prediÇÃo de isotermas de adsorÇÃo de gÁs...
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PREDIÇÃO DE ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE GÁS CARBÔNICO EM
ZEÓLITA FAUJASITA EM ALTAS PRESSÕES POR MEIO DE EQUAÇÕES
DE ESTADO BIDIMENSIONAIS
F. Pinzan1, A. L. Moretti1, P. S. Gaschi1, L. H. Oliveira1, J. F. do Nascimento2, P. A. Arroyo1,
1-Laboratório de Adsorção e Troca Iônica, Departamento de Engenharia Química – Universidade Estadual
de Maringá
Av, Colombo 5790, Bl. E10A – CEP: 87020-900 – Maringá- PR – Brasil
Telefone: (44) 3011-5311 – Email: [email protected]
2- PETROBRAS/CENPES/PDDP/TPP
Ilha do Fundão, Qd 07 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Telefone: (21) 2162-4179 – Fax: (21) 2162-4537 – Email: [email protected]
RESUMO: Dentre os processos estudados para remoção de contaminantes do gás natural, como
gás carbônico e sulfeto de hidrogênio, a adsorção desponta como alternativa promissora devido
ao baixo consumo energético. Neste trabalho, isotermas de adsorção de CO2 em zeólita NaY a 30
°C e pressões até 40 bar foram preditas utilizando-se equações de estado bidimensionais (EDEs-
2D) de van der Waals e Peng-Robinson. Dados experimentais, determinados em baixas pressões,
foram utilizados para obtenção, por meio de ajuste, dos parâmetros de cada equação, sendo eles:
capacidade máxima adsorvida; constante de Henry; parâmetro de interação energética e covolume
bidimensionais. Os resultados indicam que ambas equações predisseram isotermas semelhantes.
As isotermas preditas, quando comparadas à experimental obtida para altas pressões,
superestimaram a capacidade adsorvida de CO2 em NaY. Verificou-se também que a etapa de
ajuste dos parâmetros à baixas pressões é essencial para que os modelos estudados apresentem
resultados próximos aos experimentais à altas pressões.
PALAVRAS-CHAVE: adsorção gasosa; equação de estado bidimensional; zeólita NaY.
ABSTRACT: Among the processes studied for the removal of contaminants from natural gas,
such as the carbon dioxide and hydrogen sulfide, the adsorption emerges as a promising
alternative due to the low energy consumption. In this work, CO2 adsorption isotherms in zeolite
NaY at 30°C and pressures up to 40 bar were predicted using the van der Waals and Peng-
Robinson two-dimensional equations of state (EOSs-2D). Experimental data, determined at low
pressures, were used to obtain, through adjustment, the two-dimensional parameters of each
equation: maximum adsorbed capacity, Henry constant, energy interaction parameter and
covolume. The results indicate that both equation predicted similar isotherms. The predicted
isotherms, when compared to the experimental isotherm obtained at high pressures, overestimated
the adsorption capacity of CO2 in NaY. In addition, it has been found that the step of adjusting
parameters at low pressure is essential for the models studied to present the results close to the
experimental high pressures.
KEYWORDS: adsorbed phase; two dimensional equation of state; gas adsorption
1. INTRODUÇÃO
O gás natural (GN), cuja produção atual
atingiu milhões de m³/dia, tornou-se uma alternativa
versátil e limpa por emitir baixas quantidades de
dióxido de enxofre (SO2) e material particulado na
queima (Rios et al., 2013). Contudo, uma de suas
desvantagens é a presença de gases ácidos
contaminantes, como sulfeto de hidrogênio e
dióxido de carbono, pois, além de provocarem
corrosão da tubulação empregada para transporte,
diminuem a qualidade do combustível (Cavenati et
al., 2006; Guelfi, Scheer, 2007).
Para a remoção desses gases, utiliza-se
processos como destilação criogênica, separação
por membrana, absorção e adsorção. A alta
demanda de energia se tornou um ponto crítico para
a escolha do sistema de purificação. Como
alternativa, a adsorção vem sendo estudada com o
objetivo de encontrar as suas condições de operação
mais eficientes (CHEN et al., 2017).
O fenômeno de adsorção é um processo de
transferência de massa do tipo sólido/fluido (líquido
ou gás) caracterizado pela habilidade de um sólido
poroso (adsorvente) homogêneo ou heterogêneo
reter, por meio de interações físicas ou químicas,
moléculas de uma fase fluida (Gomide, 1987).
Diversos trabalhos utilizaram a adsorção
gasosa para remoção de poluentes, como o CO2 e
H2S (Payne et al., 1968; Zhou et al., 1994; Myers,
Monson, 2014). Nestes estudos, as equações que
descrevem o equilíbrio da adsorção física foram
classificadas em dois grupos. O primeiro é baseado
na adsorção localizada ou modelo de Langmuir,
cuja premissa básica é a presença de sítios locais ou
pequenas regiões na superfície do sólido
interagindo estequiometricamente com um número
fixo de moléculas de gás. O segundo grupo, também
chamado de modelo de fluido móvel, consiste no
movimento das moléculas de gás na superfície do
adsorvente, podendo ocorrer interações complexas
entre elas e, consequentemente, desvios da
idealidade (Payne et al., 1968).
Teorias e modelos foram desenvolvidos para
correlacionar dados de adsorção de componentes
puros a baixas pressões e predizer tanto a adsorção
de puros quanto de misturas em altas pressões. As
mais relevantes foram Grande Canônico Monte
Carlo (GCMC), Modelo de Solução Ideal (IAS),
Modelo de Solução Ideal Heterogênea (HIAS) e
Equações de Estado Bidimensionais (EDEs-2D)
(Zhou et al., 1994).
De acordo com Van Ness (1969), utilizando-
se EDEs-2D, pode-se transformar a região da
interface do adsorvente em uma superfície
matemática imaginária bidimensional sem
inconsistências termodinâmicas, uma vez que as
propriedades da fase gasosa permanecem
inalteradas até que se atinja a superfície do sólido.
Neste trabalho, isotermas de adsorção de CO2
em zeólita NaY a 30 °C e pressões de até 40 bar
foram preditas utilizando-se as equações de estado
bidimensionais de van der Waals (vdW-2D) e Peng-
Robinson (PR-2D) com base em dados
experimentais determinados a baixas pressões.
2. MODELOS DE ISOTERMAS DE
ADSORÇÃO
A adsorção em superfícies sólidas é um
fenômeno complexo devido à não uniformidade da
grande maioria dos sólidos e do tipo de interação
entre os sítios ativos da superfície e as moléculas da
fase adsorvida, a qual depende do sistema gás/sólido
e da temperatura. A importância de estudar a fase
adsorvida se baseia, dentre alguns fatos, na
descrição termodinâmica da variação da densidade
da fase adsorvida com o aumento da pressão, o que
é de difícil entendimento (Zheng, Gu, 1998).
Para o desenvolvimento termodinâmico da
fase adsorvida, considera-se que esta é composta de
n componentes adsorvidos e do sólido, podendo-se
escrever a variação de energia interna conforme
Equação (1).
i
n
i
isS dNdNPdVTdSdU
1
''' (01)
Na Equação 1, o sobrescrito (´) indica a
mistura de sólido mais componentes adsorvidos, Ni
e Ns (mmol g-1) são os números de mols adsorvidos
do i-ésimo componente e do adsorvente,
respectivamente. Para o sólido puro a variação desta
propriedade termodinâmica é descrita pela Equação
2.
sssss dNPdVTdSdU 0000 (02)
O tratamento proposto por Gibbs (Van Ness,
1969) considera o adsorvente como um inerte
devido à dificuldade de caracterizá-lo como um
componente da fase adsorvida, ou seja, o sólido não
altera as interações intermoleculares da fase
adsorvida. Nesse caso o adsorvente funciona
somente como um campo de forças para a fase
adsorvida (Hill, 1952). Dessa forma, subtraindo a
Equação 2 da Equação 1, a expressão resultante,
Equação 3, corresponde ao cálculo da variação de
energia interna para a fase adsorvida.
i
n
i
idNdAPdVTdSdU
1
(03)
Em que: 𝜋 (Pa m) é a pressão de
espalhamento, ou tensão superficial devido à
adsorção e 𝐴 (m² g-1) é a área específica da zeólita
NaY. O termo 𝜋𝑑𝐴 para a fase adsorvida tem as
mesmas unidades que 𝑃𝑑𝑉 para a fase gasosa ou
“bulk”.
Desta maneira, a formulação termodinâmica
da fase adsorvida é muito semelhante à da fase
gasosa, permitindo analogias a partir do emprego da
equação de Gibbs-Duhem, mostrada na Equação 4.
dM
dPP
M
dTT
MMdN
NPTNT
NP
i
n
i
i
,,,,
,,1
(04)
Na Equação 4, M é qualquer grandeza
termodinâmica extensiva, como entalpia, energia
livre de Helmholtz, entre outras. Assumindo 𝑀
como energia livre de Gibbs (G) e considerando
processo isotérmico, monocomponente, gás ideal e
volume da fase adsorvida desprezível, obtêm-se,
após integração, a Equação 5, que representa a
isoterma de adsorção de Gibbs na sua forma
integral.
dP
Ad
Ad
d
RT
PN ad
ˆ
ˆ
(05)
Na Equação 5, 𝑁𝑎𝑑 (mmol m-2) é o número
de mols adsorvidos por área de adsorvente e �̂�
(m² mmol-1) é o inverso de 𝑁𝑎𝑑. O termo referente
à variação da pressão de espalhamento com a área
molar advém da diferenciação da equação de estado
para a fase adsorvida. Como foi dito, os conceitos
da EDE-2D são análogos aos da EDE-3D. Dessa
forma, as equações clássicas de van der Waals
(vdW) e Peng-Robinson (PR) foram deduzidas para
a fase adsorvida substituindo volume (𝑉) por área
molar (�̂�) e a pressão (P) por pressão de
espalhamento (𝜋), conforme descritas nas Equações
6 e 7, respectivamente.
2
2
2ˆˆ A
a
bA
RT
(06)
222
2
2ˆˆˆˆ bAbbAA
a
bA
RT
(07)
Nas Equações 6 e 7, os parâmetros a2
(Pa m5 mmol-2) e b2 (m2 mmol-1) são análogos à 𝑎
(Pa m6 mmol-2) e 𝑏 (m3 mmol-1) da equação de
estado cúbica tridimensional, R (8,314
Pa m3 mmol- 1 K-1) é a constante universal dos gases
e T (K) a temperatura. Derivando as respectivas
equações em relação à �̂� e substituindo na Equação
5, tem-se, como resultado, as isotermas de adsorção
mostradas nas Equações 8 e 9.
RTb
a
Kb
AP
2
2
2
2exp
1exp
1
(08)
RTb
a
RTb
a
Kb
AP
2
2
22
2
2
2
2
414,21
414,01
21exp
1exp
1
(09)
Nas Equações 8 e 9, A é a área específica (m²
g-1), K é a constante de Henry (mmol g-1 Pa-1), θ é a
fração de cobertura, θ = q/qmax, em que q é a
quantidade adsorvida (mmol g-1) e qmax é a
capacidade máxima adsorvida (mmol g-1) Destes,
qmax, K, a2 e b2 são parâmetros ajustáveis.
Ambos os modelos mostrados nas Equações
8 e 9 foram utilizados para correlacionar dados
experimentais de puros a baixas pressões e predizer
isotermas em altas pressões.
3. METODOLOGIA
Os cálculos computacionais foram
desenvolvidos neste trabalho utilizando-se um
notebook Acer 17” com sistema operacional
Windows 7 e processador Intel Core I5, 2,53GHz, 4
GB de memória RAM e HD de 1T.
3.1. Correlação de dados experimentais em
baixas pressões Os modelos de isoterma com base em vdW-
2D e PR-2D, mostrados nas Equações 8 e 9, foram
ajustados a dados experimentais de adsorção de CO2
em NaY a 30 °C e pressões de até 1 bar
determinados previamente por Gaschi et al. (2016).
Estes dados foram levantados utilizando um
analisador por adsorção volumétrica Micromeritics
ASAP 2020. A zeólita NaY utilizada tem 876,26
m² g-1 de área específica.
Os parâmetros de cada modelo foram
ajustados por meio da ferramenta Solver® do
Microsoft Excel® 2010, utilizando o método
Evolucionário. O parâmetro a2 não pode apresentar
valores negativos, havendo, nesse caso, a
possibilidade de atribuir ao mesmo o valor zero caso
a modelagem convirja para valores negativos, afim
de não infringir a consistência termodinâmica
(Tavares, 1992).
A otimização de modelos altamente não
lineares dificulta a obtenção de mínimos globais.
Para reduzir o tempo computacional, a região de
busca se torna fundamental na otimização dos
parâmetros dos modelos. No entanto, para o uso do
Solver® não houveram preocupações neste sentido,
uma vez que um novo processo de otimização se
iniciava até que a função objetivo fosse minimizada.
Está é uma das vantagens deste procedimento de
ajuste de parâmetros.
O método Evolucionário não necessita de
informações de derivadas ou gradientes, sendo uma
vantagem para problemas não lineares, porém não
pode determinar quando a solução é realmente a
ótima, dificultando o fim do processo iterativo
(Coello et al., 2007). Sendo assim, neste trabalho, a
cada resultado, obtêm-se uma solução melhor que a
anterior, ou seja, mais próxima de um mínimo
global da função objetivo, que está descrita na
Equação 10.
2
1exp
exp
pN
i i
calc
iiobj
P
PPF (10)
A comparação entre a pressão experimental e
a calculada foi dada pelo erro relativo percentual,
conforme descrito na Equação 11.
exp
exp
100i
calc
ii
P
PP (11)
As isotermas simuladas para altas pressões
foram comparadas os dados experimentais obtidos
anteriormente por de Oliveira et al., (2016).
3.2. Predição de isotermas de adsorção em
altas pressões A predição de isotermas de adsorção de CO2
em NaY a 30 °C em pressões de até 40 bar foi
realizada utilizando-se Matlab®.
Foram utilizadas novamente as Equações 8 e
9, porém as isotermas foram simuladas após
incorporação dos parâmetros obtidos na correlação
dos dados determinados em baixas pressões nos
modelos.
A comparação das isotermas preditas com as
experimentais foi realizada por meio da Equação 11
utilizando-se os dados experimentais obtidos
anteriormente por Oliveira et al. (2016).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos com a correlação dos
dados experimentais em baixas pressões estão
descritos na Tabela 1 e mostrados na Figura 1.
Analisando a Tabela 1, verifica-se que a
quantidade máxima adsorvida é a mesma
independente do modelo, o que é razoável visto que
o sistema é o mesmo. O parâmetro a2 esbarra na
limitação imposta na otimização e atinge o valor
zero.
De acordo com a consistência termodinâmica
das Equações 8 e 9, quando a fração de cobertura
tende a zero, o termo 1/Kb2 aparece como o
coeficiente angular da reta resultante, demonstrando
que o volume de compactação influencia a
inclinação da isoterma. Segundo Tavares (1992),
existem informações experimentais de que b2 nas
condições de saturação diminui com o aumento da
temperatura, significando que o “tamanho” efetivo
da molécula aumenta com acréscimos na
temperatura. Por fim, a constante de Henry decresce
exponencialmente com incrementos na temperatura,
o que é considerado qualitativamente de acordo com
a Lei de Arrhenius (Tavares, 1992). No trabalho de
Myers e Monson (2014), um resultado de 2,73×10-4
mmol g-1 Pa-1 foi obtido para o sistema CO2/FAU a
20 °C.
Tabela 1. Parâmetros ajustados aos dados de
adsorção de CO2/NaY a 30 °C e pressões de até 1
bar
Parâmetro vdW-2D PR-2D
qmax (mmol g-1) 10,36 10,36
K (mmol g-1 Pa-1) 5,18×10-5 8,08×10-5
a2 (Pa m5 mmol-2) 0,00 4,40×10-11
b2 (m² mmol-1) 5,36×105 3,43×105
Figura 1. Isoterma de adsorção de CO2 em NaY a
30 °C a baixas pressões: (■) Experimental; (─)
Calculado por vdW-2d; (- -) Calculado por PR-2D.
Na Figura 1 está mostrado o resultado do
ajuste dos parâmetros das isotermas baseadas em
vdW-2D e PR-2D. Verifica-se que ambas se
ajustaram aos dados experimentais determinados a
baixas pressões. O valor da função objetivo
encontrada para os dois modelos, Fobj, foi igual a
0,503.
Analisando a Figura 1, verifica-se que não há
um modelo mais vantajoso dentre os estudados e
que ambos se ajustam aos dados experimentais. Os
erros relativos calculados foram menores que 25%
(para pressões inferiores a 0,001 bar), 5 % (para
pressões entre 0,2 e 1 bar), conforme Figura 2.
Figura 2. Erro relativo percentual a baixas
pressões: (●) vdW-2D; (●) PR-2D.
Segundo Ramdharee et al., (2013), van der
Waals não é capaz de predizer equilíbrio de fases
com a mesma precisão que Peng-Robinson, cujo
enfoque é para gás natural e indústria de petróleo.
Com base nos estudos desenvolvidos para adsorção
gasosa neste trabalho, o uso de uma EDE-2D com
menos variáveis a serem otimizadas é mais
vantajoso em relação a tempo computacional e
métodos de otimização.
Considerando que um erro inferior a 10% seja
aceitável para os cálculos de pressão, os modelos de
vdW-2D e PR-2D ajustaram-se satisfatoriamente
aos dados experimentais para CO2 puro em zeólita
NaY. Dessa forma, os parâmetros foram utilizados
na predição de isotermas monocomponente em altas
pressões, mostradas na Figura 3.
A isoterma de adsorção mostrada na Figura 3
indica que EDEs-2D podem ser utilizadas para
predição da capacidade de adsorção de CO2 em
zeólita NaY em altas pressões. Porém, ambos os
modelos apresentam, em média, 50% de erro
relativo percentual, conforme a Figura 4.
Tal fato pode estar diretamente relacionado à
etapa de otimização de parâmetros, indicando que
0
5
10
15
20
25
30
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
δ
P (bar)
esta etapa pode ser a mais importante na predição de
isotermas monocomponente em altas pressões.
Figura 3. Isoterma de adsorção de CO2 em NaY a
303,15 K preditas em altas pressões: (■)
Experimental; (─) Calculado por vdW-2D; (- -)
Calculado por PR-2D.
Figura 4. Erro relativo percentual a altas pressões:
(●) vdW-2D; (●) PR-2D.
Os resultados mostrados na Figura 4
superestimam a capacidade de adsorção, porém é
interessante ressaltar que, uma vez que a
determinação experimental de isotermas de
adsorção em altas pressões consome tempo e
envolve custos com a compra de gases
pressurizados, a utilização de EDEs-2D para
predizer dados de adsorção em altas pressões a
partir de dados determinados em baixas pressões é
atrativa por ser rápida, consumir pouco ou nenhum
gás (desde que dados já tenham sido determinados)
e ser termodinamicamente consistente.
5. CONCLUSÕES
As EDEs-2D de van der Waals e Peng-
Robinson foram utilizadas para predizer o
comportamento da isoterma de adsorção de CO2 em
zeólita NaY a 30 °C e pressões até 40 bar, utilizando
dados experimentais determinados em pressões de
até 1 bar. Os resultados de capacidade adsorvida
obtidos com as EDEs-2D foram maiores que os
dados obtidos experimentalmente, apresentando um
desvio relativo em relação a pressão igual a 50%
para vdW-2D e PR-2D. Isto pode ser explicado pelo
método de otimização utilizado na determinação
dos parâmetros dos modelos ao correlacioná-los aos
dados experimentais determinados em baixas
pressões. Observou-se que o parâmetro qmax tem
grande influência no resultado do erro devido ao
truncamento em 30 bar. Entretanto, o uso de EDEs-
2D para predizer isotermas de adsorção em altas
pressões pode ser vantajoso uma vez que as
condições experimentais e os custos envolvidos
podem ser evitados ou diminuídos. Isto motiva uma
busca contínua para o aprimoramento desta técnica,
a fim de encontrar métodos de otimização mais
robustos e outras EDEs-2D com maior poder
preditivo.
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