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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MICHELE DUTRA REFLEXO DOS ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO NAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E LUCRO PRESUMIDO SÃO JOSÉ 2012

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MICHELE DUTRA

REFLEXO DOS ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO NAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E LUCRO

PRESUMIDO

SÃO JOSÉ 2012

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MICHELE DUTRA

REFLEXO DOS ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO NAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E LUCRO

PRESUMIDO

Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José - USJ. Para a obtenção do Titulo de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Profº. MSc. Alissane Lia Tasca da Silveira.

SÃO JOSÉ 2012

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MICHELE DUTRA

REFLEXO DOS ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO NAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E LUCRO

PRESUMIDO

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel Ciências Contábeis do Centro Universitário de São José – USJ

avaliado pela seguinte banca:

_____________________________________ Professora Alissane Lia Tasca da Silveira, MSc.

Orientadora

_____________________________________ Professor Isair Sell, Msc.

Membro examinador

_____________________________________ Professor Lissandro Wilhelm, Msc.

Membro examinador

São José

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Dedico este trabalho a minha mãe, Adelma Dorvalina Dutra, pela

compreensão e pelos ensinamentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela oportunidade da vida e por ter me concedido

saúde e força para alcançar mais este objetivo.

A minha mãe, que teve paciência em cada momento dessa jornada, sempre

compreendendo as minhas ausências e falta de paciência com todos. E claro a meu

Pai, Pedro Paulo Dutra, pessoa essencial em minha criação, que mesmo não estando

entre nós, está guiando meu caminho.

Ao meu namorado Gabriel Becker, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando, me

incentivando e me dando forças para concluir este trabalho. Seu carinho, amor e

atenção foram essenciais para eu me sentir segura e encorajada a não deixar o meu

sonho em segundo plano.

Agradeço também pela amizade dedicada desde o início do curso e aos meus colegas

da universidade, pelo companheirismo nos momentos difíceis e pelos períodos

inesquecíveis de descontração e aprendizado.

A todos os professores pelos conhecimentos transmitidos e paciência ao longo dessa

caminhada.

A minha orientadora, Msc. Alissane Lia Tasca da Silveira, pela dedicação e contribuição

na elaboração deste trabalho.

Finalmente, a todas as pessoas que de forma direta e indiretamente de alguma forma

contribuíram para minha formação acadêmica.

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A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria

e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Guia da Previdência Social – GPS................................................................ 42

Figura 2 – Simulação Resumo de Folha de Pagamento ............................................... 68

Figura 3 – Resumo da declaração das contribuições a recolher à previdência social e as

outras entidades considerando Lucro Presumido. ........................................................ 70

Figura 4 – GPS a ser pago pela empresa Lucro Presumido ......................................... 72

Figura 5 – Resumo da declaração das contribuições a recolher à previdência social e as

outras entidades considerando Simples Nacional. ........................................................ 74

Figura 6 – GPS a ser pago pela empresa Simples Nacional......................................... 75

Figura 7 – Encargos Sociais - Simples Nacional x Lucro Presumido. ........................... 76

LISTA DE QUATRO Quadro 1- Encargos Trabalhistas .................................................................................. 21

Quadro 2- Cálculo de Férias ......................................................................................... 22

Quadro 3- Imposto de Renda Retido da Fonte (IRRF) .................................................. 26

Quadro 4- Cálculo do 13º Salário .................................................................................. 27

Quadro 5- Cálculo Hora Extra ....................................................................................... 30

Quadro 6- Converter Horas normais para Horas Noturnas ........................................... 31

Quadro 7- Grau de Insalubridade .................................................................................. 33

Quadro 8- Adicional de Periculosidade ......................................................................... 35

Quadro 9- Desconto Vale Transporte ............................................................................ 36

Quadro 10- Lista dos Encargos Sociais ........................................................................ 38

Quadro 11- Instituto Nacional do Seguro Social ........................................................... 41

Quadro 12 - Motivos de Saque do FGTS ...................................................................... 43

Quadro 13 – Tributos Arrecadados ............................................................................... 57

Quadro 14 – Empresas que não se enquadram no Simples Nacional .......................... 57

Quadro 15 – Alterações da lei 123 pela lei complementar nº 139. ................................ 60

Quadro 16 – Resumo das Contribuições da empresa Lucro Presumido ....................... 71

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LISTA DE TABELA Tabela 1 – Dias Proporcional a Férias .......................................................................... 23

Tabela 2 - Salário Família, a partir de 06 de janeiro de 2012 ........................................ 24

Tabela 3 – Alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte .......................................... 26

Tabela 4 - Contribuição INSS a partir de 6 de Janeiro de 2012. ................................... 40

Tabela 5 – Encargos Sociais na visão de Pastore - Setor Industrial ............................ 51

Tabela 6 – Encargos Sociais na visão de DIEESE - Setor Industrial. .......................... 53

Tabela 7 – Composição da Remuneração média mensal do trabalhador com salário de

R$ 900,00 ...................................................................................................................... 54

Tabela 8 – Desembolso total mensal para empregar um trabalhador

(Salário contratual hipotético de R$ 900,00). ............................................................... 55

Tabela 9 – Alíquotas no cálculo do Imposto de Renda - Lucro Presumido ................... 62

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso vem descrever sobre o reflexo dos encargos sociais e trabalhistas sobre a folha de pagamento, proporcionando enfoque aos encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamento nas empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido bem como os itens que compõem a remuneração do trabalhador. É com isso teve como objetivo geral dessa pesquisa compreender a diferenciação de cálculos dos encargos sociais e trabalhistas aplicado na folha de pagamento do trabalhador, especificamente mostrar os tipos de remuneração na folha de pagamento, comparar os encargos que são aplicados para empresas de tributação diferenciada, mostrando através dessa a importância do planejamento tributário para a redução de gastos desnecessária na folha de pagamento das empresas. Neste contexto, ao longo desse trabalho é apresentada a visão das duas principais vertentes de pensamento sobre o assunto proposto. Em primeiro momento a ideia de José Pastore defensor dos 102% de encargos sociais sobre a folha de pagamento e em segundo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio Econômico (DIEESE), que defende sua ideia em apenas 27,8%. E com isso teremos como objeto de nosso estudo o valor dos percentuais apresentados por estas duas vertentes de pensamento, e os motivos da desigualdade entre os percentuais por eles apresentados. Será apresentado tabelas com simulações dos encargos incidentes sobre a folha de pagamento das Empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido, comparando assim as duas vertentes de pensamento e justificando essas discrepâncias. Utilizou-se para contextualização a pesquisa bibliográfica como suporte para a formação do referencial teórico e sustentação do estudo. As conclusões e recomendações estão direcionadas para as problemáticas que ainda circundam sobre os encargos. Palavras-chave: Encargos Sociais e Trabalhistas. Folha de pagamento. Simples Nacional e Lucro Presumido.

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LISTA DE ABREVIATURAS CCT - Convenção Coletiva de Trabalho

CF - Constituição Federal

CLP - Consolidação da Legislação Previdenciária

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE - Código Nacional de Atividades Econômicas CRFB - Constituição da República Federativa do Brasil

CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social

DOU - Diário Oficial da União

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FPAS - Fundo da Previdência e Assistência Social

GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e

GPS - Guia da Previdência Social

IN - Instrução Normativa

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INSS - Instituto Nacional Seguro Social

IR - Imposto de Renda

IRRF - Imposto de Renda Retido Na Fonte

MF - Ministério da Fazenda

MP - Ministério Público

MPS - Ministério da Previdência Social

NR - Norma Regulamentadora

PIS - Programa de Integração Social

RAT - Riscos Ambientais do Trabalho

RGPS - Regime Geral da Previdência Social

RPS - Regulamento da Previdência Social

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio As Micro e Pequenas Empresas

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

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SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SESC - Serviço Social do Comércio

SESI - Serviço Social da Indústria.

SEST - Serviço Social do Transporte

STF - Supremo Tribunal Federal

SUS - Sistema Único de Saúde

TST - Tribunal Superior Trabalho

VA - Vale-alimentação

VT - Vale-transporte

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9 1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 10 

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA .................................................................................... 12 

1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 12 

1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 12 1.3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 13 1.2.3 Problema de Pesquisa ........................................................................................ 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 15 2.1 SALÁRIO .................................................................................................................. 16 

2.2 FOLHA DE PAGAMENTO ........................................................................................ 17 

2.2.1 Proventos ............................................................................................................. 19 2.2.2 Descontos ............................................................................................................ 20 2.3 ENCARGOS TRABALHISTAS ................................................................................. 20 

2.4 FÉRIAS .................................................................................................................... 22 

2.5 SALÁRIO FAMÍLIA ................................................................................................... 24 

2.7 IMPOSTO DE RENDA ............................................................................................. 26 

2.8 GRATIFICAÇÃO DE NATAL (DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO) .............................. 27 

2.9 FERIADO E REPOUSO REMUNERADO ................................................................ 28 

2.10 FALTAS LEGAIS / JUSTIFICADAS ....................................................................... 28 

2.11 HORAS EXTRAS ................................................................................................... 29 

2.12 ADICIONAL NOTURNO ......................................................................................... 31 

2.13 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE ........................................................................ 32 

2.14 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE ..................................................................... 34 

2.15 VALE TRANSPORTE ............................................................................................. 35 

2.16 AUXÍLIO ENFERMIDADE ...................................................................................... 36 

2.17 AVISO PRÉVIO TRABALHADO ............................................................................. 37 

2.18 ENCARGOS SOCIAIS ........................................................................................... 38 

2.19 INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL ............................................ 39 

2.20 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO .............................................. 42 

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2.21 SALÁRIO EDUCAÇÃO ........................................................................................... 44 

2.22 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI .................... 45 

2.23 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENAC ................... 46 

2.24 SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI ............................................................ 46 

2.25 SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC ......................................................... 47 

2.26 AS CONTROVÉRSIAS SOBRE ENCARGOS SOCIAIS. ...................................... 48 

2.27 A COMPULSORIEDADE DOS ENCARGOS SOCIAIS. ......................................... 50 

2.28 COMPOSIÇÃO DOS ENCARGOS SOCIAIS. ........................................................ 51 

2.29 EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL ......................................... 56 

2.30 EMPRESAS OPTANTES PELO LUCRO PRESUMIDO ......................................... 61 

3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 63 

3.1 QUANTO À NATUREZA .......................................................................................... 64 

3.2 QUANTO AO OBJETIVO ......................................................................................... 64 

3.3 QUANTO AO PROCEDIMENTO .............................................................................. 64 

3.4 QUANTO À ABORDAGEM ...................................................................................... 65 

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA .................................................................................. 65 

3.6 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS .............................................. 66 

4 PESQUISA ILUSTRATIVA ......................................................................................... 67 

4.1 INFORMAÇÕES CADASTRAIS DA EMPRESA “A” LTDA - EPP ............................ 67 

4.2 FOLHA DE PAGAMENTO DA EMPRESA “A” LTDA - EPP ..................................... 68 

4.3 ENCARGOS SOCIAIS DA EMPRESA “A” LTDA - EPP ........................................... 69 

4.4 GPS DA EMPRESA “A” LTDA - EPP ....................................................................... 72 

4.5 ENCARGOS SOCIAIS DA EMPRESA “A” LTDA – EPP – SIMPLES NACIONAL ... 73 

4.5 COMPARATIVO ENTRE SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO ............... 75 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 77 

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 79 

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata de questões pertinentes em relação aos índices dos

encargos sociais aplicados sobre a folha de pagamento nas empresas do Simples

Nacional e Lucro Presumido, partindo desta reflexão considerou-se importante buscar

compreender mais sobre o tema proposto nessa pesquisa, que vem criando discussões

acerca do assunto, tratado entre os empresários no meio político e acadêmico, os

encargos sociais cada vez mais vem se tornando excessivos podendo afetar

diretamente a economia, levando muitas vezes empresas a optarem por trabalhar

informalmente e até mesmo chegarem a encerrar suas atividades por conta dos altos

encargos aplicados.

O estudo levantado vem com o intuito de analisar a diferenciação dos encargos

sociais aplicados na folha de pagamento das empresas, aonde buscam entender por

meio da fundamentação teórica os tipos de remuneração, descontos e proventos

aplicados, comparar os encargos adaptados nas folhas de pagamento de empresas

optante pelo Simples Nacional e Lucro Presumido, conceituando-se a diferença dos

encargos sociais e encargos trabalhistas que, muitas vezes, são confundidos. Em

suma, entender o porquê de alguns doutrinadores definirem encargos sociais como

sendo o custo total das obrigações com empregados, incluindo os encargos

trabalhistas.

Será levantado também, como a escolha do regime tributário optado pela

empresa pode trazer consequências diretas ao seu orçamento em relação ao custo da

sua folha de pagamento, podendo essa escolha trazer consequências benéficas ou

prejudiciais, mostrar as empresas que um bom planejamento em relação a essa

escolha traz grandes benefícios se bem planejada na escolha pela melhor tributação

para cada empresa e ramo de atuação.

Diante do entendimento da diferença conceitual e prática dos encargos, poderá

se fazer uma análise comparativa dos encargos incidentes na folha de pagamento.

Será feito um estudo ilustrativo, no primeiro momento com uma empresa no Simples

Nacional, e no segundo momento a mesma empresa com um regime tributário

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diferenciado, nesse caso, Lucro Presumido, e levantando assim os índices incidentes

para cada regime.

Esse estudo vem responder aos pressupostos levantados ao longo da pesquisa

como, os encargos sociais em demasia podem levar as empresas a optar por trabalhar

de maneira informal no Brasil, essa e mais outras perguntas serão esclarecidas ao

longo desse estudo.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho é: pesquisa

bibliográfica, interpretação da legislação específica e pesquisas em documentos

eletrônicos, buscando sempre apresentar sua fundamentação. Na busca de mais

familiaridade sobre a pesquisa aqui proposta, será elaborada uma pesquisa ilustrativa

sobre os encargos sociais aplicados nas empresas do Simples Nacional e Lucro

Presumido, com a finalidade de mostrar a desigualdade entre os encargos pagos pelas

empresas de tributação diferenciada.

O que se busca com esse trabalho é compreender a diferença entre encargos

sociais e encargos trabalhistas, a importância de um bom planejamento tributário para

que as empresas consigam diminuir o custo destes encargos sobre a folha de

pagamento das empresas no Brasil e o que isso pode refletir na economia e a saúde

das empresas.

1.1 JUSTIFICATIVA

A polêmica sobre os encargos sociais no Brasil tem causado divergência de

opiniões onde se discutem alternativas de políticas de emprego e renda, em que os

empregadores se esbarram na excessiva carga tributária e um grande número de

obrigações ao contratar um trabalhador.

A legislação na área é farta é alterada continuamente, e apenas os que militam cotidianamente com tais papéis e transformam sua vida em pesquisas intermináveis podem dar conta dos segredos de que se reveste esta parte essencial de um Departamento de Recursos Humanos (Oliveira, 1997. p. 65).

Oliveira (1997), afirma que a legislação trabalhista brasileira, de vez em quando

incompleta, mal formulada, se tornando assim tão complexa que é incompreendida por

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quem deveria aplicá-la. Com isso, às vezes aplicada de forma errônea ou sem

aplicação. A origem de tal diferença de cálculo está na confusão existente entre os

conceitos de obrigações trabalhistas e de encargos sociais. E além dos conceitos que

serão apresentados para que se esclareça sobre todos os encargos trabalhistas e

sociais, será apresentado um estudo sobre cada encargo, que cada vez mais se torna

elevado, com isso, será inevitável examinar os tipos de tributação já que as empresas

vêm tentando uma maneira de diminuir os custos envolvidos sobre a folha de

pagamento.

No âmbito acadêmico esse trabalho vem cooperar de certa forma com o estudo

mais detalhado dos encargos sociais e de que forma é aplicado nas empresas optantes

pelo Simples Nacional e Lucro Presumido, buscando aspectos para planejar a

tributação, eliminando gastos excessivos para as empresas.

Já, no âmbito social vem instruir aos cidadãos em relação à legislação vigente

enfatizando os direitos e obrigações através da Consolidação das Leis do Trabalho,

relacionando os proventos e descontos de forma objetiva para o entendimento.

O real impacto desses encargos para empresa, sobre a remuneração que o

empregador paga aos seus empregados, está criando um grande debate, que visa

minimizar a carga tributária que na maioria das vezes é desigual, mas essa busca pela

redução da carga tributária não deve acabar com os direitos já conquistados pelos

trabalhadores.

Nesse contexto, esse trabalho demonstra duas interpretações diferentes em

relação ao assunto proposto, fazendo uma confrontação entre a ideia de Pastores e

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE),

quanto ao peso dos encargos sociais para as empresas, assunto que será apresentado

ao longo desse trabalho de forma mais completa.

Esta pesquisa, não está apenas focada no âmbito interno da instituição, e sim,

igualmente, para o âmbito externo, buscando esclarecer dúvidas pertinentes sobre o

assunto tratado comparando os descontos aplicados às empresas do Simples Nacional

e Lucro Presumido, descrevendo os descontos e proventos aplicados pela

Consolidação das Leis do Trabalho.

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1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Diante do exposto, a intenção desta será a de verificar o reflexo dos encargos

sociais e trabalhista nas empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido, e as

diversas concepções de encargos sociais.

A carga de tributos elevada existente em nosso país tem sido motivo de muitas

discussões acerca do assunto, tanto entre empresários quanto no meio político e

acadêmico. Surge assim o interesse em elaborar uma pesquisa mais profunda em

relação aos encargos sociais e trabalhistas.

A problemática da pesquisa pode ser definida como: Qual Impacto dos encargos

sociais na folha de pagamento das empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido?

1.3 OBJETIVOS

Os objetivos são direção que orientam as indagações, devendo ser

estabelecidos antecipadamente para que seja possível completá-los até o final desse

trabalho. Em busca do entendimento em relação aos encargos sociais, estabelece-se

nesta seção o objetivo geral e os objetivos específicos tornando a pesquisa mais

direcionada para o que se busca entender sobre o assunto proposto.

1.3.1 Objetivo Geral

De acordo com Santos (1999,p. 60), o objetivo geral é:

[...] um projeto de pesquisa científica é sua espinha dorsal. Deve expressar claramente aquilo que o pesquisador pretende conseguir com uma investigação. Não é o que ele vai fazer isto se prevê nos procedimentos, mas o que se pretende conseguir como resultado intelectual final de sua investigação.

Como o próprio autor menciona o objetivo geral é a obrigação de identificar e

orientar as pesquisas, estabelecendo parâmetros para se chegar onde se quer,

expressando de forma objetiva o que o pesquisador pretende atingir como resultado.

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Dessa forma, o objetivo geral consiste em compreender sobre a diferenciação de

cálculos dos encargos sociais e trabalhistas confrontando esses cálculos entre empresa

do simples nacional e lucro presumido e as diversas concepções de encargos.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são a subdivisão dos assuntos necessários para o

estudo e solução do problema de pesquisa. Dessa maneira, foram estabelecidos os

objetivos específicos a seguir:

• Identificar os tipos de remuneração na folha de pagamento e suas incidências de

encargos;

• Comparar os encargos entre empresas tributadas pelo lucro presumido e simples

nacional;

• Demonstrar a importância do planejamento tributário específico na folha de

pagamento para a escolha da tributação;

• Descrever os proventos e descontos da folha de pagamento;

• Esclarecer a diferença dos encargos sociais e encargos trabalhistas.

1.2.3 Problema de Pesquisa

A hipótese é uma presunção de uma resposta para o problema formulado em

relação ao tema proposto, podendo ser acatado ou refutado em relação ao assunto.

Segundo Lakatos (1983, p.160), a hipótese pode ser definida como:

A hipótese é um enunciado geral de relação entre variáveis (fatos, fenômenos), formulado como solução provisória para determinado problema, apresentando caráter explicativo ou preditivo, compatível com o conhecimento cientifico (coerência externa) e revelando consistência lógica (coerência interna), sendo passível de verificação empírica em suas consequências.

A hipótese vem para corroborar o que está sendo dito nesse caso acatar a

pesquisa exposta, com ênfase no tema proposto, onde envolve os proventos e

descontos na folha de pagamento.

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• Os altos índices de encargos sociais na folha de pagamento levam a empresa a

trabalhar informalmente na economia Brasileira;

• Enquadramentos das empresas no Simples nacional podem minimizar o reflexo

dos encargos sociais na folha de pagamento, aumentando as contratações,

reduzindo a informalidade.

E com base nessas hipóteses que esse trabalho vai buscar respostas e

fundamentos, sendo elas positivas ou negativas sobre o assunto proposto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nesse capítulo será incialmente abordado sobre os encargos sociais e encargos

trabalhistas como proposto, de forma mais ampla, podendo assim avançar sobre o

assunto, podendo compreender da melhor forma as grandes discussões e conflitos que

giram em torno dos encargos sociais na economia brasileira.

Buscar o entendimento sobre qual o impacto que o excesso da carga tributária

pode levar as empresas optarem por trabalhar na informalidade e muitas vezes

encerrarem suas atividades, prejudicando assim não somente a economia, nem

visando o empregador, mais também o trabalhador.

Contemplando diversos conceitos para uma melhor compreensão da presente

pesquisa, serão abordados vários assuntos que englobam os encargos sociais e

trabalhistas. Quanto à folha de pagamento, são abordados assuntos como: descontos,

proventos, salário, hora extra, adicional de insalubridade de periculosidade, adicional

noturno, entre outros encargos trabalhistas e os encargos sociais: Instituto Nacional de

Seguridade Social – INSS e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS,

levantando quais os encargos que são aplicados sobre as empresas optantes por

tributação diferenciada, sempre buscando apresentar a importância que leva as

empresas a buscar um planejamento tributário junto ao seu contador para evitar custos

sobre a folha de pagamento desnecessários.

Porém, será importante em primeiro momento apresentar as fundamentações

teóricas que consistem em corroborar as perguntas levantadas nessa pesquisa,

buscando respostas através da teoria e do estudo de uma empresa hipoteticamente

criada para responder a pergunta de pesquisa, podendo elas serem positivas a

pesquisa ou negativas.

Posteriormente serão fornecidas definições de salário, remuneração, empresa

enquadrada no Simples Nacional e Lucro Presumido, bem como será feito a

conceituação dos principais encargos sociais e trabalhistas, aplicados atualmente,

aplicação deles nas empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido, mostrando a

disparidade entres as empresas de tributação diferenciada.

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2.1 SALÁRIO

Conforme a legislação vigente, salário é o recebimento através da

contraprestação recebida pelo empregado pelo seu trabalho.

De acordo com Garcia (2009, p. 159) “salário é o valor pago pelo empregador ao

empregado pelo serviço prestado ou por ter o trabalhador permanecido à disposição da

empresa, mesmo que sem efetivo trabalho.”.

Neste sentido, Nascimento (2001, p. 325), assegura:

Salário é o conjunto de percepções econômicas devidas pelo empregador ao empregado não só como contraprestação do trabalhador, mas, também, pelos períodos em que estiver à disposição daquele aguardando ordens, pelos descansos remunerados, pelas interrupções do contrato de trabalho ou por força de lei.

Conforme os autores a formação do salário se enquadram dois elementos,

podendo ele ser básico, que engloba apenas o fixado no contrato de trabalho, e os

marginais, que podem ser fixos ou variados, sendo ele pago em dinheiro ou através de

gratificações. Delgado (2008, p. 683), acresce, “É o conjunto de parcelas contra

prestativas pagas pelo empregador em função do contrato de trabalho”.

Preceituam os artigos da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT a seguir:

Art. 457, § 1º Integram o salário, não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem e abonos pagos pelo empregador. Art. 458- Além do pagamento em dinheiro compreende-se no salário, para todos os efeitos legais [...] outras prestações [...] que a empresa por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. (BRASIL, 1943, NÃO PAGINADO).

Martins (1999) coloca que salário “é a troca pelos serviços prestados, sendo ele

fixo variável ou misto”. Da mesma forma Russomano (2008, p. 360), descreve “salário

pode ser fixo, variável ou misto, apenas deve ser levado em consideração o contrato

assinado pelo empregador e empregado”.

O DIEESE classifica salário de três formas, sendo o primeiro como Salário

Contratual, aquele que é recebido mensalmente incluído as horas extras, adicionais e

férias em seu contra cheque, o segundo como Salário diferido, aquele que o

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trabalhador recebe uma ou duas vezes por ano, como 13º salário e 1/3 de férias, e por

último o Salário eventual, que é considerado o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

- FGTS e outras verbas rescisórias.

A forma de pagamento do salário se deve pelo tipo de contrato assinado entre o

empregador e o empregado, podem ser fixo estipulado valor correto, variável de acordo

com a sua produção ou comissão ou ainda a mista parta fixa e parte variável hoje a

mais comum entre as empresas. Para Oliveira (2006) o salário nunca poderá ser inferior

ao salário mínimo e deve ser efetuado o pagamento de forma mensal, quinzenal,

semanal ou diária. A CLT em seu art. 463 exige que o pagamento seja efetuado em

moeda corrente do país, e considera como não efetuado o pagamento em moeda

estrangeira. Dessa forma, resumindo, salário equivale apenas o pagamento em dinheiro

contratual diferente de remuneração que é o conjunto de vantagens atribuídas ao

empregado, tais como, horas extras, adicional noturno, comissão, bonificações pelos

serviços prestados ao empregador.

Os autores Pastores (1994), Sandroni (2002), Leão (1999) entre outros afirmam

que os encargos sociais são elevados, partem de um princípio limitado, considerando

salário a remuneração somente das horas trabalhadas, e não, a remuneração total do

empregado. Com isso, a base de confrontação dos encargos sociais não é a

remuneração total do funcionário, mas sim somente uma parte dele. Com essa visão,

exclui do salário contratual o valor relativo ao descanso semanal, aos dias de férias e

feriados, ao 13º salário, aos dias de afastamentos por motivos de doença pagos pelas

empresas, ao aviso prévio, para se chegar ao cálculo dos encargos.

2.2 FOLHA DE PAGAMENTO

Folha de pagamento divide-se em duas partes, sendo elas os proventos e os

descontos, é com a composição desses dois elementos, que se torna visível à quantia

que o empregado tem direito a receber pelo mês trabalhado (OLIVEIRA, 2006).

Pode-se afirmar que a folha de pagamento é um documento obrigatório a ser

elaborado mensalmente para efeito previdenciário e de fiscalização trabalhista, tendo a

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empresa dever de manter em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e

recibo de pagamento de cada empregado.

Oliveira (2003, p. 17) descreve o uso obrigatório da folha de pagamento:

O uso da folha de pagamento é obrigatório para o empregador, conforme preceitua Lei nº. 8.212/91, art. 32, inciso I, da Consolidação da Legislação Previdenciária. Ela pode ser feita à mão (manuscrita), ou por meio de processos mecânicos ou eletrônicos. Nela são registrados mensalmente todos os proventos e descontos dos empregados. Deve ficar a disposição da fiscalização, da auditoria interna e externa e estar sempre pronta para oferecer informações necessárias à continuidade da empresa.

A folha salarial resume-se em calcular, registrar, pagar salários e efetuar o

recolhimento dos tributos respectivos devendo constar informações básicas e

necessárias, desta forma:

O final do processo da folha de pagamento dá-se com a confecção do hollerit, palavra inglesa que se adotou popularmente no Brasil para designar o demonstrativo de pagamento dos salários. Trata-se resumidamente de um demonstrativo de crédito de débito de toda a movimentação de um período. (MARRAS, 2005 p. 193).

A Folha de pagamento, por sua vez, tem função operacional, contábil e fiscal,

devendo ser constituída com base em todas as ocorrências mensais do trabalhador. É

a descrição dos fatos que envolveram a relação de trabalho, de maneira simples e

transparente, transformado em fatores numéricos, através de códigos, quantidade,

referências, percentagens e valores, em resultados que formarão a folha de

pagamento.

Na visão de Neves (2007, p. 119) a folha de pagamento:

Registrados os salários e ordenados a pagar, tais com as comissões, horas extras, 13º salário, premiações entre outras vantagens, também são lançados os descontos dos salários, mais comum seria vale ou antecipação salarial, contribuição ao INSS, IRRF.

Este documento contém informações de cada segurado, descritos uma a uma,

com: nome, função, remuneração, descontos legais, indicação de salário família e

dependentes para imposto de renda, valor da base de calculo para INSS, FGTS e

IRRF, e a quantia do FGTS e IRRF incidente na remuneração.

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O Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº.

3.048/99 na Seção das Obrigações acessórias diz:

Art. 225. A empresa é também obrigada a: I - preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; [...] (BRASIL, 1999).

A folha de pagamento traz individualmente as informações sobre cada um dos

empregados da organização, nela consta os encargos sociais e trabalhistas que a

empresa paga sobre o rendimento individual dos trabalhadores.

Desta forma, percebe-se que a folha de pagamento é uma das principais

funções que executa o setor pessoal, pois é a prova documental de quitação dos

salários dos empregados pelos serviços prestados às organizações.

2.2.1 Proventos Proventos são considerados salário fixo e mais gratificações e adicionais que os

trabalhadores tiverem direito, sendo todas as formas de remuneração recebida pelo

funcionário. De acordo com o Art. 457 da CLT, provento é considerado:

Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1º Integram o salário, não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. § 2º Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de cinquenta por cento do salário percebido pelo empregado. § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados.

Mas é somente aplicado aos trabalhadores que estão em regime da CLT. Esses

proventos devem estar descritos de forma clara na folha de pagamento de cada

empregador, para que seja de entendimento de todos, desde o empregador ao

trabalhador.

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Têm-se como proventos mais importantes salário, a hora-extra, o adicional de

insalubridade, o adicional de periculosidade, o adicional de transferência, o adicional

noturno, as comissões, o salário família. Esses proventos serão elucidados e

conceituados para o melhor entendimento o que realmente é cada um.

2.2.2 Descontos

Desconto, tudo aquilo que é deduzido da folha de pagamento, os desconto só

podem ser descontados do trabalhador quando tratar-se de adiantamento, descontos

previstos em lei ou contrato coletivo.

Os demais descontos como multa de trânsito recebida pelo trabalhador

somente poderá ser descontada perante o acordo entre empregado e empregador ou

com expressa autorização do empregado.

De acordo com o artigo 462 da CLT, ao empregador é proibido efetuar qualquer

desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos,

dispositivos de lei ou contrato coletivo.

Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 1.º Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

De acordo com a legislação, o empregador tem direito de efetuar as deduções do

salário do empregado que podem ser: contribuição previdenciária, imposto de renda,

contribuição sindical, adiantamentos, faltas e atrasos, vale-transporte, bem como

pensão alimentícia e vale-refeição.

2.3 ENCARGOS TRABALHISTAS

Mesmo que não seja objetivo principal dessa pesquisa, será abordados

rapidamente cada tipo de encargos trabalhistas, que diferente de encargos sociais são,

valores pagos aos trabalhadores no decorrer ou no final de seu contrato de trabalho

incluem também os benefícios não evidentes em valores, estabelecidos em acordos ou

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convenções coletivas de trabalho, mas que de certa forma são desfrutados pelos

trabalhadores, tais como equipamento de segurança, uniforme, alimentação, transporte,

auxílio creche, plano de saúde, treinamento profissional entre outros benefícios

oferecidos pelo empregador.

DIEESE (1997, p. 3) descreve o que realmente são encargos trabalhistas na

ótica dele, sendo como:

[...] Obrigações trabalhistas constituem uma série de medidas que devem ser observadas pelos empregadores para a contratação legal de um assalariado. Entre essas obrigações incluem-se, com efeito, aquelas que podem ser consideradas como encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamentos. Mas os encargos sociais não são sinônimos de obrigações trabalhistas, é apenas parte delas.

Para DIEESE, os encargos sociais não são obrigações trabalhistas, são apenas

parte dela, e os encargos trabalhistas estão mais ligados sobre obrigações contratual

do empregado.

Podemos classificar como encargos trabalhistas os seguintes itens no quadro

abaixo:

Descrição

Décimo-terceiro Salário

Adicional de Remuneração

Adicional de Férias

Ausência Remunerada

Licenças

Férias

Repouso Remunerado e Feriado

Rescisão contratual

Salário Família ou Auxílio Pré-Escolar

Vale Transporte ou Auxílio Transporte

Indenização por Tempo de Serviço

Outros Benefícios

Quadro 1 - Encargos Trabalhistas Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

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Os encargos trabalhistas são valores pagos diretamente ao trabalhador

mensalmente ou no término do contrato de trabalho, inclusive benefícios não expressos

em valores.

2.4 FÉRIAS

Será abordada nessa seção, a definição de férias o seu período aquisitivo e

gozo, e quais os benefícios e direito do trabalhador.

Segundo estabelece Castilho (2003, p. 57) férias “é o período de descanso a

que tem direito o empregado após 12 meses de trabalho”. As férias são devidas ao

empregado a cada 12 meses de trabalho, podendo ele ser acumulado no máximo de

dois períodos, no caso de necessidades de serviço, acautelar os casos de legislação

específica. A empresa deverá sempre comunicar o funcionário com antecedência de no

mínimo 30 dias e o pagamento deverá ser efetuado dois dias úteis antes do início das

férias.

Férias é um direito do empregado ao descanso de 30 (trinta) dias a cada ano de

trabalho sem prejuízo da remuneração, tendo ainda direito de 1/3 (um terço), sobre a

remuneração média recebida nos últimos 12 meses.

Fórmula

Férias = SD (Salário dia) * Dias de Férias

Sobre este valor deveremos calcular 1/3 de férias => Férias / 3

Sobre os valores de férias, devemos calcular também INSS e IRRF.

Quadro 2 - Cálculo de Férias Fonte – Elaborado pela Autora, 2012.

No artigo 129 da CLT, todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um

período de férias sem prejuízo da sua remuneração. No seguinte artigo 130, após cada

período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho o empregado terá

direito a férias proporcionais as suas faltas. Conforme apresentado na Tabela abaixo:

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Tabela 1 – Dias Proporcional a Férias

Proporcionaliade Qtd. de Avos

Número de Faltas Injustificadas durante o período aquisitivo

de 0 a 5 de 6 a 14 de 15 a 23 de 24 a 32

1/12 2,5 dias 2 dias 1,5 dias 1 dias

2/12 5 dias 4 dias 3 dias 2 dias

3/12 7,5 dias 6 dias 4,5 dias 3 dias

4/12 10 dias 8 dias 6 dias 4 dias

5/12 12,5 dias 10 dias 7,5 dias 5 dias

6/12 15 dias 12 dias 9 dias 6 dias

7/12 17,5 dias 14 dias 10,5 dias 7 dias

8/12 20 dias 16 dias 12 dias 8 dias

9/12 22,5 dias 18 dias 13,5 dias 9 dias

10/12 25 dias 20 dias 15 dias 10 dias

11/12 27,5 dias 22 dias 16,5 dias 11 dias

12/12 30 dias 24 dias 18 dias 12 dias

Fonte – Ministério do Trabalho e Emprego, adaptado pela autora, 2012.

O trabalhador adquire o direito de férias após 12 meses de vigência do contrato

de trabalho, logo após este, inicia-se o período concessivo, aquele em que o

empregador deve conceder as férias ao empregado.

Na concepção de Ferreira e Machado (2005), férias contêm dois períodos de 12

meses: o chamado de aquisitivo, que é o trabalhado para adquirir o direito, e o

concessivo que é aquele que o empregador tem para conceder as férias após

completar-se o tempo aquisitivo.

Caso o empregador não libere o empregado por 30 (trinta) dias no período

concessivo, ficará obrigado ao pagamento do valor correspondente às férias, em dobro,

e assegurar o descanso ao empregador. (BRONDI E BERMÚDEZ, 2007, p. 591)

Conforme institui o artigo 133 da CLT (2008), não terá direito a férias o

empregado que, no curso do período aquisitivo:

I - deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída;

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II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; III - deixar de trabalhar, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; IV - e tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. (MANNRICH, 2008 p. 243)

Quanto aos dias de gozo, Ferreira, Machado e Santos (2008, p. 102), alegam

que “o número de dias a que o empregado faz jus dependerá do número de faltas

injustificadas durante o período aquisitivo respectivo.”

2.5 SALÁRIO FAMÍLIA

Salário Família é o benefício pago ao empregado que tiver filhos de até 14

(quatorze) anos ou inválidos. A empresa paga o valor para o empregado é reembolsado

pela previdência social através da dedução do valor da guia de GPS paga pela

empresa.

O salário-família é de natureza social e econômica, tem direito ao Salário-

Família os trabalhadores com Carteira Profissional devidamente assinada pela empresa

e também os trabalhadores avulsos, exceto os Empregados Domésticos. O benefício é

pago junto com o salário mensalmente. O assalariado terá direito aos seguintes valores

conforme seu salário base.

Tabela 2 - Salário Família, a partir de 06 de janeiro de 2012. Remuneração Base Salário Família (R$) Valor Salário Família (R$)

Até R$ 608,80 R$ 31,22

De R$ 608,81 até R$ 915,05 R$ 22,00

Acima de R$ 915,06 R$ 0,00

Valor por filho ou equiparados até 14 anos ou inválidos de qualquer idade.

Fonte – Ministério de Previdência Social

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2.6 AJUDA DE CUSTO E DIÁRIA PARA VIAGEM

De acordo com a CLT, a ajuda de custo é uma verba indenizatória com a

finalidade de cobrir despesas do empregado em decorrência de mudança de local de

trabalho ou outras despesas não podendo ser considerada como natureza salarial esse

pagamento não visa remunerar o trabalho do empregado, mas sim torná-lo viável, a

execução do seu trabalho.

Segundo o Tribunal Superior do Trabalho, a ajuda de custo tem natureza

indenizatória; é paga ao empregado de uma só vez para atender a certas despesas de

transferências ou mesmo reuniões fora da sede. Conforme TST descreve:

Ajuda de custo é parcela paga de uma só vez para o empregado atender a certas despesas, sobretudo de transferência. Tem caráter indenizatório, nunca salarial, mesmo quando excede de cinquenta por cento do salário, pois esse mínimo só diz respeito às diárias (CLT, Art. 457 §2.º), que são importâncias concedidas para cobrir gastos com deslocamento do trabalhador da sede da empresa e cessam quando ele retorna, só sendo levadas em conta no cálculo do salário para efeito de indenização (TSTRR-1.059/82 – Ac. 1ªT. 1.593/83, 14-6-83, Rel. Min. Coqueijo Costa).

Da mesma forma, acontece com as diárias para viagem, essas são pagas

habitualmente ao empregado para cobrir despesas necessárias, tais como: transporte,

hotéis, alimentação, esse valores somente são pagos caso o trabalhador esteja

realizando serviços externos.

Quando as diárias para viagem forem superiores a 50% do salário a qual o

trabalhador tem direito, o empregado deve passar a receber este valor como parte de

seu salário, sendo assim, a diária para viagem irá integrar pelo valor total e não apenas

em relação à parte que excede os 50%, sendo assim diária para viagem pode ser

considerada como salário e parte como indenização do valor da despesa.

O art. 457, § 2º, da CLT diz que não se incluem nos salários as ajudas de custo,

assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do

salário percebido pelo empregado.

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2.7 IMPOSTO DE RENDA

O Imposto de Renda (IR) incide sobre, salário, abonos, comissões, adicionais e

outros rendimentos estipulados pela Receita Federal.

O imposto de renda nada mais é que o imposto sobre os rendimentos, em que

cada pessoa é obrigada a deduzir certa porcentagem de sua renda para o governo

federal, essa porcentagem pode varia de acordo com a renda média anual.

A base de cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte procede da seguinte

maneira:

Fórmula

Salário base + adicionais + horas extras - faltas= base de cálculo

IRRF= Base IRRF (proventos – descontos) – (INSS + Pensão Alimentícia – valor por

dependentes x percentual a que incidir - parcela a deduzir = IRRF a recolher.

Quadro 3- Imposto de Renda Retido da Fonte (IRRF) Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

Segundo a Receita Federal (2010), o art. 1º da Instrução Normativa nº 994

estabelece que, o imposto de renda a ser descontado na fonte sobre os rendimentos do

trabalho assalariado, inclusive 13º salário, e sobre os demais rendimentos recebidos,

será apurado valendo-se da utilização da seguinte tabela progressiva mensal:

Tabela 3 – Alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte.

Alíquota

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do imposto (R$)Até 1.499,15 - -

De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43 De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94 De 2.995,71 até 3.743,19 2,5 505,62

Acima de 3.743,19 27,5 692,78 Fonte: Ministério da Fazenda.

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2.8 GRATIFICAÇÃO DE NATAL (DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO)

A gratificação de Natal instituída pela Lei n º 4.090/62 é conhecida popularmente

como décimo terceiro salário (13º salário), ou gratificação de natal, este encargo pode

ser pago ao empregado em duas parcelas até o final do ano, de acordo com o artigo:

Art. 2.º - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior. § 1.º - O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo mês, a todos os seus empregados. § 2.º - O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano.

No mês de dezembro de cada ano, independente da remuneração que lhe é

direito, corresponde a 1/12 (um doze avos) recebido pelo trabalhador não apenas o

salário base, mais sim a média dos últimos 12 meses trabalhado.

Fórmula

Médias dos meses trabalhado= base de cálculo

13º Salário = Base Cálculo (Salário Fixo+ Variáveis) / (12 meses) = valor mês x meses

trabalhado = 13º a receber.

Exemplo Salário Médio de R$ 900,00

Período Trabalhado – 9 meses 13º = 900,00/12 = 75,00 x 9 Meses Trabalhado = 675,00

Quadro 4- Cálculo do 13º Salário Fonte – Elaborado pela Autora, 2012.

A Lei n.º 4.749/65 e instituída pela Lei n.º 4.090/62, estabelece que o

empregador deve efetuar o pagamento da gratificação ao trabalhador no período entre

o dia 30 do mês de novembro e a segunda até o dia 20 do mês de dezembro, não

podendo ultrapassar essa data, caso o empregador não efetuar o pagamento em tempo

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hábil o mesmo poderá pagar uma multa no valor de R$ 170,25 por empregado

prejudicado de acordo com a Lei 4.090/62, Lei 7.855/89 art.3º.

O empregado ainda tem o direito de solicitar o adiantamento do pagamento do

13.º (décimo terceiro) salário, deve ocorrer entre os meses de fevereiro e novembro do

ano sendo pagamento integral ou 50% (cinquenta por cento) do salário recebido no

mês antecedente.

2.9 FERIADO E REPOUSO REMUNERADO

De acordo com os artigos 66, 67, 70 e 71 da Consolidação das Leis do Trabalho,

todo trabalhador tem direito ao repouso remunerado de no mínimo onze horas

consecutivas para descanso e veda qualquer trabalho em dias de feriados nacionais e

religiosos assim como os estaduais e municipais determinados na legislação própria.

Esse dia de descanso integra o salário do empregado.

O repouso remunerado possui várias denominações entre as mais comuns:

descanso semanal remunerado folga semanal, descanso semanal, repouso semanal.

Dessa maneira os dias de descanso do trabalhador estão fixados em seu

salário, ficando assim obrigado o empregador ao pagamento de adicional de hora extra,

sendo ela correspondente a 100% (cem por cento) do valor da hora trabalhada, caso

haja exercício existente do trabalho nessas datas.

Para que seja assegurado esse direito o trabalhador, precisa trabalhar a

semana toda sem faltas, pois caso contrário, o empregado terá descontado do seu

salário o dia de suas faltas e o dia do seu descanso semanal.

2.10 FALTAS LEGAIS / JUSTIFICADAS

A Consolidação das Leis do Trabalho estabelece determinadas situações em

que o trabalhador poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejudicar o seu

salário.

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As dispensas legais serão avaliadas apenas nos dias úteis em que o

trabalhador tenha se ausentado de suas funções. Essas faltas estão previstas no Artigo

473 da CLT:

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº. 229, de 28.2.1967). II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº. 229, de 28.2.1967). III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº. 229, de 28.2.1967). IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº. 229, de 28.2.1967). V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº. 229, de 28.2.1967). VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº. 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). (Incluído pelo Decreto-lei nº. 757, de 12.8.1969). VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. (Inciso incluído pela Lei nº. 9.471, de 14.7.1997). VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. (Inciso incluído pela Lei nº. 9.853, de 27.10.1999). IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. (Incluído pela Lei nº. 11.304, de 2006). (BRASIL, 1943, NÃO PAGINADO).

Mas essas situações não precisam ser apenas estipuladas pela CLT, poderá

também ser determinadas em Convenção Coletiva de Trabalho. Cabendo ao

funcionário justificar sua ausência por meio de documentos hábeis.

2.11 HORAS EXTRAS

As horas extras consistem no tempo laborado além da jornada diária

estabelecida pela legislação, contrato de trabalho ou norma coletiva de trabalho.

Conforme a lei a jornada máxima permitida é de 44 (quarenta e quatro) horas

semanais ou 220 (duzentos e vinte) mensais. Assim, jornada de trabalho pode ser

acrescida de duas horas diárias não podendo exceder esse limite estipulado, sendo o

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trabalhador compensado com um adicional de no mínimo 50% (cinquenta por cento) no

caso de ocorrência em dias úteis e de 100% (cem por cento) em domingos e dias

feriados. (NASCIMENTO, 1997).

Na fórmula a seguir o objetivo e calcular o valo da hora extra com o adicional de

50%.

Fórmula

Valor Hora Normal x nº de Horas Extras x[(100 + % Adicional por Hora Extra)/100] = Valor da Hora Extra

Exemplo

Salário Médio de R$ 900,00 Horas Extras Trabalhadas – 8 Horas – 50%

Valor Hora Normal – R$ 900,00/ 220 Horas = 4,09

R$ 4,09 x 8 x[(100 + 50)/100] = 49,08 Hora Extra

O mesmo cálculo serve para as horas de 100%

Quadro 5- Cálculo Hora Extra. Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

Nos artigos da Consolidação da Lei do Trabalho normatiza:

Art. 59, A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em numero não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. § 1º Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por cento) (Vide CF, Art. 7º inciso XVI) superior à da hora normal. (BRASIL, 1943, NÃO PAGINADO)

Horas extras, são horas exercidas em relação a sua jornada de trabalho dando

direito ao trabalhador receber essas horas do empregador, nunca podendo exceder

duas horas por dia.

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2.12 ADICIONAL NOTURNO

A legislação beneficia o trabalhador noturno devido ao seu trabalho em horário

destinado ao repouso com o Adicional Noturno. Este benefício compreende a

importância acrescida ao salário do trabalhador, sendo o trabalhador assegurado pela

CLT ou por convenção coletiva de trabalho a qual o empregado pertence.

Conforme a CLT, o adicional é descrito no Art. 73, o trabalhador noturno terá

remuneração superior à do diurno, em virtude de ser mais desgastante, o trabalho

noturno, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por

cento), sobre a hora diurna. A hora do trabalho noturno será computada como de 52

(cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Conforme CLT Art. 73 § 1.º:

Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna: § 1.º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

Para ser apurado o número de horas noturnas trabalhadas e converte-las,

devemos proceder da seguinte forma:

Fórmula de Converter

Horário Trabalhado – 22:00 as 05:00 – 7 Horas Normais de 60min Hora Normal (60 minutos) / Hora Noturna (52,50 minutos) = 1.1428571

= 7 Horas x 1.1428571 = 8 Horas

Exemplo Salário Médio de R$ 900,00

Valor Hora Normal – R$ 900,00/ 220 Horas = 4,09

Valor Adicional Noturno – R$ 4,09 x 20% = 0,81 Valor Hora Noturna – R$ 4,09 + 0,81 = 4,90

Quadro 6- Converter Horas normais para Horas Noturnas Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

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Considera-se noturno, o trabalho urbano executado entre as 22 (vinte e duas)

horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte. No caso de trabalhador rural

agrícola é considerado noturno o horário compreendido entre as 21 (vinte e uma) horas

às 5 (cinco) horas da manhã do dia seguinte. Já a hora noturna do trabalhador pecuário

se inicia as 20 (vinte) horas e se estende às 4 (quatro) horas do dia seguinte.

Os adicionais pelo trabalho noturno deverão ser discriminados separadamente

em folha de pagamento. Estes adicionais fazem parte da remuneração do empregador,

e sofrem incidências de INSS, FGTS e Imposto de Renda Retido na Fonte.

2.13 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O adicional de Insalubridade é devido aos funcionários, cuja atividade

profissional, oferece risco de saúde ao empregado, acima dos limites de tolerância

fixados em razão da natureza pecuniária, exposições a agentes nocivos a saúde e do

efeito acima dos limites tolerados. As atividades insalubres são definidas pelas Normas

Regulamentadoras 15 do Ministério do Trabalho.

De acordo com Oliveira (2001, p. 70):

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aqueles que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Segundo a CRFB/1988 Art. 7.º, inciso XXII, todo trabalhador que desenvolve

atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas na forma da lei tem direito de

receber adicional de insalubridade em seus vencimentos.

Conforme estabelecido pela CLT em seu:

Art. 192 – O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximos, médio e mínimo. (BRASIL, 1943, NÃO PAGINADO).

Em termos reais, ao empregado exposto ao agente insalubre é garantido o

pagamento mensal de uma porcentagem do salário mínimo, de acordo com os limites

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de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho conforme apresenta o art. 192,

dividindo essa porcentagem conforme será apresentado no seguinte quadro.

Porcentagem

Existem três graus de Insalubridade Grau Mínimo – 10% do salário mínimo vigente

Grau Médio – 20% do salário mínimo vigente

Grau Máximo – 40% do salário mínimo vigente

Quadro 7- Grau de Insalubridade Fonte – Elaborado pela Autora, 2012.

Classificação da insalubridade, segundo as normas do Ministério do Trabalho,

se dará através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,

registrados no Ministério do Trabalho, conforme CLT Art. 195 § 2.º:

Art. 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.§ 2.º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por sindicato em favor do grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

O adicional de insalubridade é pagos aos trabalhadores, aqueles que estão

expostos a situações insalubres e perigosas, os valores acréscimos podem variar

conforme apresentado no quadro anterior, porcentagem essa que deve ser aplicada

sobre o salário mínimo vigente, segundo o artigo 6º do Decreto – lei nº 2.162/40. A

variação no valor da indenização se da ao diferencial de grau de exposição da saúde

dos trabalhadores a esses fatores prejudiciais.

A caracterização e classificação dos limites de tolerância é a intensidade

máxima ou mínima, está relacionada como tempo de exposição e com a natureza, que

não causará danos primeiramente à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

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Martins (1999) fala que o adicional de insalubridade tem natureza salarial e não

indenizatória como muitos acham, já que está relacionado a atividades relacionadas a

situações de exposição da saúde do trabalhador.

A insalubridade tem como base legal a CLT e Lei n.º 6.514/1977, que foi

aprovado pelo decreto-lei n.º 5452/43, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.

2.14 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Da mesma forma que o adicional de insalubridade, a periculosidade é paga ao

empregado que também se expõe a riscos de saúde ou vida, sendo ele não cumulativo,

podendo o trabalhador receber apenas o adicional de insalubridade ou periculosidade,

quando ocorrer à existência de mais de um fator de periculosidade, será considerado

apenas o fator de grau mais elevado para efeito de acréscimo salarial.

As atividades periculosidade são definidas pelas Normas Regulamentadoras

16 do Ministério do Trabalho da portaria nº 3.214/78. A diferença em insalubridade e

periculosidade se dá pelo motivo que na periculosidade o risco é concreto. Esses riscos

são previsto no artigo 193 da CLT: Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou método de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. § 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (BRASIL, 1943, NÃO PAGINADO).

Consistem em atividades periculosas aquelas em que o trabalhador tem contato

direto com substâncias inflamáveis ou explosivas de riscos acentuados.

De acordo com Vianna (2005, p. 422): Em face da natureza salarial do adicional de periculosidade, este integrará o salário do trabalhador para todos os efeitos legais, devendo ser computado, inclusive, para o cálculo das férias, 13° salário, aviso prévio indenizado. sendo este último devido apenas quando da rescisão contratual.

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O adicional de periculosidade consiste no acréscimo e 30% sobre o salário

mínimo. (MARTINS, 1999).

Fórmula

30% sobre o salário do trabalhador

Exemplo Salário Médio de R$ 900,00

R$ 900,00 + 30% = 1.170,00 Salário a Receber

Quadro 8- Adicional de Periculosidade Fonte – Elaborado pela Autora, 2012.

Este adicional tem obrigatoriedade por lei e é aprovada a sua necessidade por

perícias específicas segundo as normas do Ministério do Trabalho e Emprego. No

entendimento do Tribunal Superior do Trabalho permite-se que a fixação do valor do

adicional possa ser feita por meio de acordos ou convenções coletivas.

2.15 VALE TRANSPORTE

O vale transporte é um benefício que a empresa deve fornecer ao trabalhador

caso não disponibilizar ao empregado condução para o deslocamento de sua

residência ao trabalho, tendo assim o empregador obrigação de fornecer

antecipadamente o valor correspondente às despesas com o transporte do funcionário.

Na concepção de Vianna (2005, p. 79), o vale-transporte tem como objetivo: Constitui um benefício que o empregador, pessoa física ou jurídica, antecipará ao empregado para a utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho-residência, através do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com caraterísticas semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares.

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De acordo com o artigo 482 da CLT, o empregado que passar qualquer

informação falsa ou utilização indevida do benefício será caracterizado falta grave,

podendo o empregador dispensar por justa causa.

O custo do empregado, conforme salienta Vianna (2005. p. 82).

O vale transporte será custeado pelo beneficiário empregado na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou vencimentos, excluindo qualquer adicional ou vantagens. Assim, o empregado responde com parcela de 6% de seu salário básico mensal, independentemente dos dias úteis (dias de trabalho) contidos no mês em questão- Lei 7.529/85. Art. 4º paragrafo único e Decreto nº 95.247/87. Art 9º.

O valor excedente aos 6% do salário do trabalhador e custeado pelo

empregador, caso o valor do desconto for maior que o valor total do vale transporte,

será apenas descontado o valor referido ao vale.

Fórmula

6% sobre o salário básico do trabalhador

Exemplo V.T Entregue – R$ 88,90

Salário – R$ 900,00

6% - R$ 54,00

Desc. Vale Transporte – R$ 54,00.

Exemplo V.T Entregue – R$ 88,90

Salário – R$ 2100,00

6% - R$ 126,00

Desc. Vale Transporte – R$ 88,90.

Quadro 9 - Desconto Vale Transporte Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

2.16 AUXÍLIO ENFERMIDADE

O auxílio-enfermidade é benefício previdenciário devido ao segurado-

empregado incapacitado para exercer a sua atividade habitual no trabalho. De acordo

com o § 3º, do artigo 60, da Lei 8.213/91, cabe à empresa o pagamento dos salários do

empregado durante os primeiros 15 (quinze) dias consecutivos de afastamento do

trabalhador por motivo de doença, ficando assim o contrato de trabalho interrompido,

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caso o funcionário ficar incapaz de voltar após o décimo quinto dia consecutivo, o

segurado será encaminhado à perícia médica do INSS (§ 4º, do artigo 60, da Lei

8.213/91), ficando os demais dias até a volta do funcionário ao trabalho, a cargo da

Previdência Social.

Caso o trabalhador após a sua volta ao exercício necessite de um novo período

de afastamento ocasionado pelos mesmos motivos, o empregador estará desobrigado

ao pagamento do auxílio enfermidade. O benefício será pago integralmente pela

Previdência Social.

O período em que o empregado se encontra afastado do trabalho em gozo de

auxílio-doença é considerado como licença não remunerada pela empresa (artigos 476,

da Consolidação das Leis do Trabalho, e 80, do Regulamento da Previdência Social),

durante esse período o contrato do trabalhador fica suspenso, pois não há pagamento

de salário ou benefícios pelo empregador, mas o contrato continuará em vigor.

Se o afastamento decorre de acidente do trabalho, o trabalhador tem direito aos

depósitos do FGTS conforme o artigo 15, § 5º, da Lei 8.036/90 (Lei do FGTS).

Recebendo alta médica do INSS, o empregado deve retornar imediatamente às

atividades profissionais.

2.17 AVISO PRÉVIO TRABALHADO

O aviso prévio é a evidência de uma das partes a outra que deseja romper o

contrato de trabalho assinado, este aviso prévio deverá ser feito com antecedência

mínima de 30 dias tanto pelo empregado como pelo empregador. Tento a obrigação do

empregado desse período a exercer suas atividades habitualmente.

O trabalhador terá direito nesse período segundo o artigo 488 da CLT, sua

jornada de trabalho a redução de 2 (duas) horas diárias de trabalho ou 7 (sete) dias

consecutivos, sem nenhum desconto em seu salário integral.

Na falta do comunicado do aviso prévio por qualquer uma das partes, ficará a

parte que der causa a rescisão contratual obrigada à indenização no valor

correspondente a 30 dias de salário do trabalhador, caso a falta de aviso seja do

empregador, o empregado tem direito ao salário correspondente ao prazo do aviso,

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garantida sempre a integração desse período, já se a falta do aviso partir do empregado

dá direito ao empregador descontar o salário correspondente ao prazo respectivo.

2.18 ENCARGOS SOCIAIS

Encargos sociais nada mais são que contribuições incidentes na folha de

pagamento, pagas pelas empresas à Receita Federal do Brasil e em seguida

repassadas ao Instituto Nacional da Seguridade Social - INSS. Essas contribuições,

junto com os salários pagos aos trabalhadores compõem parte do custo total do

trabalhador.

Encargos Sociais

Seguridade e Previdência Social

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

PIS/PASEP

Salário Educação

SEBRAE

SENAC / SENAI

SESC / SESI

Quadro 10 - Lista dos Encargos Sociais Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

O DIEESE (1997, p. 1), por exemplo, descreve encargos sociais como

obrigações trabalhistas, os encargos sociais estão dentro dessas obrigações, assim

explica encargos sociais como:

Já os encargos sociais incidentes sobre a folha restringem-se às contribuições sociais pagas pelas empresas como parte do custo total do trabalho, mas que não revertem em benefício direto e integral do trabalhador. São recolhidos ao governo, sendo alguns deles repassados para entidades patronais de assistência e formação profissional. [...]

DIESEE compreende que os encargos sociais, são obrigações presentes na

contratação e dispensa do trabalhador na empresa, tais como; assinatura da carteira de

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trabalho, pagamento de salário, limites de horário de trabalho, pagamento de horas

extras, pagamento de décimo terceiro salário, etc.

Pastore (1997) descreve que os encargos sociais são de natureza compulsória,

e inegociável, trazendo a definição para encargos sociais como sendo parcelas

tributárias ou paratributária, pois são recolhidas de forma compulsória e inegociáveis.

Analisando o autor Pastore e o instituto DIEESE pode se chegar ao consenso

de que encargos sociais são todas as contribuições sociais aplicadas à folha de

pagamento de caráter compulsória e inegociável, se tornando obrigatório a todos os

trabalhadores (DIEESE 1997; PASTORE 1997).

Entende-se que a denominação encargo social é um gênero que abrange

outras várias espécies de encargos, dentre elas, os encargos trabalhistas. É aí que se

dá o conflito de determinação exata do que é ou não encargo social. Os encargos

sociais são revertidos indiretamente à sociedade, diferente dos encargos trabalhistas

que são revertidos diretamente aos trabalhadores.

A polêmica entre as duas teorias está localizada no plano conceitual. Assim

descreve Nascimento (2001, p.633):

A diferença entre encargos sociais e salários está primeira na destinação dos dois tipos de obrigações, porque aqueles são contribuições ou recolhimentos que os empregados estão obrigados a fazer para o Estado ou órgãos sociais, e estes são pagamentos do empregador ao empregado. [...] Distinguem-se ainda, pela natureza da obrigação, uma vez que os encargos sociais têm natureza parafiscal ou quase parafiscal, e os salários têm natureza contratual.

Para que se possa esclarecer o que são encargos trabalhistas e sociais, deve

se primeiro chegar à definição de salário, que já foi descrito anteriormente nessa

pesquisa.

2.19 INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL

O Instituto Nacional de Seguridade Social que recebe as contribuições para a

manutenção do regime geral da Previdência Social, sendo responsável pelo pagamento

de aposentadorias, pensão por morte, auxílio doença e acidente, entre outras previstas

por lei que será apresentada mais a frente dessa seção. Desta forma de acordo com a

com a Lei 8.212/91 da Legislação Previdenciária, a empresa é obrigada a contribuir

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para a previdência social, essa contribuição também conhecida como Cota Patronal, é

descontada do empregado regido pela CLT, está obrigado a contribuir com a

Previdência Social em folha de pagamento, ela vária de acordo com a faixa salarial de

cada empregado.

A cota Patronal é de 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações

pagas conforme descrito no artigo 22 da Lei nº. 8.212/91:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº. 9.876, de 1999). (BRASIL, 1991, NÃO PAGINADO).

O Instituto Nacional do Seguro Social mais conhecido como INSS incide sobre

a folha de pagamento do trabalhador, os seus descontos podem variar entre 8% (oito

por cento), 9% (nove por cento) e 11% (onze por cento), de acordo com o salário do

contribuinte.

Segue abaixo a tabela das alíquotas para fins de recolhimento do INSS.

Tabela 4 - Contribuição INSS a partir de 6 de Janeiro de 2012. Alíquotas do INSS

Salário de Contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)

Até R$ 1.174,86 8,00

de R$ 1.174,87 até R$ 1.958,10 9,00

de R$ 1.958,11 até R$ 3.916,20 11,00

Portaria n º 2, de 06 de Janeiro de 2012.

Fonte: Ministério da Previdência Social. O INSS é aplicado sobre o salário bruto, horas extra, adicional noturno,

adicional de periculosidade e insalubridade e outros valores admitidos em lei pela

previdência social. (NASCIMENTO, 2001).

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A respeito do financiamento da Seguridade Social, conforme disposto no art.

195 da Constituição federal, a seguridade social será financiada por toda a sociedade,

de forma direta e indireta:

CF - Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (BRASIL, 1988, NÃO PAGINADO).

A base de cálculo do INSS se dá da seguinte forma:

Calculo do INSS

Salário base + (adicionais + horas extras) – (faltas/atrasos) = base de cálculos do INSS x

8%, 9%,11% = INSS a recolher.

Exemplo Salário Médio de R$ 2.185,00

R$ 2.185,00 + 11% = 240,35 INSS a recolher

Quadro 11- Instituto Nacional do Seguro Social Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

Os valores são recolhidos pela empresa, mas não são desembolsados pela

mesma, são apenas retido dos salários dos empregados e repassado posteriormente

ao governo, via Guia da Previdência Social – GPS juntamente com a cota patronal e a

contribuição com terceiros.

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Figura 1 - Guia da Previdência Social – GPS

Fonte: Ministério da Previdência Social, 2012.

Mas além ter tais direitos, o empregado obrigatoriamente tem que estar na

qualidade de segurado da Previdência Social, regulamentado pelo texto da Lei 8.213

em seus Artigos 11 a 15.

2.20 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO

FGTS foi instituído pela Lei nº 5.107/66. Atualmente, a lei que dispõe sobre o

FGTS é a de nº 8.036/90, o fundo é regido por normas e diretrizes estabelecidas pelo

Conselho Curador do FGTS, composto por representantes do governo, dos

trabalhadores e dos empregadores, e como se fosse uma conta poupança criada para

cada um dos funcionários da empresa, o funcionário recebe mensalmente o valor

correspondente a 8% (oito por cento) sobre a sua remuneração sendo esse valor

atualizado mensalmente.

Diferente de outros encargos a base de cálculo do FGTS se ocorre sobre a

totalidade dos valores recebidos pelos funcionários com salário base, horas extras,

outros adicionais, deduzidos deste total o tempo não trabalhado devido à faltas e

atrasos.

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De acordo com o Decreto n° 99.684/90, criado para a regulamentação do FGTS

o funcionário só poderá movimentar sua conta FTGS nos seguintes casos:

Descrição

• Despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e por força

maior.

• Extinção da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais

ou agências, supressão de parte de suas atividades, ou, ainda, falecimento do

empregador individual.

• Aposentadoria concedida pela previdência social.

• Falecimento do trabalhador;

• Levantamento para o pagamento de prestações decorrentes de financiamento

habitacional do Sistema Financeiro da Habitação.

• Em caso de demissão por Justa Causa e Pedido de Demissão, após três anos

ininterruptos da data de demissão, sem que tenha havido outro vínculo de

emprego neste período.

• Extinção normal do contrato de trabalho inclusive o dos trabalhadores

temporários.

Quadro 12 - Motivos de Saque do FGTS Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

FGTS pode ser dividido por dois tipos de contas, as ativas e as inativas, as

ativas se referem à conta que mensalmente está recebendo os depósitos feitos pela

empresa, essa conta renderá juros e atualizações monetárias como uma conta bancária

normal, já as inativas são as contas que não estão recebendo os devidos depósitos,

pois o trabalhador saiu da empresa e não sacou o saldo da conta, renderá juros e

atualização monetária da mesma forma que a conta ativa, até o trabalhador sacá-lo.

Ao empregado que for demitido sem justa causa, o empregador fica obrigado a

pagar ao funcionário a importância igual a 40% do total do saldo do FGTS, realizados

até o último mês trabalhado pelo trabalhador, conforme a Lei nº 9.491/97 e mais 10%

de adicional a partir de 28 de setembro de 2001, data da vigência da Lei Complementar

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110/2001 no caso de demissão sem justa causa ou indireta, ou 20%, no caso de culpa

recíproca ou força maior.

2.21 SALÁRIO EDUCAÇÃO

Esse encargo é pago pelos trabalhadores ao governo e aplicados diretamente

na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental público, projetos e ações

voltadas para a educação pública e educação especial, uma vez que esteja voltada

educação básica, com intuito das empresas a custear a educação nacional.

Esse encargo está determinado na Constituição Federal em seu Artigo 212, §

5º: § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº. 53, de 2006). (BRASIL, 1988, NÃO PAGINADO).

A alíquota e Incidência atuais são fixadas pela Lei nº. 9.424, de 24/12/1996 –

Contribuição Social do Salário-Educação e pelo decreto nº. 6003, de 2006, que

normatiza a arrecadação, a fiscalização e a cobrança da contribuição social do salário-

educação:

Art. 1º A contribuição social do salário-educação obedecerá aos mesmos prazos, condições, sanções e privilégios relativos às contribuições sociais e demais importâncias devidas à Seguridade Social, aplicando-se lhe, no que for cabível, as disposições legais e demais atos normativos atinentes às contribuições previdenciárias, ressalvada a competência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, sobre a matéria. § 1º A contribuição a que se refere este artigo será calculada com base na alíquota de dois inteiros e cinco décimos por cento, incidente sobre o total da remuneração paga ou creditada, a qualquer título, aos segurados empregados, ressalvadas as exceções legais, e será arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Previdenciária. (BRASIL, 1996, NÃO PAGINADO)

São recolhidos 2,5% sobre o total da folha de pagamento e está amparado na

Lei 4.404/64, Lei 9.424/96 e Lei 9.766/98. O encargo deve ser recolhido e pago à

Receita Federal que também é a responsável pela fiscalização de seus recolhimentos.

Independente se o empregado possuir filhos ou não, todos os trabalhadores das

empresas precisam recolher a cota que lhes cumpre ao Instituto de Previdência.

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45

A partir da Constituição Federal de 1988, aonde houve algumas mudanças na

legislação vigente, o pagamento do salário educação pode ser contestado, pois pela na

nova lei, não havia mais obrigatoriedade do recolhimento do salário educação.

2.22 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI foi designado para

organizar e administrar escolas que possibilitem a aprendizagem e aperfeiçoamento,

aos profissionais das áreas industriais, expandida às de transporte e comunicações.

Decreto lei nº. 4.048/42 determina a concepção e finalidade do SENAI:

Art. 1º Fica criado o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários. Art. 2º Compete ao Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários organizarem e administrar, em todo o país, escolas de aprendizagem para industriários. Parágrafo único. Deverão as escolas de aprendizagem, que se organizarem ministrar ensino de continuação e do aperfeiçoamento e especialização, para trabalhadores industriários não sujeitos à aprendizagem. (BRASIL, 1942, NÃO PAGINADO)

Conforme o decreto apontado acima à base de empresas que contribuem para

o SENAI foi ampliado, e as escolas de aprendizagem por ele criadas e organizadas,

foram estendidas aos trabalhadores dos transportes, da comunicação e de pesca.

A fixação das alíquotas cobradas das empresas e repassadas ao órgão é

regulamentada pelo Decreto-Lei nº. 6.246/44.

Como está prescrito no Art. 1º do Decreto-Lei nº. 6.246/44:

Art. 1º A contribuição de que tratam os Decretos-lei n. 4.048, de 22 de janeiro de 1942, e n. 4.936, de 7 de novembro de 1942, destinada à montagem e ao custeio das escolas de aprendizagem, a cargo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, passará a ser arrecadada na base de um por cento sobre o montante da remuneração paga pelos estabelecimentos contribuintes a todos os seus empregados. (BRASIL, 1944, NÃO PAGINADO)

A contribuição básica é de 1% sobre o montante da remuneração recebida

pelos empregados das empresas do setor industrial, definido pela Lei nº 6.246/44, como

mostra o artigo 1º acima.

É válido salientar que exclusivamente as empresas do setor industrial ficam

obrigadas ao recolhimento da contribuição ao SENAI, como demonstrado dessa seção.

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46

2.23 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENAC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, segundo a Lei nº

8.621/46, tem o objetivo de financiar as atividades, organizar e administrar as escolas

de aprendizagem comercial. A contribuição é de 1%, aplicado sobre o total da

remuneração paga pelas empresas do setor comercial aos trabalhadores que prestem o

serviço durante o mês.

O SENAC é mais um órgão designado pela CNI incumbido também de

disponibilizar para trabalhadores cursos profissionalizantes, continuados ou de

especialização, contudo, não são cursos destinados aos empregados do setor

industrial, para os quais já existe um órgão específico (SENAI).

Esse órgão poderá atuar também junto às instituições de ensino reconhecidas

pelo governo, na difusão de cursos de formação comercial, aplicando dinheiro para a

melhoria dos aparelhos utilizados pelas escolas e em contrapartida, poderá exigir

dessas escolas, matrículas gratuitas de determinado número de trabalhadores do

comércio, seus filhos e outros estudantes que fizerem prova da falta de recursos para o

custeio desses cursos.

2.24 SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI

O Serviço Social da Indústria foi instituído pelo Decreto-Lei nº. 9.403/46 que

regularizar a contribuição das empresas para o seu custeio. Com a intenção

proporcionar programas de valorização dos profissionais, melhorias das condições de

habitação, nutrição e higiene é principalmente, para motivá-los a um bom desempenho

no exercício de seu trabalho.

Determinando assim o Art. 1º do decreto de sua criação nº. 9.403/46:

Art. 1º Fica atribuído à Confederação Nacional da Indústria encargo de criar o Serviço Social da Indústria (SESI), com a finalidade de estudar planejar e executar direta ou indiretamente, medidas que contribuam para o bem estar social dos trabalhadores na indústria e nas atividades assemelhadas, concorrendo para a melhoria do padrão geral de vida no país, e, bem assim, para o aperfeiçoamento moral e cívico e o desenvolvimento do espírito de solidariedade entre as classes. (BRASIL, 1946, NÃO PAGINADO)

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47

Contudo a regulamentação posterior à lei 5.107/66 alterou entre outros requisitos

os índices de contribuição.

A Lei nº. 5.107/66 (FGTS) reduziu as alíquotas do SESI/SESC de 2% para

1,5% incidente sobre o total da remuneração paga pelas empresas do setor industrial

aos empregados e avulsos que prestem o serviço durante o mês:

Art. 23 Fica reduzida para 1,5% (um e meio por cento) a contribuição devida pelas empresas ao Serviço Social do Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades da subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº. 4.380, de 21 de agosto de 1964. (BRASIL, 1966, NÃO PAGINADO).

O SESI atuará lado a lado ao trabalhador, nas áreas educacionais

proporcionando acontecimentos culturais, e valorizando-o, não somente como

trabalhador, mas também como ser humano. Esses programas sociais visam não só a

melhoria técnica e pessoal dos trabalhadores, mas sim, reconsiderar essas melhorias

em toda população nacional, cooperar assim para um país também melhor.

2.25 SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC

Por meio do Decreto-Lei nº. 9.853/46, que foi instituiu o SESC, assim como o

SESI, mais atuando na área industrial, o SESC tem como função explorar, planejar e

elaborar medidas que consistem em melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores,

contudo, nas diversas áreas comerciais e em consequência aperfeiçoar moralmente e

civilmente a população como um todo.

O SESC exerce, sobretudo, na vida doméstica do comerciário junto à nutrição,

habitação, vestimenta, saúde, educação e transporte dos trabalhadores, protegendo o

valor do salário da classe, incentivando a produção comercial, a cultura, sempre em

busca da valorização do ser humano.

Da mesma forma que o SESI teve suas alíquotas de 2% reduzidas para a

porcentagem de 1,5% sobre o total dos valores pagos pelos empregadores como

remuneração aos seus empregados, o SESC segue a mesma linha, cobrando das

empresas para contribuição ao SESC.

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2.26 AS CONTROVÉRSIAS SOBRE ENCARGOS SOCIAIS.

O ponto de partida dessa pesquisa compreende uma análise de diferentes

autores sobre o que são considerados encargos sociais, levando em consideração que

há grande discursão em torno do que são tais encargos por Pastore e Dieese. Os

conceitos de encargos sociais chegam a ser tão diferentes que, dependendo da visão

de cada observador, justificam os índices entre 20% até 215% dos salários.

(CACCIAMALI, 1993, p. 13).

A grande dificuldade é conceituar e denominar o que são encargos sociais está

definitivamente em explicar cada um dos valores que são pagos pela empresa, com

base nos salários dos trabalhadores, todos os valores pagos pela empresa procedentes

da folha de pagamento são de encargos sociais, pois, o que é um benefício direto, e

único do empregado, não é considerado um encargo social e sim encargo trabalhista.

Os encargos sociais são revertidos indiretamente, em benefício da sociedade,

já os encargos que são destinados ao benefício próprio ao trabalhador têm o caráter de

encargos trabalhistas, e não devem ser confundidos pelo simples fato de ser

encontrado na folha pagamento.

Pastore (1994, p. 28), sobre encargos entende que, “de modo geral, eles

incluem as despesas com as obrigações sociais propriamente ditas (INSS, FGTS,

salário-educação, etc.) e as despesas referentes à remuneração do tempo não

trabalhado (férias, 13º salário, licenças, abonos, etc.)”. Para o DIEESE, os encargos

sociais se referem apenas às despesas com as obrigações sociais do terceiro tipo, tais

como aposentadoria, proteção no desemprego, seguro-acidentes, etc.

A teoria de Pastore é a que mais tem aceitação entre os empresários, que

concluem que os impostos incidentes nas folhas de pagamento totalizam mais de 100%

dos salários pagos aos empregados. Dessa forma os encargos sociais seriam

compostos até mesmo das obrigações trabalhistas como FGTS, férias, 13º salário,

feriados, afastamentos.

Sandroni (2002), Leão (1999), defendem o mesmo raciocínio de Pastore em

relação o que realmente são os encargos, argumentam que os encargos sociais são

todos os gastos pela empresa em função dos serviços prestados pelos seus

empregados.

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49

Ao contrário da linha de pensamento de Pastore, DIEESE (1997), afirma que

encargos sociais são os direitos recebidos diretamente pelo funcionário. Criando assim,

controvérsias sobre o que realmente vem a serem encargos sociais.

A discordância entre esse assunto se manifesta entre todas as áreas como se

pode notar no artigo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos

Socioeconômicos - DIEESE:

Não há consenso na literatura quanto à denominação que se dá aos encargos. Alguns os chamam genericamente de encargos sociais, outros os subdividem em contribuições sociais e encargos trabalhistas; outros ainda se referem a encargos sociais, encargos tributários e contribuições parafiscais. Menos consenso existe também quanto aos itens que compõem cada um desses grupos, o que dificulta uma análise comparativa.

A designação de encargo social é algo que pode se nivelar com outros tipos de

encargos, dentre eles, os encargos trabalhistas. E com esse tipo de argumentação que

se dá o conflito de explicação exata do que é ou não encargo social.

Os encargos sociais são as taxas e contribuições pagas pelo empregador, que

beneficiam de forma indireta o trabalhador.

Um bom exemplo seria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, é um

encargo pago pelo empregador a cada um de seus empregados e com base no salário

de cada um deles, e destinado somente a eles. Nenhuma outra pessoa pode utilizá-lo

como um direito social, ou exigir que os valores depositados em contas de FGTS sejam

aplicados na sociedade. Mesmo que o colaborador peça demissão, casos em que o

empregado não terá direito de sacar o seu FGTS acumulado até o momento, ele não

perderá o direito, fincando apenas submetido a certos critérios que devem ser

preenchidos para poder ter o direito de sacar o saldo do FGTS. Fica assim

caracterizada, a individualidade sobre este saldo tratando-se então de um direito

próprio e não um direito social. Portanto o FGTS é considerado um encargo trabalhista

e não um encargo social.

Irrepreensível, e o conceito favorecida pelo DIEESE, discordando assim do

autor Pastore quanto ao conceito levantando por ele quanto à composição dos

encargos sociais excluindo as obrigações trabalhistas e limitando-os somente aos

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valores recolhidos pelos empregadores ao governo ou que são repassados a outras

instituições de assistência e formação profissional.

A grande discursão entre as duas teorias levantada está localizada no plano

conceitual. Assim descreve Nascimento (2001, p. 633):

A diferença entre encargos sociais e salários está primeiro na destinação dos dois tipos de obrigações, porque aqueles são contribuições ou recolhimentos que os empregados estão obrigados a fazer para o Estado ou órgãos sociais, e estes são pagamentos do empregador ao empregado. [...] Distinguem-se ainda, pela natureza da obrigação, uma vez que os encargos sociais têm natureza parafiscal ou quase parafiscal, e os salários têm natureza contratual.

2.27 A COMPULSORIEDADE DOS ENCARGOS SOCIAIS.

Os encargos sociais são obrigações que decorrem da lei e tem como principal

característica a generalidade, são impostos aplicados a todas as empresas.

Como o próprio Pastore (1997, p. 20 e 21) fala “Os encargos sociais são

compulsórios, no Brasil, derivam de obrigações constitucionais e da CLT” [...] “Todos

esses encargos são de natureza obrigatória, sem a menor possibilidade de

negociação”.

Mas essa compulsoriedade dos encargos sociais também apresenta exceção

com o objetivo de incentivar as microempresas e empresas de pequeno porte, e apoiar

as entidades beneficentes, o Governo Federal isentando essas instituições dos

pagamentos dos encargos, ficando desobrigado o pagamento dessas contribuições,

mas as empresas precisam estar enquadradas em alguns requisitos necessários devem

elas optar pelo regime tributário Simples Nacional com atividade econômica

enquadradas nos anexos I (Comércio), II (Indústria) e III (Serviços e Locação de bens

Móveis).

Os casos de isenção serão estudados em seção especifica mostrando as

vantagens de optar pelo Simples Nacional ou Lucro Presumido, levantando vantagens e

prejuízos pela falta de planejamento da tributação escolhida pela empresa, esse

planejamento ajuda a empresa a corta custos sobre a folha de pagamento se for bem

planejada.

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51

2.28 COMPOSIÇÃO DOS ENCARGOS SOCIAIS.

A grande discursão em cima dos encargos sociais faz ser percebida que a

contratação de um trabalhador no Brasil custa para as empresas segundo Pastore o

equivalente a 102%.

A Tabela abaixo ilustra o peso dos encargos sociais conforme o critério em

questão defendido por Pastore.

Tabela 5 – Encargos Sociais na Visão de Pastore – Setor Industrial

Tipos de Encargos

Incidência (%)

A - Obrigações sociais

Previdência Social 20,00 FGTS 8,00 Salário-educação 2,50 Acidentes de Trabalho (média) 2,00 SESI 1,50 SENAI 1,00 SEBRAE 0,60 INCRA 0,20 Subtotal A 35,80

B – Tempo não Trabalhado I Repouso Semanal 18,91 Férias 9,45 Feriados 4,36 Abono de Férias 3,64 Aviso Prévio 1,32 Auxilio Enfermidade 0,55 Subtotal B 38,23

C – Tempo não Trabalhado II 13º Salário 10,91 Despesa de Rescisão Contratual 2,57 Subtotal C 13,48

D – Reflexos dos Itens AnterioresIncidência de A sobre B 13,68 Incidência do FGTS no 13º Salário 0,87 Subtotal D 14,55

TOTAL GERAL

102,06

FONTE: Pastore (1997, p. 20). Adaptada pela autora, 2012.

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Na Tabela 8 podem-se observar quais os tipos de encargos Pastore considera

encargos sociais, inclusive os encargos trabalhistas que também compõem o quadro.

A composição dos encargos segundo Pastore chegam o percentual de 102% de

impostos incidentes no salário dos empregados chega-se essa porcentagem quem

defende salário, como apenas a remuneração pelas horas trabalhadas.

Essa consideração exclui do conceito de salário as demais vantagens obtidas

pelos trabalhadores, como o descanso semanal remunerado, as férias, 13º salário, o

adicional de 1/3 das férias, os feriados, o aviso prévio, as despesas de rescisão

contratual, como a multa sobre o FGTS, a parcela do auxílio enfermidade custeada pelo

empregador, os quinze primeiros dias do afastamento.

Esses itens são considerados como encargos sociais somados com as

obrigações recolhidas à Receita Federal do Brasil através da Guia de Previdência

Social - GPS, para o custeio da Previdência Social, salário-educação, assistência social

e formação profissional, reforma agrária (INCRA), SEBRAE, entre outros.

Alguns destes encargos são calculados através de percentuais fixos conforme a

legislação, isso acontece no caso das obrigações sociais, com base em cálculos de

média anual, por exemplo, para obter o índice de dias de funcionário afastado por

motivo de auxílio enfermidade. Essas variações e devido aos diferentes critérios

aplicados para calcular os dias realmente trabalhados e não trabalhados durante o ano.

Essa teoria indica a instabilidade que é a determinação dos valores de

encargos sociais aplicados sobre o salário do empregado, já que uma única falta

justificada do empregado durante o mês pode resultar no aumento dos encargos sociais

pagos com base em seu salário.

Embora essa pesquisa tenha o espaço apropriado para expor as ideias

defendidas pelas teorias aqui mostradas, é importante salientar que não se devem

aplicar os percentuais encontrados nesses cálculos sobre o salário do empregado para

se obter os valores dos encargos sociais, pois os cálculos mostram o percentual

incluindo os encargos trabalhistas, contabilizando até mesmo o descanso semanal

como encargos social.

A teoria de Pastore pode ser muito utilizada para apurar o custo da mão-de-

obra, buscando chegar o real custo da hora efetivamente trabalhada pelo empregado.

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Já o conceito defendido pelo DIEESE, e totalmente inverso ao conceito de

Pastore, que aplicam o percentual dos encargos mais de 100% dos valores pagos pela

empresa. DIEESE defende encargos sociais apenas as contribuições pagas pela

empresa com base na folha de pagamento do empregado, porém esses valores não

são usufruídos diretamente pelo empregado, afastando assim os encargos sociais dos

encargos trabalhistas. DIEESE limita as contribuições sociais com os valores pagos que

não são revertidos diretamente ou integral em benefício do trabalhador. Valores esses

que são pagos ao governo com o intuito de custear entidades de seguridade social,

entidades de assistência e formação profissional.

Compõem então os encargos sociais os seguintes itens segundo DIEESE;

Tabela 6 – Encargos Sociais na Visão de DIEESE - Setor Industrial.

ENCARGOS ALIQUOTA % FUNDAMENTAÇÃO INSS 20,0 % Lei 8212/91 artigo 22 GIIL – RAT ² 2,0 % Lei 8.212/91 artigo 22 SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,5 % Lei 9.424/96 artigo 15 SESC SESI 1,5 % Artigo 30 Lei 8.036/90 SENAC / SENAI 1,0 % Decreto 2.318/86 SEBRAE 0,6 % Lei 8029 de 12/04/90 e Lei INCRA 0,2 % Decreto Lei 1.146/70 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ³ 0,0 % Lei Complementar 110/01 TOTAL 27,8 %

Fonte – Elaborada pela Autora, 2012

Encargos sociais são compostos pelo INSS com a alíquota de 20% sobre a

folha de pagamento; pelo Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente

dos Riscos Ambientais do Trabalho, aplicação de alíquotas de 1%, 2% ou 3% de

acordo com o grau de risco da atividade, sendo considerado leve, médio ou grave; pelo

Salário Educação, e pelas contribuições do sistema “S”, podendo totalizar as duas

últimas, uma alíquota de 5,8%.

Chegando assim ao percentual de apenas 27,8% sobre a folha de pagamento

do empregado mensalmente de uma empresa no setor industrial.

Tabela 9 se refere uma amostragem dos encargos, apenas pagos pelo setor

industrial, não englobando todos os encargos sociais existentes, mas mesmo assim

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servirá que parâmetro para os cálculos dos encargos sobre a folha de pagamento do

trabalhador.

Vejamos abaixo a forma de cálculos dos encargos sociais sobre a folha de

pagamento, compondo a remuneração média mensal;

Tabela 7 – Composição da Remuneração média mensal do trabalhador com salário de R$ 900,00

Itens da remuneração direta do trabalhador % sobre o

salário base $ sobre o salário

base

Salário mensal 100,00% 900,00

13° salário em proporção mensal:

(100% / 12 meses)

8,33% 74,70

Adicional de 1/3 de Férias: (100%/3) /12) meses 2,78% 25,02

FOLHA DE PAGAMENTOS MÉDIA MENSAL 111,11% 999,72

Recolhimento mensal ao FGTS:

(8% de 100,00)

8,00% 72,00

Incidência do FGTS sobre o 13º salário mensal: (8%

de 8,33%)

0,67% 6,03

Incidência do FGTS sobre 1/3 de férias mensais: (8%

de 2,78%)

0,22% 1,98

Rescisão contratual como proporção da remuneração 2,49% 22,41

REMUNERAÇÃO MÉDIA MENSAL DO

TRABALHADOR

122,49% 1.102,14

FONTE: MTE, Adaptada pela autora, 2012.

O trabalhador com o salário fixo no valor de R$ 900,00 conforme mostrado na

tabela acima, poderá contabilizar sua remuneração média mensal apresentada na

planilha como, os salários indiretos: R$ 74,70 referente à 1/12 avos do 13º salário e

1/12 avos do adicional de1/3 de férias: R$ 25,02, totalizando R$ 999,72, valor base de

cálculo pra aplicação dos encargos.

Além do salário direto e o salário variável, também incide na folha de

pagamento média mensal e as despesas com rescisão contratual, acatando o total de

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R$ 1.102,14 como remuneração média total do trabalhador. Para essa vertente é

considerada remuneração média mensal total do trabalhador salário seja ele direto,

indireto ou variável.

Levando em consideração as alíquotas dos encargos sociais incidente sobre a

folha de pagamento mostrada na Tabela 8 e da composição da remuneração média

total do trabalhador da Tabela 9, pode-se calcular quanto custam os encargos sociais

médio mensais de dispêndio da empresa, por trabalhador.

Tabela 8 – Desembolso total mensal para empregar um trabalhador (Salário contratual hipotético de R$ 900,00)

Itens de despesa Subparcelas Desembolso (em R$)

1. Salário contratual R$ 900,00 2. 13º e adicional de 1/3 de férias (como proporção mensal)

R$ 99,72

3. Folha de pagamentos média mensal (1 + 2) (base de cálculo dos encargos sociais)

R$ 999,72

4. FGTS e verbas rescisórias (proporção mensal)

R$ 102,42

5. Remuneração média mensal total do trabalhador (3 + 4) R$ 1.102,14 6 - INSS (20%) R$ 199,94 6.1 - Seguro de acidentes de trabalho (2% em média)

R$ 19,99

6.2 - Salário-educação (2,5%) R$ 24,99 6.3 - INCRA (0,2%) R$ 1,99 6.4 - SESI ou SESC (1,5%) R$ 14,99 6.5 - SENAI ou SENAC (1,0%) R$ 9,99 6.6 - SEBRAE (0,6%) R$ 5,99 7. Encargos sociais (incidentes sobre R$ 999,72) (somatória itens 6 a 6.6)

R$ 277,88

8. Desembolso total mensal do empregador (5 + 7) R$ 1.380,02 FONTE: DIEESE, Adaptada pela autora, 2012.

Conforme visto, a tabela do desembolso total mensal para empregar um

trabalhador, podemos interpretar o cálculo da seguinte forma:

Observa-se que o total dos encargos sociais R$ 277,88 representa 30,89% do

salário contratado no valor de R$ 900,00.

Em seguida soma-se o salário fixo R$ 900,000 com o salário indireto do 13º

salário e adicional de férias R$ 99,72 e se alcança o total de R$ 999,72 para se chegar

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ao total de encargos R$ 277,88 que representa 27,80% do salário médio mensal, se for

adicionado ao salário médio mensal ao FGTS e as verbas rescisórias, os encargos

sociais representarão no máximo de 25,20% em relação à remuneração média total

recebida pelo trabalhador.

Ainda em uma ótica mais rigorosa nota-se que a partir de um salário contratual

de R$ 900,00, a empresa tem como custo médio mensal total do trabalho incluindo

salários e encargos, o valor de R$ 1.380,02, assim pode-se afirmar que os encargos

sociais no montante de R$ 277,88 representa uma fatia de apenas 20,1% deste total,

muito distante dos 102% que Pastore defende em seu estudo, apresentado na Tabela

7.

Os cálculos dos encargos sociais mostrados nas Tabelas 8 foram realizados

sempre para se chegar à média mensal do salário do trabalhador, unicamente para se

deixar clara a diferença de peso dos encargos sociais na ótica dos dois autores mais

conceituados nesse assunto Pastore e DIEESE.

Neste capítulo foram analisados diferentes conceitos, composições e cálculos

de encargos sociais, com intuito de facilmente fazer a comparação do peso desses

encargos sociais a partir de várias teses abordadas.

2.29 EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL

Lei Complementar 123, de 14 de Dezembro de 2006 regulamenta o

enquadramento de empresas do Simples Nacional em um sistema de recolhimento

tributário com tratamento favorecido. Essa lei veio para incentivar as microempresa e

empresas de pequeno porte, pois consiste no recolhimento de diversos tributos que

abrangidos nesta lei em seu artigo 13 serão recolhido todos os tributos de competência

federal, estadual e municipal, de forma unificada em uma guia denominada DAS –

Documento de Arrecadação do Simples. O

O Simples Nacional buscando desburocratizar a abertura de novas empresas,

diminuir os impostos e oferecer mais incentivos as ME e EPP, implicando no

recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes

tributos:

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Descrição

• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);

• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);

• Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS);

• Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal);

• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação (ICMS);

• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).

Quadro 13 – Tributos arrecadados Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

Poderão ingressar no regime Simples Nacional as Microempresas - ME e

Empresas de Pequeno Porte - EPP que não incorrerem em nenhuma das vedações

previstas no artigo 17 da Lei Complementar nº 123/2006 como:

• Que tenha sócio domiciliado no exterior;

• Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as

Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja

suspensa;

• De cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta,

federal, estadual ou municipal.

Quadro 14 – Empresas que não se enquadram no Simples Nacional Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

As empresas optantes pelo Simples Nacional que exercerem atividades

enquadradas nos Anexos I, II, III, da Lei Complementar nº. 123/06, Comércio, Indústria

e/ou Serviços e Locação de Bens Móveis respectivamente, não deverão realizar as

contribuições sociais patronais, sendo assim isentas do recolhimento previdenciário

referente à cota patronal definida no artigo 22 da Lei 8.212/91.

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Porém estas empresas continuam obrigadas ao recolhimento e repasse das

contribuições previdenciárias dos segurados que compõe sua folha de pagamento.

A lei complementar nº 123/06 vem, periodicamente, passando por alterações

significativas, em 2011 ela foi revogada pela Lei Complementar nº 139, com o objetivo

de aperfeico-a-lá, e de apresentar os novos limites máximos de faturamento.

Mais recentemente, a Lei Complementar 139, de 10 de novembro de 2011, veio

revogar a lei 123/06, trazendo novidades para o ambiente empreendedor, e ampliando

os benefícios as empresas.

Para esclarecer esses pontos foi elaborado um quadro para apresentar as

principais alterações da lei 123/2006 pela lei complementar 139/11.

Principais Alterações

I – Alteração da Receita BrutaPoderá ser considerada microempresa, a sociedade que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e no caso da empresa de pequeno porte, a sociedade que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Fundamento: Inciso I e II o Art. 3 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. II – Aplicação dos novos valores da Receita Bruta em 2011 com a permanência no Simples. A empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional que durante o ano-calendário de 2011 auferir receita bruta total anual entre R$ 2.400.000,01 (dois milhões, quatrocentos mil reais e um centavo) e R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) continuará automaticamente incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2012, ressalvado o direito de exclusão por comunicação da optante. Fundamento: Art. 79 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139 II – Aplicação dos novos valores da Receita Bruta em 2011 com a permanência no Simples. A empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional que durante o ano-calendário de 2011 auferir receita bruta total anual entre R$ 2.400.000,01 (dois milhões, quatrocentos mil reais e um centavo) e R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) continuará automaticamente incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2012, ressalvado o direito de exclusão por comunicação da optante. Fundamento: Art. 79 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139

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III - Atualização dos valores de limites e outros valores a partir de janeiro de 2015 A Lei 139 determinou que caberá ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN)apreciar a necessidade de revisão, a partir de 1º de janeiro de 2015, dos valores expressos em moeda nesta Lei Complementar, portanto ate dezembro de 2014 os valores dos limites serão mantidos, a partir de 2015 os valores poderão ser corrigidos pelo Comitê, simplificando a correção no futuro. Fundamento: § 1o Art. 1 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. IV – Alteração do limite de receita bruta para enquadramento como MEI.O limite de receita bruta para enquadramento para do MEI passa para R$ 60.000,00(antes da alteração o limite era de R$ 36.000,00);Fundamento: § 1o Art. 18ª da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. V- Alteração dos efeitos da exclusão do Simples Nacional. A empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual (R$3.600.000,00) fica excluída, no mês subsequente à ocorrência do excesso, do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar. Se à receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) do limite referido os efeitos da exclusão prevista dar-se-ão no ano-calendário subsequente. Anteriormente a lei 139, independente do percentual do excesso, os efeitos da exclusão ocorriam no ano subsequente. Fundamento: § 9A do Art. 3ª da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. VI- Prazo para entrega declaração quando ultrapassar o limite no decorrer ano. Quando a empresa ultrapassar o limite em mais de 20% (vinte por cento) fica obrigada a apresentação da declaração até o último dia útil do mês subsequente à ultrapassagem. Fundamento: letra b do inciso IV do Art. 30 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. VII - Instituição da possibilidade de parcelamento. Compete ao CGSN fixar critérios, condições para rescisão, prazos, valores mínimos de amortização e demais procedimentos para parcelamento dos recolhimentos em atraso dos débitos tributários apurados no Simples Nacional, porem a Lei determinou que o parcelamento possa ser em até 60 (sessenta) parcelas mensais, na forma e condições previstas pelo CGSN. Fundamento: § 15,16 e 24 do Art. 21ª da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. VIII - Compensação e Correção do Simples Nacional recolhido a maior. O pedido de restituição ou compensação dos valores do Simples Nacional recolhidos indevidamente ou em montante superior ao devido foi ratificado na nova Lei, porem continuam dependendo da regulamentação do Comitê Gestor. A novidade e a confirmação garantia da correção dos valores pagos pelos de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido. Fundamento: § 6o Art. 21 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139.

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IX- Certificação digital. O comitê Gestor do Simples Nacional poderá determinar a exigência da certificação digital para o cumprimento de obrigações principais e acessórias por parte das MEI ou empresas de pequeno porte, devemos ficar atentos a tal possibilidade. Fundamento: § 7o Art. 26 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139. X - Falta de emissão de nota fiscal poderá excluir empresa do Simples Nacional. A falta de emissão de documentos fiscal de venda ou de prestação de serviços de acordo com instruções expedidas pelo Comitê Gestor determinará a exclusão de ofício da empresa optante pelo Simples Nacional. Fundamento: Inciso XI o Art. 29 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139 XI - Omissão de informações. Omitir de forma reiterada dado referente à folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária determinará a exclusão de ofício da empresa optante pelo Simples Nacional. Fundamento: Inciso XII o Art. 29 da Lei nº 123 alterada pela Lei Complementar nº 139.

Quadro 15 – Alterações da lei 123 pela lei complementar nº 139. Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

Conforme foi apresentado no quadro anterior, as mudanças que a lei 123/06

enfrentou foi com o intuito favorecer cada vez, mas as empresas. Dentre tantas

alterações a mais importante foi à ampliação do teto da receita bruta anual do

Empreendedor Individual, das microempresas e empresas de pequeno porte, que para

ser considerada ME a empresa não poderá exceder o limite máximo de R$ 360.000,00

(trezentos e sessenta mil reais) de receita bruta anual. E quanto as EPP o limite da

receita bruta anual devera ser superior a R$ 360.000,00 e não ultrapassar o limite de

R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), criação de limite adicional de

receita bruta para exportação de mercadorias e parcelamento da dívida junto ao

Simples.

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61

2.30 EMPRESAS OPTANTES PELO LUCRO PRESUMIDO

A forma de tributação chamada Lucro Presumido é uma forma simplificada para

determinação da base de cálculo do imposto de renda (IR) e da Contribuição Social

Sobre o Lucro (CSSL) das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas à apuração

com base no lucro real. No lucro presumido a apuração tanto do imposto de renda

como da contribuição social é efetuado em períodos trimestrais, encerrados em 31 de

março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.

Neste aspecto a tributação presume-se o lucro alcançado pela empresa sem

escrituração contábil para efeito de pagamento CSLL e IRPJ.

Segundo Filho (2005, p. 420) “o Lucro Presumido tem a base de cálculo

determinada pela aplicação de um percentual sobre o montante da receita bruta

decorrente da venda de mercadorias e de serviços, e acrescido de outras receitas e

ganhos de capital, apurados na forma da lei.”

Conforme Oliveira (2005, p. 178), “Lucro Presumido trata-se de uma presunção

por parte do fisco do que seria o lucro das organizações caso não houvesse a

contabilidade”.

Conforme a Lei nº. 10.637 de 30 de dezembro de 2002, enquadra na tributação

do Lucro Presumido as empresas que apresentar seu faturamento anual igual ou

inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00

(quatro milhões de reais) multiplicados pelos números de meses que esteve em

atividade, e que não estejam obrigadas à tributação pelo Lucro Real.

De acordo com o Boletim IOB (2005, p. 18) desde o ano de 1999, a opção pela

tributação com base no lucro presumido tornou-se definitiva para todo ano-calendário.

De acordo com o artigo 517 do Decreto nº. 3.000/99, a pessoa jurídica que iniciar

atividade a partir do segundo trimestre manifestará a opção pelo lucro presumido com o

pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido no trimestre do início

de atividade, através das alíquotas de presunção, que é definida conforme as

atividades de cada entidade, que se deve aplicar sobe o faturamento trimestral da

empresa, para que se encontre a base de cálculo para aplicar a alíquota do IRPJ, que é

de 15%.

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Tabela 9 – Alíquotas no cálculo do Imposto de Renda - Lucro Presumido. Alíquotas

Atividade Alíquota (%)

Atividade em geral (RIR/1999, ART. 518), serviço de transporte de

cargas, serviços hospitalares. 8,0

Revenda de Combustíveis 1,6

Serviços de Transporte (exceto de carga). 16,0

Intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de bens e

direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis), serviços em geral

(exceto serviços hospitalares).

32,0

Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

Além desses tributos que são calculados sobre a presunção do lucro líquido

sobre o faturamento bruto, há aqueles que são aplicados diretamente sobre a receita

bruta mensal e que as empresas optarem pelo Lucro Presumido também tem a

obrigação de tributação. São eles: PIS, COFINS, ICMS, ISS, IPI.

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3 METODOLOGIA De acordo com Gil (2007, p. 17) “método de pesquisa é o procedimento racional

e sistemático que tem como objetivo buscar respostas aos problemas que são

propostos, com o intuído responder questionamentos sobre o tema estudado, dando

linhas a serem seguidas através de procedimentos científicos”.

Galiano (1979, p. 6) esclarece que “método é um conjunto de etapas,

ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de

uma ciência ou para alcançar determinado fim”. Para realização de uma pesquisa, são

seguidas etapas, métodos e técnicas predefinidas para obter os objetivos propostos.

Como definição de pesquisa, Gil (1991, p. 19) descreve que é:

Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não posso ser adequadamente relacionada ao problema.

Para Beuren (2003, p. 54): “O rigor científico da pesquisa e a qualidade dos

resultados dependem da correta definição dos métodos e procedimentos a serem

adotados pra a observação e coleta dos dados, mensuração das variáveis e as técnicas

de análise dos dados”.

Conforme Beuren (2004) nessa seção deve-se classificar as suas tipologias. Que

devem ser analisadas conforme: aos objetivos, que podem ser de pesquisa

exploratória, descritiva ou explicativa; aos procedimentos, pesquisa bibliográfica,

pesquisa documental, pesquisa experimental, estudo de caso, levantamento, ou

pesquisa participante; à abordagem do problema, sendo qualitativa ou quantitativa.

Sendo assim será abordado desse capítulo os procedimentos e o tipo de pesquisa

elaborada.

Assim, busca-se, por meio dessa pesquisa, coletar informações e dados

suficientes para análise, sua interpretação e consequente relato, objetivando a

apresentação dos resultados alcançados através da realização dos objetivos geral e

específicos.

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3.1 QUANTO À NATUREZA

A natureza da pesquisa pode se dizer que busca o conhecimento básico,

conforme Menezes, Silva (2001, p. 20) falam: gera conhecimentos úteis para o avanço

da ciência sem aplicação prática, envolve verdades e interesses universais que se

buscam entender.

3.2 QUANTO AO OBJETIVO

Pesquisa essa que é caracterizada de acordo com seus objetivos, se tornando

uma pesquisa exploratória, tendo com objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema, torná-lo mais explícito, acompanhando na identificação de variáveis.

Pesquisa exploratória tem como finalidade, desenvolver e modificar conceitos e

ideais. Conforme Gil (1994, p. 45) descreve:

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.

O estudo exploratório será realizado em uma empresa do Simples Nacional e

outra do Lucro Presumido, as duas tendo os seus dados hipoteticamente criados para

que seja mostrada a importância do planejamento tributário, confrontando os encargos

sociais aplicados para cada tipo de enquadramento das empresas.

3.3 QUANTO AO PROCEDIMENTO

Quanto aos procedimentos, serão utilizadas premissas de obras já publicadas,

interpretação da legislação, conhecimento adquiridos aos longos dos anos e acervos

virtuais (Internet), com maior enfoque na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,

para um melhor entendimento do assunto abordado, sendo este trabalho desenvolvido

conforme a pesquisa bibliográfica, como descreve Gil (1991, p. 48), “é desenvolvida a

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partir de um material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científicos”. Tendo em vista que quase todas as pesquisas são desenvolvidas a partir

de fontes bibliográficas.

A vantagem desse tipo de pesquisa é que se torna possível a cobertura de uma

gama muito mais ampla de fenômenos do que numa pesquisa direta, mas sua

qualidade pode ficar comprometida, pois as fontes secundárias podem apresentar

dados coletados ou processados equivocadamente.

3.4 QUANTO À ABORDAGEM

Em relação à abordagem do problema, projeto segue uma linha de pesquisa

qualitativa, pois não se utilizarão métodos ou técnicas estatísticas na medida em que

procura investigar, descrever, interpretar e analisar informações disponíveis sobre dos

encargos sociais e trabalhistas e seu reflexos sobre a folha de pagamento,

descrevendo a complexidade da folha de pagamento, contido de acordo com os

proventos e descontos aplicados, pesquisa ilustrativa será realizado numa empresa

hipoteticamente criada para analisar os dados, empresa essa que em primeiro

momento estará enquadrada no Simples Nacional e posteriormente como Lucro

presumido.

Beuren (2003, p. 92), “Na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais

profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado”.

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Os estudos abordados nesta pesquisa limitam-se a comparação entre os

encargos sociais e trabalhistas na tributação do Lucro Presumido e do Simples

Nacional para uma empresa hipoteticamente criada para uma analise ilustrativa,

especificamente no setor industrial, não podendo ser aplicados os mesmos índices

sobre outros setores.

A pesquisa também sofre limitações da constante alteração das Leis tributárias

no Brasil, não podendo assim, ter uma eficácia ao longo dos anos, salvo em caso de

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atualização tributária. Sendo que, esta pesquisa considerou a legislação vigente até

maio de 2012.

3.6 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

Nesta seção, apresentam-se algumas recomendações para a realização de

futuras pesquisas. Desta forma recomenda-se:

• Estudo comparando os encargos sociais, considerando o Lucro Presumido e

Lucro Real;

• Encargos sociais no Brasil e Exterior.

A presente pesquisa permitiu ampliar conhecimentos a respeito de uma área não

muito trabalhada no banco de graduação, e espera-se que este trabalho ainda seja

importante para as mesmas áreas da contabilidade.

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4 PESQUISA ILUSTRATIVA

A pesquisa ilustrativa vem com o intuito de fixar a ideia de forma mais clara

sobre o presente trabalho, é através dele será explanado a composição do

recolhimento os encargos sociais que compõem a folha de pagamento de uma empresa

que não se enquadra no Simples Nacional.

Buscando elaborar uma confrontação entre a folha de pagamento desta mesma

organização, nesse caso considerando hipoteticamente com a tributação designada

como optante pelo Simples Nacional, averiguar o recolhimento dos encargos sobre as

duas folhas.

Por meio da comparação entre a empresa no primeiro momento, tendo a sua

tributação como Lucro Presumido, e em segundo caso como Simples Nacional, será

demonstrado à composição e o peso dos encargos sociais sobre a folha de pagamento.

As demonstrações que utilizadas nesta pesquisa ilustrativa, tem fundamentação

na folha de pagamento referente ao mês de maio do ano de 2012 simulada de uma

empresa, que aqui será denominada empresa “A”.

4.1 INFORMAÇÕES CADASTRAIS DA EMPRESA “A” LTDA - EPP

A empresa “A” Ltda – EPP fica situada na cidade de São José, Estado de Santa

Catarina, à Rua Pedro Cunha, sua atividade principal é: Impressão de Jornais,

enquadrada na CNAE nº. 18.11-3/01, FPAS: 507.

A Classificação Nacional de Atividade Econômica descrita para essa empresa

se enquadra na tabela I do anexo II da IN 03/2005 do MF/SRFB, que estabelece o

índice da alíquota RAT, que determina em que grau de risco a empresa é classificada,

a empresa com atividade principal de Impressão de Jornais deve seguir a alíquota de

2%, pois, a empresa se enquadra no grau médio de riscos ambientais do trabalho.

O mesmo anexo da IN também vincula o FPAS 507 com o código CNAE acima

descrito. O FPAS como já estudado nesta pesquisa será o direcionador dos

recolhimentos previdenciários e das contribuições a terceiros como descrito no anexo III

da mesma IN.

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4.2 FOLHA DE PAGAMENTO DA EMPRESA “A” LTDA - EPP

A pesquisa ilustrativa tem como base a folha de pagamento da empresa “A”

Ltda. EPP que será abordada a seguir é um resumo do último mês apurado

(maio/2012), de fácil entendimento.

Tendo em seu resumo está descrito o número de funcionários, sócios e

trabalhadores autônomos da empresa. Do lado esquerdo mostra a descrição dos

proventos dos empregados, sócio e trabalhadores autônomos e do lado direito constam

os descontos legais e previdenciários a cargo dos segurados, obtendo o valor líquido da

folha de pagamento.

Figura 2 – Simulação Resumo de Folha de Pagamento Mensal

Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

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Como se pode observar no resumo da folha de pagamento a empresa “A” Ltda

EPP tem em seu quadro de colaboradores (staff), 36 empregados, 2 sócios e 1

trabalhador autônomo.

Entre remunerações e retiradas de pró-labore o total geral dos proventos

significa R$ 29.740,46, contudo, não são sobre este valor que serão calculados os

encargos, e sim, sobre R$ 26.512,73. Chega-se a esse valor depois de deduzidos os

valores referentes a salário família e arredondamento de salários, sobre os quais não

incidem encargos.

Nesta folha de pagamento os descontos legais totalizam R$ 2.770,35 sendo

que desse valor, R$ 2.291,11 corresponde aos descontos previdenciários abaixo

especificados.

Os descontos previdenciários referem-se aos empregados R$ 2.139,93, aos

sócios R$ 71,20 e ao trabalhador autônomo R$ 80,00. Sendo assim o valor líquido

dessa folha de pagamento é de R$ 26.970,11.

4.3 ENCARGOS SOCIAIS DA EMPRESA “A” LTDA - EPP

Após a elaboração da folha de pagamento a empresa preenche a GFIP por

meio do programa SEFIP, analisando os valores nela exporto, envia as informações à

Previdência Social e tem o total dos encargos sociais que devem ser recolhidos pela

empresa.

A figura a seguir representa o resumo das informações que são enviadas à

previdência social, apenas dos valores totais de recolhimentos de encargos

previdenciários, não todas as outras informações que compõem o arquivo de envio,

como, dados individuais de cada segurado.

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Figura 3 – Resumo da declaração das contribuições a recolher à previdência social e as

outras entidades considerando Lucro Presumido. Fonte – Elaborada pela Autora, 2012

Conforme mostra a Figura 3 pode se verificar a GFIP diante dos seguintes fatos:

O código FPAS em que a empresa se enquadra é o 507 (indústrias), assim o

total da contribuição a outras entidades é de 5,8% sobre a base de cálculo. O FPAS

direciona quais entidades serão beneficiadas com os encargos pagos a terceiros e a

quantia de contribuição que será repassada a cada uma delas.

A empresa não é optante do regime tributário Simples Nacional, sua alíquota

RAT é de 2% e o código de recolhimento do GPS é 2100, já estudado em tópicos

específicos.

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Quanto aos segurados, o valor de recolhimento é de R$ 2.291,13, quanto aos

empregados, R$ 2.139,93 e R$ 151,20 corresponde aos contribuintes individuais

(sócios e autônomos). Essa quantia que foi apenas transportada da folha de pagamento

é o que a empresa retém com descontos previdenciários das remunerações com

segurados.

No que consiste ao recolhimento da empresa tem-se os valores referentes à:

Descrição Valores

Empregados/Avulso: INSS 20% das remunerações de natureza

salarial no total de R$ 5.503,63

Contribuintes Individuais: INSS 20% sobre as retiradas de pró

labore e remunerações dos trabalhadores autônomos no total de R$ 378, 00

RAT: como a empresa se enquadra no grau médio de riscos

ambientais do trabalho o percentual de recolhimento desse

encargo é de 2% sobre as remunerações de natureza salarial

dos empregados devendo ser recolhido o valor de

R$ 550,36

Salário Família/Sal. Maternidade:

(deduzidos da quantia que a empresa deve recolher à

Previdência Social, pois, são indenizações pagas pelo governo,

apenas adiantados na folha pelo empregador).

R$ 307,36

Quadro 16 – Resumo das Contribuições da empresa Lucro Presumido Fonte – Elaborado pela Autora, 2012

O valor total referente à Previdência Social a cargo da empresa é de R$

6.124,63, somando-se a este, os valores dos segurados retidos pela empresa R$

2.291,13, totalizando R$ 8.415,76, exposto no campo “Valor a recolher à Previdência

Social”.

Finalizando a composição dos encargos da GFIP, resta o valor que deve ser

repassado a terceiros, descrito no campo “Outras Entidades”. Calcula-se 5,8% do total

das remunerações de natureza salarial dos empregados, obtendo o montante de R$

1.596,05.

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Os valores referentes a Outras Entidades serão distribuídos entre: Salário-

Educação 2,5%; INCRA 0,2%, SENAI 1%, SESI 1,5% e ao SEBRAE 0,6%,

determinados pelo anexo III da IN/RFB.

4.4 GPS DA EMPRESA “A” LTDA - EPP

Com as informações geradas do GFIP, com o mesmo programa será emitido a

Guia da Previdência Social, por meio da qual a empresa efetuará o pagamento dos

encargos sociais.

Como já foram analisados individualmente no tópico anteriormente os valores

contidos na GPS, esses valores, são recebidos pela Receita Federal do Brasil que é o

órgão incumbido do repasse dos mesmos ao INSS e às entidades autônomas.

Os valores contidos na GPS já foram individualmente explicados no tópico

anterior.

Figura 4 – GPS a ser pago pela empresa Lucro Presumido

Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

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O preenchimento da GPS obedecerá aos requisitos essenciais abaixo:

CAMPO 1 - Nome da Empresa, Telefone e Endereço; informar básicas para a

identificação da empresa.

CAMPO 3 - Iinformar o código que representa a categoria da empresa na tabela

regulamentada pela IN da Receita Federal do Brasil IN RFB nº. 739/07.

CAMPO 4 - Declarar no formato mm/AAAA a competência a qual se refere ao fato

gerador dos encargos.

CAMPO 5 - Informar o número do CNPJ do estabelecimento.

CAMPO 6 - Informar neste campo o valor devido ao INSS pela empresa (cota

patronal), os valores retidos de seus segurados e os valores de eventuais

compensações como salário família, salário maternidade, etc.

CAMPO 9 - Neste campo deverá ser informado a totalidade dos valores pagos a

entidades autônomas, por exemplo, SESI/SESC, SENAC/SENAI, Salário Educação,

INCRA, entre outras.

CAMPO 10 - Atualização Monetária, Multa e Juros - informar o valor devido a título de

atualização monetária e acréscimos legais, sobre recolhimentos em atraso.

CAMPO 11 - Total - informar o valor total a recolher ao INSS.

4.5 ENCARGOS SOCIAIS DA EMPRESA “A” LTDA – EPP – SIMPLES NACIONAL

A folha elaborada no tópico anterior será utilizada para ser demonstrada através

da GFIP e GPS e recolhimento dos encargos, caso a empresa seja optante pelo

Simples Nacional.

Levando em consideração que todos os seus segurados se dedicam

exclusivamente às atividades enquadradas no anexo II da Lei Complementar 123/2006.

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Figura 5 – Resumo da declaração das contribuições a recolher à previdência social e as

outras entidades considerando Simples Nacional. Fonte – Elaborada pela Autora, 2012

A GFIP gerada considerando empresa optante pelo Simples Nacional será

analisada diante dos seguintes fatos:

O código FPAS continua sendo 507 (indústria).

Podemos então analisar a apuração dos valores a recolher a seguir:

Quanto aos valores recolhidos dos segurados, a empresa repassará à

Previdência Social R$ 1.983,77, quantia essa da qual já foi inferido o valor do salário

família.

Como o Simples Nacional é um regime diferenciado que tem como objetivo

favorece as, ME e EPP no recolhimento de seus tributos a empresa terá sua obrigação

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restrita ao recolhimento e repasse dos valores correspondentes ao INSS de seus

segurados.

Sendo assim, estará dispensada dos recolhimentos de contribuições

previdenciária referente à cota patronal (INSS, RAT, Terceiros).

Figura 6 – GPS a ser pago pela empresa Simples Nacional.

Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

4.5 COMPARATIVO ENTRE SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO

Como observamos no tópico anterio, nota-se uma acentuada diferença no valor

de recolhimento devido em relação a GPS calculada pela empresa não optante pelo

Simples Nacional. No primeiro momento o recolhimento no imposte de R$ 10.011,81,

apresentado na tabela a seguir, enquanto que no segundo, o valor recolhido é de R$

1.983,77, cabendo à empresa no segundo caso, apenas o recolhimento e repasse dos

valores de INSS de seus segurados.

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Figura 7 – Encargos Sociais - Simples Nacional x Lucro Presumido.

Fonte – Elaborada pela Autora, 2012.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa buscou num primeiro momento debater e esclarecer os conceitos de

encargos sociais e trabalhistas e mensurá-los. Sobre a base de duas vertentes de

pensamento.

Defronte a todos os fatos e argumentações apresentadas nesta pesquisa

compreende-se que a teoria defendida por Pastore e os que de sua ideia compartilham,

são bastante eficazes quando se quer obter cálculo para a obtenção do custo da

“hora/homem” nas organizações. Porém, não é objetivo desta pesquisa dar ênfase a

essa ideia.

Sendo o objetivo deste trabalho, verificar o peso dos encargos para a empresa,

engloba-se assim tanto aqueles considerados encargos sociais como aqueles tratados

como obrigações trabalhistas compulsórias, e que podem girar em torno de 100% sobre

a folha de pagamento mensal das empresas, considerando-se como base as horas

efetivamente trabalhadas. Como já foi citado anteriormente, este percentual pode variar

dependendo de uma gama maior ou menor de custos que são considerados como

encargos.

Para reforçar a ideia defendida, na pesquisa ilustrativa, pode-se afirmar que

após a hipotética opção da empresa pelo regime Simples Nacional, o custo de sua folha

de pagamento incluindo remunerações e encargos sociais, foi reduzido

acentuadamente.

Ainda dentro deste âmbito ressalta-se que as empresas podem optar por

regimes tributários que melhor se ajustem as suas necessidades orçamentárias, no que

diz respeito à sua folha de pagamento.

Assim, é nítido que todas as empresas que venham a se enquadrar nas

atividades destacadas nos anexos do Simples Nacional que desobrigam às

contribuições previdenciárias, serão beneficiadas, se por esse regime optarem. É valido

salientar que esta pesquisa se limita ao estudo dos encargos sociais incidentes na folha

de pagamento, e que estes jamais representarão o dobro do seu valor, mesmo que a

empresa não seja optante pelo Simples Nacional.

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Uma delas considera como encargos sociais somente a contribuição ao INSS, a

terceiros e ao seguro acidente de trabalho. A segunda entende que encargos sociais

são além dos citados, todas as obrigações trabalhistas compulsórias que incidem sobre

a folha de pagamento mensal da empresa, pagas direta ou indiretamente ao

trabalhador.

Observou-se neste estudo, que acima de tudo não há um consenso em nosso

país sobre o efetivo valor do percentual de encargos sobre a folha de pagamento das

empresas, assim como também não há um consenso sobre o que efetivamente são

encargos sociais ou encargos trabalhistas.

Para tanto se utilizou a pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, efetuada

por meio de estudo ilustrativo, bibliográfico. Com o auxílio destes instrumentos, foi

possivel alcançar o objetivo geral deste trabalho, aonde os resultados apontoram que,

os encargos socias aplicados na folha de pagamento apresentam uma dispariedade

entre as empresa do Simples Nacional e Lucro Presumido, deixando cada vez, mas

claro a importância de um bom planejamento na hora da escolha da tributação da

empresa.

A partir das considerações feitas, independente de qualquer corrente de

pensamento, recomenda-se aos empresários, acompanhamento de um rigoroso

processo de planejamento fiscal e tributário, para assim reduzirem seus custos e

maximizarem os lucros.

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