praticas leitoras

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Curso mediadores de Curso mediadores de leitura na leitura na biodiversidade _ UFRGS biodiversidade _ UFRGS O preconceito como O preconceito como forma de exclusão forma de exclusão

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Page 1: Praticas leitoras

Curso mediadores de Curso mediadores de leitura na biodiversidade _ leitura na biodiversidade _

UFRGSUFRGS

O preconceito O preconceito como forma de como forma de

exclusãoexclusão

Page 2: Praticas leitoras

Autoras: Autoras:

• Cristiane Duarte Cristiane Duarte

• Lisiane InchauspiLisiane Inchauspi

• Lisiane PosquiLisiane Posqui

• Miriam MartinsMiriam Martins

Page 3: Praticas leitoras

PÚBLICO-ALVOPÚBLICO-ALVO

•Crianças em fase de Crianças em fase de transição da infância para transição da infância para adolescência.adolescência.

Page 5: Praticas leitoras

Objetivo Objetivo •Conscientizar alunos do Conscientizar alunos do ensino fundamental, ensino fundamental, séries finais , sobre a séries finais , sobre a importância de respeitar importância de respeitar as diferenças existentes as diferenças existentes na sala de aula.na sala de aula.

Page 6: Praticas leitoras

Uma escritora Uma escritora contemporâneacontemporânea

CRISTIANE SOBRALCRISTIANE SOBRAL

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1974, e Nasceu no Rio de Janeiro, em 1974, e reside em Brasília desde 1990.  Como reside em Brasília desde 1990.  Como escritora, possui poemas e contos escritora, possui poemas e contos publicada na Antologia publicada na Antologia Cadernos NegrosCadernos Negros, , edições 23, 24, e 25. Graduada como atriz edições 23, 24, e 25. Graduada como atriz habilitada em Interpretação Teatral pela habilitada em Interpretação Teatral pela Universidade de Brasília, sendo a primeira Universidade de Brasília, sendo a primeira negra a ganhar o título acadêmico.negra a ganhar o título acadêmico.

Page 7: Praticas leitoras

PETARDOPETARDO  

Escrevi aquela estória escura sim.Escrevi aquela estória escura sim.Soltei meu grito crioulo sem medoSoltei meu grito crioulo sem medo

pra você saber:pra você saber:Faço questão de ser negra nessa cidade descolorida,Faço questão de ser negra nessa cidade descolorida,

doa a quem doer.doa a quem doer.Faço questão de empinar meu cabelo cheio de poder.Faço questão de empinar meu cabelo cheio de poder.

Encresparei sempre,Encresparei sempre,em meio a esta noite embriagada de trejeitos brancos e fúteis.em meio a esta noite embriagada de trejeitos brancos e fúteis.

  Escrevi aquele conto negro bem sóbria,Escrevi aquele conto negro bem sóbria,

para você perceber de uma vez por todaspara você perceber de uma vez por todasque entre a minha pele e o papel que embrulha os seus cadernos,que entre a minha pele e o papel que embrulha os seus cadernos,

não há comparação parda cabível,não há comparação parda cabível,há um oceano,há um oceano,

o mesmo mar cemitério que abriga os meuso mesmo mar cemitério que abriga os meusantepassados assassinados,antepassados assassinados,

por essa mesma escravidão que ainda nos oprime.por essa mesma escravidão que ainda nos oprime.  

EscreviEscreviEscrevoEscrevo

EscrevereiEscrevereiCom letras garrafais vermelho-vivo,Com letras garrafais vermelho-vivo,

pra você lembrar que jorrou muito sangue.pra você lembrar que jorrou muito sangue.      

(Poema extraído da obra O NEGRO EM VERSOS, organização e apresentação de Luis (Poema extraído da obra O NEGRO EM VERSOS, organização e apresentação de Luis Carlos dos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares. São Paulo: Moderna, 2005Carlos dos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares. São Paulo: Moderna, 2005

Antologia da Poesia Negra BrasileiraAntologia da Poesia Negra Brasileira

Page 8: Praticas leitoras

Castro Alves – O poeta dos Castro Alves – O poeta dos escravos escravos

• No período em que viveu (1847-No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no 1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.dificuldades dos negros escravizados.

Page 9: Praticas leitoras

A canção do africano - Castro Alves

Lá na úmida senzala,Sentado na estreita sala,Junto ao braseiro, no chão,Entoa o escravo o seu canto,E ao cantar correm-lhe em prantoSaudades do seu torrão ...

De um lado, uma negra escravaOs olhos no filho crava,Que tem no colo a embalar...E à meia voz lá respondeAo canto, e o filhinho esconde,Talvez pra não o escutar!

"Minha terra é lá bem longe,Das bandas de onde o sol vem;Esta terra é mais bonita,Mas à outra eu quero bem!

Page 10: Praticas leitoras

"0 sol faz lá tudo em fogo,Faz em brasa toda a areia;Ninguém sabe como é beloVer de tarde a papa-ceia!

"Aquelas terras tão grandes,Tão compridas como o mar,Com suas poucas palmeirasDão vontade de pensar ...

"Lá todos vivem felizes,Todos dançam no terreiro;A gente lá não se vendeComo aqui, só por dinheiro".

Page 11: Praticas leitoras

O escravo calou a fala,Porque na úmida salaO fogo estava a apagar;E a escrava acabou seu canto,Pra não acordar com o prantoO seu filhinho a sonhar!............................

O escravo então foi deitar-se,Pois tinha de levantar-seBem antes do sol nascer,E se tardasse, coitado,Teria de ser surrado,Pois bastava escravo ser.

E a cativa desgraçadaDeita seu filho, calada,E põe-se triste a beijá-lo,Talvez temendo que o donoNão viesse, em meio do sono,De seus braços arrancá-lo!

Page 12: Praticas leitoras

Sandra de Sá e sua Sandra de Sá e sua africanidade africanidade • Sandra de Sá é uma das grandes Sandra de Sá é uma das grandes

cantoras brasileiras, todos que ouvem cantoras brasileiras, todos que ouvem bem sabem: o timbre grave e caloroso, bem sabem: o timbre grave e caloroso, a potência e o "swing", a personalidade a potência e o "swing", a personalidade feita de ternura e malandragem, a feita de ternura e malandragem, a identificam…Sandra, sem trair sua identificam…Sandra, sem trair sua origem e trajetória, seu estilo e seu origem e trajetória, seu estilo e seu público, sua raça e seus sonhos, público, sua raça e seus sonhos, interpretando canções novas e antigas interpretando canções novas e antigas

Page 13: Praticas leitoras

Música _ Olhos coloridos _ Sandra de Música _ Olhos coloridos _ Sandra de SáSá

Os meus olhos coloridosOs meus olhos coloridosMe fazem refletirMe fazem refletirEu estou sempre na Eu estou sempre na minhaminhaE não posso mais fugirE não posso mais fugirMeu cabelo enroladoMeu cabelo enroladoTodos querem imitarTodos querem imitarEles estão baratinadosEles estão baratinadosTambém querem Também querem enrolarenrolar

Você ri da minha roupaVocê ri da minha roupaVocê ri do meu cabeloVocê ri do meu cabeloVocê ri da minha peleVocê ri da minha peleVocê ri do meu sorrisoVocê ri do meu sorriso

A verdade é que você, A verdade é que você, Tem sangue criouloTem sangue criouloTem cabelo duroTem cabelo duroSarará criouloSarará criouloSarará crioulo, sarará Sarará crioulo, sarará crioulo crioulo

Page 14: Praticas leitoras

Monteiro Lobato _ Mostrando a Monteiro Lobato _ Mostrando a realidade através da realidade através da literatura.literatura.• Monteiro Lobato, natural de Taubaté Monteiro Lobato, natural de Taubaté

(SP), nasceu em 18/04/1882. É uma (SP), nasceu em 18/04/1882. É uma das figuras excepcionais das letras das figuras excepcionais das letras brasileiras. Jornalista, contista, criador brasileiras. Jornalista, contista, criador de deliciosas histórias para crianças, de deliciosas histórias para crianças, suscitador de problemas, ensaísta e suscitador de problemas, ensaísta e homem de ação, encheu com seu homem de ação, encheu com seu nome um largo período da vida nome um largo período da vida nacional nacional

Page 15: Praticas leitoras

Conto : Negrinha _ Monteiro Conto : Negrinha _ Monteiro Lobato Lobato Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca,

mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos

vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.gostava de crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo,

amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma — “dama de grandes virtudes virtuosa senhora em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. [...][...]

Disponível em : http://www.bancodeescola.com/negrinha.htmDisponível em : http://www.bancodeescola.com/negrinha.htm

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“ “ Eu tenho um sonho...de que um dia Eu tenho um sonho...de que um dia viverão numa nação onde eles não viverão numa nação onde eles não serão julgados pela cor da sua pele serão julgados pela cor da sua pele mas pela essência do seu caráter.“mas pela essência do seu caráter.“

Martin Luther KingMartin Luther King