poster i ec pibid bruno e cristiane

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A geografia no ensino tem um papel fundamental no que se refere à formação de cidadãos críticos, pensantes. Por muitas vezes, as metodologias de ensino enfrentam diversos entraves, dentre eles a falta de motivação, tanto de professores e como de estudantes, desta maneira faz-se necessário renovar e criar novas metodologias para alcançar os objetivos propostos e motivar os alunos. O uso de maquetes, é uma maneira alternativa de proposta, um instrumento 3D chamativo, onde desperta o interesse dos educandos. Com a sua utilização o aluno tem a possibilidade de interpretar o espaço, além de fazer uma leitura mais dinâmica do mundo, enfatiza a relevância da construção dos assuntos cartográficos e didáticos em conciliação ligada ao professor e aluno, sobretudo para que predomine a concepção técnica do educador que cria e adere seus conhecimentos e vivências ligadas ao seu trabalho na sala de aula (CASTROGIOVANNI; CALLAI; KAERCHER, 2003). O presente trabalho refere-se a uma experiência de atividade realizada sob a supervisão da professora que ministrava as aulas de geografia em conjunto com dois dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do Subprojeto Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, na Escola de Educação Básica Marechal Bormann. A produção de maquetes como forma de compreensão do relevo: uma experiência com os sextos anos Wagner Batella(Coord.), Éderson Nascimento (Coord.), Cleciomara Sanzovo(Super.), Angélica Rotava, Bruno de Matos Casaca (ID) e Cristiane Santin (ID) [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó Geografia/PIBID INTRODUÇÃO O tema foi escolhido com base no plano de ensino desenvolvido pela professora, conforme a Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina. Anteriormente à atividade, os estudantes tiveram contato com as principais características e definições sobre o relevo. A partir deste primeiro contato com o conteúdo, foi apresentada a proposta de representação do relevo em maquetes. Embora sejam quatro formas básicas de relevo (Planície, Planalto, Depressão e Montanha), para essa atividade foram acrescidas as formas de Serras, Morros e Chapadas (todas como um único tema), devido ao fato de que, diferente de montanhas, essas são formações que estão presentes na realidade dos estudantes. No caso, em Santa Catarina, não há formação de Montanha, mas uma grande presença de Serras, Morros e Chapadas. Em uma aula realizou-se um planejamento em conjunto, visto que esse processo é importante para concretização de qualquer ação. A primeira parte foram apresentadas possíveis maneiras para representar cada formação, bem como cada representação deve ser constituída, levando sempre em conta a proporcionalidade dos atributos a serem representados, fazendo uma referência, principalmente, para a vegetação, aspecto bastante marcante no relevo. A segunda parte deu-se pelo planejamento individual de cada grupo, neste momento, os estudantes deveriam discutir entre eles o que cada um ficaria responsável, por parte dos materiais, e como seria disposto no isopor, material escolhido para base da maquete, as formações. Depois de todos os encaminhamentos realizados, iniciou-se a produção das maquetes pelos estudantes, tanto a professora como os bolsistas somente realizaram um auxílio na construção, para que não influenciassem os trabalhos. De forma generalizada, os materiais utilizados pelos estudantes foram: folha de isopor, base da maquete; argila, para o relevo; tinta guache, para colorir as representações; gel de cabelo, para representar rios (quando presentes). A vegetação, dita importante no planejamento, foi representada ora por plantas sintéticas, muitas vezes desproporcionais para a maquete, ora por plantas colhidas nos pátios da escola. Ambas as turmas ficaram com mesma divisão de temas, ou seja, ao todo foram feitas duas maquetes de cada tema, no entanto, essa característica vale para fazer uma análise comparando os resultados. Com base na observação feita no trabalho pelos alunos na construção das maquetes, notou-se que alguns alunos tinham dificuldades tanto no envolvimento da elaboração, quanto no entendimento da proposta da atividade. As maquetes, quando analisadas em pares de tema, apresentaram poucas diferenças: o tema planície foi bem representado; nos planaltos encontraram-se as maiores dificuldades, principalmente no como representar/diferenciar da planície, bem como nas características desta forma; as montanhas foram bem caracterizadas, sem grandes dificuldades, neste caso, os estudantes foram fieis ao planejamento; nas depressões, os estudantes somente se prenderam na representação da depressão relativa, pois não tinham consciência do formato do fundo oceânico, bem em como representá-lo; nos Morros/Serras/Chapadas a maior dificuldade foi na disposição das formações ao longo da maquete, sem que se prejudicasse a maquete como um todo. No que diz respeito à representação da vegetação, que varia de acordo com a altitude, os estudantes tiveram dificuldades em representá-la, no sentido de ser fieis à proporcionalidade do relevo, além disso, embora solicitado aos estudantes para se aterem aos elementos constituintes em uma paisagem, muitos deles fizeram a maquete no intuito de deixa-la bonita, fugindo assim, um pouco da realidade. No entanto, essa é uma característica já era esperada devido à idade dos estudantes, que tentam ver o mundo embelezado. Além da proporcionalidade observada na vegetação, muitos estudantes dispuseram sobre a maquete, animais (domésticos), esses bem maiores do que os que seriam recomendados, nessas maquetes, o relevo tornou-se menos evidenciado, contundindo o objetivo da atividade. Uma característica bastante marcante na maioria das maquetes foi à inserção de cercas, representando fronteiras, tanto para isolar os animais, como para isolar paisagens distintas. Essa característica demonstra um apontamento para a influência antrópica sobre o meio. OBJETIVO Metodologia RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS Avaliar a representação feita pelos estudantes de duas turmas do sexto ano, das formas básicas do relevo (Planície, Planalto, Depressão e Montanha) em maquetes como ferramenta diferenciada nas aulas de geografia. Embora com críticas as produções foram boas, e alcançaram um resultado esperado. As maquetes foram expostas em uma Feira de Ciências desenvolvida pela Escola de Educação Básica Tancredo Almeida Neves, onde alguns estudantes explicaram ao público cada forma básica do relevo, diferenciando-as umas das outras. A realização de atividades diferenciadas potencializa o aprendizado, e principalmente o interesse dos estudantes pela disciplina, embora não seja uma proposta a ser realizada sempre, devido o tempo gasto e aos materiais utilizados, a experiência serve como base para a realização de outros experimentos práticos (FRANCISCHETT, 2002). CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; CALLAI, Helena Copetti; KAERCHER, Nestor André. Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2003. 172 p. FRANCISCHETT, Mafalda N. A cartografia no ensino da geografia: construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Kroart, 2002. Figura 1: Conjunto de maquetes representando o relevo. Da esquerda para a direita: Serras/Morros/Chapadas; Planalto; Depressão; Planície. Fotos: Bruno Casaca (2012).

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Page 1: Poster i ec pibid   bruno e cristiane

A geografia no ensino tem um papel fundamental no que se refere à formação de

cidadãos críticos, pensantes. Por muitas vezes, as metodologias de ensino

enfrentam diversos entraves, dentre eles a falta de motivação, tanto de professores

e como de estudantes, desta maneira faz-se necessário renovar e criar novas

metodologias para alcançar os objetivos propostos e motivar os alunos.

O uso de maquetes, é uma maneira alternativa de proposta, um instrumento 3D

chamativo, onde desperta o interesse dos educandos. Com a sua utilização o aluno

tem a possibilidade de interpretar o espaço, além de fazer uma leitura mais

dinâmica do mundo, enfatiza a relevância da construção dos assuntos cartográficos

e didáticos em conciliação ligada ao professor e aluno, sobretudo para que

predomine a concepção técnica do educador que cria e adere seus conhecimentos

e vivências ligadas ao seu trabalho na sala de aula (CASTROGIOVANNI; CALLAI;

KAERCHER, 2003).

O presente trabalho refere-se a uma experiência de atividade realizada sob a

supervisão da professora que ministrava as aulas de geografia em conjunto com

dois dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência

(PIBID) do Subprojeto Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS),

Campus Chapecó, na Escola de Educação Básica Marechal Bormann.

A produção de maquetes como forma de compreensão do

relevo: uma experiência com os sextos anos

Wagner Batella(Coord.), Éderson Nascimento (Coord.), Cleciomara Sanzovo(Super.),

Angélica Rotava, Bruno de Matos Casaca (ID) e Cristiane Santin (ID)[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected].

Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Chapecó – Geografia/PIBID

INTRODUÇÃO

O tema foi escolhido com base no plano de ensino desenvolvido pela professora,

conforme a Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina. Anteriormente à

atividade, os estudantes tiveram contato com as principais características e

definições sobre o relevo. A partir deste primeiro contato com o conteúdo, foi

apresentada a proposta de representação do relevo em maquetes.

Embora sejam quatro formas básicas de relevo (Planície, Planalto, Depressão e

Montanha), para essa atividade foram acrescidas as formas de Serras, Morros e

Chapadas (todas como um único tema), devido ao fato de que, diferente de

montanhas, essas são formações que estão presentes na realidade dos

estudantes. No caso, em Santa Catarina, não há formação de Montanha, mas uma

grande presença de Serras, Morros e Chapadas.

Em uma aula realizou-se um planejamento em conjunto, visto que esse processo é

importante para concretização de qualquer ação. A primeira parte foram

apresentadas possíveis maneiras para representar cada formação, bem como

cada representação deve ser constituída, levando sempre em conta a

proporcionalidade dos atributos a serem representados, fazendo uma referência,

principalmente, para a vegetação, aspecto bastante marcante no relevo. A segunda

parte deu-se pelo planejamento individual de cada grupo, neste momento, os

estudantes deveriam discutir entre eles o que cada um ficaria responsável, por

parte dos materiais, e como seria disposto no isopor, material escolhido para base

da maquete, as formações.

Depois de todos os encaminhamentos realizados, iniciou-se a produção das

maquetes pelos estudantes, tanto a professora como os bolsistas somente

realizaram um auxílio na construção, para que não influenciassem os trabalhos.

De forma generalizada, os materiais utilizados pelos estudantes foram: folha de

isopor, base da maquete; argila, para o relevo; tinta guache, para colorir as

representações; gel de cabelo, para representar rios (quando presentes). A

vegetação, dita importante no planejamento, foi representada ora por plantas

sintéticas, muitas vezes desproporcionais para a maquete, ora por plantas colhidas

nos pátios da escola.

Ambas as turmas ficaram com mesma divisão de temas, ou seja, ao todo foram

feitas duas maquetes de cada tema, no entanto, essa característica vale para fazer

uma análise comparando os resultados.

Com base na observação feita no trabalho pelos alunos na construção das

maquetes, notou-se que alguns alunos tinham dificuldades tanto no envolvimento

da elaboração, quanto no entendimento da proposta da atividade.

As maquetes, quando analisadas em pares de tema, apresentaram poucas

diferenças: o tema planície foi bem representado; nos planaltos encontraram-se as

maiores dificuldades, principalmente no como representar/diferenciar da planície,

bem como nas características desta forma; as montanhas foram bem

caracterizadas, sem grandes dificuldades, neste caso, os estudantes foram fieis ao

planejamento; nas depressões, os estudantes somente se prenderam na

representação da depressão relativa, pois não tinham consciência do formato do

fundo oceânico, bem em como representá-lo; nos Morros/Serras/Chapadas a maior

dificuldade foi na disposição das formações ao longo da maquete, sem que se

prejudicasse a maquete como um todo.

No que diz respeito à representação da vegetação, que varia de acordo com a

altitude, os estudantes tiveram dificuldades em representá-la, no sentido de ser fieis

à proporcionalidade do relevo, além disso, embora solicitado aos estudantes para

se aterem aos elementos constituintes em uma paisagem, muitos deles fizeram a

maquete no intuito de deixa-la bonita, fugindo assim, um pouco da realidade. No

entanto, essa é uma característica já era esperada devido à idade dos estudantes,

que tentam ver o mundo embelezado.

Além da proporcionalidade observada na vegetação, muitos estudantes

dispuseram sobre a maquete, animais (domésticos), esses bem maiores do que os

que seriam recomendados, nessas maquetes, o relevo tornou-se menos

evidenciado, contundindo o objetivo da atividade. Uma característica bastante

marcante na maioria das maquetes foi à inserção de cercas, representando

fronteiras, tanto para isolar os animais, como para isolar paisagens distintas. Essa

característica demonstra um apontamento para a influência antrópica sobre o meio.

OBJETIVO

Metodologia

RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS

Avaliar a representação feita pelos estudantes de duas turmas do sexto ano, das

formas básicas do relevo (Planície, Planalto, Depressão e Montanha) em

maquetes como ferramenta diferenciada nas aulas de geografia.

Embora com críticas as produções foram boas, e alcançaram um resultado

esperado. As maquetes foram expostas em uma Feira de Ciências desenvolvida

pela Escola de Educação Básica Tancredo Almeida Neves, onde alguns

estudantes explicaram ao público cada forma básica do relevo, diferenciando-as

umas das outras.

A realização de atividades diferenciadas potencializa o aprendizado, e

principalmente o interesse dos estudantes pela disciplina, embora não seja uma

proposta a ser realizada sempre, devido o tempo gasto e aos materiais utilizados,

a experiência serve como base para a realização de outros experimentos práticos

(FRANCISCHETT, 2002).

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; CALLAI, Helena Copetti; KAERCHER, Nestor

André. Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 3. ed. Porto

Alegre: Mediação, 2003. 172 p.

FRANCISCHETT, Mafalda N. A cartografia no ensino da geografia:

construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Kroart, 2002.

Figura 1: Conjunto de maquetes representando o relevo. Da esquerda para a direita:

Serras/Morros/Chapadas; Planalto; Depressão; Planície. Fotos: Bruno Casaca (2012).