pragas da cultura de soja na regia0 de guaira, … · serias pragas da soja devido ao dano direto...

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PRAGAS DA CULTURA DE SOJA NA REGIA0 DE GUAIRA, SP. M. A. WATANABE 1 ; C. YOSHII 2 ; R. V. MORSOLETO R. C. SILOTO 1 INTRODUcA0 A soja e uma das principais culturas da regiao de Guaira _ _ . _ SP.. ande 6 conduzida cam irrigaoga via pivo central. A lagarta da soja Anticersia gemmatelis HObner, 1818, é o inset° mats frequentemente encontrado nessa lavoura e que ocasiona as maiores prejuizos a cultura (GAZZONI et al., 1988). A planta de soja pode sofrer qualquer nivel de desfolhamento na fase vegetativa ou no flaresaimento sem que a producKo seja afetada; a fase critica para sofrer prejuizos corn a desfolhamento e o perlada compreendido entre a format e a enchimento das vagens. 0 nivel de ac"do 6 de 30% de desfolhamento na fase vegetativa e 15% na fase reprodutiva ou 40 lagartas maiores que 15 mm par amostragem em qualquer fase fenolOgica da planta (GAZZONI et al., 1988). Com relacao a fenologia da soja e incidencia de lagartas, verificou-se que o peso fresco de folhas oonsumidas par lagartas de 4o. e Bo. instar declinou cam a adiantamento dos estitgios fenologioos da planta (MOSCARDI et al., 1981). 0 pica populacional de lagarta da soja nas condicbes do Estado de Minas Gerais ocorre em Janeiro (CORREIA et al., 1983). 1 EMITRAPA/CNPMA Caixa Postal 69, 13820-000, Jaguarifta, SP FMRRAPA/NMA Campinas, SP

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PRAGAS DA CULTURA DE SOJA NA REGIA0 DE GUAIRA, SP. M. A.

WATANABE 1 ; C. YOSHII 2 ; R. V. MORSOLETO R. C. SILOTO1

INTRODUcA0

A soja e uma das principais culturas da regiao de Guaira _ _ . _

SP.. ande 6 conduzida cam irrigaoga via pivo central.

A lagarta da soja Anticersia gemmatelis HObner, 1818, é o

inset° mats frequentemente encontrado nessa lavoura e que

ocasiona as maiores prejuizos a cultura (GAZZONI et al., 1988). A

planta de soja pode sofrer qualquer nivel de desfolhamento na

fase vegetativa ou no flaresaimento sem que a producKo seja

afetada; a fase critica para sofrer prejuizos corn a desfolhamento

e o perlada compreendido entre a format e a enchimento das

vagens. 0 nivel de ac"do 6 de 30% de desfolhamento na fase

vegetativa e 15% na fase reprodutiva ou 40 lagartas maiores que

15 mm par amostragem em qualquer fase fenolOgica da planta

(GAZZONI et al., 1988). Com relacao a fenologia da soja e

incidencia de lagartas, verificou-se que o peso fresco de folhas

oonsumidas par lagartas de 4o. e Bo. instar declinou cam a

adiantamento dos estitgios fenologioos da planta (MOSCARDI et al.,

1981). 0 pica populacional de lagarta da soja nas condicbes do

Estado de Minas Gerais ocorre em Janeiro (CORREIA et al., 1983).

1 EMITRAPA/CNPMA Caixa Postal 69, 13820-000, Jaguarifta, SP

FMRRAPA/NMA Campinas, SP

0 percevejo verde pequeno Piezodorus guilt-J.1111i Westwood,

1937 é encontrado em todr3s as regthes de cultivo da soja no

Brasil, ao passo que o percevejo marrom Euschistus heros

Fabricius, 1798 é mais frequentemente encontrado em regies.es de

temperatura media mais elevada como no Norte e Oeste do Estado do

Parana e nos Estados situadoe em latitudes mais baixas (GAZZONI

et al., 1988). Os percevejos no Brasil constituem uma das mais

serias pragas da soja devido ao dano direto nos graos do produto

(CORREA-FERREIRA, 1986; 1990). A fase critica da soja etc ataque

de percevejos se situa desde a formaco das vagens ate a

mnturacao fiet°16gica. 0 nivel de ac.Ao 6 de 4 perc.evesios maiores

que 5 mm por amostragem (GAZZONI et al., 1988). Nas condigoes do

Estado do Parana, os percevejos estao presentes na cultura de

soja desde meados de novembro a meados de maio. corn maior

incidencia em marco-abril. Independentemente da epoca de

semeadura os percevejos so mais abundantes no final do ciclo da

soja, aparecendo inicialmente na face de florescimento,

aumentando durante o enchimento dos grg.os ate atingir o pico na

face de maturactto da soja (CORREA-FERREIRA & PANIZZI, 1982).

VCrias especi?s de predadores, parasitas e microorganismos

atacam a lagarta da soja, exercendo controle biologic° natural

(CORREIA et al., 1983). Entre os predadores da lagarta da soja

estao o Calosoma granulatum que consome em media 91 lagartas For

dia e Eriopsis connexa capaz de consumir 42.4 ovos de lagarta da

soja por dia e 17,94 larvae de lo. instar (CORREA -FERREIRA et al,

1987). Outro importante predador de lagartas da soja é o Callida

Pp„ P11 EiP inrY4P PAP P4P4 ,74P14 d- PPTIPurfar em MOJA 14g4rtalte

de 2r, . instar de A. gemmatalie e cc adultos 48,10 lagartas

pequenas par dia. Nas condigoes do Estado do ParanA Olega mer

encontrada a v -ta popuInno de 18.000 adultos de Callida por

hectare (CORREA-FERREIRA & POLLATO, 1989). Outras especies de

predadores saaa Geocoris sp., Nmbis sp., Podisus sp., e varias

especies de aranhas (GAZZONI et al., 1988). Verificou-se que

predador Nabis é capaz de consumir 3,-9 lagartas ou 21,16 ovos de

lagrta da soja par dia: Ge000rir consumiu cerca de 9 ovos de

lagarta par dia: Lebia sp. 4,86 lagartas pox' dia; Podisus sp.

83a8 lwIrtnn pm', din (CORRFA-FERREIRA MOVARDT ; 19M5).

parasiteide de °vas de lagarta da soja Trichogramma sp.

encontrado em condlcOes naturals no Brasil, havendo em media 2 ,65

parasitOides par ova de lagarta (CORREA-FERREIRA & MELLO, 1987).

HA ainda varias outras especies de parasitas da lagarta da soja

coma Microcharops blmaoulata Ashmead, a mais frequente parasita

da lagarta da soja no Estado de Minas Gerais (CORREIA et al.,

1983) e no Estado do Parana (CORREA-FERREIRA, 1979). Outros

parasitas s.o Meteorus sp., Ophion flavidus Brune, Patelloa

similis (Townsend), Jurinella salla Curran, Euphorocera sp.,

Cmmpoletis sonorensis (Cameron), Euplectrus plute.ri Ashmead

(GAZZONI et al, 1988). 0 fungo Nomuraea ri/eyi (Farlow) Samson

causa a "doenca branca - em lagartas, sendo a agente microbiano

mais importante no controle da lagarta da soja (MOSCARDI, 1983).

Saa condicoes ideals para 0 seu desenvolvimento, temperatura em

torno de 25o C e umidade relativa superior a 75% (MOSCARDI, 1983;

GAZZONI et al., 1988). 0 Baculovirus anticar.ia ocorre

naturalmente em varias regi6es do Brasil e causa a - doenca preta -

em lapartas (CORREIA et al.. 1983; GAZZONI et al.. 1988). 0

r(- terv-irAl dc wc ci Bat-ulorirus nr, rr, n 1-01P dn licipnrta do rtoja

foi discui- ido por MOSCARDI( 1983), que verificou ser eficAente e

especificn. Confc,rme estudos de MOSCARDI (1963) a lagarta da

ec, ja 6 altamente susceptivel ao Baculovirur: outros lepidapteros

comp o Moho da seda s4o pouco susceptiveis liAo se ohservou

antagnismo entre o Baculovirus e o N. rileyi, desde que o virus

seja aplicado apOs o estabelecimento do fungo (MOSCARPI et al.,

1981: 1985; MOSCARDI & CORREA-FERREIRA, 1989). Verifieou-se que

OF PrPdqd0reS Calosoma granulatum. Podisus sp. e callida SP. silo

importnntes disseminadores do Baculovirue no camp°, tran portando

os virus em seus corpos ou defecando os virus apes alimentar-se

de lagartas doentes (MOSCARDI et al., 1983).

Entre Os inimigos naturais de percevejos estao os

parrisitOides de ovos Telenomus mormideae e Trissolcus basalis: o

primeiro é parasitOide do percevejo verde pequeno e do percevejo

marrom; o segundo a 6 do percevejo verde Nezara viridula

(CORREA-FERREIRA & ZAMATARO, 1988; CORREA-FERREIRA, 1990). T.

mormideap é encontrado parasitando naturalmente 60 a 73% dos ovos

do percevejo verde pequeno e 75% dos ovos do percevejo marrom

(CORRFA-FERRETRA, 1996). 0 parasitoide T. basalis parasita em

condicbes naturais 23% dos ovos do percevejo verde, e quando

multiplicado em laboratOrio e depois liherado em campo, o

parasitismo aumentou para 57% (CORREA-FERRETRA, 1980). A

liberact-lo de T. basalis em cultura armadilha de soja controlou

eficientemente os percevejos verde, percevejo verde pequeno e

percevejo marrom (CORREA-FERREIRA. 1987; 1990). Entre os

parrJsitOides de ninfas adultos • de percevejos esté

Futriohorodosie nitene Blanchard, oapaz d reduni- drasticamente •

a produc 80 de ovos e a longevidade dos adultos do percevejo

verde, quando parasitados no 5o. instar ninfal c'u adultos recem-

transformados (CORREA-FERREIRA. et al.. 1991).

controle quimica de pragas da soja é desaconselhavel

devirle aos prejuizos aos inimigos naturals (CORREA-FERREIRA &

ZAMATARO, 1988; GAZZONI et al.. 1988), porem os agricultores tem

o habit° de r.ontrolar os percevejos da soja corn use exclusivo de

pesticidas quimicos (CORREA-FERREIRA & ZAMATARO, 1988; CORREA-

ITETREIVA. 1990). Vor180 (1057) verifieou que as produtes

Wmncrotof6s, Metamidof6s. Cialotrina, Ciflutrina. Cipermetrina,

FPnvalg, rato foram as mais tOxicos aos predadores de lagarta da

soja Nabie, Geocorie e aranhas. Endosulfan e ProfenofOs foram

bastente seletivos aos inimigoe naturals.

Ha regitto de Guaira - SP, sgo aplicados as produtoe

Metamldof6s, Monocrotof6s, Fomezafen e Endosulfan, sendo os dais

primeiros prejudiciais aos predadores.

MATERIAL E METODOS

0 levantamento foi realizado entre 28/10/93 e 08/03/94,

visltanda-se 60 lavouras, compreendenda todo a ololo da cultura.

Em cada lavoura foram examinadas 50 plantas tomadas ao aaaso, nas

quaffs foi anotada a presenga ou ausericia dos artrapod9s pragas e

seus inimlgos naturals.

Pr.-TILTAF,C)!7

Foram enoontrados os seguintes ar.ro podos: lagarta da soja

Q . gemmatalis, percevejo verde pequeno F. guildinii, percevejo

marrom F. heros. vaquinhas DiabrotiCa speciosa ((ermar, 1824) e

Cevotoma sp., mosca branca B. tabaci, mosca minadora Liriomyza

sp. e em menor frequncia o bicho capixaba Lagria viliosa Fabr.

1783, lagarta enroladeira, lagarta falsa medideira RAchiplusia nu

Guen., 1852 e o percevejo verde Nezara viridula L., 1758. • Como •

fnitriA.Aoe7t ho.tAlttAio ftt.)rtIm &tie:, oni7J4ao& btt hi L,, 1763,

Crisopa sp. e percevejos predadores.

Cerca de 50% das lagartas da soja ectavam infectadas pelo

fungo N. rileyi.

A lagarta da soja foi encontrada em plantas com idade entre

30 a 120 dias, com incidencia maxima de 22,82% no meio do ciclo.

percevejo verde pequeno e o percevejo marrom apresentaram

incidenCia cresoente corn a idade da cUltura, o primeiro atingindo

de incidencia em culturas com mais de 120 dias e o segundo

.1 nas mecmas condic6es.

As vaquinhas estiveram presentee durante todo o ciclo da

cultura, atingindo maior inoidencia de 34% em lavouras corn idade

compreendida entre 90 a 120 dias.

A mosca branca esteve presente em lavouras de ate 120 dias

de idade, com incidenoia maxima de 82,36% em plantas com idade

compreendida entre 60 a 90 dias.

A mosca minadora tambem foi registrada em lavourac com idade

ate 120 dias, sendo a incidenCia maxima de 13.4% em plantas •corn •

idade entre. 30 a 60 dias.

DISCUSSA0

Lagarta da soja

HE evidencias de um controle natural efetivo. ja que cerca

de 50% das lagartas estavam infectadas pelo fungo N. rileyi. Essa

alta infPccao pelf) fungo se de-...e A 4poce em que a cultura de soja

rPAllzarla na regino de Gu71.5ra - SP., com predominancia do

elevada temperatura e precipitacgo. Alem disso, no ha costume

entre os agricultores de aplicar fungicidas em cultura de soja, o

quo dove estar favorecendo o e tabelecimento do fungo.

Percevejos

0 padr -do de incidencia do percevejo marrom e do percevejo

verde pequeno obtidos neste trabalho, crescente com a idade da

cultura, concorda com os dados de CORREA-FERREIRA. & PANIZZI

(1982). E recomendavel, conforme CORREA-FERREIRA (1986), reduzir

as aplicaci5es de defensivos quimicos, a fim de preservar os

inimigos naturals.

Vaquinhas

Desfolhando as plantas de soja podem vir a constituir praga

dessa culture., eventualidade que poderia se realizar nas lavouras

da regiao de Guaira - SP, jA que estiveram presentes dixrante todo

o eiclo da cultura.

Mcsca branca

A lncidencia observada foi alta durante a major parte do

ciclo da cultura. Como pOdem transmitir viroses (COSTA et al.,

1973) a mosca branca pode ser potencialmente perigosa para as

lavouras da regitio.

Host-a minadora

(Ti risco representado pela mosca minadora é a posethilidade

de transmisso de viroses (COSTA, et al., 1958) e a abertura de

minas facil.itar a entrada de patogenos (ROBBS, 1978). Esses

riscos poder6o vir a realizar- e j& que houve incidencia de mosca

minadora durante quase todo a ciclo da cultura.

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CO •

28 - INCIDENCIA (%) 26

24 -

22

20

18

16

14 -

12

10

\ NS \ \ \N ‘ 'N

-

8 , . \':\ .k,

cs

C:)

6 - ,

•.,

0 --

=.\\.\ .

r— .‘*',4' ■ N

0\0

Lf) •

CD

LEGENDA

0-30 30-60 60-90

90-120 + 120 IDADE DA CULTURA (DIAS)

FIGURA 1. INCIDENCIA DE LAGARTA DA SOJA EM CULTURA DE SOJA NA REGIAO DE GUA1RA/SP

65 -

60-

55 -

50-

45-

40-

35-

30-

25 --

20 -

15 -

10 -

5 -

0

INCIDENCIA (%)

LEGENDA

‘12) 0 9 0o tr)

o

0.0

C71

PLVMMMEVINVM

0-30 30-60 60-90 90-120 +X20 IDADE DA CULTURA (DIAS)

FIGURA 2. INCIDENCIA DE PERCEVEJO VERDE PEQUENO EM CULTURA DE SODA NA REGIAO DE GUAIRA/SP.

LEGENDA 24 -

22 -

20 -

18 -

16 -

14 -

12 -

10 -

INCIDENCIA (%)

ono

oo

NJ 00

8-

6

4 -

2 -

0 0-30 30-60 60-90 90-120

IDADE DA CULTURA (DIAS)

FIGURA 3. INCIDENCIA DE PERCEVEJO MARROM EM CULTURA DE SOJA NA REGIAO DE GUA1RA/SP

INCIDENCIA (%)

o o

V)

N.

ps.0

r-4 0Na

tt) •zt tr)

42

37

32

27

22

17

12

7

2

LEGENDA

0\0

O

0-30

3040 60-90 90-120 is 120 IDADE DA CULTURA (DIAS)

FIGURA 4. INCIDENCIA DE VAQUINHA EM CULTURA DE SODA NA REGIAO DE GUAIRA/SP

r4

oo

%JD

te)

00

110-

100-

90-

80-

70 -

60-

50-

40-

30-

20-

10-

0-

INCIDENCIA (%)

oo

0-30

30-60 60-90 90-120 IDADE DA CULTURA (DIAS)

FIGURA 5. INCIDENCIA DE MOSCA BRANCA EM CULTURA DE SODA NA REGIAO DE GUAIRA/SP

+120

LEGENDA

oo

12—

10—

8—

6—

4—

2—

o -

INCIDENCIA (%)

LEGENDA

14—

3060 60-90 90-120 IDADE DA CULTURA (DIAS)

FIGURA 6. INCIDENCIA DE Uriomyza sp. EM CULTURA DE SODA NA REGIAO DE GUAIRA/SP

0-30 +120

18—

16—