praia de ponta grossa - ceará - brasil

59
1 Praia de Ponta Grossa

Upload: jose-israel-abrantes

Post on 28-Mar-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Vestígios Arqueológicos da Ocupação Humana

TRANSCRIPT

Page 1: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

1Praia de Ponta Grossa

Page 2: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

3Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa2

Page 3: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

5Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa4

Page 4: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

7Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa6

Almir Leal de Oliveira

Marcos Albuquerque

Roberto Airon Silva

Soraya Geronazzo Araujo

Fortaleza - 2012

Praia de Ponta Grossa

Ficha catalográfica

Page 5: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

9Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa8

Índice

13

15

19

21

23

27

29

31

33

35

39

42

57

60

64

69

73

77

80

82

86

96

99

105

107

110

O historiador

Apresentação

Milhões de anos em um só lugar

Tradição Oral

Contatos

Notas de campo

Morro Alto (Dunas)

Morro do Vento

Cajueiro da Vovó

Pedra Rasa (Ladeira dos Crentes)

Pilões

Histórica

A conquista das capitanias do norte e a resistência indígena

As Casas Fortes

A pecuária na ribeira do Jaguaribe

Ponta Grossa hoje

Josué Crispim

Acervo: Lítico - Pré-Contato

Acervo: Cerâmica

Acervo: Faianças e louças

Acervo: Fornilhos de cachimbos coloniais e indígenas

Acervo: Materiais metálicos

Casa de Cultura Pindú.

Créditos

Autores

Agradecimentos

Page 6: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

Praia de Ponta Grossa10

Page 7: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

13Praia de Ponta Grossa

He came to revive timeAnd scalp the dead, the medals, The liturgies, the swords,The specter of submerged farms,The stone wall between family members,The peppery moan of the spinsters,The cheat’s businesses, the illusions Never confirmed nor undone.

He came to tellWhat should not be glorifiedAnd deposits itself, granule,In memory’s empty well.He is inopportune,Knows himself inopportune but insists,Resentful, faithful.

The Historian

Veio para ressuscitar o tempoe escalpelar os mortos,as condecorações, as liturgias, as espadas,o espectro das fazendas submergidas,o muro de pedra entre membros da família,o ardido queixume das solteironas,os negócios de trapaça, as ilusões jamais confirmadasnem desfeitas.

Veio para contaro que não faz jus a ser glorificadoe se deposita, grânulo,no poço vazio da memória.É importuno,sabe-se importuno e insiste,rancoroso, fiel.

Carlos Drummond de Andrade, A Paixão Medida

O historiador

Page 8: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

15Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa

Ponta Grossa é um dos lugares mais encantadores e misteriosos que um visitante pode encontrar no

litoral brasileiro. Até bem pouco tempo atrás era uma praia bastante isolada e os caminhos por terra

para alcançá-la eram tortuosos e quase inacessíveis. É uma localidade que se organiza, sobretudo, a

partir das relações familiares e da organização do trabalho na pesca artesanal. No entanto, sua situação

geográfica privilegiada fez dela um lugar estratégico de ocupação sazonal em tempos pré-históricos e

de passagem de navegadores desde o início do século XVI.

Os vestígios que se acumulam nessa região são testemunhas de um tempo longínquo e de processos

históricos muito diversos e nos mostram que Ponta Grossa não era um lugar assim tão isolado do

mundo ocidental. Por ali passaram grupos indígenas de variadas e complexas amálgamas culturais,

que exploravam recursos naturais, ocupavam o alto de dunas em acampamentos, confeccionavam

seus artefatos e marcavam o seu território diante de outros grupos. Em grande parte esse trabalho foi

elaborado para registrar e divulgar tais testemunhos.

Ali também aportaram os primeiros navegadores europeus que nomearam o território do Novo Mundo,

no início do século XVI. Ponta Grossa aparece nas primeiras narrativas que procuravam determinar os

contornos da América. A partir daí passou a ter sua localização fixada nos mapas.

No século XVII intensificou-se o contato com os europeus, notadamente os dos Países Baixos e os

portugueses. As marcas das guerras contra aos indígenas e da disputa entre europeus pelo domínio da

Ponta Grossa is one of the most charming and mysterious places that a visitor can find on the Brazilian coast. Until recently it was secluded and to reach its’ pretty beach and paths by land was tortuous making it almost inaccessible. Ponta Grossa is a location that organizes itself, above all, around family relations and the organization of work is in small-scale fisheries. However, its prime geographical location made it a strategic place of seasonal occupation in prehistoric times as well as passing browsers since the early 16th century.

The vestiges that comprise this region are witnesses of a distant time and very diverse

historical processes and show us that Ponta Grossa was not a place so isolated from the western world. The region has seen the passage of indigenous groups of varied and complex cultural amalgam that exploited natural resources, occupied the high dunes in the camps, fabricated artifacts thus marking territory against other groups. Largely, this work was drawn up to record and disseminate these testimonies.

Here also landed the first European navigators who named the territory of the new world in the early 16th century. Ponta Grossa appears in the first narratives that sought to determine the contours of America.

Apresentação

14

Page 9: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

17Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa16

região estão bem documentadas pelos vestígios materiais deixados naquela área. O território também

guardou as ruínas das primeiras construções, dos que recebiam e exploravam as sesmarias, vestígios da

ocupação portuguesa no final do século XVII.

No século XVIII era o mais importante porto de comércio da capitania do Siará grande. Os barcos

chegavam carregados de farinha de mandioca, produtos industrializados, aguardente, ferragens,

dentre outros produtos e eram recarregados com fardos e fardos de carnes secas produzidas nas

charqueadas de Aracaty. A partir de Ponta Grossa ganhavam o mundo, via o porto do Recife, e

abasteciam cidades litorâneas da América Portuguesa, como Salvador. Também atravessavam o

Atlântico rumo a Portugal e África.

Daí a riqueza variada dos materiais encontrados por lá. Os registros da vida indígena, com os seus arte-

fatos variados, são um dos mais ricos do litoral brasileiro. A arte empregada nos artefatos líticos desafia

os arqueólogos a uma nova interpretação da ocupação humana do litoral. Histórias de naufrágios, de

chegadas e partidas de embarcações, de guerras, de contato pouco amistosos entre culturas diversas e,

sobretudo, é nitidamente perceptível como um marco da conquista e da colonização dessa região sob

os domínios dos Impérios Português e Neerlandês no Atlântico.

Esta publicação foi preparada coletivamente, com o trabalho de pesquisa e prospecção de historiadores

e arqueólogos, com avaliações técnicas e pesquisa de campo. Muitos profissionais contribuíram para

chegarmos a esse resultado: fotógrafos, produtores, professores, jornalistas, estudantes, técnicos, etc.

Muitas histórias se cruzaram na sua elaboração.

Josué Crispim é o responsável, o “autor” principal deste livro. Foi ele que desde a sua infância em Ponta

Grossa guardou as memórias e desenvolveu um fino olhar interpretativo daquela natureza e daquela

história. Ele e a sua comunidade são os fiadores dessa memória, que agora é registrada nessa publica-

ção. Josué Crispim teve a capacidade de olhar os fragmentos do passado como testemunhos de um

tempo que não havia mais. Ele conseguiu imaginar um passado a partir desses registros. Como um

historiador, ou um arqueólogo, ele escavou o tempo e re-significou o seu lugar de experiência. Mais

que isso, ele foi capaz de sensibilizar sua família, sua comunidade, visitantes, acadêmicos e diversos

outros profissionais nessa verdadeira leitura do passado.

Essa publicação é um primeiro passo para dar visibilidade ao rico patrimônio arqueológico, histórico e

cultural de Ponta Grossa. É um primeiro passo na tentativa de qualificar a nossa situação no tempo e

no espaço. É mais uma ação na luta pela preservação do patrimônio cultural brasileiro.

Prof. Almir Leal de Oliveira

From there it went on to have its location set in maps. The 17th Century intensified contact with Europeans, notably those from the Netherlands and Portugal. The marks of the wars against the natives and disputes amongst Europeans for dominance of the region are well documented by trace materials left in that area. The territory also saved the ruins of the first buildings, of which received and exploited the allotments, traces of the Portuguese occupation at the end of the 17th century.

In the 18th century it was the most important trading port of captaincy of Siará. The boats arrived loaded of cassava flour, IPI, aguardente, fittings, among other products

and were refilled with bales and bales of dried meat produced in the charqueadas of Aracaty. From Ponta Grossa gained the world, via the port of Recife, and supplied Portuguese America’s coastal cities, such as Salvador and also crossed the Atlantic towards Portugal and Africa, hence the varied richness of the materials found there. The records of indigenous life, with its varied artifacts, are one of the richest of the Brazilian coast. The art employed in lithic challenges archaeologists to a new interpretation of human occupation of the coast. Stories of shipwrecks, ‘ arrival and departure of vessels, wars, unfriendly contact between diverse cultures and, above all, it is clearly perceptible as a landmark of conquest

and colonization of this region in the areas of Dutch and Portuguese Empires in the Atlantic.

This publication was prepared collectively, with the research and prospects of historians and archaeologists, with technical evaluations and field research. Many professionals have contributed to these results: photographers, producers, teachers, journalists, students, technicians, etc. Many stories have crossed in its elaboration.

Josué Crispim is responsible, the principal “author” of this book. Since his childhood in Ponta Grossa has recorded memories and developed an interpretive look at the nature and the history of the region. He and his community are the guarantors of this memory, which is now registered in this publication.

Joshua Crispim had the ability to look at the fragments of the past as evidence of a time that predates recorded history. He was able to imagine a past from these records. As a historian or an archaeologist, he excavated the time and re-meant his place of experience. More than that, he was able to raise your family, your community, visitors, academics, and various other professionals in this true reading of the past.

This publication is a first step in giving visibility to the rich archaeological, historical and cultural heritage of Ponta Grossa. It is also a first step in attempting to qualify our situation in time and space. It is an action in the struggle for the preservation of the Brazilian cultural heritage.

Page 10: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

Milhões de anos em um só lugarFósseis encontrados na Praia de Ponta Grossa

Fossil finding at Ponta Grossa beach

Milion of years at same place

Page 11: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

21Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa20

Em épocas remotas, quando o acesso à praia de Ponta Grossa era somente pela praia do Retiro Grande ou por Areia Branca, no Rio Grande do Norte, pois havia obstáculos quase intransponíveis, apareceu um homem branco na costa do litoral procurando água para saciar sua sede e um local onde pudesse abrigar-se.

Encontrou ali, em Ponta Grossa, um refúgio ideal contra as intempéries. Descobriu também rastros de pessoas e constatou tratar-se de índios de uma tribo de nome “Jabarana”.

Passados exatamente cinco dias naquela região, ele procurou comunicar-se com uma índia, que vinha pegar água para beber nos olheiros d’água (nascentes) jorrantes que brotavam ao sopé das falésias.

Meses depois, passaram a se conhecer. Era o início de uma grande paixão entre o homem branco e a índia Macura.

Macura dizia-lhe constantemente para ele não se aproximar de sua tribo.

Após alguns dias, o destino do homem branco estava traçado. Acometido de uma enfermidade, foi descoberto pelos índios da tribo Jabarana que, não aceitando sua presença o mataram.

Os Jabaranas, porém, não sabiam o que os aguardava. A índia Macura estava esperando um filho do homem branco, que ela tanto amara.

O curumim passou a viver no seio da sua tribo como se fosse um indígena.

No ano de 1630, aconteceu a invasão Holandesa. Ao desembarcarem nessa costa os invasores chegaram até a tribo Jabarana onde encontraram entre os índios um loiro branco que falava somente a língua nativa tupi-guarani.

Tradição Oral

Page 12: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

23Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa22

On ages past, when the only way to Ponta Grossa beach was through Retiro Grande beach or Areia Branca beach, in Rio Grande do Norte, for there were nearly impassable obstacles, arrived a white man on Ponta Gros-sa, searching for water to sate his thirst and for a safe shelter to protect himself against nature’s hardships.

He found there, in Ponta Grossa, an ideal refuge. He also found sets of human tracks. He discovered later that those belonged to a native tribe called “Jabarana”.

Exactly five days on that region, he searched to communicate with a female Indian, who went to get water on the fountains that spout-ed at the base of the bluffs that existed on the beach.

Months later, they got to know each oth-er. There began a great passion between the white man and the Indian woman,

Oral Tradition

named Macura.Macura constantly warned him to not go

near her tribe.After a few days, the destiny of the white

man was set. He got ill, and the Jabarana tribe discovered his shelter. They didn’t accept his presence on their land, and killed him.

The Jabaranas, tough, didn’t know what was coming for them, for Macura was preg-nant. The white man, who she loved so much, had given her a baby.

The boy was born, and came to live within the tribe as if he was one of their own.

In the year of 1630, the Dutch, who invaded Brazil, found that shore. When they arrived at Jabarana’s tribe, there they found, among the Indians, a blond white boy who speaked only tupi-guarani, the native language.

Contatos

A ocupação das terras do atual Estado do Ceará por grupos humanos ainda não se encontra suficientemente estudada. Apesar dos estudos realizados na década de 1990, a região costeira cearense, principalmente do ponto de vista arqueológico continua representando uma grande lacuna que tão somente começa a ser vislumbrada. Por outro lado a rápida ocupação de que tem sido alvo nos últimos anos traz um risco iminente para os sítios arqueológicos da área.

O levantamento da documentação histórica relativa à colonização européia da região através dos relatos dos primeiros europeus que tentaram ocupar aquelas terras revela que, em tempos proto-históricos, o território era habitado por numerosas e distintas nações indígenas.

Por ocasião dos primeiros contatos euro-indígenas no litoral as relações estabelecidas foram de início pacíficas. Mas cedo aquela relação viria a se deteriorar. A pressão exercida pelos novos colonizadores europeus desestabilizou a fraca organização de poder e território estabelecida recentemente entre as tribos nativas. Os grupos humanos estabelecidos no litoral naquela ocasião haviam conquistado, há não muito tempo a região conquistando-a de povoadores mais antigos.

A disputa por aquelas terras se desenvolvia há algum tempo. Povos do tronco linguístico Tupi¹ (Tabajaras, Parangabas, Parnamirins, Paupinas, Caucaias, Potiguaras, Paiacus, Tapebas)² enfrentavam-se, na disputa por aquelas terras, com os grupos Jê³ (Guanacés, Jaguaruanas, Canindés, Jenipapos, Baturités, Icós, Chocós, Quiripaus, Cariris, Jucás, Quixelôs, Inhamuns) que também habitavam as terras do Ceará.

¹ Um dos quatro principais troncos linguísticos da América do Sul, que compreende várias famílias e línguas cujos falantes habitam o Brasil, o Paraguai, a Argentina e a Bolívia. Serviu de base ao que se chamou ‘Língua geral’ (tupi-guarani sistematizada pelos padres jesuítas, falada até o séc. XIX pelos povos indígenas que habitavam o litoral, e ainda hoje pelos que habitam a região amazônica.

² Esta classificação admite que à época da colonização européia o território do atual Ceará era habitado (disputado) por dois grandes povos nativos: os Tupi e os Cariri. Cada um destes povos estava constituído por numerosas tribos, freqüentemente antagônicas. Esta classificação está baseada em troncos linguísticos, haja vista que outras características culturais se perderam no tempo. Outras classificações foram também propostas. O historiador Carlos Studart Filho, por exemplo, reuniu os indígenas do Ceará em 5 grupos: Tupi, Cariri, Tremembé, Tarairiu e Jê.

³ Família linguística do tronco MACRO-JÊ, que reúne diversas línguas faladas por povos indígenas do Brasil central.

Page 13: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

25Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa24

The present Ceará state land occupation by human groups is not yet sufficiently consid-ered. In spite of studies conducted at de 90’s, Ceará’s coast, especially when it comes to the archeological aspect, continues mostly ignored. Only recently has it been given more focused attention by historians and archeologists. On the other hand, the fast occupation that happens presently threatens all archeological sites on the region.

The historical documents that explain the European colonization of the area, mostly narrating tales of the first Europeans who tried to occupy the land reveals that, on ages past, the territory was inhabited by numerous and independents native-American nations.

It is known that the first contacts between Europeans and natives were peaceful. Soon, tough, the relationship deteriorated. The civi-lized cupidity broke the fragile organization established briefly by the native-American tribes. The Indians groups that occupied the land at the time of the European’s arrival had, themselves, only recently occupied the land, expelling the previous occupants.

¹ One of the four main language stem at South America including families and languages from Brasil, Paraguai, Argentina and

Bolivia. It was the base for “general languague”(tupi-guarani) sistematized by jesuit fathers,spoken until XIX century by indian

people from coast and still used by those living at amazon region.

2 This classification accepts that at the period of european colonization the land composing at the present time Ceará state

was inhabited (disputed) by two great native people: Tupi and Cariri. Each one with many tribes frequently opponents.This

classification is based in linguistic stem, since other cultural aspects were lost. Different classification were proposed. Historian

Carlos Studart Filho, for instance, divided Ceará’s Indians in 5 groups; Tupi, Cariri, Tremembé, Tarairiu and Jê .

3 Linguistic family from macro-jê stem with many languages once spoke by indian people from central Brazil.

The dispute for the land was not recent. Tribes who spoke Tupi (tabajaras, parang-abas, parnamirins, paupinas caucaias, po-tiguaras, paiacus, tapebas) warred constantly for the possession of the land, against the tribes that spoke Jê (quanacés, jaguaruanas, canindés, jenipapos, baturités, icós, chocós, quiripaus, cariris, jucás, quixelôs, inhamuns), who also inhabited the land.

In spite of the historic reports, not much is known about those tribes previous to their con-tact with Europeans. Little is known of their technology. Recently the sand’s movement has exposed signs from ancient Indian’s settle-ments. That brought a risk that the last ves-tiges of material vestiges of those people can be destroyed with the occupation or economi-cal exploration of those areas. It is necessary, then, to protect those archeological remains under risk of destruction.

Dr. Marcos Albuquerque – ArchaeologistPernambuco Federal University

Apesar dos relatos históricos, pouco se sabe dos costumes daqueles povos em momento anterior ao contato com o europeu. Pouco se conhece de suas tecnologias. Recentemente o movimento das areias tem colocado em exposição vestígios de antigas ocupações indígenas, trazendo um efetivo risco de que tais documentos materiais daqueles povos venham a ser destruídos com a ocupação ou mesmo com a exploração econômica daquelas terras. Faz-se, portanto, necessário promover o salvamento daqueles bens arqueológicos sob risco de destruição.

Dr. Marcos de Albuquerque – Arqueólogo Universidade Federal de Pernambuco

Page 14: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

27Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa26

Localidades Visitadas:Places Visited:

Morro Alto (Dunas)Morro do VentoCajueiro da VovóPedra Rasa (Ladeira dos Crentes)Pilões

Dr. Almir Leal de OliveiraHistoriadorUniversidade Federal do Ceará

Dr. Roberto AironHistoriadorUniversidade Federal do Rio Grande do Norte

Profa. Soraya GeronazzoHistoriadoraUniversidade Estadual do Rio Grande do Norte

Field Notes:

Notas de Campo

Page 15: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

29Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa28

Saímos para campo em direção à localidade Morro Alto para a observação de uma área situada no campo de dunas, próxima à localidade da Ponta Grossa indicada pelo Sr. Josué Crispim. Foi feita uma prospecção superficial na qual foi observada em um setor do campo de dunas, chamado Morro Alto a presença de materiais arqueológicos dispersos, mas com clara indicação de presença humana pré-colonial. Foi identificada nessa área a presença de lascas e lâminas de quartzo e ainda no caminho da área em que aparece esse material fragmentos de carvões e algumas lascas de silexito e seixos rolados.

Num segundo momento, o Sr. Josué nos indicou outro setor do campo de dunas onde aparecem conchas dispersas junto a material lítico. Neste segundo momento identificamos também lâminas feitas de material malacológico e pequenos fragmentos de cerâmicas do tipo tupi.

We went to the field at Morro Alto (Tall Mount) for observation of an area located on a dune field, near Ponta Grossa, by indi-cation of Mr. Josué Crispom. A superficial prospection was made, by which we ob-served, on a sector of the dune field, the presence of fragmented archeological re-mains, which clearly indicated a pre-colonial human presence. Likewise, we identified in this area the presence of quartz slices and blades, and also, on the track to the area of those findings, fragments of coal and small silex slices among pebbles.

On a second occasion, Mr. Josué indicated another sector of the dune field, where we found scattered shells among lithium material. At this point, we were able to identify slices of malacological materials and small fragments of ceramic carved with a Tupi fashion.

Lasca de silexito para usos de cortar e raspar

Alisador de cerâmica de silexito (pedra polida)Ceramic polisher, sileixito (polished rock)

Silexito slice for cutting or scraping. Piercer of silexito.

Morro Alto (Dunas)

Buril (furador) de silexito

Descrição:Objeto elíptico, alongado, extremidadesarredondadas. Nestas e numa partemediana lateral ocorrem marcas dedesgaste e achatamento. Cor castanho escuro.Características:Tipo de Artefato: Lítico Matéria-prima: Não identificadaComprimento (cm): 10,1Largura (cm): 4,7Altura (cm): NIEspessura(cm): 1,5 a 3,5Peso (g): 245Técnica de Manufatura: Não identificada

Description:

Elliptical object, long shaped, with round extremities.

There are signs of use at the extremities and on the

middle. Dark brown colored.

Characteristics:

Type of artifact: Lithium, raw. Unidentified.

Length (cm): 10,1.

Width (cm): 4,7.

Size (cm): NI. Thickness

(cm: 1,5 to 3,5. Weigh (g): 245.

Handcraft technic: unidentified.

Morro Alto (Dunas)

Page 16: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

31Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa30

Seguimos em direção ao distrito da enseada Redonda para observar vestígios arqueológicos, situados no campo de dunas, segundo as indicações do Sr. Josué Crispim, no local observamos inicialmente o Morro do Vento, percebendo, como sítio litorâneo, a céu aberto material lítico (quartzo e silexitos) e grande concentração de vestígios malacológicos (conchas grandes). Dos materiais líticos observamos a predominância da matéria prima quartzo constando de lascas, estilhas e alisadores para cerâmica, também observamos dispersos nesta mesma área fragmentos de cerâmica do tipo curimataú, inclusive com a presença de duas variações nas dimensões do engobo, provavelmente como resultantes da diferença no tipo de vasilhame ou provenientes de grupos culturalmente diferentes quanto à tecnologia ceramista.

Na sequência da prospecção inicial do Morro do Vento, observamos que no cume da duna há uma concentração de restos de conchas de grande tamanho, além de pequenos fragmentos de cerâmica indígena do tipo curimataú. O Sr. Josué nos deu indicações de que aquele tipo de conchas encontradas no sítio ainda hoje é utilizado para alimentação no entanto, as conchas hoje utilizadas não são descartadas neste local, também observamos que na parte superior da duna é possível se ter uma ampla visão do vale que está à frente , podendo-se visualizar os poços de extração de petróleo bem como fazendas de caju.

We went in the direction of Enseada Re-donda (Round Creek) district to observe archeological vestiges, located at the dune field, following indications of Mr. Josué Crisp-im. There, we observed initially, as a coastal place open to the elements, lithium material (quartz and silex) and a great concentration of macalogical vestiges (large shells). From the lithium we observed the predominance of quartz as a raw material, occurring as slices and ceramic polishers. We also observed, scattered through the area, ceramic fragments of the curimataú kind, with two variations in dimension, probably as a result of the difference of the recipients type or for the fact that they

Morro do Vento

originate from different cultural groups.While prospecting Morro dos Ventos, we

noted that at the summit of the dune there is a concentration of large sized shell remains, together with small native-American ceramic fragments of the curimataú kind. Mr. Josué gave us indications that the kind of shells that we find is, to this day, used to alimentation. However, nowadays the shells are not dis-posed of at that location. We also observed that, at the superior half of the dune, it is pos-sible to have a wide view of the valley ahead. We could see to oil extractor pumps nearby and cashew tree farms.

Morro do Vento

Page 17: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

33Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa32

Visitamos a área chamada Cajueiro da Vovó, situada numa área de produção apicultora comunal, que indicou vários vestígios arqueológicos situados na superfície, nesta área encontramos fragmentos de cerâmica tupi-guarani, com borda pintada, restos malacológicos, material cerâmico torneado (recente), além de fragmentos de grés e de faianças e restos de material construtivo tais como fragmentos de piso de tijoleiras, telhas e tijolos.

Cajueiro da Vovó

We visited the area named “Cajueiro da Vovó” (Grandmother’s Cashew Tree), locat-ed at an apicultural producer area. There we found many archeological signs at the surface. Over there we found tupi-guarani ceramic frag-ments, with painted borders, malacological re-mains, recentl ceramic material. In addition, we found gres fragments, faience and building remains, such as floor, tiles and bricks.

Cajueiro da Vovó

Page 18: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

35Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa34

Faiences

Nesse local tínhamos indicações do Sr. Josué da presença de materiais de diversos tipos, na estrada do sítio foram encontrados fragmentos de cerâmica indígena, faiança portuguesa, grês e cerâmicas de olaria recente. Sobre o local há notícias de uma casa construída e que teria pertencido a um indivíduo chamado José Rodrigues (José Roiz Braga, Capitão de Entradas e Comandante do Distrito de Ponta Grossa, Retiro Grande e Pequeno, provavelmente por volta de 1783). Observamos nos arredores da área indicada concentrações de material remexido, constando dos seguintes vestígios arqueológicos: pequenos fragmentos de grês de cerâmica do tipo curimataú e de faiança portuguesa, além de fragmentos de cerâmica do tipo tupi-guarani com vestígios de pintura em branco.

At this spot, we had indications from Mr. Josué that there rested materials of varied nature. At the entrance of the area we found native-American ceramic fragments, Portu-guese faience, grés and ceramic fragments recently made. About the spot, there was information of a built house which belonged to a man named José Rodrigues (José Roz Braga, Road Captain and Commander of Ponta Grossa, Retiro Grande and Retiro Pequeno Dis-tricts, probably around 1783). Over the area we observed a concentration of a miscellaneous of old archeological materials, such as: small grés fragments, marimatau type ceramic and Portuguese faience, besides tupi-guarani type ceramics, with white paintings signs.

Pedra Rasa (Ladeira dos Crentes)

Pedra Rasa(Ladeira dos Crentes)

Page 19: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

37Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa36

Em frente à área da provável casa, descendo a falésia há um olho d’água onde pelas indicações orais até bem pouco tempo as pessoas iam pegar água.

Em relação a conservação dos materiais encontrados no local o sitio já foi remexido quando a mata nativa foi retirada para a abertura de uma estrada e para o plantio de cajueiros.

At the front of the probable spot where stood the house, down the cliff, there is a wa-ter fountain where, by oral indication, until not so long ago, people went to get fresh water.

About the conservation of the materials found at the spot, the place was already rummaged when the native woodland was cut out to the open of a road and for the growth of cashew trees.

Page 20: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

39Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa38

Pilões

Following the seaside we arrived at a prom-ontory with scattered malacological frag-ments, consisting mainly of bivalve shells and lithium material.

Soon after the observation of this first area, we followed to a place in which there were a gathering of bivalve shells heaped up with Indian ceramic fragments and lytic quartz and silex material. There are three such con-centrations, approximately 110 meters apart from each other.

We registered these concentrations, noting that not only the remains found, but also their orientation, East to West and South to North.

Seguindo adiante, sempre a beira-mar chegamos a um promontório com material malacológico fragmentado e disperso, formado de conchas bivalves e com material lítico.

Logo após a observação desta primeira área, seguimos para um local em que estavam amontoados de conchas bivalves formando concentrações com a presença de fragmentos de cerâmica indígena e material lítico de quartzo de silexitos. Tais concentrações distam aproximadamente 100 metros umas das outras e são no total três.

Registramos estas concentrações, observando não somente os materiais encontrados, mas sua orientação no sentido Leste-Oeste e no sentido Sul-Norte, notamos que estas concentrações situadas num promontório e formadas de material malacológico, fragmentos cerâmicos e material lítico seguem os mesmos padrões que encontramos no sítio do Cumbe em Aracati, município que faz limite com Icapuí.

Pilões

Page 21: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

41Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa40

A principal observação em relação a conservação do sítio é que a área está situada próxima à praia, sofrendo constante intervenção humana, tais como o loteamento através da ação de grileiros, inclusive em algumas partes do terreno constata-se a presença de cercas, marcas de pés e de pneus, além disso, o terreno naturalmente é alvo de grande erosão, pois no período da chuva as águas arrastam as peças para a beira- mar. A exploração turística é o terceiro dos fatores de intervenção humana no sítio, pois o local está apenas 1,5 km a distância da vila da enseada Redonda.

We noted that those concentrations located at a promontory and made of malacological material, ceramic fragments and lithium follow the same pattern that we found at Sítio Cumbe, at nearby Aracati.

The main observation about this site preservation is its closeness to the beach, which causes it to suffer constant human intervention, such as real estate specu-lation. At some points, it is discernible even footprints and tire marks. Besides, the terrain is naturally subjected to constant erosion, for, on the rain period, the waters drag down the pieces to seashore. Touris-tic exploration is the third factor of human intervention at the place, for it lies only 1,5 kilometers from Enseada Redonda Village.

Page 22: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

Praia de Ponta Grossa42

Em geral, aceita-se que os movimentos migratórios humanos para a América ocorreram há cerca de no mínimo 13 mil anos, com o recuo da última glaciação, fazendo surgir um vasto território seco e propício a grupos caçadores. Achados arqueológicos recentes no sítio Monte Verde no Chile, revelaram instrumentos líticos (de pedra) de aproximadamente 33 mil anos atrás, também em São Raimundo Nonato no Piauí, foram encontrados instrumentos líticos e carvões datados de mais de 30 mil anos.

No Brasil, como as periodizações locais e regionais para a pré-história – ou como alguns arqueólogos brasileiros preferem chamar, o período pré-colonial – sé controversa pelas diferenças de pressupostos teóricos, de métodos e técnicas, não há consenso quanto às periodizações pan-americanas ou universais que possam ser aceitas sem restrições.

Segundo o arqueólogo Inácio Schmitz, há uma periodização aproximadamente correspondente do Velho Mundo para o Continente Americano dividida em seis períodos: o período Lítico (para o Paleolítico) dividido em dois sub-períodos, o Pré-pontas e o Paleoíndio, o período Arcaico (para o Mesolítico); o Formativo (para o Neolítico); as Chefias, Florescente e o Expansivo ou Militarista.

Histórica

It’s well settled that human migrations to American happened about over 13 thousand years ago, since the last glacier drawback, leaving a large extent of dry land, suitable to game’s hunters. Recently archeological findings at Monte Verde, in Chile, revealed stone tools dated from approximately 33 thousand years ago. Also, in São Raimundo Nonato, in Piauí, Brazil, there have been findings of instruments and coal dated from over 30 thousand years ago.

In Brazil, since local and regional periodiza-tion for pre-history – or like some Brazilian archeologists like to call, the pre-colonial pe-riod – are controversial at least, for there are different theories, methods and techniques, there are no consensus about the Pan-Amer-

ican and universal periodization that can be undisputable acceptable.

According to archeologist Inácio Schmitz there is a periodization approximately corre-spondent to the old world’s for the American Continent, divided in six periods: The Lithic (for Paleolithic), divided in two sub-periods, the Pre-Prongs and Paleoindian; The Archaic (for Mesolithic); the formative (for Neolithic); the Chieftains, Florescent, Expansive and Militaristic.

The first period and its two divisions cor-respond to the final Pleistocene climatic para-digm, with the shaping of most ancient cul-tures and the beginning of American people, tough still largely discussed and controverted.

The following Period, the Archaic, refers to

History

O primeiro período e suas duas divisões correspondem ao final do estágio climático do Pleistoceno com o enquadramento das culturas mais antigas e do início do povoamento na América, ainda bastante discutido e controverso.

O período seguinte, o Arcaico se refere por sua vez as culturas adaptadas ao clima posterior às últimas glaciações; portanto mais quente e úmido, é neste período que os grupos humanos buscaram recursos de alimentação nas savanas, nas estepes, no litoral e nas regiões lacustres, tais observações arqueológicas atestam a presença humana no Brasil há mais de 15 mil anos, por grupos que utilizavam artefatos típicos de caçadores.

Page 23: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

45Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa44

Porém, segundo Maria Dulce Gaspar, também houve grupos que praticavam a caça, a coleta e a pesca, ocupando parte do litoral brasileiro entre aproximadamente 6 mil e mil anos atrás. Os vestígios materiais desses grupos humanos encontram-se dispersos pela faixa litorânea do Rio Grande do Sul até a Bahia e do Maranhão até o litoral do Pará, incluindo o Baixo Amazonas. Tais grupos são tratados pela historiografia arqueológica brasileira como povos produtores dos chamados “Sambaquis” ou povos sambaquieiros. O termo faz referência a um lugar ou sítio arqueológico, enquanto área de ocupação humana em que se acumularam conchas de moluscos, ossos de animais como peixes, pequenos mamíferos, aves e répteis, além de outros vestígios humanos de restos de alimentação, a presença de artefatos de pedra, ossadas humanas (enterramentos) e marcas de habitação.

A grande questão que se coloca na pesquisa arqueológica do litoral nordestino, no entanto, tem sido, como afirma Maria Dulce Gaspar, a presença de sambaquis além da costa do estado da Bahia, levantando assim, muitas questões sobre como deve ter se dado o contato, a continuidade ou a adaptação entre os grupos humanos que ocuparam do extremo Sul até o litoral da Bahia e os do Pará e Maranhão, áreas com evidências comprovadas da existência de sambaquis.

Algumas tentativas têm sido levadas adiante para buscar esse entendimento ou elemento – chave, que incluiria os estados do Rio Grande do Norte e do Ceará nessa rota de contato e ocupação litorânea, a partir de dados levantados pelo Projeto Dunas no litoral do Rio Grande do Norte e recentemente também na identificação de sítios de ocupação pré-histórica nos tabuleiros dunares dos municípios de Aracati e Icapuí no Ceará.

cultures adapted to the climate after the glacial age; therefore, warmer and wet-ter. It is in this period that human groups searched for food sources at savannas, steppes, beaches and lakes. Archeologi-cal observations testify that there were human presence in Brazil over 15 thou-sand years ago, composed of groups that utilized typical hunting artifacts.

However, according to Maria Dulce Gas-par, there have also been groups that prac-ticed hunting, fishing and gathering, who occupied part of the Brazilian shoreline between 6 thousand and 1 thousand years ago. The material vestiges of these human groups lie scattered from the coastal lines of Rio Grande do Sul to Bahia, and from Mara-

nhão to Pará, including lower Amazon river. These groups are named by archeologi-cal Brazilian historiography as people who produced “sambaquis”, or “sambaquieiros” groups. The term makes reference to an archeological place or site, where existed human settlements, in which shows accu-mulated shells, fish bones, small mammals, birds and reptiles, with another vestiges of human alimentation, like the presence of stone artifacts, human skeletons (burials) and inhabitation marks.

The big question that poses itself in the archeological research of Brazilian Northeast coastal line, however, has been, as affirms Maria Dulce Gaspar, the presence of sam-baquis beyond the shoreline of Bahia, rais-

Page 24: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

47Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa46

ing, then, many questions about how it has come to pass the continuity or adaptation of the human groups that occupied the extreme south of Brazil all the way to Bahia shoreline, as well as Pará and Maranhão, areas with well-known sambaqui presence.

There has been some tries to search that understanding or key element. Those would include the states of Rio Grande do Norte and Ceará on this route of coastal contact and oc-cupation, based on data raised by Project Du-nas, based on Rio Grande do Norte’s coast, and recently in the identification of pre-his-torian occupation sites found at the dunes of Aracati and Icapuí, in Ceará.

The archeological project “Homem das Du-nas” (Man of the dunes) was realized by the

O projeto arqueológico Homem das Dunas foi realizado pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte nos anos de 1995 a 2000 abrangendo a identificação e coleta de material arqueológico nos tabuleiros dunares do estado, sendo dividido em três etapas: a primeira, do Cabo de Bacopari na Paraíba até Touros (litoral norte e sul); a segunda de Touros até Tibau (litoral leste e oeste) e a última de Tibau até Aracati no Ceará somente a primeira fase foi concluída,evidenciando uma grande quantidade de artefatos de pedra, de sílex e quartzo; fragmentos de cerâmica do tipo tupi-guarani e fragmentos dispersos e concentrações de carvões, além de material de conchas com marcas de uso humano. Apesar de seu inestimável valor na catalogação de áreas e vestígios de ocupação pré-colonial, os resultados obtidos nesse projeto não foram aprofundados, nem permitiram uma sistematização completa de todas as etapas do trabalho de coleta arqueológica, deixando ainda muitas questões a serem respondidas quanto a ocupação litorânea anterior ao contato com o colonizador europeu a partir do século XVI.

Muito se tem falado sobre a colonização da costa Leste-Oeste brasileira, colonizada apenas a partir do século XVII, as correntes marítimas e a dificuldade de abertura de caminhos terrestres seguros impulsionaram inicialmente a colonização da América Portuguesa para a costa Norte-Sul, mesmo nessa área, a colonização até o final do século XVI se limitou a poucas áreas do litoral, como nas capitanias de São Vicente, Bahia e Pernambuco. A conquista da Paraíba e do Rio Grande do Norte a partir da Capitania Duartina duraria até o ano de 1599 (fundação da vila de Natal). Relegou a Coroa Portuguesa ao segundo plano a colonização da área que se estendia para além do Cabo de São Roque.

Archeological Laboratory of Rio Grande do Norte’s Federal University between 1995 and 2000, encompassing colleting and identify-ing archeological material from dunes at the state, divided in three steps: the first, from Bacopari Cape, in Paraíba, to Touros (north and South coastal lines); the second, from Touros to Tibau (east and west coastal lines); the last one, from Tibau to Aracati, at Ceará. Only the first step was completed, showing a great amount of stone, silexito and quartz commodities; tupi-guarani style ceramics, re-mains of coal concentration, and discarded shells with signs of human use. In spite of its inestimable value for the tabulation of areas and vestiges of pre-colonial occupation, the results attained by that project were not fur-

O sistema dos ventos e das correntes marítimas impediu uma colonização mais sistemática até a criação, em 1621, do Estado do Maranhão (Amazônia, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará), dissociados do Estado do Brasil. Segundo Alencastro, “longe de qualquer de vaneio burocrático reinol” esta configuração administrativa correspondia “perfeitamente ao esquadro da geografia comercial da época da navegação a vela”.

Com ventos e correntes das mais fortes do litoral brasileiro a costa Leste-Oeste podia facilmente oferecer navegação rápida no sentido Oeste, mas dificilmente no sentido contrário, assim, diferentes foram os contatos com os europeus, notadamente franceses e espanhóis, que exploraram algum comércio de drogas do sertão entre os séculos XVI e XVII, uma vez tomada a direção Oeste, após realizarem contatos com as populações indígenas no litoral, seguiam em direção ao Caribe e de lá retornavam pela corrente do Golfo do México à Europa. Não foi outro o destino de Martin Soares Moreno em 1619 quando, na tentativa de expulsar os franceses do Maranhão tomou o rumo das correntes e foi dar no Caribe (São Domingos e Bahamas) e de lá retornando para a Espanha, foi capturado por franceses ficando preso por 10 meses, só então retornando ao Brasil via Portugal.

ther developed, nor allowed for a complete systemization of all steps of the gathering of archeological objects, therefore leaving many question yet to be answered about the coastal occupation previous to the contact with Europeans.

Much has been discussed about the colo-nization of the East-West Brazilian shoreline, colonized only after the XVII century. Sea streams and the hardships to open safe land pathways at first caused Brazilian coloniza-tion to start at the North-South shoreline. Even there, the colonization until the end of the XVI century was limited to a few coast-al areas, such as São Vicente, Bahia and Pernambuco. The conquest of Paraíba and Rio Grande (North) from Duartina would last to the year of 1599 (foundation of Natal vil-lage). The Portuguese crown, besides, left to second place the colonization of areas be-yond São Roque’s Cape.

The sea currents and the wind system didn’t allowed a permanent colonization un-

til the creation, in 1621, of the state of Ma-ranhão (which composed the territories of modern states of Amazonia, Pará, Maranhão, Piauí and Ceará), separated from the Bra-zilian state. According to Alencastro, “far from whatever crown bureaucratic dream, this fitted exactly to encompass the admin-istration draft for commerce to regulate the sail navigation used at the time”.

With the strongest winds and currents of the Brazilian shoreline, the East-West shoreline could easily provide fast navigation towards west, but hardly on the opposite direction. Therefore, the European contacts were dif-ferent. Mainly French and Spanish sailors arrived there, searching to exploit drug trade from inland on the XVI and XVII centuries. Once set the course to west, after mak-ing contacts with native populations on the shoreline, they followed in the direction of Caribe and returned, following Mexico Gulf’s current, to Europe. No other was the destiny of Martin Soares Moreno in 1619, when, in a

Page 25: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

49Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa48

Em alguns locais do litoral do Ceará, a proximidade das correntes marítimas da costa possibilitavam contato oferecendo abastecimento de água e gêneros, as áreas mais próximas das correntes facilitavam o desembarque das naus para tomar provimentos e realizar comércio com os locais. No Ceará eram as seguintes áreas: em Icapuí a Ponta Grossa, em Fortaleza a ponta do Mucuripe e mais ao Leste a ponta de Jericoacoara.

Durante os séculos XV, XVI e XVII estes locais foram visitados por corsários franceses e espanhóis que navegavam em direção ao Caribe. Se observarmos as recorrentes notícias da presença francesa, espanhola e holandesa nesta costa, encontraremos as referências dessas áreas desde 1500, quando teria passado Vicente Yanes Pizon e seu irmão Afonso Pizon pela Ponta Grossa (Jabarana ou Retiro Grande) e Mucuripe4.

A colonização do Ceará no século XVII, também se deu na área limítrofe entre as capitanias do Rio Grande e Siará Grande. As expedições de Pero Coelho de Souza, de Martin Soares Moreno e dos padres jesuítas Francisco Pinto e Luis Figueira (pela área do País do Jaguaribe) – visando a Ibiapaba e o Maranhão percorreram esse litoral.

Apenas a partir da presença holandesa no Ceará é que a navegação ganhou maior regularidade, sobretudo esta presença foi efetivada pela navegação com os barcos conhecidos como sumacas, as sumacas eram barcos a vela menores que os patachos, que se tornariam ao longo do século XIX a principal embarcação nas rotas da costa Leste-Oeste.

attempt to expel the French from Maranhão, took the course of the currents and ended in Caribe (São Domingos and Bahamas) and, in his way back to Europe, got captured by French, who kept him for 10 months, only then returning to Brazil from Portugal.

At some places in Ceará’s coastal line, the proximity of sea currents to the coast allowed for contact that offered supplies of water and commodities. The areas closer to the currents made it possible to land to get provisions, as well as trade with the local people. In Ceará those areas were: In Icapuí, Ponta Grossa; in Fortaleza, Mu-curipe; and Jericoacoara further away.

During the XV, XVI and XVII centuries,

these places were visited by French and Spanish pirates whom sailed to Caribe. Observing the recurrent news of French and Spanish presence in the area, it’s possible to find references to these areas ever since 1500, when Vicente Yanes Pinzon would have passed through Pon-ta Grossa (Jabarana and Retiro Grande) and Mucuripe.

Ceará’s colonization in the XVII centu-ry also took place in the area between the states of Rio Grande do Norte and Siará Grande. Pero Coelho de Souza’s expedition, Martin Soares Moreno’s and Jesuit priests Francisco Pinto’s and Luis Filgueiras’ (from the area of Jaguaribe’s country) – to Ibiapaba

4 GIRAO, Raimundo – O Ceara Pré-histórico, Fortaleza: Instituto do Ceara, 1986.

Sua mastreação era constituída de gurupes (mastro que se lança do bico da proa e que por vezes era decorado com esculturas) e dois mastros inteiriços (o de vante que cruza as duas vergas e o de ré, que enverga vela latina). Evaldo Cabral de Melo calculou que as sumacas poderiam carregar até 237 passageiros (regulamento do tráfico de escravos), mas carregava até mais de 360. “A armação compunha-se de mastro de vante ou traquete, dotado de vela latina, vela de estai (polaca), mastro de mezena com vela redonda ou quadrada e gurupes; dispunha também de castelo de popa, ela também arrastava escaler”.

Escaler era um pequeno barco a remo ou a vela que realizava tarefas de embarcações maiores, ainda segundo ele, a média de tonelagem das sumacas era de 80 toneladas.

“Para atender o aumento do tráfego decorrente, não só do incremento físico da produção exportável [de Pernambuco], mas, sobretudo da concentração no Recife de todo o comércio exterior de Pernambuco e das chamadas capitanias anexas, era necessário de barco maior...” As sumacas passaram a dominar o sempre complicado trecho de navegação a partir do cabo de São Roque por serem mais ágeis e podiam assim vencer as temíveis correntezas.

Sua introdução no Brasil teria sido uma adaptação de embarcações holandesas e teria sido fundamental a sua introdução para possibilitar as transações dos portos do sertão com o porto do Recife de Pernambuco.

Segundo Evaldo Cabral de Melo, as sumacas dominaram o transporte na Costa Leste-Oeste até o aparecimento das barcaças. Segundo ele, a partir do Cabo de São Roque, “a sumaca passou a gozar de um monopólio que não conseguiu adquirir ao longo do litoral pernambucano e paraibano, onde devia contar com a concorrência de barcos menores, como as canoas do alto e outras”.5

and Maranhão, followed that shoreline.Only after the Dutch presence in Ceará

did sailing gained regularity. That was effec-tive mostly by the navigation of boats known as sumacas. The sumacas were sailboats shorter than the “patachos”, the main boat along XIX century in East-West Brazilian routes. Their masts were called gurupes (mast connected with prow point, sometimes ornamented with sculptures) and it also had two full masts (the front one which crossed

two sticks and the back one with a Latin sail). Evaldo Cabral de Melo estimates a sumaca’s capacity at 237 passengers (ac-cording to slave traffic regulation), but carried over 360. He states the sumaca’s average capacity at 80 tons. “To overcome the traf-fic increase due to exportable production growth (Pernambuco) but, above all, to restrain to Recife all exchange trade from Pernambuco and nearby states, much bigger boats were needed”.

2MELO, Evaldo Cabral de – Um Imenso Portugal – Historia e historiografia, São Paulo: Editora 34, 2002, pagina 194.

Page 26: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

51Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa50

The number of sumacas increased to dominate the always-complicated sailing after St. Roque’s Cape, as they were more fitted to overcome the fearful currents.

Their introduction in Brazil would be an adaptation of the Dutch boats and would have been fundamental to enable port transactions between Recife and other ports of the region.

According to Evaldo Cabral de Melo, the sumacas dominated the East-West transportation until the introduction of barg-es. According to him, beyond St. Roque’s Cape, “the sumaca came to enjoy a mo-nopoly it did not acquire at Pernambuco and Paraíba, where people used smaller boats, such as canoes.

Page 27: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

53Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa52

© [2012] J. Terto de Amorim4.VEL Y, fol. 56v-57rDe Cust van Brazil tusse hen de Baij Caijsaij en ponto abaron [voor 1640]Costa do Brasil entre Caiçara do Norte (RN) e a Ponta Grossa (Jabarana) [antes de 1640]Acervo do Arquivo Nacional dos Países Baixos – Haia

Page 28: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

55Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa54

© [2012] J. Terto de Amorim4.VEL Y, fol. 58v-59r

De Cust van Brazil tussehen ponto abaron en Rio Sijara [voor 1640]

Costa do Brasil entre a Ponta Grossa (Jabarana) e o Rio Ceará [antes de 1640]

Acervo do Arquivo Nacional dos Países Baixos – Haia

Page 29: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

57Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa56

Mmomomoomomomoom

A colonização efetiva da Costa Leste-Oeste só se verificou após a expulsão dos holandeses com a abertura do Caminho terrestre que ligava o Maranhão à Costa Norte-Sul. Foi o período que ficou conhecido como Guerra dos Bárbaros, a partir de entradas nas ribeiras dos rios Piranhas, Assu, Jaguaribe, e da consequente expulsão e extermínio dos índios foram distribuídas as primeiras sesmarias no final do século XVII e início do século XVIII, fortalecendo o processo de colonização.

Segundo Caio Prado Jr, a penetração para o sertão levada a cabo pelas fazendas de gado, fazia-se contígua e contínua.6 A expansão da pecuária atendia aos interesses dos colonos e do Estado tendo portanto forte apoio deste com a doação de terras.

Com a necessidade de pastos para o gado, os colonos foram cada vez mais ocupando, através de datas e sesmarias, terras que na maioria dos casos estavam nos domínios dos indígenas, estes, por sua vez, além de tentar resguardar seu território também buscavam manter sua organização social e econômica, iniciando assim, um longo período de lutas de resistência indígena no Brasil que, em conjunto, ficaram conhecidas como “Guerra dos Bárbaros”.

The North Capitanias And The Indian Resistance

The colonization of Brazilian East-West coast only properly began after the expul-sion of the Dutch settlers and the opening of the land road joining Maranhão to the North-South coast. That period became known as “Guerra dos Bárbaros” (The barbarian war). Making way through riv-ers Piranhas, Assu, Jaguaribe, the white colonization exterminated the local Indians and distributed their land as big properties, named “sesmarias”.

According to Caio Prado Jr., the inland penetration, spearheaded by cattle farm-ers, made itself continuous and unbroken.

A conquista das capitanias do Norte e a resistência Indígena

6 Caio Prado Jr. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo, 1953, pág. 50.

Page 30: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

59Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa58

Não podemos precisar com exatidão o início da Guerra dos Bárbaros, pois ela não foi um movimento uno, resultante da união de todos os indígenas. A guerra foi, antes de qualquer coisa, o somatório de diversos levantes indígenas que surgiram por todo o nordeste brasileiro, deflagrado por uma situação conflituosa contra o colonialismo português nos séculos XVII e XVIII. Compreende-se esses levantes como um meio encontrado pelos indígenas para resistir à dominação e ocupação de suas terras dentro de um contexto histórico específico.

Os conflitos mais acirrados tiveram início na Capitania da Paraíba durante o governo de João Fernandes Vieira, entre os anos de 1655 e 1657, causados pela exploração econômica da nação Janduí e se estenderam desde Pernambuco até a Piauí, ao se rebelarem, esses grupos indígenas foram declarados inimigos7, e, a partir daí, iniciou-se a disputa entre colonos e indígenas. Como a administração não conseguia controlar os movimentos de resistência indígena, a mesma se viu obrigada a pedir ajuda a administração geral, que utilizou todos os recursos disponíveis, inclusive a presença dos bandeirantes paulistas e a criação de arraiais fortificados, ou seja, pequenas fortificações de pau-a-pique para o aquartelamento de soldados um pequeno entreposto militar.

Alguns tratados de paz foram assinados entre os colonos e os indígenas, mas sem nenhum efeito prático, pois os conflitos não terminavam, os levantes prosseguiram, ainda que cada vez mais fracos e o ano de 1720 marca o último registro sobre os mesmos, como parte integrante da Guerra dos Bárbaros, porém os conflitos não cessaram por completo, pois até 1760 se tem notícias de pequenos levantes e da organização de revoltas isoladas.8

8 Cartas dos Ofícios da Câmara de Natal para o Governador de Pernambuco Luis Diego Lobo, folha 197-198, Livros de cartas e Provisões do Senado da Câmara de Natal, n. 10, caixa 67, do acervo do IHGRN.

7 Maria Idalina da C. Pires. Guerra dos Bárbaros: resistência indígena e conflito no nordeste colonial. Recife, 1990.

The livestock expansion was welcomed by both colonists and state. The latter gave ample support to its development by donating lands.

As there was need of pasture for the cattle, the colonists went further inland, through datas and sesmarias, lands that were frequently owned by native-Ameri-cans. They, in turn, beyond trying to pro-tect their land, also searched to maintain its social-economic organization. It began, then, a long period of Indian resistance in Brazil that, as a whole, became known as the Barbarian War.

It’s impossible to determine the exact opening of the Barbarian War, for it was not a unique conflict, but a reunion of all Indian resistance. The war was, before anything else, the sum of many individual native-American resistances that came to pass in all Brazilian Northeast, caused by the militaristic nature of Portuguese colo-nization at the XVII and XVIII centuries. These rebellions must be understood as a means by which the Indians could re-sist the occupation of their lands within a

specific historic context.The most gruesome conflicts took place at

Paraíba during the government of João Fer-nandes Vieira, between 1655 and 1657, caused by economical exploration of the Janduí nation, and extended from Pernambuco to Piauí. As they rebelled, the Indians were considered enemies and, afterwards, began the dispute between settlers and Indians. Since the administration couldn’t control the movements of Indian resis-tance, it saw itself forced to ask for help to the general administration. The latter spared no re-sources, including using bandeirantes from São Paulo and the creation of fortified settlements with stake fences to keep soldiers safe.

Some peace treaties were signed be-tween settlers and natives, but with no practical results, for the conflicts didn’t end. The rebellions continued, despite growing weaker every year. The year 1720 marks the last register about them, as integrant part of the Barbarian War. But the conflicts didn’t completely cease, for until 1760 there were news of small skirmishes and the organization of small rebellions.

3 Letters from Natal Chamber Office to Pernambuco’s Governor Luis Diego Lobo, page 197 – 198. Letters and stipulations from Senate Chamber of Natal, n.10, box 67, archiv IHGRN.

Page 31: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

61Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa60

Nas áreas de possessão portuguesa, possibilitar aos colonos ao mesmo tempo defesa e ocupação do espaço para exploração, exigiu esforços quanto às adaptações e adequações próprias às condições naturais locais, inclusive no uso da mão-de-obra indígena para a construção das chamadas Casas Fortes. Segundo Robert Smith, é de 1549 o Regimento de D. João III, que serviu de base para as instruções do Governador Geral do Brasil, Tomé de Sousa, sobre as edificações,as quais determinavam que quem quisesse fundar um engenho era obrigado a prover-lhe a proteção por meio de “... hua torre ou Casa Forte”9 . Segundo o mesmo autor, as primeiras torres ou casas fortes foram inspecionadas pelo próprio Governador Geral em 1552, ao findar o século XVI havia pelo menos quarenta Casas Fortes na Bahia e sessenta em Pernambuco.

A construção de Casas Fortes de Duarte Coelho em Pernambuco lembra as Igrejas e Conventos Fortificados do interior do México no século XVI, tendo desaparecido quase todas as Casas Fortes brasileiras, a arquitetura dessas construções era de caráter doméstico, mas de uso também militar, portanto em seu duplo aspecto sócio- histórico servia de residência senhorial e como parte do sistema de defesa no novo território conquistado e chamavam-se Casas Fortes, Torres ou Casas da Torre, pois estas eram construídas com pedras de grandes dimensões nos cunhais, nos pilares das arcadas e nos umbrais, sendo a maior parte feita do empilhamento de pedras com argamassa de cal de conchas.

On areas of Portuguese possession, it re-quired efforts in adaptation to the local en-vironment, in order to fit and to adjust to the natural conditions of the land, including the use of Indian labor to build shelters, named “Casas Fortes”. According to Robert Smith, it dates to 1549 the Regiment of D. João III that served as base for the instructions of Brazil’s General Governor, Tomé de Sousa, determin-ing that anyone willing to establish sugar cane plantations needed to provide for its protec-

As Casas Fortes

tion by means of “…one tower or shelter”. The same author further adds that the first towers and fortifications were personally inspected by the General Governor in 1552. By the end of the XVI century there were at least forty forti-fications of that kind in Bahia, and over sixty in Pernambuco.

The construction of Duarte Coelho’s forts in Pernambuco reminds the fortified Churches and Monastery from Mexico at the XVI cen-tury, but in Brazil almost all of them were lost

9Robert C. Smith. Igrejas, casas e móveis: aspectos da arte colonial brasileira. Recife: Editora Universitária, 1979, pág. 221

The “Strong Houses” – Fortifications

Vários autores já fizeram citações sobre as Casas Fortes, Rocha Pombo (1922), por exemplo, fez diversas referências em sua obra às Casas Fortes, afirmando ser durante o período holandês que os índios Tapuia haviam matado a todos os portugueses que puderam ter, em redor de vinte léguas em torno dos postos fortificados. Segundo Pombo, nas vizinhanças do antigo Engenho Ferreiro Torto, setenta pessoas refugiaram-se dos holandeses e de Jacob Rabbi, afirmando, baseado em outro historiador, Tavares de Lira, ser neste engenho, pertencente a João Lostau Navarro, em que se refugiou aquela gente.7

Os postos fortificados serviram de refúgio para os moradores da Capitania, que fugiam dos ataques indígenas, e daí a providência de se construir muitas Casas Fortes em todos os pontos da capitania mais expostos à ação dos índios, dado a falta de homens preparados para a guerra. Rocha Pombo toma o cuidado de conceituar Casa Forte como: “... um posto entrincheirado e guarnecido de alguns homens, servia de refúgio aos moradores em caso de perigo” 8, e são citadas na historiografia sempre associadas aos levantes dos grupos indígenas chamados comumente de Guerra dos Bárbaros, na segunda metade do século XVII.

to time. The architecture of those construc-tions was of a domestic nature, but also with a military use. It is so that, in its social-historical aspect, it served as both residences for the lords and part of the defense system putted in place on the new conquered territories. They were called strong houses, towers or tower houses, for they were built with large stones at the wedges (cunhais), pillars and thresh-olds. The greater part of the construction was made by pilling up stones with cement made from shell lime.

Several authors made quotes about these strong houses. Rocha Pombo (1922), by in-

stance, made several references to it on his work, affirming that, during the Dutch occupa-tion, the murder of Portuguese people found within twenty leagues around fortified houses by Tapuia Indians. According to Pombo, at the vicinity of Ferreiro Torto’s old sugar cane mill, seventy refugees escaped from the Dutch and from Jacob Rabi. He further adds, based on another historian, Tavares de Lira, that it was on that mill, which was property of João Lostau Navarro, that the refugees hid themselves.

The fortified posts served as refuges to the settlers who ran from Indian attacks. That’s

7 Rocha Pombo. História do estado do Rio Grande do Norte. 1921, pág.129.

8 Rocha Pombo. História do estado do Rio Grande do Norte. 1921, pág.152.

Page 32: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

63Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa62

Ao ter início o século XVII, a pecuária deslocada do litoral já se encontrava em processo de organização nos sertões da Bahia e Pernambuco. A separação entre a cultura da cana e a pecuária estava imbricada com o sistema geral da economia colonial, que buscava ocupar todas as terras aproveitáveis.

Os restos materiais encontrados e visualizados na região da Mata Fresca no município de Icapuí no Ceará, bem como as informações documentais escritas já levantadas, mostram-nos pelas informações obtidas, a possibilidade de ser esses restos materiais evidências da construção de Casas Fortes nessa região, considerando as características próprias da ocupação efetiva desta área na Capitania do Ceará, no final do século XVII e início do século XVIII, que são: a exploração econômica através da pecuária a necessidade da mão-de-obra indígena, e a defesa do espaço ocupado no enfrentamento dos levantes indígenas na Capitania do Ceará.

why many shelters were built along the places near Indian territories, given the lack of settlers with proper military skills. Rocha Pombo concept of the strong houses is that of “a trenched place, commonly garrisoned with only a few men, which served as refuge to the settlers in case of an Indian attack”. They are quoted in historiography always associated with the Indian rebellions com-monly called the Barbarian Wars, at second half of the XVII century.

By the start of XVII century, the cattle creation displaced from the coast found itself in process of organization at Bahia’s and Pernambuco’s inland. The separation between sugar cane plantation and cattle

creation was due to the general system of colonial economy, which searched to occupy all lands that could be used.

The material remains found and seen at Mata Fresca at Icapuí, in Ceará, as well as the written documental information already researched, show the possibility that those material remains are in fact evidences of the construction of fortified houses in the re-gion, considering the characteristics proper of Ceará’s occupation, at the end of XVII cen-tury and beginning of XVIII’s, that is to say: the economical exploration through cattle cre-ations; the necessity of Indian labor, and the defense of the space occupied through the skirmishes with the Indians in Ceará.

Page 33: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

65Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa64

O litoral entre a foz do Jaguaribe e o limite com o Rio Grande do Norte (onde hoje se encontra o município de Aracati) foi durante o século XVIII ocupado dentro de uma única estratégia militar para garantir a atividade econômica da pecuária, da produção do charque e do comércio do sal, colonizado a partir do final do século XVII no Ceará o progresso da conquista portuguesa teria se dado “ao passo dos bois”, durante a conquista e colonização, a expansão dos interesses metropolitanos, seguiu assim o desenvolvimento da atividade pastoril: abriram-se os caminhos pelo sertão, pelas ribeiras dos rios, gerando povoamento rarefeito e formando as fazendas de criar.

Desta forma se formaram as principais rotas de boiadas, sendo que a principal se iniciava na foz do Jaguaribe e penetrava o sertão pela ribeira deste rio até o Cariri, onde se integrava com outros caminhos coloniais, como o do rio São Francisco e a rota das boiadas do Piauí e do Maranhão. Prosperaram as fazendas de criar. O gado facilmente adaptou-se as condições mesológicas. No primeiro quartel do século XVIII algumas fazendas de criar no Ceará chegavam a possuir mais de quatro mil cabeças e a sua produção era remetida para as feiras de gado de Pernambuco e Bahia.

The coast between the mouth of Jaguaribe river and Rio Grande do Norte’s border (where lies nowadays Aracati) was during the XVIII cen-tury occupied within a unique military strategy to ensure the economic activity of livestock farming and the production of salt and dried meat. Colonized by the end of the XVII cen-tury, in Ceará the progress of the Portuguese conquest followed “the cattle’s steps”. During the conquest and colonization, the expan-sion of metropolitan interests followed the

A pecuária na ribeira do Jaguaribe

development of pastoral activity: it opened the way inland, following the rivers, generated settlements and created breeding farms.

That was how the main cattle routes came to be. The main one began at Jaguaribe’s mouthand penetrated inland following this river to Cariri, were it integrated with others colonial pathways, like the one following São Francisco river and de cattle routes to Maran-hão and Piauí. The breeding farms prospered. The cattle adapted easily to the region conditions.

The livestock farming for dried meat at Jaguaribe’s region

Page 34: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

67Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa66

At the first quarter of the XVII century, some farms possessed over four thousand animals, and its production were sent to the cattle fairs in Pernambuco and Bahia.

However, the local market was weak and limited, so the livestock were exported alive to the distant fairs (that revealed to be counterproductive, because the cattle needed to walk long distances, therefore losing its value), or slaughtered only for the leather. The production of salted leather so developed produced by hand. That leather was exported by the port in Santa Cruz do Aracati, fact that consolidated the urban nu-cleus, even before the official creation of a

village, “curato” or “freguesia” there, in the first quarter of the XVII century.

Along with the salted leather, starting at the decade of 1710, were created dried meat and salted meat farms. This kind of meat was also known as “Ceará’s meat” in other colonial re-gions. Ceará specialized in that production. In the decade of 1740, with the increment of salted lather commerce, the first produc-tion of cured leather began in Aracati. At the second half of the XVIII century, some historians estimate, including José Alípio Goulart, that over fifty thousand cows were butchered to supply the activity of the dried meat producers.

During the entirety of the XVIII century the

Entretanto, o mercado consumidor local era fraco e limitado, o que fazia com que o rebanho fosse exportado vivo para as distantes feiras (o que se revelou improdutivo, uma vez que necessitava percorrer grandes distancias, perdendo assim o seu valor), ou fosse abatido apenas para o aproveitamento do couro, desenvolveu-se assim a produção do couro salgado preparado de modo artesanal. Pelo porto da vila de Santa Cruz do Aracati esse couro foi exportado consolidando o núcleo urbano, mesmo antes da criação de curato, Freguesia ou Vila, isso no primeiro quartel do século XVIII.

Juntamente com o couro salgado, a partir da década de 1710, foram sendo criadas as oficinas de preparo da carne salgada ou carne seca, ou carne do Ceará, como era conhecido o charque em outras regiões coloniais da América portuguesa. Especializou-se o Ceará nesta produção. Já na década de 1740, com o incremento do negócio dos couros salgados, se instalaram os primeiros curtumes na vila do Aracati. Na segunda metade do século XVIII estimam alguns historiadores, dentre eles José Alípio Goulart, que chegavam a ser abatidas na Vila cerca de 50 mil reses para suprir as atividades dos charqueadores.

Durante todo o século XVIII prosperaram as atividades de salga da carne bovina e do tratamento dos couros para a exportação, tornando a Vila do Aracati o centro econômico mais dinâmico da Capitania do Siará Grande, posição que manteve durante boa parte do século XIX. A vila, criada em 1748, especializada nessa economia do charque e do couro, teve seu traçado urbano marcado por esta atividade, inclusive com as indicações do Conselho Ultramarino, exigindo ruas largas para o trânsito das boiadas do sertão para o lugar do abate, salga e exportação. José Alípio Goulart descreve um quadro bastante esclarecedor sobre a importância desta atividade durante o século XVIII: “basta dizer que só Recife, em 1788, consumiu o carregamento de carne seca de 14 barcos, embora muito bem suprido de carne verde (...). Em média, cada sumaca transportava a produção de cerca de dois mil bois”.9

Foi essa ocupação que deixou vestígios materiais que podem, a partir do seu estudo sistemático orientar as prospecções arqueológicas da região.

9 GOULART, José Alípio – Brasil do boi e do couro, Rio de Janeiro: Jose Olympio Editora, 1965, página 94.

dried meat and leather production prospered, which made Aracati the most dynamic eco-nomic center of Siará Grande state, posi-tion that it maintained during the better part of the XIX century. The village, created in 1748, specialized in the dried meat and leather production, had its urban planning done with these activities in mind, including with indications of the Ultramarine Coun-cil that demanded that the streets were to be large enough that the livestock could come and go from the places dedicated to butchering, salting and exporting. José

Alípio Goulart describes a very enlightening picture about the importance of this activ-ity during the XVIII century: “suffice to say that Recife alone, in 1788, consumed the charge of 14 boats worth of salted meat, nevertheless the fact that it was well sup-plied in fresh meat (…). Every sumaca boat averaged the transport of the product of two thousand cows.

That occupation left material vestiges that can, through its systematic study, guide ar-cheological prospections at the area.

Page 35: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

69Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa68

Hoje, quase cinco séculos decorridos ainda ostenta a mesma beleza estonteante dos tempos de Pinzón. O velho mar, quebrando diariamente de encontro ao penhasco de arenito-calcário, cujo topo está 100 metros acima do nível de suas águas conseguiu cavar novos sulcos, abrir novas fendas, maior número de falésia, mais isso serviu apenas para realçar ainda mais a beleza telúrica da paisagem, criando novas configurações nas rochas de cores variadas, que não impressionam somente pelo colorido de suas nuances, mas também pela praticidade de suas formas. Somente a enseada onde ancorou Pinzón e seu irmão – Retiro Grande – sofreu os efeitos das correntes eólicas vde ventos que sopram de terra carreando o arenito em pó para o mar. Hoje, ela está bastante assoreada, mas não ao ponto de impedir o acesso de embarcações leves que venham a demandar aquelas plagas, transportando turistas.

Ponta Grossa hoje

Today, five centuries passed, it still possesses

the same stunning beauty of Pinzon’s time. The old sea, daily breaking against sand-stone cliffs, whose top lies 100 meters above sea level, managed to carve new wrinkles, to open new caves and even to create new cliffs. That served, however, only to endear even more the telluric beauty of the land-scape, creating new configurations in the multicolored rocks, that are impressing not

Ponta Grossa nowadays

only for the colorfulness of its nuances, but also for the practicality of its forms. Only the creek in which landed Pinzon – Retiro Grande – suffered the effects of the breezes currents, of winds that blew from inland, carrying the sandstone to the sea. Today, it lies a lot shallower than it once was, but not to the point of making unviable the access of light vessels that attempts to cross it, carrying tourists.

Page 36: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

71Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa70

Page 37: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

73Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa72

Josué CrispimO material arqueológico de diversas épocas que veremos a seguir foi encontrado e preservado

pelo pescador Josué Crispim que, com determinação e coragem manteve este tesouro de valor incalculável sob sua guarda, preservando-o para a humanidade.

Josué Crispim

The archeological material from several different ages that we are about to see was found and preserved by fisherman Josué Crispim, whose determination and courage kept safe this treasure of inestimable value, preserving it for the benefit of humankind.

Page 38: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

Praia de Ponta Grossa

Análise do material coletado assistematicamente nas proximidades da comunidade de Ponta Grossa.

Acervo

Analysis about material not systematically collected near Ponta Grossa community

Page 39: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

77Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa76

Buril (furador) de silexito.

Piercer made of silexito.

Mão de pilão de pedra (almofariz) feita de um bloco de granito polido

Lasca de silexitoLasca de silexito

Small axe blade made of polished basaltic granite. Rock mortar from a block of polished granite.

Left: refurbished silexito chip; at center: plane-convex scraper (also known as “lesma”) made of chalcedony; Right: chalcedony scraper, made from a polished chip.

Raspador plano - convexo ou lesma de silexito vista na sua parte inferior que é plana

Pequena lâmina de machado feita de granito basáltico polido

À esquerda, lasca retocada de silexito; ao centro raspador plano-convexo (chamado também de Lesma) de calcedônia; à direita raspador lateral de calcedônia, feito a partir de uma lasca retocada.

Lítico - Pré-Contato

Plane – convex scraper, also known as “lesma” (snail) seen from its plane inferior surface.

Page 40: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

79Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa78

Fragmentos de lascamentos, lascas, núcleos esgotados, lâminas, alisador de cerâmica, lâminas de machado polido (granito e basalto), lâmina de machado polido fragmentado, almofariz e mó de pilão (granito). Foi observado que todos esses materiais fazem parte do instrumental tipicamente indígena de antes e do mesmo período do contato português.

The lot of materials analyzed includes split fragments, slices, drew-off nucleus, blades, ceramic polishers, polished axe blades (granite and basalt), fragmented polished axe blades, mortars and pestle millstones (granite). It was noted that all the materials gathered were of typical Indian manufacture from before and during the period of European contact.

Lâmina de machado de pedra polida (granito gnáissico) com canaleta para encabamento

Lâminas de machado de pedra polida (granito) sem canaleta para encabamento

Lâmina de machado de pedra polida (arenito silicificado); Lâmina de machado de pedra polida (basalto).

Polished stone axe blade (gneissic granite) with an opening for the handle.

Polished stone axe blade (solidified sandstone)

Polished stone axe blade (granite) without openings for the handle.

Polished stone axe blade (basalt)

Lithic – Pre-contact

Alisadores de cerâmica também de pedra polida (silexito à esquerda e arenito à direita.)

Lascas de silexito para usos de cortar e raspar Lasca de silexito para usos de cortar e raspar

Lascas de silexito para usos de cortar e rasparBuril (furador) de silexito Raspador plano-convexo (chamado também de Lesma) de calcedônia

Ceramic sharpeners also of polished stone (silexito at let and sandstone at right)

Chip of silexito used for cutting and scrapping.

Piercer made of silexito.Chalcedony plane-convex scrapper (also known as “lesma”).

Silexito chip used for cutting and scrapping.

Silexito chip used for cutting and scrapping.

Page 41: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

81Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa80

Cerâmica

Conjunto de fragmentos de cerâmica do tipo tupi-guarani e curimataú com alisamento interno e externo, mas sem vestígios de pintura.

These materials are part of the set of tupi-guarani and curimataú style ceramic fragments, internal and external polished, but without any traces of painting.

Fragmento de cerâmica Tupiguarani feita de roletes de argila (role-tada) em que vê parte do fundo, do bojo e da borda do vasilhame

Tampa de cerâmica torneada, conhecida como cerâmica neobrasilei-ra (ou cabocla) e fragmento de cerâmica queimada em forno (colonial ou século XIX)

Fragmentos de paredes de vasilhames de cerâmica, do tipo denominada de fase Curimataú, com demonstração de extenso desgaste pela ação intempérica das dunas

Thorn ceramic cover, known as neo-brazilean ceramic (cabocla) and oven tempered ceramic fragment (colonial or XIX century)

Tupi-guarani ceramic fragment, made from clay. Part of the bottom and the border can be seen.

Fragments of the sides of a ceramic vase, curimataú style, withered from the dune’s erosion process.

CeramicFragmento de cerâmica torneada e alisada com presença de um apêndice lateral para sustentação do vasilhame.

Thorn and polished ceramic fragment, with a side appendix for support of the vessel.

Page 42: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

83Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa82

Fragmentos de faiança portuguesa (século XVIII), louça do tipo blue edge ou beira azul, louça do tipo borrão azul, louça fina inglesa (século XIX), inclusive com um dos fragmentos com a estampa da fábrica no fundo, e por último frag-mentos e garrafas inteiras de grês holandês.

Faianças e Louças

We found a great amount of Portuguese faience (XVIII century), blue edge crockery, fine english crockery (XIX century) including one fragment bearing a factory mark at the bottom. Also, fragments and bottles of stone-ware, Dutch fabrication.

Fragmentos de faiança portuguesa do século XVIII

Louças decoradas policromadas com motivos florais

Louça fina inglesa, com motivos geométricos e carimbo da fábrica

English fine crockery, with geometric and stamp factory

Louça do tipo “blue edged” (ou beira azul) e do tipo “borrão azul”, todas do início do século XIX;

Detalhe de fragmento de faiança portuguesa do século XVIII

Faience and crockery

Fragments of Portuguese faience (XVIII century)

Detail of fragment of Portuguese faience (XVII century)

Polychromatic decorated crockeries, with flower motifs.Blue edge crockery, from the beginning of the XIX century.

Louças decoradas policromadas com motivos florais.

Polychromatic decorated crockeries, with flower motifs.

Page 43: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

85Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa84

Garrafas de cerâmica vitrificada, do tipo “grés”, com identificação da sua proveniência holandesa; utilizadas para transporte de bebidas destiladas dos séculos XVII ao XIX)

Ao centro, detalhe de um fragmento de garrafa de grés com identificação de origem escocesa

Vitrified ceramic bottles, “grés” type, with indication of its Dutch provenience; used for transport of distillery beverage from XVII to XIX centuries. At the center, detail of a fragment of grés bottle, Scottish origin.

Garrafas de cerâmica vitrificada, do tipo “grés”, com identificação da sua proveniência holandesa; utilizadas para transporte de bebidas destiladas dos séculos XVII ao XIX).

Vitrified grés type bottle, with identification of its Dutch prove-nience; used for transport of distillery beverage from XVII to XIX centuries.

Page 44: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

87Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa86

Fornilhos de cachimbos coloniais e indígenas

Cachimbos com motivos antropomorfos de origem indígena

Fornilhos de cachimbos de provável origem indígena

Cachimbo com motivos antropomorfos de origem portuguesaCachimbos holandeses feitos de conchas (malacológico)

Indian pipes with anthropomorphic motifs

Pipe bowls, probably of Dutch manufactory

Indian pipe bowls, made from shells (malacological) Indian pipe with anthropomorphic motif.

Cachimbos com motivos antropomorfos de origem indígena.

Indian pipes with anthropomorphic motifs.

Page 45: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

89Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa88

Desse material identificamos vários fornilhos de cachimbo de cerâmica,alguns tipicamente indígenas, inclusive com representações antropomorfas e outros, provavelmente de origem holandesa e inglesa, e por último cachimbo de material malacológico (conchas).

We identified several ceramic pipe bowls from this material, some typically Indian, even with anthropomorphic motifs. Others, probably of Dutch or English fabrication. We also found some pipes made from shells (malacological material).

Colonial and Indian pipe bowls

Cachimbo com motivos antropomorfos de origem indígena.

Indian pipe with anthropomorphic motif.

Page 46: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

91Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa90

Materiais MetálicosDesse material destacam-se colheres, garfos, ferragens (ferrolhos e cravos), pilão de bronze,

algumas moedas identificadas e objetos de uso pessoal e militar do período colonial.

Colher do tipo concha, feita de ferro fundido

Colheres de bronze pequenas, em destaque a “colher dobrada” (para alimentação de crianças pequenas)

Detalhe de cabo de colher com identificação da John Moreton & Cia, fábrica inglesa de talheres do início do século XIX.

From this material, spoons, forks, iron tool (latches and nails), bronze mortars, some identified coins and objects of personal and military use from the colonial period stand out.

Metallic materials

Spoon, made of tempered iron.

Detail of spoon handle, with the identification of John Moreton & co, English tableware factory of the beginning of the XIX century.

Small bronze spoon, with emphasis on the spoon with a bent handle (used for feeding infants).

Detalhe do fundo de bandeja metálica com identificação da fábrica inglesa Eberle Silverplated (final do século XIX e início do século XX).

Detail from the bottom of a metallic tray with identification of Eberle Siverplated English factory (final XIX/beginning of XX century).

Page 47: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

93Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa92

Moeda de estanho, bastante desgastada pela ação erosiva das dunas.

Tin coin, heavily weathered.

Moedas coloniais cunhadas no século XVIII, uma da época de D. João V e outra de D. José I, reis de Portugal e do Brasil

Moedas de bronze

Moeda de ouro bastante desgastada, e sem identificação de sua cunhagem

Três moedas de liga de estanho com cunhagem do desenho do globo terrestre e com a inscrição latina, marcando o uso destas em todas as partes do império português; diz a inscrição: “circumit orbem pecunia totum” ou seja, “válida como pagamento em todas as partes que circular”

Colonial coins from the XVIII century, one from D. João V and other from D. José I, kings of Portugal and Brazil.

Weathered gold coin, without identification

Three tin compounded coins, coinage with an earth globe and a latin inscription, marking its use in all Portuguese territories; says the inscription: “circumit orbem pecunia totum”, which means “valid as payment wherever it circulates”

Copper coins

Page 48: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

95Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa94

Botões de fardamento militar da colônia inglesa na Austrália Botão de fardamento militar da colônia inglesa na Austrália

Fivela de latão

Fivela de latão

Anel feito de cobre com detalhes vazados

Pingentes de colares de uso religioso, feitos de bronze e liga de estanho, provavelmente, colares de terços do século XIX; identificam-se a cruz de Cristo e o símbolo de Maria Mãe de Deus; no pingente maior, acima a esquerda, na inscrição lê-se: “Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a vós”, de 1830

Buckle brass

Religious use pendants, made of bronze and tin compound, probably, part of religious ornaments from the XIX century; it is discernible Christ’s cross and the symbol of Mary; on the bigger one, it reads: “Oh Mary sinless conceived, intercede for us that pray for thee”

Buckle brass

Button of military garment from England’s colony in Australia.Buttons of military garments from England’s colony in AustraliaCopper ring with details

Brinco de ouro, bastante antigo, mas sem identificação precisa.

Gold earring, very old, but without precise identification.

Page 49: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

97Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa96

Materiais metálicos construtivos

Fragmentos de talheres, prendedor para cabelos e um suporte para vela (castiçalestanho e o segundo de bronze; ao centro, pequenas aldravas de porta e uma boca de fechadura, todas muito antigas, porém sem identificação precisa

Conjunto de cravos de ferro fundido holandeses com exceção do segundo da esquerda para direita que é português.

Ferrolho

Dobradiça de janela

Metallic materials of construction

Tableware fragments, hairpin and a candle support (tin and bronze candlesticks); at the center, small door knocker and a lock, all very old, but without precise identification

Latch

Window jointSet of tempered iron nails

À esquerda, dobradiça de porta de ferro fundido, provavelmente do século XIX; ao centro, dedais para costura, o primeiro de estanho e o segundo de bronze; ao centro, pequenas aldravas de porta e uma boca de fechadura, todas muito antigas, porém sem identificação precisa

Anzol e lâminas de faca de ferro, corroídas pela alta oxidação litorânea

At left, tempered iron door joint, probably from the XIX century; at the center, sewing thimbles, the first one made of tin and the second, of bronze; at also, little door knockers and a lock, all very old, but without precise identification

Angle and iron knife blades, weathered from the coast’s high oxygenation

Page 50: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

99Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa98

O patrimônio cultural de um povo é o principal

componente de sua identidade e da diversidade cultural.

Pode também tornar-se um importante fator de

desenvolvimento sustentado, de promoção do

bem-estar social de participação e de cidadania.

Casa de Cultura Pindú

“A people cultural patrimony is the main component of its identity and cultural diversi-ty. It may also become an important factor of sustainable development, promotion of social welfare, participation and citizenship.“

The proceeds from the sale of this book will go to the construction of Casa de Cultura Pindú in Ponta Grossa’s community Icapuí - Ceará - Brazil. This monument will host the culture collection collected by Josué Crispim.

Culture House Pindú

Os recursos provenientes da venda deste livro serão destinados a construção da Casa de Cultura Pindú na comunidade de Ponta Grossa em Icapuí - Ceará - Brasil. Esse monumento cultura abrigará o acervo coletado por Josué Crispim.

Dedico esse livro a Francisco Crispim Sobrinho, meu pai que me incentivou a continuar com esse trabalho, pois suas histórias vindas da tradição oral foram a base de minha formação.

Josué Crispim.

Page 51: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

101Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa100

Gentil Barreira

Pág.8

Pág.19

Pág.70 e 71

Pág.77

Pág.78

Pág.79

Pág.80 Pág.80 Pág.81 Pág.82 Pág.82

Pág.79 Pág.79 Pág.80 Pág.80

Pág.78 Pág.79 Pág.79 Pág.79

Pág.77 Pág.77 Pág.78 Pág.78

Pág.72 Pág.73 Pág.77 Pág.77

Pág.19 Pág.19 Pág.51 Pág.65

Pág.11 e 12 Pág.18 Pág.19 Pág.82

Pág.84

Pág.86

Pág.88

Pág.91

Pág.93

Pág.94

Pág.93

Pág.94 Pág.94 Pág.94 Pág95

Pág.94 Pág.94 Pág.94

Pág.92 Pág.93 Pág.93 Pág.93

Pág.89 Pág.90 Pág.90 Pág.90

Pág.87 Pág.88 Pág.88 Pág.88

Pág.85 Pág.86 Pág.86 Pág.86

Pág.82 Pág.82 Pág.83 Pág.84

Page 52: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

103Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa102

Pág.96 Pág.97 Pág.96 Pág.96 Pág.97

Pág.97

José Israel Abrantes

Pág.4 e 5Capa

Pág.32

Pág.40

Pág.68

Pág.30

Pág.37

Pág.63

Pág.20

Pág.34

Pág.41

Pág.76

Pág.26

Pág.37

Pág.44

Pág.28

Pág.38

Pág.56

Page 53: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

105Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa104

ORGANIZAÇÃOAugusto Cesar Bastos Barbosa

PRODUÇÃO ExEcUtIvA E DE cAMPORicardo Meira Arruda

AUtORESAlmir Leal de Oliveira Marcos AlbuquerqueRoberto Airon Silva Soraya Geronazzo

tRADUÇÃO PARA O INGLêSJúlio Cesar Montenegro Bastos

REvISÃO INGLêSIgor Brandão Feitosa de Carvalho

PESQUISAGabriel Parente NogueiraSilvia Maria Aragão de Andrade Furtado

FOtOGRAFIAS Gentil BarreiraJosé Israel Abrantes

tRAtAMENtO DE IMAGENSGentil BarreiraPietro OcciuzziPriscila Furtado

PROJEtO GRÁFIcOOcciuzzi Comunicação e Design Ltda.Pietro OcciuzziPriscila Furtado

PRODUÇÃO GRÁFIcALuciano Andrade

copyright© by Josué P. Crispim

© by Augusto Cesar Bastos Barbosa

Reprodução proibida

contatos

Page 54: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

107Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa106

Marcos Antonio Gomes de Mattos de Albuquerque

Dedica-se a pesquisa arqueológica ininterruptamente desde 1965, junto ao Laboratório de Arqueologia

do Departamento de História da UFPE. Atualmente, como professor Adjunto IV aposentado, continua

atuando como professor voluntário, tanto no Laboratório de Arqueologia como na Pós-Graduação em

Arqueologia, (Mestrado e Doutorado), ministrando cursos e participando na orientação de alunos.

É pesquisador do CNPq e consultor Ad Hoc de diversas instituições de Pesquisa no Brasil e no

Exterior. Realiza pesquisa pura, como a descoberta e escavação de sítios como: A primeira Sinagoga

das Américas, a Kahal Zur Israel, a cidade de Mazagão, transplantada do Marrocos para a selva

amazônica no século XVIII, a primeira Igreja Jesuítica em Pernambuco, a primeira Feitoria Régia

no Nordeste, e mais, outras tantas pesquisas, que tem contribuído para o melhor entendimento do

período pré e pós-colonial brasileiro. Além da pesquisa pura realiza também a pesquisa aplicada como

estudos de impacto ambiental, na área de arqueologia, (EIA-RIMA). Mesmo os trabalhos de pesquisa

aplicada, enquadram-se em uma preocupação científica maior, coadunando-se com as linhas de

pesquisa desenvolvidas junto ao CNPQ.

Almir Leal de Oliveira

Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992), mestre (1998) e doutor

(2001) em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é Professor

Associado da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de História, com ênfase em

História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: Ceará, semi-árido brasileiro, Ceará

colonial, pensamento social, historiografia e história da ciência e tecnologia. Ocupou a Chair Joaquim

Nabuco in Brazilian Studies no Center for Latin American Studies , Stanford University - Palo Alto,

California, USA, no ano de 2011.

Autores

Page 55: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

109Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa108

Roberto Airon Silva

Graduado em História pela Universidade Estadual do Ceará (1988) e Mestre em História, na Área

de Arqueologia do Nordeste Brasileiro, pela Universidade Federal de Pernambuco (1999)e Doutor

pela Universidade Federal da Bahia, no PPGCS/Área de Antropologia/Arqueologia. Professor Adjunto

do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sócio efetivo da

Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB) e com experiência na área de Arqueologia e Pré-História

e atua principalmente, nos seguintes temas: Arqueologia histórica e colonial do Brasil, historiografia

arqueológica e estudos em pré-história.

Soraya Geronazzo Araujo

Graduada em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal do Amazonas (1992) e com

mestrado em História Social pela Universidade Federal do Ceará (2007). Atualmente é Professora

Adjunto I da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Tem experiência nas áreas de História

do Brasil Colônia, História do Rio Grande do Norte e Técnica de Pesquisa em História, atuando

principalmente nos seguintes temas: indígenas, colonização, economia e etnografia e orientação de

trabalhos acadêmicos.

Page 56: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

111Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa110

Afranio Pinto, arquiteto que nos ajudou a visualizar a futura

Casa de Cultura Pindú.

Antônio José de Lima (Guigui), Azarias Crispim da Silva

e Jucileine Pereira Crispim pela memória oral da cultura Pindú.

Augusto Cesar Bastos Barbosa mentor deste livro.

Arquivo Nacional dos Países Baixos em Haia

Carlos Rios, arqueólogo subaquático.

Fabio Brasil pela viabilização desta obra.

Ao trabalho de Gentil Barreira e Israel Abrantes, fotógrafos,

que com olhar técnico e humano nos possibilitou essas imagens.

IPHAN-CE - Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional.

Josué Crispim e a toda a comunidade de Ponta Grossa, guardiões

da memória arqueológica da região.

Júlio Cesar Montenegro Bastos pela tradução para língua Inglesa.

J. Terto de Amorim por sua atenção ao negociar com o Arquivo Na-

cional dos Países Baixos em Haia a publicação das imagens dos mapas:

Agradecimentos

Nota: A LEI No 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961 dispõe sôbre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.

4.VEL Y, fol. 56v-57r (De Cust van Brazil tusse hen de Baij Caijsaij en

ponto abaron [voor 1640] -Costa do Brasil entre Caiçara do Norte (RN)

e a Ponta Grossa (Jabarana) [antes de 1640]) e 4.VEL Y, fol. 58v-59r

(De Cust van Brazil tusse hen de Baij Caijsaij en ponto abaron [voor

1640] Costa do Brasil entre Caiçara do Norte (RN) e a Ponta Grossa

(Jabarana) [antes de 1640]). Mapas que fazem parte do atlas/manuscrito

Beschrijving van de kusten van Brazilie, Chili en Angola, en omliggende

vaarwaters (Curta descrição da costa do Brasil, Chile, Angola e cami-

nhos marítimos circundantes).

Lucilda Felixe, técnica que apoiou nosso projeto.

Nearco Araujo pela doação da gravura da histórica caravela.

Ricardo Arruda em todo tempo acreditou na proposta e a concretizou.

Silvia Furtado e Gabriel Parente pela pesquisa histórica e apoio editorial.

Pietro e Thiago Occiuzzi pelo trabalho de design.

Priscila Furtado, finalização e arte na montagem.

Prof. Raimundo Monteiro, pelos dados históricos.

Page 57: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

113Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa112

Page 58: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

115Praia de Ponta GrossaPraia de Ponta Grossa114

Page 59: Praia de Ponta Grossa - Ceará - Brasil

Praia de Ponta Grossa116