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COLÉGIO ESTADUAL CORONEL LUIZ JOSÉ DOS SANTOS
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Professores: Sidnei Alves de Souza
Eliete Aparecida Champam
APUCARANA
2010
I – Apresentação Geral da Disciplina
Desde o início de sua origem o homem manteve um contato direto com a
natureza com o objetivo de sobreviver. E uma das primeiras formas dessa
sobrevivência era a observação direta da natureza e sua dinâmica, seja no período
em que eram caçadores, coletores, navegadores, agricultores e também na sua
modernidade.
E foi a partir desse conhecimento, que no decorrer dos séculos, o homem
adquiriu saberes e ampliou seus conhecimentos sobre as relações nas sociedades e
na natureza.
Na Idade Média, o pensamento geográfico já era influenciado pela visão de
mundo imposto pelo poder. Mais tarde, o conhecimento disciplinar da Geografia
tornou-se preocupação de Estados, sociedades, pensadores que passaram a
discutir questões relevantes sobre a Geografia. Contribuíram muito com seus
estudos: Ritter, Humboldt, Ratzel, Vidal de La Blache, Ives Lacoste e no Brasil,
Milton Santos.
As novas correntes de pensamento geográfico após a II Guerra Mundial, em
função das mudanças impostas pelo sistema produtivo capitalista alteraram a ordem
mundial dos pontos de vista político, econômico, social e cultural.
Porém a expressão Espaço Geográfico, bem como sua composição
conceitual, não se auto-explicam. Ao contrário, exigem esclarecimentos, pois,
dependendo das correntes de pensamento à qual se vinculam, assumem posições
filosóficas e políticas distintas.
Considerando que o campo das teorias críticas possibilita o ensino de
Geografia com base na análise e na crítica das relações sócio-espaciais, nas
diversas escalas geográficas, do local ao global, retornando ao local. Esta opção
teórica é coerente com a concepção de currículo e com a identidade que esta
reformulação curricular quer atribuir á Educação Básica.
Assim promove uma análise espacial sob a abordagem natural histórica,
econômica, cultural e política. Levando em consideração as diferentes formas de
organização do espaço, nas escalas local, regional, nacional e mundial
A Geografia, como disciplina escolar, deve contribuir para a formação e
integração do cidadão que conhece o seu papel no interior da sociedade e que,
participa dos movimentos promovidos por esta. Nesse sentido, a Geografia colabora
para a formação de um jovem que certamente, já possui uma capacidade de
abstração maior e, portanto, pode realizar generalizações mais elaboradas e
consistentes tornando-se mais conscientes dos problemas e situações de vida pelo
qual irá enfrentar.
As idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no século
XIX, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, pelo artigo 3 do decreto de 2 de
dezembro de 1837, que previa, como um dos conteúdos contemplados, os
chamados princípios da geografia. A institucionalização da geografia no Brasil
consolidou-se a partir da década de 1930, com o objetivo de servir aos interesses
políticos do estado. Mas, há muito, a Geografia deixou de ser somente uma mera
inculcação do patriotismo, passando a oferecer subsídios para os educandos
desvendar o mundo pelo método de análise e investigação, procurando formar um
cidadão participativo e crítico, levando a conhecer o espaço local, regional, nacional
e mundial, bem como os interesses da sociedade em comum, valorizando a
cidadania e a conquista do seu próprio espaço.
Cabe hoje à Geografia e ao ensino de Geografia, abordar as relações de
poder que constituem territórios nas mais variadas escalas, desde as que delimitam
os micros espaços urbanos, como os territórios do tráfico, da prostituição ou da
segregação sócio-econômica, até os internacionais e globais.
Cabe á escola, como um dos lugares onde se analisa, produz e sistematizam-
se conhecimentos, subsidiar os alunos no enriquecimento e sistematização dos
saberes para que sejam sujeitos capazes de interpretar, com olhar crítico, o mundo
que os cercam.
A Geografia é uma ciência que tem por objeto de estudo o espaço geográfico
e o modo dele ser produzido, resultado da inter-relação entre objetos e ações,
segundo as Diretrizes Curriculares que norteia essa Proposta Pedagógica Curricular.
Para a compreensão desse espaço geográfico essa ciência/disciplina possui um
quadro conceitual de referência: lugar, paisagem, território, redes, região, sociedade
e natureza, cujo objetivo é desenvolver o raciocínio geográfico e formar uma
consciência espacial.
Atualmente, depois de três décadas de renovação, com o
crescimento de problemas como os conflitos étnicos, a questão ambiental, os
movimentos terroristas, as crises financeiras, etc, consolida-se a certeza de que a
Geografia é uma disciplina fundamental para compreensão do mundo
contemporâneo nas escalas local, nacional e mundial.
II – Conteúdos Estruturantes/básicos da disciplina
Os conteúdos estruturantes são:
• Dimensão econômica do espaço geográfico
• Dimensão política do espaço geográfico
• Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
• Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Conteúdo estruturante/básico por série:
5ª Série
Conteúdo estruturante Conteúdo básico
Dimensão econômica do espaço geográfica
Dimensão político do espaço
geográfico
Dimensão cultural e demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfica
Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. A distribuição espacial das atividades e a (re)organização do espaço geográfico. As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista. A transformação demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural. As diversas regionalizações do espaço geográfico.
6ª Série
Conteúdo estruturante Conteúdo básico
Dimensão econômica do espaço geográfica
Dimensão político do espaço
geográfico
Dimensão cultural e demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfica
A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. As diversas regionalizações do espaço brasileiro. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. A transformação demográfica da população, sua distribuição espacial e indicadores estatísticos. Movimentos migratórios e suas motivações. O espaço rural e a modernização da agricultura. A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. A distribuição espacial das atividades produtivas , a (re)organização do espaço geográfico. A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.
7ª Série
Conteúdo estruturante Conteúdo básico
Dimensão econômica do espaço geográfica
Dimensão político do espaço
geográfico
Dimensão cultural e demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfica
As diversas regionalizações do espaço geográfico. A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano. A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. O comércio em suas implicações socioespaciais. A circulação da mão-de-obra, do capital das mercadorias e das informações. A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. O espaço rural e a modernização da agricultura. A transformação demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. Os movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
8ª Série
Conteúdo estruturante Conteúdo básico
Dimensão econômica do espaço geográfica
Dimensão político do espaço
geográfico
Dimensão cultural e demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfica
As diversas regionalizações do espaço geográfico. A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. A revolução tecnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção. O comércio mundial e as implicações socioespaciais. A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios . A transformação demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações. A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do espaço geográfico. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE/BÁSICO POR SÉRIE NO ENSINO MÉDIO:
1ª, 2ª e 3ª Série
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfico Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Formação e transformação das paisagens. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. A distribuição espacial das atividades produtivas, e a (re)organização do espaço geográfico. A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção. O espaço rural e a modernização da agricultura. Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial. A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações. A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população.
Os movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. O comécio e as implicações socioespaciais. As diversas regionalizações do espaço geográfico. As implicações socioespaciais do processo de mundialização. A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
III – Metodologia
Os conteúdos específicos serão trabalhados de uma forma
critica e dinâmica, interligando teoria, pratica e realidade, utilizando a Cartografia
como ferramenta essencial, possibilitando assim, transitar em diferentes escalas, ou
seja, do local ao global e vice – versa.
Cabe hoje, ao ensino de Geografia, abordar as relações de
poder que constituem territórios nas mais variadas escalas, desde as que delimitam
os micros espaços urbanos, como os territórios do tráfico, da prostituição ou da
segregação sócio-econômica, até os internacionais e globais.
Todo conteúdo, ao ser trabalhado, deve levar em conta sua
conexão, ligação com os outros fatos, fenômenos e conteúdos que lhes dizem
respeito.
Diante das ações metodológicas, não se deve discutir em
que ordem se trabalhará: se primeiro o meio físico e depois o humano ou inverso.
Devemos trabalhar, na medida do possível, a sociedade, a economia, a política, a
natureza de forma articulada, considerando, que cada conceito geográfico se
constitui em diferentes momentos históricos, em função das transformações sociais,
políticos e econômicas.
Outras estratégias poderão ser utilizadas na medida do possível
de acordo com as necessidades surgidas no decorrer das aulas.
A aula de campo é um rico encaminhamento metodológico para
que o aluno analise a área em estudo, partindo de uma realidade local, bem
delimitada para uma investigação de sua constituição histórica e das relações que
estabelece com outros lugares próximos ou distantes. Ressalta-se que a aula de
campo não pode se limitar apenas à visita ao local desejado, pois esta deve ser
planejada e contextualizada antes, durante e depois, buscando sempre fortalecer a
relação entre teoria e prática na relação professor/aluno e garantindo uma melhor
compreensão do tema abordado.
Serão utilizados filmes, trechos de filmes, programas de
reportagens e imagens em geral (fotografias, slides, charges, ilustrações) para a
contextualização dos conteúdos da Geografia dando dessa forma ao recurso áudio
visual, o papel de problematizador, estimulador para pesquisas mais aprofundadas
sobre os assuntos que, podem desvelar preconceitos e leituras rasas, ideológicas ou
estereotipadas sobre os lugares e povos.
O uso de imagens não animadas (fotografias, pôsteres, cartões-
postais, outdoors) auxiliarão o trabalho com a formação de conceitos geográficos,
diferenciando paisagem de espaço e, dependendo da abordagem dada ao conteúdo,
desenvolverá os conceitos de região, território e lugar. Para isso a imagem será
ponto de partida para as atividades de observação e descrição detalhadas da
mesma até abordar os aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, naturais
da paisagem em estudo.
O estudo da linguagem cartográfica deverá proporcionar que os
estudantes sejam capazes de interpretações, problematizações e análises críticas
dos mapas e seus conteúdos, indo além das utilizações dos mesmos como meros
instrumentos de localização dos eventos e acidentes geográficos.
Considerando que o campo das teorias críticas possibilita o ensino de
Geografia com base na análise e na crítica das relações sócio-espaciais, nas
diversas escalas geográficas, do local ao global, retornando ao local. Esta opção
teórica é coerente com a concepção de currículo e com a identidade que esta
reformulação curricular quer atribuir á Educação Básica. Os recursos utilizados
serão:
− Tv Multimídia,
− Internet,
− vídeos/filmes,
− músicas,
− documentários,
− revistas,
− jornais,
− livros de apoio,
− laboratório de informática,
− a linguagem cartográfica, mapas, globos,
− aula de campo,
− elaboração de relatórios,
− murais,
− maquetes,
− jogos lúdicos. E outros.
Os Desafios Educacionais contemporâneos que contemplam a
História e cultura dos Povos indígenas (Lei 11645/08); História e Cultura Afro-
brasileira (Lei 9795/99); Política nacional de Educação ambiental; Cidadania e
Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento à Violência na Escola,
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas e Gênero Sexual, serão incorporados aos
conteúdos planejados à medida que se fizerem necessários e que surgirem
oportunidades para os mesmos.
V – Avaliação
A avaliação é uma das etapas mais importantes do processo de
ensino-aprendizagem. Ela deve acompanhar a aprendizagem dos alunos e o
trabalho pedagógico do professor, para que ambos percebam seu grau de
envolvimento no processo e o acompanhamento de sua dinâmica.
A avaliação é um processo que deve estar articulado com os
conteúdos estruturantes, os conceitos geográficos, o objeto de estudo, as categorias
espaço-tempo, a relação sociedade-natureza e as relações de poder, contemplado a
escala local e global e vice-versa.
Deve ser diagnóstica e contínua, pois se considera que os
alunos possuem ritmos e processos de aprendizagens diferentes, dessa forma
apontará as dificuldades e possibilitará que a intervenção pedagógica aconteça a
todo o tempo. Em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor deverá
utilizar instrumentos de avaliação que contemplem diferentes práticas pedagógicas,
tais como: leitura e interpretação de fotos, imagens, diferentes tipos de mapas,
pesquisas bibliográficas, aulas de campo ou laboratório, construção de maquetes,
projeto, debates, vídeos, seminários, atividades orais (provas, relatórios, palestras),
atividades escritas (provas, relatórios, dissertações, sínteses); trabalho em grupo
e/ou individual e deve constar no Plano de Trabalho Docente.
Por tudo que foi exposto, destaca-se ainda, que a proposta
avaliativa deve estar bem clara para os alunos, ou seja, que saibam como eles serão
avaliados em cada atividade proposta. Além disso, deve ser um processo não-linear
de construções e reconstruções, assentando na interação e na relação dialógica que
acontece entre os sujeitos do processo professor e alunos.
O sistema de avaliação adotado pelo Estabelecimento de ensino
é trimestral e será composto da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a atividades
diversificadas especificadas no art. 102 do regimento, mais a nota 5,0 (cinco vírgula
zero) proveniente de provas escritas e/ou orais, totalizando nota final de 10,0 (dez
vírgula zero).
A Recuperação de Estudos é direito dos alunos,
independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos e esta
ocorrerá de duas formas: a) com a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico
oferecido pelos instrumentos de avaliação; b) com a reavaliação do conteúdo "já
reexplicado” em sala de aula.
A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e
concomitante ao processo ensino e aprendizagem e será organizada com atividades
significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados, não
devendo incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados.
O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional as avaliações como um
todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos.
IV – Bibliografia
BRASIL, Diretrizes Curriculares de Geografia para Ensino Médio.Secretaria de
Estado da Educação.Curitiba. Julho/2008
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Geografia para o Ensino Fundamental. 2.008.
______Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
raciais e para o Ensino de História da Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei
10639/03. Cadernos Temáticos. SEED, PR.