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Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Agrárias Insetário G.W.G. de Moraes
PRAGAS DE EUCALIPTO
Germano Leão Demolin Leite Vinicius Matheus Cerqueira
Nesta aula nós vamos ver quais são os principais insetos que atacam o eucalipto,
os seus danos e como controlá-los. O que agente pode fazer para controlá-las. Quais são
os danos que eles causam e muito mais. Mas primeiro é importante nós lembrarmos de
que nem todos os insetos que estão na cultura são pragas. Pragas são aqueles insetos que
causam dano econômico à cultura e é sobre estes insetos que vamos falar nesta aula.
Amigos, por outro lado existem também animais, incluindo insetos, que são
considerados nossos amigos, chamados INIMIGOS NATURAIS.
Amigos, os inimigos naturais utilizam as pragas como alimento, ou até mesmo como
hospedeiro para colocar seus ovos, levando assim as pragas à morte e ocasionando uma
redução de sua população.
Pessoal, nós vamos falar um pouco sobre o Eucalipto antes de nós falarmos
sobre as pragas. O eucalipto é uma árvore que vem sendo amplamente cultivada no
Brasil e no mundo, mas por quê? A resposta é simples. Primeiro que o eucalipto cresce
rápido, em seis a sete anos já esta pronta para ser cortada. Parece muito tempo, mas em
relação às demais árvores nativas como mogno e aroeira que demoram até trinta anos
para chegar ao ponto para ser cortado, o eucalipto tem o seu crescimento
consideravelmente rápido.
Segundo, pelo fato da quantidade de madeira que é produzida por hectare (ha),
essa quantidade é muito alta.
Terceiro amigos, o eucalipto pode ser utilizado para muitas coisas, como por
exemplo: Carvão, celulose, papel, madeira para moveis, mourões, postes, laminas de
compensado e outros produtos de serraria.
E por ultimo, o mercado consumidor como as indústrias que cada vez mais estão
precisando dessa matéria prima, a madeira, para produzir suas mercadorias. E como o
corte de madeira nativa é mais restrito, devido às leis de proteção ao meio ambiente. A
alternativa para eles é comprar madeira, de reflorestamento, ou seja, florestas de
eucalipto.
Agora, nós vamos falar sobre as pragas do eucalipto. O eucalipto como qualquer outra
cultura, é atacado por muitas pragas. Primeiro vamos falar sobre as FORMIGAS
CORTADEIRAS.
As formigas cortadeiras correspondem a 70% dos gastos no combate a pragas do
eucalipto. Existem dois tipos de formigas cortadeiras que causam danos significativos
no eucalipto.
Pessoal, nós temos as saúvas
Amigos, as saúvas são formigas maiores e de maior importância, elas medem de
1,5 a 2 centímetros, seus ninhos são formados por varias panelas. São ninhos grandes,
com monte de terra solta sobre eles.
Já as quenquéns, são formigas menores com tamanho de 0,8 a 1 centímetro, seus
ninhos são menores, com poucas panelas e sem terra soltas sobre eles. As formigas são
insetos sociáveis, isso quer dizer que, dentro de um formigueiro existem varias castas,
que podemos chamar de empregos, existem a rainha e as operárias. Dentro das operárias
existem as Jardineiras, isso mesmo, jardineiras! Porque ao contrário de que se imagina,
as formigas cortadeiras não se alimentam das folhas e flores que cortam e sim de um
fungo.
Amigos, então por que as formigas cortam as folhas? A resposta é curiosa, elas
cortam as folhas para servir de substrato, alimento para esse fungo, que parece uma
esponja e que estão em uma câmara ou panela chamada de “jardim de fungo”. Além
das jardineiras, existem as Cortadeiras que medem entre 4 e 7 milímetros e são as
responsáveis pelo corte e transporte dos alimentos para o ninho, escavação de novas
panelas, canais e descarte do lixo. Também existem as soldados. São as formigas com
maior porte, com mais de 7 milímetros, conhecidas “cabeçudas” e sua função é a defesa
da colônia e da rainha.
Amigos, além da Rainha, que só existe uma por colônia, e das operárias, existem
também as formigas com asas, porem essa ao contrario das demais só aparecem em
época de reprodução. As fêmeas dessa formigas são conhecidas como TANAJURAS.
Os machos são conhecidos como BITÚS. Essas formigas com asas servem para
propagar o formigueiro. Elas cruzam no ar. Quando as fêmeas estão fecundadas elas
procuram um lugar para fazerem seu ninho, que vai dar origem a novos formigueiros,
mas não se preocupem, apenas 0,05%, isso é, a cada 10 mil rainhas fecundadas apenas
cinco vão ter sucesso com seu novo formigueiro. Menos mal, não é? Se não o mundo só
iria ter formigas! Amigos, durante uma revoada, as iças podem atingir 1 quilometro de
distância e podem alcançar a 100 metros de altura o que facilita a formação de novos
formigueiros.
Agora que vocês já sabem um pouco da vida das formigas, vamos falar dos
danos que elas causam nos reflorestamentos. A principal injuria que as formigas
cortadeiras provocam são o corte de folhas e galhos finos.
Esses cortes provocam redução da produtividade, já que um formigueiro de
saúva pode consumir até uma tonelada de folhas verdes por ano, isso equivale a oitenta
árvores por ano. Sabia que se uma planta tiver todas suas folhas cortadas três vezes
seguidas, ela vai morrer com certeza. Então para evitar esses danos, precisa ser feito o
controle destas formigas. O controle tem que ser feito a partir do dia que foi encontrado
o formigueiro na área, pois como já sabemos, o poder de destruição das formigas é
muito grande! Nós temos que ficar atento de que nada adianta você fazer o combate as
formigas e seu vizinho de cerca não o fizer, pois as formigas chegam a andar até 400
metros para buscar folhas, sendo assim o formigueiro que está no terreno do seu
vizinho, pode destruir um pedaço da sua plantação. Então quando for fazer o controle
destas formigas, fale da importância deste controle para seu vizinho e peça para ele
também fazer. Se não for de interesse dele, peça pelo menos autorização para que você
adentre em sua propriedade e combata as formigas a uma distância de pelo menos 400
metros da sua cerca.
Pessoal, para o controle das formigas cortadeiras podem utilizar varias técnicas.
Como por exemplo, aração da terra, para destruir as panelas dos formigueiros. Essa
técnica é utilizada para destruir principalmente os formigueiros de quenquém e os de
saúva quando novos, pois ainda estão dentro do alcance do arado, que é mais ou menos
25 centímetros. Quando o sauveiro fica mais velho, as formigas constroem suas panelas
mais profundas, mais de 40 centímetros, sendo assim, a aração já não funciona.
Amigos, diversificar a vegetação entorno das plantações de eucalipto e entre
elas, com corredores de mata nativa, serve para aumentar o numero de inimigos
naturais, como os pássaros,
Pessoal, nós podemos também plantar girassol, feijão ou outra cultura nas ruas do
eucalipto, assim aumenta a diversidade de animais, o que reduz as pragas.
Amigos, uma outra opção é o plantio de plantas isca ou repelentes como
gergelim, mamona e batata-doce.
Já que as formigas preferem cortar suas folhas que as do eucalipto. Alem disso o
gergelim mata o fungo que serve de alimento para as formigas. Isso não é ótimo? Nós
também podemos usar o tratamento com fungos patogênicos. Eles devem ser
polvilhados dentro do formigueiro, com o auxilio de uma bomba manual, igual a
utilizada para aplicação de inseticida em pó. Lembrando que para a aplicação do fungo,
o dia tem que estar úmido, pois esse fungo é sensível ao tempo seco. E como ultima
alternativa temos o controle químico que pode ser feito pela aplicação de pó-seco, esse
pó deve ser aplicado com o solo seco, para que o pó chegue a todas as panelas do
formigueiro.
Também nós podemos usar as iscas granuladas para isso devem ser aplicados 10
gramas de isca por metro quadrado de terra solta por formigueiro, mas também em
período sem chuvas.
Para nós sabermos o tamanho do formigueiro basta medir o maior comprimento
pela maior largura da área ocupada pelos montículos de terra solta, como é mostrado no
desenho abaixo.
Outra opção que nós temos é termonebulização, porém ela é mais cara, por causa
do equipamento. Mas sem duvida é o melhor devido o seu efeito ser rápido e pode ser
feito independente do clima seco ou úmido. Caso seja necessário o controle químico,
procure um Agrônomo ou técnico da EMATER.
Amigos, uma outra praga de grande importância que temos em eucalipto são os
cupins. Os cupins também são conhecidos como: termitas ou térmitas, formigas-
brancas, formigas de asas, aleluia, siriri e siri-siri. Já seus ninhos, que são elevações de
terra, também têm nomes diferentes, de acordo com a região do Brasil este cupins são
conhecidos como: cupinzeiro ou termiteiros em Minas Gerais, aterroada ou itapecuim
na Amazônia, munduru no Ceará e murundu, tacuri ou tacuru no Rio Grande do Sul.
Amigos, os cupins fazem seus ninhos em diferentes lugares, existem os que fazem seus
ninhos na terra e tem os que fazem em árvores.
Amigos, nós temos os CUPINS SUBTERRÂNEOS. Bem, existem dois tipos de cupins
subterrâneos. O primeiro tem com características seus ninhos subterrâneos e difusos, ou
seja, eles não formam aquele monte de terra e ficam bem espalhados pelo campo, às
operárias são pequenas e esbranquiçadas e tem aspecto vermiforme, isso quer dizer que
elas são cilíndricas, lembrando um verme. Amigos, esses cupins quando atacam as
plantas, provocam danos às raízes e nos galhos, que servem de alimento para eles.
Quando a planta já esta maior, os cupins alem de atacar as raízes, atacam também o
cerne, o miolo da planta, provocando perda de madeira, que é o que nos interessa. Esses
ataques podem levar a morte da planta.
O segundo tipo de cupim subterrâneo tem como características, seus ninhos
subterrâneos com panelas pequenas, esses ninhos lembram os ninhos das formigas
“lava-pés”, os olheiros fazem a comunicação das panelas com o lado de fora do
cupinzeiro apresenta geralmente o diâmetro de 5 a 8 centímetros. Estes cupins atacam
geralmente na parte da noite. Esses cupins causam problemas principalmente quando as
plantas estão em faze de muda, pois eles cortam as raízes e folhas dessas mudas,
fazendo com que ocorra a diminuição do estande de plantas, ou seja, ocasiona a
diminuição do numero de plantas em uma determinada área. Quando as plantas já estão
maiores, os cupins de montículo causam poucos danos às plantas.
Esses cupins quando escavam seus ninhos na terra, constroem na parte de acima
do solo, um montículo de terra. Que são aqueles elevados de terra que conhecemos
como “cupinzeiro”. Estes montículos podem variar de 20 centímetros até 1 metro de
altura e sua parede tem aproximadamente 8,5 centímetros de espessura. Esse cupim
retira matéria orgânica do solo, empobrecendo o solo.
Um outro problema dos cupins de montículo meus caros colegas, são que eles
dificultam os tratos culturais, que por formarem montes no campo, dificultam a
passagem de um trator, ou uma carroça ou um implemento. Outro problema também é
que esses cupinzeiros podem servir de abrigo para animais peçonhentos, como cobras,
aranhas e escorpiões.
Pessoal, o ultimo cupim é o que ataca o cerne da planta, chamado de CUPINS
DE CERNE, que constroem seus ninhos no centro das plantas, ainda vivas, isso faz com
que ocorra perda de material lenhoso do eucalipto, o que leva a uma baixa
produtividade e também, levando a morte da planta. Quando as plantas não morrem,
elas ficam frágeis, uma vez que está ocas, e quando bate um vento mais forte, elas se
quebram.
Agora, nós vamos falar sobre o modo que os cupinzeiros são propagados, ou
seja, como são espalhados pela área. Existem duas formas de isso ocorrer, a primeira é
quando ocorrem as revoadas de cupins, geralmente no entardecer, quase de noite e
principalmente com alta umidade relativa do ar. Notam-se vários cupins voando, esses
são machos e fêmeas que estão prontos para cruzarem e formarem uma nova colônia.
Quando eles caem no chão, eles perdem as asas e vão à procura de um parceiro de sexo
oposto para fazerem a copula e formarem uma nova colônia, um novo ninho.
Pessoal, o outro modo de propagação do cupim de montículo é pela segmentação
de uma colônia já fixada, isso quer dizer, que são pegos pedaços de uma colônia e esses
pedaços dão origem a uma nova. Esse processo pode ocorrer quando um animal quebra
um cupinzeiro, ou quando o próprio agricultor quebra o montículo e o joga morro
abaixo, ai onde esse montículo parar, ira se formar uma nova colônia. Daí vem à
importância de matar primeiro os cupins antes de quebrar um montículo, assim evitar
espalhar cupim pelo terreno.
A principal forma de combate aos cupins é com o uso de cupinicidas, que são
inseticidas próprios para o combate de cupins, porem esses inseticidas são tóxicos para
o homem e para o meio ambiente, sendo assim devemos evitá-lo ao máximo. Nós
devemos primeiro fazer um buraco no cupinzeiro de montículo.
Amigos, depois nós podemos usar um pó com fungos patogênicos, que são
fungos que matam os cupins, esse fungos podem ser adquiridos em casa de produtos
rurais, caso não tenha em sua região, pergunte a um técnico da EMATER ou a um
Agrônomo onde consegui-lo.
Ou usar um pó cupinicida. As formulações a pó podem ser colocadas
diretamente dentro do cupim.
Ou então, amigos, usando polvilhadeira.
Amigos, nós também nós também podemos usar fosfina, mas tampando o buraco
do cupim depois.
Uma outra possibilidade para combater cupins, tanto de montículo como de terra
solta é usando um termonebulizador.
Amigos, uma outra praga importante de eucalipto são as LARGATAS
DESFOLHADORAS. Existem muitas dessas lagartas, porém todas fazem à mesma
coisa, causam danos as folhas. O que leva a uma redução do crescimento da plantas e
também da produção de madeira. Antes de falarmos sobre as lagartas, é importe saber,
que as lagartas são a formas jovens das mariposas. As lagartas desfolhadoras saem dos
ovos vão crescendo à medida que vão consumindo folhas, depois de um tempo elas se
transformam em pupa, ou seja, os casulos estes casulos podem ficar nas árvores ou na
terra. Depois de um tempo as mariposas saem destes casulos e começa tudo de novo.
Amigos, uma das lagartas desfolhadoras de eucalipto é a
APATELODES, que são lagartas com cerca de 6 centímetros de cor cinza com
pontinhos marrons e os seus pêlos crescem para frente, cobrindo sua cabeça, como se
fosse uma franja. Já os adultos, são mariposas cujo tamanho varia de 3,5 a 4,5
centímetros, são marrons, com manchas triangulares escuras e grandes nas asas da
frente. Elas quando paradas o seu corpo fica curvado para cima, como mostrado nas
fotos.
Bem, já as BLERA, são lagartas marrons com a parte lateral e a parte final do
seu corpo na coloração verde. Os adultos são mariposas que tem as asas cinza e
brilhantes, com uma mancha de cor verde musgo nas asas de trás, como se fosse uma
faixa. Outra lagarta que temos são as LAGARTAS-EUSELASIA, que são lagartas
verde-amareladas, com tufos de pêlos amarelos e medem 1,2 centímetros. Uma
característica que podemos observar é que elas têm o hábito gregário, ou seja, elas
sempre ficam uma perto da outra, como nessa foto.
Os adultos destas lagartas, as euselasias, são mariposas que medem 2,5 centímetros, As
fêmeas têm coloração pardo-escura bem uniforme.
Amigos, já os machos, têm as asas de cor laranja, com as bordas pretas.
Pessoal, outra praga são as LAGARTAS-CACHORRINHO, que são lagartas
que medem de 2,2 a 2,5 centímetros. Elas têm forma cilíndrica, com pêlos e são
amareladas, elas também apresentam quatro tufos de pêlos brancos na parte de cima, da
vem o nome “cachorrinho”, pois elas são bem peludas. Os adultos são mariposas que
medem de 3,2 a 4,2 centímetros. Elas têm as asas brancas, e o seu corpo é vermelho,
bem característico como mostra a foto.
Amigos, ainda nós temos também as lagartas GLENA, que são do tipo mede-
palmo e podem chegar a medir 4,2 centímetros de comprimento, tem a cabeça marrom,
o corpo liso, verde com manchas brancas. Já os adultos, são mariposas de asas branco-
acinzentadas, com pontos negros em ambas as asas. Essas lagartas podem medir até 5
centímetros.
Outra lagarta importante é a LAGARTA-PARDA-DO-EUCALIPTO são
lagartas marrons, que parecem um galho, elas medem 5 centímetros.
Os adultos da lagarta parda do eucalipto são mariposas. As fêmeas têm as asas brancas
com pontuações negras bem esparsas. Elas podem medir de 3,5 a 4,9 centímetros.
Já os seus machos são menores e têm as cores semelhantes as das fêmeas.
Amigos, já a LAGARTA-MEDE-PALMO, tem esse nome porque como pode
ser visto na foto elas ao se movimentarem, elas fazem esse movimento de mede-palmo.
Seu corpo é verde-escuro, com listras amareladas, brancas e pretas. O seu tamanho pode
chegar até 5 centímetros. Os adultos medem aproximadamente 4,5 centímetros. Eles
têm as asas de cor bege, ou amarelo-palha, com pontos pelo corpo.
Pois é meus amigos existem outras lagartas, mas as de maior ocorrência são
estas que foram faladas. Antes de começarmos a falar de táticas de controle, vamos falar
sobre o sistema de amostragem. A amostragem, nada mais é que avaliarmos uma
parcela, ou seja, um pedaço do nosso talhão, para verificar se vamos ou não ter que
controlar as pragas. Para a amostragem de lagartas desfolhadoras, nós vamos selecionar
de 9 a 20 árvores por talhão, como mostrado no esquema a seguir. Cada talhão, em
geral, tem 2 mil árvores.
Amigos, nestas árvores vamos pegar um galho do terço inferior da planta, ou
seja, no meio da planta. Neste galho, vamos contar o número total de folhas e o número
de lagartas por folha. Depois que anotarmos todos os dados, vamos fazer a quantidade
de lagarta, a cada 100 folhas, isso em cada árvore, depois vamos fazer a media de todas
as árvores, ai se encontrarmos um número maior que 8 lagartas / 100folhas, devemos
fazer o controle desta praga.
Hoje em dia existem varias formas de combater as lagartas desfolhadoras. Duas
táticas de controle biológico, ou seja, utilizar um inseto para controlar a praga. Uma é
usando uma vespinha parasitoide de ovos, o trichogramma.
Amigos, o TRICHOGRAMMA, que são parasitóides de ovos de mariposa, isso
é, o trichogramma colocam seu ovo dentro do ovo da mariposa, fazendo com que a
lagarta que esta dentro do ovo, morra.
Neste caso a gente faz a amostragem por armadilha luminosa dos adultos,
detectando adultos, nós liberamos os parasitoides. Nós usamos uma armadilha a cada 6
hectares, preferencialmente na periferia da lavoura de eucalipto, pois assim nós
percebemos quando estão chegando as mariposas pragas na cultura.
Esses trichogrammas podem ser adquiridos em Kits. Procure informações em seu
município.
Amigos, outro inseto que faz o controle das mariposas pragas de eucalipto, mas no
estágio de lagartas, são os percevejos predadores PODISUS.
Pessoal, os percevejos predadores se alimentam de lagartas. Esses percevejos são
inimigos das lagartas e estão presentes nas plantações. Contudo, algumas empresas de
reflorestamento de eucalipto produzem em seus laboratórios o percevejo predador
Podisus, fazendo liberações deste inimigo natural sempre que as lagartas desfolhadoras
atingem o nível de controle.
Um outro método é a utilização de bactérias como o Bacillus thuringiensis, essas
bactérias deixam as lagartas doentes o que faz com que elas morram. Hoje em dia já
podemos encontrar essa bactéria no mercado.
Um cuidado que devemos tomar é o seguinte: Essa bactéria é muito sensível à luz do
sol, então devemos misturá-las com óleo, para protegê-las dos raios ultravioleta do sol.
E para melhorar, a aplicação deve ser feita na parte da tarde. Vejam bem meus amigos,
essa bactéria funciona tão bem, que hoje em dia, esse é um dos métodos mais
empregados no controle de lagartas desfolhadoras em essências florestais.Essas
bactérias não fazem mal nenhum para as pessoas. Após a aplicação, depois de alguns
dias, as lagartas começam a morrer, ai se vocês quiserem, é só catar essas lagartas como
a da foto anterior e bate-las no liquidificador, pegar esse caldo, coar e coloca-lo em
garrafas PET e pronto, esse macerado pode ser congelado por seis meses. Ai quando
aparecer novas lagartas é só descongelar e aplicar o caldo novamente, sem ter gasto com
a compra de novos produtos.
Lagarta morta por Bacillus
Amigos, essas são as principais táticas de controle para as lagartas
desfolhadoras. Agora nós vamos falar dos BESOUROS DESFOLHADORES do
eucalipto. Esses besouros, como as lagartas comem as folhas, diminuído o crescimento
da planta e sua produtividade.
Amigos, um dos besouros desfolhadores que ocorrem em Minas Gerais é o BESOURO-
AMARELO, que são besouros com aproximadamente 0,6 centímetros, de cor pardo-
amarelado brilhante, com pequenos pontos escuros.
Pessoal, o besouro amarelo ataca plantas de eucalipto de qualquer idade, passam o dia
escondido entre as folhas e aparecem em bandos numerosos ao entardecer. Ocorrem de
setembro a maio.
Amigos, um outro besouro é o BESOURO-DE-LIMEIRA medem
aproximadamente 8,2 centímetros. Sua coloração é verde-azulada brilhante, com
antenas negro-azuladas.
Nós temos um outro besouro desfolhador, o CAI-CAI ou MANHOSO, esse
besouro tem esse nome pelo fato de que quando são incomodados, eles caem no chão e
se fingem de mortos. Amigos, esses besouros são bastante vistosos de corpo alongado e
medem cerca de 1,1 a 1,5 centímetros.
Pessoal, o besouro manhoso ou cai cai ataca as mudas recém-plantadas e as plantas
jovens, alimentando-se de folhas e ramos. Eles aparecem nos períodos chuvosos.
Bem pessoal, os CARNEIRINHOS são besouros castanho-acinzentados
ou marrom escuro ou marrom claro. Esse besouro não tem boa capacidade de voar, isso
é bom, pelo fato deles se espalharem mais lentamente. Sua infestação começa com as
primeiras chuvas e com o aumento da temperatura.
Amigos, um outro besouro que nós temos é o BESOURO-PARDO, que tem
aproximadamente de 1,1 a 1,5 centímetros. Tem coloração marrom clara e possuem
hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia em vários abrigos.
Amigos, o sistema de amostragem no caso dos besouros desfolhadores, deve ser feita
avaliando 3% das linhas de plantio, ou seja, se temos um talhão com 100 linha de
plantio, devemos avaliar três linhas, lembrando que deve ser avaliado no mínimo duas
linhas por talhão. Para essa avaliação utilizamos o sistema de Transectos em faixa, esse
sistema nada mais é que selecionamos uma linha ao acaso e contamos quantas mudas
tem nessa linha, ao mesmo tempo contamos quantas mudas foram atacadas por besouros
desfolhadores. Depois meus amigos nós pegamos o número total de plantas em todas as
linhas amostradas e fazemos a porcentagem de plantas atacadas. Se esse número
resultado for maior que 2 a 3% de mudas atacadas, devemos realizar o controle. Fora
isso o dano que esses besouros causam não vão causar prejuízos.
Bem meus amigos, agora vamos falar sobre as formas de combate aos besouros
desfolhadores. Uma das varias formas de combate, é o uso de fungos patogênicos. Esses
fungos matam os besouros.
Pessoal, vejam a diferença de um besouro com fungo e outro sem .
Bem pessoal esse fungo já pode ser encontrado no mercado com o nome de
Metarhizium anisopliae. Esse fungo deve ser aplicado via polvilhamento. Para o
controle dos besouros também é utilizado as vespas parasitóides de ovos, mas tome
cuidado, não são as mesmas das lagartas desfolhadoras. Essa se chama “Anaphes
nitens” e normalmente estão presentes no campo.
Pessoal, também nós podemos utiliza a catação manual dos besouros maiores. Mas na
maioria das vezes é necessário o controle químico, para isso procure um Agrônomo ou
técnico da EMATER. Pessoal, agora vamos falar sobre outro grupo importante de
pragas, que são os BROQUEADORES. Os broqueadores são insetos que perfuram o
tronco, galhos ou ponteiros das plantas vivas ou mortas, abrindo galerias que matam ou
danificam a planta e seus produtos.
Amigos, o primeiro broqueador que vamos falar, será a BROCA-DAS-MIRTÁCEAS
que são mariposas brancas, que medem de 3,5 a 4,5 centímetros.
Essas mariposas colocam seus ovos na casca da árvore, ai quando as lagartas aparecem
bronqueiam o tronco e come a casca verde, abrindo galerias.
Essas galerias facilitam a entrada de fungos. Esses fungos deixam a árvore doente e isso
faz com que elas acabem morrendo. Essa praga aparece mais entre outubro-fevereiro.
Bem, as lagartas medem de 2,5 a 3,5 centímetros. Pessoal, quando a área está muito
infestada, é comum encontrarmos até duas lagartas por metro de tronco. A melhor
opção de controle que nós temos para esse broqueador é cortar as plantas atacadas e
imediatamente utilizá-las para fazer carvão.
(b
Amigos, um outro broqueador é BROCA-GIGANTE-DO-EUCALIPTO. Elas são
mariposas de coloração castanho-marmoreada nas asas e que podem medir até 18,6
centímetros de envergadura.
Os ovos da BROCA-GIGANTE-DO-EUCALIPTO são colocados livremente no chão.
A lagarta mede 9 centímetros.
Amigos, as larvas da BROCA-GIGANTE-DO-EUCALIPTO atacam os cipós silvestres,
ou seja, os cipós que nascem entre os eucaliptos, como estes cipós estão enrolados nas
árvores, a lagarta começa a atacá-las também. A melhor maneira que temos de evitar
essa broca é manter os troncos livres de cipós, caso isso não resolva deve se injetar
inseticida nos furos, porem essa pratica deve ser recomendada por um Agrônomo ou
técnico da EMATER.
Pessoal, agora nós vamos falar de uma praga que chegou no Brasil em 1950, ela é a
BROCA-AUSTRALIANA-DO-EUCALIPTO que são besouros pretos com as patas
marrons, como os das fotos abaixo.
Quando eles fazem as galerias no interior do tronco há a interrupção do fluxo de
seiva levando a morte das árvores. A melhor opção de combate é a utilização de
espécies resistentes e descascar os troncos imediatamente após a derrubada das árvores.
O BESOUROS-DE-AMBRÓSIA ataca árvores enfraquecidas por deficiência na
nutrição, ou seja, adubação incorreta, estiagem, geada ou fogo, ou até mesmo árvores
sadias. Eles fazem galerias em todo o tronco.
Amigos, na casca as galerias do BESOUROS-DE-AMBRÓSIA são transversais.
E Já no lenho elas são ramificadas.
Os ovos, as larvas, as pupas e os adultos do BESOUROS-DE-AMBRÓSIA
ficam todos dentro das galerias na madeira do eucalipto. A melhor estratégia para
combater esse broqueador é fazer uma adubação correta ou corrigir deficiências
nutricionais da árvore. Devemos também evitar fogo e amenizar estiagem, plantando em
épocas de chuva.
Bem meus a amigos, agora vou falar sobre uma medida, que ajuda a controlar e
pode até evitar o aparecimento de algumas pragas. Essa medida consiste em deixar áreas
de mata nativa no entorno da propriedade e também deixar os chamado “corredores de
fauna” ligando um segmento de mata a outro.
Essa medida faz com que na plantação de eucalipto, sempre tenha uma grande
diversidade de animais, assim, consequentemente, teremos um grande número de
inimigos naturais, mantendo o ecossistema do reflorestamento em equilíbrio.
Bem agora pra fecharmos a aula, vamos relembrar do que foi falado durante a
aula. Nós apresentamos a vocês as principais pragas do eucalipto.
Amigos, vocês também viram que nós temos inimigos naturais que controlam as pragas
do eucalipto, algumas inclusive sendo produzidas por nós em laboratórios para
liberação no campo. Vocês também aprenderam que é importante nós termos matas
naturais, pois aumenta o número de animais que comem ou parasitam as pragas,
reduzindo as suas populações.
Pessoal, nós esperamos que vocês tenham gostado da aula. E mais importante, que o
manejo integrado de pragas, com várias práticas integradas e não isoladas, nos ajudam a
reduzir as pragas nas culturas. Agora vocês vão fazer um pequeno teste. Obrigado pela
atenção e boa prova!
TESTE
Questão 1: A vespinha Trichogramma parasita ovos de qual grupo de praga abaixo?
a) Lagartas desfolhadoras
b) Besouros desfolhadores
c) Formigas cortadeiras
d) Broqueadores de tronco
Questão 2: O percevejo predador Podisus come qual grupo de pragas?
a) ovos de mariposas
b) lagartas desfolhadoras
c) besouros desfolhadores
d) Besouros broqueadores
Questão 3: Qual ação abaixo é recomendada para reduzir as pragas?
a) Arrancar a casca do eucalipto
b) Aração e gradagem
c) Eliminar cipós
d) Manter florestas em torno ou faixas na lavoura de eucalipto
Referência consultada ou indicada
ZANETTI, R.; CARVALHO, G. A.; SANTOS, A.; SOUSA-SILVA, A.; GODOY, M.
S. Manejo integrado de formigas cortadeiras. Lavras: UFLA, 2002.
GALLO, D. et al. Manual de Entomologia Agrícola. Ed. Agronômica Ceres. São Paulo,
2002. 775 - 782p
DELLA LUCIA, T.M.C. (Ed.). As formigas cortadeiras. Viçosa, Folha de Viçosa, 1993.
262p
ZANETTI, R. Notas de aula – Manejo Integrado de Pragas Florestais. Lavras: UFLA
Literatura Indicada para crianças que aborda pragas e como combatê-las:
� Demolin, G. A grande Guerra. Ed. Armazém de Idéias, Belo Horizonte, 2006. 80p.
� Demolin, G. Um conto no Velho Chico. Ed. Armazém de Idéias, Belo Horizonte, 2003. 40p.