pré- modernismo no brasil professora: amanda magalhães

35
Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

110 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Pré- Modernismo no Brasil

Professora: Amanda Magalhães

Page 2: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Período Pré-Modernista

1902 – OS SERTÕES, DE EUCLIDES DA CUNHA

Page 3: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Substituição da “República da espada” (governos Marechal Deodoro e do Marechal Floriano) pela “República do café-com-leite”;

Auge da economia cafeeira no Sudeste;

Entrada de grandes levas de imigrantes (notadamente os italianos) no país;

Esplendor da Amazônia, com o ciclo da borracha

Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram os presidentes militares do período inicial da História Republicana do Brasil, denominado “República da Espada”.

Page 4: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Surto da urbanização de São Paulo;

Page 5: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Revolta de Canudos, na Bahia;

Tempo do cangaço no sertão, com a figura lendária de LAMPIÃO;

Page 6: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Conflitos no Ceará, que tiveram como figura central o padre Cícero;

Page 7: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Em 1934 morria em Juazeiro do Norte um "messias", também perseguido pela Igreja Católica, porém, ao contrário de Antonio Conselheiro, o Padre Cícero Romão Batista era um aliado dos coronéis do Vale do Cariri, que a partir de 1912 lutaram contra a política de intervenções do governo federal e derrubaram o governador Franco Rabelo.

Page 8: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”;

Page 9: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

As classes trabalhadoras, lideradas por anarquistas, iniciavam movimentos grevistas em São Paulo.

Manifestação operária em S.P. ocorrida em 1917

Page 10: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Cinco dias após a aprovação da lei, é criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. O medo de morrer por causa da vacina não é o único motivo que inflama o povo. Os agentes de saúde teimam em inocular as mulheres na perna, o que é considerado um atentado sério ao pudor. O decreto que regulamenta a vacinação obrigatória vaza para a imprensa e é publicado num jornal em 9 de novembro. No dia seguinte, 10 de novembro de 1904, a tensão finalmente explode.

Page 11: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS

O ESTILO ART NOUVEAU (ARTE NOVA), EMPREGADO POR MUITOS ESTUDIOSOS, É UMA REAÇÃO À IMITAÇÃO DO ESTILO GÓTICO E DO RENASCENTISTA

Page 12: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães
Page 13: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

ALBERTO NEPOMUCENO INTRODUZ OS MODERNOS COMPOSITORES ERUDITOS EUROPEUS NO BRASIL

Page 14: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães
Page 15: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

A MÚSICA POPULAR (MAXIXE, MODINHA E TOADA) COMEÇA A SER OUVIDA NOS

SALÕES ELEGANTES

O mais importante centro de divulgação da música popular carioca da virada do século era o teatro de revista, ou revista de ano, palco canalizador das novas composições populares e de lançamento das músicas carnavalescas – só perdendo este status com o advento do disco e do rádio.

Page 16: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

O CARNAVAL COMEÇA A SE FIRMAR COMO A PRINCIPAL FESTA POPULAR DO RIO DE JANEIRO

Page 17: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

“Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSARÓ ABRE ALASQUE EU QUERO PASSAREU SOU DA LIRANÃO POSSO NEGARÓ ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSARÓ ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSARROSA DE OUROÉ QUEM VAI GANHAR”Chiquinha Gonzaga - 1991

Page 18: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães
Page 19: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO

RUPTURA COM O PASSADO DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA REGIONALISMO TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS,

ECONÔMICOS E SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS

Page 20: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

PRINCIPAIS OBRAS E REPRESENTANTES

OS SERTÕES, de Euclides da Cunha (relato sobre a Guerra de Canudos)

Linguagem cientificista Teorias deterministas (o homem é fruto do

meio em que vive) Obra dividida em três partes : A terra O homem A luta

Page 21: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Igreja do Bom Jesus ou Nova, arrasada pela artilharia expedicionária. Como trincheira, cairá somente dias antes do término da guerra.

Page 22: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

O Conselheiro exumado após 13 dias do sepultamento.

Page 23: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

“...É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeira conversa com um amigo, cai logo -- cai é o termo -- de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fica suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável.É o homem permanentemente fatigado.Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude.Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude...”

(FRAGMENTO DE “O HOMEM”)

Page 24: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães
Page 25: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

CIDADES MORTAS e URUPÊS, DE MONTEIRO LOBATO PASSAGEM DO CAFÉ PELO VALE DO

PARAÍBA PAULISTA.

LINGUAGEM PRÓXIMA DA COLOQUIAL PRESENÇA DO CAIPIRA PAULISTA (JECA

TATU)

Page 26: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães
Page 27: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

“A quem em nossa terra percorre tais e tais zonas, vivas outróra, hoje mortas, ou em via disso, tolhidas de insanavel caqueixa, uma verdade, que é um desconsolo, ressurte de tantas ruinas: nosso progresso é nomade e sujeito a paralisias subitas. Radica-se mal. Conjugado a um grupo de fatores sempre os mesmos, reflue com eles duma região para outra. Não emite peão. Progresso de cigano, vive acampado. Emigra, deixando atrás de si um rastilho de taperas.A uberdade nativa do solo é o fator que o condiciona. Mal a uberdade se esvai, pela reiterada sucção de uma seiva não recomposta, como no velho mundo, pelo adubo, o desenvolvimento da zona esmorece, foge dela o capital – e com ele os homens fortes, aptos para o trabalho. E lentamente cai a tapera nas almas e nas coisas.Em S. Paulo temos perfeito exemplo disso na depressão profunda que entorpece boa parte do chamado Norte.Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito.Umas tantas cidades moribundas arrastam um viver decrepito, gasto em chorar na mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes...” (CIDADES MORTAS, DE MONTEIRO LOBATO)

Page 28: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

CANTO ÍNTIMO

Meu amor, em sonhos erra,Muito longe, altivo e ufanoDo barulho do oceanoE do gemido da terra!

O Sol está moribundo.Um grande recolhimentoPreside neste momentoTodas as forças do Mundo.

De lá, dos grandes espaços,Onde há sonhos inefáveisVejo os vermes miseráveisQue hão de comer os meus braços.

Ah! Se me ouvisses falando!(E eu sei que às dores resistes)Dir-te-ia coisas tão tristesQue acabarias chorando.

Que mal o amor me tem feito!Duvidas?! Pois, se duvidas,Vem cá, olha estas feridas,Que o amor abriu no meu peito.

Passo longos dias, a esmo...Não me queixo mais da sorteNem tenho medo da MorteQue eu tenho a Morte em mim mesmo!

"Meu amor, em sonhos, erra, Muito longe, altivo e ufanoDo barulho do oceanoE do gemido da terra!"

Page 29: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, DE LIMA BARRETO

RETRATO DO GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO E DA REVOLTA DA ARMADA

LINGUAGEM PRÓXIMA DA LÍNGUA FALADA DA ÉPOCA

PERSONAGENS MARGINALIZADOS, IGNORANTES E OPRIMIDOS

Page 30: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães
Page 31: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

EU, de AUGUSTO DOS ANJOS

Linguagem cientificista-naturalista

Emprego de palavras não-poéticas

Pessimismo e angústia em face dos problemas e distúrbios pessoais

Page 32: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

A esperança

A Esperança não murcha, ela não cansa, Também como ela não sucumbe a Crença. Vão-se sonhos nas asas da Descrença, Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa; No entanto o mundo é uma ilusão completa, E não é a Esperança por sentença Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito, Sirva-te a crença de fanal bendito, Salve-te a glória no futuro - avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento, Também espero o fim do meu tormento, Na voz da morte a me bradar: descansa!

 

Page 33: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Hino à dor Dor, saúde dos seres que se fanam,Riqueza da alma, psíquico tesouro,Alegria das glândulas do choroDe onde todas as lágrimas emanam..  És suprema!  Os meus átomos se ufanam De pertencer-te, oh!  Dor, ancoradouro Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro De que as próprias desgraças se engalanam!  Sou teu amante!  Ardo em teu corpo abstrato.Com os corpúsculos mágicos do tactoPrendo a orquestra de chamas que executas... E, assim, sem convulsão que me alvorece,Minha maior ventura é estar de posseDe tuas claridades absolutas!

Page 34: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro de escuridão e rutilância,Sofro, desde a epigênesis da infância,A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

Page 35: Pré- Modernismo no Brasil Professora: Amanda Magalhães

FONTES

PEREIRA & PELACHIN, Helena Bonito e Marcia Maisa. Português Na

trama do texto. Ensino Médio. Ed. FTD TERRA, ERNANI. Português para o Ensino

Médio. Vol. Único. Ed. Scipione www. Google.com.br