prÓ-reitoria de pÓs-graduaÇÃo e pesquisa stricto …

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PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA OS EFEITOS DA EQUOTERAPIA NA COORDENAÇÃO MOTORA DE ESCOLARES Brasília - DF 2014 Autora: Vandete Pereira Lima Orientadora: Prof. Dra. Gislane Ferreira de Melo

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Page 1: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

OS EFEITOS DA EQUOTERAPIA NA

COORDENAÇÃO MOTORA DE ESCOLARES

Brasília - DF

2014

Autora: Vandete Pereira Lima

Orientadora: Prof. Dra. Gislane Ferreira de Melo

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VANDETE PEREIRA LIMA

OS EFEITOS DA EQUOTERAPIA NA COORDENAÇÃO

MOTORA DE ESCOLARES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Educação Física

da Universidade Católica de Brasília como

requisito básico para obtenção do título de

Mestre em Educação Física.

Orientadora: Prof. Dra. Gislane Ferreira de

Melo

Brasília

2014

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

L732e Lima, Vandete Pereira.

Os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares. /

Vandete Pereira Lima – 2014.

66 f.; il: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014.

Orientação: Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo

1. Educação física. 2. Equoterapia. 3. Capacidade motora. 4. Estudantes.

5. Crianças – desenvolvimento. I. Melo, Gislane Ferreira de, orient. II.

Título.

CDU 613.71

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RESUMO

LIMA, P. V. Os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares. 2014. 66f.

Dissertação (Mestrado em Educação Física). Programa de Pós-Graduação em Educação

Física. Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

Estudos mostram que padrões motores são modificados por propostas de atividades físicas. A

equoterapia tem efeitos sobre os componentes da coordenação motora, contudo, ainda são

limitadas as pesquisas que suportem esta noção. O objetivo deste estudo foi avaliar a

intervenção da equoterapia na coordenação motora de escolares. Trata-se de um estudo

descritivo de caráter experimental. Foram realizadas 20 sessões de equoterapia com duração

de 30 minutos cada, ocorrendo uma vez por semana. A amostra inicial foi composta por 70

crianças do sexo masculino (34) e feminino (36) em idade escolar (6 a 11 anos) que

frequentam uma escola pública do DF do ensino fundamental do 1º ao 5º anos, durante o ano

de 2013. Porém, apenas 64 completaram a proposta do estudo após os critérios de exclusão.

Para avaliar o desempenho motor utilizou-se a bateria de teste KTK (Körperkoordinations test

für Kinder) o qual é composto por quatro tarefas (trave de equilíbrio, saltos monopedais,

saltos laterais e transferência sobre plataforma) as quais visam a caracterização de facetas da

coordenação corporal total e o domínio corporal. Os resultados mostraram que na

classificação do teste de coordenação corporal – KTK houve diferença significativa entre os

grupos experimental e controle (p=0,0001). Nas tarefas do salto lateral e transferência sobre

plataformas foram evidenciados os maiores escores entre o pré-teste (MEDIA E DESVIO) e o

pós-teste (MEDIA E DESVIO). Ocorreram diferenças significativas entre os sexos (p=0,04),

onde os meninos apresentaram melhores resultados em relação às meninas (VALORES DE

MEDIA E DESVIO). Com relação aos grupos de idade foram evidenciadas que as maiores

evoluções nos escores foram alcançadas pelas crianças mais velhas. Conclui-se, assim, que a

intervenção da equoterapia promoveu efeitos na melhora da coordenação motora de escolares

de 6 a 11 anos e que essas alterações se mostraram diferentes entre os sexos e as idades.

Palavras chave: Equoterapia, Coordenação motora, Escolares.

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ABSTRACT

Studies show that motor patterns are modified by physical activity programs. Hippotherapy

has effects on motor coordination components; however, studies supporting this notion are

still limited. The aim of this study was to evaluate the intervention of horseback riding

therapy on motor coordination of schoolchildren through the KTK test. This is a descriptive

and experimental study. The initial sample consisted of 70 male (34) and female children (36)

aged from 6 to 11 years attending an elementary public school in DF (Federal District) from

1st to 5th grades during the year of 2013; only 64 completed the study proposal. After pre-test

collection, 35 children were randomly invited to participate in 22 hippotherapy sessions

lasting 30 minutes each. To evaluate the motor performance, the KTK test battery was used

(Körperkoordinations test für Kinder), which consists of four tasks (balance beam, monopedal

jumping, lateral jumping and transfer on platform) all of them aiming to characterize the

facets of overall body coordination and body control. The results showed that in the

classification of the body coordination test - KTK – there was significant difference between

experimental and control groups (P=0,0001) Lateral jumping and transfer on platforms tasks

showed higher scores between pre-test and post-test. Significant differences between sexes

were observed, p = 0.04, where boys had higher results than girls, with p = 0.005. The results

by age group showed that the greatest scores were achieved by older children. Therefore, the

results suggest that the horseback riding therapy promotes effects in improving the motor

coordination of schoolchildren aged 6-11 years.

Keywords: Horseback riding therapy, Motor coordination, Schoolchildren.

Page 7: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Páginas

FIGURA 1. Volteio................................................................................................................24

FIGURA 2. Dimensões da trave de equilíbrio........................................................................26

FIGURA 3. Execução Sobre A Trave De Equilíbrio..............................................................27

FIGURA 4. Dimensões do bloco de espuma..........................................................................28

FIGURA 5. Execução dos saltos monopedais (SM)...............................................................30

FIGURA 6. Dimensões da plataforma de madeira para os saltos laterais..............................31

FIGURA 7. Execução saltos laterais (SL)..............................................................................32

FIGURA 8. Dimensões da plataforma de madeira para transferências sobre plataformas....33

FIGURA 9. Execução transferências sobre plataformas........................................................35

Page 8: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

LISTA DE TABELAS

Páginas

TABELA 1. Modelo unidimensional popular para classificação do movimento...................16

TABELA 2. Desenvolvimento motor a partir das perspectivas das restrições.......................17

TABELA 3. Resultado da classificação de cada tarefa do teste KTK no pré-teste e no pós-

teste.........................................................................................................................................40

TABELA 4. Resultado do grupo experimental por sexo........................................................41

TABELA 5. Resultado do grupo experimental por idade......................................................42

Page 9: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

LISTA DE QUADROS

Páginas

QUADRO 1. Tarefa Trave de Equilíbrio................................................................................28

QUADRO 2. Tarefa saltos monopedais (SM).........................................................................31

QUADRO 3. Tarefa saltos laterais..........................................................................................33

QUADRO 4. Tarefa transferências sobre plataformas............................................................35

Page 10: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11

2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 14

3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 15

3.1 COORDENAÇÃO MOTORA .......................................................................................... 15

3.2 EQUOTERAPIA ............................................................................................................... 20

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 25

4.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................................ 25

4.2 AMOSTRA ....................................................................................................................... 25

4.2.1 Critérios De Inclusão .................................................................................................... 25

4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA .................................................................................. 25

4.3.1 Avaliação motora em Educação Física Adaptada teste Ktk

(Körperkoordinationstest Für Kinder) ................................................................................ 25

4.3.2 Descrição detalhada da avaliação motora em Educação Física Adaptada teste Ktk

(Körperkoordinationstest Für Kinder) ................................................................................ 26

4.3.3 A Intervenção da Equoterapia ..................................................................................... 36

4.3.3.1 Descrição detalhada das sessões de Equoterapia .......................................................... 36

5. PROCEDIMENTOS .......................................................................................................... 38

5.1 AUTORIZAÇÃO DA ESCOLA ....................................................................................... 38

5.2 AUTORIZAÇÃO DOS PAIS ........................................................................................... 38

5.3 SEPARAÇÃO DOS GRUPOS ......................................................................................... 38

5.4 PRÉ E PÓS TESTES ......................................................................................................... 38

5.5 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ............................................................................. 39

6. RESULTADOS .................................................................................................................. 40

7. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 43

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 47

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 48

10. ANEXOS .......................................................................................................................... 57

Page 11: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

11

1. INTRODUÇÃO

Para Kiphard (1976), a coordenação motora é definida como a interação harmoniosa e

econômica do sistema musculoesquelético, do sistema nervoso e do sistema sensorial, com o

fim de produzir ações precisas e equilibradas e reações rápidas adaptadas à situação. Níveis

adequados de coordenação motora são importantes para a saúde e rendimento escolar

(VANDORPE, 2011).

O desenvolvimento e o refinamento das atividades motoras é um processo complexo e

contínuo e carrega uma similaridade por acontecer de maneira ordenada e previsível

(GALLAHUE, 2013). Na infância, é importante que sejam oferecidos estímulos para a

evolução dessas capacidades (RATEL; DUCHÉ; WILLIAMS, 2006). Já que ela representa

um período ideal para que a criança se desenvolva e defina um grande número de tarefas

motoras, aumentando, assim seu repertório motor de movimentos fundamentais (CASTRO,

2008).

Grande parte desse desenvolvimento ocorre a partir dos estímulos e desafios que

acontecem na escola. O indivíduo no ambiente escolar tem de atuar respondendo à demanda

de perceber, exercer controle e empreender ações especializadas frente às solicitações de um

meio altamente exigente, e ainda, monitorado por um sistema de avaliação. Desta forma,

torna-se de suma importância conhecer o perfil da coordenação dos alunos e a partir deste

conhecimento oferecer atividades que concorram para seu aprimoramento.

Segundo Rê (2011), a justificativa para esta importância em conhecer o perfil de

coordenação infantil consiste na existência de períodos críticos durante esta fase do

desenvolvimento humano, um deles de 5 a 11 anos, para a aquisição de habilidades motoras,

devido principalmente ao rápido desenvolvimento neurológico e maior plasticidade neural. A

argumentação destas alterações centra-se na experiência durante a infância que altera a

arquitetura dos circuitos neurais devido à sua maior plasticidade, fazendo com que certos

padrões de conexão (sinapses) tornem-se mais estáveis e, consequentemente, fortalecidos

(HERNANDEZ; LI, 2007; YARROW; BROWN; KRAKAUER, 2009).

O principal desafio proposto nas atividades escolares neste período é a aprendizagem

da leitura e da escrita (BAZI, 2000). A escrita é a última e a mais complexa habilidade

adquirida e está diretamente dependente do desenvolvimento das diversas habilidades motoras

(MONTIEL; CAPOVILLA, 2009). Problemas na aquisição do letramento podem advir de

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12

problemas na coordenação motora, pois para Medeiros (2011) existem pré-requisitos motores

essenciais para que a criança aprenda a ler e escrever.

Portanto, o estudo pedagógico e epidemiológico da capacidade de coordenação motora

permite, em primeiro lugar aferir o grau de desenvolvimento coordenativo das crianças e

possibilitar a implementação de medidas de intervenção para corrigir as insuficiências

detectadas (PELOZIN, 2009). E ainda, ao agir de forma preventiva evitar problemas ao longo

do processo.

O estudo da coordenação motora reveste-se de grande importância (Lopes, et al.,

2006). Dentre os investigadores que mais avançaram nos estudos sobre o desenvolvimento da

coordenação motora e suas insuficiências nas crianças em idade escolar estão os alemães

Kiphard e Schilling (1976). Esses autores criaram uma bateria de quatro testes, denominada

“Teste de Coordenação Motora para Crianças” (Körperkoordination test für Kinder - KTK),

que pode ser aplicado em indivíduos na faixa etária dos 05 aos 14 anos de idade (GORLA;

ARAÚJO, 2007).

A avaliação dessas capacidades em escolares tem sido estudada por diversos outros

autores (GORLA, 2001; LOPES, 2006; ELIAS, et al., 2007; MAIA; LOPES, 2007; DEUS, et

al., 2008; VALDIVIA, et al., 2008, ESTEVES, et al. 2013), com a finalidade de conhecer e

promover intervenções a fim de intervir nas defasagens motoras (GORLA; ARAÚJO, 2007).

Pesquisas como as de Hands (2008) e Cruz (2012) são exemplo de estudos que

mostram que intervenções motoras geram aquisições nas respostas motoras. Também, nas

recentes pesquisas realizadas por Burgi, et al (2011) e Laukkanen, et al (2013) os resultados

confirmam que as habilidades motoras são positivamente influenciadas com atividades físicas

e negativamente influenciadas pelo sedentarismo em escolares. Estes pesquisadores

demonstraram que o voleibol, o basquetebol, o futebol e as propostas de educação física na

escola dentre outras atividades físicas contribuíram para a melhora da coordenação motora de

crianças. Porém não foram encontrados estudos que avaliassem se intervenções com a

equoterapia eram capazes de melhorar a coordenação de crianças em idade escolar.

A equoterapia faz uso das atividades equestres na intenção de promover em seus

praticantes benefícios físicos, psicológicos, educacionais e sociais (SILVEIRA;

WIBELINGER, 2011). Autores têm mostrado que grande parte dos efeitos derivados da ação

cinesioterapêutica do cavalo são motores (PAUW, 2000; STERBA, 2002; BENDA, et al.,

2003; COPETTI, 2007; HERRERO, et al., 2010) e por isso que esta modalidade tem sido

implementada com grande perspectiva.

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13

Considerando o cavalo e as atividades equestres como produtores de inúmeros

estímulos cinesioterapêuticos que podem se traduzir em aperfeiçoamento motor, torna-se de

grande importância investigar os efeitos da relação da coordenação de escolares e a

intervenção da equoterapia. A percepção da resposta deste movimento sob a avaliação do

teste KTK nós facilitará perceber se a atividade proposta pode colaborar na modificação dos

padrões motores avaliados.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar se a intervenção da equoterapia é diferente entre os sexos;

Verificar se a intervenção da equoterapia é diferente entre idade;

Verificar se a intervenção da equoterapia é diferente entre os diferentes anos escolares.

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15

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 COORDENAÇÃO MOTORA

Os estudos sobre o desenvolvimento motor tiveram um grande impulso nos anos 80,

quando um grande número de pesquisas foi realizado fortalecendo a base teórica fazendo com

que este conteúdo assumisse o seu lugar como área de investigação cientifica dentro dos

limites da cinesiologia e da psicologia do desenvolvimento (GALLAHUE; OZMUN;

GOODWAY, 2013). Neste período importante salientar que os pesquisadores começam a dar

importância não só à hereditariedade como também às condições do ambiente do aprendizado

e às exigências específicas da ação motora. Esta construção teórica orienta a maioria das

pesquisas até os dias de hoje.

Ainda segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), três princípios fundamentais

derivam destas teorias e são norteadores para a compreensão do desenvolvimento motor: no

primeiro o corpo é visto como um composto de vários sistemas o biomecânico, o perceptivo,

o neural, o esquelético e o muscular; auto organizados e capazes de formar padrões de

comportamentos derivados das interações destes sistemas. Em segundo, ocorre para a

realização da tarefa a auto-organização dos sistemas e subsistemas de modo complexo e

cooperativo. E o terceiro, o desenvolvimento é definido como um processo que não tem uma

linha de continuidade, onde novos padrões vivem a substituir os padrões anteriores.

Os níveis de desenvolvimento podem ser classificados de várias formas, na escola

especificamente, objeto deste estudo, usa-se a classificação pela idade cronológica que é a

idade do indivíduo em anos ou meses, que tem uso universal.

A linha teórica baseou-se nos conceitos de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), que

estabelece uma terminologia essencial para a compreensão do desenvolvimento motor:

• Crescimento: refere-se ao crescimento físico, é o aumento da estrutura do corpo.

• Desenvolvimento: mudanças adaptativas em busca de competência.

• Maturação: ordem de progressão fixa determinada geneticamente.

• Experiência: afetam o ritmo de surgimento de padrões motores.

• Aprendizado: resultado de experiência, educação e treinamento.

• Aprendizado motor: mudança no comportamento motor resultante de pratica ou

experiência.

• Habilidade motora: ação aprendida que tem um objetivo, realizada por uma ou mais

partes do corpo.

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• Comportamento motor: tratam do aprendizado, controle e desenvolvimento motor.

• Movimento: mudanças visíveis na posição de qualquer parte do corpo.

Tabela 1. Modelo unidimensional popular para classificação do movimento.

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Tabela 2 Desenvolvimento motor a partir das perspectivas das restrições

FONTE: GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013

Partindo destes pressupostos teóricos, das tabelas 1 e 2 percebe-se a inevitável

necessidade de conhecer as capacidades motoras das crianças em idade escolar no intuito de

perceber limitações para investir nelas ou estabelecer de forma clara ações para o

desenvolvimento da coordenação motora. Pois o desenvolvimento motor depende das

condições ambientais da vida das crianças e os estímulos que este ambiente oferece.

Segundo Cole et al.(2000), a infância é o período em que o desenvolvimento motor

está sendo construído. O aparecimento e a extensão do desenvolvimento de habilidades na

fase de movimentos dependem de muitos fatores dos estímulos externos do ambiente. As

habilidades motoras especializadas são resultados da fase de movimentos fundamentais. Se

não for oferecida à criança a oportunidade, os estímulos para desenvolver as habilidades

motoras a criança crescerá com uma pobreza motriz, e terá dificuldades nas séries posteriores

onde ocorre a fase da especialização, onde as habilidades motoras são refinadas

(ROMANHOLO et al., 2012).

Segundo Ré (2011), a infância é um período crítico para a aquisição de habilidades

motoras, devido ao rápido desenvolvimento neurológico e a maior plasticidade neural.

Todavia, este período parece ser dependente de uma complexa interação de vários fatores

neurofisiológicos e psicológicos, diversos estudos corroboram uma forte relação entre a

coordenação motora na infância e nos anos de vida posteriores, além de maiores índices de

prática de atividade física em indivíduos fisicamente ativos desde a infância, ou seja, os

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18

primeiros anos de vida compõem um período crítico tanto para a aquisição de habilidades

motoras quanto para a adesão à prática de atividades físicas (AHNERT; SCHNEIDER, 2007;

BARNETT et al., 2009; BUSSERI et al., 2006; STODDEN et al, 2008). Portanto, afirma

ainda, Ré (2011) ser desejável que até aproximadamente os 10 anos de idade, a criança tenha

um amplo domínio das habilidades motoras fundamentais.

O desempenho motor pode ser entendido como um comportamento observável em

relação à execução de alguma atividade motora (CARMINATO, 2010). O desenvolvimento e

o refinamento das atividades motoras é um processo complexo e continuo e carrega uma

similaridade por acontecer de maneira ordenada e previsível. Segundo, Gallahue e Ozmun

(2003), este processo de crescimento, evolução, compensará os desvios mínimos dentro do

padrão de crescimento. Mas, será frequentemente incapaz de compensar os desvios maiores,

especialmente na infância.

O início da escolarização formal constitui uma mudança importante no

desenvolvimento físico da criança. A escola significa o começo do período em que esta

deverá aprender todas as competências e papéis específicos que são parte de sua cultura

(BOHME, 2002). Portanto, é importante que sejam oferecidos estímulos para a evolução

dessas capacidades (RATEL; DUCHÉ; WILLIAMS, 2006), preferencialmente em situações

que privilegiem o desenvolvimento da coordenação e a integração cognição-ação (JANTZEN;

KELSO, 2007; WILLIAMS; HODGES, 2005).

Grande é o desafio que o professor do ensino fundamental enfrenta no seu cotidiano,

pois o processo de escolarização nos mais diversos níveis ocorre no contexto das diferenças

individuais. Buscar um desenvolvimento adequado de cada uma das crianças dentro de uma

sala de aula, atentando para o fato que elas devem pertencer a uma mesma faixa etária, mas

que podem ser muito diferentes entre si no que diz respeito ao seu crescimento físico e ao

desenvolvimento de suas habilidades motoras (PELLEGRINI et al., 2005).

O desenvolvimento motor é fundamento do desenvolvimento da linguagem no contato

com o ambiente, pela manipulação dos objetos, pela repetição das ações, pelo domínio do

próprio corpo e pelo controle do esquema corporal, (AMARAL; TABAQUIM; LAMONICA,

2005). Neto (2006) afirma que, a motricidade humana é composta por oito elementos básicos:

motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização temporal,

organização espacial, ritmo, lateralidade e linguagem. As definições destas variáveis podem

ser descritas como: Motricidade fina é a complexa interação olho-mão-objeto para a

concretização de atividades de precisão (ROSA NETO, 2002); Motricidade global é a

capacidade de coordenar movimentos amplos envolvendo grupos musculares de todas as

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19

partes do corpo de maneira harmônica (ALVARENGA, 2003); O equilíbrio é um ajustamento

corporal para a manutenção de uma postura estática ou dinâmica (LENGRUBER, 2004); O

esquema corporal representa a relação do corpo com o ambiente que o circunda, consciência

das possibilidades dinâmicas e estáticas do próprio corpo (COSTA, 2012; JACOBSEN,

2002).

Quanto as organizações pode-se descrevê-las como Espacial a qual refere-se à

capacidade do corpo de situar-se em relação ao outro ou a algum objeto em função do espaço

disponível (COSTA, 2012) e a Temporal que se refere à compreensão dos intervalos e dos

conceitos de tempo (OLIVEIRA, 2003). O ritmo é conceituado por Lermontov (2004) como

um fator de estruturação dos tempos e a Linguagem Verbal e Gestual são formas utilizadas

pelo individuo com o propósito de trocar experiências com o mundo (ALVARENGA, 2003).

A soma destes elementos compõem as habilidades motoras fundamentais. Quando as

crianças iniciam sua fase escolar, muitas vezes ou quase sempre, estas habilidades não estão

totalmente desenvolvidas, assim deve-se aproveitar este momento para trabalhar e

oportunizar às mesmas a melhoria e de refinamento das habilidades motoras especializadas ,

as quais são necessárias para as atividades recreacionais, competitivas e da vida diária

(OZMUN; GALLAHUE, 2003).

A coordenação motora tem sua importância pedagógica, epidemiológica e psicomotora

reconhecida. O nível coordenativo não só é determinante no desenvolvimento escolar como

também no desenvolvimento integral do aluno, mantendo assim, uma estreita relação entre o

que o indivíduo é capaz de realizar com o que é capaz de aprender (VALDÍVIA et al, 2008;

NETO et al., 2010).

Desta forma considera-se que um aspecto fundamental da equoterapia é que a marcha

do cavalo proporciona uma gama precisa e rítmica de movimentos de padrão repetitivo

semelhantes à mecânica da marcha humana natural que propõe o controle de reações de

equilíbrio, postura e endireitamento em decorrência da superfície dinâmica (SOARES;

OTONE; FAICO, 2011). E mais autores têm mostrado que grande parte dos efeitos derivados

da ação cinesioterapêutica do cavalo são motores (PAUW, 2000; STERBA, 2002; BENDA, et

al., 2003; COPETTI, 2007; HERRERO, et al., 2010) e por isso que esta modalidade tem sido

implementada com grande perspectiva na intenção de pesquisar sua ação na coordenação

motora.

Page 20: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

20

3.2 EQUOTERAPIA

A palavra Equoterapia vem do radical latim Equus = Cavalos e da palavra grega

Therapeia = Terapia e foi criada pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL)

em 1989 com o objetivo de caracterizar todas as atividades que usam o cavalo como recurso

terapêutico e/ou educacional no território brasileiro (LEITÃO, 2004).

A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como

agente cinesioterapêutico nas áreas de saúde, educação e equitação visando o

desenvolvimento biopsicossocial dos indivíduos (ANDE-BRASIL, 2011). Foi reconhecida

pelo Conselho Federal de Medicina como um recurso terapêutico no dia nove de abril de 1997

(DIAS, 2005) e em 27 de março de 2008, foi publicada no diário oficial a resolução nº

348/2008, o reconhecimento da Equoterapia como recurso terapêutico da Fisioterapia e

Terapia Ocupacional (FRAZÃO, 2001).

Como terapia holística tem sua ação baseada no movimento que o cavalo imprime no

cavaleiro e na relação estabelecida entre ambos. Em síntese, segundo a Ande-Brasil (2011) a

relação com o cavalo promove ganhos de ordem física, psicológica e educacional.

Segundo Coppeti (2007) pesquisas com este método ainda são escassas, mas têm

apontado melhorias nas funções motoras grossas, especialmente no caminhar, correr e saltar

de pessoas, principalmente com paralisia cerebral, na simetria da atividade muscular de tronco

e no equilíbrio em pé e em quatro apoios, além de benefícios nos campos psicológico e social.

Testemunhos dos pais, terapeutas e pacientes, segundo Pauw (2000), relatam

benefícios psicossociais que incluem motivação aumentada, maior autoestima, concentração e

melhor desempenho acadêmico. No artigo de Johnson (2011), cita-se o âmbito dos efeitos

terapêuticos do equoterapia como muito amplo e inclui ação na reabilitação, educação e

ainda, nos aspectos psicológico e psicossocial. E também outros efeitos como o

desenvolvimento de respiração, da cognição e desenvolvimento da fala.

Outros benefícios citados em recentes artigos, referem-se a melhora de equilíbrio

Herrero (2012) e Tseng (2012), redução da assimetria dos músculos do quadril e melhora de

força e tônus segundo Provin, Briel e Guerino (2012) em crianças com paralisia cerebral e,

segundo Espindola et al(2012) aumento da flexibilidade da cadeia muscular posterior.

O movimento causado pelo passo se assemelha ao da marcha humana, pois o dorso do

cavalo realiza um movimento tridimensional: para frente e para trás; para um lado e para

outro; para cima e para baixo. Isso requer do praticante reações de equilíbrio e de retificação

postural para que possa se manter sobre ele. Esse movimento é transmitido ao cérebro do

Page 21: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

21

praticante pelas inúmeras terminações nervosas aferentes (ANDE-BRASIL, 2011). O cérebro,

por sua vez, manda informações ao corpo para que novos ajustes motores sejam realizados

por meio do comportamento adaptativo, que é resultante também dos estímulos sensoriais da

equoterapia (CITTERIO, 1999).

Para Alves et al. (2003) a Equoterapia é baseada na prática de atividades equestres e

técnicas de equitação e também de volteio adaptado, sendo um tratamento complementar na

recuperação e reeducação motora e mental. Sendo assim, estando sobre o cavalo o indivíduo

é levado a acompanhar os seus movimentos, tendo que manter o equilíbrio e coordenação

motora para movimentar simultaneamente tronco, braços, ombros, cabeça e o restante do

corpo, dentro de seus limites.

Para Motti (2007) e Marcelino e Melo (2006), o cavalo é o animal cuja marcha mais se

assemelha à do ser humano, tanto em deslocamentos relacionados à distância e graus de

inclinação, quanto em termos de fases executadas durante a marcha, pois o dorso do cavalo

realiza um movimento tridimensional para frente e para trás, para um lado e para o outro, para

cima e para baixo, fazendo com que o indivíduo obtenha reações de equilíbrio e de retificação

postural para que se possa se manter sobre ele. Esses movimentos são transmitidos ao cérebro

do cavaleiro pelas inúmeras terminações nervosas aferentes, o cérebro manda informações ao

corpo para que novos ajustes motores sejam realizados por meio do comportamento

adaptativo, resultantes dos estímulos sensoriais da Equoterapia.

Equoterapia é um dos poucos métodos, ou melhor, talvez o único, que permite que o

praticante experimente muitos eventos motores e proprioceptivos ao mesmo tempo e onde

também as ações, reações e informações são muito numerosas (BEINOTTI, 2010).

O cavalo e as relações estabelecidas entre ele e o praticante que o monta são muito

ricas, segundo Marcelino (2006) por meio desta vivência, a criança pode aprender a controlar

suas emoções iniciais, como o medo, enfrentando o desafio de montá-lo e, sentada numa

posição superior, direcioná-lo. Cavalgar um animal dócil, porém de porte avantajado, leva o

praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência e capacidade: sentimentos

esses importantes para a aquisição da autoconfiança e autoestima, substratos do autoconceito.

E a equoterapia é uma proposta de intervenção física que “pelo alinhamento gravitário

homem/cavalo, consegue-se acionar o sistema nervoso central, alcançando objetivos

neuromotores diversos, tais como melhora do equilíbrio, ajuste tônico, alinhamento corporal,

consciência corporal, coordenação motora e força muscular” (RIBEIRO, 2006, p. 164).

Para Motti (2007), esta intervenção proporciona oportunidade de melhorar a qualidade

de vida através da motivação, educação, recreação e/ou benefícios terapêuticos e pode ser

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22

utilizada em áreas relacionadas ao desenvolvimento psicomotor e sensorial, no tratamento de

distúrbios físicos, mentais e emocionais.

Volteio é uma modalidade equestre de técnica e equilíbrio, usada de forma adaptada

como recurso da equoterapia, que tem como objetivo o aprimoramento da harmonia e do

sincronismo com o cavalo em movimento, formando uma equipe e dependendo mutuamente

um do outro. A união permite ao volteador ajustar-se ao movimento e ritmo do cavalo,

harmonia também exigida nas funções globais do indivíduo, auxiliando no desenvolvimento

das principais capacidades e habilidades motoras (PERDIGÃO, 2006)

O Volteio como recurso terapêutico tem como objetivo desenvolver movimentos

rítmicos, a coordenação motora, a harmonia e controle de movimentos, postura,

propriocepção e reações de equilíbrio criando habilidades motrizes básicas e artísticas. A

partir dos resultados alcançados acreditamos que com a música e o volteio terapêutico

possibilitam-se, aos indivíduos, experiências novas e agradáveis estimulando suas vias

sensoriais e motoras e consequentemente o desenvolvimento psicomotor (PERDIGÃO, 2006).

As atividades propostas no volteio adaptado podem contribuir para o aumento do

acervo motor e da experiência de movimento, diferenciando-se principalmente pela superfície

instável, que é o cavalo em movimento circular conduzido pelo lungeure que conduz o

cavalo, proporcionado uma melhora especialmente nas habilidades de estabilização. O volteio

adaptado é caracterizado por um trabalho de equipe, considerando que o volteador, o longeure

e o cavalo formam uma equipe e dependem mutuamente um do outro.

Perdigão (2006) explicita a descrição das atividades propostas e as atividades motoras

esperadas, as principais posições básicas do volteio utilizadas nas sessões foram: base,

moinho, estandarte e em pé.

Base: na posição básica, o volteador deve estar sentado imediatamente atrás do cilhão,

olhando para frente, com uma perna de cada lado da coluna do cavalo, segurando uma alça do

cilhão em cada mão. Atividade Motora: melhora equilíbrio de tronco, principalmente com o

auxílio da variação do exercício; melhora na postura e absorção da oscilação do cavalo ao

passo; o cavalo em círculo, conduzido por guia longa, favorece as reações de proteção e

endireitamento do indivíduo.

Moinho: a partir da posição básica, o volteador executa uma rotação completa sobre o

cavalo, em quatro fases de tempo iguais. Fase 1 - a perna externa passa sobre o pescoço do

cavalo (externa em relação a parte interior do círculo), cada alça é largada e retomada à

medida que a perna passa por ela. Esta fase termina com o volteador sentado de lado voltado

para o interior do círculo, sobre o quadril, pernas unidas envolvendo o cavalo. Fase 2 - a outra

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23

perna passa então sobre a garupa do cavalo termina com o volteador sentado na posição

básica invertida. Fase 3 - a perna interna passa sobre a garupa do cavalo, e o volteador senta

de lado voltada para o exterior do círculo. Fase 4 - a perna que está junto ao cilhão passa

sobre o pescoço do cavalo, cada alça é largada e retomada à medida que a perna passa por ela,

termina com o volteador na posição básica. O moinho é executado com ritmo de contagem em

quatro tempos, cada perna deve descrever um arco uniforme e amplo, idealmente na vertical.

A cabeça e os ombros devem acompanhar a rotação de cada perna com manutenção de

postura. Atividade Motora: ritmo, coordenação motora, fortalecimento muscular (músculos

adutores e abdutores de quadril, flexores de quadril e abdominal).

Estandarte: a partir da posição básica, o volteador passa à posição ajoelhada.

Suavemente, com os dois joelhos simultaneamente, o dorso dos pés, os tornozelos e após

estes os joelhos devem tocar a garupa do cavalo, deve estar sempre olhando para a frente, a

perna externa deve cruzar diagonalmente sobre a coluna do cavalo, com o pé interno do

volteador colocado no lado externo também. A perna externa é então estendida, a fim de que

o pé fique colocado acima da linha horizontal formada através dos ombros e quadril do

volteador, ao mesmo tempo o braço interno é alongado para a frente. A planta do pé externo

deve estar virada para cima e a palma da mão interna para baixo, com os dedos fechados. A

mão externa permanece na alça, com o braço ligeiramente flexionado para absorver o

movimento do cavalo. A silhueta do volteador deve formar um arco suave e equilibrado,

desde a ponta dos dedos da mão até os dedos do pé. O eixo longitudinal do corpo do volteador

deve estar no mesmo alinhamento da coluna do cavalo. Atividade Motora: descarga de peso,

equilíbrio dinâmico, fortalecimento muscular (músculos flexores de quadril, glúteo médio e

mínimo, pára-vertebrais), reações de proteção e endireitamento, noção espacial, lateralidade,

postura. Adaptação: o exercício pode ser iniciado no colchonete, depois no barril e/ou com o

cavalo parado e com as mãos nas alças, evoluindo para a liberação das mãos alternadamente.

A evolução do ajoelhado é o estandarte.

Em pé: a partir da posição básica, o volteador passa suavemente à posição de joelhos

simultaneamente com as duas pernas, o dorso dos pés, o tornozelo e os joelhos devem tocar as

costas do cavalo suavemente. Imediatamente o volteador transfere o peso do corpo para os

braços e pula para de pé, apoiando-se na planta dos pés, que devem estar apontados para a

frente. Para compensar o movimento em círculo do cavalo, a descarga de peso deve estar no

pé interno do volteador. O movimento do cavalo é absorvido pelos tornozelos, joelhos e

quadril do volteador; seu peso deve estar bem distribuído na planta dos pés, que devem estar

em contato total com o cavalo (PAES et al., 2001). Atividade Motora: adequação tônica,

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descarga de peso, equilíbrio dinâmico, fortalecimento muscular dos membros inferiores,

reações de proteção e equilíbrio, postura. O exercício é feito primeiro com o cavalo parado,

depois andando em linha reta. O cavalo em círculo seria uma evolução do exercício porque

vão exigir do volteador maior habilidade e equilíbrio.

Como se pode observar na figura abaixo:

Figura 1. Volteio

Fonte: PERDIGÃO, 2006.

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25

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de um estudo descritivo de caráter quase experimental. Segundo Rudio (2004)

a pesquisa experimental procura verificar a relação de causalidade que se estabelece entre

variáveis, neste caso os efeitos da equoterapia na coordenação motora de escolares que se

dará na realização de 20 sessões de equoterapia com duração de 30 minutos cada, ocorrendo

uma vez por semana com o grupo experimental.

4.2 AMOSTRA

Participaram da amostra 80 crianças do sexo masculino e feminino em idade escolar (6

a 11 anos) que frequentam uma escola pública do DF do ensino fundamental do 1º ao 5º

anos.

Estes alunos foram subdivididos em grupo experimental e controle a partir do critério

de livre adesão por parte dos responsáveis. Em função do impedimento em realizar a

randomização, pois alguns pais não quiseram participar do grupo experimental, aceitando

permanecer como grupo controle.

4.2.1 Critérios de inclusão

Idade entre 6 a 11 anos

Estar regularmente matriculado na escola

Não apresentar nenhuma deficiência diagnosticada

Aceitar e assinar o termo de livre consentimento (autorização dos pais)

4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

4.3.1 Avaliação motora em educação física adaptada teste KTK

(Körperkoordinationstest für Kinder)

Para avaliar o desempenho motor utilizou-se a bateria de teste KTK

(Körperkoordinationstest für Kinder), desenvolvido por Kiphard e Schilling (1974). O KTK é

composto por quatro provas (trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e

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transferência sobre plataforma) todas elas visando a caracterização de facetas da coordenação

corporal total e o domínio corporal (GORLA, 2007).

Segundo o mesmo autor, a confiabilidade da bateria (r=0,90) foi estabelecida pelo

método de correlação teste e reteste em 1.228 crianças em idade escolar.

O KTK utiliza as mesmas tarefas de coordenação para várias idades. Para isso, os

conteúdos das tarefas devem apresentar dificuldades acrescidas conforme os indivíduos são

mais velhos. A diferenciação das idades é alcançada segundo estes critérios: aumento da

altura ou distancia, aumento da velocidade, maior precisão na execução (GORLA, 2007).

4.3.2 Descrição detalhada da Avaliação motora em educação física adaptada teste KTK

(Körperkoordinationstest für Kinder)

Tarefa 01 – Trave de Equilíbrio (EQ) correspondente à figura 2.

Objetivo: estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre a trave.

Material: Foram utilizadas três traves de 3 metros de comprimento e 3 cm de altura,

com larguras de 6 cm, 4,5cm e 3 cm. Na parte inferior são presos pequenos travessões de

15x1,5x5cm, espaçados de 50 em 50 cm. Com isso, as traves alcançam uma altura total de

5cm. Como superfície de apoio para saída, coloca-se a frente da trave, uma plataforma

medindo 25x25x5cm. As três traves de equilíbrio são colocadas paralelamente, tal como

demonstrado na Figura 2.

Figura 2 - Dimensões da trave de equilíbrio.

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007.

Execução: A tarefa consiste em caminhar a retaguarda sobre três traves de madeira

com espessuras diferentes. São validas três tentativas em cada trave. Durante o deslocamento

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(passos) não e permitido tocar o solo com os pés. Antes das tentativas validas o sujeito realiza

um pre-exercicio para se adaptar a trave, no qual executa um deslocamento a frente e outro a

retaguarda. No exercicio-ensaio, o individuo deve equilibrar-se, andando para trás, em toda a

extensão da trave (no caso de tocar o pé no chão, continua no mesmo ponto), para que possa

estimar melhor a distancia a ser passada e familiarizar-se mais intensivamente com o processo

de equilíbrio. Se o sujeito tocar o pé no chão (em qualquer tentativa valida), o mesmo devera

voltar a plataforma de inicio e fazer a próxima passagem valida (são três tentativas validas em

cada trave). Assim, em cada trave, o individuo faz um exercício-ensaio, ou seja, anda uma vez

para frente e uma vez para trás. Para a medição do rendimento, executa o deslocamento três

vezes para trás, conforme figura 3.

Figura 3 – Execução Sobre A Trave De Equilíbrio

Fonte: CARMINATO, 2010.

Avaliação da Tarefa: para cada trave são contabilizadas 3 tentativas validas, o que

perfaz um total de 9 tentativas. Conta-se a quantidade de apoios (passos) sobre a trave no

deslocamento a retaguarda. Se o aluno esta parado sobre a trave, o primeiro pé de apoio não e

tido como ponto de valorização. Só a partir do momento do segundo apoio e que se começa a

contar os pontos. O avaliador deve contar em voz alta a quantidade de passos, ate que um pé

toque o solo ou ate que sejam atingidos 8 pontos (passos). Por exercício e por trave, só podem

ser atingidos 8 pontos. A máxima pontuação possível será de 72 pontos. O resultado será

igual ao somatório de apoios à retaguarda nas nove tentativas.

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Tarefa Trave de Equilíbrio: Anota-se o valor de cada tentativa correspondente a cada

trave (quadro 1), fazendo-se a soma horizontal de cada uma. Depois de somar as colunas

horizontais faz-se a soma na vertical, obtendo-se dessa forma o valor bruto da tarefa. Após

realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuação (anexo 3), descrita no manual,

tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino, na coluna esquerda o valor

correspondente ao numero do escore se relaciona com a idade do individuo de acordo com a

tabela (anexo 3). Nesse cruzamento das informações obtêm-se o Quociente Motor (QM) da

tarefa.

Quadro 1 – Tarefa Trave de Equilíbrio

Trave 1 2 3 Soma

6,0 cm

4,5 cm

3.0 cm

ESCORE

QM1

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 106.

Tarefa 02 – Saltos Monopedais (SM)

Objetivo: Coordenação dos membros inferiores; energia dinâmica/forca.

Material: São usados 12 blocos de espuma, medindo cada um 50cm x 20cm x 5cm, tal

como demonstra a Figura 4.

Figura 4 – Dimensões do bloco de espuma

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007. p. 106.

Execução: A tarefa consiste em saltar, com uma das pernas, um ou mais blocos de

espuma, colocados uns sobre os outros. O avaliador demonstra a tarefa, saltando com uma das

pernas por cima de um bloco de espuma colocado transversalmente na direção do salto, com

uma distancia de impulso de aproximadamente 1,50 m. A altura inicial a ser contada como

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passagem valida, baseia-se no resultado do exercicio-ensaio e na idade do indivíduo. Com

isso, passagens de 5 saltos, por perna. Sem blocos de espuma (nível zero). O indivíduo

saltando com êxito numa perna, inicia a primeira passagem valida, com 5 cm de altura (um

bloco). Isto e valido para a perna direita e esquerda separadamente. Se o indivíduo não

consegue passar esta altura saltando numa perna, inicia a avaliação com nível zero. A partir

de 6 anos, os dois exercicios-ensaio, para a perna direita e esquerda, são feitos com um bloco

de espuma (altura = 5cm). Se o indivíduo não consegue passar, começa com 0 cm de altura;

se conseguir, inicia a avaliação na altura recomendada para sua idade. Se na passagem valida,

na altura recomendada, o indivíduo cometer erros, esta tentativa e anulada. O indivíduo

reinicia a primeira passagem com 5 cm (um bloco).

Alturas recomendadas para o inicio do teste em anos de idade segundo Gorla e Araujo;

(2007): de 5 a 6 anos (nenhum bloco de espuma); de 6 a 7 anos (1 bloco de espuma com 5

cm); de 7 a 8 anos (3 blocos de espuma, totalizando 15cm); de 9 a 10 anos (5 blocos de

espuma, totalizando 25cm); de 11 a 14 anos (7 blocos de espuma, totalizando 35cm).

Para saltar os blocos de espumas, o indivíduo precisa de uma distancia de mais ou

menos 1,50 m para impulsão, que também deve ser passada em saltos com a mesma perna. O

avaliador deve apertar visivelmente os blocos para baixo, ao iniciar a tarefa, a fim de

demonstrar a ele, que não ha perigo caso o mesmo venha ter impacto com o material. Após

ultrapassar o bloco, o indivíduo precisa dar, pelo menos, mais dois saltos com a mesma perna,

para que a tarefa possa ser aceita como realizada. Estão previstas ate três passagens validas

por perna, em cada altura, conforme Figura 5.

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Figura 5 – Execução dos saltos monopedais (SM)

Fonte: Carminato, 2010

Avaliação da tarefa: Para cada altura, as passagens são avaliadas da seguinte forma:

primeira tentativa valida (3 pontos); segunda tentativa valida (2 pontos); terceira tentativa

valida (1 ponto). Nas alturas iniciais a partir de 5 cm, são dados 3 pontos para cada altura

ultrapassada, quando a primeira passagem tiver êxito. Como erro, considera-se o toque no

chão com a outra perna, o derrubar dos blocos, ou, ainda, após ultrapassar o bloco de espuma,

tocar os dois pés juntos no chão. Por isso, pede-se que, depois de transpor os blocos de

espuma, a criança de mais dois saltos. Caso o indivíduo erre nas três tentativas validas numa

determinada altura, a continuidade somente e feita, se nas duas passagens (alturas) anteriores,

houver um total de 5 pontos. Caso contrario, a tarefa é interrompida.

Isto e valido para a perna direita, assim como, para a perna esquerda. Com os 12

blocos de espuma (altura = 60 cm), podem ser alcançados no máximo 39 pontos por perna,

totalizando assim 78 pontos.

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Quadro 2 – Tarefa saltos monopedais (SM)

ALT. 00 05 10 15 20 25 30 35 40 45 50 60 Soma

Direita

Esquerda

ESCORE

QM2

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 108

Os valores são anotados nas respectivas alturas, sendo que, se o indivíduo começar a

tarefa com uma altura de 15 cm, por exemplo, nos números anteriores serão anotados os

valores de três pontos. As alturas que não são ultrapassadas após o termino da tarefa são

preenchidas com o valor zero. Somam-se horizontalmente os pontos para a perna direita e

esquerda e verticalmente na coluna “soma” (quadro 2), para se obter o resultado do valor

bruto da tarefa. Após realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuação n.2, para

o sexo masculino para o sexo feminino, na coluna esquerda o valor correspondente ao numero

do escore e relaciona com a idade do indivíduo, de acordo com os anexos 4 e 5. Nesse

cruzamento das informações ontem o Quociente Motor da tarefa.

Tarefa 03 – Saltos Laterais (SL)

Objetivo: Velocidade em saltos alternados.

Material: Uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8cm, com um

sarrafo divisório de 60 x 4 x 2 cm e um Cronometro, tal como demonstra a figura 6 a seguir.

Figura 6 – Dimensões da plataforma de madeira para os saltos laterais.

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2009, P. 109.

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Execução: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois pés ao mesmo

tempo, o mais rápido possível, durante 15 segundos. O avaliador demonstra a tarefa,

colocando-se ao lado do sarrafo divisório, saltitando por cima dela, de um lado a outro, com

os dois pés ao mesmo tempo. Deve ser evitada a passagem alternada dos pés (um depois o

outro). Como exercicio-ensaio, estão previstos cinco saltitamentos. No entanto, não e

considerado erro enquanto os dois pés forem passados, respectivamente, sobre o sarrafo

divisório, de um lado a outro. Se o indivíduo toca o sarrafo divisório, saindo da plataforma, ou

parando o saltitamento durante um momento, a tarefa não e interrompida, porem, o avaliador

deve instruir, imediatamente: Continue! Continue!”. No entanto, se o indivíduo não se

comporta de acordo com a instrução dada, a tarefa e interrompida e reiniciada após nova

instrução e demonstração. Caso haja interferência por meio de estímulos externos que

desviem a atenção do executante, a tentativa não e registrada como valida. Desta forma, a

tarefa e reiniciada. Não são permitidas mais que duas tentativas não avaliadas. No total, são

executadas duas passagens validas (figura 7).

Figura 7 – Execução saltos laterais (SL)

Fonte: CARMINATO, 2010

Avaliação da Tarefa: Anota-se o numero de saltitamentos dados, em duas passagens

de 15 segundos. Saltitando para um lado, conta-se 1 (um) ponto; voltando, conta-se outro e,

assim, sucessivamente. Como resultado final da tarefa, tem-se a somatória de saltitamentos

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das duas passagens validas. Anotam-se os valores da primeira e segunda tentativas validas e,

em seguida, somam-se estes valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. . Após

realizar este procedimento, verifica-se nas tabelas de pontuação (anexos 6 e 7),

respectivamente, para os sexos masculino e feminino, na coluna esquerda, o valor

correspondente ao numero do escore e relaciona-se com a idade do indivíduo. Nesse

cruzamento das informações ontem o Quociente Motor da Tarefa (quadro 3).

Quadro 3 – Tarefa saltos laterais

Saltar 15 segundos 1 2 Soma

ESCORE

QM3

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p.111

Tarefa 04 – Transferências sobre Plataformas (TP)

Objetivo: lateralidade; estruturação espaco-temporal.

Material: Um cronometro e duas plataformas de madeira com 25 x 25 x 1,5 cm e em

cujas esquinas se encontram aparafusados quatro pés com 3,5 com de altura, tal como figura 8

Na direção de deslocar e necessário uma área livre de 5 a 6 metros.

Figura 8 – Dimensões da plataforma de madeira para transferências sobre plataformas

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 111.

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Execução: A tarefa consiste em deslocar-se, sobre as plataformas que estão colocadas

no solo, em paralelo, uma ao lado da outra, com um espaço de cerca de 12,5 cm entre elas. O

tempo de duração será de 20 segundos e o indivíduo tem duas tentativas para a realização da

tarefa. Primeiramente, o avaliador demonstra a tarefa da seguinte maneira: fica em pé sobre a

plataforma da direita colocada a sua frente; pega a da esquerda com as duas mãos e coloca-a

de seu lado direito, passando a pisar sobre ela, livrando então a da sua esquerda, e assim

sucessivamente (a transferência lateral pode ser feita para a direita ou para a esquerda, de

acordo com a preferência do indivíduo, esta direção deve ser mantida nas duas passagens

validas). O avaliador demonstra que, na execução desta tarefa, trata-se em principio da

velocidade da transferência. Ele também avisa que, se colocar as plataformas muito perto ou

muito afastadas, pode trazer desvantagens no rendimento a ser mensurado. Caso surjam

interferências externas durante a execução, que desviem a atenção do indivíduo, a tarefa e

interrompida, sem considerar o que estava sendo desenvolvido. No caso de haver apoio das

mãos, toque de pés no chão, queda ou quando a plataforma for pega apenas com uma das

mãos, o avaliador deve instruir o indivíduo a continuar e se necessário, fazer uma rápida

correção verbal, sem interromper a tarefa. No entanto, se o indivíduo não se comportar

correspondentemente a instrução dada, a tarefa e interrompida e repetida após nova instrução

e demonstração. Não são permitidas mais do que duas tentativas falhas. São executadas duas

passagens de 20 segundos, devendo ser mantido um intervalo de pelo menos 10 segundos

entre elas. O avaliador conta os pontos em voz alta; ele deve assumir uma posição em relação

ao indivíduo (distancia não maior que 2 metros), movendo-se na mesma direção escolhida

pelo avaliado, com este procedimento assegura se a transferência lateral das plataformas,

evitando-se que seja colocada a frente. Após a demonstração pelo avaliador, segue-se o

exercício-ensaio, no que o indivíduo deve transferir de 3 a 5 vezes a plataforma. E dada a

seguinte instrução, conforme demonstrado na figura 9.

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Figura 9 – Execução transferências sobre plataformas

Fonte: CARMINATO, 2010.

Avaliação da tarefa: Conta-se tanto o numero de transferência das plataformas, quanto

do corpo, num tempo de 20 segundos. Conta-se um ponto quando a plataforma livre for

apoiada do outro lado; 2 pontos quando o indivíduo tiver passado com os dois pés para a

plataforma livre, e assim sucessivamente. São somados os pontos de duas passagens validas.

Anotam-se os valores da primeira e segunda tentativas validas e, em seguida, somam-se estes

valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. Após realizar este procedimento,

verifica-se (anexo 8), tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino, na coluna

esquerda, o valor correspondente ao número do escore e relaciona-se com a idade do

indivíduo. Nesse cruzamento das informações obtêm-se o Quociente Motor da tarefa (quadro

4).

Quadro 4 – Tarefa transferências sobre plataformas

Deslocar 20 segundos 1 2

ESCORE

QM

4

Fonte: GORLA; ARAUJO, 2007, p. 113.

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36

Quanto aos riscos inerentes à esta atividade: as testagens podem gerar algum tipo de

constrangimento o que acarretará em direito de desistência em participar, quando solicitado,

sem exposição de motivos.

Foram utilizadas as tabelas do teste KTK e foram seguidas as orientações originais

para avaliar a capacidade de coordenação corporal dos alunos, onde o resultante é o somatório

de QM1-QM4 (QM total) (Masculino e Feminino), que são os valores encontrados nos

quadros 1, 2, 3 e 4.

4.3.3 A intervenção da equoterapia

São descritos em estudos citados por Espíndola et al.(2012) que o ritmo oscilante do

cavalo durante a prática da sessão de equoterapia estimula os mecanismos de reflexos

posturais que resultam no desenvolvimento da flexibilidade, equilíbrio e coordenação.

Foram realizadas 20 sessões de equoterapia com duração de 30 minutos cada,

ocorrendo uma vez por semana.

4.3.3.1 Descrição detalhada das sessões de equoterapia

Cada aluno foi atendido em um cavalo encilhado com manta sem estribos e cabeçada

completa, foi acompanhado por um guia para o cavalo e um mediador lateral que além da

estimulação oral fez a manutenção da seguridade do aluno sobre o cavalo. No estudo de

Espindola (2012) se demonstrou que o método terapêutico da Equoterapia, utilizando a manta

sem estribos, em crianças com idades de 7 à 15 anos, proporcionou aumento da flexibilidade

da cadeia muscular posterior, o que pode possibilitar uma melhora do desempenho físico e

das atividades funcionais e esportivas dos praticantes

As sessões foram realizadas na Associação Nacional de Equoterapia situada na Granja

do Torto, onde cavalos são treinados para este fim.

Cada sessão foi planejada e detalhada com antecedência, sempre iniciando com uma

recepção e acolhimento dos alunos com duração de 5 minutos, montaria, desenvolvimento de

atividades lúdicas sobre o cavalo, com duração de até 25 minutos, volta à calma usando de

relaxamento e exercícios respiratórios e a desmonta do cavalo, com duração de até 10

minutos.

Foi utilizado o picadeiro coberto para a realização das sessões.

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37

Para maximizar os efeitos e criar um ambiente motivacional mais intenso fez-se uso de

técnicas de volteio adaptado, pois esta modalidade é conceituada por Coburn (2001) como a

arte da dança ou ginástica sobre um cavalo em movimento.

Segundo Vidrine, Owen-Smith e Faulkner (2002) a vantagem desta modalidade

consiste em ter uma pessoa que guia o cavalo chamado no volteio de longeur, que permanece

no centro do ringue, controla a direção do cavalo, velocidade e marcha, liberando o cavaleiro

destas responsabilidades, para que ele seja capaz de concentrar-se na experiência do corpo-a-

corpo de energia compartilhada, impulsão, ritmo e equilíbrio que o cavalo possibilita-lhe .

Segundo a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) (2010) o volteio tem como

meta iniciar crianças nas artes equestres desenvolvendo nelas equilíbrio, sincronismo, leveza

e integração com o movimento do cavalo.

O volteio é praticado em pequenos grupos de até 7 participantes (CBH 2010), mas

neste caso foram agrupadas ate 5 crianças por grupo.

O maior beneficio do volteio adaptado é a motivação através da experiência

facilitadora e desafiadora de estar sobre o cavalo em movimento. E confiar não somente no

cavalo, mas também confiar na terapeuta, nos seus pares e, mais importante, confiar em si

mesmo (VIDRINE; OWEN-SMITH; FAULKNER, 2002).

Desta forma, as sessões de equoterapia eram realizadas sempre com quatro cavalos,

onde cada criança montava um cavalo e se revezava com o cavalo de volteio.

Enquanto em seu cavalo a montaria era com guia e mediador bem próximos e faziam-

se exercícios de aquecimento, sempre ao passo e em linha preparando o corpo para repeti-los

no cavalo de volteio onde a velocidade e a distancia do mediador eram maiores e em círculo.

O trabalho diversificado alternando cavalos em linha e em círculos criaram uma

atmosfera de alegria e desejo de realização, as crianças ansiavam participarem e se esforçarem

na consecução dos “desafios” propostos em cada uma das 20 sessões.

E para a realização destas atividades, necessário se fazia uso de equilíbrio, força,

ritmo, esquema corporal, organização espaço-temporal e linguagem verbal e corporal.

Criou-se uma linha consistente entre os objetivos das avaliações dos testes KTK e a

intervenção proposta. A tarefa 1 mede estabilidade do equilíbrio, a tarefa 2 a coordenação de

membros inferiores, energia dinâmica e força, a 3 velocidade em saltos alternados e a tarefa 4

lateralidade e estruturação espaço-temporal. Sob o ponto de vista do trabalho motor nestas

tarefas é possível aproximar as atividades motoras propostas e as principais posições básicas

do volteio utilizadas nas sessões: base, moinho, estandarte e em pé.

Page 38: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

38

5. PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

5.1 AUTORIZAÇÃO DA ESCOLA

Inicialmente foi feito um contato com a escola onde se confirmou a proposta e se fez

toda a explanação dos procedimentos realizados, seus objetivos e prazos (anexo 2).

5.2 AUTORIZAÇÃO DOS PAIS

Os pais foram convidados a comparecerem à uma reunião na escola onde houve a

explicação, a orientação, a explanação e a assinatura do termo de consentimento e livre

esclarecimento (anexo 1).

Todos os procedimentos, objetivos e testes foram mostrados e explicados aos pais.

5.3 SEPARAÇÃO DOS GRUPOS

A princípio tentou-se fazer uma pesquisa experimental ortodoxa na qual a separação

dos grupos se faz por sorteio aleatório, porém problemas ocorreram com algumas familias

escolhidas que se recusaram a participar das sessões de equoterapia por acreditarem serem

estas uma atividade para pessoas “doentes” e que seus filhos não se enquadrariam neste

grupo, preferindo permanecerem como gupo controle. Por conta desta ocorrência, se fez

necessário adotar novo procedimento.

Desta forma, os grupos controle e intervenção foram separados por aderência dos

pais, na intenção de manter-se o número esperado para o grupo experimental. Todas as

crianças foram convidadas a participar das sessões de equoterapia, aos que aceitaram

participar das sessões foram oferecidos às opções de horário que melhor se adequassem às

suas necessidades, foram comunicados também, da importancia do compromisso com a

pontualidade e assiduidade às sessões para o sucesso da intervenção.

5.4 PRÉ E PÓS TESTES

O pré-teste e o pós-teste propostos foram aplicados no ambiente escolar em momento

previamente agendado com os professores, primeiro antes do inicio dos atendimentos na

equoterapia e ao final deles.

O grupo formado por quatro profissionais das áreas de educação física e pedagogia

que aplicou o teste KTK foi o mesmo no pré e pós teste e passou por treinamento de pessoa

com experiência na aplicação do mesmo antes do início da coleta de dados.

Page 39: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

39

5.5 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

As coletas de dados somente foram iniciadas após aprovação pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Católica de Brasília – CEP - UCB sob número: 146.018/2013.

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40

6. RESULTADOS

Foram avaliadas as normalidades dos grupos pré e pós teste e todas as variáveis por

grupo apresentaram distribuições normais.

Para as análises inferenciais foram rodadas análises paramétricas Split Plot Anova. O

software utilizado foi o SPSS/IBM 22.0 estipulando-se um nível de significância de 5%.

Os dados foram comparados entre pré-teste e pós-teste nos grupo experimental e

grupo controle:

Tabela 3. Resultado da classificação de cada tarefa do teste KTK no pré-teste e no pós-teste.

GRUPO EXPERIMENTAL GRUPO CONTROLE

CLASSIFICAÇÃO

KTK

PRÉ 329,61 ± 54,33 340,29 ± 45,93

PÓS 350,29 ± 45,93 350,94 ± 53,05

P=0,0001 ∆ = 21 ∆ = 10

TRAVE DE

EQUILIBRIO

PRÉ 91,97 ± 19,26 91,60 ± 12,47

PÓS 88,88 ± 19,37 88,80 ± 16,94

P= 0,11

SALTOS

MONOPEDAIS

PRÉ 87,24 ± 14,34 87,03 ± 17,46

PÓS 90,52 ± 18,23 90,14 ± 14,79

p=0,04

SALTOS

LATERAIS

PRÉ 80,30 ± 17,65 85,03 ± 21,55

PÓS 91,91 ± 17,59 93,66 ± 15,62

P=0,001 ∆ = 11 ∆ = 8

TRANSFERENCIAS

PLATAFORMAS

PRÉ 70,09 ± 20,94 75,29 ± 16,96

PÓS 79,00 ± 15,79 78,37 ± 20,30

P=0,005 ∆ = 9 ∆ = 3

Page 41: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

41

Na classificação do teste de coordenação corporal – KTK houve diferença

significativa entre os grupos experimental e controle. Nas tarefas do salto lateral e

transferência sobre plataformas foram evidenciados os maiores escores entre o pré-teste e

o pós-teste, como se pode observar na tabela 1.

Ocorreram diferenças entre os sexos, meninas e meninos entre o pré-teste e o pós-

teste no grupo experimental demonstraram diferenças significativas com p=0,04, possíveis

de serem visualizadas na tabela 4. Os meninos apresentaram maiores resultados em

relação às meninas com p=0,005.

Os dados foram comparados entre pré-teste e pós-teste nos grupo experimental.

Tabela 4. Resultado do grupo experimental por sexo.

SEXO GRUPO EXPERIMENTAL

FEMININO

PRÉ 102,53 ± 11,80

PÓS 103,93 ± 11,40

MASCULINO

PRÉ 100,33 ± 11,08

PÓS 109,00 ± 16,70

Os resultados por grupos de idade evidenciaram que as maiores evoluções nos

escores foram alcançados em progressão ascendente pelas crianças mais velhas, tabela 5.

Os dados foram comparados entre pré-teste e pós-teste nos grupo experimental.

Page 42: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

42

Tabela 5. Resultado do grupo experimental por idade.

IDADE GRUPO EXPERIMENTAL

6 A 7

ANOS

PRÉ 103,50 ± 14,41

PÓS 105,25 ± 16,37

P=0,43 ∆ = 2

8 A 9

ANOS

PRÉ 102,80 ± 12,45

PÓS 109,93 ± 11,44

P= 0,03 ∆ = 7

10 A 11

ANOS

PRÉ 93,50 ± 17,19

PÓS 101,50 ± 18,14

P=0,05 ∆=8

Page 43: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

43

7. DISCUSSÃO

Os estudos que se destinam a averiguar alterações de desempenho motor frente a

estímulos propostos a partir de uma atividade física estabelecem a avaliação motora como

uma ferramenta de diagnóstico capaz de identificar habilidades motoras e o desempenho ou

rendimento dos indivíduos na expectativa de determinar a existência de problemas e nortear

os processos interventivos ou de melhor compreender a população estudada.

É importante salientar que a maioria dos estudos discutidos aqui tem em comum,

propostas de atividades físicas que tem a intenção de intervir no desempenho motor e

avaliações que tem por função serem instrumentos de medida dos componentes da

motricidade humana. Diante disso, justificam-se as comparações e a apropriação de

conclusões que sejam inerentes à coordenação motora e a proposta de atividades físicas.

Outra questão a ser relevada é a inexistência de trabalhos utilizando especificamente o KTK e

a equoterapia no intuito de observar seus efeitos na coordenação motora.

A atividade física é utilizada como um dos recursos prioritários na busca de

desenvolvimento da coordenação motora em várias faixas etárias. Burgi et al. (2011)

buscaram investigar esta relação em uma amostra de 217 pré-escolares e encontram uma

associação positiva entre a prática de atividades físicas e as habilidades motoras. O mesmo

resultado foi encontrado por Ericsson e Karlsson (2012) com uma população de 251 crianças

entre 7 a 9 anos na Suíça, onde foi inserido no período escolar do grupo experimental mais 45

minutos de atividades físicas gerais as quais visavam a automatização de habilidades motoras

básicas. Melhorias significativas foram constatas neste grupo e não no grupo controle, de

modo que as habilidades motoras foram superiores no grupo intervenção em relação ao grupo

controle na escola (p < 0.001).

Cardeal (2013) encontrou resultados semelhantes quando avaliou a intervenção da

atividade física em escolares entre 6 a 10 anos, uma vez que o grupo que sofreu intervenção

de 7 meses de aulas de educação física escolar, aumentando o tempo de prática, obtiveram

resultados positivos quando comparados ao grupo controle (somente com a pratica da

Educação Física). Cabe ressaltar que estes estudos não utilizaram o KTK para a mensuração

das habilidades motoras.

Estudos que se utilizaram do mesmo instrumento que o nosso, como o de Cruz (2012)

concluiu-se que a Educação Física escolar contribuiu ativamente no desenvolvimento motor

da criança de 6 e 7 anos. Correio e Silva (2013) avaliaram escolares entre 8 e 15 anos de

diferentes escolas municipais e estaduais e concluíram que as intervenções motoras

Page 44: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

44

influenciaram de maneira significativa na motricidade. Porém as autoras utilizaram um

programa de intervenção que está pautado na proposta metodológica da Iniciação esportiva

Universal (IEU). Assim, pelo que se percebe, a Educação Física Escolar, quando trabalhada

de forma sistemática e orientada, tem sim a capacidade de melhorar a habilidade motora das

crianças e adolescentes. Está afirmação parece evidente, porém cabe ressaltar que no estudo

de Esteves, Freitas, Gouveia e Lopes (2013) que avaliou a coordenação motora de sujeitos a

partir de estatutos socioeconomicos, onde não havia uma sistematização e orientação mais

direcionada a estas habilidades, as crianças e jovens com melhores condições

socioeconomicas também apresentaram diferenças significativas entre o pré e pós teste, pois

esta condição parece incidir em um aumento da oferta dos níveis de atividade física.

Estudos que inseriram diferentes atividades daquelas desenvolvidas nas escolas,

também têm encontrado resultados significativos. Por exemplo, Moraes et al. (2012)

propuseram a prática sistemática da capoeira para 20 meninos de 6 e 7 anos e encontram um

resultado positivo na coordenação motora para o grupo experimental. Outro estudo que cabe

ressaltar foi conduzido por Moreira, Barbosa e Souza (2012). Os autores trabalharam com 40

crianças entre 6 e 12 anos as quais praticaram de forma organizada e sistematizada o ballet

clássico e concluíram que o grupo experimental sobressaiu-se na maioria das tarefas em

relação ao grupo controle. Conclui-se que crianças que possuem níveis mais altos de atividade

física apresentam melhores valores na coordenação motora grossa que aquelas que são

sedentárias (LAUKKANEN, et al., 2013).

Nosso estudo corrobora com os achados apresentados acima, quando seus resultados

evidenciam que o nível de coordenação motora é influenciado pela prática de atividades

físicas, ou seja, atividades que se proponham a movimentar o corpo. Ao final da nossa

intervenção, o grupo experimental (equoterapia) apresentou melhoras significativas no teste

KTK. Esses resultados sugerem que a intervenção da equoterapia pode melhorar os escores da

capacidade de coordenação corporal em escolares com faixa etária de 6 a 10 anos.

Estes resultados são confirmados pelos achados de Costa (2012) que realizou

semelhante intervenção com crianças portadoras de Síndrome de Down, fornecendo subsídios

para comprovar que a intervenção da equoterapia resulta em melhoras na coordenação motora

dos indivíduos. Não foram encontrados outros estudos desta natureza, isto é onde a

intervenção da equoterapia fosse avaliada pelo teste KTK em escolares.

Nas comparações entre o sexo masculino e feminino observou-se que o grupo

masculino apresentou níveis mais elevados na coordenação motora quando comparados com

as meninas. Estas evidências são corroboradas pelos estudos de Deus et al. (2008), Pelozin et

Page 45: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

45

al. (2009), Lemos (2010) e Cruz (2012). O único estudo que contraria este achado é o de

Costa (2012), com as crianças portadoras de Síndrome de Down onde a autora não encontrou

diferenças estatísticas entre os sexos.

Segundo Pelozin et al. (2009), essas achados podem sugerir que os meninos possuem

um repertório motor melhor desenvolvido que as meninas, e reforçam a ideia culturalmente

estabelecida que os meninos possuem maior interesse em atividades físicas de modo geral.

Cabe salientar que o grupo controle também sofreu um incremento em seus escores de

coordenação motora corporal, porém estes valores não foram significativos. Este é um

comportamento esperado, uma vez que Deus et al.(2008) afirmam que há uma tendência clara

para o incremento dos valores na coordenação motora com o decorrer do tempo.

Importante salientar que o grupo controle (GC) já começou o estudo com uma

classificação de acordo com KTK maior que o grupo experimental, já que o resultado do pré-

teste (QM= quociente motor) superior ao grupo experimental (GE): GC QM= 340,29 e GC

QM=329,61. Porém, apesar de mais alto, não houve diferenças significativas entre os pré-

testes. Os resultados foram significativos entre pré e pós-teste para o grupo experimental o

qual apresentou um delta de 21 pontos. Estes achados confirmam que os resultados do grupo

experimental foram efetivamente em decorrência da intervenção oferecida.

Os resultados por idade se deram por faixas de agrupamento com os seguintes cortes:

6 a 7 anos, 8 a 9 anos e 10 a 11 anos. Tal procedimento foi adotado para que o número de

indivíduos em cada corte fosse maior, possibilitando uma melhor análise estatística. Os

resultados alcançados demostraram que o grupo 10 a 11 anos obteve os piores escores no pré-

teste e que o melhor escore foi alcançado pelo grupo 6 a 7 anos. Porém, depois da intervenção

exatamente o pior grupo obteve o maior ganho em relação aos outros grupos. O decréscimo

nos níveis de coordenação motora com o avanço da idade nos grupos do pré-teste e do pós-

teste também foram encontrados em outras pesquisas (LOPES, 2006; LEMOS, 2010).

Para Faustino (2004) este fato pode ser explicado partindo-se do pressuposto que a

atividade física espontânea decresce à medida que a idade avança. Outra consideração

plausível é que as atividades físicas infantis estão cada vez mais reduzidas e na escola tem

aumentado cada vez mais a carga horária das disciplinas teóricas e diminuído o tempo

destinado às praticas motoras (PABLO; BENDA, 1998).

Porém, os achados de Maia e Lopes (2002) e Valdivia et al. (2008) contrariam estes

resultados, já que as médias do QM de crianças aumentaram com a idade. Resultado que

demonstra que nestes grupos a atividade física não tenha diminuído sua oferta apesar do

crescimento dos indivíduos. Talvez, a cultura e a prática diferenciada entre escolas, cidades,

Page 46: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

46

estados podem estar relacionadas a estes diferentes resultados, pois o local investigado é de

suma importância na influencia da prática ou não de atividades durante toda infância e

adolescência. Por exemplo, em grandes centros tem-se a evidência de que a prática de

atividades virtuais é maior do que em pequenos centros, uma vez que a preocupação com a

segurança e o tempo gasto para o transporte faz com que pais e responsáveis prefiram deixar

as crianças em casa, oferecendo a estas uma tecnologia de ponta para sua diversão.

Page 47: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

47

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do intento em realizar uma pesquisa experimental ortodoxa os problemas

foram enfrentados e soluções foram propostas para que o experimento fosse feito respeitando

as normas do termo de consentimento livre e esclarecido assinado entre as partes.

E de acordo com os propósitos delineados para este estudo podemos concluir que uma

intervenção com atividades de equoterapia no programa educação-reeducação com técnicas

de equitação e de volteio adaptado atua na melhora da coordenação motora de crianças de 06

a 11 anos.

O desenvolvimento da coordenação motora depende de experiências motoras para seu

aprimoramento, portanto importante se faz o estabelecimento de programas de atividades que

possam cumprir este objetivo para que as crianças aprendam a importância da atividade física

em suas vidas. E no rol destas atividades podemos incluir a equoterapia.

A principal limitação do presente estudo é a não existência de um estudo normativo

sobre a prática da equoterapia para estabelecer testes que avaliem seus componentes e

técnicas, oferecendo uma maior validade, fidedignidade e objetividade na relação

teste/intervenção equoterápica.

Recomenda-se para o futuro pesquisas com um maior número de participantes e com

uma duração de tempo de intervenção maiores.

Page 48: PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO …

48

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10. ANEXOS

ANEXO 1

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA STRICTO SENSU EM

EDUCAÇÃO FÍSICA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PROJETO: A INTERVENÇÃO DA EQUOTERAPIA NO AUTOCONCEITO GERAL,

DISGRAFIA E DESEMPENHO MOTOR DE ESCOLARES

Eu, ______________________________________________________ abaixo assinado,

responsável pelo menor __________________________________________________dou

meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário (a) do projeto de

pesquisa acima, sob responsabilidade da pesquisadora Vandete Pereira Lima, mestrando do

Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de

Brasília.

Assinando este termo de consentimento estou ciente de que:

1. O objetivo da pesquisa é avaliar a relação da equoterapia e o desempenho motor de

escolares;

2. Durante o estudo os participantes da pesquisa serão solicitados a responder o seguinte

instrumento: Teste de Coordenação Corporal para Crianças – KTK, de Kiphard e

Schilling (1974). A resposta a este instrumento não apresenta riscos conhecidos à saúde

fisica e mental, mas podem causar desconforto emocional.

3. Para o grupo experimental, que será estabelecido por livre adesão, serão oferecidas 20

sessões de equoterapia que serão realizadas na Associação Nacional de equoterapia, por

equipe habilitada, usando cavalos treinados e conduzidos por guia. Como o risco de

quedas não pode ser descartado haverá dois mediadores, um de cada lado de cada criança

durante o atendimento e este será feito dentro de um picadeiro fechado com areia no piso,

e ainda estará à disposição um serviço de ambulância com primeiros socorros disponível

para qualquer eventualidade.

3. Obtive todas as informações necessárias para decidir conscientemente sobre minha

participação na referida pesquisa;

4. Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa;

5. Meus dados pessoais serão mantido em sigilo;

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58

6. Os resultados obtidos serão utilizados apenas para alcance dos objetivos do trabalho

exposto acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;

7. A minha participação será isenta de quaisquer despesas de ordem financeira;

8. Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, caso julgue necessário, pelo

telefone (61)92125125 e falar com a pesquisadora responsável: Vandete Lima.

10. Este termo de consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em

meu poder e a outra com o pesquisador responsável.

Brasília, _____/_____/_____

Assinatura do responsável

Assinatura da pesquisadora

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59

ANEXO 2

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60

ANEXO 3

Trave de Equilíbrio (Masculino e Feminino)

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61

ANEXO 4

Salto Monopedal (Masculino)

3

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62

ANEXO 5

Salto Monopedal (Feminino)

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63

ANEXO 6

Salto Lateral (Masculino)

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64

ANEXO 7

Salto Lateral (Feminino)

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65

ANEXO 8

Transferência sobre Plataforma (Masculino e Feminino)

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ANEXO 9

Somatório de QM1-QM4 (QM total) (Masculino e Feminino)