prefeitura municipal de sÃo josÉ fundaÇÃo …ƒo... · conseguiram a aprovação de uma lei que...

93
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTABÉIS JOICE FREIBERGER A PERCEPÇÃO DOS FORMANDOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2011/2 DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC SOBRE A LEI Nº 12.249/10 São José 2011/2

Upload: hoangnhi

Post on 09-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTABÉIS

JOICE FREIBERGER

A PERCEPÇÃO DOS FORMANDOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2011/2

DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC

SOBRE A LEI Nº 12.249/10

São José

2011/2

Page 2: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTABÉIS

JOICE FREIBERGER

A PERCEPÇÃO DOS FORMANDOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2011/2

DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC

SOBRE A LEI Nº 12.249/10

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado para

obtenção parcial do grau de bacharel em Ciências

Contábeis do Curso de Ciências Contábeis, do

Centro Universitário Municipal de São José – USJ.

Orientador: Profº Dr. Edson Tele Campos.

Coorientadora: Profª Msc. Juliane Vieira de Souza

São José

2011/2

Page 3: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

JOICE FREIBERGER

A PERCEPÇÃO DOS FORMANDOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2011/2

DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC

SOBRE A LEI Nº 12.249/10

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ

avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientador: _____________________________

Prof. Edson Tele Campos, Dr.

Membro 1: ______________________________

Prof. Ivan Ludgero Ivanqui, Dr.

Membro 2: ______________________________

Prof. Carlos Alberto Freitas, MSc.

São José, 05 de dezembro de 2011.

Page 4: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

Dedico meu

trabalho primeiramente a

Deus, a minha mãe, ao

meu marido e ao meu

filho Gabriel.

Page 5: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a várias pessoas que fizeram parte desta etapa da minha vida,

considero uma vitória, que sozinha jamais teria conseguido.

Em primeiro momento agradeço a Deus por ter me feito uma pessoa perseverante, por

ter me dado força para não desistir, por estar sempre comigo, pois sem ele não sou nada.

Obrigada Senhor por mais essa conquista na minha vida.

Ao meu filho Gabriel, razão de minha vida, que ainda dentro de mim, não foi preciso

trancar a faculdade quando estava na 5ª fase, conseguimos juntos dar continuidade e concluir

a faculdade no tempo adequado.

Ao meu marido Gean, por todo apoio e compreensão das minhas ausências, dos

momentos difíceis e críticos de nossas vidas e por ter possibilitado a conclusão dessa

graduação.

Em especial a minha mãe por me ensinar a encarar a vida com responsabilidade, pelo

investimento nos meus estudos, pelo amor recebido e por tantas vezes que me ajudou a olhar

meu menino enquanto eu estudava.

Ao meu orientador, professor Dr. Edson Tele Campos, que entre todas as suas

atribuições aceitou este desafio de me orientar e não se opôs da participação da coorientação

da professora Msc. Juliane Vieira de Souza.

A minha coorientadora, professora Msc. Juliane Vieira de Souza por toda ajuda e

apoio, por sempre me incentivar nas horas difíceis. Obrigada por todo carinho, atenção,

acolhimento, paciência, compreensão e amizade.

A todos os meus colegas de graduação, por toda a ajuda, pela troca de experiências e

pela amizade. Em especial ao meu grupo de estudo, Daniela, Diana e Hudson.

A todos os professores de graduação que tanto conhecimento me transmitiram,

contribuindo de forma significativa para minha carreira profissional. Em especial aos

professores Ivan Ludgero Ivanqui e Renata Silva que auxiliaram na parte metodológica desta

pesquisa.

Aos coordenadores dos cursos de Ciências Contábeis das Instituições de Ensino desta

pesquisa por ter possibilitado a aplicação da pesquisa aos seus formandos.

E, a todas as pessoas que de uma maneira ou outra contribuíram para este passo

importante em minha realização pessoal. Obrigada a todos!

Page 6: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

“Nenhuma grande vitória é possível sem que tenha sido

precedida de pequenas vitórias sobre nós mesmos”

L. M. Leonov

“O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente”

Mahatma Gandhi

Page 7: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

RESUMO

A crescente proliferação de cursos profissionalizantes e de cursos de graduação no Brasil

levou ao comprometimento da qualidade desse ensino e de alguns cursos, inclusive o de

ciências contábeis. Consequentemente esse futuro profissional não desempenhará funções

satisfatórias por estar despreparado para a atividade contábil, podendo vir a lesar clientes e a

sociedade em geral, comprometendo assim a reputação de toda a classe profissional. Com

isso, o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade

conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência,

atualizou o Decreto-Lei nº 9.295/46 que regula a profissão contábil e aumentou as

penalidades das infrações éticas. Neste sentido, o presente trabalho buscou evidenciar a

percepção dos formandos dos cursos de ciências contábeis 2011/2 das instituições de ensino

superior de São José/SC quanto à volta do exame de suficiência, do aumento das penalidades

éticas e se estas mudanças podem contribuir para a formação dos futuros profissionais

externando assim importância que tem a regulamentação profissional para toda a classe e

sociedade em geral. Para esta contenda teórica foram utilizadas as pesquisas bibliográficas e

de levantamento. Utilizou-se como coletas de dados às leituras bibliográficas de livros, artigos

científicos, publicações em jornais, revistas e sites da internet, além da aplicação de um

questionário. Os resultados obtidos com a pesquisa mostraram que a maioria dos formandos

aprovam as mudanças da lei sobre o exame de suficiência e sobre o aumento das penalidades,

gerando assim o enriquecimento da classe e do ensino contábil.

PALAVRAS-CHAVE: Contabilidade. Profissão. Educação. Ética. Exame de Suficiência.

Page 8: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Percentuais de aprovação por categoria .................................................................. 40

Gráfico 2: Distribuição dos formandos por gênero .................................................................. 57

Gráfico 3: Idade dos formandos ............................................................................................... 57

Gráfico 4: Percentual de remuneração dos formandos ............................................................. 59

Gráfico 5: Grau de importância do acompanhamento das mudanças da contabilidade ........... 60

Gráfico 6: Conhecimento dos formandos do Código de ética profissional do contador .......... 62

Gráfico 7: Percepção das vantagens do exame de suficiência contábil. ................................... 64

Gráfico 8: Percepção das desvantagens do exame de suficiência contábil. ............................. 65

Gráfico 9: Percepção do exame de suficiência em relação ao mercado de trabalho. ............... 67

Gráfico 10: Percepção do exame de suficiência em relação a qualificação profissional ......... 68

Gráfico 11: Percepção da qualidade dos profissionais sem o exame de 2004 a 2010 .............. 69

Gráfico 12: Percepção quanto à geração de benefícios ao mercado profissional com o exame

de suficiência ............................................................................................................................ 71

Gráfico 13: Visão geral da percepção quanto às mudanças comentadas ................................. 71

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Principais fatos da evolução do ensino de contabilidade ........................................ 26

Quadro 2: Alterações das penalidades segundo a Lei nº 12.249/10 ......................................... 37

Quadro 3: Alguns exemplos de infrações versus penalidades. ................................................. 46

Quadro 4: Relação das atividades realizadas pela Câmara de Fiscalização, Ética e Disciplina

do CRCSC. ............................................................................................................................... 46

Quadro 5: Número de notificações e autuações do sistema CFC/CRCs .................................. 47

Quadro 6: Lista das faculdades de São José/SC credenciadas pelo MEC ................................ 53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos formandos por gêneros .................................................................. 56

Tabela 2: Percentual de formandos que possui outras graduações ........................................... 58

Page 9: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

Tabela 3: Relação dos percentuais de formandos que já atua na área ...................................... 59

Tabela 4: Percentuais sobre a percepção da Lei nº 12.249/10.................................................. 61

Tabela 5: Opinião dos formandos quanto às penalidades aplicáveis por infração ................... 62

Tabela 6: Vantagens da Lei nº 12.249/10 na percepção dos formandos .................................. 63

Tabela 7: Percepção dos formandos quanto à reimplantação do exame de suficiência ........... 64

Tabela 8: Percepção sobre a grade curricular do curso para o exame de suficiência. .............. 66

Tabela 9: Percentuais que pretendem fazer um curso preparatório para o exame ................... 66

Tabela 10: Percepção do exame de suficiência em relação à avaliação profissional. .............. 68

Tabela 11: Percepção da qualidade dos profissionais sem o exame de 2004 a 2010. .............. 69

Tabela 12: Perspectiva dos formandos referente aos honorários contábeis após aprovação da

lei. ............................................................................................................................................. 70

Page 10: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BP Balanço Patrimonial

CEPC Código de Ética Profissional do Contador

CES Câmara de Educação Superior

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CFE Conselho Federal de Educação

CFOAB Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil

CNE Conselho Nacional de Educação

CRCRS Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul

CRCSC Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina

CRCSP Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DFC Demonstração do Fluxo de Caixa

DOU Diário Oficial da União

DRE Demonstração do Resultado de Exercício

ESESC Escola Superior de Educação Corporativa

FASC Faculdade de Santa Catarina

IES Instituição de Ensino Superior

IESGF Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis

INEP Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Educacionais

MEC Ministério da Educação e Cultura

MP Medida Provisória

NBC'S Normas Brasileiras de Contabilidade

NF-e Nota Fiscal Eletrônica

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

PSDB Partido da Social Democracia Brasileira

RBC Revista Brasileira de Contabilidade

SC Santa Catarina

SJ São José

UNC Universidade do Contestado

UNIBAN Universidade Bandeirante de São Paulo

UNIFASC Universidade Salvador

UNIP Universidade Paulista

USJ Centro Universitário Municipal de São José

Page 11: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

1.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 12

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 13

1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

1.3.1 Geral ............................................................................................................................... 14

1.3.2 Específicos ...................................................................................................................... 14

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................................... 14

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 15

2 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO ........................................... 16

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 18

3.1 O SURGIMENTO DA CONTABILIDADE ...................................................................... 18

3.1.1 Breve histórico da contabilidade mundo e no Brasil .................................................. 18

3.2 DEFINIÇÕES DE CONTABILIDADE ............................................................................. 21

3.3 OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE ............................................... 22

3.4 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE .............................................................................. 23

3.5 HISTÓRIA DO ENSINO CONTÁBIL NO BRASIL ........................................................ 25

3.6 OS PROFISSIONAIS DE CONTABILIDADE ................................................................. 27

3.6.1 Atuação do profissional contábil .................................................................................. 27

3.7 A ÉTICA NA CONTABILIDADE .................................................................................... 29

3.7.1 O código de ética do profissional de contabilidade ..................................................... 30

3.7.2 A ética profissional do contabilista .............................................................................. 32

3.7.3 A ética e a responsabilidade civil profissional............................................................. 34

3.8 LEI Nº 12.249/10 ................................................................................................................ 36

3.8.1 Exame de suficiência ..................................................................................................... 38

3.8.1.1 Atualidades da prática do exame de suficiência ........................................................... 42

3.8.2 Penalidades ..................................................................................................................... 43

3.9 AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DA LEI Nº 12.249/10 ...... 47

Page 12: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 50

4.1 NÍVEIS DE PESQUISA ..................................................................................................... 50

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................................. 51

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 52

4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................................. 53

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................................. 54

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................ 55

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FORMANDOS ..................................................................... 55

5.1.1 Gênero e idade ............................................................................................................... 55

5.1.2 Cursos de graduação ..................................................................................................... 58

5.1.3 Trabalho e remuneração ............................................................................................... 58

5.1.4 Acompanhamento dos formandos quanto as mudanças na contabilidade .............. 60

5.1.5 Percepção dos formandos sobre a Lei nº 12.249/10 .................................................... 61

5.1.6 Percepção quanto ao exame de suficiência .................................................................. 63

6 COTEJAMENTO DA TEORIA COM OS RESULTADOS ENCONTRADOS ........... 73

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 76

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 79

APÊNDICE A – Questionário ............................................................................................... 88

ANEXOS A – Tabelas do Censo Superior 2010 .................................................................. 92

Page 13: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

12

1 INTRODUÇÃO

A Lei nº 12.249/2010 é a nova lei de regência da contabilidade, aprovada

recentemente trazendo alterações ao Decreto-Lei 9.295/46 que regulamenta a profissão

contábil no país. Esta lei abrange vários assuntos, além da contábil. Todavia, nos art. 76 e 77

apresentam-se as alterações que se refere ao exercício da profissão contábil. Dentro das

principais alterações, destaca-se o exame de suficiência contábil e a possiblidade de cassação

do registro profissional.

Segundo a Lei nº 12.249/10 o exame de suficiência é uma avaliação obrigatória e

serve para testar os conhecimentos mínimos adquiridos durante a graduação. A lei também

enfatiza a prática da ética profissional, aumentando a fiscalização dos profissionais atuantes.

Neste sentido, o tema desta pesquisa delimita-se no estudo da referida lei no que tange

as novas mudanças da regulamentação da profissão contábil na percepção dos formandos dos

cursos de ciências contábeis 2011/2 das IES da região de São José/SC.

Sendo assim, neste capítulo introdutório são apresentados o problema, a justificativa,

os objetivos, a delimitação da pesquisa e a organização deste trabalho.

1.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA

A contabilidade e o ensino contábil são áreas que ocorrem muitas mudanças

principalmente decorrentes de órgãos reguladores, globalização, tecnologia de informações,

entre outros fatores. Segundo Ramos (2009), o profissional contábil é aquele responsável pela

movimentação financeira de uma entidade, dando orientação, suporte mercantil, fiscal e

tributário à empresa para a qual presta serviços. Porém, atualmente com a complexidade das

organizações e suas transações o mercado necessita de profissionais cada vez mais

capacitados para satisfazer as novas demandas. Diante deste cenário, tais demandas fazem

alavancar a oferta de cursos profissionalizantes e de cursos de graduação no país. Conforme,

dados dispostos no anexo A e divulgados pelo Ministério da Educação através do censo da

Educação Superior, o curso de Ciências Contábeis se encontra dentro dos dez maiores cursos

em nível de matrícula, aumentando de 34% do ano de 2005 para o ano de 2009. Isso em

consequência do aumento do número de cursos autorizados pelo MEC, que aumentou do ano

de 2005 para 2009, em 36,36%. (RESUMO TÉCNICO, 2010).

Page 14: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

13

Diante desta proliferação dos cursos de ciências contábeis e de técnico em

contabilidade, pode-se dizer que ficou mais fácil fazer uma graduação e se especializar.

Porém, a qualidade se compromete, conforme relata Juarez Carneiro em entrevista para a

Revista Brasileira de Contabilidade (nº 184, 2010), que os cursos foram criados sem levar em

conta a mínima qualificação técnica exigida pelo mercado e, consequentemente esse futuro

profissional não desempenhará funções satisfatórias o que pode acarretar em erros, inclusive

comprometendo a reputação de uma classe profissional.

Sendo assim, o mercado atual exige que o profissional esteja bem qualificado para

lidar com todas as mudanças que acontecem no cenário econômico, social e fiscal. Neste

sentido, o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade

(CRCs) que tem o papel de fiscalizar o exercício da profissão contábil, garantindo o

cumprimento dos Princípios de Contabilidade, da Ética Profissional e de um padrão de

suficiência aceitável dos contabilistas, conseguiram a aprovação da Lei nº 12.249/10 que

alterou o Decreto-Lei nº 9.295/46. Uma das alterações ao Decreto-Lei é o Exame de

Suficiência Contábil, sendo este requisito básico e obrigatório para a obtenção do registro

profissional contábil no CRC para os alunos que colaram grau a partir do segundo semestre de

2010. (RESOLUÇÃO CFC N.º 853/99).

Neste sentido, diante do que foi exposto, faz-se o seguinte questionamento: Qual a

percepção dos formandos do curso de ciências contábeis 2011/2 das instituições de ensino

superior do município de São José/SC sobre as mudanças trazidas com a Lei nº 12.249/10?

1.2 JUSTIFICATIVA

Os profissionais contábeis são fundamentais na organização de qualquer empresa, e

seu mercado de trabalho passam e passarão por muitas mudanças principalmente no que tange

a legislação. Atualmente, as alterações que se pode destacar é a Lei nº 11.638/07, a MP

449/09 referente à adoção das novas normas internacionais, a do Sped Contábil e Fiscal, e

mais recente ainda é a Lei nº 12.249/10, que alterou algumas normas que regem a profissão

contábil em todo território nacional. Com a volta do exame de suficiência contábil, os

estudantes de ciências contábeis que colaram grau a partir de 2010 não mais saíram do curso

apto a se inscrever para requerer o registro profissional. A partir desta lei estão obrigados a

submeter a fazer a prova de suficiência, condição esta imposta para requerer o registro e para

tornar-se habilitado para assinar documentos.

Page 15: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

14

Portanto, diante destas mudanças que afeta o exercício profissional e principalmente

os novos acadêmicos de contabilidade, é de suma importância identificar como estas

mudanças estão sendo percebidas pelos formandos do curso de ciências contábeis de São

José/SC. Dessa forma, a presente pesquisa se justifica para o acadêmico como uma maneira

de conscientizar e produzir novos conhecimentos acerca da profissão contábil, aperfeiçoando

o aprendizado. Para as Universidades e principalmente o Centro Universitário Municipal de

São José - USJ, esta pesquisa além de contribuir com o acervo da biblioteca, proporcionará

uma análise do ensino oferecido aos estudantes para realização do exame de suficiência. E,

para o meio profissional como para a sociedade a pesquisa serve como fonte de informações

sobre as mudanças do que vem ocorrendo no exercício da profissão do contador, além de

proporcionar uma visão geral de como está o ensino contábil na região de São José/SC e

como está sendo percebido, após evidenciação nesta pesquisa, o recebimento da prova de

suficiência pelos estudantes.

1.3 OBJETIVOS

Com intuito de responder a pergunta de pesquisa, faz-se necessário estabelecer os

objetivos geral e específicos, os quais são apresentados na sequência.

1.3.1 Geral

Evidenciar a percepção dos formandos dos cursos de ciências contábeis do município

de São José/SC sobre as mudanças advindas da Lei nº 12.249/10.

1.3.2 Específicos

a) Descrever um breve histórico da contabilidade, da profissão e do ensino contábil.

b) Apresentar as legislações pertinentes da profissão contábil.

c) Identificar a aceitabilidade das mudanças advindas da Lei nº 12.249/10 através das opiniões

dos formandos do curso de ciências contábeis das IES de São José/SC.

d) Verificar as vantagens e as desvantagens da aplicação da Lei sob a ótica dos pesquisados.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A abrangência da Lei nº 12.249/10 é de nível nacional, contudo, para a realização

dessa pesquisa foram selecionadas três instituições do município de São José/SC que tinham

Page 16: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

15

autorização pelo MEC e que possuía dentre os cursos ofertados, o curso de ciências contábeis

com modalidade presencial.

A pesquisa de campo foi realizada com os alunos da última fase do curso de ciências

contábeis das seguintes instituições: Centro Universitário Municipal de São José – USJ,

Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis - IESGF e com a Universidade

Bandeirante de São Paulo - UNIBAN.

Ressalta-se que as conclusões obtidas com esta pesquisa referem-se somente para os

formandos do curso, não generalizando para as demais fases.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Para atender os objetivos propostos da pesquisa, este trabalho está estruturado, além da

introdução, de mais cinco capítulos.

No capítulo 2 apresenta-se resumidamente as características do município de São

José/SC em que estão inseridas as IES pesquisadas, assim como as características de cada

instituição.

No capítulo 3 apresenta-se a revisão da literatura. São abordados aspectos históricos

sobre a contabilidade num contexto geral, as principais definições, os objetivos, as

finalidades, os princípios contábeis, a importância da profissão, o ensino contábil no Brasil, a

ética na contabilidade e sobre a Lei nº 12.249/10, dando ênfase no exame de suficiência e no

aumento das penalidades ao cometer atos ilícitos.

No capítulo 4 apresenta-se a metodologia utilizada na pesquisa. Iniciando-se pelo

enquadramento metodológico, delineamento da pesquisa, aplicação da pesquisa,

procedimentos de coleta dos dados, forma e análise dos dados e as limitações da pesquisa.

No capítulo 5, capítulo central do trabalho é apresentado as tabelas e gráficos que

atendem aos objetivos específicos e também são feitas análises dos dados obtidos através do

questionário.

No capítulo 6 apresenta-se a comparação dos resultados obtidos com a prática da

pesquisa com a teoria pesquisada na fundamentação teórica.

Por fim, o capítulo 7 trata das conclusões da pesquisa e das recomendações para

futuros trabalhos sobre o assunto pesquisado. Na sequência são apresentadas as referências

que serviram de base para a elaboração desta pesquisa. E, por fim, apresenta-se o Apêndice -

A e o Anexo – A que complementaram este estudo.

Page 17: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

16

2 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

Esta pesquisa é realizada no município de São José na Grande Florianópolis.

Historicamente, o município de São José1 é o quarto mais antigo do estado de Santa Catarina,

colonizado em 26 de outubro de 1750. Possui aproximadamente 201.746 habitantes. A base

de sustentação da economia josefense está fundamentada no comércio, indústria e atividade

de prestação de serviços, mantendo ainda a pesca artesanal, maricultura, produção de

cerâmica utilitária e agropecuária como atividades geradoras de renda. Possui mais de 1.200

indústrias, cerca de 6.300 estabelecimentos comerciais, 4.800 empresas prestadoras de

serviços e 5.300 autônomos. O município de São José apresenta ainda um enorme potencial

turístico, histórico, cultural e arquitetônico.

E, é neste ambiente que estão inseridas as três Instituições de Ensino Superior (IESGF,

UNIBAN e USJ) que fazem parte deste trabalho. Estas IES, com exceção da USJ, são

particulares e com modalidades presenciais, apresentando as seguintes características

históricas:

a) A Associação de Ensino Superior da Grande Florianópolis – AESGF2 é uma

entidade mantenedora sem fins lucrativos. A AESGF foi quem elaborou o projeto de

credenciamento para regularizar o funcionamento do Instituto de Ensino Superior da Grande

Florianópolis – IESGF, por meio de assembleia geral extraordinária, realizada em 23 de junho

de 1994. Em 2000 aconteceu o credenciamento da instituição, concomitantemente com

abertura do curso de Administração com habilitação em Administração de Empresas.

Atualmente, a IESGF possui quatro unidades, com cursos superiores normais, de tecnólogos e

pós-graduação. A missão institucional da IESGF é participar do processo de educação e

desenvolvimento pessoal e profissional, contribuindo para a competitividade e melhoria da

qualidade de vida em sociedade.

b) A segunda instituição é a USJ3 que possui como mantedoura a Fundação Municipal

Educacional, fundada 2004. O Centro Universitário Municipal de São José – USJ foi criado

1 Disponível em: http://www.pmsj.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26&Itemid=47.

Acesso em: 15 out. 2011. 2 Disponível em: http://www.ies.edu.br/instituto/historico.asp. Acesso em: 15 out. 2011.

3 Disponível em:

http://www.usj.edu.br/templates/169/conteudo_visualizar_dinamico.jsp?idConteudo=5680&idUser=2326111&ti

tuloConteudo=Institucional&idEmpresa=194. Acesso em: 15 out. 2011

Page 18: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

17

pela Lei Municipal nº 4.279 de 26 de abril de 2005, credenciado pelo Conselho Estadual de

Educação através da Resolução nº 035 e o Parecer nº 116. O USJ oferece cursos de graduação

na área de ciências humanas, ciências sociais e ciências exatas. Dentre os objetivos do USJ

estão principalmente contribuir com a formação acadêmica dos jovens do município, bem

como, colaborar com a comunidade através de estudos e pesquisas, que visem à melhoria de

vida. Sua finalidade maior é promover a formação e aperfeiçoamento de profissionais éticos e

competentes, da produção de conhecimento e da prestação de serviços relevantes à sociedade.

O quadro de funcionários da fundação é composto de 30 funcionários técnicos

administrativos, 51 professores efetivos e 16 substitutos.

c) A terceira faculdade desta pesquisa, a UNIBAN4 foi criada na década de 90. Mas

precisamente em janeiro de 1993 quando o Conselho Federal da Educação o reconhece, e o

Ministério da Educação e Deporto o homologa em 1994. Em 1995 surge a primeira unidade

da Uniban em São Paulo. A partir de 1997 começa a expansão da Uniban para outras cidades.

Em 2008 surge a criação do sistema educacional Uniban que é uma junção de dez unidades da

Uniban de São Paulo com instituições coligadas em São José/SC e em Cascavel/PR. Em

2010, a Uniban com parceria com a universidade Lusófona de Portugal passou a atuar na

Europa e na África. A missão da Uniban é promover a formação integral do indivíduo por

meio da capacitação profissional, da produção e aplicação do conhecimento, da promoção da

cultura, do respeito aos valores ético-morais, através de um processo educativo continuo de

qualidade, voltado para o desenvolvimento da sociedade. A visão é ser uma instituição de

referência na educação superior no que diz respeito à qualidade de ensino e do corpo docente,

a pesquisa e ao compromisso social. E os valores da Uniban são: ética, responsabilidade

social, gestão, qualidade e ser humano.

4 Disponível em: http://www.uniban.br/institucional/historia.asp.Acesso em: 15 out. 2011.

Page 19: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

18

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para contextualizar a regulamentação da profissão contábil e do ensino contábil desde

as suas origens até os dias atuais, este capítulo apresenta um breve histórico do surgimento da

contabilidade na humanidade, bem como sua trajetória de expansão no Brasil, da história do

ensino contábil e dos aspectos relacionadas à profissão do contador, como os campos de

atuação, os princípios a serem respeitados e finalizando com a descrição da Lei nº 12.249/10 e

suas alterações no regulamento da profissão contábil, dando enfoque na questão do exame de

suficiência e na importância da ética no exercício da profissão.

3.1 O SURGIMENTO DA CONTABILIDADE

A contabilidade é umas das mais antigas ciências estudadas pelo homem e é uma área

de enorme abrangência sendo utilizada em vários segmentos. Segundo Américo Parada

(2004) “[...] todo trabalhador ou aposentado, ao fazer as suas contas para saber se o provento

que vai receber será suficiente para pagar as suas contas, está fazendo a contabilidade”. A

contabilidade é uma ciência que tem como base o patrimônio e como objetivo o controle, dá

suporte para as empresas, organiza e controla as variações que ocorrem, facilita a tomada de

decisão dos gestores, entre outras atividades desenvolvidas pelo profissional contábil. Todas

as atividades são fundamentadas dentro dos princípios, normas e leis.

Contudo, para atender os objetivos desta pesquisa, neste capítulo, apresenta-se uma

breve evolução da história da contabilidade até a atualidade.

3.1.1 Breve histórico da contabilidade mundo e no Brasil

De acordo com Miranda (2002), a Contabilidade é um dos conhecimentos mais

antigos e não surgiu em função de qualquer tipo de legislação fiscal ou societária, nem

embasada em princípios filosóficos, ou em regras estipuladas por terceiros, mas pela

necessidade prática do próprio gestor do patrimônio, normalmente seu proprietário,

preocupado em elaborar um instrumento que lhe permitisse, entre outros benefícios, conhecer,

controlar, medir resultados, obter informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e

analisar a evolução de seu patrimônio. Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração

que atendessem a tais necessidades. Muitas tentativas foram sendo elaboradas, ao longo dos

Page 20: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

19

séculos, até que o método das partidas dobradas (que consiste no princípio de que para todo

débito em uma conta, existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do

débito será igual à soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será igual à

soma dos saldos credores) mostrou-se o mais adequado, produzindo informações úteis e

capazes de atender a todas as necessidades dos usuários para gerir o patrimônio.

A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria origem da civilização, há

sinais de que as primeiras manifestações contábeis datam de cerca de 2.000 a.c, com os

sumérios-babilonenses. (CREPALDI, 2003). Segundo Lopes de Sá (2007, p.15), “[...] a

contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela [...]”.

Sua origem está ligada a necessidade de se registrar quantitativamente fatos negociais que

ocorriam entre o homem primitivo, com o intuito de proteger e controlar seu patrimônio.

O impulso para o seu desenvolvimento aconteceu devido à necessidade de registros do

comércio, pois num mercado baseado na troca de mercadorias, a contabilidade servia para

definir quanto alguém possuia de uma determinada mercadoria e qual o valor de troca dessa

mercadoria em relação à outra. Assim, com o passar dos anos o homem se enriquecia, e isso

demandava o estabelecimento de técnicas para controlar e reservar seus bens. (CREPALDI,

2003).

Para Antônio Lopes de Sá e A. M. Lopes de Sá (2009), a história da contabilidade se

divide em quatro períodos:

a) Contabilidade do mundo antigo ou pré-história é o período que se inicia com a

civilização do homem (8.000 a.c até 1202 d.c), quando apareceu o Líber Abaci, da autoria de

Leonardo Pisano. Nesta época, o controle era realizado de forma rudimentar, mas servia para

a identificação dos rebanhos, que eram feitos através de pedras colocadas em recipientes para

separar os nascimentos dos animais, separar pagamentos de dívidas, entre outros motivos.

Existiam também as fichas de barro, onde eram feitos os registros do inventário, a contagem

dos bens, o controle de entradas e saídas dos animais, de produtos agrícolas, etc., separados

conforme sua natureza. (SÁ, 2002).

b) Contabilidade do mundo medieval é o período que vai de 1202 da Era Cristã até

1494, quando apareceu a contabilidade por Partidas Dobradas de Frei Luca Paciolo,

enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números

positivos e negativos.

c) Contabilidade do mundo moderno é o período que vai de 1494 até 1840, com o

aparecimento da obra, La Contabilità Applicatta Alle Administrazioni Private e Pubbliche de

Francesco Villa. Neste período, com os diversos acontecimentos da época, a contabilidade se

Page 21: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

20

tornou extremamente importante, pois houve muita movimentação de riquezas e de pessoas de

um determinado lugar para outro. Com a obra Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni

et Porporcionalitá, o Frei Luca Pacioli, considerado o pai da contabilidade e não somente das

partidas dobradas, deixou um registro sobre a contabilidade e sua escrituração, mostrando, o

que era necessário para o comerciante, sistematizando a contabilidade, marcando assim o

início da fase moderna de sua história.

d) Contabilidade do mundo científico é o período que se inicia em 1840, quando esta

deixa de ser mera “arte” para tornar-se “ciência”. A partir daí, segundo Miranda (2002) surgiu

várias doutrinas contábeis, introduzidas por diferentes escolas, como a Contista que define a

Contabilidade como a ciência das contas; a Controlista que limita a Contabilidade em função

do controle das entidades; a Personalista onde enfatiza a relação jurídica entre as pessoas

como objetivo da Contabilidade; a Aziendalista definindo a Contabilidade como a ciência da

administração da entidade; a Patrimonialista que define a Contabilidade como a ciência que

estuda o patrimônio e a Neopatrimonialista que consiste em uma nova corrente científica que

aplicou-se na direção de classificar e reconhecer especialmente as relações lógicas que

determinam a essência do fenômeno patrimonial, as das dimensões ocorridas e, com ênfase

“no porque ocorrem os fatos”, ou seja, qual a verdadeira influência dos fatores que produzem

a transformação da riqueza.

Percebe-se que a contabilidade percorreu vários anos e vários períodos até chegar ao

Brasil, segundo Marion (1996) a formação profissional do contador no Brasil teve sua origem

na proposta do Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado, em 1754, que propôs a

criação de uma Aula de Comércio, supervisionada pela junta de Lisboa e sua instituição

aprovada em 12 de dezembro de 1956, na capital portuguesa. Desde então, até 1940 a

evolução da contabilidade no Brasil consistia num mercado de economia agrária, onde a

profissão contábil ainda era muito desorganizada com o predomínio do “guarda-livros”. Após

o Decreto-Lei nº 2.627 de 1940 através da influência da escola italiana, começaram a surgir às

sociedades formadas por familiares contendo a visão escritural de registro, controle e

atendimento ao fisco. Por volta de 1770, de acordo com Lima (2010), surgia a primeira

regulamentação da profissão contábil em terras brasileiras, quando Dom José, rei de Portugal,

expede a carta de lei, que estabelecia a obrigatoriedade de registro da matrícula de todos os

guarda-livros na junta comercial, a todos os domínios lusitanos. O reconhecimento como

sendo a primeira profissão liberal regulamentada aconteceu oficialmente por meio do decreto

imperial nº 4475 de 1870 juntamente com a Associação dos Guarda-Livros da Corte.

Page 22: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

21

Segundo Franco e Marra (2009), a primeira regulamentação da profissão no Brasil foi

através do Decreto nº 20.158 de 30 de junho de 1931, na época já existiam escolas de

contabilidade chamadas de escolas de comércio, onde formavam os profissionais guarda-

livros em dois anos e os contadores, em três anos. Contudo, somente em 1945, a Lei nº 7.988

criou a faculdade de Ciências Contábeis e manteve o ensino médio para a formação de técnico

de contabilidade. Depois disso, em 1946, através do Decreto-lei nº 9.295 cria-se o órgão

oficial de fiscalização da profissão de contabilidade (Conselho Federal de Contabilidade e os

Conselhos Regionais) e define as atribuições do contador e do técnico de contabilidade.

3.2 DEFINIÇÕES DE CONTABILIDADE

Atualmente, a Ciência Contábil reúne uma ampla gama de conhecimentos técnicos e

científicos, incorporando doutrinas, princípios e uma série de conceitos, repartindo-se em

áreas específicas, tais como: Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial, Auditoria,

Perícia e Controladoria.

Segundo Antônio Lopes de Sá e A. M. Lopes de Sá (2009) a definição de

contabilidade pode ser dividida em duas áreas: a teórica (geral) e a prática (aplicada). Na

contabilidade teórica, estuda-se a teoria, abordando os seus princípios e suas possíveis

aplicações. Ou seja, a contabilidade como teoria estabelece princípios e regras de conduta a

serem seguidas pelos profissionais da área contábil, com o objetivo de aprimorar e padronizar

os procedimentos por eles adotados. Por isso que em sua abordagem teórica, a contabilidade é

considerada uma ciência, pois, “ciência é o conjunto organizado e aprofundado de

conhecimentos sobre um determinado assunto”. (MICHAELIS, 2008, p.187). Já, a

contabilidade prática envolve o uso de técnicas ou procedimentos por meio dos quais é posto

em prática o que foi visto na contabilidade teórica. Envolve o registro de operações de uma

entidade em livros mantidos com essa finalidade. Tem a função de controlar o patrimônio de

uma determinada pessoa ou organização, com o objetivo de fornecer informações sobre ele ao

público interessado.

Atualmente, existem muitos definições ou conceitos sobre contabilidade dos mais

renomados autores como, por exemplo:

a) Segundo Franco (2006, p. 21) a Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos

ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração

expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e

Page 23: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

22

orientações necessárias à tomada de decisões sobre a composição do patrimônio, suas

variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

b) Para Lopes de Sá (2002, p.46) a contabilidade é uma ciência que estuda os

fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidencias e comportamentos dos

mesmos, em relação à eficácia das células sociais.

c) Ainda, conforme a deliberação CVM nº 29, de 05 de fevereiro de 1986 diz que a

Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinadas a prover

seus usuários de demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, físicas e de

produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.

d) E, para Ribeiro (2003, p. 19) a contabilidade é uma ciência que possibilita, por meio

de suas técnicas, o controle permanente do patrimônio das empresas.

Enfim, pode-se verificar que existem inúmeros conceitos, de vários autores e

entidades, sobre o que seja a contabilidade. Entretanto, todos esses conceitos convergem

nitidamente em seus enunciados para o controle do patrimônio da entidade através das

informações prestadas pela contabilidade. Segundo Crepaldi (2003) essa entidade pode ser

qualquer pessoa física ou jurídica que possua um patrimônio. A pessoa física é o ser humano,

que tem sua personalidade desde o nascimento conforme disposto no art. 4º do Código Civil.

Já, a pessoa jurídica é um indivíduo de existência abstrata, que nasce na reunião de duas ou

mais pessoas físicas ou jurídicas, que se associam para um determinado fim, servindo para

designar a existência legal de uma sociedade.

3.3 OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE

O objetivo da contabilidade é assegurar o controle do patrimônio das entidades,

fornecendo em intervalos regulares de tempo, um conjunto básico e padronizado de

informações úteis sobre a composição e as variações patrimoniais, para um grande e variado

número de usuários, cujas necessidades são diferentes. (IUDÍCIBIUS, 2009).

A contabilidade tem a finalidade de gerar informações para o controle, que visa

informar a alta administração, se a empresa esta agindo de acordo com as políticas e planos

traçados, por exemplo, situação de liquidez, índices de endividamento, orçado e realizado, etc.

(IUDÍCIBIUS, 2009). Outra finalidade da contabilidade diz respeito ao planejamento que

visa auxiliar a administração a tomar as decisões, através do “conjunto de linhas de ação e a

maneira de como executá-las para alcançar os objetivos”. (CREPALDI, 2003, p.19). Portanto,

a finalidade da contabilidade é mostrar a situação da empresa para as pessoas interessadas

Page 24: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

23

nestas informações, ou seja, registrar e interpretar os fenômenos que afetam a situação

patrimonial da empresa.

Para Franco (2006, p.22):

A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel

que a História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o

passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível

fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa.

A contabilidade desempenha um papel muito importante para a vida das pessoas e por

isso que as informações geradas por ela devem ser amplas e fidedignas, suficientes para que

as avaliações da situação patrimonial e das transações sofridas pelo patrimônio da entidade

permitam a realização de inferências sobre o seu futuro. Essas informações são demonstradas

através do BP (Balanço Patrimonial), da DRE (Demonstrações do Resultado do Exercício), da

DFC (Demonstrações do Fluxo de Caixa), entre outras demonstrações, facilitando assim, o

acesso de todos os usuários (físicas ou jurídicas, internas ou externas) à situação patrimonial

da entidade.

3.4 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

Os Princípios de Contabilidade foram instituídos pela Resolução CFC n.º 750 de 29 de

dezembro de 1993. Estes devem ser observados de maneira essencial no exercício da

profissão contábil, pois, orientam a prática e são fundamentados no direito das NBC’s

(Normas Brasileiras de Contabilidade). De acordo com Iudícibius (2009, p. 265), “princípios

contábeis são como premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela

Contabilidade, premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade

econômica, social e institucional”.

Os princípios fundamentais de contabilidade representam a essência das doutrinas e

das teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento

predominante nos universos científicos e profissionais do país. Concernem, pois, a

contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o

patrimônio das entidades. (CREPALDI, 2003, p. 22).

Faz-se mister destacar que por conta do processo de convergência às Normas

Internacionais de Contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T 1 –

Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que

discute a aplicabilidade dos Princípios Fundamentais de Contabilidade contidos na Resolução

Page 25: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

24

CFC n.º 750/93 e por conta dessa harmonização, a denominação de Princípios Fundamentais

de Contabilidade foi alterada para Princípios de Contabilidade, visto ser suficiente para o

perfeito entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e dos profissionais da

Contabilidade. (RESOLUÇÃO CFC 1.282/10).

De acordo com Franco (1997) são princípios de contabilidade os elencados a seguir:

a) Princípio da entidade: o patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus

sócios ou acionistas, ou proprietário individual. Este princípio deixa claro que não se deve

misturar o caixa do proprietário com o da empresa. (RESOLUÇÃO CFC nº 750/93, art. 4º)

b) Princípio da continuidade: esse princípio pressupõe tempo indefinido para as

atividades da empresa. (RESOLUÇÃO CFC n.º 750/93, art. 5º). Assim, pelo princípio da

continuidade, a empresa deve ser considerada como um organismo em movimento constante e

contínuo de produção, venda, compra, consumo, investimentos, etc. A continuidade influencia

o valor econômico dos ativos e o valor ou vencimento dos passivos, e sua correta aplicação se

faz necessário com a correta observância do princípio da competência, pois este princípio tem

relação direta com os componentes patrimoniais e à formação do resultado.(CREPALDI,

2003).

c) Princípio da oportunidade: diz que o registro dos atos e fatos deve ser feito de

imediato e com a extensão correta. Em síntese, refere-se à tempestividade e a integridade do

registro. Segundo a Resolução CFC nº 750/93 no art. 6º, parágrafo único diz que “a falta de

integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode

ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a

oportunidade e a confiabilidade da informação”.

d) Princípio do registro pelo valor original: os componentes do patrimônio devem ser

registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos em moeda

corrente do país, ou seja, pelo valor de aquisição. (RESOLUÇÃO CFC nº 750/93, art. 7º).

e) Princípio da competência: diz que as receitas e despesas devem ser incluídas na

apuração do resultado do período em que ocorrem independentemente de recebimento ou

pagamento. (RESOLUÇÃO CFC nº 750/93, art. 8º).

f) Princípio da prudência: determina a adoção do menor valor para componentes do

ativo e do maior valor para os do passivo, sempre que apresentarem alternativas igualmente

válidas para quantificação das mudanças patrimoniais. Conforme a Resolução CFC nº 750/93:

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de

precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas

condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados

Page 26: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

25

e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade

ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

Esta mesma Resolução ainda traz em seu texto, no art. 11, que o profissional que não

aplicar estes princípios corretamente, estará cometendo uma infração ao Decreto-Lei n.º

9.295/46 e ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

3.5 HISTÓRIA DO ENSINO CONTÁBIL NO BRASIL

Historicamente, o início do ensino comercial de contabilidade no Brasil aconteceu no

século XIX, no ano de 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa. Mais precisamente em

15 de julho de 1809, através da publicação de um Alvará que obrigava os Contadores Gerais

da Real Fazenda a aplicar o método das partidas dobradas na escrituração mercantil.

Para Schmidt (2000), os estudos do comércio tiveram seus passos iniciais na obra de

Visconde de Cairu (José Antônio Lisboa), intitulada de Princípios de Economia Política, onde

se tornou em 1809 o primeiro a apresentar um sistema de direito comercial e a realizar os

primeiros estudos de economia política no Brasil, criando a primeira cadeira de aula de

comércio no Rio de Janeiro.

Além desses fatos, o reconhecimento da profissão do guarda-livros como a primeira

profissão liberal do país por meio do Decreto imperial nº 4.475 de 1870 ajudou muito para

que continuasse evoluindo o ensino da contabilidade no Brasil. Aos poucos, outras escolas

foram se estabelecendo no país, como: a Aula de Comércio do Maranhão (1811), as Aulas de

Comércio da Bahia (1856) e de Pernambuco (1813), a Academia de Comércio de Juiz de Fora

(1891), em Minas Gerais e a Escola Prática de Comércio (1902), em São Paulo, que mais

tarde passou a se chamar Escola de Comércio Álvares Penteado.

Seguindo a sequência cronológica, outros fatos marcaram a evolução do ensino

contábil. Em 1915 é fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais. No ano seguinte

surgem a Associação dos Contadores de São Paulo e Instituto Brasileiro de Contabilidade,

no Rio de janeiro. Em 1924, é realizado o Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade no

qual foi desenvolvida uma campanha para a regulamentação da profissão do contador, e para

a reforma do ensino comercial, que foi concretizada somente em 1931, através do Decreto

Federal nº 20.158. São então criados os cursos de contabilidade, que formava dois tipos de

profissionais: os guarda-livros (hoje, técnicos de contabilidade) que cursavam dois anos e os

perito-contadores, que cursavam três anos. Conseguinte, em 1939, o Decreto-Lei n.º 1.519

alterou a denominação dos cursos de perito-contador para contador, somente.

Page 27: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

26

A consolidação do Curso Superior de Ciências Contabéis aconteceu em 1945, através

do Decreto Federal nº 7.988, que institui o Curso de Ciências Contábeis e Atuariais com

duração de quatro anos. Em 1951, a Lei nº 1.401 desmembrou os cursos de Ciências

Contábeis e Atuarias, criando de maneira independente, o curso de Ciências Contábeis,

possibilitando assim que os concluintes recebessem o título de Bacharel em Contabilidade.

Concomitante a essa evolução, o ensino propriamente dito também passava por

mudanças. Segundo Carneiro et al (2009), na década de sessenta ocorreram profundas

mudanças no ensino superior brasileiro, que refletiram nos Cursos de Ciências Contábeis.

Essas mudanças ocorreram em função da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, que fixou

as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e criou o Conselho Federal de Educação (CFE),

com a finalidade de fixar os currículos mínimos, a duração e a qualificação dos cursos

superiores destinados à formação dos profissionais. Entre as determinações, encontra-se a

inclusão das disciplinas de Ética Profissional, Perícia Contábil, Monografia e Trabalhos de

Conclusão de Cursos, consideradas essenciais na formação do futuro profissional. Em 20 de

dezembro de 1996, foi publicada a Lei nº 9.394, Lei de Diretrizes e Bases, que estabelece

alicerces da Educação Nacional, a qual, novamente, introduz alterações no ensino superior.

Entre outras, destacam-se: a qualificação docente, produção intelectual, docentes com regime

de tempo integral e perfil profissional ligado à formação da cultura regional e nacional. Em 03

de abril de 2002, foi editado o Parecer CES/CNE 0146/2002, que define as Diretrizes

Curriculares Nacionais para cursos de graduação em Ciências Contábeis. E, em 16 de

dezembro de 2004, foi aprovada a Resolução CNE/CES 10/2004 que instituiu as Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, bacharelado a

serem observadas pelas Instituições de Educação Superior.

O quadro 1, apresenta alguns fatos da evolução cronológica da legislação, inerente ao

ensino superior de Contabilidade no Brasil.

ANO OCORRÊNCIA

1808 Vinda da família Real Portuguesa.

1809 Através de José Antônio Lisboa cria-se a primeira cadeira de aula de comércio no Rio de Janeiro.

1870 Primeira regulamentação brasileira da profissão contábil, através do decreto imperial nº 4.475.

1902 Fundada em São Paulo, a Escola de Comércio Alvares Penteado.

1924 I Congreso Brasileiro de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro.

1931 O Decreto nº 20.158 regulamentou o ensino comercial e tornou-se obrigátorio o diploma para o

exercicio da profissão.

1945 Instituído o curso superior de Ciências Contábeis e Autuariais, através do Decreto-lei 7.988.

1951 Lei nº 1.401 desmembra os cursos de Ciências Contábeis e Atuariais.

1961 Lei nº 4.024 fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como cria o CFE;

1996 Lei nº 9.394 Lei das Diretrizes e Bases, que, novamente, introduz mudanças para o ensino superior.

2002 Parecer do CES/CNE 0146/2002 define as Diretrizes Nacionais para os cursos de Ciências Contábeis.

Quadro 1: Principais fatos da evolução do ensino de contabilidade Fonte: adaptada de (FRANCO, 1997).

Page 28: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

27

3.6 OS PROFISSIONAIS DE CONTABILIDADE

Segundo Sanz (apud SILVA E RODRIGUES, 2008), a profissão contábil surgiu da

necessidade de proteger bens e valores do homem. São atividades cuja sociedade necessita da

garantia que estão tratando com profissionais tecnicamente e cientificamente aptos para

desenvolvê-las.

Conforme estabelece o Decreto-Lei nº. 9.295 de 27 de maio de 1946 existem duas

categorias profissionais distintas, cada qual com suas peculiaridades: contador e técnico em

contabilidade.

a) Os contadores são profissionais com formação superior em ciências contábeis,

portadores do diploma de bacharel em ciências contábeis em instituições regulamentadas no

Ministério da Educação, com registro no Conselho Regional de Contabilidade para tornar

autorizado a desenvolver as atividades de forma legal. No artigo 3º da Resolução CFC 560 de

28 de outubro de 1983 destacam-se as atribuições privativas do contador.

b) Os técnicos em contabilidade são profissionais com formação técnica em

contabilidade – nível médio – oriundos de certificado de conclusão do segundo grau em

instituições regulamentadas no Ministério da Educação, com registro no Conselho Regional

de Contabilidade, para tornar autorizado a desenvolver as atividades de forma legal. No artigo

25 do Decreto-Lei nº 9295 de 27 de maio de 1946 destaca-se as atribuições profissionais dos

técnicos em contabilidade.

Em dados estatísticos, segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2010) os

profissionais de contabilidade no Brasil são de aproximadamente 465.000 mil profissionais

ativos. Destes, 18.106 mil profissionais estão registrados em Santa Catarina, sendo do sexo

masculino 11.638 (6.933 contador e 4.705 técnicos) e do sexo feminino 6.468 (5.021

contadoras e 1.447 técnicas).

3.6.1 Atuação do profissional contábil

A profissão contábil é uma atividade que tem como objetivo prestar informações e

orientações baseadas na explicação dos fenômenos patrimoniais, trabalhando no sentido de

cumprir deveres sociais, legais, econômicos, assim como servir na tomada de decisões e

inferências sobre as tendências futuras das entidades. Sendo assim, segundo Fortes (2009):

Os contabilistas, como classe profissional, caracterizam-se pela natureza e

homogeneidade do trabalho executado, pelo tipo e características do conhecimento,

habilidades técnicas e habilitação legal exigidos para o seu exercício da atividade

Page 29: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

28

contábil. Portanto, os profissionais da contabilidade representam um grupo

específico com especialização no conhecimento da sua área, sendo uma força viva

na sociedade, vinculada a uma grande responsabilidade econômica e social,

sobretudo na mensuração, controle e gestão do patrimônio das pessoas e entidades.

Antigamente, segundo Franco e Marra (2009, p. 91) “o exercício da profissão contábil,

nos seus albores, resumia-se na escrituração de livros contábeis, atividade que constitui, [...],

apenas um dos meios ou processos de que a contabilidade se utiliza para atingir seu fim”.

Com o passar dos anos e com o crescimento das organizações fazer somente esta técnica de

escrituração se tornou insuficiente para oferecer as informações necessárias para uma boa

gestão empresarial. Com isso, surgiram outras áreas em que o profissional contábil pode se

especializar. De acordo com Fortes (2009), são exemplos de atuações:

a) Atividade de empresário da contabilidade, que diz respeito à prestação de serviços

contábeis a pessoas físicas e jurídicas por meio de escritório contábil.

b) Perícia contábil, fiscal e trabalhista onde consiste na elaboração de laudos em

processos judiciais ou extrajudiciais para apuração de direitos e obrigações da entidade.

c) Contabilidade ambiental que informa o impacto do funcionamento da entidade no

meio ambiente, avaliando os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade

de vida local.

d) Auditoria interna, diz respeito ao desenvolvimento de atividades que visam a

verificação de controles internos, dos sistemas de informações e dos sistemas operacionais,

entre outros.

e) Auditoria externa que compreende a verificação da exatidão dos procedimentos

contábeis empregados pelas entidades na elaboração de suas demonstrações contábeis.

f) Contabilidade fiscal que auxilia na elaboração de informações para os órgãos

fiscalizadores, do qual depende todo o planejamento tributário da entidade.

g) Atuarial que consiste em especialização na contabilidade de empresas de

previdência privada e em fundos de pensão.

h) Consultoria que consiste na prestação de informações relevantes que a empresa

deva saber, auxiliando, desta forma, na administração da empresa.

i) Controladoria que demanda de uma visão ampla das operações da empresa e

envolve uma atuação estratégica, mediante o fornecimento de informações capazes de

subsidiar os gestores.

j) Professor que consiste na pessoa habilitada a passar seus conhecimentos nos cursos,

palestras, seminários aos interessados em seguir carreira na contabilidade.

Page 30: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

29

k) Pesquisador que consiste no papel do profissional que busca encontrar soluções

dentro de um padrão científico da profissão.

A profissão contábil desempenha um papel fundamental na modernização e

internacionalização da economia. O profissional contábil precisa sempre estar atualizado com

as legislações, bem como às datas e prazos das obrigações fiscais e interpretar corretamente os

dados coletados, para assim adotar os procedimentos necessários para o crescimento da

empresa ou instituição. Desta forma, adotam-se alguns princípios, tais como: a ética, a

diligência, o sigilo, a honestidade, a qualidade e a responsabilidade, pois o profissional tem

acesso a inúmeras informações privilegiadas das organizações e das pessoas. Estes princípios

estão dispostos no código de ética do profissional de contabilidade. Faz-se mister destacar que

através do novo código Civil Brasileiro (2002) os contabilistas são punidos se infringirem

alguma lei. Conforme afirma este diploma legal no parágrafo único do artigo 1.177: “No

exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os

preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos

atos dolosos”. Esta responsabilização significa dizer que:

O contabilista é, juntamente com o proprietário da empresa, responsável por

qualquer ato que seja praticado fugindo às regras da legislação. Desse modo, é

necessário que, se o proprietário da empresa pretender obrigar o contabilista a

praticar atos que infrinjam a lei, este, por sua vez, deve alertar que qualquer ato

praticado culposa ou dolosamente poderá acarretar a ele a decadência de sua

imagem profissional (RIBAS, 2007).

Em suma, o profissional contábil é aquele cuja atividade, basicamente, é a prestação

de serviços, tendo como função à de fornecer informações e avaliações que objetiva auxiliar

nas inferências sobre as tendências futuras dessas entidades. Sendo assim, o contador é um

profissional fundamental para a sobrevivência das empresas, subsidiando as tomadas de

decisões.

3.7 A ÉTICA NA CONTABILIDADE

A ética, de forma simplificada, é o ramo da filosofia que lida com o que é moralmente

bom ou mau e certo ou errado. A palavra ética e moral têm o mesmo significado, uma deriva

da palavra grega éthos e outra da palavra latina mores, ambas significando hábitos e

costumes.

Segundo Lisboa (2009), a moral, como sinônimo de ética, pode ser conceituada como

o conjunto das normas que, em determinado meio, granjeiam a aprovação para o

Page 31: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

30

comportamento dos homens. Já, a ética conduz a ideia da universalidade da moral, ou seja, a

forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo

pensamento normal e sadio.

Lopes Sá (2000, p.33), em seus escritos, comenta que:

A ética é um estado de espírito, é quase hereditário e vem da formação e do meio

social no qual a criança teve sua personalidade moldada, burilada para ingressar no

convívio da sociedade, que é o que popularmente se denomina berço; e moral é

adquirida por meio da educação formal e da experiência de vida.

A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando

que ninguém saia prejudicado. É agir de acordo com o conjunto de valores morais da

sociedade, que todos conhecem ou deveriam conhecer. Se infringir essas regras, baseados nos

conceitos do bem e do mal estão sendo antiéticos.

A Lei, segundo Lisboa (2009) também é um instrumento ético, pois transmite valores

que servem de referência a consciência de cada pessoa e consequentemente, da nação.

Contudo, nem todos os casos de violação da ética esta previsto em Lei e muito menos os

códigos de ética existentes inibem tais ocorrências. Por isso, Lisboa (2009) afirma que para

coibir estes infratores é necessário controles adequados e sanções compatíveis.

3.7.1 O código de ética do profissional de contabilidade

Num breve relato histórico, no V Congresso Brasileiro de Contabilidade realizado na

cidade de Belo Horizonte - MG, em 1950, surgiu à primeira codificação de normas a orientar

a conduta ética dos contadores e técnicos em contabilidade brasileiros. Em 1970, o Conselho

Federal de Contabilidade, atendendo determinação expressa no art. 10 do Decreto-Lei nº

1.040/69, aprovou mediante a Resolução nº 290, o Código de Ética Profissional do

Contabilista, que, por vinte e seis anos, orientou como deveria ser a conduta dos profissionais

da Contabilidade no exercício de suas atividades. Assim, em 1996, o CFC editou a Resolução

nº 803, aprovando o vigente Código de Ética. (CRCRS, 2009). Este por sua vez, teve seu

nome alterado pela Resolução CFC n.º 1.307/2010 para o Código de Ética Profissional do

Contador (CEPC) e não mais do contabilista, motivo esse explicado pela Lei nº 12.249/10 que

acabará com a formação de técnico de contabilidade.

Segundo Lisboa (2009, p. 59),

Um código de ética pode ser entendido como uma relação das praticas de

comportamento que se espera sejam observadas no exercício da profissão. As

normas do código de ética visam o bem estar da sociedade, de forma a assegurar a

lisura de procedimentos de seus membros dentro e fora da instituição.

Page 32: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

31

O código de ética do profissional contábil é composto por seis capítulos: objetivo,

deveres e proibições, do valor dos serviços prestados, dos deveres em relação aos colegas e a

classe, das penalidades e das disposições gerais.

Pelo artigo 2º descreve os deveres dos profissionais contábeis descritos em doze

incisos, como por exemplo:

I - exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica,

observada toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e

as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus

clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais

II - Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito,

inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou

quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais

de Contabilidade. (RESOLUÇÃO CFC Nº 1.307/10).

No inciso I são citados alguns princípios éticos que regem o exercício da profissão e

são essenciais para a manutenção da classe junto com a sociedade: o zelo, a diligência, a

honestidade, a independência e a dignidade profissional.

Lopes de Sá (1996, p.161) considera estes princípios como virtudes básicas para todo

profissional da contabilidade e que são comuns a quase todas as profissões, afirmando:

“Virtudes básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quais não se consegue a

realização de um exercício ético competente, seja qual for à natureza do serviço prestado”.

Entre elas está a honestidade que corresponde à conduta decente e digna em toda e qualquer

circunstância da atividade profissional; o zelo que implica empenho extraordinário na

execução dos deveres e obrigações que o profissional tem sob responsabilidade, com o

cuidado e a atenção necessários em cada situação; o sigilo que está diretamente ligado a ética;

a competência que corresponde o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente

a um trabalho ou profissão; a prudência, ou seja, o bom julgamento da ação, cautela, zelo no

momento de decidir; a humildade que significa ter o bom senso; a imparcialidade que implica

defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo, principalmente, uma posição

justa nas situações que terá que enfrentar e ter diligência ou presteza em fazer alguma coisa.

Pelo artigo 2º verifica o que é vedado aos profissionais de contabilidade no

desempenho de suas funções, neste caso, são vinte e cinco incisos a serem observados, como

por exemplo:

I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que

resulte na diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, em

detrimento aos demais, sendo sempre admitida a indicação de títulos,

especializações, serviços oferecidos, trabalhos realizados e relação de clientes;

Page 33: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

32

VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a

fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou

contravenção;

XVII - iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou de terceiros,

alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas

informações ou elaborando peças contábeis inidôneas;

XX – executar trabalhos técnicos contábeis sem observância dos Princípios de

Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho

Federal de Contabilidade

XXIII – Apropriar-se indevidamente de valores confiados a sua guarda;

XXIV – Exercer a profissão demonstrando comprovada incapacidade técnica.

XXV – Deixar de apresentar documentos e informações quando solicitado pela

fiscalização dos Conselhos Regionais. . (RESOLUÇÃO CFC Nº 1.307/10).

O código de ética é um instrumento de trabalho indispensável para o profissional de

contabilidade e, de acordo com Fortes (2009) serve como fonte orientadora da conduta dos

profissionais da classe contábil brasileira, conduzindo os profissionais da melhor forma diante

do exercício de suas atividades.

3.7.2 A ética profissional do contabilista

A ética profissional do contabilista refere-se a um conjunto de valores, princípios,

deveres e obrigações dos padrões éticos exigidos com os clientes, colegas de profissão,

entidades de classe e os demais segmentos da sociedade.

Conforme Lisboa (2009), o profissional de contabilidade para ser um bom contabilista

precisa estabelecer em seu comportamento determinadas características e condições, tendo

sempre como refúgio o CEPC e na ética geral. Agindo eticamente os contabilistas serão

valorizados perante a classe e a sociedade.

Segundo, Barbosa (2002, p.9) “o bom contabilista combate a sonegação e a corrupção;

adota como linha de conduta o respeito à responsabilidade social e, acima de tudo, respeito à

profissão que exerce”. Entretanto, a profissão contábil é o que mais sofre problemas com a

falta de ética, devido à profissão trabalhar com balancetes, números, informações contábeis,

cálculo de impostos, etc. Conforme observa Pereira (2000, p. 136 apud RODRIGUEZ et al,

2003, p. 34):

De todas as profissões, o contabilista é o que mais está sujeito a partilhar de

esquemas espúrios já que sua atividade está intimamente ligada com registros de

cifras, apurações de resultados e, conseqüentemente, exibe dados que geram

montantes a pagar de impostos, taxas, dividendos e diversos encargos”.

Dessa forma, segundo Barbosa (2002) muitas práticas antiéticas acontecem devido

alguns profissionais ao verem outras pessoas crescendo depois de sonegar informações,

Page 34: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

33

manipular relatórios, fazer promessas vazias, entre outros inúmeros exemplos, fazem a mesma

coisa, pois a tendência natural do ser humano é defender em primeiro lugar, seus interesses

pessoais para depois olhar para os outros. Porém, no exercício da profissão contábil a ética é

uma grandeza vital para o profissional. A ambição em demasia, em querer as coisas rápidas,

recompensas, status, dinheiro irão com certeza prejudicar a carreira profissional. Todo

profissional contabilista que queira alcançar uma qualidade estável no mercado, além de estar

aperfeiçoado sempre com cursos de especialização e pós-graduação, precisa estar por dentro

de todas as notícias da área e obedecer sempre aos princípios do código de ética fazendo-o de

seu livro de cabeceira para toda vida.

O profissional de contabilidade tem muita responsabilidade sobre as tarefas que

desempenha. Um balanço patrimonial mal sucedido, com erros pode vir a prejudicar muito a

empresa e a denegrir a imagem que vinha sendo criada ao longo do seu trabalho. E, a ética

por sua vez está associada a essa construção da imagem, podendo ser destruída por qualquer

fato ou ato cometida de maneira impensada.

O papel ético do profissional contábil deve ser igual perante toda a sua classe. Ser

ético envolve muito mais do que cumprir seu papel de forma correta como contador, envolve

também ser leal a toda uma sociedade que confia em seu trabalho e aposta nos resultados do

mesmo. Silva e Figueiredo (2007, p.28) afirmam:

[...], as informações produzidas pela contabilidade têm compromisso com a verdade,

o que exige de seus profissionais compromisso ético de trabalhar com honradez e

competência, dando surgimento ao conjunto de normas e preceitos que valorizam e

engrandecem o ser humano como pessoa e profissional.

Na profissão contábil uma das qualidades mais observadas é a honestidade, porque

através dela percebe que o profissional fala e pratica a verdade.

Observa-se que a ética é condição essencial para o exercício de qualquer profissão. E,

para ser um contador excelente é preciso ter uma postura ética inquestionável, zelando pelos

princípios que regem a profissão, conforme afirma Silva (2006):

[...] o contador ético é aquele que tem bom caráter, que acredita nos valores morais,

na dignidade humana, na busca pela realização plena, tanto pessoal como

profissional, pois é necessário estar realizado pessoalmente para conseguir a

satisfação profissional e vice e versa. Resumindo, o profissional contábil tem que ter

um comportamento ético-profissional inquestionável, saber manter sigilo, ter

conduta pessoal, dignidade, honra, competência e serenidade para que proporcione

ao usuário uma informação com segurança e confiabilidade que ele merece.

Page 35: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

34

Portanto, o profissional contábil deve ter em mente que a prática da ética profissional

no decorrer do exercício da profissão é uma condição indispensável diante da

responsabilidade civil que lhe é atribuída.

3.7.3 A ética e a responsabilidade civil profissional

A contabilidade na sua constante evolução vem influenciando decisões econômicas e

políticas do País, passando a dar margens ao surgimento de profissionais que não se adaptam

com tanta rapidez a essas mudanças e colocam a sua conduta ética em risco.

Para Silva (2003),

Com a reforma do Código Civil, a caracterização da ética do profissional da

Contabilidade passa a merecer especial atenção. O balanço, pelas novas regras,

transformou-se numa peça capaz de enquadrar criminalmente o contabilista, além do

gestor e dos sócios. Por determinação legal, eles passam a responder pelos prejuízos

decorrentes de fraudes, que causarem a terceiros, com seus bens pessoais.

A responsabilidade do profissional contábil por crimes tributários é reforçada pelo

Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 39, § 1º:

Determina de forma objetiva que o contador e o técnico em contabilidade, dentro do

âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, serão responsabilizados,

juntamente com os contribuintes, por qualquer falsidade dos documentos que

assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar o

imposto.

É recomendável que o profissional de contabilidade seja prudente e cauteloso antes de

assinar os demonstrativos e demais documentos contábeis e fiscais. São exemplos de

situações previstas na legislação de crimes contra a ordem tributária, a não emissão de nota

fiscal na venda de mercadoria, falsificação de qualquer documento que possa influenciar nas

operações tributáveis, emissão de declaração falsa para reduzir ou extinguir o pagamento de

impostos. Para Sá (2002), sempre que o contribuinte, para atingir determinado resultado

econômico, viola a regra ou a eficácia jurídica, está praticando evasão fiscal.

Elisão e evasão fiscal são duas formas de evitar o pagamento de tributos. A elisão se

dá mediante forma lícita, deixando-se de fazer determinadas operações ou realizando-as de

forma menos onerosa possível. Já a evasão fiscal é o uso de meios ilícitos para evitar

pagamento de taxas, impostos e outros tributos. Entre os métodos usados para evadir tributos

estão à omissão de informações, as falsas declarações e produção de documentos que

contenham informações falsas ou distorcidas, como a contratação de notas fiscais, faturas,

duplicatas, etc. (FUHRER, FUHRER, 2007). Referindo-se especificamente sobre a atuação do

Page 36: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

35

profissional da contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº

953/03, onde consta a NBC T 11.1.4.1 conceitua a diferença entre fraude e erro: "O termo

fraude refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação de transações adulterações de

documentos, registros e demonstrações contábeis [...] O termo erro refere-se a ato não

intencional na elaboração de registros e demonstrações contábeis, que resulte em incorreções

deles".

As fraudes contábeis mais comuns ocorrem em movimentos de caixa, omissões de

receitas e aumento de despesas, movimentação de estoques, créditos a receber, ativos

permanentes, sua liquidação fictícia; e ainda, as fraudes no patrimônio e as fraudes fiscais.

Como por exemplo, podemos citar a quebra de sigilo do Imposto de Renda da filha do

candidato do PSDB à Presidência em agosto de 2010 envolvendo um técnico de contabilidade

(CARNEIRO, 2010). Outro exemplo é a do Banco Panamericano que mantinha seu ativo alto

para angariar clientes, mas, na verdade isso não passava somente de uma maquiagem do

Balanço Patrimonial. Pode-se citar também outros exemplos, como o caso Parmalat, Enron,

Lucent, WorldCom, AOL, Merrill Lynch, etc.

As atitudes de alguns profissionais que contrariem o CEPC merecem atenção, pois

além de prejudicar a terceiros, denigrem a imagem ou o conceito de toda categoria, conforme

afirma Carvalho (2001, p.38):

Na execução da profissão contábil, uma conduta não-ética de um contabilista, pode

em um primeiro momento agradar a quem se beneficia diretamente desta conduta.

Porém, a médio e longo prazo, este fato apenas contribui para denegrir não somente

o profissional que o praticou, mas a comunidade como um todo.

Além destes crimes contra a ordem tributária que enquadram os profissionais em

infrações éticas e puníveis, destacam-se ainda todos os 25 incisos do CEPC. (RESOLUÇÃO

CFC Nº 1.307/10).

A sociedade brasileira necessita que os profissionais contábeis sejam eticamente

responsáveis no âmbito da profissão, pois uma atitude mal sucedida pode acarretar prejuízos

na vida das pessoas. Devido a essa importância da responsabilidade ética do profissional

contábil no exercício de sua profissão, foi aprovada a Lei nº 12.249/10 que atualizou a

legislação da profissão contábil.

Page 37: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

36

3.8 LEI Nº 12.249/10

O Decreto-Lei nº 9.295/46 não acompanhou, em 60 anos de história, os processos

evolutivos das demais legislações brasileiras, deixando lacunas existentes nos dispositivos

que regulamentam a profissão contábil. Diante disso, para suprir tais lacunas, foi criada pelo

CFC uma Comissão Nacional para elaborar um anteprojeto de reformulação do Decreto-Lei

nº 9.295/46. Além de buscar o compasso das normatizações antigas com as mudanças

históricas, esse projeto teve por foco a promoção de avanços na legislação contábil com

destaque para os direitos e deveres dos contabilistas. Para se chegar às propostas que iriam

compor o texto da lei, foi desencadeado em 2006 um amplo processo de discussão, que durou

quase três anos e envolveu o CFC, os 27 Conselhos Regionais e contou com a participação

direta dos contabilistas, por meio de duas audiências públicas. (CFC, 2011).

A aprovação deste anteprojeto ocorreu em 11 de junho de 2010 quando o Presidente

da República Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 12.249/10, consolidando mais uma

grande conquista para a classe contábil brasileira. Esta Lei trata de vários assuntos, no

entanto, as alterações que refere ao exercício da profissão contábil estão dispostas nos art. 76

e 77. Dentre as principais alterações observa-se a inclusão, entre as competências do Conselho

Federal de Contabilidade, constantes do artigo 6º do Decreto-lei nº 9.295/46 exposto a seguir:

f) regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de

qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e editar Normas

Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.

A Lei nº 12.249/10 deu nova redação ao art. 12 do Decreto-Lei nº 9.295/46, alterando

os requisitos para o exercício profissional, que passaram a ser a obrigatoriedade de possuir o

certificado de nível superior, sendo o curso reconhecido pelo MEC, aprovação em exame de

suficiência e registro no CRC do Estado do seu domicilio profissional. Trata-se de um novo

requisito, consistente num processo seletivo de aferição da qualificação profissional, sem o

qual fica o diplomado impossibilitado de registrar-se junto aos Conselhos regionais

competentes e, por conseguinte, de exercer sua prerrogativa de trabalho.

Considerando apenas o caput desse artigo, a lei exclui a possibilidade do contabilista

de nível técnico exercer a profissão. No entanto, é criada uma exceção a este profissional

descrito no parágrafo 2º deste mesmo artigo: “§ 2º Os técnicos de contabilidade já registrados

em Conselho Regional de Contabilidade e os que venham a fazê-lo até 1º de junho de 2015

têm assegurado o seu direito ao exercício da profissão”.

Page 38: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

37

Conforme reportagem divulgada pela Revista Brasileira de Contabilidade (2010), o

motivo para tal exclusão deve-se ao fato de que os cursos técnicos não apresentam a mesma

estrutura curricular do que os cursos de graduação. Os cursos técnicos nos últimos anos são de

pouca duração e pouca carga horária de conteúdo programático de contabilidade, ofertando

assim profissionais sem a devida preparação para o mercado de trabalho.

Ainda, no que tange as principais alterações a nova lei também mexeu na área da

fiscalização, reafirmando o art. 2 e o art. 27 do Decreto – Lei nº 9.295/46 onde diz que o CFC

tem o poder de fiscalizar e impor penalidades. A alteração que mais chama a atenção refere-se

à possibilidade de cassação do exercício profissional, inexistente na legislação anterior. As

descrições das ampliações das penalidades podem ser observadas no quadro 2. Com esta lei a

fiscalização dos profissionais contábeis será mais intensificadora e rigorosa.

PENALIDADE CASOS PREVISTOS STATUS

Multa de 1 a 10 vezes

o valor da anuidade Aos infratores dos arts. 12 e 26. Nova redação

Multa de 1 a 10 ou 2 a

20 vezes o valor da

anuidade

Às empresas ou a quaisquer organizações contábeis referentes aos

arts. 15 e 20 e seus respectivos parágrafos. Nova redação

Multa de 1 a 5 vezes o

valor da anuidade

Dos dispositivos não mencionados anteriormente ou para os quais

não haja indicação de penalidade especial. Nova redação

Suspensão até 2 anos

No que se referir à parte técnica, forem responsáveis por qualquer

falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de

escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas públicas.

Nova redação

Suspensão pelo prazo

de 6 meses a 1 ano Incapacidade técnica no desempenho de suas funções. Nova redação

Cassação

Incapacidade técnica de natureza grave, crime contra a ordem

econômica e tributária, produção de falsa prova de qualquer dos

requisitos para registro profissional e apropriação indevida de

valores de clientes confiados a sua guarda.

Incluída

Advertência reservada,

censura reservada e

censura pública

Casos previstos no Código de Ética Profissional do Contador. Incluída

Quadro 2: Alterações das penalidades segundo a Lei nº 12.249/10

Fonte: Adaptação da Lei nº 12.249/10.

Antes da Lei, o CFC poderia punir o profissional, mas este continuaria no mercado.

Segundo Juarez Carneiro5 (presidente do CFC) em uma de suas entrevistas nas redes sociais

discursou que por mais dura que fosse a penalidade, o contabilista continuaria no exercício da

profissão. Agora, o Plenário do Tribunal Superior de Ética e Disciplina do CFC pode cassar

profissionais que cometerem faltas graves, conforme cita o art. 76 da Lei nº 12.249. Neste

5 Disponível em: http://www.sesconms.org.br/not_ler.asp?codcat=2&codigo=5211. Acesso em 01 out. 2011.

Page 39: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

38

sentido, a lei evidencia a importância da prática da ética no decorrer das atividades

desenvolvidas pelo profissional, através da fiscalização dos órgãos reguladores preocupados

em defender e honrar por aqueles que trabalham de forma correta e, por conseguinte

resguardando a classe contábil e a sociedade como um todo.

Por fim, a Lei nº 12.249/10 extinguiu oficialmente a expressão “guarda-livros”

substituindo por técnicos de contabilidade e também prevê alterações no pagamento da

anuidade, conforme § 3º “na fixação do valor das anuidades devidas ao Conselho Federal e

aos Conselhos Regionais de Contabilidade, serão observados os seguintes limites: I - R$

380,00 (trezentos e oitenta reais), para pessoas físicas; II - R$ 950,00 (novecentos e cinquenta

reais), para pessoas jurídicas”, que poderão ser corrigidos anualmente pelo IPCA – Índice

Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

As alterações mais significativas na Lei nº 12.249/10 referem-se ao exame de

suficiência e a possibilidade de cassação do registro profissional, que serão abordados mais

detalhadamente nos próximos tópicos.

3.8.1 Exame de suficiência

O Exame de suficiência está previsto no Estatuto dos Conselhos de Contabilidade, que

foi aprovado no ano de 1998, e é tido como obrigatório para o graduado que deseje ter

registro no CRC e inserir-se na profissão contábil. A instituição do exame de suficiência no

Brasil aconteceu em 1999 por meio da Resolução CFC n° 853/99, que considerou os

seguintes aspectos para a sua implementação: (CFC, 2007).

a) O art. 12 do Decreto-Lei n° 9.295, de 27 de maio de 1946, que determina que o

exercício da profissão de contabilista somente poderá ocorrer após o deferimento do

registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade; b) A estrutura federativa do Conselho de Contabilidade, que coloca o Conselho

Federal de Contabilidade investido na condição de órgão coordenador do Sistema

CFC/CRCs, cabendo-lhe, por esse motivo, manter a unidade de ação; c) A análise e a discussão da implantação do Exame de Suficiência durante anos nos

eventos de contabilistas e de Contabilidade como uma necessidade decorrente do

interesse da classe de resguardar a qualidade dos serviços prestados aos seus

usuários; d) O atendimento de um nível mínimo de conhecimentos necessários às atribuições

deferidas ao contabilista como objetivo do exame de suficiência; e) O exame de suficiência como requisito para obtenção de Registro Profissional em

CRC se reveste da função de fiscalização do exercício profissional, em caráter

preventivo; f) O inc. XXXII do art. 17 do Estatuto dos Conselhos de Contabilidade

(RESOLUÇÃO CFC nº 825/98) que declara que compete ao CFC dispor sobre o

exame de suficiência como requisito para a concessão de registro profissional.

Page 40: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

39

Diante desses aspectos apontados pelo CFC e das exigências de um mercado nacional

e mundial cada vez mais competitivo, as necessidades de informações contábeis mais seguras,

mais precisas e éticas fizeram com que o CFC se preocupasse com o profissional contábil que

vai ingressar no mercado de trabalho, exigindo dele um conhecimento básico auferido durante

a sua formação e garantindo à sociedade serviços com qualidade. Neste sentido, o CFC

interfere no ensino contábil exigindo o exame de suficiência para garantir um mínimo de

conhecimento e qualidade profissional face à expressiva evolução do número de oferta de

cursos superiores em ciências contábeis, como consequência do aumento do número das IES

ocorrido nas últimas décadas.

Iudícibus e Marion (1986) já apontavam como uma das deficiências do ensino contábil

a falta de exame de suficiência em âmbito nacional para o exercício profissional. A instituição

desse exame veio atender a debates que procuravam resguardar a qualidade dos serviços

profissionais contábeis. Nesse sentido, Coelho (1999) vê, como aspecto relevante na

implantação do exame, a gradativa melhora no ensino da contabilidade.

Koliver (1999, p. 19) também concorda que por meio dessa avaliação, é possível

detectar se os concluintes dos cursos obtiveram conhecimentos mínimos necessários para

enfrentar o mercado de trabalho, ou seja, “se a formação havida foi suficiente ou não, em

termos mínimos, diante da natureza do curso e das diretivas estabelecidas pelas autoridades

competentes”.

Historicamente, a aplicação do exame de suficiência ocorreu entre os anos de 2000 e

2004. Contudo, em 2005 por decisão judicial não foi mais possível dar continuidade ao exame

por falta de legislação legal, pois na época o exame de suficiência era instituído apenas por

resoluções do próprio Conselho Federal de Contabilidade, não tinha lei específica. Além

disso, a extinção do exame também teve como base a concordância com a Constituição

Federal de 1988, no art. 5, inciso II e XIII respectivamente, onde segundo o qual “ninguém

será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e “é livre o

exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais

que a lei estabelecer”.

Segundo dados do CFC (2007) nessa primeira oportunidade foram realizados dez

edições do exame, que registrou mais de 150.000 mil inscritos, entre bacharéis e técnicos de

contabilidade. Conforme o banco de dados da prova para os contadores, o percentual de

aprovação situou-se entre 47% a 83% e dos técnicos entre 25% a 67%, como observa-se no

gráfico 1.

Page 41: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

40

Gráfico 1: Percentuais de aprovação por categoria

Fonte: Adaptada de CFC, 2007.

Analisando o gráfico, percebe-se uma variável oscilação no percentual de aprovação

dos candidatos durante as dez edições. Neste sentido, pode-se refletir que o exame de

suficiência além de servir como um método de avaliação serve também como forma de

comprovar a eficiência de um curso de graduação, dando a oportunidade ao próprio estudante

de avaliar o grau de compromisso de sua Universidade com a formação de um profissional

contábil competente.

Com o passar dos anos e a persistência da classe, o exame de suficiência voltou a ser

requisito obrigatório para obtenção de registro profissional em Conselho Regional de

Contabilidade a partir de junho de 2010, sendo esta regulamentada pela Lei nº 12.249/10 e

pela Resolução CFC n.º 1.301, aprovada em 17 de setembro de 2010, que conceitua o exame

de suficiência como uma prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de

conhecimentos médios, consoante os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de

Bacharelado em Ciências Contábeis e no curso de Técnico em Contabilidade.

Dessa forma, a área contábil se tornou a segunda categoria profissional regulamentada

a possuir este tipo de avaliação. Na área jurídica, o exame de ordem passou a vigorar a partir

do provimento nº 81/96, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB),

com base na Lei nº 8.096/94.

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

exame

exame

exame

exame

exame

exame

exame

exame

exame

10º

exame

Contador 83,52% 60,38% 69,99% 56,12% 54,84% 47,25% 62,09% 47,73% 47,30% 67,06%

Técnicos 67,89% 47,24% 28,28% 38,64% 54,28% 32,81% 54,42% 25,78% 44,76% 35,94%

Contador Técnicos

Page 42: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

41

Segundo Baian e Philippe Perrenout (apud CFC, 2007, p. 15) a avaliação contribui

para o desenvolvimento das capacidades dos formandos na profissão, sendo considerada uma

avaliação formativa conforme enunciado abaixo:

[...] É formativa toda avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, ou

melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no

sentido de um projeto educativo. [...]. Observar é construir uma representação

realista das aprendizagens, de suas condições, de suas modalidades, de seus

mecanismos, de seus resultados. A observação é formativa quando permite orientar

e otimizar as aprendizagens em curso sem preocupação de classificar, certificar,

selecionar. [...]

Sendo assim, Astolfi (1997 apud CFC, 2007, p. 15), argumenta que as provas

escolares tradicionais, são de pouca utilidade, pois muitas das vezes elas são vistas como

forma de classificar o aluno e não para identificar o nível de domínio de cada um. Por isso que

o exame de suficiência se torna importante, tendo como objetivo final avaliar e aprovar o

profissional mais capacitado para exercer a profissão.

Segundo a Resolução nº 1.301/10 a aplicação do exame acontecerá duas vezes ao ano,

uma em cada semestre, onde a quantidade mínima de acerto é 50% das questões, sendo

exigida dos profissionais que se enquadrarem no art. 5 a seguir:

A aprovação em Exame de Suficiência, como um dos requisitos para obtenção ou

restabelecimento de registro em CRC, será exigida do: Bacharel em Ciências

Contábeis e do Técnico em Contabilidade; portador de registro provisório vencido;

profissional com registro baixado há mais de 2 (dois) anos; e Técnico em

Contabilidade em caso de alteração de categoria para Contador.

O exame de suficiência é composto de uma prova para os técnicos em contabilidade e

uma para os bacharéis em ciências contábeis, obedecidas às seguintes condições e áreas de

conhecimentos. Para bacharéis em ciências contábeis enquadram: contabilidade geral,

contabilidade de custos, contabilidade aplicada ao setor publico, contabilidade gerencial,

controladoria, teoria da contabilidade, legislação e ética profissional, princípios de

contabilidade e normas brasileiras de contabilidade, auditoria contábil, pericia contábil,

noções de direito, matemática financeira e estatística e língua portuguesa. Para os técnicos em

contabilidade enquadram: contabilidade geral, contabilidade de custos, noções de direito,

matemática financeira, legislação e ética profissional, princípios de contabilidade e normas

brasileiras de contabilidade e língua portuguesa. Segundo o CFC (2007, p.13), o exame não é

discriminatório, abrange todo o Brasil.

Page 43: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

42

O Sistema CFC/CRCs oferece um único exame no Brasil. Por isso, o conteúdo é

básico e uniforme, não abrangendo possibilidade de regionalismos. As áreas de

conhecimento são trabalhadas com fundamento nos conhecimentos contábeis

básicos, que se dividem em Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos,

Contabilidade Pública; nos conhecimentos contábeis avançados, que se dividem em

Contabilidade Gerencial, Auditoria Contábil, Perícia Contábil e Teoria da

Contabilidade; nos conhecimentos gerais, que são noções de Direito Público e

Privado, Legislação e Ética Profissional, Princípios Fundamentais de Contabilidade,

Normas Brasileiras de Contabilidade, e nos Conhecimentos Sociais, Econômicos e

Políticos do País; nos conhecimentos de Língua Portuguesa; e nos conhecimentos de

Matemática Comercial e Financeira.

O CRC disponibilizará aos candidatos aprovados uma certidão de aprovação.

Posteriormente, o candidato terá o prazo de dois anos a contar da data da publicação do

resultado oficial do Exame no Diário Oficial da União (DOU) para requerer, no CRC, o

registro profissional na categoria para a qual foi aprovado. (RESOLUÇÃO CFC n.º 1.301/10,

art. 12). Com isso, o sistema CFC/CRCs acredita que possibilite, teoricamente, ao cidadão a

oferta de trabalhos mais qualitativos e com menos infrações antiéticas.

3.8.1.1 Atualidades da prática do exame de suficiência6

O primeiro exame de suficiência contábil após a aprovação da lei foi aplicado em

todos os estados brasileiros, no dia 27 de março de 2011. O resultado oficial saiu no dia 26 de

maio de 2011, e apresentou números alarmantes de reprovação.

Referente ao estado de Santa Catarina foram 661 (seiscentos e sessenta e um)

inscritos, dos quais 642 (seiscentos e quarenta e dois) realizaram a prova para contador, destes

apenas 235 (duzentos e trinta e cinco) foram aprovados representando um índice de aprovação

de 36,60%. Para técnico, foram inscritos 43 (quarenta e três) pessoas, das quais 33 (trinta e

três) realizaram a prova, destes apenas 12 (doze) foram aprovados representando um índice de

aprovação de 36,36%7.

Em discussões pelas redes sociais da internet, muitos comentavam o vexame do

resultado do exame onde se atribuía aos elaboradores da prova grande parte do fracasso, por

“deixarem a prova muito difícil”, outros, às instituições de ensino, por não adequarem o

conteúdo ao mercado. Em nota, Adilson Pagani, vice-presidente do CRCSC disse que o

conteúdo exigido nas provas foi condizente com o currículo adotado nos cursos de graduação

e técnico.

6 Disponível em:<http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=67&codConteudo=5702>. Acesso em: 01 out.

2011.

7 Disponível em:<http://www.robertodiasduarte.com.br/resultado-estatistico-do-exame-de-suficiencia-2011-

contadores-e-tecnicos./>. Acesso em: 01 out. 2011.

Page 44: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

43

Apesar do resultado, o índice catarinense (considerado preocupante) ficou ainda acima

da média nacional que foi de 30,83% para contadores e 24,93% para técnico em

contabilidade.

Após o resultado, o CFC (2011) em nota publicada em seu site, divulgou que

aguardava um resultado abaixo do obtido e apontou para o nível de ensino, como diz Maria

Clara Cavalcante Bugarim, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional

do CFC e coordenadora da Comissão Estratégica para validação das provas e procedimentos

para a realização do exame de suficiência, “o CFC lutou muito pela instituição legal do

Exame de Suficiência porque tinha ciência do nível insatisfatório do ensino de grande número

de Faculdades de Ciências Contábeis Brasileiras”.

O segundo exame de suficiência foi realizada no dia 25 de setembro de 2011 em 120

cidades brasileiras. Inscreveram-se para as provas um total de 23.836 candidatos, sendo

19.721 para a prova de Bacharel em Ciências Contábeis e 4.115 para a prova de Técnico em

Contabilidade. Referente ao estado de Santa Catarina foi inscritos 990 candidatos para

contadores e 72 para técnicos.

O resultado da segunda edição do exame de suficiência foi publicado pelo Conselho

Federal de Contabilidade (CFC) no dia 28 de outubro de 2011. Nesta segunda edição foram

aprovados em nível nacional 10.129 Bacharéis em Ciências Contábeis, que correspondem a

54,18% de aprovação e 1.067 técnicos aprovados, que correspondem a 27,87% de aprovação.

Ressalta que o número de aprovados referente ao estado de Santa Catarina, até o final

desta pesquisa não foi possível obter os dados.

3.8.2 Penalidades

Com o advento da Lei nº 12.249/10 a fiscalização dos profissionais de contabilidade

ficou mais rígida, com a possibilidade de ter o registro cassado.

A fiscalização do exercício profissional é a atividade primordial de qualquer Conselho

ou Ordem que congregue qualquer profissão regulamentada. Representa a proteção da

sociedade contra leigos ou profissionais em situações irregulares. É também o mecanismo

natural de defesa de mercado de trabalho dos profissionais abrangidos. (CFC, 2003).

A fiscalização é de grande importância para a classe contábil, tendo em vista que, além

de orientados, os profissionais que não se adequarem às Normas e Resoluções do Conselho

Federal de Contabilidade, serão penalizados, defendendo também os interesses da sociedade.

Segundo Sanz (apud SILVA E RODRIGUES, 2008, p. 13):

Page 45: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

44

O CFC através dos Conselhos Regionais de Contabilidade, com o propósito de

conscientizar permanentemente os profissionais da contabilidade quanto ao

cumprimento dos deveres profissionais, e minimizar o número de autuações

emitidas pelo Regional, busca em primeira instância, desenvolver uma Fiscalização

Preventiva aos profissionais nunca visitados.

Após a orientação da fiscalização, os profissionais que vierem a desenvolver suas

atividades em desacordo com as normas vigentes pelo CFC, quando alcançados pela

fiscalização mediante diligência externa ou denúncias protocoladas na regional, sem que

ocorra regularização do fato gerador ou comprovação da inexistência do mesmo, deverá ser

penalizado.

Conforme o CRCSC (2011) de todas as proibições que geram infrações éticas que os

profissionais de contabilidade podem cometer no exercício profissional, destacam-se alguns

exemplos:

a) Angariar clientes por meio de agenciador, ou seja, utilizar-se de terceiros para obter

novos clientes, oferecendo-lhe percentuais ou outros meios como forma de pagamento por

cliente.

b) Inexecução dos serviços contábeis para os quais foi expressamente contratado e em

desobediência à legislação e às Normas Brasileiras de Contabilidade.

c) Inexecução de serviços contábeis obrigatórios, ou seja, não executar os serviços de

acordo com os princípios contábeis, não realizando os lançamentos e as demonstrações

contábeis obrigatórias.

d) Adulteração ou manipulação fraudulenta na escrita ou em documentos, com o fim

de favorecer a si mesmo ou a clientes, como por exemplo, no recolhimento de impostos.

e) Apropriação indébita, ou seja, apropriar-se de valores confiados pelos clientes para

recolhimento de impostos devidos pelas empresas aos cofres públicos.

f) Incapacidade técnica que significa realizar serviços sem ter o conhecimento e a

capacidade de fazê-lo.

g) Incapacidade técnica em virtude de erros reiterados que significa persistir nos erros

durante a execução dos trabalhos, sabendo que não está capacitado para a execução dos

mesmos.

h) Aviltamento de honorários, ou seja, ocorre quando um profissional oferece seus

serviços por preço bem inferior ao ofertado pelos demais profissionais atuantes no seu

mercado específico.

i) Concorrência desleal: Pode ser caracterizada pela propaganda desabonadora que um

profissional faça de outro colega. Poderá ocorrer na oferta de serviços de forma promocional,

Page 46: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

45

como, por exemplo: “seja nosso cliente e ganhe três meses de horários de graça”. Importante

observar que, neste caso, o profissional ou a empresa de contabilidade pode até estar cobrando

honorários superiores àqueles dos outros colegas, porém, por tratar-se de uma “oferta”,

certamente, cativará clientes em detrimento dos demais. A concorrência desleal pode ser

caracterizada também como propagandas enganosas, como, por exemplo: “seja nosso cliente e

não pague imposto de renda”.

j) Anúncio que resulte na diminuição de colega ou de organização contábil nos meios

de comunicação.

k) Retenção abusiva, danificação ou extravio de livros ou documentos contábeis,

comprovadamente, entregue aos cuidados do contabilista: Reter, abusivamente, documentos

quando da troca de profissional por parte do cliente, extraviar ou danificá-los, quando os

mesmos foram deixados em confiança sob-responsabilidade do profissional no decorrer da

prestação dos serviços.

Os profissionais da contabilidade que cometer tais ações, como expostos

anteriormente, são analisados pelo Conselho Superior de Ética de cada regional e conforme

for aplica-se uma penalidade.

O quadro 3, apresenta uma comparação das penalidades aplicáveis de acordo com a

infração cometida.

INFRAÇÕES PENALIDADES

Inexecução de serviços. Suspensão de 6 meses a 1 ano, advertência

reservada, censura reservada ou pública.

Adulteração ou manipulação fraudulenta na escrita ou

em documentos

Suspensão do exercício profissional, advertência

reservada, censura reservada ou pública.

Incapacidade Técnica. Suspensão de 6 meses a 1 ano, advertência

reservada, censura reservada ou pública.

Aviltamento de honorários Advertência reservada, censura reservada ou publica

Concorrência desleal Advertência reservada, censura reservada ou publica

DECORE sem base legal

Suspensão do exercício profissional por até 5 anos

ou multa, advertência reservada, censura reservada

ou censura pública.

Deixar de apresentar a 2ª via da Decore emitida Multa, advertência reservada, censura reservada ou

pública.

Livro diário sem registro no órgão competente Multa, advertência reservada, censura reservada ou

pública.

Retenção de livros e documentos. Suspensão, advertência reservada, censura reservada

ou publica.

Demonstrações contábeis sem base legal – Ausência

de escrituração contábil

Suspensão do exercício profissional por até 5 anos

ou multa, advertência reservada, censura reservada

ou censura pública.

Exercer a profissão sem registro Multa, advertência reservada, censura reservada ou

pública.

Acobertamento a não-habilitado ou impedido Advertência reservada, censura reservada ou

censura pública.

Page 47: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

46

Ausência de escrituração contábil. Suspensão, advertência reservada, censura reservada

ou publica.

Técnico de contabilidade exercendo a função privativa

do contador

Multa, advertência reservada, censura reservada ou

pública.

Incapacidade técnica de natureza grave, crime contra a

ordem econômica e tributária, produção de falsa prova

de qualquer dos requisitos para registro profissional e

apropriação indevida de valores confiados a sua

guarda.

Cassação.

Quadro 3: Alguns exemplos de infrações versus penalidades.

Fonte: Adaptado de CFC, 2003, p.31.

A fiscalização serve para tomar medidas rígidas em desobediência às normas e

garantir proteção à classe contábil e à sociedade. Em se tratando mais especificamente do

CRCSC, os dados mostram que a Câmara de Fiscalização, Ética e Disciplina está trabalhando

na fiscalização dos profissionais, de janeiro a maio de 2010 já foram fiscalizados 998

escritórios. Destes, alguns foram penalizados conforme o quadro 4 abaixo apresentado.

Atividades realizadas Frequência Penalidades aplicadas Frequência

Visitas realizadas 998 Censura reservada 1

Denúncias recebidas 67 Multa 3

Notificações 167 Multa e advertência reservada 34

Processos abetos 172 Multa e censura reservada 25

Processos julgados 123 Suspensão e advertência reservada 9

Processos arquivados 33 Suspensão e censura reservada 7

Suspensão e censura pública 1

Suspensões dos profissionais pelo art. 27 3

Suspensões dos profissionais pelo art. 30 18

Quadro 4: Relação das atividades realizadas pela Câmara de Fiscalização, Ética e Disciplina

do CRCSC.

Fonte: Jornal CRCSC, 2010.

O quadro 4 mostra a frequência de atividades e aplicações de penalidades do CRCSC

antes da Lei nº 12.249/10, por isso a penalidade de cassação não aparece na relação. No

entanto, através dessa lei e por uma fiscalização mais rigorosa os profissionais passarão a se

atentar mais pelos aspectos éticos e normativos editados pelo Conselho. Cabe ressaltar

também, que as instituições de ensino por consequência ampliarão os estudos de ética e de

Normas Brasileiras de Contabilidade para a formação dos ingressos na profissão.

Page 48: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

47

3.9 AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DA LEI Nº 12.249/10

Após a aprovação da lei que atualizou a regulamentação contábil, várias discursões e

opiniões surgiram a respeito. Por isso, neste tópico buscou identificar dentre essas discursões,

as vantagens e desvantagens que surgiram através deste regulamento.

Para o CFC a reformulação do Decreto-Lei nº 9.295/46 trará atualização e

modernização à função contábil. Quanto ao exame de suficiência, na primeira fase, fatos

marcantes foram diagnosticados pelo Conselho Federal de Contabilidade quando da exigência

do mesmo. Por exemplo, as instituições de ensino ampliaram os estudos de ética e de Normas

Brasileiras de Contabilidade e houve uma demanda crescente dos futuros profissionais por

obras técnicas. Para atender essa demanda, o CFC editou e publicou vários livros,

contribuindo dessa forma, com as Instituições de Ensino Superior, no esforço conjunto de

elevar a qualidade do profissional da Contabilidade formado. Outra vantagem é que através

do exame de suficiência o sistema CFC/CRCs visa garantir um padrão técnico de suficiência

aceitável perante o enorme número de bacharéis formados todos os anos.

Referente à questão da ética dos profissionais contábeis, a primeira fase do exame de

suficiência, segundo o CFC (2007), teve forte influência também nesta questão, pois através

dos dados estatísticos apresentados durante os anos em que se aplicou o exame, percebeu-se

que as autuações por infrações éticas diminuíram em 71%, conforme quadro estatístico das

notificações e autuações procedidas pelos CRCs no Brasil. Se fizer uma comparação entre

notificações e autuações, poder-se-á perceber que o papel da fiscalização do exercício

profissional em caráter preventivo tem ocorrido e atingido seus objetivos, que é prevenir e não

remediar fatos ocorridos.

ANO NOTIFICAÇÕES AUTOS

1996 16.080 33.929

1997 19.520 19.526

1998 22.033 21.845

1999 19.985 20.215

2000 17.173 16.710

2001 20.122 13.930

2002 19.989 15.208

2003 18.002 13.018

2004 20.391 12.340

2005 29.167 9.121

2006 11.275 9.676

Quadro 5: Número de notificações e autuações do sistema CFC/CRCs

Fonte: Caderno analítico, 2007.

Page 49: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

48

Quanto à alteração das penalidades, o sistema CFC/CRC por intermédio da ação

fiscalizadora visa atingir alguns objetivos tais como, a valorização da imagem da profissão

contábil e dos seus usuários, manter e orientar os profissionais qualificados a disposição da

sociedade, inferindo de certa forma, no cumprimento das questões éticas.

No que diz respeito ao fim do registro de técnico de contabilidade, Juarez Carneiro em

entrevista para Revista Brasileira de Contabilidade (nº 184, 2010) acredita ser outra

vantagem, pois vai contribuir para a diminuição das ocorrências notificadas pelo CRC’s. De

acordo com os dados estatísticos do Sistema CFC/CRC’s mostram que o maior contingente de

profissionais com processos éticos e administrativos são os que possuem o registro de

Técnicos de Contabilidade.

Outra vantagem é referente à prerrogativa expressa na lei das atribuições do CFC em

editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional trazendo à

classe contábil a certeza de que estas normas serão elaboradas por quem tem direito e

qualificação para desempenhar tal função.

Portanto, com esta segunda fase do exame de suficiência e das alterações advindas da

Lei nº 12.249/10, o CFC quer intensificar o que aconteceu na fase anterior, garantindo o

profissional devidamente habilitado e qualificado no mercado, à melhoria dos currículos dos

cursos de contabilidade e uma rigorosa e intensa fiscalização do exercício profissional,

proporcionando credibilidade à sociedade.

Nas dircursões em redes sociais há outros relatos semelhantes ao do CFC, como os do

executivo Marcos Apóstolo8 que acredita que com o registro vinculado à aprovação no teste,

as contratações se concentraram nos aprovados pelo exame. Relata ainda que nem todos

passarão no exame de suficiência e com a diminuição de profissionais, os salários devem

aumentar e os profissionais serão valorizados. Entretanto, ressalta que o reflexo dessas

mudanças deva ocorrer, mais ou menos, a partir de um ano da aplicação do exame.

Outro relato é do vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, Luiz

Fernando Nóbrega9 em uma de suas palestras discursou que o exame de suficiência é uma

importante ferramenta de seleção, pois disponibilizarão no mercado apenas os profissionais

que demonstrarem plenos conhecimentos da área. Além disso, Nóbrega enalteceu a profissão

ao discutir que com as alterações da Lei nº 12.249/10 a tendência é para que haja Educação

8 Disponível em: http://contabilidadepublica.wordpress.com/2010/08/05/contabilistas-com-nova-lei-salarios-

devem-aumentar/. Acesso em: 01 out. 2011. 9 Disponível em: http://contabilidadepublica.wordpress.com/2010/07/22/tema-do-terceiro-dia-do-programa-de-

ferias-do-crc-sp-%e2%80%93-exame-de-suficiencia/. Acesso em: 01 de out. 2011.

Page 50: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

49

Continuada a todos os profissionais da área contábil, e não somente aos auditores como é feita

atualmente.

Através das discursões em redes sociais não há relatos sobre desvantagens da

aplicação da Lei nº 12.249/10. Somente, no que se refere ao percentual baixo de aprovados do

primeiro exame de suficiência, que segundo o CFC já era esperado. Há várias opiniões que

este fato aconteceu devido ao nível de ensino nas instituições.

Page 51: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

50

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo descreve o método de pesquisa utilizado para as consecuções da

problemática da pesquisa, dos objetivos propostos, apresentando considerações acerca da

classificação da pesquisa, população e amostra, técnica aplicada nas etapas de coleta,

tratamento, análise e interpretação dos dados.

A pesquisa objetiva produzir novos conhecimentos acerca da profissão através de

procedimentos científicos, conforme discursa Marconi e Lakatos (2009, p. 43):

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de

pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para se descobrir verdades parciais. Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para as questões

propostas, utilizando métodos científicos.

Gil (2009) também discursa que a pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos

conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros

procedimentos científicos, que por sua vez são bem diversos, dependendo do campo de

conhecimento, sendo classificadas por tipologias.

A seguir, apresenta-se a elucidação do enquadramento metodológico desta pesquisa.

4.1 NÍVEIS DE PESQUISA

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho quanto à natureza da pesquisa

classifica-se como sendo uma pesquisa pura, básica ou teórica, pois não tem por finalidade a

utilização prática, mas contribui para o avanço do conhecimento da teoria estudada. Pois, com

a entrada em vigor da Lei nº 12.249/10, pretendeu-se nesta pesquisa buscar apenas o

conhecimento da matéria aprovada, identificando as mudanças causadas por ela na profissão

contábil e nas percepções dos estudantes pesquisados. E neste sentido, teve como meta apenas

o estudo aprofundado da Lei, desejando adquirir conhecimentos e por isso não terá aplicação

prática em nenhuma área. Segundo Gil (1999 apud SILVA, 2011, p. 10), “a pesquisa básica

objetiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática

prevista. Envolve verdades e interesses universais”.

Page 52: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

51

Quanto à forma de abordagem do problema a pesquisa é quali-quanti, pois através da

aplicação do questionário os dados obtidos foram tabulados utilizando técnicas estatísticas e

através desses resultados algumas questões foram analisados qualitativamente. Conforme

conceitua Gil (1999 apud SILVA, 2011, p. 10):

Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa

traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer

o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana,

desvio padrão, coeficiente de correlação, e outros).

Já a pesquisa qualitativa, refere-se às informações que não são passíveis de quantifica-

las. Tais dados expressarão, por exemplo, a análise das percepções dos formandos quanto a

Lei nº 12.249/10. De acordo com Gil (1999 apud SILVA, 2011, p. 10), existe uma relação

dinâmica entre a atualidade e os profissionais da contabilidade, ou seja, há um vínculo

indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade dos profissionais que não pode ser

traduzido em números. “A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são

básicas no processo de pesquisa qualitativa”. Richardson (1999, p. 80) também menciona que

os estudos qualitativos podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a

interação de certas variáveis, compreender e classificar as particularidades do comportamento

dos indivíduos.

Com relação aos objetivos deste estudo, a pesquisa classifica como sendo descritiva.

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento

de relações entre variáveis. [...] uma de suas características mais significativas está

na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e

a observação sistemática. (GIL, 2002, p. 42).

Esta pesquisa descreve através da aplicação do questionário as percepções e os

conhecimentos dos futuros profissionais no presente momento, além de também se possível

identificar, embora bem pouco, como estão os Cursos de Graduação de Ciências Contábeis

nas IES de São José/SC.

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Os métodos utilizados para a coleta de dados dessa pesquisa, quanto aos

procedimentos técnicos, pode-se identificar como sendo pesquisa bibliográfica, pois utilizou-

se de referencial teórico, constituído principalmente de livros, revistas, publicações em jornais

Page 53: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

52

e artigos científicos e sites de internet. As fontes primárias deste estudo são as leis pertinentes,

como por exemplo, a Lei nº 12.249/10 que é a principal deste estudo. Já as fontes secundárias

se enquadram os livros, artigos científicos e publicações diversas tanto em revistas, jornais

impressos como no meio virtual. Para Oliveira (2002 apud SILVA, 2011, p.11):

A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e os

materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho

científico ou técnico-científico. Realizada em bibliotecas públicas, faculdades,

universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das

bibliotecas virtuais.

Ainda no que tange aos procedimentos técnicos a pesquisa classifica-se como pesquisa

de levantamento, pois ocorreu a coleta de informações dos alunos formandos de contabilidade

no que diz respeito à aprovação da Lei nº 12.249/10. Para Gil (2009, p.55), as pesquisas de

levantamento também conhecidas por survey:

[...] caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se

deseja conhecer. Basicamente, precede-se a solicitação de informações a um grupo

significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante

análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados.

O levantamento das informações da pesquisa foi realizado mediante aplicação de um

questionário aos integrantes da amostra.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Para Gil (2009) quando a pesquisa é do tipo de levantamento é muito frequente

trabalhar com uma amostra, ou seja, uma parte dos elementos que compõe a população que é

definida por um processo de amostragem. Barbetta (2007, p.27) define população como sendo

“o conjunto de elementos que queremos abranger em nosso estudo e que são passíveis de

serem observadas, com respeito às características que pretendemos levantar”.

Marconi e Lakatos (2009, p. 112) conceitua população como “o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.

Nesta pesquisa, a população alvo é composta por alunos matriculados na oitava fase

do Curso de Ciências Contábeis das Faculdades de São José, semestre 2011/2. Para tanto,

consultou-se o site do MEC para obter a relação de todas as Faculdades que possuem o Curso

de Bacharelado em Ciências Contábeis na região de São José/SC, conforme quadro a seguir:

Page 54: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

53

Instituição Modalidade de ensino Status

UNIP À distância Ok

UNIFACS À distância Não possui sede

UNC À distância Não possui sede

IESGF Presencial Ok

FASC Presencial Não possui 8ª fase

ESEC Presencial “Fechou”, os alunos

foram transferidos.

UNIBAN Presencial Ok

USJ Presencial Ok

Quadro 6: Lista das Faculdades de São José/SC credenciadas pelo MEC

Fonte: MEC, 2011

Após analisar as Faculdades listadas pelo MEC, delimitou-se a população alvo em

serem somente os alunos das Faculdades com cursos presenciais, tal delimitação justifica-se

por ser mais acessível obter informações com os estudantes destas Faculdades do que com as

Faculdades com a modalidade à distância, já que são em maior número e por possibilitar

aplicar o questionário pessoalmente.

Nesta pesquisa, faz saber que não foi interessante o uso de um plano de amostragem

pelo fato de a pesquisa apresentar características de fácil mensuração, população

relativamente pequena e possibilidade de interrogar todos os alunos da oitava fase de todas as

Faculdades selecionadas. Neste caso, esta pesquisa classifica-se como sendo uma pesquisa

censitária. (BARBETA, 2007)

A população de formandos do curso de Ciências Contábeis do segundo semestre de

2011 das instituições integradas ao sistema MEC com modalidade presencial totaliza 102

alunos, conforme dados obtidos junto aos coordenadores dos cursos. A população acessível

no momento da pesquisa totalizou-se 81 alunos, os demais fazem parte os alunos ausentes no

dia da pesquisa.

Para coleta de dados, entrou-se em contato com as instituições relacionadas no quadro

6, conforme descrito no tópico a seguir.

4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Primeiramente buscou-se levantar os assuntos norteadores deste trabalho através de

fontes bibliográficos de livros, artigos científicos, publicações em jornais, revistas e sites da

internet que fundamentasse o tema proposto. Depois de concluído esta coleta de dados,

Page 55: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

54

consultou-se o site do INEP para obter o endereço, o telefone e o e-mail das IES,

reconhecidas pelo MEC, que possuíam o curso de ciências contábeis no município de São

José.

Posteriormente, estabeleceu-se contato via telefone e e-mail para agendar um horário

para conversar pessoalmente com o coordenador do curso de cada IES. Neste encontro, foi

realizada uma conversa a respeito do tema da pesquisa, em seguida a solicitação da

autorização para entrar na sala de aula e a verificação da disponibilidade do dia para estar

aplicando o questionário nas turmas da última fase do curso.

Para compor o questionário (anexo A), foram elaboradas vinte e três perguntas de

questões fechadas e uma opcional aberta, voltadas com perguntas que pudessem atender os

objetivos propostos desta pesquisa. De acordo com Gil (2009, p. 121), esta técnica de

investigação, tem a intenção de identificar o “conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,

interesses, expectativas, comportamento presente ou passado e outras”. Porém, antes da

aplicação definitiva do questionário, foi realizado um pré-teste de quinze questionários, para

que com isso pudesse corrigir eventuais erros de formulação. O período de aplicação da coleta

dos dados foi nos dias 31 de agosto, 01 e 10 de setembro de 2011 nas instituições IESGF, USJ

e UNIBAN, respectivamente.

As respostas obtidas do questionário foram tabuladas e analisadas conforme descrito

no próximo tópico.

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Segundo Gil (2009) a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal

forma que possibilite responder o problema de pesquisa. A interpretação consiste no

contrabalanço dos dados com a teoria. Os processos de análise e interpretação variam muito

dependendo do procedimento técnico adotado.

Para analisar os objetivos propostos deste estudo e responder a pergunta de pesquisa

foi feito uma tabulação manual dos dados obtidos para uma tabela do excel e, em seguida a

interpretação dos dados com relação a teoria em estudo. Neste sentido, desenvolveu-se uma

análise descritiva, apresentando uma visão geral dos resultados obtidos, através de tabelas e

gráficos estatísticos em porcentagem (%), para possibilitar uma melhor compreensão dos

resultados.

Page 56: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

55

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, apresentam-se as informações coletadas junto aos formandos dos

cursos de ciências contábeis de São José, analisando-se o perfil pessoal e profissional, as

percepções da Lei nº 12.249/10 e suas alterações, dos assuntos relacionados à ética, das

vantagens e desvantagens das novas exigências legais para a profissão.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FORMANDOS

Os cursos de ciências contábeis das instituições de ensino superior – IESGF, UNIBAN

e USJ (2011) - pesquisados têm como objetivo formar contadores de informações éticos e

responsáveis, com capacidade para realizar estudos e interpretação dos fenômenos que afetam

as ocorrências patrimoniais, econômicas e financeiras de qualquer entidade, seja ela pessoa

física, empresa, entidades sem fins lucrativos ou de direito público, com o intuito de informar,

orientar e guiar a administração da empresa em termos de gestão e tomada de decisões. O

bacharel em ciências contábeis das três instituições pesquisadas identifica-se por ter um perfil

empreendedor e de integração, prezando pela ética e a responsabilidade, consciente da

relevância do seu papel no desenvolvimento da sociedade. Neste sentido, para as instituições

pesquisadas, os formandos para atender as expectativas do mercado de trabalho devem ser

capazes de desenvolver as funções de contador geral, perito, auditor interno e externo,

consultor, controller, planejador tributário, financeiro, bem como funções administrativas em

geral.

5.1.1 Gênero e idade

Para Gil (2006), durante muito tempo o corpo discente foi composto por alunos do

sexo masculino provenientes de estratos sociais pouco diferenciados. Atualmente, porém, o

processo de democratização vem ampliando o acesso ao ensino superior e agregando pessoas

com distintas heranças culturais, motivações, competências e conhecimentos. Essa

diversidade, segundo o autor, tende a contribuir para o desenvolvimento do País e para o

aumento do número de mulheres contabilistas.

Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2006):

Page 57: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

56

Cada vez mais a mulher vem ocupando espaços em diferentes setores e atividades,

muita destas posições consideradas redutos masculinos. Muitas crenças com relação

à diferença dos sexos estão caindo, principalmente aquelas que atribuíam ao homem

o domínio inquestionável da matemática. Durante séculos, ciências como a física, a

engenharia, a astronomia, a química e a contabilidade foram matérias inadequadas

para as mulheres.

Anualmente, o CFC promove o Encontro Nacional da Mulher Contabilista para que as

profissionais obtenham aprimoramento técnico-cultural e participem cada vez mais da vida

social e política do País. Ao todo já foram 8 edições sendo que a primeira edição deste

encontro ocorreu em 1991, na cidade do Rio de Janeiro, juntamente com a 43ª Convenção de

Contabilistas do Estado. A VI edição realizou-se em 2007 no Estado de Santa Catarina. E a

VIII foi em Caldas Novas (Goiás) e teve como lema: Mulher, conhecimento, criatividade e

leveza. (CFC, 2011).

Essas afirmações se refletem também na pesquisa realizada, conforme a tabela 1, onde

se apresenta o número de formandos por gênero dos cursos de ciências contábeis de cada uma

das instituições pesquisadas.

Tabela 1: Distribuição dos formandos por gêneros

GÊNERO IESGF USJ UNIBAN TOTAL

MASCULINO 14 09 10 33

FEMININO 25 11 12 48

TOTAL 39 20 22 81

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Observam-se, nos dados coletados que 48 dos 81 formandos pesquisados são do sexo

feminino, demostrando como já foi citado uma significativa mudança cultural, pois até há

pouco tempo o cargo de contador era ocupado somente por homens. Em termos percentuais,

verificou-se que 59% da amostra pesquisada é composta por representantes do sexo feminino,

demostrada no gráfico 2.

Page 58: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

57

Gráfico 2: Distribuição dos formandos por gênero

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Ressalta-se, no entanto, que os percentuais de gênero variam de região para região.

Segundo o CFC (2011), em setembro de 2010, as mulheres já representavam 41% dos

profissionais da contabilidade, o que alcança um total de aproximadamente 201.367

contadoras em plena atividade.

Referente à idade desses formandos, o gráfico 3 demonstra os resultados obtidos.

Gráfico 3: Idade dos formandos

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Quanto à idade dos formandos verifica-se que a maioria dos formandos pesquisados

representa um público jovem. Os dados mostram que 35% têm entre 20 a 22 anos, 21% entre

23 a 25 anos, 20% entre 26 e 28, 6% entre 29 e 31 anos e 19% possui idades acima de 32

anos.

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

59,26%

40,74%

0% 10% 20% 30% 40%

Entre 20 e 22

Entre 23 e 25

Entre 26 e 28

Entre 29 e 31

Acima de 32

35%

21%

20%

6%

19%

Page 59: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

58

5.1.2 Cursos de graduação

A mudança advinda da Lei nº 12.249/10 sobre o exame de suficiência atingiu os

formandos pesquisados. Ao ingressar no curso de ciências contábeis, independentemente de

possuir outras graduações, os alunos tinham a perspectiva de que ao concluir o curso estariam

habilitados para exercer a profissão após se registrar no CRC’s de seu domicílio. Após a

implementação da lei estes formandos precisam passar pelo exame de suficiência (ver

capítulo 3.8.1). Diante disso, neste tópico buscou-se identificar o percentual de formandos que

possuem outras graduações e verificar o percentual de alunos que quando escolheram o curso

de ciências contábeis, se a escolha permaneceria, caso já soubessem que haveria este exame

de suficiência.

a) Quanto ao percentual de formandos que possuem outras graduações, a tabela 2

mostra as respostas obtidas na pesquisa.

Tabela 2: Percentual de formandos que possui outras graduações

RESPOSTA FREQUÊNCIA PERCENTUAL

SIM 04 5%

NÃO 77 95%

TOTAL 81 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Constatou-se com a pesquisa que pelo fato de ser um público jovem o curso de

Ciências Contábeis é a primeira formação de nível superior de 95% dos alunos entrevistados,

enquanto 5% disseram já possuir outro curso de graduação.

b) Quanto ao percentual de alunos que mudariam ou não a escolha de fazer o curso de

ciências contábeis, caso já soubessem do exame de suficiência. A pesquisa revelou que 86%

dos formandos responderam que se soubessem a quatro anos que iria passar por um exame

deste quesito, a escolha continuaria a mesma. Já, 12% dos formandos responderam que se

soubessem deste exame escolheriam outro curso e 2% não opinaram.

5.1.3 Trabalho e remuneração

Uma das formas de se avaliar as perspectivas de uma atividade profissional é saber se

ela está sendo bem remunerada e se há empregabilidade. Nesta pesquisa, constatou-se que

todos os formandos encontra-se empregado, o que demonstra que o mercado de trabalho está

favorável aos formados em Ciências Contábeis. De acordo com os dados da tabela 3, destes

empregados, verifica-se que 63% dos entrevistados já atuam na área, ou seja, mais que a

Page 60: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

59

metade. Tal fato pode ser explicado pelas várias ofertas de bolsa de estágios oferecidas pelas

empresas, como forma de estimular o aprendizado e exercer a profissão durante o período

escolar. Geralmente, as vagas são oferecidas por um centro de integração empresa-escola

onde ora contratado, o estudante assina um contrato de estágio com o empregador, a

faculdade e o centro por um período de tempo e a maioria das vezes tem a possibilidade de ser

contratado.

Tabela 3: Relação dos percentuais de formandos que já atua na área

RESPOSTA IESGF USJ UNIBAN TOTAL PERCENTUAL

SIM 24 13 14 51 63%

NÃO 15 07 08 30 37%

TOTAL 39 20 22 81 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Quanto à remuneração dos formandos pesquisados, observa-se, no gráfico 4, que

apenas 4% recebem até R$ 545,00, 59% dos formandos possuem renda mensal entre R$

545,01 e R$ 1.635,00, 33% entre R$ 1.635,01 e R$ 2.725,00, 2% acima de R$ 2.725,01 e 1%

não respondeu.

Gráfico 4: Percentual de remuneração dos formandos

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Nesta questão, a pesquisa mostrou que a maioria dos formandos possui um salário

adequado à realidade econômica do País, pois atualmente o salário mínimo no Brasil é de R$

545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).

Até 545,00

545,01 a 1.635,00

1.635,01 a 2.725,00

Acima de 2.725,01

Não respondeu

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

4%

59%

33%

2%

1%

Page 61: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

60

5.1.4 Acompanhamento dos formandos quanto as mudanças na contabilidade

Esta pergunta era de múltipla escolha e teve como intuito de verificar como os

estudantes acompanham as mudanças na contabilidade e qual a sua ordem de importância,

ilustrado no gráfico 5.

Quando perguntados se acompanham as mudanças devido ao trabalho, 48% disseram

que acompanham por necessidade, enquanto de 20% acompanham por obrigação e 7% por

amor a profissão. Os acadêmicos acompanham as mudanças por obrigação quando estão na

Instituição de Ensino, é o que responderam 47%. Depois por necessidade (44%) e em seguida

por amor a profissão (22%). A pesquisa mostra que 37% dos acadêmicos que acompanham as

mudanças por conta própria é por necessidade, enquanto que 26% acompanham por amor a

profissão e o restante 14%, por obrigação.

Gráfico 5: Grau de importância do acompanhamento das mudanças da contabilidade

Fonte: Dados da pequisa, 2011.

Esta pergunta foi de múltipla escolha com a intenção de demonstrar que apesar das

grandes mudanças que cercam a contabilidade como matéria e como objeto de trabalho, não

impede que acadêmicos prestes a entrarem no mercado de trabalho, acompanhem primeiro

por necessidade, depois por obrigação e por fim, por amor a profissão, exatamente nessa

ordem de importância.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

Necessidade Obrigação Amor a Profissão

130%

80%

56%

Page 62: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

61

5.1.5 Percepção dos formandos sobre a Lei nº 12.249/10

Após elucidar algumas características do perfil dos formandos, descrevem-se neste

tópico as percepções dos formandos sobre as questões relacionadas com a Lei nº 12.249/10.

Como já foi citada, a lei no seu teor traz duas mudanças significativas para a profissão, à

aprovação no exame de suficiência e maior grau de fiscalização do exercício profissional,

com o aumento das penalidades. Neste sentido, na pesquisa realizaram-se duas questões e os

resultados estão demonstrados na tabela 4, uma com ênfase na percepção dos formandos

sobre a aprovação da lei quanto ao exame e outra no que diz respeito ao aumento das

penalidades.

Quanto à percepção da Lei nº 12.249/10 sobre a regulamentação do exame de

suficiência para os formandos a partir de 2010, os resultados obtidos na pesquisa mostraram

que a maioria concorda com a aprovação da Lei nº 12.249/10 no que se refere à aplicação do

exame de suficiência para obtenção do registro profissional nos Conselhos Regionais de

Contabilidade. Do total de 81 alunos pesquisados, 72% são a favor enquanto 28% dos

formandos desaprovam a regulamentação da lei neste aspecto.

Quanto à percepção dos formandos do aumento das penalidades trazidas com a Lei nº

12.249/10, a maior parte dos formandos também foi a favor da lei em torno de 79%, enquanto

19% contra e 2% não opinaram.

Tabela 4: Percentuais sobre a percepção da Lei nº 12.249/10

Respostas Referente ao exame de suficiência Referente às penalidades

À favor 72% 79%

Contra 28% 19%

Não opinou 0% 2%

Total 100% 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Na tabela 5 encontra-se a opinião dos formandos sobre se concordam ou não com as

formas previstas de penalidades aplicáveis por infração durante o exercício profissional

contábil. De acordo com o resultado da pesquisa, observa-se que por ser esta questão de

múltipla escolha a maior concentração das respostas mostrou que 83% concordam com a

penalidade de advertência e censura reservada e/ou pública. Depois, em segundo lugar com

79% responderam que concordam com a suspensão, em terceiro lugar com 67% com a

cassação e por último 48% concordam com as multas. Já, o percentual de formandos que não

concorda com as penalidades previstas ficou em primeiro lugar com 51% respondentes não

Page 63: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

62

concordam com as multas, 32% responderam que não concordam com a cassação, 19% com a

suspensão e por último com 15% responderam que não concordam com a penalidade de

advertência, censura reservada e/ou pública.

Quanto à nova penalidade inclusa (cassação) fazendo uma comparação dos resultados,

a pesquisa revelou que 67% dos pesquisados concordaram com esta alteração, enquanto 32%

discordaram, ou seja, mais que a metade. Isto demonstra que esta modalidade foi bem aceita

entre os formandos desta pesquisa.

Tabela 5: Opinião dos formandos quanto às penalidades aplicáveis por infração

Respostas Multas Suspensão Cassação Advertência, Censura

reservada e pública

Concordam 48% 79% 67% 83%

Discordam 51% 19% 32% 15%

Não responderam 1% 2% 1% 2%

Total 100% 100% 100% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Os casos de infrações éticas que são suscetíveis à penalidade estão previstos pelo

Código de Ética Profissional do Contador (CEPC) e abrange toda a classe contábil. Este

código visa dar uma maior garantia de que todos os profissionais ajam com capacidade

técnica, observem os Princípios e as Normas de Contabilidade. Neste sentido, questionou-se

os acadêmicos no que diz respeito ao conhecimento sobre o CEPC. O resultado obtido

mostrou que a maioria conhece o CEPC, em torno de 69%, porém um percentual considerável

de formandos ainda desconhece, conforme se verifica no gráfico 6.

Gráfico 6: Conhecimento dos formandos do Código de ética profissional do contador

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Pode-se concluir que este percentual de 31% que não conhece o CEPC não sabe quais

são os deveres, direitos e obrigações que os profissionais devem ter no exercício profissional,

podendo a vir ocasionar no futuro alguma infração por desconhecer a legislação.

69%

31%

Sim

Não

Page 64: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

63

Em outros questionamentos da pesquisa buscou-se levantar as vantagens e ou

desvantagens com a aprovação da Lei nº 12.249/10 na percepção dos formandos. Os

resultados obtidos estão expostos na tabela 6, e mostram que 85% acreditam que com uma

maior fiscalização do CFC e a possibilidade de ter o registro cassado, as ocorrências por

infrações ético-disciplinares tendem a diminuir com o passar dos anos. Este fato já foi

observado pelo CFC quando existiu o exame de suficiência, nos anos de 2000 a 2004.

Tabela 6: Vantagens da Lei nº 12.249/10 na percepção dos formandos

Vantagens Registro cassado Fim do registro de técnico

Sim 85% 83%

Não 14% 16%

Não respondeu 1% 1%

Total 100% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

A lei também trouxe o fim do registro técnico a partir de 2015. Neste sentido,

perguntou-se aos formandos se eles estão satisfeitos com esta alteração, se acreditam ser

vantajosa. A pesquisa mostrou que sim, 83% mostraram-se a favor da extinção do registo de

técnico enquanto 16% não concordaram com esta alteração. Tal resposta já era prevista,

devido ao fato de que os cursos técnicos não apresentam a mesma estrutura curricular do que

os cursos de graduação. E, também por estarem competindo no mercado de trabalho com

menos conhecimento do que um bacharelado.

Observou com a pesquisa que mesmo alguns formandos não acreditem serem

vantagens estas alterações a grande maioria acredita que estas alterações são condizentes com

o exercício profissional.

5.1.6 Percepção quanto ao exame de suficiência

O exame de suficiência é uma prova destinada a avaliar os conhecimentos adquiridos

dos formandos durante o curso de graduação para atuar no mercado de trabalho. Neste

sentido, buscou-se identificar junto aos acadêmicos qual a opinião destes quanto à

reimplantação do exame de suficiência, se concordam ou discordam e, em seguida conforme a

resposta era solicitado ao pesquisado, a responder uma questão de múltipla escolha os

motivos pelo qual responderam a questão anterior. Os números mostram que a maioria dos

formandos pesquisados concorda com a aplicação da prova, em torno de 64% enquanto 35%

não concordam com a volta do exame de suficiência e 1% não responderam. Esta resposta já

era prevista, pelo fato de a maioria dos respondentes terem sido a favor da lei que

Page 65: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

64

regulamentou a obrigatoriedade do exame. De todas as faculdades pesquisadas, somente os

formandos do IESGF ficaram confusos na hora de responder esta questão, pois deu empate

nas respostas e uma pessoa não quis responder. Nas outras duas faculdades não houve dúvida

na hora de optar pelas respostas, conforme dados da tabela 7.

Tabela 7: Percepção dos formandos quanto à reimplantação do exame de suficiência

RESPOSTA IESGF USJ UNIBAN TOTAL %

Concordam 19 14 19 52 64%

Discordam 19 6 3 28 35%

Não respondeu 1 0 0 1 1%

Total 39 20 22 81 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Referente aos motivos que levaram os 52 formandos a concordar com a volta do

exame de suficiência, 69% respondeu ser porque melhorará o nível de ensino nas instituições,

empatados com 63% responderam que concorda com a volta porque obterão o registro

somente os capacitados e eliminará o número de profissionais e consequentemente o número

de concorrentes no mercado de trabalho, 35% responderam por que avaliará questões técnicas

e éticas dos futuros profissional. E, por último um índice de 6% acredita que existem outros

motivos não elucidados nesta questão. No gráfico 7 está demonstrado o percentual de todos os

motivos expressos pelos formandos. Analisando o gráfico verifica-se que estes motivos

representam na opinião dos formandos as vantagens de aplicar o exame de suficiência.

Gráfico 7: Percepção das vantagens do exame de suficiência contábil.

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Melhorará o nível de ensino contábil nas

instituições.

Obterá o registro somente os capacitados

para o exercício profissional.

Eliminará os profissionais incapacitados e

o número de concorrentes no mercado.

Avaliará questões técnicas e éticas do

futuro profissional.

Outros.

69%

63%

63%

35%

6%

Page 66: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

65

Quanto aos motivos dos 28 formandos que não concordam com o exame, 64% acham

desnecessário ser avaliado novamente após obter o certificado de bacharel em ciências

contábeis. Em segundo lugar, 43% não concordam que uma prova avalie o conhecimento do

profissional. Em terceiro lugar, 36% argumentam que não estão preparados para fazer a

prova. Em quarto lugar, 14% dos formandos acham que é uma forma de segregação social, ou

seja, serão aprovados aqueles que tiveram a oportunidade de estudar nas melhores faculdades,

e em por último um percentual de 7% acha que cabe ainda outros motivos não enumerados

nesta questão, conforme o gráfico 8.

Gráfico 8: Percepção das desvantagens do exame de suficiência contábil.

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Fazendo a mesma análise realizada no gráfico anterior, conclui-se que estes motivos

demonstrados no gráfico 8 pelos formandos que discordam do exame representam para estes

as desvantagens da aplicação do exame de suficiência.

Os formandos também foram questionados quanto à grade curricular do seu curso se

para prestar o exame de suficiência. Ressalta-se que esta questão não possuía vínculo com a

questão anterior. A tabela 8 apresenta o percentual do resultado obtido nesta questão. Segundo

67% dos alunos pesquisados acreditam que a grade curricular do curso não é suficiente para

prestar o exame. Neste caso, foi possível verificar um problema que os formandos enfrentarão

para realizar o exame de suficiência. Das três faculdades pesquisadas a maior concentração

das respostas foi negativa, com exceção da instituição Uniban onde 68% dos formandos desta

instituição acreditam estarem bem preparados para prestar o exame de suficiência. Porém,

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Acha desnecessário ser avaliado novamente

após obter o certificado de bacharel em…

Não concorda que uma prova avalie o

conhecimento profissional.

Não se sente preparado para fazer a prova.

É uma forma de acontecer segregação social.

Outros.

64%

43%

36%

14%

7%

Page 67: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

66

numa visão geral o número total dos formandos que responderam negativamente a este

questionamento superou os que responderam positivamente.

Faz necessário descrever que ao observar os dados obtidos na instituição IESGF

verificou que quase a totalidade dos formandos (87%) acredita que a grade do curso não é

suficiente para a realização do exame de suficiência. Já, a USJ este índice ficou em torno de

70%.

Tabela 8: Percepção sobre a grade curricular do curso para o exame de suficiência.

RESPOSTA IESGF USJ UNIBAN TOTAL %

Bom 3 6 15 24 30%

Ruim 34 14 6 54 67%

Não respondeu 2 0 1 3 4%

Total 39 20 22 81 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Na tabela 9 relaciona os dados obtidos com a pergunta se pretendem fazer um curso

preparatório para prestar o exame. Analisando a tabela, percebeu-se que a maioria dos

formandos encontrava-se indecisos, dando quase empate nas respostas. Porém, com uma

diferença mínima, a alternativa que apresentou mais respostas, em torno de 51% definiu que

os formandos pretendem fazer um curso preparatório antes de prestar o exame de suficiência.

Deste percentual, 30% representam as respostas dos formandos da instituição IESGF, como já

verificado anteriormente, os formandos desta instituição não se sentem preparados para fazer

a prova e por isso pretendem fazer um curso preparatório.

Em contrapartida, um número também significativo de 48% não pretende fazer um

curso preparatório para o exame de suficiência contábil.

Tabela 9: Percentuais que pretendem fazer um curso preparatório para o exame

Curso preparatório IESGF USJ UNIBAN TOTAL %

Sim 24 08 09 41 51%

Não 14 12 13 39 48%

Não respondeu 01 0 0 01 1%

Total 39 20 22 81 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Atualmente, o exame de suficiência por se algo novo e obrigatório no que diz respeito

à aprendizagem causa muita preocupação. Pois, só pelo fato de estarem sendo avaliados, os

Page 68: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

67

alunos já ficam apreensivos, além de ser competitivo. O exame de suficiência contábil é

semelhante a um concurso ou a uma vaga de emprego, passando por testes até ser

classificado. Neste sentido, questionaram-se os alunos sobre o exame de suficiência e o

mercado de trabalho. Conforme o gráfico 9, os alunos concordam que através do exame de

suficiência contábil é possível selecionar ou diferenciar melhor o profissional no exercício

profissional.

Gráfico 9: Percepção do exame de suficiência em relação ao mercado de trabalho.

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

O resultado obtido com a pesquisa apresentou um índice de 58% que concorda que o

exame de suficiência será uma forma de selecionar os profissionais do campo profissional,

estabelecendo um filtro de quem estará de acordo com os conhecimentos mínimos adequados

para o exercício da profissão. Entretanto, 38% dos formandos acreditam que o exame de

suficiência para o mercado de trabalho não faz diferença. E, 2% não responderam esta

questão.

Neste mesmo âmbito, na tabela 10 apresenta o resultado da pesquisa quando

questionados sobre se o exame de suficiência avalia o profissional apto a exercer a profissão.

Do total de formandos, 51% acreditam que o exame pode até ser uma forma de seleção dos

profissionais, mas não serve como ferramenta de avaliação. Em um primeiro momento o

exame será uma “peneira”, somente obterá aprovação aquele que demonstrar o conhecimento

exigido. Mas, por outro lado, alguns acreditam que por estarem sendo pressionados com uma

prova acabam reprovando, mesmo tendo o máximo de conhecimento exigido. Outros

argumentam que não conseguem demonstrar seus conhecimentos na parte teórica como na

parte prática e vice-versa.

A pesquisa evidenciou que a maioria dos formandos da IESGF, mas precisamente 26

alunos acham que um exame deste perfil não é uma forma de avaliar o profissional apto a

58% 38%

4%

Seleciona

Não seleciona

Não opiniou

Page 69: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

68

exercer a profissão em contrapartida com a maioria da faculdade Uniban, em torno de 16,

acreditam que o exame é uma forma de avaliar o profissional apto a exercer a profissão.

Em relação à Universidade USJ, 50% dos formandos acreditam que o exame avalia o

profissional apto a exercer a profissão e 50% acha que não.

Tabela 10: Percepção do exame de suficiência em relação à avaliação profissional.

RESPOSTA IESGF USJ UNIBAN TOTAL %

Sim 12 10 16 38 47%

Não 26 10 05 41 51%

Não respondeu 1 1 1 3 4%

Total 39 20 22 81 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Nesta mesma ordem, foi questionado aos formandos se o exame aumenta o nível de

qualificação profissional, neste quesito as respostas foram interessantes, apresentando um

índice positivo de 70% que acreditam que o exame de suficiência aumenta o nível de

qualificação dos profissionais contábeis, dando mérito aos que se dedicam e respeitam a

profissão contra 28% que acreditam que o exame não aumenta a qualificação profissional,

conforme gráfico 10.

Gráfico 10: Percepção do exame de suficiência em relação a qualificação profissional

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Por curiosidade, questionou os formandos sobre dois aspectos, uma refere-se ao tempo

em que o exame de suficiência não foi aplicado e outra se refere aos honorários do contador.

Referente ao primeiro questionamento sobre o exame de suficiência que permaneceu

paralisado desde 2004, por falta de previsão legal, todos que se formaram conseguiram pegar

70%

29%

1%

Aumenta

Não aumenta

Não respondeu

Page 70: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

69

o registro profissional da categoria sem precisar passar por nenhum exame. O diploma da

faculdade era a única garantia de que este egresso estava devidamente habilitado para

trabalhar na profissão. Desta forma, esta pergunta teve a intenção de identificar se os

formandos atuais se sentiram prejudicados e se acham que a qualidade dos profissionais

contábeis foi comprometida no período em que deixou de aplicar o exame de suficiência. As

respostas obtidas dos formandos pesquisados mostraram que a maioria não se sentiu lesado e

acredita que a qualidade dos profissionais contábeis também não ficou prejudicada. O Gráfico

11 evidencia os dados coletados numa visão geral, onde 54% acreditam que a qualidade não

ficou comprometida enquanto 44% acreditam que a qualidade foi comprometida.

Gráfico 11: Percepção da qualidade dos profissionais sem o exame de 2004 a 2010

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Observando a tabela 11 verifica-se que tal resultado foi influenciado pelo número de

respostas dos formandos da IESGF, que representam desse total em torno de 32%. Para as

outras duas instituições a percepção dos formandos quanto à qualidade dos profissionais

contábeis durante o tempo em que o exame esteve paralisado se comprometeu.

Tabela 11: Percepção da qualidade dos profissionais sem o exame de 2004 a 2010.

PERCEPÇÃO IESGF USJ UNIBAN TOTAL %

Comprometeu 12 11 13 36 44%

Não comprometeu 26 09 09 44 54%

Não respondeu 1 0 0 1 1%

Total 39 20 22 81 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Não

comprometeu

Comprometeu Não respondeu

54%

44%

1%

Page 71: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

70

Quanto ao segundo questionamento disposto na tabela 12 a respeito dos honorários do

contador, a pesquisa mostrou que 58% dos formandos acreditam que devido a todas estas

mudanças trazidas com a Lei nº 12.249/10 e diante do exame de suficiência os honorários do

contador serão mais valorizados. O mercado tem espaço para isso e com menos

competitividade o contador poderá ser mais criterioso na hora de fixar seus honorários. Por

consequência, as pessoas que necessitarão dos serviços contábeis também serão mais

criteriosas na hora de escolher um profissional graduado e devidamente habilitado. Contudo,

40 dos formandos acreditam que estas mudanças não refletirão nos honorários do contador.

Tabela 12: Perspectiva dos formandos referente aos honorários contábeis após aprovação da

lei.

Perspectiva IESGF USJ UNIBAN TOTAL %

Aumentará 20 12 15 47 58%

Não aumentará 18 8 6 32 40%

Não respondeu 1 0 1 2 2%

Total 39 20 22 81 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

De acordo com os dados da tabela 12, pode-se considerar esta percepção dos

formandos quanto às mudanças recentemente aprovadas como uma vantagem ao mercado

profissional. Concomitante a essas mudanças, a legislação brasileira também anda no mesmo

sentido, tem-se a padronização das normas contábeis, o Sped Contábil e Fiscal, a NFe, entre

todas as outras exigências do governo. Assim, devidas às exigências do mercado de trabalho e

o grau de responsabilidade dos contadores que devem sempre estar bem atualizados e

preparados poderão receber mais pelos seus serviços prestados.

Por fim, o gráfico 12, demonstra que a maioria dos formandos de todas as instituições

pesquisadas concorda que mesmo o exame de suficiência contábil sendo obrigatória, uma

ferramenta de seleção e não de avaliação, o percentual de 73% do total de formandos

acreditam que mesmo assim o exame traz e trará benefícios ao mercado profissional. Os

outros 26% acreditam que o exame de suficiência não traz benefícios algum e 1% não opinou

ou ficou na dúvida.

Page 72: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

71

Gráfico 12: Percepção quanto à geração de benefícios ao mercado profissional com o exame

de suficiência

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Numa visão geral, o gráfico 13 demonstra a percepção dos formandos referente a todas

as alterações que estão ocorrendo no cenário contábil, a percepção dos formandos quanto a

estas mudanças classificam-se em primeiro lugar como sendo necessárias, em torno de 56%.

Em segundo lugar, 27% avaliam como sendo ótimas. Outros, num total de 12% acreditam que

ainda existem outras correções a fazer e o restante num total de 4% não gostaram de nenhuma

alteração ou não quiseram responder.

Gráfico 13: Visão geral da percepção quanto às mudanças comentadas

Fonte: Dados da pesquisa, 2011.

Referente à questão aberta, 80% dos formandos não respondeu. Os 20% que

responderam deixaram algumas opiniões, como por exemplo, que este método de avaliar

deveria ser aplicado em todos os cursos que necessitam de mais profissionalismo, como por

exemplo, médicos, dentistas, professores, entre outros de maior responsabilidade social. Pois,

73%

26%

1%

Sim

Não

Não respondeu

Necessárias

Ótimas

Há ainda outras correções necessárias

Não sei do que se trata

Péssimas

Não respondeu

0% 20% 40% 60% 80%

56%

27%

12%

2%

1%

1%

Page 73: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

72

um médico sai da graduação e já pode fazer suas consultas em um postinho de saúde, lidam

diretamente com as pessoas e dependendo como trabalha podem colocar em risco uma

reputação e a vida do paciente. A indagação é por que somente os contadores e advogados

tem que passar por um exame deste perfil. Outros disseram que todas estas mudanças

engrandecem a classe contábil, pois só esta no mercado de trabalho realmente aquele que

mostrou que tem conhecimento e fez por merecer. Outros comentaram que o exame avalia

somente o conhecimento teórico, pois na prática as coisas são ás vezes um pouco diferente, e

aí é necessário ter experiência profissional para resolver os problemas contábeis do dia-a-dia.

Esta pesquisa revela a sensibilidade dos bacharéis as condições que vivem na

sociedade e as exigências de sua transformação, em vista de seu crescimento constante.

Page 74: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

73

6 COTEJAMENTO DA TEORIA COM OS RESULTADOS ENCONTRADOS

Neste tópico, buscou-se cotejar de forma breve a teoria pesquisada e evidenciada no

referencial teórico (ver capítulo 3) com a praticada aplicação da pesquisa proposta (ver

capítulo 5). Diante disso serão apontados os aspectos demonstrados por lei e a percepção dos

pesquisados em relação ao exame de suficiência, as penalidades ético-disciplinares, ao fim do

registro técnico e quanto ao código de ética da profissão.

a) Quanto ao exame de suficiência a Lei nº 12.249/10 juntamente com o Conselho

Federal de Contabilidade aborda os seguintes aspectos: trata-se de um requisito obrigatório;

interfira-a no nível de ensino, irá demonstrar um padrão técnico de conhecimento mínimo

nivelado, selecionará os profissionais, valorizando e qualificando o profissional dando o seu

devido reconhecimento e poderá influenciar no valor dos honorários.

Os resultados encontrados com a pesquisa referente ao exame de suficiência mostrou

que 72% dos formandos concordam com a obrigatoriedade por lei e pela reimplantação. São

várias as vantagens apontadas pelos formandos, todas confere com o que diz a lei. Os

percentuais obtidos com a pesquisa evidenciaram que 69% concordam porque melhorará o

nível de ensino nas instituições, 63% cada um respectivamente respondeu por ser a favor

porque obterá o registro somente os capacitados e elimina os profissionais incapacitados e o

número de concorrentes no mercado de trabalho e com 35% porque acredita que avalia

questões técnicas e éticas.

Entretanto, 35% não concordam com a reimplantação do exame pelos seguintes

motivos: primeiro com 64% porque acha desnecessário ser novamente avaliado depois de

obter o diploma, segundo com 43% não acredita que uma prova avalie o conhecimento,

terceiro 36% porque não se sente preparado para fazer a prova e 14% não concorda pelo fato

de acontecer segregação social, pois os que tiveram mais oportunidades de estudo saíram

melhor na prova.

Quanto ao nível de ensino, 67% dos alunos pesquisados acreditam que a grade

curricular do curso não é suficiente para prestar o exame. Um percentual de 51% pretende

fazer um curso preparatório após a conclusão do curso para prestar o exame, já que o ensino

não supre tal necessidade. Neste sentido, as instituições de ensino consequentemente

melhorarão o nível de ensino apresentado.

Quanto ao exame no aspecto selecionador (filtro) de profissionais, 58% concordam

com isso. Entretanto, 51% acreditam que o exame pode até ser uma forma de seleção dos

Page 75: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

74

profissionais, mas não serve como ferramenta de avaliação do conhecimento profissional.

Pois observa que na teoria é uma coisa e na prática é outra realidade. Contudo, um índice

positivo de 70% dos formandos acredita que o exame de suficiência aumenta o nível de

qualificação dos profissionais contábeis.

No que diz respeito ao tempo que o exame esteve paralisado, 54% responderam que

acreditam que a qualidade dos profissionais contábeis não ficou comprometida durante esse

tempo. E também se soubessem a quatro anos que iria ter um exame deste nível, não

mudariam a escolha pelo curso.

A respeito dos honorários contábeis, um percentual de 58% também acredita que a

médio e longo prazo estas mudanças influenciarão positivamente na remuneração.

Numa visão geral, 73% do total de formandos acreditam o exame traz e trará

benefícios ao mercado profissional e todas elas são necessárias.

b) Quanto às penalidades ético-disciplinares a Lei nº 12.249/10 juntamente com o

Conselho Federal de Contabilidade aborda os seguintes aspectos: a fiscalização será mais

rigorosa neste quesito, com foco na diminuição das infrações e atuações o CFC aumentou o

valor das multas, tem a possibilidade de suspender ou cassar o registro profissional, este

último é uma novidade.

Referente a estes aspectos a pesquisa revelou que 79% concordaram com as novas

alterações no que diz respeito às penalidades. A possibilidade de cassação também foi

recebida com sucesso, 67% dos pesquisados concordaram com esta inclusão. Em relação às

outras penalidades o percentual a favor de advertência e censura reservada e/ou pública ficou

em torno de 83%, a favor de suspensão em torno de 79% e a favor de multas em torno de em

torno de 48%.

A pesquisa também mostrou que 85% acreditam que com uma maior fiscalização do

CFC e a possibilidade de ter o registro cassado, as ocorrências por infrações ético-

disciplinares tendem a diminuir com o passar dos anos.

c) Quanto ao fim do registro técnico a Lei nº 12.249/10 juntamente com o Conselho

Federal de Contabilidade aborda os seguintes aspectos: ocorrerá somente a partir de 2015, e

quem já possui o registro terá o direito assegurado pelo Decreto-Lei; terá uma padronização

dos profissionais em nível de conhecimento e diminuição nos processos éticos da Câmara de

ética e fiscalização.

Referente à pesquisa quanto ao fim do registro do profissional técnico em

contabilidade 83% mostraram-se a favor da extinção. Tal resposta é devido ao fato de que os

cursos técnicos não apresentam a mesma estrutura curricular do que os cursos de graduação.

Page 76: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

75

E, também por estarem competindo no mercado de trabalho com menos conhecimento do que

um bacharelado.

d) Quanto ao código de ética profissional do contador a Resolução nº 1.301/10 e

Resolução nº 853/99 juntamente com o Conselho Federal de Contabilidade aborda os

seguintes aspectos sobre este código: dispõe dos deveres, direitos e obrigações que os

profissionais devem ter com a classe e a sociedade.

Quanto ao CEPC, a pesquisa evidenciou que 69% dos formandos responderam que

não conhecem este código. Fato desfavorável, pois muitos desses formandos já estão no

mercado de trabalho e não conhecem os princípios éticos que deve seguir e muito menos as

infrações que geram penalidades.

Page 77: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

76

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aprovação da Lei nº 12.249/10 trouxe inovações e mudanças para os alunos dos

cursos de ciências contábeis e para os profissionais de contabilidade. Antes da aprovação da

nova lei de regência da contabilidade, que condicionou a volta do exame de suficiência para

obtenção do registro para os profissionais contábeis, apenas a profissão de Advogado exigia

este tipo de prova para a obtenção do registro profissional.

Diante dessa nova lei, realizou-se uma pesquisa com os formandos do segundo

semestre de 2011 em todas as IES com modalidade presencial do curso de Ciências Contábeis

de São José/SC sobre a percepção dos mesmos no que diz respeito as tais mudanças. Neste

sentido, para atingir o êxito desta pesquisa, foi elaborado quatro objetivos específicos,

classificados de “a” até “d”.

Referente ao objetivo específico “a”, durante o trabalho foi elaborado um breve

histórico da contabilidade, da profissão e do ensino contábil. Procurou-se demonstrar o longo

caminho percorrido pela contabilidade desde a sua origem, nos primórdios da civilização até

nos dias atuais, passando por quatro períodos: mundo antigo, mundo medieval, mundo

moderno e mundo científico. No Brasil, o início da história da contabilidade esteve ligado

com o desenvolvimento da sociedade colonial e a necessidade de controle dos gastos públicos

com a chegada da família Real portuguesa, por volta de 1808.

Referente ao objetivo específico “b” de demonstrar as principais legislações

pertinentes à história da regulamentação contábil verificou-se neste trabalho que ao longo dos

anos vários fatos marcaram o desenvolvimento da profissão e do ensino contábil como, por

exemplo, a Lei nº 7.988/45 que criou a faculdade de ciências contábeis e manteve o ensino

médio para a formação de técnico de contabilidade, o Decreto-Lei nº 9.295/46 que

regulamentou a profissão contábil em todo o território nacional, a resolução CFC nº 850/93

referente aos princípios de contabilidade que norteiam a profissão, a resolução CFC nº

1.307/10 que refere ao código de ética profissional do contador e a Lei nº 12.249/10 que entre

seus diversos artigos, trouxe de volta o exame de suficiência contábil, entre outras questões.

Quanto ao objetivo geral dessa pesquisa de evidenciar a percepção dos formandos dos

cursos de ciências contábeis do município de São José/SC sobre as mudanças advindas da Lei

nº 12.249/10 foi alcançado através dos resultados obtidos com a aplicação do questionário.

Desta forma, foi possível atender os objetivos específicos “c” e “d”.

Page 78: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

77

Referente ao objetivo específico “c” que era identificar a aceitabilidade da Lei nº

12.249/10 através da opinião dos formandos do curso de ciências contábeis 2011/2 das IES de

São José/SC foi alcançado na prática da pesquisa. Através do questionário percebeu-se que

quase todos os formandos das IES selecionadas aceitam as mudanças advindas da lei. Em

relação à volta do exame de suficiência obrigatório, a maioria concordou com a

reimplantação, acreditando ser uma “prova” que selecionará melhor o profissional para entrar

no mercado de trabalho, sendo, portanto um diferencial. Quanto às mudanças das penalidades,

a percepção dos alunos pesquisados também foi satisfatória. Os resultados encontrados foram

bem positivos, evidenciando a prática da ética profissional no desempenho das prerrogativas

da profissão. Consequentemente, ao longo prazo influenciará também na diminuição dos

casos de infrações cometidas pelos profissionais.

Referente o objetivo específico “d” que era verificar as vantagens e as desvantagens da

aplicação da lei sob a ótica dos alunos pesquisados também foi alcançado através das

respostas do questionário. A percepção dos formandos referente às vantagens da

regulamentação contábil mostrou ser muito recente para diagnosticar, devido à aprovação da

Lei nº 12.249 ter sido em 2010. Contudo, as expectativas são agradáveis, como reflexos nos

honorários contábeis, profissionais reconhecidos, valorizados e devidamente habilitados para

exercer a profissão. O mercado terá somente profissionais que segundo o CFC através do

exame de suficiência possuem todos os atributos e requisitos necessários ao exercício

profissional.

Portanto, através dos resultados obtidos com os objetivos desta pesquisa foi possível

responder a pergunta de pesquisa de demonstrar quais as percepções dos formandos do curso

de ciências contábeis 2011/2 das IES do município de SJ/SC sobre as mudanças advindas da

Lei nº 12.249/10.

Contudo, mesmo tendo alcançados todos os objetivos propostos e respondido a

pergunta de pesquisa, algumas limitações foram encontradas. A primeira deve-se ao fato de

que todas as análises, mensurações e conclusões sobre a Lei nº 12.249/10 basearam-se

somente na percepção dos formandos das três IES selecionadas. A segunda diz respeito à

instituição ESEC, pois não foi possível localiza-la no endereço disposto no site. As

informações obtidas é que a faculdade não existe mais, embora no site do MEC ainda esteja

ativa. A terceira refere-se à faculdade FASC por não possuir neste semestre 2011/2 turmas

concluintes, somente as fases iniciais. A quarta limitação diz respeito à impossibilidade de

generalizações para outras regiões do estado, pois trata-se de uma pesquisa somente dos

formandos de ciências contábeis 2011/2 do município de São José/SC. E a quinta e última

Page 79: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

78

limitação se refere por não ter conseguido aplicar com todas as IES cadastradas no MEC, pois

algumas até a finalização desta pesquisa ainda não possuíam sede, somente o credenciamento.

Sugerem-se para futuros trabalhos acadêmicos estender esta pesquisa para todas as

fases dos cursos de ciências contábeis de todas as IES da grande Florianópolis. Outra opção

seria realizar uma pesquisa entre estes mesmos entrevistados após o exame de suficiência e

verificar o índice de aprovação das IES relativo aos seus egressos.

Em suma, conclui-se com esta pesquisa que a maioria dos formandos está a favor de

todas as mudanças advindas com a Lei nº 12.249/10, gerando dessa forma o enriquecimento

da classe e do ensino contábil. Assim tal estudo demonstrou a importância que tem a

regulamentação profissional para a classe contábil e a sociedade em geral.

Page 80: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

79

REFERÊNCIAS

BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplicada às ciências sociais. 7. ed. Florianópolis:

UFSC, 2007.

BARBOSA, Alcedino Gomes. Mensagem a um futuro contabilista. 6. ed. Brasília:

Conselho Federal De Contabilidade, 2002.

BRASIL. Constituição (1998). Constituição da Republica Federativa do Brasil:

promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, Subsecretarias de edições

técnicas. 2008. 464 p.

_______. Decreto- Lei 5.844. Dispõe sobre a cobrança e fiscalização do imposto de renda:

promulgada em 23 de setembro de 1943. Disponível

em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5844.htm>. Acesso em: 15 mai.

2011.

_______. Decreto- Lei 9.295. Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as

atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências: promulgada em 27

de maio de 1946. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-

Lei/Del9295.htm>. Acesso em: 15 mar. 11.

_______. Lei nº 10.406. Institui o Código Civil: promulgada em 10 de janeiro de 2002.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm>. Acesso em:

11 mar. 11.

_______. Lei nº 12.249. Institui o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento

de Infraestrutura da Indústria Petrolífera nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste -

REPENEC , [...] altera os Decreto-Lei 9.295 de 27 de maio de 1946, [...]: promulgada em

11 de junho de 2010. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-

2010/2010/Lei/L12249.htm>. Acesso em: 15 mar. 11.

Page 81: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

80

_______. Lei nº 5.172. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas

gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios: promulgada em 25

de outubro de 1966. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm>.

Acesso em: 10 abr. 2010.

CARNEIRO, Juarez Dominguez et al. Proposta nacional de conteúdo para o curso de

graduação em ciências contábeis. 2. ed. rev. e atual. Brasília: Fundação Brasileira de

Contabilidade, 2009.

CARNEIRO, Juarez Domingues. Ética na contabilidade. 2010. Disponível em: <

http://www.sindcontsp.org.br/view/paginas.php?idTexto=7075&id=166>. Acesso em: 25 fev.

2011.

CARVALHO, Victor Hugo. A ética na contabilidade. Revista do Conselho Regional de

Contabilidade do Paraná. Paraná, p. 38-40, 2001.

COELHO, José Martônio Alves. Exame de Suficiência: um passo adiante. Revista Brasileira

de Contabilidade, Brasília, v. 28, n. 117, 1999.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Aprova e referenda o pronunciamento do

IBRACON sobre a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade. Deliberação nº 29, de

05 de fevereiro de 1986. Disponível em:<http://www.cvm.gov.br/indexpo.asp>. Acesso em:

25 out. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Altera dispositivos da Resolução CFC

nº 853/96, que aprova o Código de Ética Profissional do contabilista. Resolução nº

1.307/10 de 09 de dezembro de 2010. Disponível em:

<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>. Acesso em: 15 mar. 11.

Page 82: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

81

_______. Atualiza e consolida dispositivos da resolução CFC nº. 750/93, que dispõe sobre

os princípios fundamentais de contabilidade. Resolução nº 1.282 de 28 de maio de 2010.

Disponível em:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>. Acesso em: 20 set. 2010.

_______. Caderno analítico do exame de suficiência: histórico dos resultados. CFC.

Brasília: 2007. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/uparq/cad_em_suf.pdf>. Acesso em:

11 mar. 11.

_______. Desenvolvimento profissional e institucional. 2011. Disponível em:

<http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=29&codConteudo=5636>. Acesso em: 01

nov. 11.

_______. Dispõe sobre a alteração no modelo de parecer referido no item 11.3.2.3 da

NBC T 11 – normas de auditoria independente das demonstrações contábeis. Resolução

nº 953 de 24 de janeiro de 2003. Disponível

em:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>. Acesso em: 11 abr. 11.

_______. Dispõe sobre os princípios fundamentais de contabilidade. Resolução nº 750 de

31 de dezembro de 1993. Disponível em:< http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>.

Acesso em: 20 set. 2010.

_______. Institui o exame de suficiência como requisito para obtenção de registro

profissional em CRC. Resolução nº 853 de 28 de julho de 1999. Disponível em: <

http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>. Acesso em: 15 mar. 11.

_______. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade: auditoria e

perícia. Brasília: CFC, 2008.

_______. Regulamenta o Exame de Suficiência como requisito para obtenção ou

restabelecimento de Registro Profissional em Conselho Regional de Contabilidade

Page 83: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

82

(CRC). Resolução nº 1.301 de 17 de setembro de 2010. Disponível

em:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>. Acesso em: 15 mar. 11.

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Código de

ética profissional. 7 ed. Porto Alegre: CRCRS, 2009. Disponível em:

<http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_etica.PDF.>. Acesso em: 30 set. 2011.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade: resumo da teoria, atendendo

as novas demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com respostas. 4 ed. São

Paulo: Atlas, 2003.

DADOS ESTATÍSTICOS. CFC. Disponível

em:<http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=64>. Acesso em: 01 out. 2010.

ÉTICA PROFISSIONAL. CRCSC. Disponível

em:<http://www.crcsc.org.br/index.php?cmd=pagina&id=7>. Acesso em: 13 abr. 11.

EXAME de suficiência é instituído por lei. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília:

CFC, Ano/volume 39, nº 184. jul/ago. 2010.

FORTES, José Carlos. Considerações sobre ética dos contabilistas. 2009. Disponível em:<

http://www.josecarlosfortes.com.br/?p=artigos&id=1865>. Acesso em: 14 mar. 2011.

_______. Manual do Contabilista. Belém: Celigráfica, 2001.

_______. Desafios e Perspectivas da profissão contábil. 2009. Disponível

em:<http://www.josecarlosfortes.com.br/?p=artigos&id=2061>. Acesso em: 14 mar. 2011.

_______. Importância do contabilista na sociedade. 2009. Disponível em:

<http://www.josecarlosfortes.com.br/?p=artigos&id=1946>. Acesso em: 14 mar. 2011.

Page 84: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

83

FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23 ed. 4 reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.

FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23ed. São Paulo: Atlas; 1997.

FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FUHRER, Maximiliano Roberto Ernesto.

Resumo de Direito Tributário. 18 ed. Editora: Malheiros, 2007.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

_______. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2006.

_______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

HISTÓRIA do município. PMSJ. Disponível

em:<http://www.pmsj.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26&Itemi

d=47>. Acesso em: 04 abr. 2011.

INFORMATIVO do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina. JORNAL DO

CRCSC. Ano XVII - nº 79 - maio/junho 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio, et al. Contabilidade introdutória. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

IUDÍCIBUS, S. e MARION, J. C. As faculdades de Ciências Contábeis e a formação do

Contador. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, Ano/volume 15, p. 50-56, 1986.

KOLIVER, Olívio. O Exame de Suficiência e as prerrogativas profissionais. Revista

Brasileira de Contabilidade. Brasília, n. 120, p. 17-24, nov./dez. 1999.

Page 85: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

84

MULHER contabilista. 2011. CFC. Disponível

em:<http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=37>. Acesso em: 15 out. 2011.

LAKATOS, Eva Maria.; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho

científico. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

LIMA, Amanda. A importância da ética no exercício da profissão contábil. 2010.

Webartigos. Disponível em:<http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-etica-no-

exercicio-da-profissao-contabil/36656/>. Acesso em: 13 abr. 2011.

LISBOA, Lázaro Plácido (Cood.). Ética geral e profissional em contabilidade. 2. ed. São

Paulo: Atlas, 2009.

MARION, Jose Carlos. O ensino da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1996.

MEC. Instituições de educação superior e cursos cadastrados. E-mec. 2011. Disponível

em:<http://emec.mec.gov.br/>. Acesso em: 15 jun. 2011.

MICHAELIS. Dicionário Prático da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2008.

MIRANDA, Daniela. Apostila de Contabilidade Básica. 2002. Scribd. Disponível em:

<http://pt.scribd.com/doc/9589732/Apostila-Contabilidade-Basica-Miranda>. Acesso em: 13

out. 2010.

MULHERES conquistam novos espaços no trabalho contábil. 2006. CFC. Disponível em:

<http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=67&codConteudo=1481>. Acesso em: 12

set. 2011.

Page 86: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

85

PARADA. Américo. Introdução à contabilidade. 2004. Cosif. Disponível

em:<http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=contabilidade00>. Acesso em: 25 out.

2010.

RAMOS, Dora. A importância do contador. 2009. Administradores. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/a-importancia-do-

contador/22102/>. Acesso em: 02 nov. 2010.

RESUMO TÉCNICO, Censo da Educação Superior de 2009. INEP. - Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Brasília: MEC, 2010. Disponível em:

<http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2009/resumo_tecnico2009.pdf>.

Acesso em: 13 abr. 2011.

RIBAS, Daiane. Ética: um dos segredos para ser um profissional competente. Revista

contábil & empresarial, [S.L.], abr. 2007. Disponível em:

<http://www.revistacontabil.fiscolegis.com.br/>. Acesso em: 11 mar. 2011.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 24 ed. reform. São Paulo: Saraiva. 2003.

RICHARDSON, Roberto Jerry. PERES, Jose Augusto de Souza. Pesquisa social: métodos e

técnicas. 3ed. São Paulo: Atlas, 1999.

RODRIGUEZ, Gregório Mancebo et al. Ética na contabilidade. 2003. 56f. Trabalho

acadêmico (Mestrado em Controladoria e Contabilidade Estratégica) - Centro Universitário

Álvares Penteado, Fundação Escola De Comércio Álvares Penteado (FECAP), São Paulo,

2003. Disponível em:

<www.ibri.com.br/download/eventos/.../etica/Etica_Contabilidade.doc>. Acesso em: 12 nov.

10.

SÁ, Antônio Lopes de. A Ética Necessária. Minas Gerais: Una, 2000.

Page 87: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

86

_______. Ética Profissional. 2a ed. Ao Paulo: Atlas, 1996.

_______. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo: Atlas. 2007.

_______. Teoria da contabilidade. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SÁ, Antônio Lopes; SÁ, Ana Maria Lopes. Dicionário de contabilidade. 11ed. rev. e ampl.

São Paulo: Atlas. 2009.

SCHMIDT, Paulo. História do pensamento contábil. Porto alegre: Bookman, 2000.

SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da, et al. Abordagens éticas para o profissional contábil.

Brasília: CFC, 2003.

SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da; MOURA, Herval Silva. Retrospectiva histórica do

ensino superior de contabilidade no brasil. In: IX CONGRESSO ISCAP. Disponível

em:<http://ix.congresso.iscap.ipp.pt/resumos/brasil/historia_da_contabilidade/retrospectiva_hi

storica_do_ensino_superior_de_contabilidad.pdf.> Acesso em: 15 ago. 2011.

SILVA, Antônio Rosa Nascimento da; FIGUEIREDO, Sandra Maria Aguiar de.

Desenvolvimento da percepção ética profissional entre estudantes de contabilidade. Revista

Brasileira de Contabilidade. Brasília: CFC, ano 36, n. 165, p.28-39, maio/jun 2007.

SILVA, Jorge Lumrosa da Silva. Ética – Algumas considerações sobre o tema. Revista do

Conselho Regional de Contabilidade Rio Grande do Sul. Porto Alegre, n. 114, p. 65-73,

out 2003. Disponível em:<http://www.ccontabeis.com.br/conv/t25.pdf>. Acesso em: 15 mar.

11.

SILVA, Leyla Umbelina da. Ética na profissão contábil. 2006. Portal Ouro preto. Ouro

Preto do Oeste, 15 jun. 1998. Disponível

Page 88: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

87

em:<http://www.portalouropreto.net/hp_coluna.php?id=35&idcolunista=99>. Acesso em: 15

de jun. 2009.

SILVA, Renata; KARKOTLI, Gilson (Orgs.). Manual de metodologia científica do USJ

2011-1. São José: Centro Universitário Municipal de São José – USJ, mar. 2011.

SILVA, Ricardo Cabral da; RODRIGUES, Adriano. Aplicação de penalidades aos

contabilistas do estado do espírito santo. In: 2º CONGRESSO UFSC DE

CONTROLADORIA E FINANÇAS, 2008, Florianópolis, Anais eletrônicos. Florianópolis:

Departamento de Ciências Contábeis UFSC, 2008. Disponível em:

<http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/2CCF/20080718161309.pdf>. Acesso em: 10 set.

2011.

Page 89: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

88

APÊNDICE A – Questionário

Prezado(a) colega,

Esta pesquisa tem o objetivo de coletar dados para o trabalho de conclusão de curso de

Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José/SC, tendo como proposta

identificar a percepção dos formandos do curso de Ciências Contábeis da região de São José

sobre a Lei nº 12.249/10.

Em resumo, o trabalho refere-se às mudanças trazidas com Lei nº 12.249/10 ao

Decreto-lei nº 9.295/46, que regulamenta a profissão contábil no território nacional. Dentro

das alterações do novo instrumento legal, a lei trata de dois eixos distintos principais: a volta

do Exame de Suficiência após obter o diploma de bacharel em Ciências Contábeis e o

aumento das penalidades ético-disciplinares aplicáveis por infração ao exercício legal da

profissão.

No entanto, faz-se saber que as informações fornecidas no presente questionário serão

mantidas sob sigilo, sem a identificação dos alunos, sendo analisadas em conjunto com as

informações fornecidas pelos demais colegas de forma anônima e quantitativa. Contudo, para

que esta pesquisa retrate a realidade dos formandos dos cursos de ciências contábeis da região

de São José é necessário que todas as questões sejam respondidas sinceramente.

Desde já, agradeço a participação!

Quanto ao seu perfil, responda as questões a seguir:

1. Sexo?

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade?

( ) 20 a 22 ( ) 23 a 25 ( ) 26 a 28 ( ) 29 a 31 ( ) Outros

3. Já trabalha na área?

( ) Sim ( ) Não

4. Renda?

( ) R$ 0,00 a R$ 545,00 ( ) R$ 545,01 a R$ 1.635,00

( ) R$ 1.635,01 a R$ 2.725,00 ( ) outros

Page 90: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

89

5. É a sua primeira graduação?

( ) Sim ( ) Não

No que diz respeito à Lei nº 12.249/10, responda as questões a seguir:

6. Como você acompanha as mudanças na contabilidade?

No Trabalho Na Faculdade Por Conta Própria

a) Obrigação ( ) ( ) ( )

b) Necessidade ( ) ( ) ( )

c) Amor a Profissão ( ) ( ) ( )

7. Você é a favor a Lei nº 12.249/10 que obriga a instituição do exame de suficiência?

( ) Sim ( ) Não

8. Você conhece o Código de Ética Profissional do Contador - CEPC?

( ) Sim ( ) Não

9. Você é a favor a Lei nº 12.249/10 no que tange ao aumento das penalidades éticas?

( ) Sim ( ) Não

10. Você concorda com o aumento das penalidades trazidas com a Lei nº 12.249/10?

a) Multas que podem chegar até 10 vezes o valor da

anuidade (380,00 reais) ( ) SIM ( ) NÃO

b) Suspensão do exercício da profissão por um período de

até 2 anos.

( ) SIM ( ) NÃO

b) Cassação do exercício profissional, ou seja, não poderá

mais exercer a profissão.

( ) SIM ( ) NÃO

d) advertência reservada, censura reservada e censura

pública nos casos previstos no CEPC.

( ) SIM ( ) NÃO

11. Você concorda que com a possibilidade de ter o registro profissional cassado vai diminuir

as ocorrências de infrações éticas cometidas por alguns profissionais?

( ) Sim ( ) Não

Page 91: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

90

12. Com a entrada em vigor da Lei nº 12.249/10 somente poderá se registrar o profissional

que apresentar o certificado de conclusão de curso de bacharelado, não existindo mais o

registro de técnico de contabilidade a partir de 2015. Neste caso, você concorda com esta

alteração?

( ) Sim ( ) Não

13. Na sua percepção, você acredita que através das mudanças trazidas com a Lei nº

12.249/10 os honorários do contador vão aumentar?

( ) Sim ( ) Não

Quanto ao exame de suficiência, responda as questões a seguir:

14. Você concorda com a reimplantação do Exame de Suficiência? (Se sua resposta for sim

responda 14.1 e se for não pule para 14.2)

( ) Sim ( ) Não

14.1 Se sim, assinale as alternativas a seguir (quantas necessárias):

( ) Obterá o registro somente os capacitados para o exercício profissional.

( ) Melhorará o nível de ensino contábil nas instituições.

( ) Eliminará os profissionais incapacitados e consequentemente o número de concorrentes

no mercado de trabalho.

( ) Avaliará questões técnicas e éticas do futuro profissional.

( ) Outros.

14.2 Se sua resposta foi não, assinale as alternativas a seguir (quantas necessárias):

( ) Não se sente preparado para fazer a prova.

( ) Não concorda que uma prova avalie o conhecimento profissional.

( ) Acha desnecessário ser avaliado novamente para conseguir registro no Conselho

Regional de Contabilidade depois de obter o certificado de bacharel em Ciências

Contábeis.

( ) É uma forma de acontecer segregação social.

( ) Outros.

15. Na sua percepção, a grade do seu curso é suficiente para prestar o exame de suficiência?

( ) Sim ( ) Não

Page 92: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

91

16. Você pretende fazer um curso preparatório para prestar o exame de suficiência?

( ) Sim ( ) Não

17. Você acredita que através do exame de suficiência é possível diferenciar/selecionar o

profissional do mercado de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

18. Na sua opinião, o Exame de Suficiência para obtenção do registro profissional de

contador, avalia o profissional apto a exercer a profissão?

( ) Sim ( ) Não

19. Você acredita que o Exame de Suficiência aumenta o nível de qualificação dos

profissionais contábeis?

( ) Sim ( ) Não

20. Caso existisse este exame quando você optou por fazer Ciências Contábeis, sua escolha

ainda permaneceria?

( ) Sim ( ) Não

21. Você concorda que a qualidade dos profissionais contábeis foi comprometida no período

em que o exame de suficiência contábil estava paralisado?

( ) Sim ( ) Não

22. Você concorda que o exame de suficiência contábil traz benefícios ao mercado

profissional?

( ) Sim ( ) Não

23. Numa visão geral, qual a sua opinião sobre todas essas mudanças?

( ) necessárias ( ) ótimas

( ) não sei do que se trata ( ) há ainda outras correções necessárias

( ) péssimas

24. Você tem mais alguma consideração/opinião a fazer quanto ao assunto disposto?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Obrigada!

Page 93: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO …ƒO... · conseguiram a aprovação de uma lei que regulamentou a volta do exame de suficiência, atualizou o ... curso preparatório

92

ANEXOS A – Tabelas do Censo Superior 2010