pregação noite 29

31
1 Texto : Hebreus 10:19-25 Introdução No primeiro número da Imprensa Evangélica, primeiro jornal protestante impresso no Brasil, no editorial escrito por Ashbel Simonton(1867), lemos: “Todas as religiões tem em comum o fim que pretendem conseguir. Todas elas reconhecem como axioma fundamental que a raça humana padece tantas e tão grandes necessidades, que é mister um remédio sobrenatural. Qualquer sistema que não reconheça a necessidade de buscarmos fora de nós as forças indispensáveis à nossa felicidade não passa de um sistema filosófico.” João Calvino disse no comentário dos salmos: “ Há inerentemente em todos os homens uma forte e indelével convicção de que devem cultuar a Deus.”

Upload: rev-fernandobrito

Post on 30-Jan-2016

10 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

ADORAÇÃO BIBLICA

TRANSCRIPT

Page 1: Pregação Noite 29

1

Texto : Hebreus 10:19-25

Introdução

No primeiro número da Imprensa

Evangélica, primeiro jornal protestante

impresso no Brasil, no editorial escrito

por Ashbel Simonton(1867), lemos:

“Todas as religiões tem em comum o fim

que pretendem conseguir. Todas elas

reconhecem como axioma fundamental

que a raça humana padece tantas e tão

grandes necessidades, que é mister um

remédio sobrenatural. Qualquer sistema

que não reconheça a necessidade de

buscarmos fora de nós as forças

indispensáveis à nossa felicidade não

passa de um sistema filosófico.”

João Calvino disse no comentário dos

salmos: “ Há inerentemente em todos os

homens uma forte e indelével convicção de

que devem cultuar a Deus.”

Page 2: Pregação Noite 29

2

Reverendo Valdeci dos Santos disse: Até

mesmo uma análise simples e rápida

sobre o tema em foco é suficiente para

convencer-nos de que a "verdadeira

adoração é a mais alta e nobre atividade

da qual o homem, pela graça de Deus, é

capaz."1 O tema "adoração" possui

profundas implicações escatológicas, pois

"desde que a adoração será central na

vida do céu, ela deve ser central na vida

da igreja na terra."

Além do mais, o puritano John Owen

nos lembra que a verdadeira adoração,

ainda que oferecida na terra, é conectada

nos céus.

Outro elemento de importância da

adoração é resultante da aplicação da

máxima cristã lex orandi, lex credendi,

cuja tradução pode ser "o que se ora, é o

que se crê." Segundo este princípio,

adoração e teologia caminham juntas e

grande parte de nossa teologia (certa ou

Page 3: Pregação Noite 29

3

errada), é influenciada por nossa liturgia

(forma de adoração).

Charles R. Swindoll e Mark Earey

corretamente chamam nossa atenção

para importantes efeitos interiores da

verdadeira adoração.

Swindoll relembra-nos que a adoração

alarga nossos horizontes e nos

descentraliza de nosso ego, enfraquece

nossos temores, altera nossas

perspectivas e nos mostra o lado digno do

nosso trabalho diário.

Neste sentido, Mark Earey afirma que a

adoração é potencialmente uma

experiência de cura. Potencialmente,

porque uma adoração corrompida traz

mais enfermidades do que geralmente

percebemos (1 Co 11.30).

Finalmente, a verdadeira adoração é o

objetivo e o combustível da atividade

missionária. Ela é o objetivo no sentido de

Page 4: Pregação Noite 29

4

que missões almejam trazer pessoas ao

regozijo e à adoração do verdadeiro Deus.

Também, real comprometimento na obra

missionária é fruto de um coração

devotado ao Senhor. Portanto, missões

começam e terminam com adoração.

Valdeci: Qualquer pesquisa sobre a

adoração evidencia um renovado

interesse neste assunto nos últimos dias.

A grande força motora para a

transferência de membros entre igrejas já

não é mais o aspecto doutrinário,

geográfico ou o ensino bíblico, mas o

estilo de adoração e culto. Mark Earey

lembra-nos que vivemos em uma cultura

consumista e todos nós "assumimos que

escolhemos nosso local de adoração da

mesma maneira que escolhemos nosso

local de compras ou de assistir a um

filme…é tudo baseado nos nossos direitos

ao invés de em nossas

responsabilidades."

Page 5: Pregação Noite 29

5

A ATIVIDADE QUE MAIS TOMA A

AGENDA DA IGREJA É O CULTO, 90

POR CENTO DE TUDO QUE FAZEMOS

NA IGREJA E DIRECIONADA AO

CULTO.

DEFINIÇÃO: Culto: Serviço prestado a

Deus pelo salvo e pela comunidade em

todas as atividades vitais e

existenciais. Servir é a condição

essencial do servo.

Terminologia

Todas as palavras gregas para culto

significam trabalho, serviço prestado a

um superior, serviço prestado a Deus.

Culto, portanto, como ficou definido, é

um serviço que se presta a Deus. Muitos,

modernamente, entendem que culto é

"invocação da divindade", para que o

Deus invocado se coloque a serviço dos

Page 6: Pregação Noite 29

6

invocadores. Outros pensam que culto é

uma festa espiritual com o objetivo de

alegrar os fiéis.

Quanto mais festivo, mais "espiritual" é o

culto. Os idólatras acham que culto é

veneração e adoração do divino

consubstanciado ou materializado em

ícones, que lhes servem de símbolos e

objetos de fé.

Outros ressuscitam o dualismo persa da

luta do deus do bem contra o deus do

mal, do Espírito Santo contra o espírito

satânico. A doutrina do satanismo versus

divinismo substitui a pessoa do pregador

pela do exorcista; e o culto se transforma

numa batalha entre Deus e Satã.

Alguns, não poucos, entendem que culto

é uma reunião de pedintes de bênçãos

espirituais e materiais.

Numerosos hoje, a maioria

inconscientemente, transformam o culto

Page 7: Pregação Noite 29

7

numa sessão ordenatória e de cobrança

na qual o homem poderoso, supercrente,

pela fé positiva e pela palavra

autoritativa, exige do Criador respostas

unicamente positivas às suas petições e

lhe cobra os direitos que, na qualidade de

filho.

No Antigo Testamento, portanto, a

adoração era um dos alvos centrais na

vida do povo de Deus. A construção e o

lugar do Tabernáculo em Israel, por

exemplo, evidenciam a ênfase na

prioridade da adoração. Neste sentido, é

interessante observar que cerca de 40

capítulos das Escrituras são dedicados à

descrição, construção, dedicação e uso do

Tabernáculo, enquanto que apenas dois

são dedicados ao relato da criação.

Além do mais, o Tabernáculo era

posicionado no centro do acampamento

Page 8: Pregação Noite 29

8

israelita (Nm 1.52-53 e 2.1-2), como

referência à centralidade do culto para a

nação. Podemos concordar, portanto, que

a "tipologia do Antigo Testamento dá um

lugar proeminente à adoração.

Podemos dividir o culto de Israel em:

Festivo, o das festas programadas por

Deus e realizadas fora do templo. Não

eram anárquicas e nem despropositadas.

Objetivavam manter a memória dos feitos

de Javé. Sem o depósito de ontem não

haveria a reserva de hoje. A Igreja existe

por causa dos atos criadores, protetores e

redentores de Deus na história da

redenção. A eucaristia, mistério e festa,

tem o mesmo propósito das

comemorações de Israel: Manter viva a

lembrança do que Deus já fez; e esta

lembrança é um alimento da fé.

Solene: Culto efetivado no "hekal" ou

lugar santo, onde costumeiramente os

Page 9: Pregação Noite 29

9

sacerdotes sacrificavam

intercessoriamente pelos pecadores e

mediavam-lhes as oferendas

gratulatórias.

Soleníssimo: Culto executado pelo sumo

sacerdote, e somente por ele, uma vez por

ano, no "debhir" ou Santos dos Santos. Ali

era o local do silêncio, onde a fala de Deus

era prioritária, não a do homem.

No "debhir" Deus falava e o homem ouvia.

Nenhum hino se cantava no Santíssimo,

apenas o diálogo Deus - homem.

No 'hekal", local dos rituais ordinários

(falamos do templo de Salomão ), somente

os sacrifícios, as orações, os oráculos e os

cânticos corais levíticos compunham a

liturgia.

O culto no Velho Testamento era

estritamente sacerdotal. Os sacerdotes,

e somente eles, tinham acesso à parte

mais sagrada do templo, isto é, aquela

Page 10: Pregação Noite 29

10

inteiramente santificada, completamente

separada do mundo e das coisas

profanas. Os leigos ficavam no exterior.

Culto no Antigo Testamento = Redentivo

e cruento;

no N.T> =implicativo e incruento.

Autoria : incerta.

Data : entre 60 e 70 d.C.

Local de origem: talvez Itália (Hb.13.24).

Tema principal: A superioridade de

Cristo.

Palavra-chave: melhor (ou superior, ou

mais excelente).

Classificação: CRISTOLOGIA.

Destinatários: judeus cristãos que talvez

residissem em Jerusalém.

O NOME DA EPÍSTOLA

Page 11: Pregação Noite 29

11

"Hebreu" era o nome dados aos israelitas

pelas nações vizinhas. Talvez tenha

derivado de Éber ou Héber, que significa

"homem vindo do outro lado do rio"

(Jordão ou Eufrates) (Gn.10.21,24;

11.14-26; 14.13 Js.24.2). Abraão foi

chamado de "hebreu". O "hebreu" do

Velho Testamento era todo indivíduo

israelita.

A carta aos Hebreus:

O livro é um sermão dirigido a uma

comunidade de cristãos de origem

hebreia. Cristãos que tinham sido judeus

e queriam voltar ao judaísmo.

1. Citações do Antigo Testamento

As estimativas do número de citações

diretas na Epístola de Hebreus variam.

Por exemplo, alguns estudiosos contam

todas as citações diretas e totalizam 36.

O Saltério era o livro favorito do escritor

Page 12: Pregação Noite 29

12

de Hebreus. Um terço de suas citações

vem do Livro de Salmos.

2. Admoestações pastorais

Repetidamente o autor admoesta seus

leitores a “que nos apeguemos, com

mais firmeza” à Palavra de Deus (2.1).

Ele chama essa palavra pregada aos

israelitas no deserto de “as boas-novas”

(4.2), e afirma que esse povo rebelde

morreu no deserto porque falhou em unir

a Palavra que tinha ouvido, com a fé.

O autor escreve pastoralmente e encoraja

os hebreus a permanecerem fiéis a Deus

e à sua Palavra. “Tende cuidado, irmãos,

jamais aconteça haver em qualquer de vós

perverso coração de incredulidade que vos

afaste do Deus vivo” (3.12). Essa

admoestação é a chave para entender

o interesse pastoral do escritor.

Page 13: Pregação Noite 29

13

A mensagem é clara; Mantenha a fé, seja

obediente, permaneça firme, vá a Deus e

afirme a sua salvação.

O autor adverte o leitor sobre o pecado da

descrença, que no final faz sua cobrança

e acaba em apostasia.

A segunda parte da epístola começa

com 10.19 e é totalmente pastoral. O

escritor encoraja os leitores a “se

aproximarem de Deus”, a se

encontrarem para a adoração e esperar o

dia vindouro (10.22,25).

Mais um a vez ele enfatiza que o pecado

deliberado não pode ser perdoado (6.4-6;

10.26-29). O resultado do pecado

voluntário é que se “cairá nas mãos do

Deus vivo” (10.31).

Expressões: Nenhum judeu teria coragem

de sugerir que o sacerdócio levítico

deveria ser “revogado por sua fraqueza e

inutilidade” (7.18) e declarar que “a lei

Page 14: Pregação Noite 29

14

nunca aperfeiçoou coisa alguma” (7.19).

Se dissesse tão dura coisa, ele traria a ira

e a indignação da comunidade hebraica

sobre sua cabeça.

A seguir, um esquema mais detalhado:

1.1-2.18 A superioridade de Jesus e sua

função como salvador e sumo sacerdote.

3.1-4.13 A superioridade de Jesus em

relação a Moisés.

4.14-5.10 O sumo sacerdócio de Jesus.

7.1-28 Jesus: Sumo sacerdote como

Melquisedeque.

8.1-10.18 Jesus: Sumo sacerdote e

sacrifício.

Verículos:

Page 15: Pregação Noite 29

15

1. Porque tendo a lei a sombra. O autor

emprestou esta metáfora da arte

pictórica. Porque, uma sombra, aqui

descreve as cerimônias antigas, as quais

não possuíam a substância sólida do que

representavam. Agora ele diz que elas

assemelhavam a rascunhos imprecisos,

os quais prefiguram a pintura perfeita.

Pois antes de introduzir as cores vivas

com seu pincel, o artista costuma traçar

um rascunho com lápis, delineando

assim a imagem que tem em mente.

Bens vindouros. Creio que estes

significam as coisas eternas.

Os mesmos sacrifícios, ano após ano. O

autor está falando principalmente do

sacrifício anual mencionado em Levítico

17, ainda que todo o assunto esteja

incluso aqui sob uma só espécie. Ele

argumenta assim: Onde não há mais

consciência de pecado, também não há

necessidade de sacrifício.

Page 16: Pregação Noite 29

16

VERSO 4 -Os crentes do Antigo

Testamento sabiam que um sacrifício

animal não poderia purificá-los do

pecado.

A cada ano, no Dia da Expiação, o sumo

sacerdote entraria no Santo dos Santos

com sangue de um animal morto. Mas o

sumo sacerdote nunca poderia dizer aos

adoradores; “Este sangue removeu seus

pecados de uma vez por todas e, portanto,

este sacrifício foi o último”. Não, a entrada

anual do sumo sacerdote ao Santo dos

Santos no Dia da Expiação provava que

os sacrifícios eram inadequados e

ineficazes. Os adoradores continuavam

a se sentir culpados por seus pecados.

A aliança que Deus havia feito com o povo

de Israel tinha uma séria deficiência; Era

incapaz de eliminar a consciência do

pecado. “A deficiência principal da antiga

aliança era que não podia levar ao

Page 17: Pregação Noite 29

17

perdão.” O sangue de animais

sacrificados não podia eliminar o pecado.

5. Por isso, ao entrar no mundo, diz:

Sacrifício e oferta não quiseste;

O contraste entre o sistema sacrificial

levítico e o sacrifício de Cristo é resumido

pela expressão por isso.

“Ao entrar no mundo” é na verdade um

modo semítico de dizer “quando Cristo

nasceu”.

VERSO 8 - O autor de Hebreus não

afirma que Deus tem uma aversão pelas

ofertas apresentadas, mas os sacrifícios

oferecidos sem fé e obediência são uma

abominação (Is 1.11-14; Am 5.21,22).

Por intermédio de Oséias Deus diz a

Israel, “pois misericórdia quero, e não

sacrifícios, e o conhecimento de Deus,

mais do que holocaustos” (6.6).

Page 18: Pregação Noite 29

18

Deus não se agrada de sacrifícios. Ele se

agrada da confiança constante e da

obediência de seus filhos.

Jesus ofereceu um sacrifício- 10.11-14

Dia após dia os rituais no santuário

aconteciam, pois quando aquele

sacerdote oferecia o último sacrifício no

final de um determinado dia, o próximo

sacerdote fazia os preparativos para o

primeiro sacrifício da manhã seguinte.

Literalmente, rios de sangue de animais

fluíam porque os sacrifícios eram

contínuos; e a sucessão de sacerdotes,

que serviam em turnos e eram escolhidos

por sorte (Lc 1.8,9), parecia ser

interminável.

O trabalho do sacerdote era

essencialmente fútil; ele tinha de fazer a

mesma coisa repetidas vezes, e assim sua

obra nunca chegava a um fim. Ele nunca

Page 19: Pregação Noite 29

19

podia se sentar para descansar de seu

serviço.

Como o escritor de Hebreus coloca, “todo

o sacerdote se apresenta, dia após dia”

(itálicos acrescentados). No santuário, a

mobília incluía a mesa, a lâmpada, o altar

do incenso, a arca, mas nenhuma

cadeira. Hb.10:12

Em contraste, depois de oferecer seu

único sacrifício para sempre. Cristo

sentou-se porque ele terminou sua tarefa

redentora e pôs um fim ao sacerdócio

levítico. Seu sacrifício de fato remove o

pecado e quebra o poder do pecado. Ele

entrou num período de descanso depois

de terminar sua obra, da mesma maneira

que Deus descansou de sua obra quando

concluiu sua obra de criação. Cristo

entrou no céu e tomou seu lugar de honra

à destra de Deus.

Page 20: Pregação Noite 29

20

Versos 13 e 14 - O sacrifício de Cristo,

único em si mesmo, trouxe santificação

para o crente, isto é, todo crente recebe

esses benefícios do sacrifício de Cristo na

cruz: Seus pecados são perdoados; sua

consciência é purificada; ele tem paz com

Deus, certeza da salvação e o dom da vida

eterna.

Cristo aperfeiçoou o crente para

sempre.

Aliança, lei e perdão - 10.15-18

Deus faz uma nova aliança com seu povo,

põe suas leis no coração deles e as

escreve em sua mente. Os crentes

redimidos por Cristo vivem uma vida de

gratidão ao guardar os mandamentos de

Deus. Essas leis são parte integral do

relacionamento pactuai com Deus.

17. acrescenta: - Também de nenhum

modo me lembrarei dos seus pecados e

das suas iniquidades, para sempre.

Page 21: Pregação Noite 29

21

Esses dois versículos escolhidos da

profecia de Jeremias (Jr.31:34) acentuam

a realização da expiação de Cristo.

18. Ora, onde há remissão destes, já

não há oferta pelo pecado.

O sacrifício de Cristo foi final, pois pôs

um fim a todos os sacrifícios pelo pecado.

Com sua brevidade característica, B. F.

Westcott lista três consequências do

pecado:

DÉBITO que requer perdão,

ESCRAVIDÃO que requer redenção,

ALIENAÇÃO que requer reconciliação.

Versos (10.19-25) - A epístola

basicamente consiste de duas partes:

Uma parte DOGMÁTICA (1.1-10.18) e

uma parte PRÁTICA (10.19-13.25).

Page 22: Pregação Noite 29

22

A exposição doutrinária da Epístola se

encerra com 10.18.

Mas daqui por diante, ele tentará

apresentar as implicações de seu

argumento formal, a fim de que seus

leitores possam compreender a

responsabilidade e o privilégio que

acompanham a nova aliança.

Intrepidez ou “confiança” era a

necessidade do momento — uma atitude

voluntária e aberta em relação a Deus.

No período do antigo testamento o

santuário ficava oculto aos olhos do

adorador.

Este caminho é o novo e vivo caminho que

ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela

sua carne.

Os termos que modificam caminho são

significativos. O caminho é novo

(prosphatonj, termo esse que

frequentemente significa “fresco”, como

Page 23: Pregação Noite 29

23

uvas frescas, azeitonas frescas, peixe

fesco, água fresca, etc.

O termo também se refere a algum

acontecimento ocorrido recentemente. Os

dois conceitos se unem. O novo caminho

foi recentemente aberto, tornado

acessível, e é perenalmente “fresco”.

O caminho é da mesma forma um vivo

caminho, pois traz a vida de Deus. Não se

trata de um caminho coberto de

sacrifícios mortos, mas tornado acessível

pelo Cristo vivo (cf. Jo 14.6), quem abriu

Ele mesmo a vereda.

Ele consagrou (abriu), pois o verbo

enkainizõ pode ser usado no sentido de

“abrir um caminho que não existia

antes”.

Verso: 21- O caminho de livre acesso não

é o único privilégio do cristão.

Ele tem também grande sacerdote sobre

a casa de Deus (cf. 4.14).

Page 24: Pregação Noite 29

24

Um novo sacerdote está encarregado do

santuário, alguém devidamente

qualificado para levar os homens a Deus;

e pelo fato de achar-se ali, uma recepção

graciosa é assegurada a todos os

membros da casa de Deus (cf. 3.6).

Segue-se então um apelo tríplice, cada

parte enfatizando primeiro a fé, depois a

esperança, e por fim o amor (vs.

22,23,24).

22. É AQUI QUE CHEGAMOS À

EXORTAÇÃO PRINCIPAL NESTA

EPÍSTOLA.

É expressa em três etapas: aproximemo-

nos (v. 22), guardemos firme (v. 23) e

consideremo-nos também uns aos

outros, para nos estimularmos ao amor e

às boas obras (v. 24).

A primeira exortação refere-se à

devoção pessoal, a segunda à

Page 25: Pregação Noite 29

25

consistência, e a terceira às obrigações

sociais.

Aproximemo-nos, com sincero

coração, em plena certeza de fé. –

A exortação, como em 4.16, está em

aproximar-se em adoração e serviço do

trono gracioso de Deus onde ajuda

abundante pode ser obtida. A implicação

está em que isso deve ser feito agora

(tendo) de fé”.

O autor enfatiza que o coração deve ser

sincero se é que a fé é genuína. A palavra

sincero descreve o coração de uma

pessoa que é honesta, genuína,

comprometida, confiável e sem engano.

Quando o coração do crente é sincero, a

fé é evidente com uma certeza completa.

Tal atitude do coração inevitavelmente

envolve plena certeza de fé.

Page 26: Pregação Noite 29

26

O direito de aproximar-se de Deus

presume que certas condições foram

satisfeitas.

Estas incluem, segundo o autor, os

corações purificados de má

consciência, e lavado o corpo com

água pura.

Em seu pleno significado ela indica que

os corações dos homens foram aspergidos

com o sangue de Cristo, estando assim

purificados de obras mortas (cf. 9.14).

O segundo aspecto da exortação é

manifestado nas palavras: Guardemos

firme a confissão da esperança, sem

vacilar. A exortação, apesar de aplicável

a todos os cristãos, não é comum. As

palavras são fortes e têm um sentido de

urgência, sugerindo que por baixo da

superfície encontra-se o perigo da

apostasia.

Page 27: Pregação Noite 29

27

O conteúdo dessa confissão á a

esperança de que Cristo cumprirá todas

as promessas que fez e que todos aqueles

que professam o nome de Cristo têm

essas promessas. O autor afirma que nós

professamos esperança, uma virtude que

ele enfatizou ao longo de sua epístola

(3.6; 6.11,19; 7.19; 10.23). A esperança

se apoia na fé e olha para o futuro.

Essa é a terceira exortação e a terceira

virtude da tríade FÉ (v. 22), ESPERANÇA

(v. 23) e AMOR (v. 24).

Considere com cuidado como podemos

ardentemente incentivar uns aos outros

em amor e boas obras, diz o escritor.

Coloque sua mente para funcionar para

encontrar maneiras de provocar - no bom

sentido.

O resumo que Jesus fez da lei, isto é, a lei

real (Tg 2.8), “Ame ao seu próximo como a

Page 28: Pregação Noite 29

28

si mesmo”, é frequentemente abreviada

para “Ame a si mesmo”.

Em participar dos cultos de adoração

10.25 - Uma das primeiras indicações de

falta de amor para com Deus e para com

o próximo é ficar longe dos cultos de

adoração. E um desprezo da obrigação

comunal de participar desses encontros e

a demonstração dos sintomas de orgulho

e egoísmo.

Num capítulo anterior, o autor de

Hebreus adverte os leitores para não

seguirem o exemplo dos israelitas

desobedientes no deserto, e não se

desviarem do Deus vivo (3.12).

O autor admoesta os leitores a exortarem-

se “mutuamente cada dia, durante o

tempo que se chama hoje, a fim de que

Page 29: Pregação Noite 29

29

nenhum de vós seja endurecido pelo

engano do pecado” (3.13).

Ele entende que entre alguns dos

membros, o zelo espiritual havia

declinado. Portanto, ele diz uma vez mais,

“antes façamos admoestações” (10.25).

O Cristianismo é uma religião de amor

que alcança as pessoas e as coloca

juntas.

Uma das funções principais da adoração

pública, segundo Paulo, é a edificação de

todos os que se reúnem (1 Co 14.26). Mas

como os homens podem ser edificados

quando se ausentam da assembleia?

Geralmente o verbo significa “deixar para

trás”, “negligenciar”. Pode ser então

argumentado aqui que eles não apenas

estavam “negligenciando” mas também

“abandonando” ou desertando das

reuniões de adoração dos santos.

Page 30: Pregação Noite 29

30

Em lugar de vacilarem na fé, os leitores

são instados a congregar-se para

edificação mútua, e isto tanto mais ao

verem que o dia se aproxima. Qual é o dia

cuja aproximação pode ser vista?

É dito que o dia se refere ao “dia do

Senhor”, ao dia do juízo final quando

Cristo voltar. Esta interpretação é

geralmente mantida nos comentários e

traduções mais recentes (RSV, NEB, TEV,

etc.) O Dia iria então ligar-se diretamente

com a referência subsequente ao

julgamento e à segunda aparição de

Cristo (v.37).

A passagem sombria chega ao seu final

com uma última palavra de advertência:

Horrível cousa é cair nas mãos do Deus

vivo.

Para o crente, é maravilhoso encontrar-se

nas mãos de Deus; mas para o apóstata

incrédulo, de quem fala o autor, ficar

Page 31: Pregação Noite 29

31

sujeito à justiça punitiva de Deus só pode

ser uma “expectação horrível de juízo.

CONCLUSÃO

Herminsten Maia – “A adoração correta

ao verdadeiro Deus é uma atitude de fé,

gratidão e obediência na qual o adorador

se prostra diante de Deus que o atraiu

com sua graça irresistível. Neste ato de

culto o homem confessa sua dependência

de Deus, professando a sua fé em respeito

à Palavra criadora de Deus.