: Entende-se por esta capacidade que não existe uma definição precisa, devido as subdivisões. Força máxima representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária. Para treinos de Força Máxima devemos utilizar de 2 a 4 exercícios com 3 a 4 séries de 1 a 3 repetições com 100% da intensidade com 3 minutos a 5 minutos de intervalo. Força Rápida representa a maior capacidade de movimentar o corpo ou parte dele ou ainda objetos com uma velocidade máxima. Para os treinos de força rápida devemos aplicar de 3 a 5 exercícios de 3 a 4 séries com 4 a 8 repetições com 70% a 80% da intensidade com intervalos de 3 minutos a 4 minutos, nesta capacidade não podemos esquecer outro fator fundamental para o seu desenvolvimento que é a velocidade de execução das repetições. Força de Resistência é a capacidade de resistir a fadiga em condições de desempenho prolongado da força. Nesta capacidade devemos ter 3 a 5 exercícios de 3 a 4 séries com 8 a 12 repetições com 70% a 80% com intervalo de 1 minuto e 30 segundos a 2 minutos.

Velocidade: Entende-se por velocidade a capacidade de realizar uma sucessão múltipla rápida de gestos, que em seu encadeamento constitui em uma só ação de intensidade máxima e duração breve. Esta capacidade pode ser dividida em velocidade de reação e velocidade de ação Nesta capacidade os treinos deverão conter de 1 a 3 exercícios com 3 a 5 séries de 2 a 4 repetições e um intervalo de 2 minutos a 3 minutos.

Flexibilidade: É a capacidade e a característica de um atleta em executar movimentos de grande amplitude articular. Para treinos desta capacidade devemos ter de 1 a 3 exercícios para cada grupo muscular com 1 a 3 series de 10 a 15 segundos de execução com intervalo de 40 segundos a 1 minuto.

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Fase otimizada para treino das capacidades condicionantes

PRÉ-MIRIM MIRIM INFANTIL JUVENIL JUNIOR

CAPACIDADES / FAIXA ETÁRIA 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 PROFISSIONAL

Resistência Anaeróbia Lática IN IN AP AP ES ME ME MANUTENÇÃO

Resistência Anaeróbia Alática IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Resistência Aeróbia IN IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Resistência Muscular Local IN IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Resistência Muscular Geral IN IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Força Máxima IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Força Rápida IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO

Força Hipertrófica IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO

Força de Resistência IN IN AP AP ES ME ME MANUTENÇÃO

Velocidade de Reação IN IN IN AP AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Velocidade de Ação IN IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Flexibilidade IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

IN INÍCIO AP APERFEIÇOAMENTO ES ESSENCIAL ME MANUTENÇÃO E ESSENCIAL

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Fundamentos técnicos específicos Entende-se por técnica esportiva os procedimentos desenvolvidos na prática que permitam a

execução de uma tarefa de forma mais objetiva e econômica possível. São processos aprendidos e desenvolvidos como habilidade para fazer alguma coisa como jogar futebol, voleibol, basquete e outros.

Se o desenvolvimento da técnica e dos principais requisitos motores não for paralelo, pode haver uma discrepância entre o nível de condicionamento e competência técnica. A prática mostra que o desenvolvimento técnico é freqüentemente negligenciado em função do desenvolvimento do condicionamento. Fases do aprendizado da técnica 1.0 FASE DE INFORMAÇÃO E AQUISIÇÃO:

O atleta tem seu primeiro contato com o movimento a ser aprendido e desenvolve os requisitos básicos para execução do mesmo, então ele aprende o gestual motor do movimento. A aquisição de um movimento é favorecida pela experiência de movimentos (repertório motor) pelo seu nível inicial de coordenação motora.

2.0 FASE DE COORDENAÇÃO GROSSEIRA: Caracterizada pelas primeiras experiências na execução prática do movimento e por informações verbais simples. Os principais fenômenos observados nesta fase são os empregos excessivos da força, problemas rítmicos, movimentos aos troncos, velocidade não adequada e falta de precisão.

3.0 FASE DE COORDENAÇÃO FINA: No final desta fase de correção dos movimentos aprendidos devem mostrar grande precisão de coordenação. Os principais fenômenos observados nesta fase são o emprego adequado de força, ritmo e precisão.

4.0 FASE DE FIXAÇÃO, COMPLEMENTAÇÃO E DISPOSIÇÃO DOS MOVIMENTOS: Nesta fase há formação da coordenação fina. A automatização dos movimentos parciais permite ao atleta concentrar sua atenção nas partes mais difíceis na seqüencia do movimento.

Fatores que influenciam no aprendizado da técnica

Tipo de aprendizagem (Visual auditiva e sinestésica)

Motivação

Concentração

Repertório de movimentos

Experiência motora

Condição psíquica

Capacidade de aprendizagem

Condições externas (instrutor, ambiente, meteorologia) Treinamento da capacidade técnica

Para um bom desenvolvimento e um bom aproveitamento dos treinos desta habilidade devemos ter de 3 a 5 exercícios com 5 a 8 séries de 2 a 4 repetições com intervalo de 2 minutos a 3 minutos. Temos que considerar que a aprendizagem da técnica é dependente primário do sistema neural, ou seja, não podemos executar os exercícios de aprendizagem da técnica em processo de fadiga, pois a execução pode ser executada e armazenada de forma errada.

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Fase otimizada para treino das capacidades técnicas

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CAPACIDADES / FAIXA ETÁRIA 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 PROFISSIONAL

POSIÇÃO BÁSICA - ANGULAÇÃO

Frontal IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Diagonal IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

PEGADA

Pegada IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento lateral IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento frontal IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com recuperação IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

BASE - ENCAIXE RASTEIRO

Encaixe IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento lateral IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento frontal IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento lateral e quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento frontal e quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com recuperação IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com recuperação e quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

ENCAIXE MÉDIO

Com deslocamento lateral IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento frontal IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento lateral e quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com deslocamento frontal e quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com recuperação IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com recuperação e quick IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

IN INÍCIO AP APERFEIÇOAMENTO

ES ESSENCIAL ME

MANUTENÇÃO E ESSENCIAL

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DEFESA LATERAL ALTA

Com 2 mãos IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 2 mãos e deslocamento IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 2 mãos e salto IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 2 mãos com deslocamento e salto IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 1 mão IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 1 mão e deslocamento IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 1 mão e salto IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 1 mão com deslocamento e salto IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Com 2 mãos quicando IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Com 1 mão quicando IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Com 2 mãos quicando e deslocamento IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Com 1 mãos quicando e deslocamento IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

SAÍDA DE GOL

Alta IN IN AP AP ES ES MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Baixa IN IN AP AP ES ES MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Soco IN IN AP AP ES ES MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

REPOSIÇÃO

Manual IN IN AP AP ES ES ME ME MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO

Pedal IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Voleio IN IN AP AP ES ES ME ME ME MANUTENÇÃO

Voleio com deslocamento IN IN AP AP ES ME ME MANUTENÇÃO

IN INÍCIO AP APERFEIÇOAMENTO

ES ESSENCIAL ME

MANUTENÇÃO E ESSENCIAL

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Atividades motoras realizada pelos futebolista durante o jogo Calendário O futebol, como outros esportes coletivos, é diferente dos demais esportes no que diz a respeito às competições. E, além disso, o calendário do futebol Brasileiro difere do calendário do futebol Europeu, como por exemplo, a temporada de competição no Brasil inicia-se em janeiro e tem seu termino previsto para dezembro diferente do calendário Europeu que se inicia em Agosto e tem seu termino previsto para Maio do ano seguinte. Durante o período de competição Européia, encontramos a competição nacional, como por exemplo, o campeonato Alemão, Italiano, Espanhol e o Frances. Além disso, encontramos a Liga dos Campeões e a Copa da UEFA como competições principais. Já no Brasil encontramos as competições estaduais, o campeonato nacional e algumas competições paralelas tais como: Copa do Brasil, Copa Libertadores e a Copa Sul – Americana como principais. Ao contrário dos esportes individuais tais como: Atletismo, Natação, Lutas principalmente o Judô e Ginástica disputam em média 10 a 20 competições por ano, enquanto o futebol disputa em média 70 a 80 jogos por ano, em alguns casos passando de 80 jogos no futebol profissional. (GOMES, 2008). Nos países onde o futebol tem maior tradição, como o futebol Brasileiro e o futebol Europeu as principais equipes disputam de 1 a 2 jogos por semana, ou seja, em cada partida os atletas deverão estar em estado ideal para a pratica desportiva, seja ela física, técnica, tática e psicológica. No Futebol Amador, não é muito diferente do profissional, por exemplo, futebol carioca se divide em categorias: Sub-13 (Mirim), Sub-15 (Infantil), Sub-17 (Juvenil) e Sub-20 (Juniores) e cada uma dessas categorias além do campeonato estadual, elas disputam de 1 a 5 competições durante o ano e muitas das vezes estas competições por serem em períodos curtos como 1 semana, chega a jogar todos os dias, podendo ate jogar de manhã e a tarde em algumas. Desta maneira, o futebol apresenta característica própria, que dificilmente encontraremos em outro esporte. Como vimos o futebol profissional também difere do futebol amador e com isso cada vez mais o maior desafio da Comissão Técnica é estruturar as cargas de treino e seus objetivos dentro de um grupo de atletas que varia de 25 a 40 que varia de categoria para categoria, alem disso, os dirigentes passa a ser peças importantes quando determinam as competições que sua equipe disputaram durante o ano, pois na maioria dos casos não são obrigatórias. Característica do jogo O futebol, do sub-13 (Mirim) ao profissional é disputado em um campo retangular com as medidas mínimas e cada categoria tem a duração da partida e número de substituição.

Marca Penal - distância (m) 11

Marca Penal - diâmetro da marca (cm) 22

Baliza - distância entre as balizas verticais (medida interna) (m) 7,32

Baliza - distância da borda inferior, da baliza horizontal ao solo. (m) 2,44

Comprimento da Grande Área em relação as marcas externas das linhas (m) 40,32

Largura da Grande Área - em relação as marcas externas das linhas (m) 16,5

Comprimento da Pequena Área em relação as marcas externas das linhas (m) 18,32

Largura da Pequena Área - em relação as marcas externas das linhas(m) 5,5

Raio da Meia Lua - valor em relação ao centro da marca penal e a marca externa da linha da meia lua (m)

9,15

Comprimento do Campo (m) Máx.= 120 Mín. = 90

Largura do Campo (m) Máx.= 90 Mín. = 45

Círculo Central (m) 9,15

Quadro 1: Medidas oficial de um campo de futebol; Fonte: www.inmetro.org.br

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CATEGORIAS TEMPO DE JOGO N° DE SUBSTITUIÇÃO

SUB-13 / MIRIM 2 tempos de 35 min com 15 de intervalo

6 substituições e mais o goleiro

SUB-15/ INFANTIL 2 tempos de 40 min com 15 de intervalo

5 substituições

SUB-17/ JUVENIL 2 tempos de 45 min com 15 de intervalo

5 substituições

SUB-20 / JUNIOR 2 tempos de 45 min com 15 de intervalo

3 substituições

PROFISSIONAL 2 tempos de 45 min com 15 de intervalo

3 substituições

Quadro 2: Tempo de jogo e substituição; Fonte: www.fferj.com.br Em relação ao tempo de bola em jogo (ralis), existe uma variação considerável, pois este depende de uma série de fatores, tais como: nível da equipes, nível de condicionamento físico, importância da competição, das dimensões do campo e SUS superfície (na categoria de base, os campos alteram tanto suas dimensões como o tipo de gramado), aspectos fisiológicos como temperatura e clima, dos aspectos psicológicos e da conduta dos árbitros em relação a partida. (GOMES, 2008). Ações motoras durante a partida As questões relativas ao processo de quantificação das ações motoras durante o jogo vêm sendo estudadas, e tendo cada vez mais relevância ao esclarecimento de algumas questões que envolvem a preparação física do futebol atual e (BOSCO, 1990). Muitos estudos vendo sendo desenvolvidos nesta aérea, com isso muitos especialista interessados a este assunto, proporciona inúmeros trabalhos com diferentes métodos de analises. Gomes 2008, cita que um estudo realizado por THOMAS E REILLY (1979) realizado na liga inglesa de futebol, registraram a distância média de 8.680 metros divididos em diferentes ações motoras que o atleta possa exercer dentro da partida. Esse mesmo estudo identifica que 36,8% (3.187m) trote, 24,8% (2.150 m) caminhada, 20,5% (1.810 m) velocidade sub-máxima, 11,2% (974 m) velocidade máxima (sprint) e 6,7% ( 559 m) corrida para trás. Em outro estudo realizado por VALENTE (2000), a distância total percorrida foi de 891 m, a distância total de sprint foi de 314 m, com média de 12,4 m por sprint e um número de 17 sprint em média por partida. Já para os três autores CAIXINHA, SAMPAIO & MIL-HOMENS (2004), em um estudo realizado com desportistas que disputavam a 1ª fase do Campeonato Nacional (época 2002/2003), O jogador MC (meio campo) foi o que maior distância percorreu em situação de treino (10309m) e de competição (14385m). Os valores dos restantes jogadores foram os seguintes para o treino e competição: (DC / defesa central) 8637m e 13374m e (PL / Atacante) 9560m e 13355m. Concomitantemente, os jogadores atingiram valores inferiores de velocidade de deslocamento no treino relativamente aos valores da competição, com a exceção do DC (DC: 2,7 m/s vs. 2,4 m/s; MC: 2,4 m/s vs. 2,5 m/s; PL: 2,3 vs. 3,6 m/s). Para Frisselli e Mantovani (1999) através de um estudo da comissão técnica do São Paulo F.C. chegaram a conclusão que os meio-campo e laterais percorrem 8.154m / 8.129m, sendo que 655m / 1.021m sprint, 4.645m / 4.186m trote, 2.640m / 2.320m andando. Já os zagueiros e atacantes percorrem 7.170m / 6.610 m, sendo que 508m / 858m sprint, 3.071m / 2.691m trote e 2.798m / 2.546m andando. Vale ressaltar que os trabalhos científicos em geral não determinaram os valores referentes ao goleiro, proporcionando uma discussão sobre a questão. Consideravelmente o goleiro não percorre esta distância total igual aos atletas de linha, o número de sprint é relativamente menor, mas isso não é suficiente para o seu preparador na montagem do seu treinamento.

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Ações motoras realizada pelo goleiro Foram analisados 12 vídeos de partidas realizada pelo Campeonato Carioca sub-15 de 2008, e 4 partidas realizadas pela Copa Rio sub-17 em 2009. Foi utilizada uma câmera filmadora da marca Sony modelo DVD-208 e observado o deslocamento, tempo de intervalo entre as ações motoras realizado pelo goleiro. A estimativa utilizada para os dados de distância percorrida por ação foram que os goleiros raramente realizam alguma ação motora que seja maior que 16 metros. Dentro desta visão sabemos que o goleiro dificilmente fica em cima da linha do gol para realizar alguma ação exceto o pênalti. Podemos dizer que o goleiro realiza 3 tipo de deslocamento: Deslocamento Frontal, Deslocamento Lateral com ou sem passada cruzada e Deslocamento para trás. A maior freqüência de deslocamento frontal em velocidade máxima esta entre 1 a 8 metros e em menor freqüência de 8 a 16 metros. Já para o deslocamento de costas, este deslocamento é realizado em velocidade submáxima ou trote numa freqüência de deslocamento de 4 a 12 metros, já para o deslocamento lateral é sempre em velocidade máxima, até porque este deslocamento antecede alguma ação técnica específica (defesa) Em relação ao tempo de intervalo entre as ações motoras, ficou claro e evidente que o tempo de recuperação ativa que o goleiro tem durante o jogo é em média de 5 a 7 minutos, podendo variar este tempo dependendo do nível da equipe que você joga ou do nível da equipe que você enfrenta. Outro aspecto importante que chamou atenção foi o tipo de ação motora realizada pelo goleiro durante o jogo, a reposição manual, a reposição pedal (voleio) e o tiro de meta são realizados com mais freqüência do que os outros fundamentos. Metodologia Periodo preparatório básico Esta fase do treino, esta diretamente ligada principalmente ao trabalho de aperfeiçoamento das capacidades coordenativas, capacidades técnicas e de algumas capacidades condicionantes que de acordo com o planejamento elaborado. Os treinos nesta fase devem apresentar característica de um grau elevado no seu volume e de um grau de baixo a moderada na intensidade. Devem-se estruturar sessões de treino com exercícios de característica preparação geral, ou seja, podendo ou não ter semelhança com a realidade. Devemos utilizar em alguns momentos o método de ensino dividido, ou seja, separação dos elementos da ação, com posterior ligação gradativa deste algo único com o melhor aperfeiçoamento dos elementos da ação motora sob forma de exercício e/ou o método de ensino integral de baixa complexidade, ou seja, a execução repetida da ação motora, como conseqüência o aperfeiçoamento. Aplicação do método prático programado, utilizando o método verbal e o método demonstrativo motor e auditivo e em alguns momentos no seu planejamento o demonstrativo visual com vídeos e/ou fotos. A sessão de treino deverá ser estruturada de acordo com o objetivo traçado, ou seja, período preparatório básico é dar ênfase na aprendizagem, correção e aperfeiçoamento das capacidades técnicas, aumentar e aperfeiçoar o acervo motor e a preparação do organismo para treino de algumas capacidades condicionantes. Sessão de treino: Parte preparatória 1: Apresentação dos objetivos da sessão, das tarefas a serem aplicadas e como será a programação da sessão através do método verbal, com o auxilio método demonstrativo auditivo, visual e motor. Em algumas sessões podemos apresentar vídeos e fotos para melhor aprendizagem; Parte preparatória 2: Aquecimento: movimentação articular, aquecimento muscular e alongamentos. Pode usar a bola como elemento incentivador nesses 3 momentos e pode-se utilizar também como forma complementar o aquecimento exercícios das capacidades coordenativas; Parte principal 1: Utiliza-se os exercícios coordenativos isolados, usando suas variações podendo ou não utilizar as bolas ou utiliza-se exercícios combinados das capacidades coordenativas e capacidades técnicas. Parte principal 2: utilizar exercícios técnicos acoplados aos de coordenação se necessário, mas objetivando a capacidade condicionante em questão. Por estar neste fase de preparação, a ênfase esta tanto no trabalho técnico quanto na capacidade condicionante, o número de exercício, as series, a duração das series e os intervalos determinam este treino.

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Periodo preparatório específico Esta fase do treino, esta diretamente ligada principalmente ao trabalho de aperfeiçoamento das capacidades coordenativas, capacidades técnicas e de algumas capacidades condicionantes que de acordo com o planejamento elaborado. Os treinos nesta fase devem apresentar característica de um grau elevado no seu volume e de um grau de baixo a moderada na intensidade. Devem-se estruturar sessões de treino com exercícios de característica de preparação especial, ou seja, exercícios muito parecido com a realidade. Devemos utilizar em alguns momentos o método de ensino integral de grau baixo para moderado em complexidade. Aplicação do método prático programado, utilizando o método verbal e o método demonstrativo motor e auditivo e em alguns momentos no seu planejamento o demonstrativo visual com vídeos e/ou fotos. A sessão de treino deverá ser estruturada de acordo com o objetivo traçado, ou seja, período preparatório específico é dar ênfase na aprendizagem, correção e aperfeiçoamento das capacidades técnicas, aumentar e aperfeiçoar o acervo motor e o aperfeiçoamento de algumas capacidades condicionantes. Sessão de treino: Parte preparatória 1: Apresentação dos objetivos da sessão, das tarefas a serem aplicadas e como será a programação da sessão através do método verbal, com o auxilio método demonstrativo auditivo, visual e motor. Em algumas sessões podemos apresentar vídeos e fotos para melhor aprendizagem; Parte preparatória 2: Aquecimento: movimentação articular, aquecimento muscular e alongamentos. Pode usar a bola como elemento incentivador nesses 3 momentos e pode-se utilizar também como forma complementar o aquecimento exercícios das capacidades coordenativas; Utiliza-se os exercícios coordenativos isolados, usando suas variações podendo ou não utilizar as bolas ou utiliza-se exercícios combinados das capacidades coordenativas e capacidades técnicas. Parte principal 1: Utilizar exercícios técnicos acoplados aos de coordenação se necessário, mas objetivando a capacidade condicionante em questão. Por estar nesta fase de preparação específica, a ênfase esta tanto no trabalho técnico quanto na capacidade condicionante, o número de exercício, as series, a duração das series e os intervalos determinam este treino. Período preparatório pré-competitivo Esta fase do treino, esta diretamente ligada principalmente ao trabalho específico das capacidades coordenativas, capacidades técnicas e de algumas capacidades condicionantes que de acordo com o planejamento elaborado. Os treinos nesta fase devem apresentar característica de um grau moderado para baixo no seu volume e de um grau moderado para elevado na intensidade. Devem-se estruturar sessões de treino com exercícios de característica de preparação especial, ou seja, exercícios muito parecidos com a realidade e de característica competitiva. Devemos utilizar o método de ensino integral de grau moderado para alto em complexidade. Aplicação do método de competição, utilizando o método verbal e o método demonstrativo motor e auditivo e em alguns momentos no seu planejamento o demonstrativo visual com vídeos e/ou fotos. A sessão de treino deverá ser estruturada de acordo com o objetivo traçado, ou seja, período preparatório pré-competitivo é dar ênfase na correção e aperfeiçoamento das capacidades técnicas, aumentar e aperfeiçoar o acervo motor e o aperfeiçoamento de algumas capacidades condicionantes. Sessão de treino: Parte preparatória 1: Apresentação dos objetivos da sessão, das tarefas a serem aplicadas e como será a programação da sessão através do método verbal, com o auxilio método demonstrativo auditivo, visual e motor. Em algumas sessões podemos apresentar vídeos e fotos para melhor aprendizagem ou utilizar exercícios para prevenir lesões (propiocepção); Parte preparatória 2: Aquecimento: movimentação articular, aquecimento muscular e alongamentos. Pode usar a bola como elemento incentivador nesses 3 momentos e pode-se utilizar também como forma complementar o aquecimento exercícios das capacidades coordenativas; Utiliza-se os exercícios coordenativos isolados, usando suas variações podendo ou não utilizar as bolas ou utiliza-se exercícios combinados das capacidades coordenativas e capacidades técnicas. Parte principal 1: Utilizar exercícios técnicos acoplados as capacidades condicionantes, mas não podendo perder a essência do treino específico com característica especial e competitiva, ou seja, utilizar situações de jogo adaptadas com as capacidades condicionantes.

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Período preparatório competitivo Esta fase do treino, esta diretamente ligada principalmente ao trabalho específico das capacidades coordenativas, capacidades técnicas e de algumas capacidades condicionantes ou ate mesmo jogos / coletivos de acordo com o planejamento elaborado. Os treinos nesta fase devem apresentar característica de um grau baixo no seu volume e de um grau elevado na intensidade. Devem-se estruturar sessões de treino com exercícios de característica competitiva, ou seja, situações reais do jogo. Devemos utilizar o método de ensino integral de grau moderado para alto em complexidade. Aplicação do método de competição, utilizando o método verbal e o método demonstrativo motor e auditivo e em alguns momentos no seu planejamento o demonstrativo visual com vídeos e/ou fotos. A sessão de treino deverá ser estruturada de acordo com o objetivo traçado, ou seja, período preparatório competitivo é dar ênfase no aperfeiçoamento das capacidades técnicas, aumentar e aperfeiçoar o acervo motor e o aperfeiçoamento de algumas capacidades condicionantes. Sessão de treino: Parte preparatória 1: Apresentação dos objetivos da sessão, das tarefas a serem aplicadas e como será a programação da sessão através do método verbal, com o auxilio método demonstrativo auditivo, visual e motor. Em algumas sessões podemos apresentar vídeos e fotos para melhor aprendizagem ou utilizar exercícios para prevenir lesões (propiocepção); Parte preparatória 2: Aquecimento: movimentação articular, aquecimento muscular e alongamentos. Pode usar a bola como elemento incentivador nesses 3 momentos e pode-se utilizar também como forma complementar o aquecimento exercícios das capacidades coordenativas; Utiliza-se os exercícios coordenativos isolados, usando suas variações podendo ou não utilizar as bolas ou utiliza-se exercícios combinados das capacidades coordenativas e capacidades técnicas. Parte principal 1: Utilizar exercícios técnicos específico acoplados as capacidades condicionantes, mas não podendo perder a essência do treino específico com característica competitiva, ou seja, utilizar situações de jogo adaptadas com as capacidades condicionantes. Etapas de formação atlética Na construção racional da preparação de muitos anos, o primeiro passa esta ligado ao estabelecimento de limites etários otimizados, em que são acusados os resultados desportivos superiores. Isso nos permite a concluir que somente atletas, cuja preparação de muitos anos é construída de modo que a dinâmica da carga de treinamento assegure a obtenção de resultados superiores, na idade otimizada, são capazes de conseguir estes resultados máximos. Encontramos no futebol, os principais exemplos desta situação: entre 20 e 21 anos é a zona de primeiros grandes êxitos, dos 22 aos 26 anos é a zona das possibilidades ótimas e 27 a 28 anos a zona de manutenção dos resultados. Maior exemplo desta idade otimizada, encontramos o jogador Kaka, em 2001 ele tinha 19 anos e surgiu na equipe profissional do São Paulo F.C. ganhando o torneio Rio-São Paulo e em 2007 foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. A mesma história se repete com Ronaldo “Fenomeno”, que aos 18 anos estava sendo campeão mundial com a Seleção Brasileira de futebol, aos 21 anos foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. É importante ressaltar que a fixação de limites etários não significa, de modo algum, que certos atletas talentosos não sejam capazes de mostrar resultados de destaque, superando, de certa maneira, os índices etários médios. Mesmo assim, algumas práticas desportivas apresentam resultados prematuros, conseqüência de treinamento forçado. 1.0 Preparação preliminar

Nessa etapa, as principais tarefas são assegurar à preparação física multilateral e a formação harmoniosa do organismo em crescimento, ensinar diferentes gestos motores necessários a vida do individuo (corridas, saltos, lançamentos) inclusive pela prática esportiva e de exercícios físicos, o regime desportivo de treinos conciliados com horários escolares, higiene e outros interesses importantes nesse período. Nesse momento não vale apressar-se com a especialização desportiva, seria mais correto proporcionar ao desportivo iniciante a possibilidade de experimentar suas forças em diferentes exercícios desportivos e somente depois disso definir o tipo da futura especialização. No planejamento desse período, o microciclo semanal deve ser composto de 2 a 4 treinos, com duração 30 a 60 minutos cada um, tendo um volume total de 100 a 300 horas/ano. A duração desse período é de 2 a 3 anos e depende da idade de inicio da prática e o desenvolvimento da mesma com isso pode ser reduzido ou ate mesmo aumentado.

2.0 Especialização Inicial O limite do inicio desta etapa pode ser relacionado condicionalmente com a definição da modalidade esportiva em que se supõe a especialização. Tem como principal função assegurar a preparação geral

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multilateral dos jovens deve ser considerado a tarefa mais importante do período. Na maioria das modalidades esportivas, este período de especialização inicial corresponde com o período de puberdade condicionado pelo desenvolvimento impetuoso do organismo, por conseguinte, os parâmetros das influencias de treino tem que ser rigorosamente dosados, levando em consideração os ritmos individuais de desenvolvimento humano (Idade cronológica e biológica). O aperfeiçoamento das capacidades motoras deve seguir a contribuição para seu desenvolvimento natural, dando atenção á velocidade, as capacidades de coordenação e resistência. Convém que seja dada a devida atenção ao desenvolvimento da força e ao fortalecimento muscular. Outra tarefa essencial deste período consiste no domínio das bases técnicas da modalidade escolhida. É preciso fazer com que os atletas passem a aprender a base da técnica, das ações motoras e que elas sejam mais amplas e variadas. O micro ciclo semanal deste período deve ser de 5 a 7 dias de treino com duração de 60 a 90 minutos cada sessão, tendo um volume total de 300 a 500 horas/ano.

3.0 Especialização profunda Constitui a continuação lógica natural da etapa anterior e via á criação da base especializada de preparação. Nesse período exige um aumento substancial no tempo de trabalho e a submissão do regime da vida de atleta aos objetivos de obtenção de resultados. No processo de aperfeiçoamento das capacidades motoras, merece atenção especial a preparação da força e velocidade do atleta, e nas suas sessões aparece os exercícios de cargas máximas e submáximas, embora o volume seja pequeno. Neste período os desportistas devem dominar a base da técnica e propor a tarefa de consolidação firme dessas técnicas. O método competitivo passa a desempenhar papel substancial no aperfeiçoamento das técnicas e ações táticas. O volume de trabalho deverá ter 2 a 3 sessões diárias, constituindo um micro ciclo de 10 a 14 treinos com volume total de 600 a 1000 horas/anual.

4.0 Resultados superiores Como já indica o título, o objetivo desta etapa é a obtenção de resultados superiores em sua modalidade. Os especialistas destacam que essa fase consiste em estabilização e qualificação das capacidades motoras e habilidades técnicas. O volume de trabalho passa a ser 1000 a 1500 horas/anual e 10 a 15 sessões semanais.

5.0 Manutenção de resultados Nesta etapa, o principal objetivo é a manutenção dos resultados, como podemos observar no subtítulo. E por ser a ultima etapa da preparação, esta longe de ser o grande número de atletas que atingem esta etapa. Por estar nesse nível de treino, onde os objetivos do atleta estão em resultados, recordes, títulos e outros. O tempo nesta permanência vai depender da modalidade e do nível motivacional do atleta.

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