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SERVIO PBLICO FEDERALMINISTRIO DA EDUCAOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHACMPUS SANTA ROSA

CURSO TCNICO EM MEIO AMBIENTE

JAIR SOUZA DA SILVA

DEGRADAO AMBIENTAL

CRUZ ALTA20149

JAIR SOUZA DA SILVA

DEGRADAO AMBIENTAL:Trabalho de pesquisa submetido Prtica Profissional Integrada (PPI), da Disciplina Planejamento e Elaborao de Projetos, Turma 2013/1, do Curso Tcnico em Meio Ambiente.

Prof(a). Dr(a). Cleria Bitencorte Meller

CRUZ ALTA 20141. IDENTIFICAO:a. Tema: Degradao Ambientalb. Delimitao do Tema: Alteraes no meio ambiente provocadas pelas extraes irregulares de pedras gata no Municpio de Salto do Jacu, ocorridas a partir do ms de Dezembro do ano de 2012 e os dispositivos legais que as fundamentam.c. Identificao do Problema: O aumento de reas degradadas decorrentes do garimpo clandestino de pedras gata no Municpio de Salto do Jacu.d. Hipteses: Atravs de informaes de proprietrios, tem-se verificado um nmero crescente de propriedades rurais invadidas por garimpeiros clandestinos, que sem autorizao extraem pedras gata, provocando alterao no solo, nos corpos dgua, a destruio de vegetao nativa e at mesmo causando danos a culturas agrcolas. O garimpo desenvolvido de forma rudimentar, ou seja, com a utilizao de ferramentas conhecidas popularmente por p e picareta. A localizao do produto mineral na flor da superfcie do solo e o seu valor aliado com o comrcio clandestino, so fatores que estimulam o aumento das degradaes. e. Coordenador: Aluno Jair Souza da Silva (individual)f. Equipe responsvel pela execuo: Equipe de Educao Ambiental do 1 Peloto de Polcia Ambiental, de Cruz Alta.g. Perodo de realizao: Maro de 2014.2. OBJETIVO(s):2.1. GeralElaborar para os futuros Profissionais de Meio Ambiente a apresentao da cinemtica das atividades de minerao, proporcionando-lhes uma viso holstica das degradaes ambientais causadas pelo garimpo clandestino. 2.2. Especficosa) Colher dados sobre ocorrncias de extrao irregular de pedras gata no Municpio de Salto do Jacu.b) Verificar a quem compete legislar sobre o assunto.c) Fazer referncia dos rgos competentes, relativo ao licenciamento e fiscalizao das atividades minerrias.d) Criar uma base de consulta sobre o assunto minerao. e) agregar conhecimento aos profissionais da rea de meio ambiente.f) Verificar a possibilidade de agendar palestra com a Equipe de Educao Ambiental da Polcia Ambiental de Cruz Alta.3. JUSTIFICATIVA:A ameaa biodibiodiversidade est presente em todos os biomas, em decorrncia, principalmente, do desenvolvimento desordenado de atividades econmicas. A degradao do solo, a poluio atmosfrica e a contaminao dos recursos hdricos so alguns desses efeitos nocivos.

Uma coisa certa: os tempos histricos atestam a presena e as atividades do homem, assim como a ocupao do espao. Mais do que isto, testemunham as alteraes por ele impostas ao ecossistema planetrio: desta vez, no so apenas as causas fsicas naturais, aparecem tambm s transformaes intencionais produzidas pelo Homo Sapiens (MILAR, 2001, p. 38).

Uma das atividades que causam modificaes significativas ao meio ambiente a extrao mineral, pois so obras de solo relacionadas com escavaes que alteram a topografia do terreno e a paisagem da rea. Geralmente as frentes de lavras3 esto situadas prximas de corpos dgua, em reas de preservao permanente, fator que contribui para a destruio da vegetao nativa, para o assoreamento dos mananciais e consequentemente para a destruio de habitats naturais da fauna.Como contraponto s alteraes no meio ambiente natural, desenvolvidas sem critrios adequados, foi constitudo em 1981, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)4, estruturando os rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, bem como as fundaes institudas pelo Poder Pblico, responsveis pela proteo e melhoria da qualidade ambiental.Atualmente a problemtica est voltada para as atividades de extrao mineral clandestina, ou seja, exercidas sem nenhum critrio tcnico.No Municpio de Salto do Jacu, RS, garimpeiros clandestinos invadem propriedades rurais, desenvolvendo de forma rudimentar a extrao de pedras gata. As escavaes avanam sem coordenao destruindo a vegetao nativa, alterando os cursos dgua, bem como danificando a produo agrcola.O produto mineral extrado transportado por acessos interiores com veculos velhos de passeio, adaptados carga, em horrios de maior vulnerabilidade policial, sendo facilmente comercializado no mercado clandestino.As invases das propriedades rurais e consequentemente o aumento das degradaes ambientais so estimulados pelo valor econmico do produto mineral (gata).Sobre aes desenvolvidas pela Polcia Ambiental de Cruz Alta, os Autos de Constatao Ambiental5 (2012, 2013 e 2014), noticiam:

Aos dezenove dias do ms de Dezembro do ano de dois mil e doze [...] foram verificados alteraes recentes no solo provocado pela atividade de garimpo clandestino, caracterizada pelas aberturas de cavas com dimenses mdias de 1,5 metros, de largura X 1,5 metros, de comprimento X 2,0 metros, de profundidade. A atividade estava sendo desenvolvida de forma rudimentar, ou seja, atravs de ps e picaretas. A atividade garimpeira tambm causou danos s razes e destruio de exemplares arbreos nativos considerados de preservao permanente em uma extenso de 300 m, da vegetao ciliar [...] Aos doze dias do ms de Abril do ano de dois mil e treze [...] A Operao foi motivada por denncias do proprietrio, que colaborou nas diligncias para localizar os garimpeiros clandestinos [...] atingindo 1.100 metros quadrados da mata ciliar de preservao permanente ao lado de um crrego. O segundo local [...] consiste em uma lavoura, onde a soja foi pisoteada e deu lugar s cavas para as extraes, o tamanho desse local de 1,4 hectares [...] Aos onze dias do ms de Maro do ano de dois mil e quatorze [...] Referente Operao de Combate a Extrao Irregular de Pedras gata no Municpio de Salto do Jacu [...] transportando aproximadamente 1.500 kg (um mil e quinhentos quilos), de pedras gata, sem documentao que comprovasse a origem do produto [...] foi verificada uma rea 7.500 m (sete mil e quinhentos metros quadrados), recentemente alterada pela movimentao de solo em razo da extrao de pedras gata [...] Da rea maior, foi constatada que uma parcela de 1.573 m (um mil quinhentos e setenta e trs metros quadrados), est situada em rea de preservao permanente [...].

A Lei n 9.795/99, que instituiu a Poltica Nacional de Educao Ambiental, veio inovar a ao dos rgos ambientais fiscalizadores, que passaram a desenvolver a Educao Ambiental No-Formal com o objetivo de sensibilizar a coletividade sobre as questes ambientais.A partir da previso legal de controle e vigilncia das atividades lesivas ao meio ambiente e das realizadas em desconformidade com o licenciamento, surge importncia de divulgar os tipos de ocorrncias atendidas pelos rgos ambientais integrantes do SISNAMA, proporcionando assim um senso crtico com o intuito de reduzir as intervenes sem controle no meio ambiente natural. _________________________1 a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquticos e os complexos ecolgicos de que fazem parte; compreendendo, ainda a diversidade dentro de espcies, entre espcies e de ecossistemas (Lei 9.985/2000, art. 2, inciso lll).2 Uma rea caracterizada por um conjunto de ecossistemas terrestres com vegetao, solo e fisionomia tpicos, no qual predomina certo tipo de clima, o que resulta em uma diversidade biolgica prpria. Eles apresentam padro homogneo de estrutura e funo, em escala continental ou regional (Apostila de Ecologia dos Ecossistemas, p. 34, Curso Tcnico em Meio Ambiente EAD, Instituto Federal Farroupilha).3 Entende-se por lavra, o conjunto de operaes coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extrao das substncias minerais que contiver, at o beneficiamento das mesmas (Decreto-Lei n 227/67 Cdigo de Minerao).4 Art. 6, da Lei 6.938/81 (Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente).5 Pea informativa de procedimento de polcia. Fonte 2 Cia. Ambiental de Cruz Alta.4. FUNDAMENTAO TERICA:O 1 Peloto de Polcia Ambiental, da 2 Companhia Ambiental com sede em Cruz Alta, uma frao subordinada ao 2 Batalho de Polcia Ambiental do Comando Ambiental da Brigada Militar, com a funo especfica de Polcia de Proteo Ambiental, nos termos do Artigo 26 e 27, da Lei n 10.330/945.O Municpio de Salto do Jacu pertence rea de responsabilidade ambiental do 1 Peloto de Cruz Alta. Situado na bacia hidrogrfica do Alto Jacu, o Municpio de Salto do Jacu est localizado entre os Municpios de Fortaleza dos Valos, Jacuizinho, Estrela Velha e Jlio de Castilhos, referenciado pela latitude S-29 05 16 e longitude W- 53 12 46, com uma rea de 519,197 km, possui uma das maiores jazidas do mundo de pedras gata.Todos os recursos minerais so bens da Unio, conforme dispositivos da Constituio Federal (CF) de 1988.Artigo 20. So bens da Unio:lX os recursos minerais, inclusive os do subsolo;Mais adiante a Carta Magna detalha o que vem a ser essas propriedades da Unio. Artigo 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra. Neste contexto importante ressaltar quem detm a competncia para legislar sobre jazidas e minas e a competncia para legislar sobre meio ambiente.A Unio tem competncia privativa para legislar sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (Art. 22, Xll, da CF). Entretanto, a Unio, os Estados e o Distrito Federal tm competncia concorrente para legislar sobre meio ambiente e controle da poluio (Art. 24, Vl, da CF).Sobre a relao de competncias, Machado (1998)6, ensina,

H mais uma inter-relao entre essas competncias do que excluso de competncias. A jazida e/ou a mina no existe isoladamente, sendo que sua explorao ter efeito no meio ambiente. Dessa forma, o interesse nacional, regional e o local devem harmonizar-se no tratamento legal desses temas, deixando-se de lado construes jurdicas hermticas ou isolacionistas, contrrias integrao dos interesses privados no interesse social (p. 570).

_____________________5 Lei 10.330/94, dispe sobre a organizao do Sistema Estadual de Proteo Ambiental, a elaborao, implementao e controle da poltica ambiental do Estado e d outras providncias.6 Paulo Afonso Leme Machado. Direito Ambiental Brasileiro. 7. Ed. So Paulo: Malheiros, 1998, p. 570. A nvel Federal cabe ao Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM), o controle e a fiscalizao do exerccio das atividades de minerao em todo o territrio nacional, nos termos do Artigo 3, da Lei n 8.876/94. Em seu mbito de competncia esto previstos trs procedimento de controle da atividade mineral: Autorizao de Pesquisa, Concesso de Lavra e Permisso de Lavra Garimpeira.1) Entende-se por pesquisa mineral a execuo dos trabalhos necessrios definio da jazida sua avaliao e a determinao exequibilidade do seu aproveitamento econmico (Artigo 14, do Dec.-Lei 227/67).A autorizao de pesquisa ser outorgada pelo DNPM a brasileiros, pessoa natural, firma individual ou empresas legalmente habilitadas, mediante requerimento do interessado (Artigo 15, do Dec.-Lei 227/67). (redao dada pela Lei n 9314/96).2) O requerimento de autorizao de lavra ser dirigido ao Ministro das Minas e Energia, pelo titular da autorizao de pesquisa, ou seu sucessor, nos termos do artigo 38, do Dec.-Lei 227/67.A Concesso de Lavra ter por ttulo uma portaria assinada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia (Artigo 43, do Dec.-Lei 227/67). (redao dada pela Lei n 9314/96).3) A outorga da permisso de lavra garimpeira depende de prvio licenciamento ambiental concedido pelo rgo ambiental competente (Artigo 3, da Lei n 7.805/89).A permisso de lavra garimpeira ser outorgada pelo Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produo Mineral DNPM, que regular, mediante portaria, o respectivo procedimento para habilitao (Artigo 4, da Lei n 7.805/89). Os empreendimentos que se destinam explorao de recursos minerais devero, quando da apresentao do Estudo de Impacto Ambiental EIA e Relatrio de Impacto Ambiental RIMA, submeter aprovao do rgo ambiental competente, Plano de Recuperao de rea Degradada (Artigo 1, do Decreto n 97.632/89).Para a realizao da pesquisa mineral e para desenvolver as atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral das classes l, lll, lV, V, Vl, Vll, Vlll e lX, o empreendedor dever requerer junto ao rgo ambiental competente a licena prvia, licena de instalao e licena de operao, sendo que a concesso da portaria de lavra ficar condicionada apresentao ao DNPM, por parte do interessado, da licena de instalao (Resoluo do CONAMA n 009/90).A explorao de bens minerais da classe ll, para o emprego imediato na construo civil, dever ser precedida de licenciamento ambiental do rgo estadual de meio ambiente, ficando o registro de licenciamento condicionado apresentao da licena de instalao ao DNPM, pelo interessado (Resoluo do CONAMA n 010/90).J a nvel de Estado, o licenciamento ambiental de competncia da Fundao Estadual de Proteo Ambiental (Fepam/RS), assim como na esfera Federal de competncia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama), que estabelecem as condies e restries para o funcionamento dos empreendimentos capazes de sob qualquer forma causar degradao ambiental.O licenciamento ambiental est regulado pela Resoluo do CONAMA n 237/97.As atividades de minerao desenvolvidas sem critrios tcnicos e consequentemente sem a devida apreciao pelo rgo competente, esto tipificadas como infrao ambiental e como usurpao na modalidade de delito contra o patrimnio pblico previstas nos seguintes dispositivos legais: - Lei Estadual n 11.520/2000, Art. 55;- Lei Federal n 6.938/81, Art. 10;- Lei Federal n 8176/91, Art. 2, 1;- Lei Federal n 9.605/98, Art. 55.5. METODOLOGIAFundamentada na necessidade de reduzir sistematicamente as degradaes ambientais causadas sem critrios, a proposta para execuo do projeto ser desenvolvida com a apresentao de palestra ministrada pela equipe da Polcia Ambiental de Cruz Alta, que visar agregar conhecimento a estudantes da rea de meio ambiente. Assim atravs da Educao Ambiental No-Formal haver uma difuso de aes que iro contribuir para o controle das atividades modificadoras do meio ambiente natural.6. CRONOGRAMAAtividadesMaro/2014 Perodo/dias

De 1 a 18De 18 a 25De 25 a 3031

Pesquisa bibliogrfica para construo do referencial terico.X

Coleta de dados/Organizao de dados.X

Finalizao do texto.X

Apresentao do trabalho.X

7. RECURSOS MATERIAISA execuo do projeto ficar restrita a apreciao do Instituto Federal Farroupilha/Santa Rosa e o agendamento da palestra junto ao rgo policial.A palestra ser ministrada por profissional com formao na rea ambiental (Gesto Ambiental e/ou Tcnico em Meio Ambiente).Quanto ao local para a apresentao, elege-se o espao fsico do Instituto Federal Farroupilha e equipamentos de multimdia disponvel no Polo de Cruz Alta.

8. REFERENCIASAUTO DE CONSTATAO AMBIENTAL. Fonte : 2 Companhia Ambiental de Cruz Alta.BACIA HIDROGRFICA DO ALTO JACU. Disponvel em Acesso em 26 de Maro de 2014.FONTE LEGISLAO. Projeto Grfico e Editorao: Juara Campagna CORAG.LEI N 8.176/91. Disponvel em Acesso em 25 de Maro de 2014.LEI N 8.876/94. Disponvel em< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8876.htm> Acesso em 25 de Maro de 2014.MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 7. Ed. So Paulo : Malheiros, 1998.MILAR, dis. Direito do Ambiente. 2. ed. rev. atual. e ampl. So Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2001.REFERNCIAS DO MUNICPIO DE SALTO DO JACU. Disponvel em Acesso em 26 de Maro de 2014.