pregação noite 29
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ADORAÇÃO BIBLICATRANSCRIPT
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Texto : Hebreus 10:19-25
Introdução
No primeiro número da Imprensa
Evangélica, primeiro jornal protestante
impresso no Brasil, no editorial escrito
por Ashbel Simonton(1867), lemos:
“Todas as religiões tem em comum o fim
que pretendem conseguir. Todas elas
reconhecem como axioma fundamental
que a raça humana padece tantas e tão
grandes necessidades, que é mister um
remédio sobrenatural. Qualquer sistema
que não reconheça a necessidade de
buscarmos fora de nós as forças
indispensáveis à nossa felicidade não
passa de um sistema filosófico.”
João Calvino disse no comentário dos
salmos: “ Há inerentemente em todos os
homens uma forte e indelével convicção de
que devem cultuar a Deus.”
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Reverendo Valdeci dos Santos disse: Até
mesmo uma análise simples e rápida
sobre o tema em foco é suficiente para
convencer-nos de que a "verdadeira
adoração é a mais alta e nobre atividade
da qual o homem, pela graça de Deus, é
capaz."1 O tema "adoração" possui
profundas implicações escatológicas, pois
"desde que a adoração será central na
vida do céu, ela deve ser central na vida
da igreja na terra."
Além do mais, o puritano John Owen
nos lembra que a verdadeira adoração,
ainda que oferecida na terra, é conectada
nos céus.
Outro elemento de importância da
adoração é resultante da aplicação da
máxima cristã lex orandi, lex credendi,
cuja tradução pode ser "o que se ora, é o
que se crê." Segundo este princípio,
adoração e teologia caminham juntas e
grande parte de nossa teologia (certa ou
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errada), é influenciada por nossa liturgia
(forma de adoração).
Charles R. Swindoll e Mark Earey
corretamente chamam nossa atenção
para importantes efeitos interiores da
verdadeira adoração.
Swindoll relembra-nos que a adoração
alarga nossos horizontes e nos
descentraliza de nosso ego, enfraquece
nossos temores, altera nossas
perspectivas e nos mostra o lado digno do
nosso trabalho diário.
Neste sentido, Mark Earey afirma que a
adoração é potencialmente uma
experiência de cura. Potencialmente,
porque uma adoração corrompida traz
mais enfermidades do que geralmente
percebemos (1 Co 11.30).
Finalmente, a verdadeira adoração é o
objetivo e o combustível da atividade
missionária. Ela é o objetivo no sentido de
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que missões almejam trazer pessoas ao
regozijo e à adoração do verdadeiro Deus.
Também, real comprometimento na obra
missionária é fruto de um coração
devotado ao Senhor. Portanto, missões
começam e terminam com adoração.
Valdeci: Qualquer pesquisa sobre a
adoração evidencia um renovado
interesse neste assunto nos últimos dias.
A grande força motora para a
transferência de membros entre igrejas já
não é mais o aspecto doutrinário,
geográfico ou o ensino bíblico, mas o
estilo de adoração e culto. Mark Earey
lembra-nos que vivemos em uma cultura
consumista e todos nós "assumimos que
escolhemos nosso local de adoração da
mesma maneira que escolhemos nosso
local de compras ou de assistir a um
filme…é tudo baseado nos nossos direitos
ao invés de em nossas
responsabilidades."
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A ATIVIDADE QUE MAIS TOMA A
AGENDA DA IGREJA É O CULTO, 90
POR CENTO DE TUDO QUE FAZEMOS
NA IGREJA E DIRECIONADA AO
CULTO.
DEFINIÇÃO: Culto: Serviço prestado a
Deus pelo salvo e pela comunidade em
todas as atividades vitais e
existenciais. Servir é a condição
essencial do servo.
Terminologia
Todas as palavras gregas para culto
significam trabalho, serviço prestado a
um superior, serviço prestado a Deus.
Culto, portanto, como ficou definido, é
um serviço que se presta a Deus. Muitos,
modernamente, entendem que culto é
"invocação da divindade", para que o
Deus invocado se coloque a serviço dos
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invocadores. Outros pensam que culto é
uma festa espiritual com o objetivo de
alegrar os fiéis.
Quanto mais festivo, mais "espiritual" é o
culto. Os idólatras acham que culto é
veneração e adoração do divino
consubstanciado ou materializado em
ícones, que lhes servem de símbolos e
objetos de fé.
Outros ressuscitam o dualismo persa da
luta do deus do bem contra o deus do
mal, do Espírito Santo contra o espírito
satânico. A doutrina do satanismo versus
divinismo substitui a pessoa do pregador
pela do exorcista; e o culto se transforma
numa batalha entre Deus e Satã.
Alguns, não poucos, entendem que culto
é uma reunião de pedintes de bênçãos
espirituais e materiais.
Numerosos hoje, a maioria
inconscientemente, transformam o culto
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numa sessão ordenatória e de cobrança
na qual o homem poderoso, supercrente,
pela fé positiva e pela palavra
autoritativa, exige do Criador respostas
unicamente positivas às suas petições e
lhe cobra os direitos que, na qualidade de
filho.
No Antigo Testamento, portanto, a
adoração era um dos alvos centrais na
vida do povo de Deus. A construção e o
lugar do Tabernáculo em Israel, por
exemplo, evidenciam a ênfase na
prioridade da adoração. Neste sentido, é
interessante observar que cerca de 40
capítulos das Escrituras são dedicados à
descrição, construção, dedicação e uso do
Tabernáculo, enquanto que apenas dois
são dedicados ao relato da criação.
Além do mais, o Tabernáculo era
posicionado no centro do acampamento
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israelita (Nm 1.52-53 e 2.1-2), como
referência à centralidade do culto para a
nação. Podemos concordar, portanto, que
a "tipologia do Antigo Testamento dá um
lugar proeminente à adoração.
Podemos dividir o culto de Israel em:
Festivo, o das festas programadas por
Deus e realizadas fora do templo. Não
eram anárquicas e nem despropositadas.
Objetivavam manter a memória dos feitos
de Javé. Sem o depósito de ontem não
haveria a reserva de hoje. A Igreja existe
por causa dos atos criadores, protetores e
redentores de Deus na história da
redenção. A eucaristia, mistério e festa,
tem o mesmo propósito das
comemorações de Israel: Manter viva a
lembrança do que Deus já fez; e esta
lembrança é um alimento da fé.
Solene: Culto efetivado no "hekal" ou
lugar santo, onde costumeiramente os
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sacerdotes sacrificavam
intercessoriamente pelos pecadores e
mediavam-lhes as oferendas
gratulatórias.
Soleníssimo: Culto executado pelo sumo
sacerdote, e somente por ele, uma vez por
ano, no "debhir" ou Santos dos Santos. Ali
era o local do silêncio, onde a fala de Deus
era prioritária, não a do homem.
No "debhir" Deus falava e o homem ouvia.
Nenhum hino se cantava no Santíssimo,
apenas o diálogo Deus - homem.
No 'hekal", local dos rituais ordinários
(falamos do templo de Salomão ), somente
os sacrifícios, as orações, os oráculos e os
cânticos corais levíticos compunham a
liturgia.
O culto no Velho Testamento era
estritamente sacerdotal. Os sacerdotes,
e somente eles, tinham acesso à parte
mais sagrada do templo, isto é, aquela
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inteiramente santificada, completamente
separada do mundo e das coisas
profanas. Os leigos ficavam no exterior.
Culto no Antigo Testamento = Redentivo
e cruento;
no N.T> =implicativo e incruento.
Autoria : incerta.
Data : entre 60 e 70 d.C.
Local de origem: talvez Itália (Hb.13.24).
Tema principal: A superioridade de
Cristo.
Palavra-chave: melhor (ou superior, ou
mais excelente).
Classificação: CRISTOLOGIA.
Destinatários: judeus cristãos que talvez
residissem em Jerusalém.
O NOME DA EPÍSTOLA
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"Hebreu" era o nome dados aos israelitas
pelas nações vizinhas. Talvez tenha
derivado de Éber ou Héber, que significa
"homem vindo do outro lado do rio"
(Jordão ou Eufrates) (Gn.10.21,24;
11.14-26; 14.13 Js.24.2). Abraão foi
chamado de "hebreu". O "hebreu" do
Velho Testamento era todo indivíduo
israelita.
A carta aos Hebreus:
O livro é um sermão dirigido a uma
comunidade de cristãos de origem
hebreia. Cristãos que tinham sido judeus
e queriam voltar ao judaísmo.
1. Citações do Antigo Testamento
As estimativas do número de citações
diretas na Epístola de Hebreus variam.
Por exemplo, alguns estudiosos contam
todas as citações diretas e totalizam 36.
O Saltério era o livro favorito do escritor
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de Hebreus. Um terço de suas citações
vem do Livro de Salmos.
2. Admoestações pastorais
Repetidamente o autor admoesta seus
leitores a “que nos apeguemos, com
mais firmeza” à Palavra de Deus (2.1).
Ele chama essa palavra pregada aos
israelitas no deserto de “as boas-novas”
(4.2), e afirma que esse povo rebelde
morreu no deserto porque falhou em unir
a Palavra que tinha ouvido, com a fé.
O autor escreve pastoralmente e encoraja
os hebreus a permanecerem fiéis a Deus
e à sua Palavra. “Tende cuidado, irmãos,
jamais aconteça haver em qualquer de vós
perverso coração de incredulidade que vos
afaste do Deus vivo” (3.12). Essa
admoestação é a chave para entender
o interesse pastoral do escritor.
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A mensagem é clara; Mantenha a fé, seja
obediente, permaneça firme, vá a Deus e
afirme a sua salvação.
O autor adverte o leitor sobre o pecado da
descrença, que no final faz sua cobrança
e acaba em apostasia.
A segunda parte da epístola começa
com 10.19 e é totalmente pastoral. O
escritor encoraja os leitores a “se
aproximarem de Deus”, a se
encontrarem para a adoração e esperar o
dia vindouro (10.22,25).
Mais um a vez ele enfatiza que o pecado
deliberado não pode ser perdoado (6.4-6;
10.26-29). O resultado do pecado
voluntário é que se “cairá nas mãos do
Deus vivo” (10.31).
Expressões: Nenhum judeu teria coragem
de sugerir que o sacerdócio levítico
deveria ser “revogado por sua fraqueza e
inutilidade” (7.18) e declarar que “a lei
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nunca aperfeiçoou coisa alguma” (7.19).
Se dissesse tão dura coisa, ele traria a ira
e a indignação da comunidade hebraica
sobre sua cabeça.
A seguir, um esquema mais detalhado:
1.1-2.18 A superioridade de Jesus e sua
função como salvador e sumo sacerdote.
3.1-4.13 A superioridade de Jesus em
relação a Moisés.
4.14-5.10 O sumo sacerdócio de Jesus.
7.1-28 Jesus: Sumo sacerdote como
Melquisedeque.
8.1-10.18 Jesus: Sumo sacerdote e
sacrifício.
Verículos:
15
1. Porque tendo a lei a sombra. O autor
emprestou esta metáfora da arte
pictórica. Porque, uma sombra, aqui
descreve as cerimônias antigas, as quais
não possuíam a substância sólida do que
representavam. Agora ele diz que elas
assemelhavam a rascunhos imprecisos,
os quais prefiguram a pintura perfeita.
Pois antes de introduzir as cores vivas
com seu pincel, o artista costuma traçar
um rascunho com lápis, delineando
assim a imagem que tem em mente.
Bens vindouros. Creio que estes
significam as coisas eternas.
Os mesmos sacrifícios, ano após ano. O
autor está falando principalmente do
sacrifício anual mencionado em Levítico
17, ainda que todo o assunto esteja
incluso aqui sob uma só espécie. Ele
argumenta assim: Onde não há mais
consciência de pecado, também não há
necessidade de sacrifício.
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VERSO 4 -Os crentes do Antigo
Testamento sabiam que um sacrifício
animal não poderia purificá-los do
pecado.
A cada ano, no Dia da Expiação, o sumo
sacerdote entraria no Santo dos Santos
com sangue de um animal morto. Mas o
sumo sacerdote nunca poderia dizer aos
adoradores; “Este sangue removeu seus
pecados de uma vez por todas e, portanto,
este sacrifício foi o último”. Não, a entrada
anual do sumo sacerdote ao Santo dos
Santos no Dia da Expiação provava que
os sacrifícios eram inadequados e
ineficazes. Os adoradores continuavam
a se sentir culpados por seus pecados.
A aliança que Deus havia feito com o povo
de Israel tinha uma séria deficiência; Era
incapaz de eliminar a consciência do
pecado. “A deficiência principal da antiga
aliança era que não podia levar ao
17
perdão.” O sangue de animais
sacrificados não podia eliminar o pecado.
5. Por isso, ao entrar no mundo, diz:
Sacrifício e oferta não quiseste;
O contraste entre o sistema sacrificial
levítico e o sacrifício de Cristo é resumido
pela expressão por isso.
“Ao entrar no mundo” é na verdade um
modo semítico de dizer “quando Cristo
nasceu”.
VERSO 8 - O autor de Hebreus não
afirma que Deus tem uma aversão pelas
ofertas apresentadas, mas os sacrifícios
oferecidos sem fé e obediência são uma
abominação (Is 1.11-14; Am 5.21,22).
Por intermédio de Oséias Deus diz a
Israel, “pois misericórdia quero, e não
sacrifícios, e o conhecimento de Deus,
mais do que holocaustos” (6.6).
18
Deus não se agrada de sacrifícios. Ele se
agrada da confiança constante e da
obediência de seus filhos.
Jesus ofereceu um sacrifício- 10.11-14
Dia após dia os rituais no santuário
aconteciam, pois quando aquele
sacerdote oferecia o último sacrifício no
final de um determinado dia, o próximo
sacerdote fazia os preparativos para o
primeiro sacrifício da manhã seguinte.
Literalmente, rios de sangue de animais
fluíam porque os sacrifícios eram
contínuos; e a sucessão de sacerdotes,
que serviam em turnos e eram escolhidos
por sorte (Lc 1.8,9), parecia ser
interminável.
O trabalho do sacerdote era
essencialmente fútil; ele tinha de fazer a
mesma coisa repetidas vezes, e assim sua
obra nunca chegava a um fim. Ele nunca
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podia se sentar para descansar de seu
serviço.
Como o escritor de Hebreus coloca, “todo
o sacerdote se apresenta, dia após dia”
(itálicos acrescentados). No santuário, a
mobília incluía a mesa, a lâmpada, o altar
do incenso, a arca, mas nenhuma
cadeira. Hb.10:12
Em contraste, depois de oferecer seu
único sacrifício para sempre. Cristo
sentou-se porque ele terminou sua tarefa
redentora e pôs um fim ao sacerdócio
levítico. Seu sacrifício de fato remove o
pecado e quebra o poder do pecado. Ele
entrou num período de descanso depois
de terminar sua obra, da mesma maneira
que Deus descansou de sua obra quando
concluiu sua obra de criação. Cristo
entrou no céu e tomou seu lugar de honra
à destra de Deus.
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Versos 13 e 14 - O sacrifício de Cristo,
único em si mesmo, trouxe santificação
para o crente, isto é, todo crente recebe
esses benefícios do sacrifício de Cristo na
cruz: Seus pecados são perdoados; sua
consciência é purificada; ele tem paz com
Deus, certeza da salvação e o dom da vida
eterna.
Cristo aperfeiçoou o crente para
sempre.
Aliança, lei e perdão - 10.15-18
Deus faz uma nova aliança com seu povo,
põe suas leis no coração deles e as
escreve em sua mente. Os crentes
redimidos por Cristo vivem uma vida de
gratidão ao guardar os mandamentos de
Deus. Essas leis são parte integral do
relacionamento pactuai com Deus.
17. acrescenta: - Também de nenhum
modo me lembrarei dos seus pecados e
das suas iniquidades, para sempre.
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Esses dois versículos escolhidos da
profecia de Jeremias (Jr.31:34) acentuam
a realização da expiação de Cristo.
18. Ora, onde há remissão destes, já
não há oferta pelo pecado.
O sacrifício de Cristo foi final, pois pôs
um fim a todos os sacrifícios pelo pecado.
Com sua brevidade característica, B. F.
Westcott lista três consequências do
pecado:
DÉBITO que requer perdão,
ESCRAVIDÃO que requer redenção,
ALIENAÇÃO que requer reconciliação.
Versos (10.19-25) - A epístola
basicamente consiste de duas partes:
Uma parte DOGMÁTICA (1.1-10.18) e
uma parte PRÁTICA (10.19-13.25).
22
A exposição doutrinária da Epístola se
encerra com 10.18.
Mas daqui por diante, ele tentará
apresentar as implicações de seu
argumento formal, a fim de que seus
leitores possam compreender a
responsabilidade e o privilégio que
acompanham a nova aliança.
Intrepidez ou “confiança” era a
necessidade do momento — uma atitude
voluntária e aberta em relação a Deus.
No período do antigo testamento o
santuário ficava oculto aos olhos do
adorador.
Este caminho é o novo e vivo caminho que
ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela
sua carne.
Os termos que modificam caminho são
significativos. O caminho é novo
(prosphatonj, termo esse que
frequentemente significa “fresco”, como
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uvas frescas, azeitonas frescas, peixe
fesco, água fresca, etc.
O termo também se refere a algum
acontecimento ocorrido recentemente. Os
dois conceitos se unem. O novo caminho
foi recentemente aberto, tornado
acessível, e é perenalmente “fresco”.
O caminho é da mesma forma um vivo
caminho, pois traz a vida de Deus. Não se
trata de um caminho coberto de
sacrifícios mortos, mas tornado acessível
pelo Cristo vivo (cf. Jo 14.6), quem abriu
Ele mesmo a vereda.
Ele consagrou (abriu), pois o verbo
enkainizõ pode ser usado no sentido de
“abrir um caminho que não existia
antes”.
Verso: 21- O caminho de livre acesso não
é o único privilégio do cristão.
Ele tem também grande sacerdote sobre
a casa de Deus (cf. 4.14).
24
Um novo sacerdote está encarregado do
santuário, alguém devidamente
qualificado para levar os homens a Deus;
e pelo fato de achar-se ali, uma recepção
graciosa é assegurada a todos os
membros da casa de Deus (cf. 3.6).
Segue-se então um apelo tríplice, cada
parte enfatizando primeiro a fé, depois a
esperança, e por fim o amor (vs.
22,23,24).
22. É AQUI QUE CHEGAMOS À
EXORTAÇÃO PRINCIPAL NESTA
EPÍSTOLA.
É expressa em três etapas: aproximemo-
nos (v. 22), guardemos firme (v. 23) e
consideremo-nos também uns aos
outros, para nos estimularmos ao amor e
às boas obras (v. 24).
A primeira exortação refere-se à
devoção pessoal, a segunda à
25
consistência, e a terceira às obrigações
sociais.
Aproximemo-nos, com sincero
coração, em plena certeza de fé. –
A exortação, como em 4.16, está em
aproximar-se em adoração e serviço do
trono gracioso de Deus onde ajuda
abundante pode ser obtida. A implicação
está em que isso deve ser feito agora
(tendo) de fé”.
O autor enfatiza que o coração deve ser
sincero se é que a fé é genuína. A palavra
sincero descreve o coração de uma
pessoa que é honesta, genuína,
comprometida, confiável e sem engano.
Quando o coração do crente é sincero, a
fé é evidente com uma certeza completa.
Tal atitude do coração inevitavelmente
envolve plena certeza de fé.
26
O direito de aproximar-se de Deus
presume que certas condições foram
satisfeitas.
Estas incluem, segundo o autor, os
corações purificados de má
consciência, e lavado o corpo com
água pura.
Em seu pleno significado ela indica que
os corações dos homens foram aspergidos
com o sangue de Cristo, estando assim
purificados de obras mortas (cf. 9.14).
O segundo aspecto da exortação é
manifestado nas palavras: Guardemos
firme a confissão da esperança, sem
vacilar. A exortação, apesar de aplicável
a todos os cristãos, não é comum. As
palavras são fortes e têm um sentido de
urgência, sugerindo que por baixo da
superfície encontra-se o perigo da
apostasia.
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O conteúdo dessa confissão á a
esperança de que Cristo cumprirá todas
as promessas que fez e que todos aqueles
que professam o nome de Cristo têm
essas promessas. O autor afirma que nós
professamos esperança, uma virtude que
ele enfatizou ao longo de sua epístola
(3.6; 6.11,19; 7.19; 10.23). A esperança
se apoia na fé e olha para o futuro.
Essa é a terceira exortação e a terceira
virtude da tríade FÉ (v. 22), ESPERANÇA
(v. 23) e AMOR (v. 24).
Considere com cuidado como podemos
ardentemente incentivar uns aos outros
em amor e boas obras, diz o escritor.
Coloque sua mente para funcionar para
encontrar maneiras de provocar - no bom
sentido.
O resumo que Jesus fez da lei, isto é, a lei
real (Tg 2.8), “Ame ao seu próximo como a
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si mesmo”, é frequentemente abreviada
para “Ame a si mesmo”.
Em participar dos cultos de adoração
10.25 - Uma das primeiras indicações de
falta de amor para com Deus e para com
o próximo é ficar longe dos cultos de
adoração. E um desprezo da obrigação
comunal de participar desses encontros e
a demonstração dos sintomas de orgulho
e egoísmo.
Num capítulo anterior, o autor de
Hebreus adverte os leitores para não
seguirem o exemplo dos israelitas
desobedientes no deserto, e não se
desviarem do Deus vivo (3.12).
O autor admoesta os leitores a exortarem-
se “mutuamente cada dia, durante o
tempo que se chama hoje, a fim de que
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nenhum de vós seja endurecido pelo
engano do pecado” (3.13).
Ele entende que entre alguns dos
membros, o zelo espiritual havia
declinado. Portanto, ele diz uma vez mais,
“antes façamos admoestações” (10.25).
O Cristianismo é uma religião de amor
que alcança as pessoas e as coloca
juntas.
Uma das funções principais da adoração
pública, segundo Paulo, é a edificação de
todos os que se reúnem (1 Co 14.26). Mas
como os homens podem ser edificados
quando se ausentam da assembleia?
Geralmente o verbo significa “deixar para
trás”, “negligenciar”. Pode ser então
argumentado aqui que eles não apenas
estavam “negligenciando” mas também
“abandonando” ou desertando das
reuniões de adoração dos santos.
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Em lugar de vacilarem na fé, os leitores
são instados a congregar-se para
edificação mútua, e isto tanto mais ao
verem que o dia se aproxima. Qual é o dia
cuja aproximação pode ser vista?
É dito que o dia se refere ao “dia do
Senhor”, ao dia do juízo final quando
Cristo voltar. Esta interpretação é
geralmente mantida nos comentários e
traduções mais recentes (RSV, NEB, TEV,
etc.) O Dia iria então ligar-se diretamente
com a referência subsequente ao
julgamento e à segunda aparição de
Cristo (v.37).
A passagem sombria chega ao seu final
com uma última palavra de advertência:
Horrível cousa é cair nas mãos do Deus
vivo.
Para o crente, é maravilhoso encontrar-se
nas mãos de Deus; mas para o apóstata
incrédulo, de quem fala o autor, ficar
31
sujeito à justiça punitiva de Deus só pode
ser uma “expectação horrível de juízo.
CONCLUSÃO
Herminsten Maia – “A adoração correta
ao verdadeiro Deus é uma atitude de fé,
gratidão e obediência na qual o adorador
se prostra diante de Deus que o atraiu
com sua graça irresistível. Neste ato de
culto o homem confessa sua dependência
de Deus, professando a sua fé em respeito
à Palavra criadora de Deus.