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MUNICÍPIO DE JECEABA Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico Departamento de Meio Ambiente Rua Antônio Pereira Gomes, 200, Centro Telefone: (31) 3735-1675 / (31) 3735-1347 Prêmio Mineiro de Boas Práticas na Gestão Municipal Ciclo 2014 Chancela: União Brasileira para a Qualidade (ubq) Realização: Associação Mineira de Municípios - AMM Jeceaba – MG, 25 de fevereiro de 2014 1/50

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Page 1: Prêmio Mineiro de Boas Práticas na Gestão Municipal ... · Wilton Fernandes Monteiro da Mata Produtor Rural / Empresário ... Após a inauguração do ramal do Paraopeba - Estrada

MUNICÍPIO DE JECEABASecretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico

Departamento de Meio AmbienteRua Antônio Pereira Gomes, 200, Centro Telefone: (31) 3735-1675 / (31) 3735-1347

Prêmio Mineiro de Boas Práticas na Gestão Municipal

Ciclo 2014

Chancela: União Brasileira para a Qualidade (ubq)

Realização: Associação Mineira de Municípios - AMM

Jeceaba – MG, 25 de fevereiro de 2014

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MUNICÍPIO DE JECEABASecretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico

Departamento de Meio AmbienteRua Antônio Pereira Gomes, 200, Centro Telefone: (31) 3735-1675 / (31) 3735-1347

“PRÁTICA DE GESTÃO”

ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM

Produção de alimento, preservação do meio ambiente emanutenção do homem no campo com qualidade de

vida

Jeceaba – MG, 25 de fevereiro de 2014

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Equipe Técnica Proponente e Parceiras

Coordenador GeralLeandro Marciano MarraSecretário Municipal de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico de Jeceaba - MGEngenheiro Agrônomo – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM – Campus Diamantina - MGMestre em Agronomia – Ciência do Solo– Universidade Federal de Lavras – UFLA Doutor em Agronomia – Ciência do Solo– Universidade Federal de Lavras – UFLA

Subcoordenadora GeralLindayane Cardoso Chaves MarraChefe do Departamento Municipal de Meio Ambiente de Jeceaba - MGBióloga – Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ - MGEspecialista em Gestão e Manejo Ambiental – Programa de Pós-Graduação UFLA MGGraduanda em Direito (10º Período)– Faculdade de Direito de Conselheiro LafaieteFuncionária do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Jeceaba – MG

Fábio VasconcelosContador – FACELPrefeito Municipal de Jeceaba - MG

Thiago Luiz Mendes ArcebispoMédico Veterinário – Universidade Federal de Viçosa – MGMédico Veterinário do quadro de funcionários efetivos do Município de Jeceaba - MG

Henrique de Souza LopesSecretário da Agência Avançada do IEF de Jeceaba - MGGraduando em Engenharia Mecatrônica – UFSJ – Campus Alto Paraopeba

Aniliane Aparecida dos SantosAgente Ambiental do quadro de funcionários efetivos do Município de Jeceaba - MGGraduanda em Direito (6º Período)–Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete – MG

Leila Lenice da CruzAgente Ambiental do quadro de funcionários efetivos do Município de Jeceaba - MG

Anyliam Maria Santos MagalhãesAgente Ambiental do quadro de funcionários efetivos do Município de Jeceaba - MG

Edwilson Gomes PintoSecretário Municipal de Assistência Social de Jeceaba - MG

Sarahy Fernandes Coelho DinizPsicóloga – UFSJ – São João Del Rei - MGCoordenadora do Centro de Referência de Assistência Social de Jeceaba – MG (CRAS)

Maíza Lúcia Rocha Moreira e DutraAssistente Social – Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete –

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Pós-Graduação em Atendimento Integral à Família. Instituto Aleixo: Universidade Veiga de Almeida.

Cibele Vieira FeitalGraduação em Serviço SocialEspecialização em Gestão da Política de Assistência SocialAssistente Social do quadro de funcionários do Município de Jeceaba – MG

Natália de Vasconcelos SoaresEngenheira Ambiental – Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMGEngenheira Ambiental do quadro de funcionários efetivos do Mun. de Jeceaba - MG

Santo Machado NetoEngenheiro Florestal do quadro de funcionário da Prefeitura de Jeceaba – MGGerente da Agência avançada do Instituto Estadual de Florestas de Jeceaba - MG

Magna Fernandes da Cunha LeãoTécnica em Meio Ambiente e Segurança do Trabalho do quadro de funcionários da Prefeitura de Jeceaba – MG - Graduanda em Eng. Ambiental – FASAR

Raquel Maria Carvalho PereiraNutricionista CRN/09 3041 do quadro de funcionário da Prefeitura de Jeceaba - MGResponsável Técnico do PNAE - Município de JeceabaGestora do PAA - Município de Jeceaba

Halker Marciano DelgadoTécnico em InformáticaFuncionário do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Jeceaba – MG

Instituto Estadual de Florestal – IEFJosé Renato Cardoso de FreitasEngenheiro Florestal – UFV – Campus Viçosa - MGGerente do Monumento Natural Estadual Serra do Gambá – Jeceaba – MG

Ricardo Ayres LoschiEngenheiro Florestal – UFLA – Lavras – MGMestre em Engenharia Florestal – UFLA - Lavras - MGSupervisor do Escritório Regional Centro Sul (ERCS) – Barbacena - MG

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas GeraisAmélia de Cássia Carvalho Pereira - EMATER-MGEngª Agrônoma - Especialista em Gestão e Manejo em Sistemas Agrícolas - UFLA

Aerton Ferreira de OliveiraTécnico Agrícola - EAFBSecretário da Emater – Jeceaba

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e Instituto Mineirode Agropecuária – IMAMárcio Francisco Cardoso Marques

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Auxiliar Administrativo do quadro de funcionários do Município de Jeceaba – MGRepresentante da Unidade Municipal do IMA em Jeceaba - MGRepresentante da Unidade Municipal de Cadastramento do INCRA

Serviço Integrado de Assistência Tributária - SIATPedro Paulo DiasTécnico de ContabilidadeAgente Fiscal III-A do quadro de funcionários da Prefeitura Municipal de Jeceaba- MG

Instituto Federal de Ensino, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas GeraisMarcelo Zózimo da SilvaProfessor Titular do IFET – Campus Barbacena - MGResponsável Técnico do Laboratório de Análise de Solo e Foliar do IFET

Associação dos Produtores de Leite de Jeceaba – ASPROJECEJulliane Cardoso ChavesAssociação dos Produtores de Leite de JeceabaZootecnista – UFVJM – Campus Diamantina – Vale do Jequitinhonha – MGEspecialista em Produção Bovinocultura de Leite – Prog. de Pós-Graduação UFLA MG

Gerônimo Coelho Associação dos Produtores de Leite de JeceabaMédico Veterinário – Fundação Educacional Dom André Ancoverde – Valença - RJ

Glasiely Marciano Marra SilvaAssociação dos Produtores de Leite de JeceabaGraduada em Química – UEMG – Lavras - MG

João Fabris JuniorProdutor Rural / EmpresárioPresidente da Associação dos Produtores de Leite de Jeceaba - ASPROJECE

Marco Antônio Parreiras de CarvalhoMédico Reumatologista – Prof. Associado Doutor da Faculdade de Medicina da UFMGProdutor Rural Associado da ASPROJECE

Wilton Fernandes Monteiro da MataProdutor Rural / Empresário - Presidente da Câmara Municipal de Jeceaba

Wesley Bonifácio da RochaGraduando em Administração de Empresas - Vereador de Jeceaba

Voluntários/ParceirosAna Carolina Lacerda Graduanda em Arquitetura e Urbanismo da PUC/MG

Maria Alice Mendes Bacharel em Comunicação Social Mestre em Administração e Educação

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1. INTRODUÇÃO/APRESENTAÇÃO

O presente documento trata da Prática de Gestão desenvolvida pela Secretaria deAgricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico e pelo Departamento deMeio Ambiente no Município de Jeceaba - MG intitulada Análise de Solo e Calagem:produção de alimento, preservação do meio ambiente e manutenção do homem nocampo com qualidade de vida. Este projeto foi elaborado pelas equipes das Secretariasde Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico, do Departamento deMeio Ambiente tendo a parceria da Secretaria de Educação, da Secretaria da AssistênciaSocial, da Secretaria da Fazenda, da Controladoria Geral da Prefeitura Municipal deJeceaba – MG e do Departamento de Transportes, observadas as orientações do Editaldo Prêmio Mineiro de Boas Práticas na Gestão Municipal – Ciclo 2014.

1.1. O Município de Jeceaba – MG

Jeceaba, de nome primitivo Camapuã. Termo indígena que significa "monteredondo". Sua origem remonta aos anos 1902, quando ali chegaram os primeirosportugueses, espanhóis e italianos para a construção do Ramal Paraopeba da Estrada deFerro Central do Brasil (EFCB).

Após a inauguração do ramal do Paraopeba - Estrada de Ferro Central do Brasil,que ligou o povoado a Conselheiro Lafaiete- MG (Queluz de Minas) e, posteriormente acapital Belo Horizonte, iniciou-se um período de maior desenvolvimento, chegandomesmo a contar com as maiores casas comerciais do município de Entre Rios de Minas,ao qual pertencia.

Entre os habitantes mais antigos, figuram muitos ferroviários, alguns de origemportuguesa, espanhola e italiana, que permaneceram na localidade, após o término doramal ferroviário citado. Pode-se pois, atribuir-se aos trabalhadores da construção daferrovia o desenvolvimento do lugar. Acresce, ainda a circunstância de ser a entãoCamapuã, a única estação de estrada de ferro em vasta região agropecuária,possibilitando a presença de estabelecimentos comerciais de vulto, principalmenteatacadistas.

O Decreto-Lei Estadual nº 148 de 17 de dezembro de 1938, elevou os povoadosde Camapuã e Lagoinha (hoje Jeceaba e distrito de Bituri) à categoria de Distritospertencentes ao Município de João Ribeiro (atual Entre Rios de Minas- MG). O DecretoEstadual nº 058 de 31 de dezembro de 1943, determinou a mudança do nome do Distritode Camapuã, para Jeceaba. Yi-ecê-aba- termo indígena que significa a confluência derios ou a junção de rios, a reunião das águas.

A Resolução nº 21 do Município de João Ribeiro - MG de 31 de agosto de 1953,aprova a emancipação do Distrito de Jeceaba, a fim de que o mesmo possa ser elavado àcategoria de Município na próxima revisão administrativa do Estado e a anexação doDistrito de Bituri a este Município. E a 12 de dezembro de 1953, sendo Governador doEstado o Sr. Juscelino Kubitschek, a lei Estadual nº 1039 criou o Município de Jeceaba,que se desmembrou de Entre Rios de Minas (ex João Ribeiro). Esta mesma lei atribui aoMunicípio de Jeceaba o distrito de Bituri (ex Lagoinha).

A Lei Estadual nº 2.764 de 30 de dezembro de 1962 que fixa a DivisãoAdministrativa do Estado de Minas Gerais, criou o distrito de Caetano Lopes, delineadopela lei Municipal nº 160 de 6 de julho de 1964.

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Na década de 70 Jeceaba recebeu os investimentos do projeto Federal conhecidocomo “Ferrovia do Aço”, também conhecida como a “Ferrovia dos 1.000 dias”. É umaferrovia brasileira concebida à época do "Milagre Econômico", durante o regimemilitar. Ela possui mais de 100 túneis e viadutos em seu trajeto.

Através dela as principais metrópoles brasileiras (Belo Horizonte, São Paulo eRio de Janeiro) estariam interligadas facilitando o transporte de mercadorias, pessoas ecapitais. Essa linha, além de estabelecer uma ligação ferroviária direta entre duas dasprincipais capitais do país, desafogaria a Linha do Centro (Ramal Paraopeba), poispassaria a escoar o minério requerido pela Cosipa e pela Companhia SiderúrgicaNacional (CSN), bem como poderia assumir parte do volume destinado à exportação.

A Ferrovia do Aço foi a concretização do velho projeto de uma linhaespecializada para transporte de minério de ferro que a Rede Mineira de Viação já haviarecomendado em 1956. O ponto de partida continou sendo Jeceaba, somente o destinodo minério a ser exportado foi modificado. A sua implantação implicou em grandes edifíceis obras, principalmente túneis e pontes. O relevo acidentado por onde ela passa,elevou os custos de construção. Do trecho ligando Volta Redonda com Belo Horizontequase todo o trajeto foi concluído, ligando Jeceaba - MG à Barra Mansa-RJ. Quanto àfinalização entre Jeceaba e Belo Horizonte, ela foi desnecessária, pois já havia outralinha em bitola larga percorrendo o mesmo trajeto, embora um pouco mais longo que oprojetado (Ramal do Paraopeba).

No ano de 2007 o Grupo Francês Vallourec anunciou, a construção de uma novausina siderúrgica em Jeceaba, em associação com o grupo japonês Sumitomo Metalspara atender à crescente demanda por dutos usados em projetos de gás e petróleo. Oempreendimento foi projetado para ter a capacidade de produzir 600 mil toneladasanuais de tubos sem costura e recebeu investimentos de US$ 2,0 bilhões. A usina foiinstalada às margens da Ferrovia do Aço e a menos de 50 quilômetros de distância dasua jazidas de minério denominada Mina Pau Branco. Assim, Jeceaba passou a ter umdos maiores Distritos Industriais do Estado e a receber muitos investimentos devido asua importante participação na siderurgia.

Durante todo este período, a agropecuária e, principalmente, a agriculturafamiliar, foram o alicerce para os empregos, para a alimentação da própria população emanutenção do comércio da região, mesmo nos períodos dos maiores investimentoscom as referidas construções. Produziam-se cereais, como o milho, o feijão, o arroz;hortaliças em geral; o Município era grande produtor de leite, chegando a ter na sedeuma fábrica de sub-produtos do leite, principalmente manteiga, doces e queijos, destes,grande parte da produção de manteiga era vendida para o Rio de Janeiro, sendotransportada pela ferrovia (Figura 1 e 2). A Estação ferroviária, hoje no centro deJeceaba, era local de troca de mercadorias, principalmente do excedente da produção doMunicípio com os demais Municípios da região.

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Figura 1. Livro de contabilidade da Fábrica de Mateiga com suas anotações da antigaFazenda do Salto em Jeceaba, à epoca Camapuã, no ano de 1942. Destaque para odestino da produção o qual era a cidade do Rio de Janeiro e/ou Dom Pedro II.

Figura 2. Infraestrutura atual (ano de 2014) da antiga Fábrica de Mateiga da Fazendado Salto em Jeceaba. (A) Visão geral do galpão. (B) Câmara fria com destaque para acamada de isolamento no meio das paredes de alvenaria. Camada esta confeccionada dematerial vegetal conhecido como cortiça (seta vermelha).

Jeceaba possui hoje 5.396 habitantes. A área rural é composta por 2 distritos,Bituri e Caetano Lopes e 20 localidades, Água Limpa, Angá, Aroeiras, Bananal(localidade esta de origem quilombola), Campo Alegre, Dinizes, Gungumbeira, LavaPés, Machados, Jacarandá, Lobo-Lobô, Mato Dentro, Mato Felix, Pequeri, Pinheiros,Santa Cruz, Santa Maria, Sapé, Sesmaria e Tartária (Figura 3). Estas somam 2.417habitantes que representa 44,79% de toda a população, evidenciando assim, aimportância da zona rural no desenvolvimento do Município, que atualmente apresentagrandes empreendimentos siderúrgicos e mineradores da região (IBGE, 2010).

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Figura 3. Mapa da distribuição geográfica das localidades rurais, rede hidrográfica,distrito industrial e unidades de conservação em Jeceaba-MG.

Outros dados importates são os do Censo Agropecuário de 2006, que mostra queo número de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários chega a 756 homense 266 mulheres totalizando 1.022 pessoas, o que representa 18,94% da população doMunicípio. Destas 1.007 são homens ou mulheres com 14 anos ou mais.

Atrelado a estas informações, vale destacar que o Município possui uma área deaproximadamente 235,6 km2 situada no ponto de confluência entre o centro-sul e oestede Minas Gerais, a uma altitude média de 850 m, sendo que a maior cota altimétricaencontra-se no Monumento Natural Estadual Serra do Gambá, localizado no entorno daslocalidades do Sapé, Pinheiros, Água Limpa, Gungumbeira e Aroeiras com altitudemáxima de 1.227 metros. O clima da região é amenizado pela altitude, com invernossecos e verões quentes ou brandos e temperatura média do mês mais frio abaixo de 13°C. A existência de um verão chuvoso e inverno seco indicam para o clima da região umregime tropical, entretanto, como existe uma diminuição de temperatura como efeito daaltitude, pode-se dizer que na área vigora clima Cwb de Köppen, estando os solos,exceto os das várzeas, sujeitos aos regimes údicos e isotérmico (Giarola et al., 1997). OMunicípio possui também vasta rede hidrográfica (Figura 4), sendo banhado pelos riosCamapuã e Paraopeba, este último um dos mais importantes afluentes do Rio SãoFrancisco.

Figura 4. Mapa da distribuição da rede hidrográfica municipal destacando os RiosCamapuã e Paraopeba.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)anunciou que 2014 será o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Segundo aentidade o setor é um dos pilares da segurança alimentar regional: 80% daspropriedades na América Latina e no Caribe fazem parte da agricultura familiar. O setorgera cerca de 70% do emprego agrícola na região. Além disso, considerando apenas ospaíses do Mercosul, o setor emprega diretamente cerca de 10 milhões de pessoas. Eletambém é fundamental em termo de produção: no Brasil, é responsável por 38% daprodução agrícola; 30% no Uruguai; 25% no Chile; 20% no Paraguai e 19% na

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Argentina. Entretanto, houve e continua a acontecer um declínio acentuado nos gastospúblicos em agricultura nestes países. Os gastos públicos totais em agricultura caíramde 6,9% em 1980 para 1,9% em 2007.

A força da agricultura Familiar é evidente no Brasil, o censo agropecuário de2006 mais que evidencia isto, são mais de 4 milhões de estabelecimentos que envolvemmais de 12 milhões de pessoas (indiretamente) em mão de obra, representando mais de84% dos estabelecimentos rurais, entretanto, ocupa apenas 24% das áreas agrícolas, e énecessário destacar que há um abismo entre a tecnologia que existe e a que é aplicada naagricultura familiar, pois falta extensão rural e isso também é evidenciado no censo2006, onde 84% das propriedades não fazem o uso do calcário ou outros corretivosagrícolas, uma tecnologia mais que indispensável em uma agricultura de trópicos igual ado Brasil. Apenas 1,75% produzem alimento orgânico e menos de 0,54% utilizaminoculantes microbianos como as bactérias fixadoras de nutrientes e os fungosmicorrízicos arbusculares. Todas estas práticas são indispensáveis para se atingir asustentabilidade agrícola.

1.2. Conhecendo as características química e física do solo

Historicamente, a análise de solo começou, provavelmente, quando o homem seinteressou por saber como as plantas crescem.

Segundo Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas(IAC), o primeiro diretor do IAC, 125 anos atrás, o austríaco Dr. Franz W. Dafert,profundo conhecedor da química agrícola de sua época, trouxe para o Brasil aexperiência europeia sobre análise de solo e, no primeiro relatório da então EstaçãoAgronômica de Campinas, em 1889, estão os registros das análises de solos pioneirasno Brasil. Em 1892, o IAC já realizava análises de solo para cafeicultores paulistas,fornecendo pareceres sobre adubação (Lopes & Guilherme, 2007).

A década de 1950 foi decisiva para o desenvolvimento da análise de solo noBrasil. O Ministério de Agricultura, representado pela Embrapa Solos em convênio coma Universidade da Carolina do Norte foram os primeiros a discutir e colocar em práticaas análises de solo no país.

É possível, por meio de uma análise de solo bem feita, avaliar o grau dedeficiência de seus nutrientes e determinar as quantidades a serem aplicadas naadubação e calagem (aplicação do calcário). Fator importante para uma altaprodutividade sustentável na agricultura, a análise química e física do solo é oinstrumento básico para a transferência de informações sobre calagem e adubação, dapesquisa para o agricultor.

Apesar de ser praticada há mais de um século, ainda se observa que não existeuma conscientização da maioria dos produtores quanto à importância da análise químicado solo como ferramenta indispensável para orientar práticas de correção e a adubação,quando da implantação e/ou manutenção de qualquer cultivo.

Razões para caracterizar esta importância não faltam, considerando-se que acalagem e adubação, responsáveis por até 100% do aumento da produtividade doscultivos, dependem do conhecimento prévio das características químicas e físicas dosolo. E só a análise química do mesmo permitirá também a identificação de barreiras

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químicas, a exemplo do alumínio, que poderão prejudicar o desenvolvimento do sistemaradicular das plantas.

O conhecimento dos teores de nutrientes disponíveis no solo orientam naformulação das recomendações mais acertadas para a adubação das plantas, evitando-seo desperdício e o uso inadequado de adubos e corretivos e prejuízo, que haveria tantonas despesas com adubação como na redução das colheitas, além da contaminação domeio ambiente, uma vez que os adubos, na sua maioria são oriundos ou depende dosderivados de petróleo.

Embora a produção agrícola esteja em função de outros fatores como sementes emudas melhoradas e certificadas, controle de pragas, doenças e ervas daninhas e outraspráticas agrícolas, aperfeiçoadas, o emprego racional dos fertilizantes e corretivosagrícolas se constitui no ponto básico da nossa agropecuária.

As pesquisas mundiais indicam que, num curto prazo, nenhum outro fatorcausará maior impacto no aumento da produção agrícola do que o uso racional defertilizantes e corretivos. Por isso é importante que o produtor torne o uso desta práticahabitual e rotineira, não negligenciando, e fazendo a análise química e física do seu solocom antecedência que lhe permita a escolha de um bom calcário, para que suaincorporação ocorra antes da aração e/ou gradagem e adubação. E, também, permitir aaquisição dos adubos recomendados em tempo hábil, pois só assim os mesmos serãoaplicados nas épocas indicadas para a cultura.

Portanto, num sistema de produção sustentável, o conhecimento dascaracterísticas químicas e físicas do solo é um alicerce fundamental para o planejamentoda propriedade.

1.3. O Calcário como técnica para atingir a Sustentabilidade e evitar a fome

O uso do calcário, popularmente conhecido como a calagem é uma técnica decorreção de solos ácidos, com reflexos positivos no aumento da produtividade daslavouras e na otimização do uso de fertilizantes.

A acidez torna menos eficiente à aplicação de fertilizantes, o que resulta noaumento dos custos de produção. O insumo mais utilizado – e também o mais barato -para a correção do solo é o calcário.

Um solo corrigido proporciona boas condições para o desenvolvimento dosistema radicular das plantas (maior nutrição e resistência à seca) e possibilita ummelhor aproveitamento dos adubos aplicados.

A importância da técnica da calagem é bem relatada em diversas publicaçõesrelacionadas à agropecuária brasileira. Entre seus benefícios, destacam-se: a) a elevaçãodo pH do solo e a neutralização do alumínio tóxico, que é prejudicial aodesenvolvimento das raízes das plantas; b) o fornecimento de cálcio e magnésio àsplantas; c) o melhor aproveitamento de nutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio,enxofre e molibdênio; d) o aumento da capacidade de troca de cátions, com liberação desítios de cargas negativas dos colóides do solo, o que permite a atração de outrosnutrientes, reduzindo a lixiviação; e) o aumento da atividade microbiana e a liberação denutrientes da matéria orgânica do solo. Todos esses benefícios, em conjunto, resultamem aumento da produtividade das culturas. A exemplo, o uso da calagem aumentou a

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produtividade de feijão em 54%, em 14% a de arroz (Barbosa Filho e Silva, 1994,Ciotta et al., 2004), em 38% a de soja (Mascarenhas et al., 1996) e em 13% a de milho(Caires et al., 2004). É importante salientar que esses valores podem variar para mais oupara menos, dependendo de uma série de fatores. O que se buscou, ao se apresentaresses dados de algumas pesquisas, foi dar um referencial que pudesse ilustrar aimportância da calagem no aumento da produtividade das culturas.

O calcário é um recurso abundante no país, que possui diversas reservasespalhadas pelos estados, principalmente no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso e emMinas Gerias, com alta capacidade de moagem das rochas, devendo seu consumo serincentivado. Muitas vezes, a não utilização da calagem pelos produtores envolve, entreoutros, a falta de informação e, em alguns casos, a falta de recurso financeiro,principalmente, devido ao alto frete, pois o preço do produto em si é relativamentebaixo.

Apesar de tudo isso e de ser uma prática barata (9,6% do custo total de produçãopara agricultura de sequeiro e 2,1% para a irrigada – Sousa & Lobato, 2004), ainda écomum a negligência quanto ao seu uso, no que se refere à adoção da técnica, àdefinição das doses e às formas de aplicação. Não é incomum se deparar com lavourasque receberam adubação sem uma prévia correção da acidez do solo, ou seja, sem aaplicação da calagem. Da mesma forma, é comum a utilização de subdoses ou mesmode doses acima das recomendáveis.

Do ponto de vista econômico, a calagem é um investimento de baixo custo,cujos efeitos duram em média quatro anos, dependendo do tipo de solo. No entanto, suadifusão ainda esbarra na resistência de boa parte dos produtores nacionais e no poucointeresse dos Governos Federal, Estadual e Municipal em implementarem um plano deestímulo ao uso do calcário na agricultura.

As pesquisas indicam que o volume de calcário incorporado anualmente aossolos deveria ser de três vezes o volume de fertilizantes consumidos. No Brasil estaprática é inversa, pois, como exemplo, em 2012 foram consumidos 30,0 milhões detoneladas de fertilizantes contra 29,35 milhões de toneladas de calcário, conforme dadosda Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) e da Associação Brasileirados Produtores de Calcário Agrícola (Abracal).

1.4. Justificativa

A Administração Municipal, através da sua Secretaria de Agricultura,Abastecimento e Desenvolvimento Econômico e do Departamento de Meio Ambiente,em parceria com a Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural de MinasGerais (Emater), o Instituto Estadual de Florestal (IEF - Agência Jeceaba), o InstitutoFederal Sudeste de Minas Gerais (IFET – Campus Barbacena), a Associação dosProdutores Agropecuários de Jeceaba (ASPROJECE) e o Sindicato dos ProdutoresRurais de Jeceaba, vem pleitear uma vaga no Ciclo 2014 do Prêmio Mineiro de BoasPráticas na Gestão Municipal.

Tal iniciativa se justifica pelo fato de que Jeceaba possui hoje 5.396 habitantes,destes 2.417 que representa 44,97% residem na zona rural que é composta por doisdistritos, Bituri e Caetano Lopes e 20 localidades, sendo: Água Limpa, Angá, Aroeiras,Bananal (localidade esta de origem quilombola), Campo Alegre, Dinizes, Gungumbeira,Lava Pés, Machados, Jacarandá, Lobo-Lobô, Mato Dentro, Mato Felix, Pequeri,Pinheiros, Santa Cruz, Santa Maria, Sapé, Sesmaria e Tartária (Figura 3) (IBGE, 2010).Estes dados são reforçados pelo Censo agropecuário de 2006, que aponta cerca de 1.022

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pessoas diretamente ocupadas em estabelecimentos agropecuários, representando umtotal de 18,94% da população local sendo beneficiada diretamente.

No Município a agricultura familiar é exercida de forma muito empírica e ficousem apoio técnico por mais de 25 anos (em 1988 foi o último ano que a Ematerfuncionou no Município, retomamos o convênio em 2013, quando a atual gestão criou asecretaria de agricultura, abastecimento e desenvolvimento econômico, que não existia).Apesar das dificuldades, conforme mencionado, tal atividade emprega significativaparcela da população. Ressalta-se que a referida atividade pode e deve ser estimuladaatravés de trabalhos de extensão e fomentos que minimizem o êxodo rural, uma vez quea instalação de grandes empresas torna-se atrativo para que ocorra a potencialização nasaída do homem do campo. Atrelado a estes números é válido destacar que durante toda a sua história, aagropecuária e, principalmente, a agricultura familiar, foram o alicerce para a geraçãode empregos, para a alimentação da própria população e manutenção do comércio daregião, mesmo nos períodos onde houve os maiores investimentos como na época daFerrovia Central do Brasil (1910), Ferrovia do Aço (1970), Siderúrgicas (2007) eMineradoras (2009).

Além disso, na contramão da maioria dos Municípios Brasileiros, que em suamaioria apresentam 80% da população na área urbana e 20% na área rural, Jeceaba sedestaca por ter metade de sua população ainda na zona rural, mesmo passando por fortesinvestimentos de grandes indústrias. Esta situação ímpar sofrida pela cidade, juntamentecom a falta de projetos e investimentos na área agrícola pode vir a aumentar o êxodorural.

E por fim, em uma pesquisa realizada pela Secretaria de Agricultura doMunicípio, num total de 285 produtores (Figura 5), apenas 8% sabem o que é análise desolo e apenas 2% fazem ou já fizeram o uso da mesma. Os 6% que sabem aimportância, mas nunca fizeram argumentaram sobre a dificuldade de ter acesso alaboratórios que realizam as análises e a falta de técnicos para sua interpretação erecomendação da adubação. A pesquisa também demonstrou que apenas 3% utilizam oujá utilizaram o calcário. Assim, a Prática de Gestão, instituída pela atual gestão vêmpara preencher esta lacuna, que é tão importante para se obter mais oferta de alimentos,de melhor qualidade, gerando maior rentabilidade ao produtor, evitando o êxodo rural epreservando o meio ambiente.

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Figura 5. Mapa da distribuição geográfica dos produtores rurais (agricultura familiar)do Município de Jeceaba-MG. Em amarelo perímetro municipal. Em vermelho estradasvicinais rurais. Em azul escuro rede hidrográfica. Em branco perímetro do MonumentoNatural Estadual Serra do Gambá. Pontos em azul (balõezinhos) propriedades rurais.

1.5. Objetivos

1.5.1.Objetivo Geral

Viabilizar, incentivar e introduzir a prática da análise química e física do solo e acorreção da acidez dos solos do Município. Através destas, buscar o aumento daprodutividade dos cultivos, o que aumentará a oferta de alimentos na região,contribuindo para melhoria da situação econômica dos pequenos e médios produtoresrurais, aumentando assim, a sua renda, mantendo o homem no campo com melhorqualidade de vida e com preservação do meio ambiente. Objetiva ainda, fortalecer osprocessos de parcerias, descentralização e municipalização do desenvolvimentoagrícola.

1.5.2.Objetivos específicos

1. viabilizar e incentivar a prática da análise química e física do solo;2. recomendar níveis e doses corretas de corretivos e adubos para os produtores;3. introduzir e incentivar o uso de corretivos agrícolas (calcário);4. aumentar a produtividade das terras no município;5. fomentar e estimular a agricultura orgânica e sustentável;6. promover o melhor aproveitamento das pequenas propriedades rurais do

município;

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7. melhorar a qualidade de vida dos pequenos produtores rurais do município,através de uma maior rentabilidade econômica por área;

8. manter o homem no campo, evitando assim o êxodo rural;9. conhecer e confeccionar o mapa da fertilidade do solo das terras do município;10.produzir alimento para atender a demanda do comércio e das indústrias da

Região do Alto Paraopeba;11.diminuir o avanço da agricultura em áreas de preservação permanente;12.otimizar as terras agricultáveis e evitar a degradação ambiental de novas áreas;13.diminuir o assoreamento dos rios Camapuã e Paraopeba;14.conservar e preservar os solos e as águas (nascentes e lençóis freáticos);15.estimular a agricultura familiar;16.aumentar o volume de recursos alocados na agropecuária em Jeceaba; e17.produzir alimento para atender a demanda do programa nacional de alimentação

escolar e do programa de aquisição de alimentos do governo federal;

1.6. Metodologia Aplicada

1.6.1.Organograma Administrativo do Município de Jeceaba-MG

A organização, a estrutura orgânica e os procedimentos da Administração doMunicípio de Jeceaba até dezembro de 2012 era exercida sob a direção superior doPrefeito Municipal, sem ser auxiliado pelos secretários municipais o que centralizavamuito o poder e burocratizava os serviços prestados.

Em fevereiro de 2013 o Prefeito Fábio Vasconcelos, que acabava de assumir opleito, sancionou a Lei Complementar 024/2013 que dispõem sobre o novoorganograma. O Município passou a contar com nove secretarias (Figura 6).

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Figura 6. Organização e estrutura orgânica do Município de Jeceaba-MG. Em destaqueas secretarias e departamentos envolvidos e diretamente afetados pela Prática de Gestão.

1.6.2.Secretaria de Agricultura, Abastecimento e DesenvolvimentoEconômico

Todos os dias, desde o amanhecer, milhões de brasileiros cultivam uma de suasgrandes paixões: a produção agrícola. Eles planejam, criam, cuidam e colhem seusprodutos buscando sempre eficiência no trabalho e harmonia com o meio Ambiente(Fonte: Revista Terra, Mar 2010/Ano III 005).

Compete a esta Secretaria propor a política de desenvolvimento rural doMunicípio juntamente com a política de preservação do meio ambiente, mediante aimplementação de estudos, programas e projetos, próprios ou em convênio comentidades públicas e privadas, e a prestação de assistência técnica à comunidadeagropecuária. A Secretaria deve incentivar a diversificação da produção para que apequena propriedade seja rentável. Além disso, atuar orientando para a diminuição nocusto de produção e criando alternativas para a comercialização, através das feiras ruraise feiras livres.

Nesse sentindo, todos os projetos são desenvolvidos para a capacitação eintrodução de novas tecnologias para que a agricultura familiar se fortaleça e colaborepara a permanência do homem no campo com a melhoria da renda de forma sustentável.

FunçõesI – Contribuir para a formulação do Plano de Ação do Governo Municipal,

propondo programas setoriais de sua competência e colaborando para a elaboração deprogramas gerais;

II – cumprir políticas e diretrizes definidas no Plano de Ação do GovernoMunicipal e nos programas gerais e setoriais inerentes à Secretaria;

III – analisar as alterações verificadas nas previsões do orçamento anual eplurianual de investimentos da Secretaria e propor os ajustamentos necessários;

IV – promover a articulação da Secretaria com órgãos e entidades daadministração pública e da iniciativa privada, visando ao cumprimento das atividadessetoriais;

V – cumprir e fazer cumprir as normas vigentes na administração municipal;VI – propor convênios, contratos, acordos, ajustes e outras medidas que se

recomendem para a consecução dos objetivos da Secretaria;VII – executar as diretrizes, planos e os programas gerais de fomento à

agricultura e à pecuária do Município;VIII– incentivar, apoiar e organizar ou coordenar atividades de pecuária no

Município;IX – estimular o desenvolvimento da agricultura através de programas como

sementes, implementos e outros;X – estimular e organizar cooperativas agropecuárias no Município;XI – promover exposições agropecuárias;XII – cadastrar as propriedades agropecuárias;XIII – proporcionar ao trabalhador rural uma melhor qualidade de vida;XIV – integrar o trabalhador rural como membro ativo da comunidade;XV – habilitar o trabalhador rural para participação efetiva no ciclo de produção

e comercialização;XVI– assistência técnica e extensão rural;

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XVII– incentivo à permanência do homem no campo, através dos programas decooperativismo, eletrificação rural e irrigação, habitação para o trabalhador rural, emsistema de mutirão (terraplanagem e material de construção), abertura e conservação deestradas para escoamento da produção, implantação de sítios, distribuição de sementes,adubos e calcário;

XVIII – planejar pequenas atividades agroindustriais, agropecuárias demanutenção familiar, pesqueiras, fruticulturas, floricultura e florestais;

XIX – conceder, negar e cassar alvarás para:a) localização de atividades econômicas; b) licenciamento de atividades econômicas de produção, extração mineral,

comércio e prestação de serviços localizados.c) localização e licença de funcionamento de depósitos de explosivos,

inflamáveis em geral e postos de abastecimento de veículos;XX – desenvolver estudos e projetos de desenvolvimento econômico do

Município;XXI - promover a geração de emprego e renda da população;XXII – fornecer dados e subsídios necessários à elaboração de projetos, planos,

relatórios e pareceres;XXIII – exercer outras atividades correlatas.

Diante do exposto, a presença da Secretaria de Agricultura em uma região comvasta área agropecuária é mais que primordial é sinal de respeito para com a populaçãoe com o meio ambiente.

A primeira ação tomada por esta secretaria foi o firmamento de convênios comórgãos no governo estadual, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Ruralde Minas Gerais (Emater), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e o InstitutoEstadual de Florestas (IEF) e também com órgãos do governo federal como o InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto Federal de Ensino,Tecnologia e Ciência (IFET- Campus Barbacena). Simultaneamente, ao firmamento dosconvênios, foi criada a Casa do Agricultor de Jeceaba. Espaço criado para centralizartodos os serviços prestados pela Secretaria de Agricultura e Departamento de MeioAmbiente. Está localizada à Rua Antônio Pereira Gomes, no 200, Centro de Jeceaba(Figura 7). É uma casa alugada pela Prefeitura, foi mobiliada com móveisconfeccionados a partir de resíduos recebidos da siderurgia doados à AdministraçãoMunicipal, mostrando que existem diversas maneiras para produzir uma arquiteturasustentável (Prática esta que rendeu o Prêmio de Práticas Sustentáveis 2013, promovidopela ANAMUP – Associação Nacional dos Municípios Produtores – Projetoselecionado entre os 6 melhores trabalhos do Brasil – Figura 8). Segue matériapublicada em 14-08-13 na Revista Perfil conforme link:http://novalimaperfil.com.br/site_nlperfil/index.php?option=com_content&view=article&id=588:jeceaba-premiada&catid=67:politica&Itemid=53

Este espaço está sediando a Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimentoe Desenvolvimento Econômico o Departamento Municipal de Meio Ambiente, alémdisso, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), oInstituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária (INCRA), o Instituto Federal de Ensino, Tecnologia e Ciência (IFET-

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Campus Barbacena) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) o qual funciona com umaAgência Avançada em Jeceaba, juntamente com a coordenação da Unidade deConservação do Monumento Natural Serra do Gambá (MONA Serra do Gambá). Alémdisso, trabalha neste espaço um médico veterinário e uma eng. ambiental.

A concepção da Casa do Agricultor de Jeceaba é alicerçada no princípio básicode oferecer aos produtores rurais uma eficiente assistência técnica e disponibilizarconhecimentos básicos que poderão produzir grandes transformações nas suas vidas,uma vez que um terço do PIB Brasileiro provém da Agropecuária.

A inauguração da Casa do Agricultor de Jeceaba, juntamente com a assinaturados convênios com Órgãos Federais e Estaduais, aconteceu no dia 04 de julho de 2013,em sessão solene onde estiveram presentes os presidentes e representantes legais dasinstituições parceiras e produtores da região.

Figura 7. Casa do Agricultor de Jeceaba – Secretaria Municipal de Agricultura,Abastecimento e Desenvolvimento Econômico, Departamento de Meio Ambiente –Prefeitura Municipal de Jeceaba-MG.

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Figura 8. Troféu Pedra Ágata de Sustentabilidade - Prêmio ANAMUP de práticassustentáveis (03 de julho 2013).

Uma vez oferendo mão de obra técnica especializada e criada as condições detrabalho. Iniciamos o desenvolvimento do Programa Municipal de DesenvolvimentoRural. Programa este que foi implantado já em 2013, o qual é constituído inicialmente,de 10 (dez) programas secundários de estímulo ao aumento de produção agrícola epreservação do meio ambiente, a fim de desenvolver e impulsionar as atividades dosetor primário, gerando emprego e renda aos produtores e alimentos com maisqualidade e a preços mais acessíveis à população. Os dez programas são:

1. Diagnosticar é preciso - Levantamento e cadastramento das propriedadesrurais do Município com o objetivo de diagnosticar a situação atual daagropecuária e nortear o planejamento dos trabalhos para os próximos anos,estimulando assim, o aumento da produção.

2. Projeto Balde Cheio - Participação ativa no Projeto entre a Associação dosProdutores Agropecuários de Jeceaba (ASPROJECE) e a MineradoraFerrous, sendo destaque a implantação do Programa Balde Cheio para osprodutores de Leite do município. Este programa tem o objetivo de oferecerassistência técnica direta ao produtor rural associado a ASPROJECE levandoa ele planejamento para que possa obter maior quantidade e qualidade naprodução de seu leite, com diminuição do seu custo;

3. Pró-Análises – Plano de Incentivo a Análise Química e Física do Solo – Emum sistema de produção sustentável, o conhecimento das característicasquímicas e físicas do solo é um alicerce fundamental para o planejamento dapropriedade. Assim, o objetivo deste projeto é viabilizar e incentivar aprática da análise química e física do solo aos produtores do município. Sãobeneficiários do Pró-Análises os produtores localizados no município que

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estejam com os dados cadastrais em dia com a secretaria. É sugerido umnúmero de análises conforme a demanda dos empreendimentos realizados napropriedade levantadas pelo técnico responsável da secretaria de agricultura.A secretaria julgará quantas análises serão subsidiadas, não sendonecessariamente, obrigada a custear o número total de análises sugeridas. Osprodutores devem participar de cursos de capacitação para coleta e preparodas amostras. Esses cursos são oferecidos pela secretaria na medida que ademanda exigir. As amostras deverão ser entregues, embaladas eidentificadas, na Secretaria de Agricultura, Abastecimento eDesenvolvimento Econômico. Neste primeiro ano foram realizadas 150análises de solo, todas subsidiadas pelo município.

4. Pró-Calcário – Plano de Introdução do Cálcário no Município –A calagem éuma técnica de correção de solos ácidos, com reflexos positivos no aumentoda produtividade das lavouras e na otimização do uso de fertilizantes. Ocalcário é um recurso abundante no país, que possui diversas reservasespalhadas pelos estados, principalmente no Mato Grosso do Sul, no MatoGrosso e em Minas Gerais, com alta capacidade de moagem das rochas,devendo seu consumo ser incentivado. Muitas vezes, a não utilização dacalagem pelos produtores envolve, entre outros, a falta de informação e, emalguns casos, a falta de recurso financeiro, principalmente devido ao frete,pois o preço do produto em si é relativamente baixo. É uma técnica utilizadapela agricultura mundial a mais de 50 anos e totalmente sustentável, pois ocalcário é rocha moída. O Objetivo do projeto é viabilizar a correção daacidez do solo e, através desta, a melhoria do nível de fertilidade dos solosdo município. Em Jeceaba é a primeira vez que se desenvolve um projetonesta área e já no primeiro ano foram distribuídas mais de 270 toneladas decalcário para mais de 50 produtores rurais.

5. Pró-Mudas – Programa de Incentivo ao reflorestamento e à preservação -Em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) o município estádistribuindo mais de 150 mil mudas de eucalipto e de árvores nativas. Ofomento para o plantio de eucalipto contará com a doação das mudas, adubopara o plantio e adubo para a cobertura, além da assistência técnica deEngenheiros Florestais. Todo o cadastramento e execução do projeto sãogerenciados pelo IEF. As mudas de espécies nativas são para reflorestamentode nascentes e áreas de preservação permanente. A expectativa é de atendermais de 50 produtores.

6. Pró-Sementes – Programa de Incentivo à Produção Agrícola de Alimentos -Em parceria com o Emater o Município distribuiu 1000 kg de sementes demilho, 350 kg de sementes de feijão e mais de 300 kit´s de sementes dehortaliças compostos por sementes de cenoura, beterraba, alface, abobrinha,quiabo e repolho. Foram atendidos 100 produtores com as sementes demilho, 60 com a semente de feijão e outros 300 incluindo hortas urbanas,com os kit´s hortaliças.

7. Pró-Saúde Animal – Programa de Proteção à Saúde Animal – animal sadioé sinônimo de respeito, de carinho e de qualidade de vida. Este programa temo objetivo de oferecer atendimento médico veterinário a animais de grande e

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pequeno porte, sendo eles: exames clínicos, procedimentos minimamenteinvasivos, prescrição de tratamentos, vacinação e para alguns casos eutanásiade animais moribundos. Iniciado em Julho de 2013, o programa já conta commais de 85 atendimentos, dos quais a maioria destinado à cães da população;Além deste objetivo o programa buscou em parceria com a VSB a confecçãode uma cartilha intitulada Posse Responsável de Animais Domésticos queesta sendo distribuída a toda a população do município;

8. PNAE – O Programa Nacional de Alimentação Escolar é um programa deassistência financeira suplementar com vistas a garantir no mínimo umarefeição diária aos alunos. Uma de suas diretrizes é o fortalecimento daeconomia local e da agricultura familiar através do incentivo e implantaçãode hortas. Os alimentos são adquiridos da agricultura familiar do Município edestinado às escolas, garantindo a comercialização da produção e dandooportunidades de melhoria de vida ao homem do campo. Em Jeceaba, oPNAE tem funcionado, mas a produção ainda não atendia toda a demanda. ACasa do Agricultor tem trabalhado de modo a incentivar a produção dealimentos que fazem parte da lista deste programa. Mais de 10 produtoresforam cadastrados e estão recebendo assistência técnica para aumentar ediversificar suas produções e assim passarem a oferecer seus produtos aoPNAE Jeceaba.

9. PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos promove o acesso aalimentos às populações em situação de insegurança alimentar e promove ainclusão social e econômica no campo por meio do fortalecimento daagricultura familiar. O Programa propicia a aquisição de alimentos deagricultores familiares, com isenção de licitação, a preços compatíveis aospraticados nos mercados regionais. Os produtos são destinados a ações dealimentação empreendidas por entidades da rede socioassistencial;Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição como RestaurantesPopulares, Cozinhas Comunitárias e Bancos de Alimentos e para famílias emsituação de vulnerabilidade social. Além disso, esses alimentos tambémcontribuem para a formação de cestas de alimentos distribuídas a grupospopulacionais específicos. Pela primeira vez, o Município de Jeceaba foicadastrado, junto ao Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate àFome (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA) e já conta com maiseste benefício para os produtores da Agricultura Familiar de Jeceaba. Hojetemos mais de 65 produtores que podem participar e fornecer suas produçõesa este programa.

10. Produzindo Água - Programa de Incentivo ao cercamento ereflorestamento e à preservação de nascentes na bacia dos Rios Camapuã eParaopeba - Em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) omunicípio estará distribuindo mais de 5 mil mourões de eucalipto tratado,arame farpado, arestas e balancins, além de mudas de espécies arbóreas

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nativas. Este material será doado a proprietários de imóveis que possuemnascentes e que queiram cercá-las para melhorar a proteção econsequentemente aumentar a “produção de água” garantindo assim umfuturo melhor a todos. Todo o cadastramento e execução do projeto sãogerenciados pelo IEF. A expectativa para este ano é de atender mais de 25produtores.

Dentre os programas, o Pró-Análises e o Pró-Calcário constituem o foco dacandidatura do Município de Jeceaba ao Prêmio AMM – Ciclo 2014. Portanto,estaremos descrevendo como funcionam os mesmos e os resultados obtidos nesteprimeiro ano de funcionamento.

Pró-Análises:Plano de Incentivo a Análise Química e Física de Solo

Conforme vimos acima, em um sistema de produção sustentável, oconhecimento das características químicas e físicas do solo é um alicerce fundamentalpara o planejamento da propriedade. Assim, o objetivo deste projeto foi viabilizar eincentivar a prática da análise química e física do solo aos produtores do municípiopromovendo uma nutrição correta das lavouras.

Convênio para realização do projetoPara o desenvolvimento do projeto era necessário facilitar o acesso a um

Laboratório credenciado para realização das análises físicas e químicas do solo. Foientão, firmado um contrato entre o Município de Jeceaba e o Instituto Federal deEducação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – IFET (CampusBarbacena) que dispõe do Laboratório de Análise e Fertilidade de Solos (segue anexo ocontrato).

O contrato facilitou o acesso e barateou o custo, pois conforme anexo, cadaanálise física saiu a R$ 14,00 e cada análise química saiu a R$ 16,00, perfazendo umtotal de R$ 30,00 por análise completa. O valor total, para não conveniados é deaproximadamente R$ 40,00 por análise completa. Portanto, economizou-se com estamedida um custo de 25%.

Abrangência e BeneficiáriosSão beneficiários do Pró-Análises os produtores localizados no município de

Jeceaba e que estejam com os dados cadastrais em dia com a secretaria de agricultura,abastecimento e desenvolvimento econômico. Tem prioridade aos benefícios osprodutores da agricultura familiar, com a declaração da aptidão do pronaf (DAP), e quefaçam parte, mesmo que informalmente, de uma Associação ou Cooperativa deprodutores, localizados no município.

Condições de adesão ao programa e normas operacionaisOs produtores interessados, em participar do Programa, devem fazer as

inscrições na Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e DesenvolvimentoEconômico localizada na Rua Antônio Pereira Gomes, 200, Centro, Jeceaba – MG.Documentos necessários para fazer a inscrição: (Cópias)

1. Preencher e assinar o requerimento de serviços (segue anexo o modelo dorequerimento);

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2. Certidão atualizada ou contrato de compra e venda ou contrato de posse doimóvel;

3. Comprovante de quitação do INCRA e do ITR;4. CPF e RG do (a) produtor (a);5. Se possuir levantamento topográfico do imóvel, trazer cópia impressa ou digital;

Após a inscrição, é feita uma visita do técnico da secretaria e/ou da Emater. Ésugerido um número de análises conforme a demanda dos empreendimentos realizadosna propriedade levantadas pelo técnico responsável da secretaria de agricultura. Asecretaria julgará quantas análises serão subsidiadas, não sendo necessariamente,obrigada a custear o número total de análises sugeridas. Os produtores são capacitadossobre como coletar e preparar as amostras. A secretaria oferece a embalagem (Figura 9)para armazenamento das amostras. As amostras devem ser entregues, embaladas eidentificadas, na Secretaria de Agricultura, Abastecimento e DesenvolvimentoEconômico.

Coube a Secretaria de Agricultura, após receber as amostras, protocolar, ou sejater o cuidado de anotar todas as informações a respeito daquela amostra, para issocriamos o caderno de protocolos de amostras de solos da Casa do Agricultor de Jeceaba(Figura 9). Em seguida estas foram armazenadas em local apropriado e encaminhadas,semanalmente, ao Laboratório em Barbacena. Isso foi realizado de forma a aproveitar osveículos que se deslocam, toda semana, por conta da Secretaria Municipal de Saúde, atéBarbacena, uma vez que a regional de saúde a qual Jeceaba está atrelada é a deBarbacena, assim, não houve despesa extra para encaminhar as amostras até o referidolaboratório. Esta etapa, primordial, para evitar erros e confusões, ficou sob aresponsabilidade do funcionário Henrique Lopes de Souza.

Figura 9. Caderno de protocolo das amostras de solos recebidas na Casa do agricultorde Jeceaba e saco plástico para acondicionamento das amostras e encaminhamento aolaboratório.

Os resultados eram enviados pelo IFET à Secretaria de Agricultura através doendereço eletrônico [email protected]. Assim que obtidos, eramencaminhados aos técnicos responsáveis para análises, interpretações e recomendações.Os técnicos responsáveis são: Leandro Marciano Marra (Eng. Agrônomo do Município)Amélia de Cássia Carvalho Pereira (Eng. Agrônoma - Emater Jeceaba)Gerônimo Coelho (Médico Veterinário da ASPROJECE) Divulgação

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Como nunca havia sido oferecido um fomento desta natureza no Municípiotivemos a preocupação de levar ao conhecimento de todos esta oportunidade. Assim, adivulgação do pró-análises foi realizada em diferentes meios de divulgação. Foramrealizadas reuniões nas localidades rurais, além de reuniões com os associados daASPROJECE, Sindicado e AJEAP (Associação Jeceabense de Apicultores). Tambémfoi divulgado por meio do programa de rádio “A Voz do Executivo de Jeceaba” que vaiao ar todo sábado das 10:00 até as 10:45 na Fundação Rádiodifusora de Congonhas,AM 1020, que tem ampla abrangência no Município.

Cronograma de ExecuçãoFoi determinado o cronograma de execução baseando-se no tempo hábil para

amostragem, análise laboratorial, recomendação técnica e aplicabilidade do que foirecomendado (Tabela 01).

Tabela 01. Cronograma do programa Pró-análises.Data Evento

04/07/2013 Lançamento dos Programas Municipais de Desenvolvimento Rural13/07/2013 Início das inscrições para o Pró-análises – Ano Safra 2013/201430/08/2013 Fim da apresentação dos programas nos distritos e localidades rurais13/09/2013 Fim das inscrições para o Pró-análises – Ano Safra 2013/2014

Pró-Calcário:Plano de Incentivo a Análise Química e Física de Solo

A calagem é uma técnica de correção de solos ácidos, com reflexos positivos noaumento da produtividade das lavouras e na otimização do uso de fertilizantes. Ocalcário é um recurso abundante no país, que possui diversas reservas espalhadas pelosestados, principalmente no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso e em Minas Gerais,com alta capacidade de moagem das rochas, devendo seu consumo ser incentivado.Muitas vezes, a não utilização da calagem pelos produtores envolve, entre outros, a faltade informação e, em alguns casos, a falta de recurso financeiro, principalmente devidoao frete, pois o preço do produto em si é relativamente baixo. É uma técnica utilizadapela agricultura mundial a mais de 70 anos e totalmente sustentável, pois o calcário érocha moída. Assim, o objetivo deste projeto foi viabilizar a correção da acidez do soloincentivando a introdução do calcário no Município e, através desta, a melhoria do nívelde fertilidade dos solos.

Abrangência e BeneficiáriosSão beneficiários do Pró-Calcário os produtores localizados no município de

Jeceaba e que estejam com os dados cadastrais em dia com a secretaria de agricultura,abastecimento e desenvolvimento econômico, desde que estejam cadastrados no Pró-Análises (apenas com a análise de solo em mãos um técnico tem condições derecomendar a calagem). Tem prioridade aos benefícios os produtores da agriculturafamiliar, com a declaração da aptidão do pronaf (DAP), e que façam parte, mesmo queinformalmente, de uma Associação ou Cooperativa de produtores, localizados nomunicípio.

Condições de adesão ao programa e normas operacionais

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Os produtores interessados, em participar do Programa, deverão fazer asinscrições na Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e DesenvolvimentoEconômico localizada na Rua Antônio Pereira Gomes, 200, Centro, Jeceaba – MG.Para tal apenas precisam estar de posse dos seguintes documentos e suas cópias:

1. Preencher e assinar o requerimento de serviços (anexo);2. Certidão atualizada ou contrato de compra e venda ou contrato de posse do

imóvel;3. Comprovante de quitação do INCRA e do ITR;4. CPF e RG do (a) produtor (a);5. Se possuir levantamento topográfico do imóvel, trazer cópia impressa ou digital;

Após a inscrição, os técnicos da secretaria e/ou da Emater aproveitam a visitaque é feita devido o cadastramento no Pró-análises e faz o levantamento da área a sercultivada, da cultura a ser implantada, da topografia e outros fatores que julgaremnecessários ao bom funcionamento dos projetos.

Uma vez com o resultado e interpretação da análise em mãos, os técnicosrecomendam ou não a aplicação do calcário (calagem). Em alguns casos não énecessário sua aplicação, mas em mais de 90% é indicada, devido às característicasintrínsecas dos solos da região. Em média foram distribuídas 5 toneladas de calcáriodolomítico por produtor, sendo que alguns receberam 2 toneladas e outros chegaram areceber 12 toneladas (conforme resultado das análises). Vale destacar que o Pró-Calcário não tem a obrigação de atender a demanda total, uma vez que está varia emfunção também da área cultivada, mas neste primeiro ano de execução toda a demandafoi subsidiada. Os produtores foram capacitados sobre como aplicar o calcário no solo,fazer a calagem.

Coube a Secretaria de Agricultura, dentro do possível, acompanhar toda adistribuição do calcário no Município.

Os técnicos responsáveis foram: Leandro Marciano Marra (Eng. Agrônomo do Município)Amélia de Cássia Carvalho Pereira (Eng. Agrônoma Emater Jeceaba)Gerônimo Coelho (Médico Veterinário da ASPROJECE)Thiago Arcebispo (Médico Veterinário do Município)

Divulgação

A divulgação do pró-calcário foi realizada da mesma forma que o pró-análises,mesmo porque, estar cadastrado no pró-análises é critério para ser atendido pelo pró-calcário.

Cronograma de ExecuçãoFoi determinado o cronograma de execução baseando-se no tempo hábil para

recebimento do resultado das análises para sua interpretação e recomendação técnica dacalagem e adubação e aplicabilidade do que foi recomendado (Tabela 02).

Tabela 02. Cronograma do programa Pró-calcário.Data Evento

04/07/2013 Lançamento dos Programas Municipais de Desenvolvimento Rural30/07/2013 Início das inscrições para o Pró-calcário – Ano Safra 2013/201430/08/2013 Fim da apresentação dos programas nos distritos e localidades rurais15/10/2013 Fim das inscrições para o Pró-calcário – Ano Safra 2013/2014

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15/10/2013 Início da distribuição do Calcário05/12/2013 Fim da distribuição do Calcário

1.7. Recursos

Financeiros

Análises de Solo

Para o contrato de prestação de serviços firmado entre o Município de Jeceaba eo Instituto Federal de Ensino, Ciência e Tecnologia – IFET Campus Barbacena, pormeio da Fundação Diaulas Abreu (FAPE) foi designado para a Safra 2013/2014 umvalor de RS 7.800,00 o que representa um total de 260 análises física e 260 análisesquímicas. Todo este valor vem de receita própria do Município. Neste primeiro ano deimplantação do pró-análises foram realizadas 150 análises físicas e químicas, para 78produtores, perfazendo um gasto total de R$ 4.500,00, isso representou menos de 0,02%do orçamento anual do Município (2013).

Calcário

Foi realizada uma licitação para aquisição do calcário. As característica técnicasdo produto foram: calcário dolomítico com no mínimo 85% de Poder Real deNeutralização Total (PRNT). Foram licitadas 1000 toneladas do produto. Cada toneladasaiu no valor de R$ 114,00. Neste primeiro ano de implantação do pró-calcário foramdistribuídas 285 toneladas, perfazendo um gasto total de R$ 32.490,00, isso representou0,13% do orçamento anual do Município (2013). A entrega do produto na propriedaderural partindo da sede do Município, ficou por conta do produtor, não onerando oMunicípio com esta etapa. A título de informação o valor de mercado para o frete naregião ficou entre R$ 2,00 e R$ 3,00 por km rodado. Vale informar também que oprodutor mais distante da sede fica a 30 km de distância e teve um gasto variando de R$120,00 a R$ 180,00, mas a grande maioria dista-se, em média 15 km da sede.

O recurso financeiro total, diretamente, envolvido com a Prática de Gestão foi de R$36.990,00, o que representa 0,14% do orçamento anual do Município (2013). Todo esterecurso aplicado na execução da prática foi originado de receita própria do Município.

Humanos

Os recursos humanos empregados, diretamente, para o desenvolvimento daprática em questão foram funcionários da Casa do Agricultor de Jeceaba (Secretaria deAgricultura), do setor de compras e licitação, da controladoria, da associação dosprodutores agropecuária de Jeceaba e do IFET – Campus Barbacena, mas vale destacara participação indireta de outros funcionários. Segue a relação dos envolvidosdiretamente:

Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico

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Leandro Marciano Marra (Eng. Agrônomo - Prefeitura)Lindayane Cardoso Chaves Marra (Bióloga – Prefeitura)Thiago Luiz Mendes Arcebispo (Médico Veterinário – Prefeitura)Amélia e Cássia Carvalho Pereira (Eng. Agrônoma – Emater)Henrique de Souza Lopes (Agente Ambiental – Prefeitura)Aniliane Aparecida Santos (Agente Ambiental – Prefeitura)Anyliam Maria Santos Magalhães (Agente Ambiental – Prefeitura)Tomásia Custódia (Auxiliar de Serviços Gerais)

ASPROJECE

Glazielly Marciano Marra (Química)Jerônimo Coelho (Médico Veterinário)

Setor de Compras, Licitação e Controladoria Geral

Davidson Rodrigo Gomes Borges de Matos (Assessor em Licitação e Contrato)Willian de Paula Gonzaga (Contador – Prefeitura)Rômulo Luís Pimenta (Contador – Prefeitura)

Departamento de Transportes

José Dantas de Miranda (Chefe do Departamento de Transportes)Motoristas

IFET – Campus Barbacena

Marcelo Zózimo (Chefia do Laboratório)Funcionários do Laboratório

Físicos e Administrativos

Os recursos referentes à parte física e administrativa da Prática de Gestão são osjá existentes, indiferentes à existência ou não da Prática de Gestão. Estes apenas foram esão aproveitados, otimizando assim, toda a infraestrutura existente, seja ela estrutural,tecnológica (computadores, impressoras, raio-x, espectofotômetros, etc) e ou veicular,sendo destaque:

Infraestrutura da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento eDesenvolvimento Econômico (Casa do Agricultor de Jeceaba);

Infraestrutura da Secretaria Municipal da Fazenda e Administração e daControladoria Geral do Município;

Infraestrutura do Laboratório de análise de Fertilidade do Solo IFET –Barbacena;

Automóvel do Departamento de Transportes do Município;

1.8. Resultados e discussões

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Os resultados foram identificados e avaliados em cinco etapas, cada uma comseus respectivos indicadores de avaliação:

Divulgação da Prática de Gestão e cadastramento dos produtores Interpretação e recomendação das doses de corretivos e adubos Acompanhamento do desenvolvimento da lavoura Produtividade das áreas Produção total do Município de Jeceaba-MG

1.8.1.Divulgação da Prática de Gestão e cadastramento dos produtores

Ao implementarmos a Prática de Gestão, diferentemente, de outras, foinecessário sua divulgação, uma vez que esta prática envolve a gestão municipal e aparticipação da população rural. Não é uma prática interna da Prefeitura. Assim,priorizamos uma boa divulgação com o objetivo de levar a oportunidade a todos, semexclusão, e também de motivar a participação, já que um projeto desse nível nuncahavia sido desenvolvido nos perímetros municipais. Para o ano Safra 2013/2014 foramcontemplados 78 produtores rurais. A tabela 03 mostra a relação dos produtoresatendidos, sua respectiva localidade rural e o número de amostras de solo que foramrealizadas as análises química e física. Foram feitas um total de 150 análises química efísica de solos.

Tabela 03. Relação dos produtores que realizaram a análise química e física do solo,sua respectiva localidade no Município de Jeceaba – MG e o número de análisesrealizadas para cada produtor – Ano Safra 2013/2014.

Nome Localidade Nº de Amostras

1 Durval José da Silva Santa Cruz 32 Amarildo de Matosinhos Santa Cruz 23 Nilton José Matosinhos Santa Cruz 24 Carlos Gomes da Silva Mata Mata 35 Sálvio de Freitas Maia Sapé 36 Amós Rodrigo da Cunha Lava Pés 37 Milton Bernardo Ramos Tartária 28 André Rodrigo de Jesus Bituri 29 Edvalci Melo Santa Cruz 410 Elvécio de Freitas Maia Dinizes 111 Sebastião Fernandes Dias Santa Cruz 212 Osvaldo Leite de Morais Boca Calada 113 Wagner Machado Lobo-Lobô 114 José Domingos Filho Lava Pés 315 João Fabris Junior Lava Pés / Barreirinho 516 Ronaldo Teodoro Leite Bituri 417 Aguiar Ribeiro de Almeida Bituri 418 Maria de Fátima Penido Grota das Goiabeiras 119 Edson da Rocha Reis Machados 4

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20 Celso Eudes Cardoso Sumidouro 221 Alcides Ribeiro Matosinhos Santa Cruz 222 Milton Horta dos Santos Santa Cruz 323 Catarina Maria de Jesus Ferreira Bituri 124 Elias Rodrigues dos Reis Lava Pés 225 Augusto Fernndes Dias Santa Cruz 526 Regino Pereira Neto Mato Félix 527 Mario Vítor Castro de Freitas Caetano Lopes 328 Ademir Beato Bituri 329 Antônio José de Resende Jacarandá 230 Jair Pereira da Silva Pequeri 231 Nísio Luiz Maia Evangelista Sapé 532 José Roberto F. de A. Machados 133 Sinvaldo Marques de Morais Pinheiros 234 Jorge Cardoso da Silva Dinizes 135 José Marcelo Evangelista Maia Dinizes 336 Vivaldo Botelho Sede - Jeceaba 337 José Celso Costa Dinizes 138 Geraldo R. Almeida Dinizes 139 Walter Machado Sede - Jeceaba 240 Edinei Elias Maia Machados 141 Amador Pio Bento Bituri 242 Alquieres Claudiano Maia Lava Pés 143 Eva Aparecida Maia Santa Maria 144 João Teodoro Ferreira Bituri 145 Marco Antônio P. Carvalho Tartária 246 Geraldo Aureliano Penido Campo Alegre 247 Rubens Nascimento Bituri 148 Moacir A. Carvalho Bituri 149 Maurício José Cardoso Angá 150 José Ribeiro Rosa Sesmaria 151 Vicente Fernando Leite Taquaral 152 Joaquim Luiz dos Reis Lava Pés 153 Joaquim Matosinhos Maia Bituri 154 Paulo Vicente de Almeida Machados 255 Anísio Machado Ribeiro Bituri 156 André Machado Ribeiro Mato Dentro 357 Geraldo B. Ramos Tartária 158 Raimundo Penido da Silva Bituri 159 José Geraldo Maia Dinizes 260 Antônio César Finamore Boca Calada 261 Marco Antônio de Almeida Bituri 262 Jerônimo José Neto Machados 163 Valdemir Ribeiro Pereira Sapé 164 José Jorge Xavier Sesmaria 165 José Barnabé Sede - Jeceaba 2

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66 José Afonso Ribeiro Tartária 167 Eurides Carlos Sapé 168 Paulo Cardoso Sapé 169 Geraldo Gomes Machados 170 José Geraldo Almeida Machados 171 Roberto Lobo Sesmaria 172 Cleber Pereira Bituri 273 Elias Maia Ferreira Gungumbeira 174 Celita C. Souza Sesmaria 175 Enock Ribeiro Rosa Sesmaria 176 Javert Leôncio Jacarandá 277 Cláudio Pereira Lobo Sesmaria 178 Jesus Oliveira Santa Cruz 1

Total 150

A figura 10 mostra a distribuição geográfica das áreas onde foram realizadas asanálises de solo no Município de Jeceaba. Percebe-se que houve uma participação bemdistribuída geograficamente em todo o seu território. Evidenciando assim, a boadivulgação da Prática de Gestão.

Figura 10. Mapa da distribuição geográfica dos produtores rurais cadastrados na Práticade Gestão no Município de Jeceaba-MG. Em amarelo perímetro municipal. Emvermelho estradas vicinais rurais. Em azul escuro rede hidrográfica. Em brancoperímetro do Monumento Natural Estadual Serra do Gambá. Pontos em verde claro(balõezinhos) propriedades rurais.

1.8.2.Interpretação e recomendação das doses de corretivos e adubos

Após obtenção dos resultados das análises de solo, as mesmas foraminterpretadas e analisadas por profissionais capacitados, os quais, recomendaram asdoses de corretivos e fertilizantes, levando em consideração também a cultura a serimplantada e/ou mantida. As recomendações de adubação foram repassadas aos

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produtores tanto para a adubação de plantio quanto para a adubação de cobertura. Todosos produtores tiveram o acompanhamento do técnico.

Os resultados das análises de solo nos demostra que 65%, das 150 amostras,apresentam pH baixo (Figura 11). Resultados estes que demostram a necessidadeurgente de promover a prática da calagem nas terras do Município de Jeceaba. Outroresultado surpreendente foi os relacionados ao nutriente fósforo (P), os quaisdemonstraram que 94% das áreas amostradas apresentam muito baixo e baixo níveis deconcentração (Figura 12). Por outro lado no tocante aos nutrientes potássio (K) (Figura13) e enxofre (S) (Figura 14) os resultados variaram muito mostrando que nem sempre énecessário sua aplicação, mas apenas com a análise química do solo isso pode serobservado.

O cálcio e magnésio (Figura 15 e 16) também apresentaram grande variação nassuas concentrações para as diferentes propriedades. Estes dois nutrientes são fornecidosatravés da calagem, assim, sua demanda é atendida com a simples prática da calagem.

Quando se avalia o teor de matéria orgânica dos solos de Jeceaba, os resultadosdemonstram que 99% (Figura 17) das áreas analisadas não possuem um teor ideal parase atingir um boa produção. A matéria orgânica no solo desempenha inúmeras funções esua presença é fundamental para a manutenção de uma produção sustentável. Nestesentido os solos cultivados em Jeceaba não tem contribuído para a manutenção e oaumento da matéria orgânica e isso se deve ao manejo que tem-se dado a estes solos, osquais passam por aração e gradagem, técnicas estas que contribuem e acelera adecomposição da matéria orgânica.

A saturação por bases (Figura 19) e a saturação por alumínio (Figura 20) ajudama demonstrar as exigências dos solos em corretivos agrícolas e fertilizantes.

Por outro lado, quanto aos micronutrientes, zinco, manganês, ferro e também ocobre (Figuras 20, 21, 22 e 23), a maioria das amostras apresentaram de médio a altoníveis nos solos da região, o que é uma característica geológica dos solos cultivados emJeceaba, principalmente, em relação ao nutriente ferro que é encontrado em altasconcentrações nas rochas da região. Exceção foi observada para o micronutriente boro(Figura 24), que apresentou baixos níveis e precisou ser recomendado para a maioriados plantios. Vale destacar que nenhum produtor havia utilizado boro como adubaçãoem suas culturas antes do início da Prática de Gestão.

A capacidade de troca de cátions (CTC) também foi avaliada nas análisesquímicas realizadas (Figura 25 e 26).

Em relação as análises físicas das amostras analisadas os resultados nosdemonstram que 98% das áreas apresentam textura média e/ou argilosa (Figura 27).

Figura 11. Distribuição dos valores de pH encontrado nas 150 análises realizadas no ano safra2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 12. Concentração de fósforo (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

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Figura 13. Concentração de potássio (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 14. Concentração de enxofre (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 15. Concentração de cálcio (cmolc dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 16. Concentração de magnésio (cmolc dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas noano safra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 17. Matéria orgânica (dag kg-1) encontrado nas 150 análises realizadas no ano safra2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 18. Saturação de bases (%) encontrado nas 150 análises realizadas no ano safra2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 19. Saturação de alumínio (%) encontrado nas 150 análises realizadas no ano safra2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 20. Concentração de zinco (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 21. Concentração de manganês (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 22. Concentração de ferro (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no ano safra2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 23. Concentração de cobre (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no anosafra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

Figura 24. Concentração de boro (mg dm-3) encontrado nas 150 análises realizadas no ano safra2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiro et al., (1999).

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Figura 25. Capacidade de troca de cátions efetiva (cmolc dm-3) encontrado nas 150 análisesrealizadas no ano safra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiroet al., (1999).

Figura 26. Capacidade de troca de cátions a pH 7,0 (cmolc dm-3) encontrado nas 150 análisesrealizadas no ano safra 2013/2014. Valores baseados nos intervalos definidos conforme Ribeiroet al., (1999).

Figura 27. Textura dos solos das 150 análises realizadas no ano safra 2013/2014. Valoresbaseados na Instrução Normativa nº 02 de 09-10-2008 (Ministério de agricultura, Pecuária eAbastecimento – MAPA).

1.8.3.Acompanhamento do desenvolvimento da lavouraO acompanhamento de técnicos especializados deu-se durante a amostragem do

solo para realização das análises, passando pelo plantio, sua condução e manutenção,até a colheita. Para esta meta o indicador avaliado foi a efetiva realização prática, porparte do produtor, daquilo que estava sendo indicado e recomendado pelos técnicosdentro do período correto.

1.8.4.Produtividade das áreasA produtividade das áreas cultivadas foi avaliada quando da colheita. O

indicador utilizado foi a produtividade (toneladas por hectares e ou kg por hectare). Atabela 04 mostra os resultados da produtividade (toneladas por hectare) de silagem demilho para alguns produtores. Esta quantificação foi realizada baseando-se na carretaque é utilizada na hora da colheita a qual foi acompanhada por um dos técnicos.

Tabela 04. Aumento da produtividade de milho para silagem por produtorescomparando-se o ano safra 2012/2013 e com o ano safra 2013/2014.

Nº Nome LocalidadeProdutividade Silagem

% de aumentoToneladas

2012/2013 2013/2014

1 Durval José da Silva Santa Cruz 22 29 31,82

2 Amarildo de Matosinhos Santa Cruz 24 31 29,17

3 Ronaldo Teodoro Leite Bituri 29 34 17,24

4 Carlos Gomes da Silva Mata Mata 18 25 38,89

5 Salvio de Freitas Maia Sapé 27 31 14,81

6 Milton Horta dos Santos Santa Cruz 21 28 33,33

7 Regino Pereira Neto Mato Félix 23 30 30,43

8 Vivaldo Botelho Sede - Jeceaba 31 37 19,35

9 Edinei Elias Maia Machados 22 27 22,73

10 Jerônio José Neto Machados 22 27 22,73

11 Aguiar Ribeiro de Almeida Bituri 24 30 25,00

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É evidente o aumento obtido pelos produtores cadastrados na Prática de Gestão.E esta produção foi influenciada fortemente pela falta de chuvas (precipitação) pela qualainda está passando, de uma forma geral, todo o país. Vários são os trabalhos científicosque mostram o aumento da produtividade de milho com a introdução da análise de soloe a calagem para o todo o Brasil. Este aumento significa mais que quantidade desilagem colhida, significa sustentabilidade, pois conseguiu-se produzir mais com amesma área utilizada, evitando assim, o avanço da agropecuária para áreas preservadasde mata nativa e ou para áreas de preservação permanente, otimizando o espaço, otempo, a mão de obra e obtendo mais lucro, o que motiva os produtores.

Outra destinação dada, por alguns produtores, as lavouras de milho é a obtençãode grãos, para produção de fubá, alimentação de aves, suínos e gado, a qual também foidestaque no aumento da produtividade (Tabela 05).

Há que destacar o aumento na produtividade de grãos de milho, os produtoresobtiveram resultados extraordinários nas mesmas áreas antes produzidas, chegando aobter quase 300% de aumento, como o Sr. Amador, em Bituri. Mesmo obtendo quase3,5 toneladas por hectare, este valor ainda é pequeno se compararmos com aprodutividade brasileira que pode chegar até 12.000 kg/ha.

Tabela 05. Aumento da produtividade de milho para produção de grãos por produtorescomparando-se o ano safra 2012/2013 e com o ano safra 2013/2014.

Nº Nome LocalidadeProdutividade Grãos

% de aumento(kg)

2012/2013 2013/2014

1Catarina Maria de Jesus Ferreira Bituri 1500 3278

118,53

2 Amador Pio Bento Bituri 800 3150 293,75

3 Osvaldo Leite de Morais Boca Calada 1100 2670 142,73

4 Antônio César Finamore Boca Calada 0 1686 Não se aplica

1.8.5.Produção total do Município de Jeceaba-MG

A produção total do Município de Jeceaba, em relação a grãos, cereais,derivados do leite e hortifrutigrangeiros foram avaliadas quando da colheita dosprodutores cadastrados. Indiretamente esta produção vai influenciar a produção futurade leite, carne e seus derivados. O indicador utilizado foi à soma da produção total(toneladas e/ou kg) dos cultivos envolvidos na Prática de Gestão. A tabela 06 e 07mostra os resultados da produção dos cultivos de milho para silagem e para grãos.

Tabela 06. Produção total de silagem de milho pelos produtores cadastrados na Práticade Gestão em Jeceaba-MG, ano safra 2013/2014.

Nome Produção total (Toneladas)

1 Durval José da Silva 160

2 Amarildo de Matosinhos 143

3 Carlos Gomes da Silva 195

4 Salvio de Freitas Maia 186

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5 Edvalci Melo 124

6 Elvécio de Freitas Maia 153

7 Sebastião Fernandes Dias 181

8 João Fabris Junior 134

9 Ronaldo Teodoro Leite 164

10 Aguiar Ribeiro de Almeida 158

11 Edson da Rocha Reis 102

12 Celso Eudes Cardoso 80

13 Alcides Ribeiro Matosinhos 75

14 Milton Horta dos Santos 195

15 Augusto Fernndes Dias 96

16 Regino Pereira Neto 132

17 Mario Vítor Castro de Freitas 175

18 Ademir Beato 267

19 José Roberto F. de A. 120

20 Jorge Cardoso da Silva 80

21 Vivaldo Botelho 200

22 José Célio Costa 142

23 Edinei Elias Maia 178

Total 3440

Tabela 07. Produção total de milho grãos e de feijão pelos produtores cadastrados naPrática de Gestão em Jeceaba-MG, ano safra 2013/2014.

Nome Feijão Milho Grãos

1 Osvaldo Leite de Morais 0 2670

2 Maria de Fátima Penido 120 168

3 Catarina Maria de Jesus Ferreira 180 2578

4 Jair Pereira da Silva 100 1520

5 Geraldo R. Almeida 80 1569

6 Sinvaldo Marques de Morais 100 850

7 Amador Pio Bento 204 3150

8 Eva Aparecida Maia 75 950

9 João Teodoro Ferreira 89 1356

10 Marco Antônio P. Carvalho 50 2598

11 Geraldo Aureliano Penido 120 4589

12 Maurício José Cardoso 98 1642

13 José Ribeiro Rosa 75 856

14 Vicente Fernando Leite 64 667

15 Anísio Machado Ribeiro 75 870

16 André Machado Ribeiro 60 789

17 Geraldo B. Ramos 84 1090

18 Raimundo Penido da Silva 158 1489

19 José Geraldo Maia 65 986

20 Antônio César Finamore 100 1000

21 Jerônio José Neto 136 3258

22 Valdemir Ribeiro Pereira 78 890

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23 José Jorge Xavier 104 1985

24 José Barnabé 45 554

25 José Afonso Ribeiro 65 359

26 Eurides Carlos 50 1258

27 Paulo Cardoso 65 1097

28 Geraldo Gomes 82 958

29 José Geraldo Almeida 65 774

30 Roberto Lobo 115 1028

31 Cleber Pereira 95 600

32 Elias Maia Ferreira 60 700

33 Celita C. Souza 54 655

34 Enok Ribeiro Rosa 124 0

35 Cláudio Pereira Lobo 118 1854

Total 3153 47357

A produção de mandioca também está sendo estimada (Tabela 08), uma vez quea colheita ainda não iniciou-se pro tratar de uma cultura de ciclo mais longo. Mas dequalquer forma os produtores estão entusiasmado com a Prática de Gestão.

Tabela 08. Produção total de mandioca pelos produtores cadastrados na Prática deGestão em Jeceaba-MG, ano safra 2013/2014.

Nome CulturaProdutividade

Estimada

1 Antônio José de Resende Mandioca 250 caixas

2 Enock Ribeiro Rosa Mandioca 56 caixas

3 Joaquim Luiz dos Reis Mandioca 120 caixas

4 Joaquim Matosinhos Maia Mandioca 135 caixas

5 Alquieres Claudiano Maia Mandioca 50 caixas

Total 611 caixas

2. Impacto no Gerenciamento Municipal

A Prática de Gestão teve impactos relevantes na agricultura familiar, que é umadas principais fontes de renda da população rural do município de Jeceaba. Outroraesquecida pela administração municipal, a agricultura familiar conta atualmente com oauxílio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e DesenvolvimentoEconômico, através de órgãos conveniados como a EMATER, IEF, IMA, INCRA. Apartir desse auxilio os pequenos produtores vêm novas oportunidades de incrementar equalificar sua produção e renda, juntamente com programas como o PNAE e PAA, quegarantem a venda da sua produção a setores necessitados como escolas e comunidadescarentes. Desta maneira não somente a Secretaria de Agricultura como também outrosdepartamentos da gestão municipal estão diretamente ligados à assistência aosprodutores rurais, como: a Educação, a Assistência Social, o Departamento de Comprase Licitação a controladoria e o Departamento de Transportes.

A alimentação fornecida nas escolas do município de Jeceaba, tanto na redemunicipal quanto estadual, tem uma fatia proveniente do PNAE (Programa Nacional deAlimentação Escolar), programa do Governo Federal que repassa recursos do Tesouro

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Nacional com o objetivo de suplementar a aquisição de alimentos destinados à merendaescolar. Além de subsidiar os custos com alimentação o PNAE incentiva a produçãoagrícola do município. Para o ano de 2014 o orçamento do PNAE é de R$ 3,5 bilhões,dos quais no mínimo 30% são destinados à compra direta da agricultura familiar. Nosúltimos anos (2013/2012/2011/2010/2009/2008/2007), apenas dois produtores ruraisparticipavam do processo licitatório para o fornecimento de alimentos, resultando emuma oferta limitada em diversidade e em quantidade de produtos, o que muitas vezesacabava sendo de baixa qualidade. Com a implantação da Prática de Gestão, foi possívelaumentar, já inicialmente, a produção agrícola do município, o que acarretou em maiorinteresse de que outros produtores participassem do PNAE. Para o ano de 2014, oaumento no número de produtores inscritos no PNAE (Tabela 09) em Jeceaba já podeser destacado como um dos resultados da Prática de Gestão, uma vez que a análise desolo, juntamente com o uso do calcário e a assistência técnica contribuíram paraaumentar a produtividade e possibilitar assim a venda dos excedentes à merenda escolar.Tudo isso viabiliza uma melhor e maior oferta de produtos e incentiva a produção.

Tabela 09. Relação dos produtores inscritos no Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar de Jeceaba – MG, ano Safra 2013/2014.Produtor CPF Localidade André Rodrigo de Jesus 043.656.326-63 BituriElias Rodrigues dos Reis 033.719.316-92 Lava-pésEnoch Ribeiro Rosa 164.963.106-53 SesmariaIsabel José da Rocha 524.242.606-30 TartáriaJesus de Oliveira 019.522.718-27 Santa CruzMilton Bernardo Ramos 374.003.046-15 TartáriaDelci Rosa Matozinho Silva 064.061.806-58 Santa CruzMarlene Sebastiana de Jesus 002.405.276-07 TartáriaVanessa Cordeiro de Morais 066.618.916-10 Sesmaria

Membros da AJEAP 14.727.776/0001-12Mauro José Ribeiro 030.215.946-03 MachadosGeraldo Ribeiro de Almeida 576.110.176-91 MachadosEmanuel Vinícius Dias 029.159.476-00 JeceabaDjalma José de Andrade 774.785.336-04 JeceabaVanderlúcio Cardoso Vieira 827.300.836-34 Volta friaVantuir Ribeiro Maia 025.720.676-09 MachadosJosé Mauro Cardoso 526.595.506-20 Rio Abaixo

Ao oferecer a possibilidade de melhoria da renda com suas próprias mãos,estaremos garantindo a independência da agricultura familiar, contribuindo assim, coma área de Assistência Social, pois estamos dando oportunidades de crescimento àpessoas antes atendidas apenas por esta Secretaria, de forma assistencialista edependente. Portanto, além de garantir a alimentação por meio da produção parasubsistência o excedente garante uma nova fonte de renda ao produtor rural. Sem falarno aumento da oferta de alimento com qualidade aos alunos da rede de ensino municipale estadual.

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O aumento do número de produtores inscritos no PNAE reflete diretamente, namelhoria dos trabalhos do setor de compras e licitação do Município, pois o mesmo terádisponíveis maiores quantidades de alimento e mais diversificação durante todo o ano.Isso facilitará os trabalhos, pois em uma licitação será adquirida toda ou quase toda ademanda do ano, ganhando em tempo e evitando outros editais etc.

O mesmo benefício pode ser visto na Controladoria Municipal, uma vez quefacilitará os controles e diminuirá o tempo gasto com novas licitações para atender ademanda da merenda escolar.

E por fim, a prática de gestão influencia positivamente também o Departamentode Transportes, uma vez que aproveita um veículo já direcionado ao destino onderealiza-se as análises química e física do solo, diminuindo os gastos e ganhando emtempo, otimizando os serviços.

3. Replicação em geral

A calagem do solo após sua análise se constitui em uma prática de simplesexecução apesar do alto retorno que propicia à comunidade e ao meio ambiente. Aexecução de projetos similares em outras localidades seria favorecida ou desfavorecidapela respectiva presença ou ausência dos seguintes fatores:

• Existência de população rural que possa se beneficiar da melhora na capacidadeprodutiva de suas terras;

• Firmamento de um convênio com uma instituição capaz de realizar as análisesdos solos das propriedades contempladas no projeto de forma a baratear o custo;

• Capacidade de adquirir o calcário a ser distribuído;• Presença de um profissional capacitado a interpretar as análises de solo e dosar a

quantidade de corretivo a ser aplicada em cada caso.

Tais fatores estão presentes, favorecendo a realização de projetos semelhantes namaioria dos municípios de Minas Gerais. Pouquíssimas são as cidades que não possuemzona rural relevante à segurança alimentar e à manutenção sócio-econômica dascomunidades urbanas e/ou rurais. O Estado de Minas gerais conta com váriasinstituições que oferecem serviços de análise de solo espalhadas por seu território,tornando o método bem acessível a municípios de diversas regiões (Figura 28). Ocalcário por ser um subproduto da indústria do cimento – cuja presença é expressiva noestado – é abundante em nosso território e como já mencionado, muito subutilizado.

Desta maneira atesta-se a replicabilidade do projeto em todo o Estado de MinasGerais, uma vez que este baseia-se em características comuns a toda esta unidade dafederação, como a presença majoritária de Latossolos e Argissolos, que são geralmenteácidos e necessitam de correção. A população rural é, em sua maioria, carente daaplicação de novas tecnologias para incremento da produção, abundância de unidadesinstituições de referência técnica em agropecuária para análise dos respectivos solos, efacilidade de aquisição do calcário, um produto acessível a todos mineiros.

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Figura 28. Localização geográfica dos laboratórios de fertilidade do solo integrantes doPROFERT-MG (Pontos em Azul). Jeceaba-MG (Ponto em Vermelho).

3.1. Programa interlaboratorial de controle de qualidade de análise desolos de minas gerais

O Estado de Minas Gerais, por meio de sua Comissão de Fertilidade do Solo(CFSEMG), está integrado, desde 1965, ao Programa Nacional de Fertilidade doSolo, que, no seu início, foi coordenado pela Divisão de Pesquisas Pedológicas doMinistério da Agricultura.

A partir de 1987, foi criado o Programa Interlaboratorial de Controle deQualidade de Análise de Solos de Minas Gerais (PROFERT-MG), com o objetivogeral de promover o intercâmbio técnico entre os laboratórios de análise de solo eexecutar um programa de avaliação da qualidade das análises químicas de solodestes laboratórios. O PROFERT-MG está diretamente vinculado à CFSEMG eintegra o Programa Nacional de Controle de Qualidade da Sociedade Brasileira deCiência do Solo. O PROFERT responsabiliza-se pelo controle de qualidade dasanálises de solo recomendadas pela CFSEMG para interpretação da fertilidade dosolos.

Atualmente, o PROFERT-MG, integra mais de 50 laboratórios, públicos eprivados, dos quais 44 localizam-se no Estado de Minas Gerais. Caracterizam-sepor uma capacidade média de análise de 50 amostras por dia, e, em termos globais,representam uma capacidade instalada em Minas Gerais para 420 mil amostras porano.

4. O papel da população na mobilização do projeto

Os produtores rurais de Jeceaba, majoritariamente, baseavam suas técnicas deplantio em informações adquiridas tradicional ou empiricamente, e apesar da existênciade várias práticas produtivas e exequíveis que advêm desta forma de produção,

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altíssimo é o custo de oportunidade gerado pelo não aproveitamento das tecnologiasdesenvolvidas em nossos centros de pesquisas.

Tamanho é o fato que em uma pesquisa realizada pela Secretaria de Agriculturado Município de 285 produtores entrevistados apenas 20 (8,09%) sabiam de que setratava a análise de solo, e apenas 5 (2,02%) fazem ou já fizeram uso da mesma, osdemais conhecedores da prática afirmaram ter dificuldades de acesso aos laboratóriosque pudessem realizar a análise e falta de técnicos para a interpretação dos testes erecomendação de adubação. Foi também demonstrado na pesquisa que apenas 7(2,83%) produtores utilizam ou já utilizaram o calcário.

Com a instituição do projeto Pró-Calcário foram realizadas 150 análises de solopara 78 produtores. Todas amostras foram interpretadas pelos técnicos do municípiopara que os produtores recebessem a quantia exata de corretivo a ser aplicado.

A mobilização da população no projeto é atestada, pela adesão de 27,36% dosprodutores rurais que já foram atendidos no projeto, pela demonstração de grandeinteresse dos demais pela reedição do projeto e pelas frequentes e crescentes visitas àCasa do Agricultor à qual o projeto se prestou como uma maneira a mais de divulgarseu papel de assistência ao homem do campo.

5. Consolidação e continuidade

Os Projetos tiveram início em Março de 2013, com as primeiras reuniões enegociações junto ao Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Barbacena (quesempre foi reconhecido por sua excelência de ensino na área agrícola) para viabilizar aassinatura de um convênio junto a Prefeitura Municipal de Jeceaba, o qual viabilizariaas análises de solo.

Após a assinatura do convênio, foi iniciada a fase de divulgação do projeto.Nessa fase, priorizou-se a conscientização dos produtores rurais, mostrando aimportância vital da análise de solo na agricultura.

Em meados de Agosto de 2013 a coleta das amostras de solo foi iniciada, sendorealizada por funcionário da EMATER, da Associação dos Produtores de Leite deJeceaba e pelos próprios agricultores, que receberam orientações sobre a maneiracorreta de coletar o solo. O recebimento das amostras estendeu-se até o mês desetembro de 2013. Ao longo dos meses de setembro a dezembro, os resultados dasanálises eram recebidos e os agricultores orientados com relação ao tratamentonecessário em cada propriedade. Essa orientação continuou durante a distribuição decalcário para correção do solo.

A fase final do projeto acontece entre os meses de Janeiro e Março de 2014,período no qual ocorre a colheita da maioria das culturais de ciclo curto. Após acolheita, será contabilizada a produção para mensurar o rendimento e efetividade doprojeto.

A continuidade da Prática de Gestão iniciará no início de março de 2014 com aabertura das novas inscrições para a Prática de Gestão ano safra 2014/2015.

6. Sustentação econômica

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A Prática de Gestão é baseada, inicialmente, em projetos intrinsecamenteassistencialistas, porém repassam recursos com o objetivo de tornar a populaçãobeneficiada independente destes. Ao fornecer análise da terra e correção de seu pH,espera-se que o produtor rural sinta-se motivado e com o aumento do potencial da terra,cultive mais e melhor, aumente sua renda e se emancipe de qualquer forma deassistencialismo.

O investimento na prática é desproporcional ao seu enorme impacto,constituindo-se em R$ 36.990,00, 0,14% do previsto no orçamento anual municipal de2013. Dos 285 agricultores de Jeceaba 78 (27,36%) foram atendidos neste primeiro deano do projeto, com a análise de solos, interpretação dos resultados por engenheiroagrônomo, e a posterior calagem.

A calagem corretiva é necessária uma vez a cada quatro anos, e aconselha-se queo procedimento seja oferecido a 25% dos produtores por ano, desta maneira, ao final dequatro anos de execução 100% dos produtores do município serão atendidos, e osprimeiros 25% que foram beneficiados pelo programa estarão prestes a receber a novaremessa de calcário em tempo ideal (Figura 29) no quinto ano. Convenientemente ociclo da técnica coincide com o período da gestão política, permitindo a conclusão doprojeto dentro do governo que o iniciou.

Como os recursos financeiros da Prática de Gestão são recursos próprios, a suacontinuidade é garantida pela reserva deste pequeno percentual de investimento (0,14%)pela gestão municipal, após a aprovação do orçamento anual pela câmara dosvereadores.

Figura 29. Planejamento e continuidade da prática de gestão em 4 anos - Jeceaba-MG.

A justificativa econômica da prática de gestão é pautada no incremento daprodução de alimentos, no fortalecimento da economia pela agropecuária e na promoçãoda independência municipal da importação de alimentos (segurança alimentar). Aindacorroborando indiretamente para sua sustentabilidade financeira, ao aumentar aarrecadação municipal decorrente dos impostos que são gerados na comercialização daprodução e comércio de produtos agrícolas.

7. A criatividade a favor do produtor rural

As análises de solo e sua posterior correção com o uso do corretivos agrícolas eou fertilizantes, por si só não consistem em uma inovação tecnológica, porém é o seuuso como uma prática de gestão que torna o projeto ímpar, ao articular parcerias comcentros de pesquisa e o poder público, promovendo a aproximação da ciência com ohomem do campo e o maior aporte de recursos à agropecuária.

É de fato surpreendente que uma técnica tão imprescindível à agricultura e tãosimples de ser executada possa ser considerada uma medida vanguardista no âmbito dagestão municipal. Mas lamentavelmente isso se deve à falta de um olhar cuidadoso àagricultura, principalmente a de cunho familiar, e à percepção do cidadão como um ente

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realizador, capaz de colocar a seu favor situações adversas. O Pró-Análises e o Pró-Calcário exemplifica isso ao promover a comunidade através do amparo à produçãorural, gerando atratividade ao campo, renda, produção de alimentos com excelência econsequentemente garantindo segurança e soberania alimentar.

A predominância de políticas assistenciais vazias em todas as instâncias degoverno tem ceifado o potencial produtivo não somente da agricultura, mas de todo equalquer cidadão que ilusoriamente se beneficia destas. A verdadeira assistência éaquela estimulante, que ao fornecer condições dignas ao indivíduo, permitem que elereconheça seu potencial e se torne mais uma peça fundamental em meio às engrenagensda sociedade.

Assim, todo este trabalho emprega recursos já existentes de formas otimizadas,sempre em busca de maximizar a produtividade e a eficiência do setor público. Osrecursos são canalizados na busca de maior produtividade e assim obtendo melhoresresultados, conforme visto acima. Evidencia ainda, a melhoria gerencial rumo ainovação, à redução de custos, à qualidade dos serviços e à satisfação do cidadão urbanoe/ou rural.

8. Referências Bibliográficas

1. Associação Brasileira dos Produtores de Calcários Agrícolas (Abracal).http://www.abracal.com.br/. Acessado em 02 de fevereiro de 2014.

2. Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA). http://www.anda.org.br/.Acessado em 02 de fevereiro de 2014.

3. BARBOSA-FILHO, M.P.; SILVA, O.F. Adubação e Calagem para o feijoeiro irrigadoem solo de cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35. p.1317-1324, 2000.

4. CAIRES, E.F.; KUSMAM, M.T.; BARTH, G.; GARBUIO, F.G. & PADILHA, J.M.Alterações químicas do solo e resposta do milho à calagem e aplicação de gesso. R.Brasileira Ciência do Solo. 28:125-136, 2004.

5. CIOTTA, M.N.; BAYER, C.; ERNANI, P.R.; FONTOURA, S.M.V.; WOBETO, C. &ALBUQIERQUE, J.A. Manejo da calagem e os componentes da acidez de LatossolosBruno em plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 28:317-326, 2004.

6. GIAROLA, M.F.B.; CURI, N.; SIQUEIRA, J.O.; CHAGAS, C.S. & FERREIRA, M.M.Solos da região sob influência do reservatório da hidrelétrica de Itutinga/Camargos(MG): perspectiva ambiental. Lavras, Convênio CEMIG/UFLA/FAEPE, 1997. 101p.

7. Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia. http://censo2010.ibge.gov.br/en/.Acessado em 13 de setembro de 2013 e 25 de fevereiro de 2014.

8. MASCARENHAS, H.A.A et al. Efeito da calagem sobre a produtividade de grãos, óleoe proteína em cultivares precoces de soja. Scitia agricola. 1996, vol.53, n.1 p. 164-172.

9. NOVAIS, R. F.; SMYTH, T. J.; NUNES, F. N. Fósforo. In: Fertilidade do Solo. LOPES,A.S. & GUILHERME, L. G. SBCS. Viçosa- MG. 1017 p. 2007.

10.ONU – FAO. http://www.onu.org.br/fao-anuncia-que-2014-sera-o-ano-internacional-da-agricultura-familiar/. Acessado em 25 de fevereiro de 2014.

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11.RIBEIRO, A.C.; GUIMARAES, P.T.G.; ALVAREZ, V.H.; ed. Recomendação para ouso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 1999.

12.SOUSA, D. M. G.; LOBATO, E. Adubação com nitrogênio. In: SOUSA, D. M. G.;LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e adubação. 2 ed. Brasília, DF : EmbrapaInformação Tecnológica, 2004. p.129-145.

9. ANEXOS

Contrato com IFET – Barbacena Modelo do requerimento para inscrição Saquinho para armazenar as amostras coletadas Todas as análises química e física das 150 amostras CD com os arquivos em formato digital e fotografias do Município de

Jeceaba e da Prática de Gestão

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