pregação e pregadores - mês da jmn

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Revista da OPBB com ênfase em Missões Nacionais

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Page 1: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

Capa Pregação e Pregadores_SEJA LUZ

terça-feira, 16 de outubro de 2012 13:32:44

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Capa Pregação e Pregadores_SEJA LUZ

terça-feira, 16 de outubro de 2012 13:32:46

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2 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

A Revista de quem deseja pregar com excelência a Palavra de Deus | Edição Especial Missionária | Ano II | Nº 3 | Outubro de 2012

SUM

ÁR

IORevista editada pela

Rua José Higino, 416Tijuca - 20510-412

Rio de Janeiro -RJ – Brasil

Presidente Éber Silva

Diretor ExecutivoAugusto Carvalho Rodrigues

EditorLécio Dornas

RevisãoAdalberto Alves de Sousa

Projeto GráficoGSW l www.gsw.net.br

Diagramação e CapaOliverartelucas

Redatores desta ediçãoMarize Gomes Garcia

Tiago Pinheiro MonteiroAna Luiza Menezes

Colaboradores desta ediçãoJerry Stanley Key

Dario Francisco OliveiraIrland Pereira de Azevedo

Russel SheddFernando Brandão

Celso GodoyDaniel Eiras

Nilton Antônio de SouzaMarcos Stier Calixto

Fernando Arêde Valdir Soares da Silva

Cirino RefoscoManoel Soares Moreira

Tiragem10000 mil exemplares

Pregação&Pregadores é uma publicação da OPBB e Editora Convicção, sendo que as matérias assinadas são de

responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a posição

dos editores . Reprodução permitida mediante citação da fonte.

Assinaturas e [email protected]

www.pregacaoepregadores.com.brwww.opbb.org.br

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ISSN 2236-7624

Carta aos Leitores Pregue a Luz

Boas Vindas Púlpito Luminoso

Entrevista Tribos Urbanas – Desafio missionário para a igreja contemporânea

Ponto de Vista Um púlpito missionário

Homilética – Por que e como orar – A capacitação de líderes indígenas é uma tarefa urgente – Alcançando as nações a partir do Brasil – Preguemos aos dependentes químicos, se necessário com palavras

Recursos – Tema: Em um Brasil em trevas, seja luz – Que brilhe a luz de Cristo em minha vida – Seja luz ou trate de brilhar – Em um Brasil em trevas, seja luz

Estante Encontros decisivos com Deus

Ref lexão Igreja Multiplicadora – Realidade ou Utopia?

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No momento do estabelecimento da Igreja Cristã Apostólica, na terra, Paulo disse a seu filho na fé, o Pastor Timóteo; “PREGUE A PALAVRA” (II Timóteo 4.2).

A Bíblia nos declara que Jesus Cristo é a Pa-lavra revelada (João 1.14a). Fala-nos ainda, que Ele é a Luz (João 8.12a). Logo, pregar a Palavra é Pregar a luz.

Notemos a seguinte realidade: O sentimen-to que reinava no coração do Apóstolo Paulo, quando ele diz a Timóteo “Pregue a Palavra” é o mesmo que reina no coração de nossa JMN e seu paladino Fernando Brandão: “FAÇA JE-SUS CONHECIDO DOS HOMENS.” “Faça Jesus conhecido da população brasileira”!

Num tempo de trevas. Num tempo de in-consequências. Num tempo de desespero so-cioeconômico, manifesto pela violência urbana e agressividade brutal das pessoas. Num tempo de total violação do respeito à família, às crian-ças e adolescentes. Num tempo de desencanto para a juventude, PREGUEMOS JESUS, a Pa-lavra eterna, a Luz do mundo.

Sabemos que a luz ilumina, aquece e traz bril-ho. É exatamente o que a nossa gente, ainda nas trevas da idolatria e da imoralidade, precisa. Da luz que ilumina no caminho tenebroso do mal e da dor. Da luz que aquece os corações frios da desilusão. Da luz que faz brilhar a esperança de dias melhores e relacionamentos saudáveis.

Queridos colegas, Pastores deste nosso que-rido Brasilzão que, sem Cristo, está mergulhado nas trevas da amargura e do fracasso! Pregue-mos a LUZ, que é a PALAVRA e que é JESUS. Preguemos com ousadia e alegria, na certeza de que, pelo poder do Evangelho, nossa nação brilhará, e, fará brilhar, ainda, muito mais, a Luz da Vida, dissipando as trevas e fazendo brotar a esperança e a prosperidade da nossa gente que-rida, em terra brasileira.

Éber SilvaPresidente da OPBB e Pastor da Segunda Igreja Batista de Campos, RJ

“Pregue a Luz”

carta ao leitor

Page 6: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

4 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

Púlpitos luminosos

Em Gênesis Deus disse: Haja luz! Isaías anten-viu um povo que andava em trevas vendo a luz. Jesus apresentou-se como a luz do mundo. Paulo mandou que resplandesêssemos como astros no mundo e nos estimulou a que a nossa luz resplandesesse diante dos homens. João vaticinou que deve andar na luz aquele que diz estar nela e registrou a visão revelatória da nova Jerusalém iluminada pela glória de Deus.

A luz, portanto, corta o registro revelatório do início ao fim. Mais que isso, prossegue na história da

humanidade, com os filhos de Deus brilhando e ilu-minando o mundo em trevas. Neste contexto, cada crente precisa encontrar a ambiência de sua influên-cia, bem como dispor-se a iluminá-la de forma im-pactante, através do seu testemunho diário.

Cumprindo seu papel de “equipar os santos para a obra do ministério”, o pastor precisa usar a sua maior ferramenta de influência, que é o púlpito, para atingir com sua luz, o coração de cada pessoa na congrega-ção. Um púlpito luminoso leva luz para os ouvintes. Estes não apenas escutam a mensagem, como tam-bém recebem sua luz.

Pregação & Pregadores, mais uma vez abraça o ideal missionário, desta feita dando mãos a Missões Nacionais, que desafia, neste tempo, cada um a ser luz.

Sem dúvida que o seu púlpito e o seu ministério serão enriquecidos com o denso material disponibili-zado nesta edição. Então, aproveite a leitura e pregue a luz!

Lécio Dornas Editor

boas vindas

Page 7: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

5Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

que são tribos urbanas?

Celso Godoy – Chamamos de tribos urbanas os diversos e dis-tintos conglomerados de grupos com identidade comum, que se

identificam numa determinada cultura, com interes-ses comuns, quer seja na música, nas posturas ideoló-gicas, nas vestes ou na própria filosofia.

Como as tribos se relacionam com as questões religiosas?

C. G. – Existe uma diversidade muito grande a este respeito. A priori, não há uma identidade religiosa for-mal, muito pelo contrário, a maior parte se posiciona contra o religiosismo. Pode-se identificar o satanismo em alguns grupos, o protestantismo em outros, de-pois de uma conversão, é claro, ou ainda em alguns casos religiões orientais, mais por uma questão de es-tilo do que de fé.

TRIBOS URBANASUm desafio missionário para

a igreja contemporânea

entrevista

O

Com o advento cultural das tribos urbanas, entrevistamos o pastor Celso Godoy, coordenador estratégico de Missões para Grupos

Específicos da JMN, a fim de oferecer uma melhor compreensão deste grupo, que representa um grande desafio missionário, para o qual a igreja

ainda se apresenta tão resistente.

Page 8: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

6 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

Na sua opinião, por que ainda há resistência em pensar nas tribos como um desafio de evangelização?

C. G. – As tribos urbanas nascem num conceito filosófico contracultural. Via de regra posicionam--se como debatedores e opositores do sistema social organizado, no qual se localiza a igreja. É um tanto quanto desconfortável para muitos religiosos pensa-rem em investir esforços para alcançar grupos que se apresentam como inimigos. Existe também a resistên-cia por conta da conduta e costumes destes grupos. Na maioria das vezes, mesmo depois de convertidos, eles insistem em continuar na mesma posição cultu-ral. Isso desagrada a alguns pais nas igrejas, que não desejam que seus filhos sigam os passos destes “antis-sociais”, assumindo, em muitos casos, a mesma iden-tidade cultural dos neoconvertidos destes grupos. E, por último, está o desconhecimento para a abordagem e evangelização deles. Não podemos conquistá-los da maneira convencional de evangelização, e poucos se interessam em aprender quais as melhores práticas evangelizadoras para alcançar estes grupos.

Existe um perfil ideal para o evangelista de tribos urbanas?

C. G. – Claro. Acima de tudo, o evangelista que trabalha com tribos urbanas precisa ser uma pessoa sem preconceitos, e que se disponha a amar os ou-tros como eles são. É necessário ter muita paciência. Conhecimento da cultura do grupo a ser alcançado é indispensável, além do conhecimento de seu vocabu-lário. É preciso também ter a convicção de que nós cumprimos o papel de evangelizá-los, mas só Deus pode dar a salvação. Assim sendo, não devemos nos preocupar em vê-los imediatamente convertidos, pois este processo pode demorar algum tempo, e vai re-querer muita paciência e amor genuíno.

“Evangelistas sem preconceitos, que se dispõem a amar os outros como eles são.” Mas este não é o papel de todo e qualquer cristão?

C. G. – Sem dúvida, este é de fato o papel de todo crente, porém muitos ainda são preconceituosos, e não cumprem o seu papel conforme a orientação divina. Damos graças a Deus que este quadro está mudando, mas ainda há um caminho muito longo a percorrer, até todos entenderem que Deus não julga ninguém pela aparência, pela forma de vestir, pela cultura ou modo de falar. Vamos chegar lá, em nome de Jesus.

Certa vez um jovem estava na igreja com uma camiseta onde se lia: “Samba de Gafieira”. Uma senhora, escandalizada, questionou o que era aquilo. Seria este um exemplo de um preconceito contra uma cultura? O que haveria de errado nesta frase?

C. G. – Gafieira é o nome dado a um local onde antigamente as classes mais humildes podiam fre-quentar para praticar as danças de casal, ou danças de salão. Culturalmente não há nada errado na expressão. Não se refere a pecado, não remete a escândalo, a não ser para aqueles que veem o diabo em tudo. Samba de gafieira significa samba de dançar. A postura da irmã citada, certamente, mais do que preconceituosa, é uma posição de alienação religiosa, que diferencia secular de espiritual. Certamente para ela aquela ex-pressão significava uma apologia ao mundanismo, o que não é, absolutamente.

Em se tratando de abordagem, o trivial “Jesus te ama e eu também” funciona quando pensamos nesse grupo?

C. G. – Via de regra, não. Os chavões evangélicos devem ser desprezados, pois não fazem efeito com quem já se posicionou contrário à religião organizada. Se queremos falar que o amamos e que Jesus também o ama, devemos mostrar isso na prática. Isso me faz lembrar uma frase famosa de um grande pensador: “Prega o evangelho, se necessário use Palavras”.

Page 9: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

7Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

E na pregação, há uma forma diferenciada de comunicar as verdades bíblicas para os diferentes grupos?

C. G. – Pregar a Palavra de Deus é expor o pensa-mento de Deus numa linguagem humana. Não existe a possibilidade de trocar o sentido do texto a ser apre-sentado, ou as verdades a serem explanadas, porém, quanto mais puder se adaptar à linguagem de deter-minado grupo para expor o evangelho, maior será a possibilidade de se alcançar o resultado esperado. É claro que o convencimento das verdades de Deus vem pelo Espírito Santo, mas não devemos nos esquecer de que somos nós as ferramentas que Ele deseja utili-zar. E uma ferramenta fará um bom ou um mau servi-ço, de acordo com sua utilização: utilização certa para atividades certas.

Você acredita que as igrejas estão preparadas para receber esse perfil de novos convertidos? Como poderíamos ampará-los?

C. G. – Infelizmente, na maioria dos casos, não. Muito embora tenhamos muitas igrejas que já estão se preparando para viverem estes novos tempos que vivemos, algumas insistem em manter uma “pseudo identidade” que as impede de rever alguns conceitos e paradigmas, o que é necessário para uma boa recep-ção de novos crentes destes novos tempos. Os góti-cos estão se convertendo, os skinheads, os emos, os motociclistas, os rappers, os esqueitistas, enfim, eles estão sendo alcançados por Cristo, mas muitos deles não estão dispostos a abrir mão de sua cultura. Se a igreja não conseguir dividir cultura, dogma e doutrina, definindo o que é necessário mudar, e o que não faz diferença, não conseguirá manter em seus quadros es-tes novos decididos, que irão ou se afastar de vez do evangelho, ou criar seus próprios grupos religiosos, com identidade própria. Existe uma questão relacio-nada à formação das tribos, que é a necessidade de fazer parte de um grupo.

Quais os aspectos culturais que geram mais conf lito entre tribos e igrejas? Do que cada lado precisaria abrir mão em favor desta integração?

C. G. – A música, roupa e vocabulário. É neces-sário que cada um respeite o posicionamento cultural de seu semelhante. Talvez o que o outro aprecia, usa ou diz, não seja exatamente o que eu aprecio, uso ou digo, porém preciso aprender a conviver com cada um, independentemente de seus posicionamentos, e

vou mais além, não somente culturais, mas religiosos, inclusive. Se quero que alguém estabeleça uma relação com Deus apresentando-lhe Jesus, o primeiro passo é respeitá-lo em todas as suas posturas.

Como a igreja, que é vista como uma comunidade de irmãos, pode aproveitar essa lacuna para agregar em torno de si essas vidas?

C. G. – Algumas igrejas saíram na frente. É o caso da Bola de Neve, que prega o evangelho de Cristo, sem se importar com a cultura dos seus membros. Neste caso, na maioria, surfistas. Não estou dizendo que devamos colocar nossos púlpitos na forma de prancha para alcançar surfistas, como fazem nossos irmãos da Bola de Neve, mas, se formos um pouco mais flexíveis, alcançaremos muitas vidas para Cristo. Há cerca de quatro anos, participei numa programa-ção de uma igreja batista, quando , entre outras coisas, inauguraram uma pista de esqueite, na área externa do templo. Você não imagina como aquela pista tem sido importante para trazer jovens daquela cidade para a igreja. Eles vêm de todas as partes, se juntam para ouvir uma mensagem do evangelho de Cristo antes de seus malabarismos esportivos, há decisões e muitos batismos já foram realizados com jovens alcançados nesta atividade incomum, que traria, certamente, es-cândalo a muitos líderes e igrejas na atualidade. Tem que ter coragem e quebrar paradigmas.

No ritmo em que estamos, em quanto tempo conseguiríamos tornar nossa abordagem relevante para as tribos urbanas? Por quê?

C. G. – Difícil dizer, mas estou bastante otimista. Nós, os batistas, iniciamos incursões, enquanto insti-tuição, nesta direção, e já estamos articulando alguns congressos que irão versar sobre esta temática. Mui-tas igrejas já trabalham com esta visão, mas enquan-to instituição tudo é muito novo, mas podemos ver a resposta dos batistas brasileiros. Por onde tenho passado com esta proposta, tenho sido bem aceito, e muitas igrejas já têm nos convidado para falar sobre este tema nas suas assembleias solenes.

Que estratégias Missões Nacionais tem traçado para o alcance das tribos urbanas e como as igrejas podem participar dessas ações?

C. G. – Como já disse, queremos realizar congres-sos, oficinas e seminários sobre o assunto. Publicamos recentemente um pequeno manual, digamos assim, para quebrar o gelo, e já estamos debruçados para

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8 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

preparar material mais robusto, a fim de orientar os que desejarem saber como lidar com a questão. Por outro lado, estamos realizando, em nível de laborató-rio, algumas atividades pontuais nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com resultados bastante surpre-endentes. Em São Paulo, já criamos o primeiro traba-lho denominado “Missão Underground”, dirigido por um casal de missionários da JMN, o Poçam, que além de pastor é rapper profissional, e sua esposa,Vânia, que canta com ele e dirige estudos bíblicos com os al-cançados. Estive lá em agosto e pude verificar o bom desempenho do trabalho, que já agrega, em dias es-pecíficos, cerca de 90 pessoas, algumas se preparando para o batismo, que deverá ocorrer em breve na IB Brooklin, por sinal uma igreja de linha conservado-ra, que abraçou nosso projeto. No Rio, estamos tra-balhando em parceria com várias igrejas. Algumas já experimentam os resultados positivos, com decisões e frequência de membros de tribos urbanas nos seus cultos. Nossa estratégia, então, é seguir nesta direção. Estamos no caminho certo.

Há quem diga que o fenômeno das tribos urbanas é um movimento de massa da juventude. Se essa afirmação está correta, é uma necessidade investir na formação de vocacionados de mesma faixa etária?

C. G. – Claro que sim. É impressionante a respos-ta que temos à convocação de missionários para esta área específica. Além de investirmos na captação de jovens que tenham este chamado, precisamos, a meu ver, rever algumas grades de nossas instituições de ensino, e contemplar esta necessidade, que é real, in-cluindo entre nossas matérias algumas que tratem es-pecificamente de assuntos relacionados à abordagem de tribos urbanas, profissionais do sexo, dependentes químicos, entre outros, a fim de melhor qualificar nos-sos futuros pastores e líderes que atuarão com estes grupos no dia a dia de seu ministério.

As tribos também têm uma relação com manifestações artísticas. Seria essa uma oportunidade de levar para fora das quatro paredes os talentos que se revelam nas igrejas, dando-lhes um caráter missional?

C. G. – Boa pergunta. De fato, toda movimentação cultural tem a ver com arte. Os rappers cantam suas rimas, os esqueitistas fazem seus malabarismos, os góticos, curtem rock and roll, os pagodeiros gostam de samba, e assim por diante. Por que não usar estes

ritmos e costumes para pregar o evangelho de Cristo? Uma das minhas atividades estratégicas é justamen-te promover o evangelismo por intermédio da mú-sica contemporânea. Utilizo vários ritmos: o samba, o hip hop, o rock, inclusive toco em um dos grupos de samba que utilizo para atividades evangelísticas. O missionário Poçam canta rap, e tanto eu como ele te-mos conseguido bons resultados com estas incursões contextuais. Nosso samba é pra Cristo, como digo nos nossos eventos, no samba pra Cristo a Cuíca não chora, ela ri de alegria. Bom seria se todos pudessem colocar à disposição de Deus seus dons e talentos. Certamente alcançaríamos muito mais pessoas do que se nos recolhermos nas nossas convicções religiosas e culturais, imaginando, por exemplo, que o único instrumento que agrada a Deus é o Piano. Concorda comigo?

Na Bíblia encontra-se algum grupo que poderia ser comparado a uma tribo urbana dos dias atuais?

C. G. – Não parei para verificar esta questão, mas ela é interessante. Todos os grupos que se identifi-cam por costumes, doutrinas ou princípios podem ser considerados, em uma análise menos científica. A partir deste pressuposto, existiam várias, mas só um estudo mais detalhado da cultura e costumes antigos nos dará uma resposta mais precisa.

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9Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

ponto de vista

UM PÚLPITOMISSIONÁRIOPr. Fernando Brandão

lcançar o mun-do inteiro com a proclamação do evangelho. Esse é o objeti-

vo do Senhor Jesus Cristo em Atos 1.8, de Jerusalém até os confins da terra. Que ninguém fique sem ouvir as Boas-Novas de salvação. É um desafio muito além da capacidade humana. Mas é Ele quem capacita os discípulos para tal tarefa e está no controle de tudo. Não tenho dúvida que essa é a mais nobre de todas as tarefas que o ser humano pode realizar: levar uma pessoa ao conhecimento do poder transfor-mador do Filho de Deus e receber o dom da salvação eterna. A visão missionária do Senhor era muito ampla e estratégica. Estava muito acima da compreensão dos discípu-los, mas eles obedeceram. O Senhor visava pessoas indistintamente. Ele enxergava, na mesma perspectiva, todos os povos, de perto e de longe. Todos viviam em trevas e careciam da luz que restaura a alma. Essa visão atravessou séculos e chegou

A

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10 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

aos dias atuais da igreja. Alcançar pessoas com a Palavra de Salvação continua sendo o maior desafio do proclamador, do pregador. O púlpi-to da igreja do Senhor Jesus deve ter compromisso com essa visão. Do púlpito deve-se enxergar a criança que vive na rua da igreja até o idoso que caminha nos confins da terra. Na verdade o púlpito da igreja de Cristo Jesus é um púlpito missio-nário pela visão e pela obediência em proclamar as Boas-Novas de salvação. Sem reservas, parcialidade ou temporalidade, o púlpito mis-sionário nunca perde a visão pro-clamadora de Atos 1.8, nem aceita recuar diante de possíveis desafios e impossibilidades. O púlpito mis-sionário requer uma igreja com as portas sempre abertas para que a visão alcance os que estão de fora e também possam adentrar para ou-vir da graça do Senhor. Um púlpito missionário enxerga além da porta do templo. A visão do púlpito mis-sionário nunca se perde nas rotinas

e burocracias administrativas do dia a dia eclesiástico. Ele permanece fielmente focado nos interesses do Senhor da igreja.

O púlpito missionário é evange-lístico por natureza. Nunca perde a chance de oferecer a oportunidade para o pecador se converter ao Se-nhor e recebê-lo como Salvador. In-cansavelmente procura sempre pro-clamar o amor de Deus ao pecador, que necessita nascer de novo. Ele nunca desiste nem se frustra. Nos cultos o convite para aceitar a Cris-to está sempre na ordem do dia. O púlpito missionário se dedica em ca-pacitar todos os discípulos para que também levem aos mais próximos, familiares e amigos, a semente da vida eterna. Além de proclamar, ele também trabalha para que a visão se multiplique. É frutífero em todos os sentidos, tanto na evangelização quanto no discipulado multiplica-dor. O púlpito missionário vibra e celebra com a salvação de vidas. Sua maior alegria é ver pecadores con-fessando Cristo com Senhor e Sal-vador. Quando isso não acontece ele fica inquieto e busca no Senhor forças e sabedoria para alcançar o coração do pecador. É apaixonado por almas, pois uma vale mais que o mundo inteiro.

O púlpito missionário está vol-tado para o despertamento de voca-ções, pois sabe que a seara é imensa e os trabalhadores são poucos. Ele inspira e desperta vocações. Tem sempre uma palavra de apoio e encorajamento aos vocacionados, como também, concede oportu-nidades para que os vocacionados proclamem a partir dele, o púlpito missionário, a Palavra poderosa e transformadora do evangelho de Cristo Jesus.

O púlpito missionário compro-metido com a visão de Atos 1.8 está aberto aos testemunhos que vêm dos campos missionários. O mis-

sionário sempre vai encontrar no púlpito missionário oportunidades para compartilhar as alegrias e vitó-rias das “jerusalens, judeias, sama-rias” e dos confins da terra. O púl-pito missionário encoraja a igreja a orar, apoiar, sustentar e amar os que foram além para proclamar as Boas--Novas de salvação. Ele tem visão ampla do reino de Deus.

O púlpito missionário não se acomoda nunca. Ele é comprome-tido com o avanço da obra e em hipótese alguma admite recuar na proclamação da Palavra de Deus. Ele ora, evangeliza, discipula, for-ma líderes, tem compaixão e traba-lha na multiplicação de discípulos e de igrejas. Ele é multiplicador. É incansável e ama os desafios missio-nários.

O púlpito missionário é chave na manutenção da visão missionária da igreja. A igreja reflete o púlpito que ela tem. Se o púlpito ama e faz missões, a igreja também será mis-sionária. O compromisso em orar pelos missionários e pelos proje-tos, os investimentos financeiros na obra, as viagens missionários ao campo, mais vocacionados, volun-tários disponíveis para o serviço, tudo isso depende do que o púlpito proclama e prioriza.

Na verdade o púlpito é a cha-ve para o avanço missionário no Brasil e no mundo. Por isso ora-mos rogando a Deus que abençoe o púlpito de todas as igrejas evan-gélicas do Brasil. Oramos também louvando a Deus pela bênção que tem sido o púlpito, especialmente, das igrejas batistas da Convenção Batista Brasileira. Verdadeiramen-te o púlpito das igrejas batistas do Brasil tem sido missionário. É tem-po de avançar! Em um Brasil em trevas, Seja Luz!

Pr. Fernando Brandão, Diretor Executivo da JMN

“O púlpito missionário não se acomoda nunca. Ele é comprometido com o avanço da obra e em hipótese alguma admite recuar na proclamação da Palavra de Deus.”

Page 13: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

11Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

homilética

POR QUE E COMO

ORARPr. Cirino Refosco

ração é um assunto de grande importância na experiência de fé, além de ser uma das principais características da pessoa que nas-

ceu de novo. Quando Paulo teve sua experiência de conversão na estrada de Damasco, onde se encontrou pessoalmente com Jesus e caindo no chão ficou cego, foi levado para Damasco e ficou na casa de Judas. De-pois o discípulo Ananias recebeu ordem do Espírito Santo para ir vê-lo. Conhecendo os feitos de Paulo, que vinha perseguindo a igreja de Jesus ferozmente, questionou e então ouviu a expressão: “Ele está oran-do” (Atos 9.8-15). Naquela época, a oração era a mar-ca de uma pessoa transformada pelo poder de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo.

A oração é também o maior recurso que temos e precisamos usá-lo por vários motivos: por causa das nossas limitações, deficiências e fraquezas; devido às dificuldades que enfrentamos no presente século; de-vemos orar por nossos parentes, amigos e vizinhos, para que sejam alcançados pela graça de Deus; e orar clamando a Deus pela salvação de milhares de pessoas que vivem neste mundo, que jaz no maligno.

Por meio da oração recebemos a bênção da cor-reção e disciplina do Senhor para um constante aper-feiçoamento de nossa conduta; recebemos o estímulo para prosseguir na caminhada cristã, apesar de todos os obstáculos que encontraremos; e teremos a orien-tação segura para nos conduzir neste mundo. Jesus ensinou que a oração nos dá a capacidade para resistir às terríveis ciladas de Satanás, dizendo: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mateus 26.4).

O POR INTERMÉDIO DA ORAÇÃO NOS REVESTIREMOS DE PODER

Encontramos na Bíblia exemplos maravilhosos de crentes fiéis, que obtiveram bênçãos de livramento, cura, de manifestação do poder divino, e de consola-ção por intermédio da oração e por isso Tiago podia dizer: “Muito pode em seus efeitos a oração de um justo” (Tiago 5.16c).

Atendendo a oração de Elias, 1Reis 18.24, 36-39, o fogo do céu desceu e consumiu o holocausto naquele grande confronto com os profetas de Baal, ficando claro para todos os presentes, e também para a multi-dão que adorava Baal, que só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus! Foi assim que exclamavam admirados. Em outra ocasião Elias orou para que não chovesse, e por três anos e seis messes não choveu sobre a terra; depois orou e a chuva caiu com abundancia e a terra produziu seu fruto, numa região que estava assolada pela falta de água. A oração é a força que move a mão de Deus, como lemos: “E se o meu povo, que se cha-ma pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a mi-nha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. Os meus olhos estarão abertos e os meus ouvidos atentos à oração que se fizer nesse lugar” (2 Crônicas 7.14, 15).

A oração, entretanto, exige tempo e requer disposi-ção e persistência, é uma grande luta como aconteceu com Jacó e o anjo, no vau de Jaboque. Sabendo que Esaú vinha a seu encontro com 400 homens, Jacó não

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12 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

podia imaginar que seria um encontro de paz, deve ter lembrado do guisado que ofereceu ao pai, Isaque, e a bênção da primogenitura que recebera como se fosse Esaú, enganando os dois, o pai e o irmão. Agora era o momento do acerto de contas, deve ter pensando, e não havia outra coisa a fazer, senão orar (Gênesis 32.6-12). Aquela deve ter sido a noite de sua maior luta, conforme Gênesis 32.22-29, que termina com a expressão: “E ali o Anjo o abençoou”.

SE NOS PROPUSERMOS A ORAR ENFRENTAREMOS OBSTÁCULOS

Satanás é o inimigo número um de Deus, sabe o valor da oração, e fará tudo que for possível para im-pedir que oremos. Com certeza trabalhará para que o povo de Deus não ore, fazendo-o cada dia mais ab-sorvido com atividades seculares para que não tenha tempo para orar. E só ora quem prioriza a oração e não há outra maneira para encontrar tempo para esse trabalho. Satanás também procura distrair aqueles que têm algum tempo para orar, incutindo em suas men-tes preocupações com coisas terrenas, e às vezes en-che as mentes de dúvidas e até pensamentos levianos para que não consigam se concentrar em Deus por intermédio de uma comunhão permanente com Ele.

O desânimo é outro grande inimigo daqueles que

se propõem o ministério da intercessão, convencen-do-os de que não vale a pena orar; que Deus não está interessado em responder àqueles que oram. Muitos que um dia resolveram orar, desanimaram, e hoje não são mais parceiros na oração, e deixaram de abençoar muitas vidas. Simplesmente desanimaram, e assim fo-ram vencidos.

Outro grande obstáculo aos que se propõem orar é a dúvida. Muitos olham para os problemas e acham que Deus não poderá atender a oração ou resolver o problema, esquecendo a recomendação da Bíblia que diz: “Haveria coisa impossível para o Senhor?” (Gênesis18.14ª). Outras vezes julgam as dificuldades tão pequenas que não sentem necessidade de orar, pois acham que podem resolver com suas próprias forças.

Às vezes deixamos que o sono nos domine, como os discípulos no monte, que ao serem convidados para orar, por duas vezes foram encontrados dormin-do, enquanto o Mestre estava orando intensamente, a ponto de seu suor se transformar em gotas de sangue (Mateus 26.36-46). Que pena que o povo de Deus va-lorize mais o sono, a internet, o lazer do que a oração, e com isso perde incontáveis bênçãos.

Se nos propusermos a orar seremos felizes; o nosso testemunho mais eficiente; nosso trabalho incompará-

Page 15: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

13Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

vel, mais frutífero, marcado pela presença de Deus e milagres extraordinários, impactando o mundo.

COMO ORAR DE FORMA CORRETAA Bíblia está cheia de recomendações para que a

oração seja ouvida e atendida pelo Senhor. Deus ouve e atende segundo a sua vontade, que sempre será o melhor para todos. Ele responde como quer e sabe o que é melhor para nós. Muitos clamores se tornam vãos e muitas orações inúteis porque são feitas de for-ma errada, sem observar o que a Bíblia ensina sobre o assunto. Não podemos esquecer que há exigências para que nossas orações sejam ouvidas.

A oração deve ser dirigida a Deus Pai. O profeta Isaías diz: “Os que conduzem em procissão os seus ídolos feitos de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar, não sabem nada” (Isaías 45.20). Na ex-periência do Carmelo, enquanto os profetas de Baal clamavam e se cortavam diante de seu deus, e nada podia acontecer, Elias clamou ao Deus criador, nosso Pai, e obteve a resposta: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, seja manifesto hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que tenho feito estas coisas conforme tua palavra” (1Reis 18.36). Da mesma forma na oração modelo, Jesus ensinou que devemos nos dirigir ao Pai: “Pai nosso, que estás

no céu, santificado seja o teu nome” (Mateus 6.9). Devemos orar em nome de Jesus. Não temos qual-

quer mérito diante de Deus, mas o caminho foi aberto pelo sangue de Jesus, que foi derramado na cruz por nossos pecados, e agora temos livre acesso a Deus por meio dele. “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1Ti-móteo 2.5). “Tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei. Até aqui nada pediste em meu nome, pedi e recebereis, para que o vosso gozo seja comple-to” (João 16.23 e 24). “Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, pois o que pede recebe e o que busca acha” (Mt 7.7 e 8).

Devemos orar com submissão. Nossa vida precisa estar harmonizada com a vontade de Deus. “Se esti-verdes em mim e as minhas palavras estiverem em vós; pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito” (João 15.7). Ao orar, Jesus mostrou-se submisso ao Pai: “Se for possível passa de mim este cálice, não se faça a mi-nha vontade e sim a tua” (Mateus 26.39). Precisamos nos submeter à vontade de Deus se quisermos que nossas orações sejam ouvidas e respondidas. “E esta é a confiança que temos nele: se pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. Se sabemos que nos ouve em tudo que lhe pedimos, sabemos que já alcançamos o que lhe temos pedido” (1João 5.14, 15).

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14 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

Precisamos orar com fé. Isto é, acreditar que Deus ouve nossos pedidos e atende. “Tudo quanto pedir-des em oração, crendo, recebereis” (Mateus 21.22). Isso nos faz lembrar o encontro de Jesus com o cego, quando olhou para o homem e disse: “Crês que pos-so fazer isso?” Ao enfermo disse: “faça-se segundo a tua fé”. O escritor da carta aos Hebreus definiu fé dizendo: “A fé é a garantia do que se espera e a prova do que não se vê” (Hebreus11.1). Ainda falou sobre a importância da fé dizendo que “Sem fé é impos-sível agradar a Deus, pois é necessário que quem se aproxima de Deus creia que ele existe e recompensará os que o buscam” (Hebreus 11.6). Tiago diz: “Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois quem duvida é se-melhante à onda do mar, que é movida e agitada pelo vento. Tal homem não deve pensar que receberá do Senhor alguma coisa, pois vacila e é inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1.6-8).

Devemos orar visando à gloria de Deus. Quem ora segundo a orientação bíblica, sabe que não deve exigir que Deus satisfaça seus caprichos, nem o Se-nhor está obrigado a fazer o que queremos. Também é certo que muitas orações não têm resposta porque partem de um coração ambicioso, que visa aos seus próprios interesses. “Pedis e não recebeis porque pe-dis mal, para gastardes em vossos próprios deleites” (Tiago 4.3). Deus ouviu a oração de Elias, porque o objetivo era fazê-lo conhecido e não para interesses pessoais. “... para que este povo conheça que tu és Deus” (1Reis 18.36).

Para que a oração seja atendida é necessário sepa-ração do pecado. O pecado sempre foi uma barreira que impede nossas orações. O rei Davi reconheceu isso ao afirmar: “Se eu atender a iniquidade em meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Salmo 66.18). No livro de provérbios lemos: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas os que as con-fessam e deixam, alcançarão misericórdia” (Provér-bios 28.13). A mensagem profética de Isaías incluía a necessidade de cuidado com o pecado: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem divi-são entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós para que não vos ouça” (Isaías 59.1,2).

É necessário que haja perseverança. Muitas pes-soas iniciam um programa de oração, mas não con-seguem continuar, pois falta-lhes a perseverança. Há pessoas que dizem que se tivermos fé basta orar a Deus uma única vez. Isso não é verdade. Às vezes a

Pr. Cirino Refosco, Gerência de Estratégias Missionárias da Junta de Missões Nacionais

resposta vem rapidamente, mas outras vezes demora. Quando a resposta demora, o Espírito Santo nos dá a certeza de que a resposta virá. “Ainda que demore, espera-a; porque certamente virá, não tardará” (Ha-bacuque 2.3). Temos que lutar à semelhança de Jacó, que na madrugada agarrou o anjo e lhe disse: “não te deixarei ir, enquanto não me abençoares” (Gênesis 32.26). Ou como Elias, diante daquele terrível perío-do de estiagem, que orou e depois enviou Geasi para observar se havia algum sinal de chuva, e fez isso por sete vezes e por fim o rapaz voltou dizendo que havia uma nuvem do tamanho da mão de um homem, en-tão, enviou mensageiros para dizer ao rei Acabe que se preparasse pois a chuva seria muito grande, e assim aconteceu.

Dessa forma vimos a recomendação bíblica mos-trando as razões por que devemos orar e como deve-mos orar. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude a orar com persistência e de forma submis-sa à sua vontade.

Se conseguirmos fazer o que aprendemos, nossas vidas serão transformadas e ricamente abençoadas, além de nos tornarmos canal de bênçãos para outras pessoas, lembrando que “O Senhor é poderoso para fazer bem todas as coisas, além do que pedimos ou pensamos, pelo poder que age em nós, a ele seja a gló-ria na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Efésios 3.20,21).

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15Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

homilética

A Capacitação de Líderes Indígenas, uma Tarefa Urgente

Pr. Valdir Soares da Silva e Ana Maria Pereira da Silva

apóstolo Paulo se dirige ao jo-vem Timóteo, falando sobre a sua responsabilidade de transmitir a homens fiéis o que da parte do

Senhor lhe foi ensinado, visando à capacitação de ou-tros cristãos nos valores do reino de Deus.

Quando falamos sobre capacitação de liderança cristã, vem à nossa mente o clamor de líderes indíge-nas em busca desta capacitação para conduzir a igre-ja do Senhor com firmeza e segurança nos ensinos bíblicos de Cristo Jesus e para formar novos líderes nativos.

Temos visto o grande avanço do evangelho entre os povos indígenas, fruto do investimento de mis-sionários estrangeiros (Primeira Onda), missionários brasileiros (Segunda Onda) e dos nativos (Terceira Onda). Louvamos a Deus por este grande avanço.

Deus, em sua infinita misericórdia, tem desperta-do a igreja indígena na proclamação do evangelho da graça salvadora de Jesus Cristo a seu próprio povo e com a visão de alcançar outros povos que ainda não foram alcançados com a pregação da Palavra de Deus.

Com isso a igreja indígena tem buscado treina-mentos para o fortalecimento dos trabalhos já exis-

O tentes na perspectiva de avanço em outras etnias, utili-zando os próprios nativos na proclamação da Palavra do Senhor.

O Banco de Dados do Departamento de Assun-tos Indígenas (DAI) da Associação Missionária Trans-cultural Brasileira (AMTB) no seu último trabalho de pesquisa nos informa o seguinte: “As 99 etnias com igreja evangélica, mas sem liderança própria, repre-sentam a extensão do desafio de treinamento em nossos dias. Junta-se a isso o fato de que 67 dessas etnias possuem pouco acesso a cursos bíblicos, e 54 não possuem nenhum acesso”. Isso tem sido uma re-alidade no tempo atual. Há um clamor das lideran-ças indígenas em nossa Pátria sobre a necessidade de estendermos as nossas mãos com recursos humanos e logísticos para atendermos esta necessidade. Creio que as nossas casas de ensino teológico poderão dar ouvido a este clamor no contexto da capacitação te-ológica a esta geração de jovens indígenas com po-tencial para liderar a sua igreja. O apóstolo Paulo na segunda carta a Timóteo (2.2) nos diz: “... isso mesmo transmite a homens fiéis e também a idôneos para instruir a outros”. Devemos aproveitar o momento de expansão que essa igreja está vivendo no cenário

“E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” 2Timóteo 2.2.

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16 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

missionário brasileiro. Para tanto é necessário investir na capacitação destes líderes em potencial.

No mês de janeiro deste ano, nosso missionário indígena Eli Ticuna nos informou que estava planeja-do o treinamento de 70 líderes indígenas na região de Tabatinga, no Amazonas. Tal foi a vontade do povo em ser treinado que este número chegou a 120. Con-vém aproveitarmos esta onda missionária indígena em busca de capacitação bíblica para o avanço da igre-ja desses povos, cujos jovens viajaram mais de cinco dias de barco para o local de treinamento na Aldeia Felicidade, em busca de aprimoramento bíblico para conduzir a igreja do Senhor. A igreja indígena vive um momento de crescente interesse na capacitação bíblica e também em outras áreas, porém sofre com a ausência de recursos humanos e infraestrutura diante da grande demanda.

No mês de março do ano em curso, Missões Na-cionais realizou a Primeira Consulta Indígena na cida-de de Campo Grande (MS) em parceria com agências missionárias, seminários, liderança batista da região e líderes indígenas naquele estado com a visão de ampliar o avanço missionário no plantio e fortaleci-mento de igrejas indígenas. Foram dias maravilhosos. Foi possível ouvir as nações indígenas apresentarem

as suas necessidades para o avanço do evangelho no estado. Eles apresentaram 12 itens representando as suas necessidades, entre as quais a ênfase na capaci-tação de líderes oriundos das próprias aldeias, para o plantio e fortalecimento da igreja indígena. Isso vem ratificar o grande desafio que temos a nossa frente, ou seja, essa igreja deseja avançar, multiplicando-se entre o seu povo e até alcançando outros. Para isso, seus líderes nativos necessitam de capacitação.

Creio que é chegado o momento de a primeira e a segunda ondas missionárias se unirem em prol des-ta grande necessidade, para que os nossos indígenas se fortaleçam cada vez mais no estudo da Palavra de Deus, sendo treinados e capacitados para a proclama-ção do evangelho da graça de Deus entre o seu povo e amplie a visão de chegar a outras etnias com a men-sagem transformadora e regeneradora de Jesus Cristo.

O Conselho de Pastores e Líderes Evangélicos In-dígenas (CONPLEI) realizou no mês de julho deste ano, na Chapada do Guimarães (MT), um Congres-so Indígena com 2.400 inscritos e mais de 2 mil in-dígenas presentes, representando 81 etnias. Foram momentos de grande alegria na cidade. O Instituto Bíblico AMI, que treina jovens vocacionados indíge-nas, recebeu grande parte destes povos. Muitos líde-

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17Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

Pr. Valdir Soares da Silva e Ana Maria Pereira da Silva, Gerentes para Evangelização de Povos Indígenas da JMN

res indígenas no Brasil e de outros países da América Latina também marcaram a sua presença no evento, trazendo a mensagem de Deus aos nossos corações, sempre destacando a necessidade de capacitação da liderança indígena.

A Gerência para Evangelização de Povos Indíge-nas de Missões Nacionais tem como alvo capacitar os seus missionários indígenas e não indígenas para que a mensagem do Senhor seja anunciada com grande eficácia e que no futuro venha gerar novos líderes trei-nados e capacitados para a proclamação do evange-lho da graça de Deus. Não é uma tarefa fácil quando trabalhamos com povos alcançados e não alcançados.

A segunda estratégia desta gerência é realizar par-cerias com as nossas instituições de ensino teológico para o atendimento destas demandas em seus próprios campos missionários de uma forma contextualizada.

Devemos ter uma ação estratégica para que esses vocacionados sejam conduzidos para instituições de ensino teológico na sua própria região para um me-

lhor preparo e eles não percam a visão de trabalhar com o seu próprio povo. Segundo o DAI/AMTB, “é necessário investir de forma intencional e abundante no treinamento dos líderes indígenas evangélicos”.

É a nossa tarefa investir nos ensinos do Senhor Jesus Cristo aos nossos irmãos indígenas para que eles possam transmitir com conhecimento e firmeza a mesma fé em Cristo Jesus a outros indígenas. Com isso, estaremos multiplicando igrejas e multiplicando discípulos maduros na fé em Cristo Jesus.

Conclamamos você, batista brasileiro, a investir mais e mais o seu tempo na capacitação de líderes in-dígenas em nosso Brasil. Recuar nunca. Vamos avan-çar!

No amor de Jesus Cristo,

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18 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

homilética

ALCANÇANDO AS NAÇÕES A PARTIR DO BRASIL

Marcos Stier Calixto

“E em Jerusalém estavam habitando Judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo da terra..., todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das GRANDEZAS DE DEUS”. Atos 2.5,11 (grifos do autor).

Muitos fatores que limitavam a expansão da obra missionária no mundo têm sido rompidos por uma ação poderosa da soberania de Deus; muitas nações, em par-

ticular as não alcançadas, têm chegado até nós por intermédio desse soprar de Deus em Missões. O pro-cesso chamado globalização, juntamente com os acor-dos entre os países, tem acelerado a vinda deles para o nosso país. Hoje, mais de 220 etnias (estrangeiros) estão representando seus povos de origem aqui mes-mo junto de cada um de nós. O fato evidenciou as portas sendo abertas para transmitirmos o amor de Deus para cada um desses povos. Só nos últimos dois anos mais 600 mil novos estrangeiros entraram no nosso país. ISSO NÃO PODE SER POR ACASO!

Alguém com muita propriedade afirmou “Cen-trar-se na vontade de Deus é identificar como e onde Ele está agindo e, de alguma maneira, juntar-se a Ele para fazer parte da história”. Por causa disso, nossa

M

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19Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

1. Os que vieram de outras nações e viviam ago-ra permanentemente em Israel estavam sob a PROTEÇÃO DO SENHOR, com alguns di-reitos e privilégios5. Quando Davi, em uma das suas orações, se dirige a Deus, ele se lembra do sentimento dos estrangeiros e se compara a eles diante de Deus: “ Ouve, SENHOR, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágri-mas, porque sou um estrangeiro contigo e pe-regrino, como todos os meus pais “.6

2. Podiam fazer parte do sábado sabático.7

3. Não podiam ser maltratados8

4. Não se exigia que observassem as leis referen-tes a dieta de modo estrito.9

5. A amabilidade dos hebreus com os estrangeiros era uma atitude a ser manifesta aos que chega-vam.10 E, em muitas coisas, tinham os mesmos direitos que os verdadeiros filhos de Jacó11.

B. BRASIL UMA HISTÓRIA SEMELHANTE COM O MESMO COMPROMISSO

Estamos vivendo um tempo que imaginávamos ter ficado para os séculos passados, mas que de for-ma bem presente está se tornando realidade – “Meu vizinho é um chinês... é um coreano... é um chileno ou um árabe”. Os motivos da presença deles, na sua maioria, tocam-se na motivação econômica e em al-guns casos, como os haitianos, nas catástrofes, mas a realidade é que estão às nossas portas e se tornaram O NOSSO PRÓXIMO a ser alcançado. Naquela época Israel fora chamado para ser o canal de Deus para revelar o verdadeiro Deus às nações. 12 Nós, como igreja de Deus, diante de tantos estrangeiros, temos o compromisso de revelar o verdadeiro Deus para aqueles que estão fazendo do Brasil a sua se-gunda Pátria. Um desafio que vem acompanhado de culturas diferentes, religiões complexas, cargas es-pirituais a serem rompidas. Um desafio de oração, determinação e PREGAÇÃO.

5 Josué 8.336 Salmo 39.127 Êxodo 20.108 Levítico 19.339 Deuteronômio 14.2110 Êxodo 22.21; 23.9; Levíticos 19.33,34; 23.22; Deuteronômio 14.29; 16.10,11; 24.1911 Êxodo 12.49; Levítico 24.22; Números 15.1512 Deuteronômio 6.7,8; 2Crônicas 20.29

Junta de Missões Nacionais, em parceria com a Jun-ta de Missões Mundiais, por intermédio de seus mis-sionários já tem implantado esse projeto de Alcançar as nações a partir do Brasil. A missão é clara: Onde em nosso país estiver um estrangeiro ali também será nosso campo missionário.

De uma forma ou outra, precisamos nos envolver nesse kairós de Deus (tempo de Deus). Seja em ora-ção, seja no exercício diretamente no campo, seja no sustento – TODOS SOMOS CHAMADOS.

A. UM DESAFIO QUE ISRAEL JÁ TEVE NO PASSADO

Vários termos na Bíblia são usados para definir o ESTRANGEIRO, mas para nós o que nos chama a atenção para o Desafio que temos no Brasil para al-cança-los é a palavra GER1. Estrangeiro, habitante da terra no melhor sentido. Algumas vezes tem um senti-do geral, quando, por exemplo, refere-se a Abraão em Hebrom2 , e a Israel, no Egito3.

A vida dos estrangeiros, envolvendo privilégios e deveres no meio do povo de Israel, pode ser resumida dentro das seguintes realidades4:

1 A. R. Buckland & Lukyn Williams, Dicionário Bíblico Universal – Edi-tora Vida. São Paulo - 4.ed. revista e atualizada./ maio 20072 Gênesis 23.43 Gênesis 15.13; Êxodo 22.214 A. R. Buckland & Lukyn Williams , ibid

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20 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

C. A MESMA ESTRAGÉGIA E COM UM ALCANCE SEM PRECEDENTES

Da mesma forma que no dia de Pentecostes o mundo de então estava todo representado e aca-bou sendo alcançado pela PALAVRA pregada, hoje vivenciamos o mesmo desafio. Nos últimos anos, o Brasil tem se tornado um destino cada vez mais atraente para pessoas de todas as partes do mundo. Elas vêm por causa do crescimento eco-nômico, da tolerância étnica e religiosa13 e por outros motivos. Tenho sempre dito que, se não falo a língua deles, necessariamente eles têm que falar a minha língua para SOBREVIVER. Neste contexto temos a responsabilidade de transmitir, como naquela época do Pentecostes, AS MARA-VILHAS DE DEUS.

D. ALCANÇANDO O MUNDO PELO QUAL TEMOS CLAMADO

Acompanhei campanhas de oração pela quebra da muralha de Ferro (Rússia), muralha de Bam-bu (China), muralha de Açúcar (Cuba), e por fim acabei me envolvendo pela derrubada de areia do Mundo Árabe. Pessoas do mundo todo, clamando, orando para Deus converter. Muitas vezes as por-tas se fechando e o povo com esperança. DEUS COMO GOVERNANTE DO MUNDO FEZ UM “REBULIÇO” ABENÇOADO fazendo as nações se entrelaçarem como nunca e nós acabamos tendo o privilégio de termos à nossa porta aqueles por quem oramos e não pudemos chegar até eles. Como aconteceu naquela oportunidade, temos o desafio hoje de presenciar o milagre que alcançou o mun-do habitado naquela época. No dia que ouviram a mensagem, conforme o relato de Atos, os que se converteram se tornaram potencialmente testemu-nhas da mensagem que alcançou suas vidas. Eles VOLTARAM para seus países e com a SUA LÍN-GUA e CULTURA evangelizaram seu povo em sua própria terra. A HISTÓRIA SE REPETE. Na-quele dia HOUVE UM MILAGRE: todos ouviram em Jerusalém a mensagem em sua própria língua. HOJE, o milagre linguístico é evidentemente cir-cunstancial, mas ao mesmo tempo DIVINO. Deus usou a situação do mundo para mudar a geografia das pessoas para que fossem alcançados LONGE DA SUA TERRA, muitos dos quais nunca pode-riam ouvir se não viessem para cá.

13 http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/veja-como-vivem-e-onde-mo-ram-os-estrangeiros-no-brasil/n1597221795756.html

E. AS VERTENTES QUE NOS LEVARÃO A ALCANÇÁ-LOS

1. AÇÃO SOCIAL – CAEB: O trabalho visa à ação em duas vertentes básicas. Em primeiro lugar em busca do acolhimento, identificando as necessidades e dispondo-se a supri-las (Ação Social Emergente). São muitos que chegam sem documentos, como refugiados; outros, anistiados e por questões de busca de opor-tunidades comerciais e econômicas, mas que também precisam de auxílio e orientação, na área de compaixão e justiça. Para Isso estamos criando uma instituição chamada CAEB (Cen-tro de Apoio ao Estrangeiro no Brasil), que ne-cessariamente envolverá todas as igrejas batis-tas do nosso País com o VOLUNTARIADO (área jurídica, capelania e serviço social) para atendê-los e aos outros que carecerem dessa es-trutura socioeclesiástica de apoio ao estrangei-ro. A Sede do CAEB será em São Paulo, onde reside a maioria dos estrangeiros no país.

2. EVANGELIZAÇÃO DIRETA: Por outro lado, NÃO PODEMOS PERDER DE VIS-TA QUE ESTÃO AQUI para serem alcança-dos pela PREGAÇÃO DIRETA DO EVAN-GELHO. Para isso, estratégias diretas de evangelismo estão sendo criadas, implantadas e organizadas (Evangelização por intermédio dos missionários14, dos trabalhos de impacto – Trans e MEGATRANS-ÉTNICAS). Missio-nários estão já trabalhando diretamente com as etnias no Brasil e outros já estão se candidatan-

14 Nossa JMN em parceria com a JMM já tem missionários alcançando chineses, árabes, japoneses, hispanos, africanos, ciganos (veja no quadro de missionários – www.missoesnacionais.org.br)

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21Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

do para esse fim abençoado. Igrejas ligadas à UBLA (União das Igrejas Batistas da América Latina) já estão lançando o projeto “TOMA”: representantes da Instituição estão se dirigindo ao nosso país em parceria para alcançar o seu próprio povo que habita aqui. Um milagre pro-duzido pelo ardor missionário acendido por Deus.

F. ESTRATÉGIAS DE CAMPO 1. EVENTOS: Entre os eventos temos tido fó-

runs com o encontro representativo de muitas etnias, como também congressos específicos de cada colônia representada por seu país de origem. Outros eventos pontuais estão progra-mados, cujo destaque maior será o CAMPEO-NATO MUNDIAL DE FUTEBOL ENTRE AS ETNIAS EXISTENTES NO BRASIL, já agendado para o ano de 2013, com projeto já em planejamento.

2. PLANTAÇÃO DE IGREJASa) Igrejas e cultos étnicos: Algumas igrejas de re-

giões urbanas com presença mais significativa de estrangeiros têm realizado cultos visando alcançar os estrangeiros. A estrutura dessa ati-vidade está debaixo da igreja que sedia o culto e a organização interna de funcionamento é de uma diretoria com a própria representação ét-nica na direção.

b) Igrejas e Comunidades Internacionais: Alguns grupos evangélicos têm se reunido para seus trabalhos tendo como base a língua inglesa. Essas comunidades têm tido a possibilidade de

Marcos Stier Calixto, Gerente nacional de missões com etnias no Brasil

também alcançar varias nações que usam essa língua para comunicar-se social ou comercial-mente..

c) Grupos rurais e colônias étnicas agrícolas: Mui-tos estrangeiros ainda permanecem em áreas consideradas rurais ou agrícolas. Serão identi-ficados os trabalhos já existentes que receberão apoio, e onde não existir será incentivada a sua implantação.

d) Núcleos Étnicos Cristãos: Alguns missionários ou voluntários em cujas igrejas não haja os tra-balhos acima descritos poderão formar grupos próprias de evangelização. O nome será Nú-cleo Étnico Cristão. O grupo se reunirá para comunhão, oração, estudo de estratégia e tes-temunho. Cada núcleo terá seu manual de im-plantação e uma logística de apoio

G. CAPACITAÇÃO POR INTERMÉDIO DO CURSO DE IMERSÃO MISSIOLÓGICA

Em parceria com a FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DO PARANÁ, foi implantado um curso de IMERSÃO MISSIOLÓGICA. Muitos jovens e adultos terão a oportunidade de ser treinados PARA ALCANÇAR AS ETNIAS. O curso foi criado para ministração em dois tempos. O aluno estudará onli-ne sobre evangelização de estrangeiros, com profes-sores gabaritados e de suas próprias etnias. Depois de um tempo de teoria, o aluno estagiará no próprio contexto da colônia em questão, E ISSO DENTRO DO BRASIL. Melhores informações serão dadas pela JMM e FTBPR.

CONCLUSÃO:O Desafio está diante dos nossos olhos, precisare-

mos do apoio de todos na continuidade do projeto de evangelização dos estrangeiros no País, principalmen-te no voluntariado, na presença dos vocacionados, na realização dos cultos nas dependências das igrejas e a criação de células focadas em etnias. TEMOS ES-PAÇO SUFICIENTE PARA ISSO e Deus está en-viando o povo estrangeiro para isso. As parcerias das duas JUNTAS (JMN e JMM) exatamente visam a essa missão, que está diante de nós. A maneira como você pode participar é por intermédio da contribuição fi-nanceira (PAM Brasil), da intercessão e com envolvi-mento em projetos específicos vinculados a cada etnia a ser alcançada.

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22 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

homilética

PREGUEMOS AOS DEPENDENTES QUÍMICOS Se necessário com palavras Pr. Fernando Arêde

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23Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

Pr. Fernando Arêde, Coordenador da CT Reviver, Muriaé, MG

ificuldade para muitos... apro-ximar-se e conversar com uma pessoa dependente química. Na grande maioria das vezes, quando o usuário de drogas é descober-

to, dentro da família, todos são atingidos. Quando é uma família evangélica, também o pastor é envolvido e normalmente a solução é internar a pessoa em uma comunidade terapêutica evangélica, onde alguém deve saber como lidar com ela. Esquecemos que todos so-mos chamados para lidar com eles, basta aprender. Segundo o evangelho de Lucas (10.25 a 37), fica clara a posição correta daquele que sente compaixão (v.33). Além do sentimento de condoer-se pelo espancado, literalmente entregue à morte, é fundamental ajudar, estender o braço, pegar a pessoa e levar para um lu-gar próprio, onde vão poder continuar ajudando. Vale lembrar que as despesas não ficam só por conta da hospedaria – Comunidade Terapêutica ou Centro de Formação Cristã (v. 35b). A declaração do Senhor Jesus é bem clara: Vá e faça o mesmo... sinta a mi-séria do coração do espancado – misericórdia (v.37) e ajude. Este é o segundo grande mandamento. Em Mateus 22.36 a 40, observamos que os dois grandes mandamentos incluem toda a lei e todos os profetas (v. 40). O segundo grande mandamento não serve so-mente para ser lido e decorado, mas é fundamental praticá-lo. Uma igreja pode servir como local primá-rio de acolhimento, afinal é onde um espancado pode procurar ajuda. Aqui, depois de ajudado, é necessá-rio providências, não somente de pregar o evangelho, mas de mostrar as Boas-Novas com atitudes claras... dar comida, água, vestir, cuidar e quando necessário enviar para um CFC. Normalmente, quando um de-pendente químico procura uma igreja, ele quer é ajuda mesmo. Não adianta ser promotor ou juiz, julgando e já condenando o usuário. É pela fé que pratico o evangelho... assim, com pelo menos 10 % de compai-xão (o dízimo é o mínimo do Senhor), podemos fazer a diferença. Se um pastor não está acostumado a lidar com um usuário, existe há algum tempo um trabalho do Grupo de Apoio ao Dependente (GAD), em que pessoas voluntárias na igreja podem, depois de uma ou duas oficinas, promovidas pela Junta de Missões Nacionais e a igreja, aprender a trabalhar com um es-pancado. A maior dificuldade para lidarmos com o usuário de drogas é o medo. Quando acostumados dentro da igreja, até receber um “estranho sujo” é difícil, não por causa do preconceito dele, mas nos-so. É necessário sinceridade diante de nós mesmos, pois aprendi que o Senhor liberta os cativos dos seus

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medos. Afinal, este “medo” não pode ser do Senhor, mas nosso. A igreja, ao longo dos anos, foi se retrain-do. Mas o tempo mudou, as necessidades estão claras e sabemos que somente a igreja tem o maior poder do mundo para salvar os perdidos. Pregando e prati-cando e evangelho, de acordo com o segundo grande mandamento.

A Junta de Missões Nacionais está fazendo a sua parte, com o Ministério Cristolândia, que, na verdade, são igrejas com o evangelho, pessoas treinadas, para acolher drogados, dar os primeiros atendimentos e em seguida enviar para o Centro de Formação Cristã. As igrejas também estão inseridas, de forma voluntária, ajudando este ministério, mas elas podem fazer mais: receber, cuidar, vestir e encaminhar para os CFC. É bom lembrar que infelizmente existem muitas comu-nidades terapêuticas que não são evangélicas, logo fa-zem apenas terapias seculares, com muitas dinâmicas, mas sem saber que a salvação é a coluna de esquina, o fundamento principal, o “Senhor Jesus”.

Existe sim o modelo para alcançar os dependen-tes químicos, e o Senhor Jesus tem nos chamado para este ministério. Basta obedecermos e na obediência podemos dizer... realmente amamos Jesus, pois aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, pratica, este é o que me ama (João 14.21). Declarar amor sem obediência é autoengano. Somos chamados para amar assim como somos amados pelo Senhor Jesus. No meu entendimento a fé e a obediência andam juntas.

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24 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

recursos

TEMA: “EM UM BRASIL EM TREVAS, SEJA LUZ!”

É difícil para os discípulos de Cristo receber maior elogio do que aquilo que o nosso Mestre disse (v. 14): os discípulos são a luz do mun-do. E Ele dá ordem para eles como discípulos terem o mesmo papel que descreveu para si: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mun-do” (João 9.5). E Jesus dá esta mes-ma ordem também para nós e todos os seus discípulos ao longo dos sé-culos. E esta ordem é para os seus discípulos serem semelhantes a Ele. Como esta afirmação do Senhor Je-sus Cristo tem aplicação para todos nós no dia de hoje! E o nosso tema para a campanha deste ano é: “Em um Brasil em Trevas, Seja Luz!”

A divisa está em Mateus 5.16: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que esta nos céus”. (O texto completo é Mateus 5.14-16)

Pr. Jerry Stanley Key

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25Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

1. EM UM BRASIL EM TREVAS “SEJA LUZ” SIGNIFICA QUE QUANDO BRILHA A NOSSA LUZ ESTAMOS DEMONSTRANDO AS BOAS OBRAS QUE DEUS QUER REVELAR CONSTANTEMENTE AO MUNDO POR INTERMÉDIO DE NÓS, OS DISCÍPULOS DE CRISTO.

Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras...” (5.16a).

Os Judeus falavam de Jerusalém como “a luz dos gentios”. Mesmo assim, os Judeus não ensinavam que fosse possível alguém ser luz em suas próprias forças. Deus era a fonte de luz de Israel. Nunca po-demos produzir a nossa própria luz, mas temos que refletir a luz de

Cristo. E Jesus não disse que os dis-cípulos seriam a luz de Israel, mas do mundo (5.14)! Que tarefa gigan-tesca esta envolvida nesta ordem de Jesus!

(1) A luz é algo que existe para ser vista (5.14-15). Demonstramos que somos a luz pela maneira que vi-vemos no nosso dia a dia, revelando o espírito do nosso Senhor e Salva-dor em todos os mínimos detalhes. Somos luz no nosso lar, no emprego, na escola, na vizinhança, pela manei-ra que falamos, e pelo amor que de-monstramos aos outros. Somos luz quando praticamos boas obras, com o propósito certo e não por hipocri-sia e querendo receber as honras de quem quer que seja.

(2) A luz existe para servir de guia. A luz ilumina o caminho para outros. Jesus quer que as pesso-

as do nosso convívio o vejam em nossas atitudes e ações. Somos um canal para a luz e poder de Cristo se manifestar, que é a única maneira como podemos alcançar o mundo perdido. Sim, a luz dos que seguem a Cristo ilumina o mundo e apre-senta o evangelho, que leva as pes-soas sem Cristo a seguir o caminho da salvação e não de autodestruição e perdição.

(3) Às vezes a luz deve servir de advertência. Há momentos em que devemos ser semelhantes ao farol para advertir os navios que existe perigo porque ali não é suficiente-mente fundo para navios chegarem mais perto. Mas as nossas palavras de advertência devem sempre ser ditas com muito amor e não por um espírito de crítica e de condenação. Os crentes que são a luz do mundo

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26 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

sempre estão refletindo o espírito de Cristo. É Cristo que deve ser louvado e exaltado, e não nós, cren-tes, que estamos apenas refletindo a fonte de nossa luz, que é Cristo!

2. EM UM BRASIL EM TREVAS, “SEJA LUZ” SIGNIFICA QUE QUANDO DEIXAMOS A NOSSA LUZ BRILHAR ESTAMOS TRAZENDO GLÓRIA PARA O NOSSO DEUS QUE ESTÁ NOS CÉUS. “...PARA QUE ... GLORIFIQUEM A VOSSO PAI, QUE ESTÁ NOS CÉUS” (5.16B).

(1) O mundo está nas trevas causadas pelo pecado, e a nossa luz deve brilhar no meio dessas trevas. A luz de Cristo brilha em cada canto do nosso coração e como resultado aquela luz brilha por intermédio de nós, que somos crentes em Cristo. Esta luz em nós ajuda os não cren-tes, que andam nas trevas, a receber aquela verdadeira luz em suas vidas. Assim, o nosso Deus é honrado e glorificado.

(2) Quando gastamos tempo diariamente na presença de Jesus, lendo a Palavra de Deus e meditan-do nela, orando, intercedendo, bus-cando a vontade de Deus, nos tor-namos mais e mais semelhantes ao nosso Mestre e transmitimos a luz d’Ele por meio de tudo que somos e fazemos.

Sim, devemos (e podemos) bri-lhar no meio das trevas deste mun-do com o poderoso evangelho, que tem nos alcançado. E fazendo isto, estamos honrando e exaltando nos-so Deus e o Senhor Jesus Cristo.

Queridos irmãos, será que as pessoas ao seu redor podem esta-belecer o caminho para a eterni-dade que vão seguir por meio da luz de Cristo que estão vendo em sua vida? Sua luz está realmente brilhando? Vocês estão demons-trando ser a luz do mundo pela transformação que estão vendo,

transformação esta que apagou as trevas em suas vidas e tornou aque-las trevas em luz por Jesus Cristo? O mundo está em densas trevas espirituais. E nós, crentes, com o poder do Espírito Santo atuando em nossas vidas, podemos ser ins-trumentos de Deus para transfor-má-lo. A vida de vocês realmente é luz e absolutamente correta em um mundo torto, corrupto e escuro? Todos precisamos receber o po-der do alto para sermos corajosos e eficientes em nosso testemunhar para Cristo, sempre no poder do Espírito Santo.

Somos luz em especial para as pessoas ao nosso redor. Mas tam-bém somos a luz para o Brasil e para todos os povos do mundo, confor-me Jesus ensinou na Grande Comis-são em Mateus 28.19 e 20. Vocês, queridos irmãos, estão deixando sua luz brilhar ao máximo? O Brasil está a sua espera! Seja luz em todo tempo! Deus quer vocês totalmente envolvidos na obra tão importante, deixando a sua luz brilhar!

CONCLUSÃO:A luz resplandece não para chamar

a atenção para si mesma, mas para honrar e glorificar o nosso Deus e seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor e Sal-vador. A nossa luz sempre demonstra as boas obras que devem caracterizar cada filho ou filha de Deus. E nosso papel é deixar a luz sempre brilhar em nós, e levar as pessoas ao nosso redor à salvação e crescimento na graça. Isto para que estas pessoas possam se tornar luz também como nós. As-sim, sempre demonstraremos a nossa luz neste mundo que precisa tanto de crentes luz! Em um Brasil e em um mundo em trevas, sejamos luz!

(Veja também os seguintes tex-tos que falam sobre este tema: 1Pe-dro 2.9, Efésios 5.8, Filipenses 2.14-16, Isaías 60.1-3; Isaías 9.2).

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27Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

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QUE BRILHE A LUZ DE CRISTO EM MINHA VIDA

Êxodo 34.29-35

Introdução

Os momentos mais difíceis da nossa vida podem nos oferecer a grande oportunidade de experi-mentarmos a manifestação da glória de Deus.

Existe algo comum a todos os crentes: há uma intencionalidade de envolvimento permanente com a glória de Deus.

Segundo Paulo, o pecado é a causa de termos sido afastados da glória de Deus.

“Porque todos pecaram e desti-tuídos estão da glória de Deus.” – Romanos 3.23

Foi em meio a uma das maiores crises de toda a peregrinação que a glória de Deus se manifestou na vida de Moisés. Ele havia descido do Sinai, deparado-se com a idola-tria do povo, irado-se fortemente, quebrado as tábuas da Lei, brigado com Deus...

Dario Francisco Oliveira

27Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

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28 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

Deus o recebe de volta no Sinai e depois de um novo tempo de co-munhão, Moisés desce do Monte marcado pela glória.

A experiência de Moisés com a glória de Deus foi além da con-templação. Aquele foi um tempo de aprendizado.

QUANDO NOS CONFRONTAMOS COM A LUZ DE CRISTO...1) Carregamos intencionalmen-te os seus mandamentos.

“Quando Moisés desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as duas tábuas do testemunho...” – v.29 a

Durante aquele período no Sinai, Moisés precisou aprender as exigências do Deus santo para a nação santa. Ele desceu, tra-zendo nas mãos “as duas tábu-as do testemunho”. Não dá para desfrutar da glória sem um com-promisso prático com a Palavra revelada.

A confrontação da nossa vida com os mandamentos do Senhor nos dá a oportunidade de reconhe-cer onde precisamos acertar.

O propósito da Palavra de Deus não é ser um veículo de condena-ção, mas de restauração para o pe-cador caído e arrependido.

Se não temos a intenção de per-mitir que os mandamentos de Deus definam nossa maneira de viver, é possível que jamais experimente-mos a refulgente glória de Deus.

Os mandamentos devem estar nas mãos, mas a luz de Cristo deve resplandecer em nosso rosto.

É na intimidade diária com o Se-nhor que somos marcados por suas qualidades e nosso caráter passa a refletir suas características.

“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas ne-nhumas.” – 1João 1.5

QUANDO NOS CONFRONTAMOS COM A LUZ DE CRISTO...2) Não há necessidade de autoapresentação.

“... sim, quando desceu do mon-te, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por haver Deus falado com ele.” – v.29 b

Há uma inocência, uma sinceri-dade na falta de conhecimento de que seu rosto trazia a marca da gló-ria de Deus.

Tem muita gente que acha que tem sem ter, enquanto quem real-mente tem, nem sabe que tem, por-que não está preocupado em proje-ção pessoal.

O reconhecimento não deve ser fruto de nossa iniciativa. Os outros deverão reconhecer por si mesmos o nosso valor e a presença da glória de Deus em nossa vida.

A glória de Deus se manifestará de modo natural na vida daqueles que vivem permanentemente em sua presença.

QUANDO NOS CONFRONTAMOS COM A LUZ DE CRISTO...3) O tempo passa e a gente não vê.

“E Moisés esteve ali com o Se-nhor quarenta dias e quarenta noi-tes; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as pa-lavras do pacto, os dez mandamen-tos.” – v. 28

O prazer de estar na presença de Deus realizando a sua obra, conhe-cendo a sua Palavra, gozando da sua glória é mais importante que o tem-po e nossas necessidades pessoais.

Não consigo imaginar nenhum tipo de sofrimento, carência, ne-cessidade ou pressa por parte de Moisés. O tempo passou e ele não se deu conta disso. Foram quaren-ta dias e quarenta noites intensos, numa relação intensiva.

Por vezes, somos vagarosos em entrar e apressados demais em sair dos ambientes espirituais por igno-rarmos que não existe outro lugar

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29Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

contemplação e o encantamento se mistura com um trabalho que deve-ria ser desenvolvido.

Intimidade e trabalho são as duas faces de quem anda com Deus.

QUANDO NOS CONFRONTAMOS COM A LUZ DE CRISTO...4) Queremos dividir o que temos.

“Então Moisés os chamou, e Arão e todos os príncipes da con-gregação tornaram a ele; e Moisés lhes falou. Depois chegaram tam-bém todos os filhos de Israel, e ele lhes ordenou tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai. – v. 31-32

Moisés dividiu o seu conheci-mento com Arão e os líderes porque sabia que a Palavra recebida precisa-va alcançar também os outros.

Demonstramos a intensidade de nosso relacionamento com Deus quando aproveitamos cada opor-tunidade para compartilhar com os outros aquilo que o Senhor tem mi-nistrado ao nosso coração.

Não fomos chamados para guar-dar para nós mesmos aquilo que te-mos recebido da parte do Senhor. Na verdade devemos receber com alegria, desfrutar com intensidade e compartilhar com liberalidade para que as pessoas que convivem co-nosco tenham oportunidade de ex-perimentar por intermédio da nossa vida das grandezas do Senhor.

O apóstolo Pedro nos adverte: “Mas vós sois a geração eleita, o sa-cerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1Pedro 2.9).

CONCLUSÃOEntre as declarações intrigantes

feitas por Paulo, em 2Coríntios 3.7-18, ele afirma que a glória da pre-sença do Espírito Santo em nossa

experiência de vida cristã deve exce-der a experiência vivida por Moisés, quando desceu do Sinai.

Paulo chega a fazer uma denún-cia constrangedora de uma supos-ta tentativa de Moisés de esconder o fato de seu rosto lentamente ter perdido o brilho daquela experi-ência, quando diz: “E não somos como Moisés, que trazia um véu so-bre o rosto, para que os filhos de Is-rael não vissem o final da glória que se desvanecia” (2Coríntios 3.13). Isso deve significar que a experiên-cia de ontem não era garantia, na-quele momento da história, de que a intensidade da glória permaneceria para sempre.

Ele perdia o brilho do rosto mas não queria perder a admiração do povo por aquilo que teve e já não tinha mais.

É muito perigoso viver das ex-periências do passado e isso acon-tece quando não permitimos o re-novar da glória em nossa vivência diária com Jesus.

Paulo descreve a superioridade da obra do Espírito Santo em nos-sa vida e a manifestação da glória de Deus na igreja, afirmando que a ação do Espírito Santo é permanen-te, e n’Ele “...todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Es-pírito do Senhor” (2Coríntios 3.18).

A Lei trazia o conhecimento do pecado e, por conseguinte, a conde-nação. A ação de Espírito Santo traz justificação, paz e alegria.

A glória da presença do Espírito Santo deve ser refletida em nosso semblante, em nossas palavras, em nosso comportamento, em nossas escolhas, em nossos relacionamen-tos, em nossa vida por inteiro.

Dario Francisco Oliveira, Pastor da 1ª IB em Brasilândia

melhor e mais significativo que es-tar na presença do Senhor.

Durante o tempo em que Moi-ses esteve no Sinai, a devoção, a

Page 32: Pregação e Pregadores - Mês da JMN

30 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

recursos

SEJA LUZ, ou TRATE DE BRILHAR!

INTRODUÇÃO

Neste tempo em que desejamos impactar o Brasil com o evangelho, mobilizando e aprestando cem mil voluntários para um eficaz teste-munho, especialmente nas maiores cidades de nosso país, pareceu-me oportuno cuidar, nesta mensagem, do imperativo SEJA LUZ ou, con-forme a versão A Mensagem, TRA-TE DE BRILHAR!

Vamos ao texto, utilizando a NVI e a versão A MENSAGEM:

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade cons-truída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apro-priado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz

A divisa está em Mateus 5.16: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que esta nos céus”. (O texto completo é Mateus 5.14-16)

Pr. Irland Pereira de Azevedo

de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glo-rifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. Mt 5.14,16 NVI).

“Há outra maneira de dizer a mesma coisa: vocês estão aqui para ser luz, para trazer as cores de Deus ao mundo. Deus não é um segre-do a ser guardado. Vamos torná-lo público, tão público quanto uma cidade num plano elevado. Se faço de vocês portadores da luz, não pensem que é para escondê-los de-baixo de um balde virado. Quero posicioná-los onde todos possam vê-los. Agora que estão no alto do morro, onde todos conseguem en-xergá-los, tratem de brilhar! Man-tenham sua casa aberta. Que a ge-nerosidade seja a marca da vida de vocês. Mostrando-se acessíveis aos outros, vocês motivarão as pessoas

a se aproximar de Deus, o generoso Pai de vocês”. Mt 5.14-16 A MEN-SAGEM.

Esta bela porção do chamado Sermão do Monte tem algo muito importante para todos nós, discípu-los de Jesus, especialmente agora, comprometidos com uma grande campanha de evangelização e teste-munho.

A mensagem desta hora é o de-safio mesmo deste tempo, dirigido a você, e dirigido a mim. SEJA LUZ! TRATE DE BRILHAR!

1. SEJA LUZ, PORQUE JESUS MANDOU

Duas declarações de Jesus pa-recem conflitantes. A de João 8.12, onde Ele diz: “Eu sou a luz do mun-do”, e esta, de Mateus 5.14: “Vocês são a luz do mundo”.

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31Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

Entretanto elas não estão em conflito. Jesus é luz, tem luz pró-pria; nós somos luz, porque ilumi-nados por Ele. Estamos para Jesus assim como a Terra e a Lua estão para o Sol. Este tem luz própria, Terra e Lua são astros iluminados. Tanto mais perto do Sol, mais luz. Não é o caso da “Estrela d´Alva” que não é estrela, para o planeta Vê-nus, a resplandecer com a luz solar?

Pois bem. Jesus quer que luz d’Ele incida, plena, sobre nós, e bri-lhemos no mundo. É o que ele diz: “assim resplandeça a vossa luz”. Trate de brilhar.

Com isso concorda o Apósto-lo das Gentes, quando diz aos fili-penses, e reproduzo a versão NVI: “para que vos torneis irrepreensí-veis e sinceros, filhos de Deus ima-culados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo” (Fp 2.15).

Reparemos os adjetivos irrepre-ensíveis, sinceros, imaculados . As-sim que a luz com que brilhamos vai mostrar-nos diante do mundo, e ve-rão nossa conduta e boas ações. Isso constitui impacto para o mundo.

2. SEJA LUZ, OU TRATE DE BRILHAR, PORQUE O MUNDO PRECISA VER

Diz Jesus: “para que vejam vos-sas boas obras”. Muita gente, em nossa família, na escola, no tra-balho, em outros ambientes que frequentamos, está “cansada” de ouvir. De ouvir palavras que não se transformam em carne e osso, em vida, em atitudes, em ações, em obras íntegras e santas.

Tratando do propósito divino para nós, diz Paulo aos efésios que “somos feitura (poiema) sua, criados em Cristo para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.10). Sim. O mundo precisa ver nossa vida, à plena luz,

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32 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

como vivemos em família, como tra-balhamos, como lutamos com legiti-midade em nossos estudos e em nos-sa carreira. O mundo anda em trevas, tateando, sem modelos, sem padrões, sem estímulo a um viver conforme a vontade de Deus. Só gente brilhando permitirá que o mundo veja!

3. SEJA LUZ, OU TRATE DE BRILHAR, PORQUE ISSO PROMOVE A GLÓRIA DE DEUS

“...e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.

Interessante de observar que o mundo não glorifica a Deus quan-do ouve as palavras, mesmo as sãs, belas e benditas palavras do evange-lho, mas, sim, quando as vê pratica-das pelos discípulos de Jesus.

Vivendo a praticar obras de justi-ça, de verdade, de retidão, a glória de Deus será vista em nós. E as pessoas glorificarão o nome do SENHOR. E desejarão provar, experimentar o poder e a beleza transformadora do evangelho de Jesus Cristo.

Por que Paulo pregava com tan-to poder, e sua mensagem a tantos alcançava? Porque o evangelho era vivido por ele.

Quando afirma, na epístola aos romanos, “Porque não me envergo-nho do evangelho, porque é o po-der de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16), e alguém contesta: prove!, ele respon-de: olhem para mim!

4. SEJA LUZ OU TRATE DE BRILHAR, PORQUE ISSO PROVARÁ QUE VOCÊ ANDA NA LUZ

Não é um astro luminoso, mas iluminado, porque orbita em torno de Jesus!

Diz Jesus em João 8.12 – “Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida”.

Se você sempre estiver junto de Jesus, iluminado por sua glória, sempre andará na luz, sempre alu-miará seu ambiente, e provará de maneira convincente que Jesus é o caminho, é a verdade, é a luz, é po-deroso para salvar e transformar os que nele creem.

É assim com a Lua. Ela não pre-cisa provar nada. Sua luz provém, suave e bela, do Sol, que também ilumina a Terra.

5. SEJA LUZ OU TRATE DE BRILHAR, PORQUE AS PESSOAS AO SEU REDOR ESTÃO NA ESCURIDÃO E POR ISSO NÃO ENXERGAM A VIDA E O BEM

Quanta maldade e violência no mundo. Os valores da família vão sendo erodidos ou minados cada dia. A corrupção avança, como tsunami poderoso, sobre todas as instituições e poderes da terra. As drogas escravizam, e para sair delas não se enxergam caminhos. As pes-soas, os governantes, os políticos precisam ser iluminados pela luz de nossa vida e nosso testemunho; precisam ver o que pode fazer o evangelho. Precisam aprender a ver e a fazer o bem.

Brilhe! Abençoe este mundo! Faça que o mundo veja a beleza com Deus e de Deus em nós!

6. SEJA LUZ OU TRATE DE BRILHAR, PORQUE ONDE VOCÊ ESTIVER E AONDE FOR, EM CASA, NA ESCOLA, NO TRABALHO, NA RUA, EM LUGARES DE ALEGRIA OU TRISTEZA. CELEBRAÇÃO OU LUTO...

... a luz de Jesus Cristo em você vai alumiar, separar, distinguir, per-mitir que os outros enxerguem as pessoas e as coisas e façam distinção entre elas; a luz de Jesus em você vai confortar as pessoas na trevas de sua

experiência de sofrimento ou dúvida, e sua luz será portadora de alegria.

Que seu mundo e o mundo de seus relacionamentos, a partir da fa-mília, hoje ouça a mesma voz que o universo recém-criado ouviu da boca de Deus: “Haja luz!”. “E hou-ve luz”.

7. SEJA LUZ OU TRATE DE BRILHAR PORQUE SÓ ASSIM VOCÊ PARTICIPARÁ E TODOS NÓS PARTICIPAREMOS DO MARAVILHOSO PROJETO DIVINO DE TRAZER AS PESSOAS DAS TREVAS PARA SUA MARAVILHOSA LUZ.

Diz Pedro, e suas palavras são para nós preciosas hoje:

“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anun-ciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua mara-vilhosa luz” (1Pe 2.9 NVI).

CONCLUSÃO

Quando estivemos juntos em adoração, nos templos das igrejas ou noutros locais de culto, sejamos facho de intensa luz, aquecido pelo Sol da Justiça, que é Jesus. Espa-lhados nas cidades e nos campos, findos os cultos, sejamos pontos de luz a abençoar o Brasil!

Minha resolução: Serei luz, estan-do sempre perto de Jesus e ilumina-do por Ele. Não deixarei que o pe-cado produza um eclipse em minha alma, e deixe de brilhar. Confessarei os pecados conhecidos e os abando-narei, para que volte a brilhar!

Qual a sua resolução hoje? Por amor de Jesus: SEJA LUZ! TRATE DE BRILHAR!

Amém!

Pr. Irland Pereira de Azevedo, Pastor Emérito da 1ª IB São Paulo e pastor interino da IB Paulistana

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33Pregação & Pregadores | Outubro de 2012

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EM UM BRASIL EM TREVAS – SEJA LUZ

Introdução

O Sol é a fonte da luz que ilu-mina a Terra. Sem o sol, as plantas morrem. Toda vida terrestre depen-de do sol para manter temperaturas necessárias para que não congele tudo e todo processo vital pare. Luz e calor dependem dessa fonte de energia e iluminação a 150 mi-lhões de quilômetros da terra. Essa observação nos providencia uma excelente ilustração do Deus triúno, fonte de todo o bem essencial para a vida do cristão.

Nosso desejo neste artigo é mostrar biblicamente como João destaca o tema luz e trevas, para explicar e enfatizar verdades funda-mentais do evangelho.

Seria desnecessário apresentar uma lista de todas as marcas das trevas que assolam o país continen-tal chamado Brasil. Considere as criancinhas enterradas em terras in-dígenas e os morros infestados com traficantes que matam sem sentir a

Russel Shedd

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34 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

consciência reagir. E que dizer da corrupção nos altos escalões do go-verno? Não seria marca das trevas a promoção e sustento de liberdades carnavalescas pelas autoridades? Será que os prazeres da carne sem restrição moral não corrompem inocentes? Desde desigualdade gritante na sociedade até o aborto de incontáveis crianças nos ventres de suas mães gestantes, são todas incessantes manifestações das tre-vas que nos mergulham na fossa negra de males repugnantes.

A FONTE DAS TREVAS

João declara especificamente que o mundo inteiro jaz no Ma-ligno (1Jo 5.19). O Diabo cria a realidade característica deste mundo: as trevas que englobam todo o tipo de mal moral e espiri-tual. Ele encabeçou a hostilidade dos judeus que dirigiram o plano de crucificar o Senhor da glória. Jesus disse logo antes da cruci-ficação que “chegou a hora do julgamento deste mundo, e o seu príncipe será expulso agora” (Jo 12.31). A paixão/glorificação do Filho significa que o mundo que será julgado finalmente na volta de Cristo começou esse processo em sua primeira vinda (D.A. Car-

son, O Comentário de João, She-dd Publicações, 2007, pp. 442,3).

João escreveu no seu prólogo,

“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (1.5). A cruz marcou o auge de todo propósito diabólico de frustrar o pla-no eterno de Deus de confrontar as trevas neste mundo e resgatar os se-questrados filhos de Adão. O túmu-lo vazio marcou o cúmulo do plano de Deus. A verdadeira luz resplande-ce na pessoa e obra do Senhor.

A VITÓRIA DA LUZA vinda do Filho, enviado pelo

Pai eterno, tinha um objetivo prin-cipal: para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eter-na. “Ele se manifestou para tirar os pecados… Todo o que permanece nele não vive pecando; quem vive habitualmente no pecado é do Dia-bo, pois o Diabo peca desde o prin-cípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do Diabo” (1 Jo 3.6,8). Claramen-te, as trevas são vencidas quando cristãos vencem as tentações e de-monstram firmeza na oposição às obras de Satanás no mundo.

O argumento de João torna-se claro. A vinda de Jesus ao mun-

Pr. Russel Shedd, Teólogo, Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, Escócia

do, sua vida perfeita e sua morte voluntária tinham o propósito de perdoar todos os pecados dos que nele creem e que abandonam uma vida pecaminosa. Assim na santi-ficação dos seus seguidores, Jesus, o Filho de Deus, destrói “as obras do Diabo”. Agora fica claro o que João escreveu: “Deus é luz, e nele não há treva alguma. Se dissermos que temos comunhão com ele e an-darmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade; mas, se an-darmos na luz, assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.5-7).

“No passado éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Assim, andai como filhos da luz” (Ef 5.8). Andar na luz vem a cumprir o pro-pósito da vinda de Jesus, “a luz do mundo”; quem me seguir jamais andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). A luz deve sempre mostrar-se infinitamente mais atra-ente do que as trevas. Por isso, Jesus disse, “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifi-quem vosso Pai” (Mt 5.16).

CONCLUSÃO

Nossa missão no mundo não é nada menos do que refletir a glo-riosa perfeição de nosso Senhor. É verdade que somos pecadores, mas a presença do Espírito Santo na vida do seguidor de Jesus permite a vitória sobre as ciladas do Diabo. Paulo declarou esta verdade assim: “Mas todos nós, com o rosto desco-berto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transfor-mados de glória em glória na mes-ma imagem, que vem do Espírito do Senhor” (2Co 3.18).

(21) 2122-1901Cidades com DDD 21

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(21) 2122-1901Cidades com DDD 21

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36 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

ncontros Decisivos com Deus relata episódios marcantes da vida do Pastor Samuel Mitt em sua longa trajetória como missionário dos batistas brasileiros. Nas histórias aqui apresentadas o leitor pode

também perceber retratada a vida de uma pessoa que amou o Senhor Jesus Cristo com grande intensidade.

Com 9 anos de idade, Marlene teve seu encontro pessoal com Cristo. A partir de então, sua vida foi marcada por ações que evidenciaram essa realidade.

Todos quantos conheceram Marlene ficaram ca-tivados pelo seu sorriso. O seu rosto espelhava a gló-ria de Cristo existente no seu coração.

Pode-se afirmar que ela viveu para servir. Sua atuação foi nos mais diversos contextos. Sua dispo-sição em ajudar o próximo deixou profundas marcas em muitas pessoas.

Com toda a certeza, a leitura deste livro será um fator de inspiração para que muitos também ingres-sem no caminho do serviço ao próximo por amor a Jesus.

O Pr. Samuel Mitt é um exemplo de dedicação, cooperação e compromisso com a obra missionária, mas antes de tudo, de humildade e intimidade com Deus! Sua paixão por Cristo o motivou a ser um fiel e apaixonado esposo para Marlene, um amor que du-rou até depois do fim!

Foi esse amor incondicional à sua querida esposa que o motivou a dar-nos um presente em forma de um inspirador livro que prende a atenção do leitor do começo ao fim do livro, deixando mais do que um exemplo de vida, mas um legado que agora se perpetuará por várias gerações!

E

Encontros decisivos com Deus

estante

Que Deus continue motivan-do e inspirando homens de Deus como o Pr. Samuel a ser exemplo para as próximas gerações!

Pr. Daniel Eiras, Gerente Regional de Missões no Sul

ncontros Decisivos com Deus relata episódios marcantes da vida do Pastor Samuel Mitt em sua longa trajetória como missionário dos batistas brasileiros. Nas histórias aqui apresentadas o leitor pode

também perceber retratada a vida de uma pessoa que amou o Senhor Jesus Cristo com grande intensidade.

Com 9 anos de idade, Marlene teve seu encontro pessoal com Cristo. A partir de então, sua vida foi marcada por ações que evidenciaram essa realidade.

Todos quantos conheceram Marlene ficaram ca-tivados pelo seu sorriso. O seu rosto espelhava a gló-ria de Cristo existente no seu coração.

Pode-se afirmar que ela viveu para servir. Sua atuação foi nos mais diversos contextos. Sua dispo-sição em ajudar o próximo deixou profundas marcas

Com toda a certeza, a leitura deste livro será um fator de inspiração para que muitos também ingres-sem no caminho do serviço ao próximo por amor a

O Pr. Samuel Mitt é um exemplo de dedicação, cooperação e compromisso com a obra missionária, mas antes de tudo, de humildade e intimidade com Deus! Sua paixão por Cristo o motivou a ser um fiel e apaixonado esposo para Marlene, um amor que du-

Foi esse amor incondicional à sua querida esposa que o motivou a dar-nos um presente em forma de um inspirador livro que prende a atenção do leitor

Encontros decisivos com Deus

Que Deus continue motivan-do e inspirando homens de Deus como o Pr. Samuel a ser exemplo para as próximas gerações!

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screver sobre igreja multiplica-dora é algo desafiador, pois creio que a maioria dos que irão ler não acreditam que seja possível plantar igrejas que se reprodu-

zam com rapidez e maturidade.Quando eu comecei a ouvir sobre essa possibi-

lidade eu também pensei: isso é loucura! Não existe, não pode, esse modelo que serve para o Camboja, Ín-dia, China... não serve para nós, brasileiros, com a nossa visão meramente templista e religiosamente acomodada, em que o crente não vem ao culto para servir, mas para comsumir. A visão Igreja Multipli-cadora me desafiou a quebrar os meus paradigmas, o que não foi fácil, foi algo torturante, dolorido, mas compensador. Precisei aprender a acreditar mais nas possibilidades em meio às adversidades, procurando fazer não o mais fácil e sim o indispensável. Então quero compartilhar um pouco dessa visão dentro da minha experiência como plantador de igrejas.

I - Igreja multiplicadora nasce com o DNA defini-do. O plantador desde o início deve ter definido que essa igreja será diferente no que tange a algumas atividades normais que uma igreja tipicamente tradi-cional (batista) tem. O DNA define como será a vida dessa igreja até a volta de Cristo. Define as suas ações evangelizadoras, discipuladoras, o seu dia a dia, a sua rotina. Esse DNA está na vida do plantador.

II - Igreja multiplicadora nasce com uma VISÃO de futuro definida. A Bíblia está cheia de relatos maravilhosos de homens de Deus que entenderam a visão que o Senhor tinha para a vida deles, como

IGREJA MULTIPLICADORA - REALIDADE OU UTOPIA?

ref lexão

Manoel Soares Moreira

Ezam com rapidez e maturidade.

Quando eu comecei a ouvir sobre essa possibilidade eu também pensei: isso é loucura! Não existe, não pode, esse modelo que serve para o Camboja, Índia, China... não serve para nós, brasileiros, com a nossa visão meramente templista e religiosamente acomodada, em que o crente não vem ao culto para servir, mas para comsumir. A visão Igreja Multiplicadora me desafiou a quebrar os meus paradigmas, o que não foi fácil, foi algo torturante, dolorido, mas compensador. Precisei aprender a acreditar mais nas possibilidades em meio às adversidades, procurando fazer não o mais fácil e sim o indispensável. Então quero compartilhar um pouco dessa visão dentro da minha experiência como plantador de igrejas.

I - Igreja multiplicadora nasce com o DNA definido. O plantador desde o início deve ter definido que essa igreja será diferente no que tange a algumas atividades normais que uma igreja tipicamente tradicional (batista) tem. O DNA define como será a vida dessa igreja até a volta de Cristo. Define as suas ações evangelizadoras, discipuladoras, o seu dia a dia, a sua rotina. Esse DNA está na vida do plantador.

II - Igreja multiplicadora nasce com uma VISÃO

IGREJAIGREJAIMREALIDADEREALIDADERManoel Soares Moreira

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38 Outubro de 2012 | Pregação & Pregadores

Abrãao, José, Gideão, Daniel, Isaías , Paulo e o pró-prio Jesus. Deus vai colocar no coração do planta-dor qual o seu grupo-alvo e quantas igrejas precisam ser plantadas, seja na cidade, vilas ou mesmo bair-ros.Tenho vivido essa experiência de ver o sonho tornando-se realidade. Deus colocou no meu cora-ção o desejo de plantar 12 igrejas em 10 anos. Para muitos era uma utopia, mas começamos a sonhar; passei a ver como uma realidade possível: começa-mos com uma igreja focada na evangelização de crianças, jovens e adolescentes. Hoje é real, todos os municípios do Vale do Açu têm presença batista, em algumas comunidades rurais também, todas filhas, netas e bisnetas da nossa igreja, que tem apenas 10 anos. Entendendo a visão de Deus para nossa vida, já foram iniciadas mais de 25 novas igrejas, para glória de Deus, tendo a sua maioria líderes nativos.

III - Igreja multiplicadora precisa assimilar os VA-LORES indispensáveis à vida da igreja, tais como:

Discipulado - Cada discípulo é um discipulador, essa é uma parte do DNA. Esse valor é indispen-sável. A igreja jamais se tornará multiplicadora se seus discípulos não encarnarem essa visão. Não ha-verá multiplicação. Então nasce o que eu chamo de discipulado com responsabilidade: eu ensino e o meu discípulo pratica ensinando a outros. De cer-ta maneira a classe dos novos convertidos deixa de existir; passamos a ter uma cadeia de discipuladores. Sei que é mais fácil ter uma classe de novos con-vertidos (classe de catecúmenos). Passei por ela, mas

nessa classe é só informação, não há prática; é como engordar alguém para não fazer nada. Os crentes no-vos são os mais produtivos e não podemos perder isso por nada. Discipulado é discípulo ao lado. Fazer discípulos é colocar em prática o princípio da mul-tiplicação;

Igreja multiplicadora tem oração como estraté-gia - A igreja precisa nascer com uma visão de que oração é algo normal e indispensável na sua vida. Ações como: Caminhadas de oração, grupos de ora-ção, vigílias, períodos longos de oração, jornadas de oração, jejuns, enfim a igreja precisa ver oração de maneira normal na sua vida. A questão é que não aprendemos assim (paradigmas), aprendemos que um culto de oração por semana é suficiente. Aí na maioria das reuniões se fala muito e se ora pouco. Se uma igreja deseja alcançar o seu grupo-alvo, precisa orar diariamente por ele, conhecendo de perto as suas necessidades. Por intermédio da oração, o povo de Deus vai exercer o seu papel sacerdotal, se colocar na brecha, ser a ponte entre o povo e Deus. Eu te-nho aprendido, a cada dia, que oração é uma arma espiritual que faz o inferno tremer. Uma igreja que ora se torna amorosa e cheia da graça. Jesus orou com muita assiduidade; a igreja em Jerusalém e tam-bém Paulo. Vemos, no livro de Atos, esse princípio praticamente em todos os capítulos, e por isso todos os dias a igreja crescia e se multiplicava. Nós não podemos agir de maneira diferente, se quisermos desfrutar das mesmas bençãos;

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Treinamento de líderes - Essa é uma dificuldade que percebemos na vida das nossas igrejas: falta de líderes. Eu sempre digo o seguinte: quem deseja mul-tiplicar igrejas precisa aprender a correr riscos. Jesus correu riscos. Quando olhamos os discípulos de Jesus e a coragem que Ele teve de confiar a igreja àqueles homens, creio que nós não teríamos tal co-ragem. Pedro e os demais não mereciam tanta con-fiança, mas era o que Jesus tinha de melhor e deu certo. Na vida da igreja multiplicadora temos que iniciar o treinamento imediato, confiando aos novos discípulos tarefas que muitos crentes mais antigos ficariam com dificuldades de realizar. Na minha ex-periência aqui no Vale do Açu tem sido maravilhoso ver um grupo de adolescentes plantando uma igreja. Eles fazem evangelismo, estudos bíblicos nos lares, discipulado, EBD, evangelismo de crianças, e o líder da congregação tem apenas 18 anos. Que maravi-lha, Deus tem abençoado os nossos adolescentes. Então, queridos, não existe multiplicação de igrejas sem acontecer a multiplicação de líderes. Líderes são descobertos gerando oportunidades; eles não têm que fazer como nós fazemos, eles precisam enten-der e encarnar a visão. Igreja multiplicadora investe em treinamentos, precisa treinar em todas as áreas, constantemente.Treinamento de líderes é o trabalho número UM, como diz o pastor Cirino Refosco;

Compaixão - A maioria das igrejas não desenvolve esse sentimento de compaixão pelo seu grupo-alvo. Não conhece as suas necessidades. A Bíblia diz que

Jesus viu e sentiu compaixão, Ele via as multidões exaustas, aflitas, sem direção, como ovelhas que não têm pastor. Esse deve ser um sentimento que deve estar no coração da igreja. Jesus sentiu compaixão porque Ele viu de perto as carências das pessoas. Uma igreja multiplicadora está no meio do povo o tempo todo. Se você vier ao Rio Grande do Norte, na comunidade que se chama Mutamba da Caeira, po-derá perceber uma igreja que, mesmo sem recursos financeiros, onde a maioria das casas são de Taipas, onde a própia igreja não tem templo, exerce o seu papel abençoador. Compaixão reflete a nossa paixão pelo grupo -alvo. A igreja pode desenvolver algumas atividades, que podemos chamar de plataformas, que podem ser de acesso ou de apoio. As mais comuns são de acesso. A igreja começa a realizar atividades que facilitam o acesso ao grupo-alvo abrindo portas. Certa vez ouvi um testemunho de um inglês que atua aqui no estado, numa comunidade rural. Eles realizaram muitas plataformas de acesso e consegui-ram mudar a realidade social e moral da comunida-de, onde o índice de mortalidade infantil era quase 100%, mas algo que me chamou a atenção foi uma ação simples que eles tiveram: resolveram, como igre-ja, pintar as portas e janelas das residências daquela comunidade e com isso muitas portas foram abertas e muitas vidas conheceram Jesus. Podemos usar vá-rias plataformas para alcançar o grupo-alvo como: esportes, cursos diversos, alfabetização, etc. O lugar da igreja é no meio do povo;

Pesquisa - Esta parte é muito importante. Preci-samos descobrir onde estão os homens de paz e também as fortalezas espirituais. Uma das manei-ras simples de conhecer é com as caminhadas de oração. Cabe ao obreiro plantador descobrir a porta de entrada. Creio que cada cidade ou comunidade rural tem uma. Isso demanda tempo, oração e visão, descobrindo onde a igreja poderá atuar com rele-vância. Não basta plantar uma igreja, ela tem que ser relevante.

Tenho esses pilares como principais na planta-ção de igrejas. Creio que é impossivel ter igrejas multiplicadoras sem definir o que se vai fazer com antecedência. Sonhar, ter uma visão de futuro cons-ciente de que essa é a direção de Deus. Mesmo que outros não acreditem, mas você precisa acreditar. Deus nos abençoe.

Manoel Soares Moreira, Pastor, coordenador de Missões no Rio Grande do Norte

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